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segunda-feira, 19 de março de 2012

A Noiva Preparada

Os cristãos por toda a história creram, e continuam crendo, na promessa de que Jesus Cristo voltará à terra com poder e glória. Cremos que seu reino eterno será estabelecido por Ele, e que serão dias de grande e eterna bênção, justiça e paz incomparáveis. Também entendemos por meio das Escrituras, que a vinda de Cristo porá um fim aos dias da grande tribulação, e acabará com o mundo como o conhecemos hoje, e que o castigo de Deus será sobre a terra nos dias do fim. Sua vinda marcará o fim do governo humano, e dará inicio ao governo celestial do Reino de Deus, o Reino, ou o Reino dos Céus, de acordo como o chama o evangelista em Mateus. Será então o fim deste século (ou idade, ou era), como o descreve Jesus Cristo em Mateus 24; Marcos 13; Lucas 13:35-48; 21. Juntamente com isso, cremos em outra promessa de Cristo, que disse que voltaria por nós, e nos tomaria para Si mesmo, para que onde Ele esteja, estejamos nós para sempre com Ele (Jo. 14:2-3).

Vermo-nos como uma noiva do Senhor Jesus, aquele que se entregou para nos santificar e nos apresentar a si mesmo “sem mácula e sem ruga, porém santa e sem defeito” é uma das figuras mais delicadas de toda a Bíblia. Imaginar isso é entrar no coração de Deus, dAquele que tem uma festa preparada para comemorar “As Bodas do Cordeiro” com a sua noiva. E a Bíblia diz que Jesus não vai demorar, para voltar para uma noiva completamente apaixonada, preparada e ansiosa e confiante pelo retorno de Jesus, o seu Amado Noivo.

Diante disso, devemos estar sempre preparados para a volta do Senhor. Com este objetivo, Jesus contou a parábola das dez virgens que termina assim: “Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora” (Mt. 25:13). A parábola das dez virgens ensina que a demora da espera distingue o sábio do tolo: o sábio, ou prudente, prepara-se para encontrar-se com o noivo; o tolo, ou insensato deixa passar a oportunidade. Deus quer que todos sejamos sábios e prudentes. A vigilância e a oração são essenciais para permanecermos firmes na fé e perseverarmos até o final (Mt. 26:41).

Somos desafiados: (1) a superar a inconstância dos imaturos que se deixam levar por ventos de doutrinas (Ef. 4:13-14); (2) a nos fortalecermos através do uso diligente dos meios da graça (Palavra, oração, vida comprometida em comunidade) ao invés de buscar sinais e prodígios, tão em voga hoje, como se todos fossem provas de verdade (Mt. 7:21-23).

Sejamos sábios e prudentes e preparemo-nos enquanto é tempo. Caso contrário, a porta se fechará para nós como aconteceu com os incrédulos e acomodados nos dias de Noé. Ouçamos a exortação de Jesus: “Tenham cuidado, para não sobrecarregarem o coração de libertinagem, bebedeira e ansiedades da vida, e aquele dia venha sobre vós inesperadamente. Porque ele virá sobre todos os que vivem na face de toda a terra. Estejam sempre atentos e orem para que possam escapar de tudo o que está para acontecer, e estar em pé diante do Filho do Homem” (Lc. 21:34-36).

O crente sábio alegra-se na esperança, é paciente na tribulação e perseverante na oração (Rm. 12:12). Essa mensagem visa responder à pergunta básica: Como podemos nos posicionar para estarmos preparados?

Podemos ajudar um ao outro a conhecer Jesus melhor quando ajudamos um ao outro a deixar o pecado, a amar um ao outro mais e a cuidar mais das necessidades dos outros do que cuidamos das nossas próprias necessidades. São os ensinamentos de Jesus. Foi assim que Ele viveu a Sua vida por nós e agora Ele tem nos chamado para vivermos assim um pelo outro. É dessa forma que a Noiva se apronta para a volta do seu Noivo, Jesus.

Portanto, todos nós devemos seguir o verdadeiro caminho, pensar de acordo com as palavras da verdade. Aqueles que esvaziam seus corações e crêem nas palavras do Senhor podem viver na verdade, recebendo o perdão dos pecados e sendo guiados pelo Espírito Santo. Além disso, podem guiar outras pessoas através do caminho correto, com a ajuda do Espírito Santo.

A vontade do Pai é que nos tornemos uma Noiva cada vez mais formosa ao aprendermos como amar de verdade o outro mais do que a nós mesmos. Ao despojarmo-nos do nosso egoísmo e orgulho que nos separam um do outro e ao abrirmos prontamente os nossos corações para falar como nos sentimos, o Espírito de Deus, a Graça de Deus e o Amor de Deus se derramam sobre nós… E nos tornamos a Noiva formosa preparada para a volta do nosso Noivo, Jesus.

A vontade do Pai para nós não é que “frequentemos a noiva”, mas que sejamos a Noiva. Isso só é possível ao amarmos uns aos outros e compartilharmos a vida um com outro a cada dia.

Isso é Igreja - viver dessa maneira todos os dias, não frequentando a casa de Deus, mas sendo o lugar onde Deus Habita. Isso faz com que nossas casas, nossos lugares de trabalho e a nossa Igreja se tornem um só. Não há mais barreiras entre meu coração e o seu coração e não existem mais barreiras entre minha casa e a sua casa. Eu deixo o egoísmo e o orgulho, deixo a preguiça e a incredulidade, e amo os outros como Jesus me tem amado. Quando todos fazem isso do menor ao maior, Jesus derrama o Seu óleo de cura e somos a Igreja e uma Noiva bela. Se estivermos satisfeitos frequentando algum lugar no domingo, perderemos o coração e o chamar do nosso Deus, e seremos como outras religiões que não têm sentido.

O convite de Deus ao mundo

O chamado de Deus para as pessoas é encontrado em toda a Bíblia. São convites de amor. Deus chama o povo para “ir a Ele”, porque Ele ama a humanidade e deseja o melhor para eles.

O primeiro convite que eu encontro na Bíblia está no texto de Génesis 7:1-7. O dilúvio estava para começar. Por causa da maldade, Deus estava prestes a destruir o mundo. O homem estava tão longe de Deus, que Ele não podia mais tolerar os seus pecados, e ele decidiu acabar com o mundo e tudo o que não se arrependesse e fosse a ele.

Deus deu ao povo todas as oportunidades para se arrepender e voltar para os Seus caminhos. Ele ordenou a Noé para pregar e chamá-los ao arrependimento, mas nem uma pessoa, a não ser a família de Noé foi encontrada justa por Deus. Assim, vemos no versículo número 1, do capítulo 7 de Génesis, que Deus emitiu um convite final antes do dilúvio, quando disse à família de Noé: “Entra tu e toda tua casa na arca”.

A ira de Deus estava prestes a ser derramada por meio do grande dilúvio, e ele lançou um convite para que os homens fossem salvos da ira. Noé e a sua família reagiram a este convite por fé e entraram na arca e foram as únicas pessoas salvas durante o dilúvio.

A Bíblia deixa bem claro que está chegando o grande dia da ira de Deus que fará o dilúvio parecer um piquenique da escola, em comparação. Deus nos disse que ele vai tirar seus filhos para fora deste mundo antes que a ira venha sob a forma da Grande Tribulação. No entanto, ele deixa bem claro que só serão Seus filhos os que serão salvos da ira vindoura. Jesus é a nossa arca. Ele é a arca segura para a ira que está chegando para destruir este mundo. Ele vai voltar!

Hoje, o convite de Deus para si é: “Vem tu e a tua casa a Jesus e sejam salvos da ira vindoura”. Como somos salvos da ira? Ao colocar toda a nossa fé e confiança em Jesus Cristo e no que Ele fez no Calvário. É um convite que deve ser respondido por fé. Qual é a sua resposta ao convite de Deus para si? Você não pode ignorá-lo. Hoje, agora, vai tomar a decisão de aceitar o convite de Deus para ser salvo da ira vindoura, ou vai rejeitá-lo. O convite foi emitido. Você vai responder pela fé como Noé e sua família o fizeram, ou vai rejeitá-lo como as multidões nos dias de Noé o fizeram e foram destruídos.

Há uma diferença entre convite e chamado, o convite tem dois sentidos, um deles é a Eleição, que foi feita pelo Pai, já o chamado é feito pelo Espírito Santo a quem recebeu o convite, pois o Espírito Santo anuncia hoje a verdade à igreja, e mostra Jesus vivo ao homem, “Ele me glorificará, porque há-de receber do que é meu e vo-lo há-de anunciar” (Jo. 16:14). O chamado é quando o homem toma consciência através de Jesus de que Deus o convidou para fazer parte do seu reino. Deus convida o homem pela graça, sem o homem merecer. O outro sentido do convite é que ele é a própria Palavra de Deus pois é através dela que o homem conhece o reino de Deus, e no convite estão as condições para entrar na festa, assim como na Palavra está escrito como alcançar o Reino de Deus. “...Amigo, como entraste aqui, não tendo veste nupcial? E ele emudeceu” (Mt. 22:12). Era necessário uma veste nupcial, do mesmo modo que há um convite para o homem entrar nas bodas do cordeiro. A necessário da veste nupcial, vestes limpas, vestes próprias para aquela ceia, nos fala do preparo, da mudança de vida. O arrebatamento é para quem tiver uma mudança de vida, crendo e aceitando o convite e chamado de Deus, abandonando as vestes sujas do pecado. O convite é feito, mas não basta só receber o convite, aceitar o chamado e conhecer a Palavra, temos que nos preparar para entrar nas bodas. Isso não é um conceito de Salvação pelas obras, mas de uma fé dada por Deus, viva ou seja dinâmica, sendo exercitada.

O convite de Deus para o mundo inteiro é que todos sejam, juntos, um Lar para o Pai, o Filho e o Espírito Santo — que sejam uma Noiva que se aprontou para a volta do seu Noivo formoso. Jesus disse: “Assim é como todos vão saber que são Meus discípulos”, não como cantam no culto de domingo, e nem como pregam sermões tampouco pelas suas reuniões, mas sim pela maneira “como se amam um ao outro diariamente”. O mundo precisa de nos ver amando um ao outro, como carregamos as cargas uns dos outros, quando cuidamos do outro quando está doente, ou quando nos vê dando para o outro o melhor que temos. É assim que os homens vão saber que somos Seus discípulos — não somente pelo que cremos mas pela maneira como nos vêem amando um ao outro. Isso é o chamar de Deus para o Seu Povo hoje. Portanto, o Evangelho sugere que é preciso “agarrar” o convite de Deus. Os interesses e as conquistas deste mundo não podem distrair-nos dos desafios de Deus.

Não sei quanto a si, mas não tenho ouvido muito sobre esta preparação para o Noivo ultimamente. Aliás, como reflexo da nossa cultura moderna de auto-afirmação e da compulsão de buscar felicidade e realização a qualquer preço, a igreja tem apregoado mais sua necessidade de ser reconhecida e respeitada na sociedade. Certamente, não será esta atitude que atrairá nosso Noivo celestial a vir buscar a sua Noiva.

Acolher o convite de Deus e participar nesse “banquete” é aceitar viver em comunhão com Deus. Dessa comunhão resultará, para o homem, a felicidade total, a vida em abundância.

Este projecto do Pai aparece claramente já no Antigo Testamento, desde a criação, quando Deus preparava um jardim para os seus filhos e filhas. O profeta Isaías, com uma linguagem apocalíptica projectada para o futuro, fala de um banquete para todos os povos: “um banquete de vinhos deliciosos, de manjares suculentos, de vinhos puríssimos” (Is. 25: 6). Humilhação, morte, lágrimas, escravidão… serão coisas do passado! É apenas um sonho ou uma ilusão? Não! O projecto do Pai da vida, para todas as nações (v. 7), que se vai realizando gradualmente ao longo do caminho em direcção ao Reino definitivo: Por isso é forçoso alegrar-se e exultar pela salvação que nos vem de Deus (v. 9). Ainda que no meio de tribulações, Ele, que é o bom Pastor, não nos deixa faltar nada: assegura alimento e água, prepara uma mesa abundante para todos.

Ao homem basta-lhe aceitar o convite de Deus para ter acesso a essa festa de vida eterna. Aceitar o convite de Deus significa renunciar ao egoísmo, ao orgulho e à auto-suficiência e conduzir a existência de acordo com os valores de Deus; aceitar o convite de Deus implica dar prioridade ao amor, testemunhar os valores do Reino e construir, já aqui, uma nova terra de justiça, de solidariedade, de partilha, de amor. No dia do nosso Baptismo, aceitamos o convite de Deus e comprometemo-nos com Ele… A nossa vida tem sido coerente com essa opção? Jesus está voltando!

Construa na Rocha

Muitos constroem a casa de suas vidas sobre a “areia” deste mundo. Tudo parece maravilhoso, as mais radiantes perspectivas delineiam-se diante dos olhos e segue-se “pelo caminho do menor esforço”. Almeja-se uma vida agradável com alegrias e prazeres. Missões e organizações fundamentadas na Bíblias só atrapalham e estorvam, por isso são evitadas. Parece muito mais fácil construir uma casa conforme as próprias convicções e anseios, agradando a si mesmo e tentando alcançar o que se espera da vida. Difícil é, ao menos assim parece, construir sobre Jesus Cristo, sobre a Palavra de Deus. O caminho do arrependimento é penoso, a luta contra as tentações parece insuportável, e seguir a Jesus carregando a própria cruz parece quase impossível. Mas, para quem escolhe a areia, a queda já está programada e será infinitamente profunda. Quando vêm as tempestades da vida, a velhice, o sofrimento, o medo e a morte, chega também o desespero e toda a aparente segurança desmorona.

A Bíblia nos ensina que todas as coisas deste mundo passarão, que tudo o que é ímpio se assemelha à palha que o vento espalha. Mesmo países e impérios poderosos não perdurarão. Nada, absolutamente nada do que for construído sem Jesus terá valor permanente, tudo é efémero e passageiro. Mas quem constrói sua vida sobre Jesus de uma maneira consciente, estará construindo sobre fundamento sólido, com seus pilares alicerçados na eternidade, fundamentados em Deus. Na vida da pessoa que constrói sobre a rocha, as alegrias não estão baseadas na aprovação dos homens, que já levou muitos à ruína. Verdadeira alegria e esperança real fundamentam-se no Senhor, em Sua obra consumada na cruz do Calvário, no perdão recebido ali e no dom da vida eterna. E então, quando o sofrimento e a dor baterem à porta, podemos ficar firmes e inabaláveis, pois o Senhor nos segura. Ele nos protege e jamais nos abandona. A Bíblia diz que nada pode nos separar de Seu amor e de Seu cuidado, que o Senhor nos guarda e no final nos receberá em Seu reino inabalável e eterno. Quem constrói sobre Jesus permanece por toda a eternidade!

Quanto mais fundo você cavar na rocha mais forte será o seu alicerce. Quanto mais buscarmos conhecer as profundezas de Deus seus mistério, através da palavra oração e jejum, mais forte será a nossa fé, sendo assim o inimigo não conseguirá nos derrubar. Mas cavar em uma rocha não é fácil, há muitas pedras, chão duro, precisa-se de vontade e determinação. Precisamos de conhecer a palavra o que implica ler a bíblia meditar nela, orar muito, jejuar, e negar a cada dia o nosso Eu.

Não é fácil, dizer não à carne, mas só com um alicerce muito firme é que iremos suportar os temporais da vida, assim pode vir a perseguição, crise e desastres, a nossa fé não irá ser abalada, porque nós não depositamos nossa fé no Senhor Jesus, pelo ouvir e praticar tudo o que Senhor Jesus nos ensinou. Não existe coisa melhor do que saber que o Senhor é o nosso refúgio e a nossa fortaleza. Veja estes versículos tão lindos de Isaías 26:3-4 “Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti. Confiai no Senhor perpétuamente; porque o Senhor Deus é uma rocha eterna”.

O homem prudente, disse Jesus, é o homem que ouve a palavra do céu e a atende, sem perguntas, sem desculpas. Por causa de uma fé obediente, seu relacionamento com o Pai e o Filho é tão inabalável como uma enorme jazida de pedra (Grego petra) numa tempestade. O Filho de Deus deu a mesma segurança em Jerusalém, antes que ele morresse, quando ele disse de suas “ovelhas” que “o seguem” e “ouvem a sua voz”, que “ninguém as arrebatará da sua mão” (Jo. 10:27-29). Paulo repetiu Jesus quando ele assegurou aos romanos que, quanto aos que amam o Senhor e são chamados de acordo com seu propósito, nada os separará “do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm. 8:38-39). É a “obediência da fé” (Rm. 1:5; 16:26), como um vivo e constante princípio de vida que nos une ao Salvador dos homens, numa união inquebrável. Conforme Isaías prometeu, o Senhor Deus lançou seu fundamento em Sião, uma “pedra preciosa, angular, solidamente assentada” e “aquele que nela crê não será confundido” (Is. 28:16; Rm. 9:33).

Há abundância de misericórdia para cada alma que se submete ao domínio de Cristo de todo o coração: Seu coração se partirá e voltará a Deus a cada transgressão; mas não haverá nenhuma compaixão para aqueles que, orgulhosamente, determinarem que a graça tornou os mandamentos do Senhor do reino sem nenhum efeito.

De uma forma imediata e usando a resposta mais convencional e disponível, poderíamos dizer que é a construção da nossa vida sobre a Palavra de Deus, supostamente contida na Bíblia. Aliás, a primeira leitura pertence a um sermão de Moisés, o grande profeta: “As palavras que vos digo gravai-as no vosso coração e na vossa alma, atai-as à mão como um sinal e sejam como um frontal entre os vossos olhos… Procurai pôr em prática os preceitos e normas que, hoje, vos proponho” (Dt. 11:18, 26-28, 32). São palavras que se tornam corpo na vida e fazem caminhar na justiça.

Construa na rocha ao colocar em prática a Sua Palavra. Procure ouvir e praticar a Palavra de Deus. Procure uma Igreja Evangélica que pregue a Bíblia, ouça e pratique as palavras que ouviu de Jesus e passe a viver uma vida sólida de sucesso. Tudo o que fazermos aqui gera consequências nesta vida e para a eternidade. Construa a sua vida sobre a Rocha que é Jesus, e então não importa a dificuldade, não importa o problema, não importa quão forte seja o vento da sua vida, ou a tempestade que queira derrubá-lo, não importa o sol ou a chuva, o dia ou a noite, mesmo que fique triste, pois somos humanos, se apegue mais a Ele, busque mais d’Ele, confie mais nEle, pois a sua casa está edificada sobre o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores. Fazendo isso você está edificando para a Eternidade. Pense nisso.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Do Vale Para o Rio

Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam” (Sl. 23:4).
Introdução
Suas palavras descortinam diante de nós a cena do vale das sombras da morte. E, antes de seguirmos o salmista até o final de seus versos, nos regozijamos, ao ver que esse vale sombrio se torna numa bela avenida que nos leva para Deus e para a sua eterna mansão.
É sublime a fé e a confiança do poeta Davi em Deus. Sua serenidade é tão clara e plácida como a infinita segurança garantida por Deus. O salmista nos fala de escuridão, de inimigos, de montanhas, de desfiladeiros, de tristeza, de aflições e de deceções. Mas também nos fala de um Pastor que anda com ele, e cujo único propósito é o de achar alimento para as suas ovelhas, e protegê-las de feras e de ladrões. Quão indefesas e desamparadas ficam sem o Pastor! Nenhuma vida pode ir muito longe sem que o Pastor a alimente e proteja. Com ele, elas estão em segurança, de nada necessitam, e não temem nada, nem se sentem desanimadas.
À medida que tentamos descobrir a significação desse capítulo, percebemos que ele tem um cenário de fundo cheio de desassossego, confusão, hostilidade, canseira, pobreza; de dura caminhada, de problemas muito perturbadores, de reais perigos de vales profundos, de inimigos cruéis, bem como de um pensamento constante sobre o que está além, no infinito remanso da presença de Deus.
Como podia alguém, nos dias da Antiga Dispensação, mil anos antes da vinda de Cristo a este mundo, sem as luzes de grande parte do Antigo Testamento e de todo o Novo, e sem os benefícios dos ensinos do Senhor Jesus, chegar a ter uma conceção tão clara e santa dessas coisas que tanto importam ao coração humano?
Tudo quanto diz respeito à vida humana é aqui tratado por esse Pastor. Davi identifica-o como Alguém que trata de modo completo o problema do descanso e da canseira; que resolve, de modo exato, o problema da fome e das necessidades corporais; que, como renomado perito, elimina e expulsa o temor; e que, com a sua presença de Bom Pastor, torna luminosos e esplêndidos os vales da própria morte.
Vemos que o Espírito Santo que falou aos ouvidos e ao coração de Davi é o mesmo que ainda hoje revela ao nosso coração o oculto significado dessa verdade. Ele é o nosso intérprete. Ele toma essas palavras que têm mais de três mil anos, e a todos os corações torna a sua mensagem muito clara, lúcida e inesquecível.
A vida é uma mistura de tristezas e alegrias, vitórias e derrotas, sucessos e fracassos, montanhas e vales. Hoje estaremos meditando em como sair Do vale para o rio. E a boa notícia é que Deus está presente mesmo quando passamos por vales escuros, por nossos dias de escuridão.
Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei perigo algum, pois tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me protegem” (Sl. 23:4)
O Senhor é o nosso Protetor e Líder
Quando lemos o versículo 4, temos diante de nossos olhos o quadro que Davi nos pinta do Pastor como guardião e protetor. Temos aqui a porção mais preciosa de salmos 23.
Revela-nos essa passagem a perfeita confiança que caracterizou a carreira e as horas derradeiras de muitos santos de Deus aqui na terra. Encontramos aí duas palavras úteis à nossa vida. A primeira é uma mensagem de paz para todo aquele que anda com o Pastor. Uma mensagem de poder para todos quantos encaram a vida como um caminho inexplorado. O quadro que o salmista nos apresenta é o do pastor andando e avançando, e que tem nas mãos o cajado e o bordão, prontos para qualquer emergência. Confiante e seguramente, com palavras encorajadoras, o pastor conduz as ovelhas pelo vale da sombra da morte. Então ele diz: “Não temerei mal algum, porque tu está comigo”.
Estamos certos de que nesse lindo versículo o salmista não está primariamente fazendo referência ao instante da morte, porque para o cristão esse momento não é o vale escuro. Sim, o instante final para o crente está muito longe de ser um momento atemorizador. Há inúmeras experiências na estrada da vida que são bem mais pungentes e angustiosas do que aquela em que Jesus vem para nos levar para a eterna mansão.
Davi, evidentemente, estava descrevendo o pastor ao conduzir as suas ovelhas, ao levar o seu rebanho dum lugar de alimentação para outro, ou de volta das pastagens para o curral, ao cair da tarde. As sombras já cobriam as estreitas gargantas por onde o pastor as conduzia. Inimigos hostis podiam estar à espreita para arrebatar uma, duas ou mais ovelhas. Feras bravias já as podiam estar rondando, e isso tornava a jornada bem mais perigosa. Os desfiladeiros por onde as ovelhas só poderiam passar uma de cada vez, uma atrás da outra, tangidas pelo pastor, inspiravam medo ao coração de todas.
Davi afirma, que na vida, quando surgissem experiências assim, ele não temeria nunca, porque o seu Pastor estaria sempre presente. Aquele que o conduzira a sossegados lugares de descanso e que o guiara pelas duras labutas de cada dia, e que prazerosamente daria a sua vida para protegê-lo e escudá-lo, estava presente, e, por isso, não temeria coisa alguma.
Quantas refrigerantes recordações banham a nossa alma e elevam o nosso espírito, ao contarmos o número de vezes em que nos vimos necessitados e angustiados, e em que o eterno e Bom Pastor esteve ao nosso lado!
Quando o apóstolo Paulo se viu em aflição, Jesus lhe disse: “A minha graça te basta” (2 Co. 12:9). Isaías assim se expressou: “Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti” (Is. 26:3). Ouçamos de novo o que afirma o profeta Isaías: “Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu. Quando passares pelas águas, eu serei contigo; quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti. Porque eu sou o Senhor teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador” (Is. 43:1-3). Por certo, nada nesta vida tem tanto valor como esta certeza de termos o divino Pastor como nosso amoroso Pastor, e de que, a cada momento da jornada, seja na estrada larga, seja nos trechos apertados, e mesmo nos sombrios lugares de perigo e angústia, podemos estar certos de que ele está presente! Sim, sempre presente.
Exemplos de Vales
- Josué menciona o Vale da Desgraça: “E puseram em cima dele um montão de pedras... É por isso que... o nome daquele lugar é vale da Desgraça” (Js. 7:26). Pelo pecado de Acã, a porta de esperança transformou-se num vale da desgraça;
- Davi menciona o Vale árido: “o qual, passando pelo vale árido, faz dele um manancial” (Sl. 84:6). Quando estamos revestidos pela “Força Divina”, então seremos capazes de transformar tristeza e sofrimentos em alegria e bênçãos. Os lugares por onde passarmos, de áridos e secos, tornar-se-ão cheios de flores e de chuvas abundantes e, vidas serão atingidas e abençoadas por esse Manancial.
- Oseias menciona o Vale da Aflição: “... e transformarei o vale da aflição em uma porta de esperança” (Os. 2:15). Essa é direção que o Espírito Santo faz em nossa vida, mesmo no meio dos problemas, nos faz olhar para cima, para a frente, para um lugar de esperança. Olhamos com fé para o futuro pois sabemos que Deus tem algo melhor para nós!
Jesus é o que garante a transformação de vales de problemas, dor, pecado, vergonha, em memoriais de esperança, Ele é quem nos atrai com cordas de amor eterno para uma direção particular, onde reine o amor, a paz, e a alegria.
No Salmo 23:2, Davi fala do vale da sombra da morte. Em hebraico, essa expressão significa o Vale da Escuridão Profunda.
Verdades Sobre os Vales
Há três factos a respeito dos vales que quero compartilhar:
a) Os vales são inevitáveis - Os vales são inevitáveis na nossa vida espiritual, e mais cedo ou mais tarde, alguns vales aparecerão para nos desafiar. Não dá para fugir, a melhor coisa a fazer é enfrentá-los! Os nossos vales são para que Deus seja glorificado através da nossa vida. Vale também que os vales podem ser: Lugar de Bênção (2 Co. 20:26); Lugar de Restauração (Ez. 37:1-14); Lugar de Exaltação (Is. 40:4); Lugar de Manifestação da Glória de Deus (Ez. 3:23).
É impossível viver sem nos vermos na escuridão e num vale sombrio em algum momento da vida. Alguns vales duram muitos anos, outros semanas, outros, frações de segundo, ou mesmo apenas uma noite, mas é impossível que um ser vivo, passando neste mundo caído, não se defronte em algum momento com o vale de escuridão. Jesus disse que no mundo nós teríamos aflições. Ele não disse que seria possível, mas Ele afirmou categoricamente que as teríamos.
Os vales vão acontecer, conte com isso. Você ou acabou de sair de um vale, ou está passando por um vale, ou está a caminho de um vale. Depois de cada montanha vem um vale. Jesus foi bem realista a esse respeito. Em João 16:33, ele afirmou: “No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo”. A questão não é se acontecer, mas quando. Experimentamos sofrimento, tristeza, doença. Há tempos de frustração, fracasso, fadiga. “Faz parte” da vida normal.
b) Os vales são imprevisíveis - Eles não estão no nosso planeamento. Não podemos antecipá-los. O vale pode chegar a cada um de nós hoje à noite, ou dentro de poucos minutos, inclusive. O vale chega sem avisar, como disse Jeremias, o profeta, “ele chega de súbito”.
Não é possível planeá-los, agendá-los, demarcá-los. Os vales vêm justamente nas horas mais inesperadas. Alguma vez um pneu do seu carro furou na hora apropriada? Simplesmente acontece. E, geralmente, quando menos se espera, nas horas mais inconvenientes.
Os vales chegam de repente. Eles são imprevisíveis. Você já percebeu como um dia bonito, pode tornar-se num dia terrível? Um telefonema, uma carta, um diagnóstico médico, um acidente..... “Uma desgraça vem atrás da outra... De repente, as nossas barracas são destruídas, e as suas cortinas são rasgadas em pedaços” (Jr. 4:20)
c) Os vales são imparciais - Vales são lugares pelos quais todos nós passamos: brancos e negros, pobres e ricos, velhos e crianças, portugueses e japoneses, e assim por diante. Por esta razão, quando passar pelo vale, não precisa de se culpar, achando que é um ser humano pior do que os outros que não estão atravessando o vale, ou duvidar do amor de Deus por si, como se o amasse menos do que aos outros que não estão atravessando o vale. Vales são imparciais, como diz a palavra de Deus, “o sol vem sobre justos e injustos”, mas também a noite escura vem sobre todos. Mas a boa notícia é que os vales são temporários. Eles não duram para sempre. Alguém disse que “não há bem que sempre dure, e não há mal que nunca acabe”. Os vales têm um período de duração definido, mesmo porque a vida não é um vale. Nós passamos pelo vale, mas a vida não é um vale. E a razão pela qual o vale é tão identificado é que ele é uma exceção à vida.
Quando começamos a tratar a vida como um vale, fazemos com que todo o nosso corpo seja tenebroso. Talvez seja isso o que Jesus tenha dito no Sermão do Monte, dizendo que os nossos olhos precisam ser iluminados, para que possamos enxergar o mundo como de facto ele é, e a vida como de facto ela é. Porque se enxergarmos apenas as dimensões escuras e sombrias, a vida se torna insuportável e nós desfalecemos
Ninguém está imune contra vales. Ninguém tem isenção de dor e sofrimento. Ninguém recebe ‘passe-livre’ de problemas. Todo o mundo tem problemas – pessoas boas e não tão boas. Vales não são uma indicação de que você é necessariamente uma pessoa má. Significa que é uma pessoa. A Bíblia deixa claro que coisas boas acontecem às pessoas más e, outras vezes, coisas más acontecem às pessoas boas.
Em Mateus 5.45 Jesus declarou: “Ele faz o sol brilhar sobre os bons e sobre os maus e dá chuvas tanto para os que fazem o bem como para os que fazem o mal”.
Quando passamos por uma situação difícil – um vale – a primeira reação é sempre “Por quê eu?” Você acha que deveria ficar isento dos problemas? Que deveria ser a única pessoa sem nunca ter uma tragédia, prejuízo, perda de um ente querido? Ao invés de dizer “Por quê eu?” reconheça que os vales vão acontecer, porque você é um ser humano. Lembre-se de que este mundo não é o céu ainda. As coisas não são perfeitas, há problemas e dificuldades. Os vales vão acontecer – às pessoas boas, cristãs.
Os cristãos passam por vales assim como qualquer outra pessoa. Ficam dececionados, ficam doentes, sofrem tragédias, perdem pessoas queridas, tem dificuldades financeiras e etc. O povo de Deus tem problemas familiares, passa por vales assim como as demais pessoas. Mas existe uma diferença... e é uma grande diferença.
A diferença para o cristão não é a ausência do vale, mas a presença do Pastor. Deus está connosco. “como fui com Moisés, assim serei contigo; não te deixarei, nem te desampararei” (Js. 1:5)
lembrem-se disto: Eu estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt. 28:20). Ele garante a cada humilde discipulo que jamais haverá um dia em que o Senhor não esteja perto, embora ele possa até ser tempestuoso.
De Onde Procedem os Vales?
Os vales podem vir de três fontes:
a) Do diabo – O inimigo de Cristo deseja ferir o Pastor, ferindo o seu rebanho, por isso, ele tem prazer em ver as pessoas no vale. Para isso ele arma ciladas...
Estejam alertas e vigiem. O Diabo, o vosso inimigo, anda ao redor como um leão que ruge, procurando a quem possa devorar” (I Pe. 5:8). A fome do leão que busca a sua presa é um símbolo do insaciável desejo de nossos inimigos espirituais que querem nossa destruição.
b) Do próprio homem – Deus não tem sofrimento, tristeza, angústia, depressão e solidão para nós! Pelo contrário, Deus tem uma vida maravilhosa cheia de paz. Vamos para o fundo dos vales muitas vezes, porque tiramos os olhos de Deus e olhamos para as circunstâncias, tomando decisões equivocadas sem consultarmos a Deus e sem estarmos em sua dependência, achando que somos os donos do nosso próprio destino. “Consulta a Deus, para saber se prosperará o caminho que levamos” (Jz. 18:5).
c) De Deus – Embora Deus não tenha prazer em nos fazer passar por vales, isso acontece quando Ele tem um propósito em mente. Os melhores diamantes levam tempo para serem lapidados e polidos. Portanto não importa qual o vale – Ele tem um bom motivo. “… ainda que, por um pouco de tempo, sejam entristecidos por todo tipo de provação” (1 Pe. 1:6). Mas depois de tudo, comparada com a eternidade diante de nós a provação é apenas efémera e necessária para todos.
E essa pequena e passageira aflição que sofremos vai nos trazer uma glória enorme e eterna, muito maior do que o sofrimento” (2 Co. 4:17).
Qual é o Propósito de Deus para esses Vales?
a) Todo vale serve para um propósito - Os vales não são sem propósito em nossa vida, e se Deus permite é porque Ele tem um propósito. Ele quer trabalhar a nossa vida espiritual, os vales produzem paciência. Não é fácil reconhecer que os vales podem trabalhar nossas vidas, mas com certeza é isso que Deus trabalha em nós.
Mesmo aqueles bem pequenos, inconsequentes; aquelas coisas que parecem meras irritações, elas servem para algum propósito. Ele deseja nos transformar e amadurecer.
Cada vale faz com que cheguemos mais perto do propósito final: o Reino de Deus. Muitas vezes Deus não nos fala diretamente, mas nos conduz através dos vales.
Portanto se estiver passando por vales na sua vida, lembre-se de alguns alertas da palavra de Deus: toda a tribulação é passageira e produz um peso eterno de glória.
b) A fé se desenvolve nos vales da vida - Deus nos dá promessas. Precisamos crer em Deus e em sua palavra. O Senhor deu sonhos a José e ele tinha fé suficiente. Porém, precisava também de paciência, pois a realização do propósito divino iria demorar. Deus está mais interessado no nosso caráter do que no nosso conforto ou conveniência. Ele está interessado na nossa integridade. Às vezes para desenvolver essas qualidades em nós, Ele precisa de nos enviar para os vales.
Deus quer nos tornar semelhantes a Jesus Cristo. Será que Jesus ficou isento de sofrimentos? De forma alguma. Por que deveríamos nós ter isenção? Será que Jesus foi tentado? Sim. Será que Jesus foi mal entendido e criticado injustamente? Sim. Será que isso também acontecerá connosco? Não resta a menor dúvida. Por que deveria ser diferente connosco?
Deus não quer causar-nos mal. Agora, será que Deus pode usar os vales para o nosso bem? É claro que sim. Ele pode usar até mesmo o mal que outras pessoas intentaram contra nós. Deus usa os vales da vida para nos fazer crescer.
O Que Fazer Durante a Passagem pelo Vale Escuro?
Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei perigo algum, pois tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me protegem” (Sl. 23:4)
a) Recusar o desânimo - Davi diz “que eu ande” e não “que eu corra” ou “que eu entre em pânico e pare” ou “fuja.” Andar significa dar passos firmes e conscientes, através do vale. Davi estava dizendo “Eu vou enfrentar” os vales que surgirem em minha vida.
O desânimo incapacita a nossa vida espiritual. O desânimo nem sempre é pecaminoso, mas leva ao pecado frequentemente. Ele é a ferramenta utilizada pelas forças espirituais do mal para que abandonemos a luta por uma melhor qualidade de vida. O desânimo torna a pessoa apática, conformada. Portanto recuse-se a ficar desanimado e enfrente a vida como crente dotado de coragem e confiança. Nesses momentos precisamos de voltarmo-nos para o Senhor e permitir que ele nos ajude a superar a depressão, para que não nos enfraqueçamos e nos afastemos dele. Não é possível rodear o vale. Não é possível passar por debaixo ou por cima do vale. Só podemos passar pelo vale.
b) Recusar o medo - A Bíblia tem muito a dizer sobre o medo. Na verdade, ela menciona dois tipos de medo. O primeiro tipo é benéfico e deve ser encorajado. O segundo tipo é um detrimento e não só deve ser desencorajado, como também superado. O primeiro tipo de medo é o temor de Deus. Esse tipo de medo não é necessariamente um medo que significa ter medo de algo. Ao invés disso, é um temor respeitoso de Deus; uma reverência pelo Seu poder e glória. Esse tipo de medo também é um respeito adequado à Sua ira. Em outras palavras, é um reconhecimento total de tudo o que Deus é através de um conhecimento mais profundo dEle e dos Seus atributos.
O temor de Deus traz consigo muitas bênçãos e benefícios. Salmo 111:10 diz: “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; têm bom entendimento todos os que cumprem os seus preceitos; o seu louvor subsiste para sempre”. Provérbios 1:7 diz: “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; mas os insensatos desprezam a sabedoria e a instrução”. Portanto, podemos ver como tanto a sabedoria quanto o conhecimento começam com o temor a Deus.
Além disso, Provérbios 19:23 diz: “O temor do Senhor encaminha para a vida; aquele que o tem ficará satisfeito, e mal nenhum o visitará”. Novamente em Provérbios 14:27: “O temor do Senhor é uma fonte de vida, para o homem se desviar dos laços da morte”. Provérbios 14:26 afirma: “No temor do Senhor há firme confiança; e os seus filhos terão um lugar de refúgio”. Nesses versículos podemos ver que o temor de Deus fornece vida, segurança aos filhos, proteção do maligno, confiança e satisfação.
Desses versículos podemos ver como o temor de Deus deve ser encorajado. O temor de Deus é a base para andarmos em Seus caminhos, e para servirmos e amarmos a Ele. No entanto, o segundo tipo de medo mencionado na Bíblia não é bom e deve ser desencorajado e superado.
Os crentes não devem ter medo de Deus. Não há nenhuma razão para que tenhamos medo dEle. Temos a Sua promessa de que nada pode nos separar do amor de Deus (Rm. 8:38-39). Temos a Sua promessa de que Ele nunca nos vai deixar ou nos abandonar (Hb. 13:5). Temer a Deus significa ter uma reverência por Ele tão grande, que vai certamente influenciar como vivemos nossas vidas. Temer a Deus é respeitá-lO, submeter-se a Ele e louvá-lO com admiração.
Davi diz: “não temerei...”.
Como Poderei Andar, Sem Medo?
a) Focalizando-se no poder de Deus e não no problema - “Porque Deus não nos deu o espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação” (2 Tm. 1:7). No entanto, às vezes estamos com medo, às vezes esse “espírito de medo” vem sobre nós, e para ter vitória sobre esse sentimento, precisamos confiar e amar a Deus completamente. É isso que é necessário. João 4:18 nos diz: “No amor não há medo antes o perfeito amor lança fora o medo; porque o medo envolve castigo; e quem tem medo não está aperfeiçoado no amor”. No entanto, ninguém é perfeito, e Deus sabe disso. Por isso Ele espalhou encorajamento contra o medo por toda a Bíblia. Começando com o livro de Génesis e continuando até o livro de Apocalipse, Deus nos diz para não temer.
Por exemplo, Isaías 41:10 nos encoraja: “não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça”. Novamente em Daniel 10:12, o anjo do Senhor encoraja a Daniel: “Então me disse: Não temas, Daniel; porque desde o primeiro dia em que aplicaste o teu coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, são ouvidas as tuas palavras, e por causa das tuas palavras eu vim”. Jesus disse no Novo Testamento: “Não temais, pois, mais valeis vós do que muitos passarinhos” (Mt. 10:31). Esses versículos se referem a muitos tipos diferentes de medo. Deus nos diz para não ter medo de ficarmos sozinhos, de sermos muito fracos, de ninguém nos escutar, e para não temer por nossas necessidades físicas. Essas admoestações estão presentes por toda a Bíblia e se referem aos vários aspetos do “espírito de medo”.
No entanto, esses “não temais” dependem da nossa habilidade de colocar nossa confiança e fé no Senhor. No Salmo 56:11, o salmista escreve: “em Deus ponho a minha confiança, e não terei medo; que me pode fazer o homem”? Esse é um testemunho maravilhoso do poder da confiança em Deus. O que o salmista está dizendo é que independentemente do que acontecer, ele vai continuar confiando em Deus. O segredo para superar o medo, então, é andar sem medo, com confiança total e completa em Deus.
Confiar em Deus é uma recusa de se entregar ao medo. É voltar-se para Deus mesmo nos tempos de escuridão e confiar que Ele vai consertar as coisas. Essa confiança vem de conhecer a Deus e saber que Ele é um Deus bom que quer apenas dar aos Seus filhos coisas boas. Assim como Jó disse quando estava passando por alguns dos testes mais difíceis registados na Bíblia: “Eis que ele me matará; não tenho esperança; contudo defenderei os meus caminhos diante dele” (Jó 13:15).
Quando tivermos aprendido a confiar em Deus, não mais teremos medo das coisas que temos que enfrentar. Seremos como o salmista: “Mas alegrem-se todos os que confiam em ti; exultem eternamente, porquanto tu os defendes; sim, gloriem-se em ti os que amam o teu nome” (Sl. 5:11).
O que faz a diferença é o seu foco de pensamento. É preciso que se focalize não nas circunstâncias, mas em Cristo. Não na situação, mas no Salvador. Não no problema, mas no poder de Deus.
A energia humana se esgota. A resistência humana tem limite. Para os vales da vida, precisamos de uma fonte maior que nós mesmos. Se você pensa que vai sobreviver a todos os vales da vida com base nos seus esforços próprios, pode esquecer! Nós precisamos de uma fonte de poder maior do que nós mesmos.
O Senhor está perto dos que tem o coração quebrantado e salva os de espírito abatido” (Sl. 34:18).
Conheço os planos que tenho para vós, diz o Senhor, planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro” (Jr. 29:11).
b) Relembrando-se da Companhia de Deus - Deus jamais prometeu que não teríamos dificuldades, provações e situações difíceis para solucionar em nossa caminhada. Ele jamais disse que a estrada não teria pedras ou espinhos. Mas Ele não somente promete nos capacitar, quando estivermos no vale, como também promete estar connosco a cada passo, em cada provação, em cada momento nos concedendo vida, libertação e forças renovadas. A Bíblia garante que quem está em Cristo é nova criatura, as coisas velhas já passaram e eis que tudo se fez novo (2 Co. 5:17). Quando Deus está no nosso meio, isto é, em nosso coração, passamos a ver todas as coisas dentro da ótica divina, e não na ótica humana
Quando atravessares as águas profundas de grande perturbação, eu estarei consigo. Quando atravessar os rios de dificuldades, eles não te encobrirão…” (Is. 43:2)
Deus além de prometer estar connosco a cada passo durante o vale, também nos diz que não há nada a temer, quando Jesus está por perto. Deus não está sentado no céu, olhando aqui para baixo e dizendo: “Espero que eles consigam vencer!” Ele está connosco nos vales, andando ao nosso lado, segurando a nossa mão, nos conduzindo.
É interessante observar, que a partir do verso 4, do Salmo 23, há uma mudança estratégica de linguagem. Até então, todos os pronomes pessoais estão na terceira pessoa do singular – (ler). Davi estava falando a respeito de Deus. Mas quando chega ao vale, ele muda para a 2ª pessoa. (ler). Agora ele não está mais falando a respeito de Deus, mas, sim, com Deus. “Tu estás comigo; (repetir). São os vales da vida que nos colocam face a face com Deus. De repente, o que é superficial se torna íntimo. Quando estamos passando por um vale, não devemos querer falar sobre Deus, mas devemos sim querer falar com Deus. Qualquer pessoa que é madura na vida cristã pode confirmar que é durante os vales que ficamos mais próximos de Deus. É quando nos sentimos desgastados, perplexos, desesperados e conversamos diretamente com Deus, que Ele se torna real; e diz: “Eu estou convosco. Não estais nessa sozinhos” É bom estar no topo da montanha, mas é nos vales que encontramos Deus face a face.
c) Confiando na proteção de Deus - Há muitas pessoas confiando na proteção oferecia pelos meios de segurança sem se lembrarem de Deus e da sua Palavra. É preciso quebrar os óculos escuros que nos apresentam a paisagem física como exílio amargurado. Não pense em possibilidades de fracasso; mentalize-se, sim, nas probabilidades de êxito.
Temos de confiar na proteção infalível de Deus o tempo todo, como Davi, pedindo sabedoria para reagir da maneira mais adequada. E uma das bênçãos que Deus disponibiliza para seus filhos é a sua perfeita e poderosa proteção.
Aquele que coloca a confiança na proteção Deus não vive desesperado, aflito, nem se deixa envolver por nenhuma obra do diabo. Uma das maiores tentações que o maligno usa, na qual ele sempre é bem-sucedido, é a de fazer o cristão sentir-se fraco e, com isso, ele acha que não tem condições de enfrentar as adversidades. Ora, o Senhor já mandou um recado para quem se sente fragilizado: declarar-se forte (2 Co. 12:10). Quando a pessoa age segundo a orientação divina, o poder do Altíssimo age em seu favor.
Davi ora: “Ensiana-me o teu caminho, Senhor; conduz-me por uma vereda segura” (Sl. 27:11). Podemos confiar que Deus nos dará sabedoria e proteção. Agindo assim, abrimos nossas vidas para receber a bênção por intermédio das pessoas e circunstâncias por Ele escolhidas.
Davi declara: “a tua vara e o teu cajado me protegem”. Vara e cajado eram as duas ferramentas básicas que um pastor usava para proteger e guiar as ovelhas. Uma vara tinha perto de 1 metro de comprimento, com uma saliência acentuada em uma das extremidades. Pastores, em geral, tinham grande habilidade para arremessar a vara com precisão para contra-atacar qualquer ameaça. Com isso Deus está nos dizendo: “Quando você passar pelo vale, Eu vos defenderei. Eu vos protegerei.” A vara de Deus nos dará proteção. Ele não está assentado no céu, apático e indiferente. O Bom Pastor luta por nós. Ele é o nosso defensor e protetor. Isto é o que a vara representa.
Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor de todas o livra” (Sl. 34:19).
O Teu cajado me consola” O cajado era um bastão, arredondado, longo, com um tipo de argola semiaberta na extremidade. O pastor usa o cajado para guiar e confortar. Ele usa o cajado para trazer a ovelha para perto de si; para levantar uma ovelha que cai ou que se afasta.
Conclusão
Jesus O Sumo Pastor se preocupa com as ovelhas desviadas. No Evangelho de Lucas, Ele conta uma parábola para ilustrar a sua preocupação com as ovelhas desviadas.
Se algum de vós tem cem ovelhas e perde uma, por acaso não vai procurá-la? Quando a encontra, fica muito contente e volta com ela nos ombros. Chegando à sua casa, chama os amigos e vizinhos e diz: Alegrem-se comigo porque achei a minha ovelha perdida” Lc. 15:4-6).
Finalmente, os vales estão cheios de propósitos, ou, como prefiro, os vales estão cheios de possibilidades. Alguém disse que a diferença entre o pessimista e o otimista é que “o pessimista, em cada oportunidade, vê um problema, e o otimista, em cada problema, vê uma oportunidade”. Esta deve ser a postura do cristão: ver, em cada vale, um sem-número de possibilidades e oportunidades na presença de Deus. Como diz o ditado, “por detrás de um monte de dificuldades existe um mundo de oportunidades, ou uma úlcera: depende da maneira como olhamos para o monte de dificuldades.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Em suas Dificuldades, Precisa do Socorro de Deus

Lança sobre Jeová a tua carga, e ele te sustentará” (Sl. 55:22).
Que palavra maravilhosa, que Deus nos está mandando!
Neste Salmo, o grande Poeta Davi estava pedindo livramento a Deus acerca dos seus inimigos, pois era o que ele mais tinha!
Quantos de nós já passamos por situações de extrema angústia. Momentos de dificuldades que fogem da nossa vontade e controle? Muitas enfermidades físicas e psicossomáticas são causadas pela ansiedade. A carga é uma carga pesada - é a carga da dor, da doença, da fadiga, da miséria, do remorso, da passagem por desertos e de noites escuras que nunca amanhece ou das mil preocupações da existência.
O pior é que a ansiedade é pecado. O Senhor nos adverte sobre a ansiedade em sua palavra, porque quer nos poupar de enfermidades e sofrimentos desnecessários. Quando ficamos ansiosos é como se estivéssemos inconscientemente dizendo para Deus: se eu estivesse em seu lugar agiria de forma diferente. Porém, devemos aprender que a nossa ansiedade não antecipa os planos de Deus. São tantas as nossas cargas! O que faremos com as que nos oprimem? Então, o que podemos fazer para vencer este pecado?
Nas aflições da vida não adianta ficarmos desesperados, com depressão, chorando pelas ruas, contando aos vizinhos as nossas lutas, porque eles nada podem fazer a não ser criticar, zombar atrás das nossas costas e sentir pena! Por isso, o salmista que sabia que somente Deus pode nos socorrer, ao nos aconselhar a lançarmos o fardo sobre o Senhor, está nos lembrando de que Deus não apenas cuida de nossas necessidades, ansiedades, cuidados, preocupações... que nos fazem perder o equilíbrio e são buracos na estrada que levam os cristãos a tropeçarem, mas que também nos vê como pessoas valiosas, dignas de receber seu apoio e ajuda.
Lancemos sobre o Senhor do céu e da terra o nosso fardo e Ele orientar-nos-á acerca do que fazer com os nossos cuidados, as nossas preocupações. Ele, que nos criou, sabe bem qual é a nossa estrutura, por isso a Sua Palavra aconselha-nos a não estarmos inquietos por coisa alguma (Fp. 4:6a). Ora, todas as orientações divinas devem ser levadas a sério. Devemos, obedecer ao nosso “Fabricante”, nosso Criador, pois quem agir desse modo terá bom êxito em qualquer situação.
Há pessoas que procuram esquecer a carga nas distracções e nos prazeres oferecidos pelo mundo. Só que passada a hora de distracção, a carga parece mais pesada do que nunca. Outros atiram-na fora, fogem para longe de seu peso. Mas este sistema também não funciona. Uma carga é inevitável, e se dela nos desembaraçamos antes de cumprida a sua missão, outra bem mais pesada nos será imposta.
Certamente carregam outros as suas cargas; fazem-no, porém, murmurando, levam-nas como rebeldes. Não é melhor este sistema do que os procedentes. Rebeliões e murmurações jamais aliviaram alguém, antes, exasperando mais e mais o carácter, formam pouco a pouco outra carga mais insuportável do que a primeira.
Outros atiram o fardo sobre os ombros de seus amigos. Mas esses ombros, mesmo quando voluntariamente oferecidos, cansam-se tão depressa! Querem outros levar a carga a sós, completamente sós, em orgulhosa mudez, na solidão do seu desespero. Infelizes! O peso dela os esmagará! É um preço demasiadamente caro a pagar por não dar atenção às ordenanças do Senhor.
Que fará da sua carga que o esmaga? Hesitará porventura diante do suave convite que o Senhor Lhe dirige? Interrogue o passado! Não tem Deus já amparado os seus vacilantes passos? Não o tem sustentado com a sua poderosa mão? Os espinhos, arranhões e indignidades, as desconsiderações e calúnias que sofremos na vida, longe de nos ferir, de nos tornar endurecidos de coração, longe de nos tornar a vida bela ou mais miserável, devem ser colocados inteira e completamente nas mãos do Senhor. Lance sobre Jeová a sua carga e ela tornar-se-á em nada, ele o sustentará! Ela estará sobre Ele e não sobre si. Será sustentado de tal maneira que a carga será uma bênção. Leve o assunto ao Senhor e se manterá de pé sob esse peso que, em si mesmo, o aniquilaria.
Não há sacrifício mais agradável a Deus do que um coração contrito, nem oferta mais preciosa que um espírito quebrantado. Seria impossível calcular todos os muros já edificados, todas as Jerusaléns já abençoadas, todas as congregações já despertadas, todos os avivamentos já alcançados por homens e mulheres pecadores, que pelo poder do amor de Deus, saíram do poço e foram reintegrados no claro esplendor do perdão e do favor divino. A Bíblia nos diz que “perto está o Senhor dos que têm coração quebrantado; e salva os que têm espírito esmagado”. Deus não despreza “um coração quebrantado e esmagado”, mas promete “reavivar o espírito dos humildes e... o coração dos que estão sendo esmigalhados” (Sl. 34:18; 51:17; Is. 57:15).
O nosso principal temor é que a nossa prova nos desvie da senda do dever; isto, contudo, o Senhor nunca o permitirá. Se somos justos diante dEle, o Senhor não permitirá que a nossa aflição nos mova da nossa posição. Em Jesus, Ele aceita-nos como justos, e em Jesus, Ele nos conservará assim.
Ele tem tantos meios à sua disposição para sustentá-lo! Pode sustentá-lo tirando a carga dos seus ombros, ou dando-lhe forças para levá-la, ou iluminando-o com a sua luz, fazendo-o compreender as suas razões ocultas, constrangendo-o, assim, a dar o devido valor ao misterioso benefício da sua cruz. Lance sobre o Senhor a sua carga. Jamais somos desamparados! Temos sempre a segurança de um Advogado junto à Divina Presença! Nunca somos deixados à mercê de nossos inimigos! Somos abrigados com segurança nas horas de tribulação! Salmos 37:23-25; 68:1-6, 19.
A receita é, que confiemos no Senhor, haja o que houver na vida, surjam curvas ou encruzilhadas de perplexidade, nele nos deliciemos, deixemos a seu cargo o fardo de direcção da nossa vida, descansemos consolados e confiantes nele, esperemos pacientemente, sem inquietação ou ansiedade, a plena realização dos planos de Deus em nossa vida, certos de que, no término da carreira, ele não só está presente, mas nos terá preparado com suas próprias mãos de amor uma casa que alegrará eternamente o nosso coração.
Agora para todos quantos entregam o seu caminho ao Senhor e põem nas mãos dele a direcção de sua vida, não faltará nunca a fé, a confiança a esperança e a expectação. Cada dia, então, se desenrolará diante de nossos olhos, com a mesma porção de surpresa, de aventura e de factos desconhecidos, dando-nos cada vez mais a plena consciência de que estamos confiando naquele que conhece todo o caminho, que conhece bem a nossa estrutura, que nos ama entranhadamente, que tem um programa para a nossa vida, e que está realizando o seu propósito através desse programa.
A preocupação é um sinal de medo e o medo não é fé: “O medo produz tormento” (1 Jo. 4:18), e a falta de fé pode ser uma coisa terrível e assustadora, pois, faz-nos duvidar da bondade de Deus, e assim o nosso amor por Ele se esfria; faz-nos sentir desconfiança, e com isso afligimos o Espírito de Deus, de modo que as nossas orações tornam-se impedidas; nosso exemplo consistente, desfigurado; e nossa vida, egoísta. Portanto, a falta de confiança em Deus leva-nos a afastar-nos dele; mas se, por meio da simples fé e confiança em Deus e em Sua promessa, lançarmos sobre Ele cada fardo que nos chega, e não temos cuidado de nada, uma vez que Ele assume o cuidado por nós, mantemo-nos mais próximos dele e somos fortalecidos contra muita tentação. “Tu, Senhor, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em ti” (Is. 26.3). Isso dá-nos uma sensação de descanso físico, paz de espírito, satisfação interior e bem-estar espiritual. É a fé que faz com que não nos preocupemos. É a fé que afasta o medo. Jesus disse: “Não se turve o vosso coração, credes em Deus, crede também em Mim” (Jo. 14:1). O começo da fé é o fim da preocupação! Se estiver confiando no Senhor, naquele que é amor, que é a fragrância que emana do Paraíso, sabe que Ele vai cuidar de si e não tem que se preocupar com nada, e que nunca será envergonhado, neste ou em outro mundo qualquer.
Não podemos realizar a obra enquanto estivermos curvados pelo desgaste provocado pela ansiedade e preocupações. Entregue tudo ao cuidado do Senhor, porque com o sustento divino, cumprirá a sua missão com sucesso. Que nenhuma carga quebre o descanso sabático do seu coração (Ne. 13:19). Quem quer, de facto, vencer o mal deve cumprir a receita divina: levante-se com fé sobre o que diz a Palavra de Deus, e a sua libertação será uma viva realidade. Deus sabe por que nos orienta a agirmos assim!
“Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, de amor e uma mente sã” (2 Tm. 1:7). Portanto, entregue o seu caminho, a sua vida, a sua mente, os seus pensamentos, o seu tempo e tudo ao Senhor! “Lance o seu cuidado sobre o Senhor e Ele o susterá” (Sl. 55:22)! Os ombros d’Ele são largos o bastante para levarem qualquer carga!
Dai crédito à palavra de Deus, dizendo: Ele me ama; deu a vida por mim; e Ele me salvará. …Olhai para fora de vós mesmo, para Jesus. Abraçai-O como vosso Salvador. Cessai de lamentar vossa situação desamparada pois onde o amor foi crucificado, havia um jardim; onde há amor, os desertos florescem como a rosa. Olhando para Jesus, autor e consumador de vossa fé, sereis inspirados pela esperança e vereis a salvação de Deus. Quando vos sentis tentados a lamentar-vos, forçai os lábios a proferir os louvores de Deus. “Regozijai-vos, sempre, no Senhor” (Fp. 4:4). Maravilhai-vos porque estais bebendo de fontes da eternidade! Não é Ele digno de louvor? Então ensinai vossos lábios a falar de Sua glória e a engrandecer o Seu nome... Busquemos decididamente tudo o que é verdadeiro, justo, puro e amável.
Hoje o Senhor vos diz: Não desanimeis, mas lançai sobre Mim os vossos fardos. Não podeis carregar vossos pecados. Eu os tomarei todos. ... Se confiardes em Mim, nenhum bem vos faltará. ... Aleluia!

domingo, 11 de março de 2012

Apelo Divino


“Porque gastais dinheiro naquilo que não é pão? E o fruto do vosso trabalho naquilo que não pode dar satisfação?... (Is. 55:2).

O Senhor lança um questionamento: Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão, e o vosso suor, naquilo que não satisfaz?

O Senhor criou as pessoas com fome espiritual pela verdade, isto é, percepções e ideias que alimentem as suas almas, ajudem-nas a melhor entender Deus e os Seus caminhos, e as inspirem a viver de uma forma mais saudável em todos os aspectos. Mas, infelizmente, o apetite espiritual de muitos foi pervertido pelas coisas erradas que leram ou às quais assistiram, como acontece quando se desenvolve o gosto por porcarias e doces, preferindo estes aos bons alimentos integrais.

Aquilo que não é pão, aquilo que não pode dar satisfação… Eis aqui a grande revelação do Senhor: são, os bens e prazeres oferecido pelo mundo à alma faminta e sedenta, que vale mais do que o mundo todo.

Mas tais bens não são dados gratuitamente: vende-os o mundo, e a um preço muito alto. O mundo não dá nada por nada: em troca dos seus bens pede a uns o tempo, as vigílias, os mais assíduos pensamentos, toda a atenção intelectual e nervosa de que são capazes; a outros, a reputação e a honestidade; a outros, ainda, a consciência, a própria alma…

Se ao menos esses bens, comprados por preço tão elevado, nos pudessem satisfazer por uma hora! Mas não: tais bens, tão enormemente caros, não podem dar satisfação! Não satisfazem! Prova isso o facto de que ninguém que deseja unicamente os bens do mundo se declara satisfeito com o que obtém e suspira por mais. Não satisfazem! Prova-o a desilusão amarga daquele que, obtido o novo objecto dos seus desejos, não encontra senão um pouco de pó nas mãos; ou daquele que, imaginando adquirir com os seus bens admiração e respeito, percebe não ter suscitado senão inveja, rancor e desprezo. Não satisfazem. Prova isso de que nenhum desses bens jamais contribuiu para elevar a alma, torná-la melhor, encaminhá-la pela estrada da beleza ideal e da virtude. Antes, ao invés de satisfazê-la, deixam-na esgotada e deprimida, corrompendo as suas energias; ao invés de alimentá-la, não fazem senão torná-la mais fraca e enferma; ao invés de alimentar-lhe as fontes da vida, secam-nas, e conduzem-na passo a passo à morte.

Sabes tudo isto! Por que, pois, continuas a gastar dinheiro naquilo que não é pão, e o fruto do teu trabalho naquilo que não pode dar satisfação (Is. 55:2)? As pessoas que fazem isto só conseguem ver a superfície, somente compreendem que ele é o filho de José; não percebem, não crêem que ele vem do Pai, como alimento de nossa existência: ele é o sustento, o alimento da nossa vida.

Dois Tipos de Pão

É comum autores não cristãos ou mesmo aqueles que são hostis a Deus citarem a Bíblia por qualquer motivo. Alguns o fazem irreflectidamente, outros para demonstrar sua erudição ou conhecimento da Bíblia. Uns simplesmente desejam zombar da Palavra. A Bíblia é a santa e a inspirada Palavra de Deus; ela não deve ser citada à toa ou frivolamente.

Na entrada de determinado centro cultural está escrito o seguinte versículo em letras garrafais, que podem ser lidas à distância: “Nem só de pão viverá o homem.” Apesar da verdade que essa parte do versículo expressa, é lastimável que as palavras de Jesus em Mateus 4:4, citando Deuteronómio 8:3, não tenham sido reproduzidas na íntegra: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”.

O pão é necessário para a alimentação do corpo, mas a cultura, a ciência, a filosofia e as artes não alimentam a alma. Pelo contrário, tudo isso tende a nos fazer a alma definhar, afastando-a de Deus. Precisamos da Palavra de Deus, expressão de Seus próprios pensamentos, por isso, palavra de salvação e vida. O profeta Jeremias disse: “Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração” (15:16). Na luz da Palavra de Deus, reconhecemos que somos pecadores, mas também vemos que Deus nos deu um Salvador: o Senhor Jesus Cristo.

Não perca tempo com o mundo, não se iluda, procurando saciar a sua fome de vida com coisas que não alimentam o coração, não gaste tempo com o mundo, nós somos peregrinos nesta terra. Temos necessidades sim, que devem ser supridas, para isso não deixamos de trabalhar e proporcionar sustento e até mesmo conforto, para nós e nossa família. Mas façamos tudo para a glória de Deus, façamos tudo com excelência, pois estamos fazendo para o Senhor. “Ah! Todos que tendes sede, vinde às águas. Vós, os que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei; comprai sem dinheiro e sem pagar, vinho e leite. Por que gastais dinheiro com aquilo que não é pão, e o produto do vosso trabalho com aquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me com toda atenção e comei o que é bom. Escutai e vinde a mim, ouvi-me e havereis de viver” (Is. 55:1-3)! Coma do que Deus tem para a sua vida, edifique-se na palavra de Deus, e certamente se deleitará com os mais finos manjares de Deus.

Esta representação maravilhosa, cheia de Graça e Amor, retrata o Banquete da Salvação oferecido pelo nosso Deus, o Bom Pastor, que oferece o que é bom para as Suas ovelhas, contrastando com aquilo que a Babilónia oferece, que são os prazeres do mundo. Deus quer a todos na sua Mesa Real!

A salvação é Graça recebida por fé, sem dinheiro e sem preço. Tudo o que é necessário é que as pessoas tomem para si o que Deus lhes oferece.

Jesus afirma que ele dá o sustento verdadeiro à nossa vida. Jesus quer dar-nos sobretudo de Si mesmo e a sua Palavra: sabe que distanciando-nos dEle, nos encontraremos logo em dificuldade, como o filho pródigo da palavra, e sobretudo perderemos a nossa dignidade humana. E por isto, o Senhor nos assegura que Ele é bondoso e a sua misericórdia é sem limites, que os seus pensamentos e as suas vias não são como as nossas! - e que podemos sempre retornar a Ele, à casa do Pai. Nos assegura que se acolhermos a sua Palavra, a mesma trará frutos bons para a nossa vida, como a chuva que irriga a terra (Is. 55:10-11). Quem pode pôr medida à sua bondade? Ele não somente é pão e sustento de nossa vida de modo figurado. Para surpresa nossa, para escândalo do mundo – e até de tantos cristãos que estão separados da Igreja de Cristo – o Senhor revela: “O pão que eu darei é a minha carne para a vida”! Com ele, a vida tem sentido, tem rumo, tem razão de ser; com ele, descobriremos porque vivemos, descobrimos de onde vimos e para onde vamos, descobrimos que somos amados e somos fruto de um sonho de amor; com ele, finalmente, temos a paz! “Eu sou o pão da vida! Precisais mais de mim que vosso corpo do pão de cada dia. Quem come desse pão que sou eu, isto é, quem se alimenta de meu amor, de minhas palavras, de meu caminho, nunca viverá uma vida de mentira, de ilusão, de morte; antes, viverá de verdade”!

Bons Concelhos

Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me atentamente e comei o que é bom, e a vossa alma se deleite com a gordura” Is. 55:2).

Muita gente gasta fortunas com muitas coisas tentando conseguir paz, saúde, prosperidade e felicidade conjugal. Os filhos de Deus, que são praticantes da Palavra, têm a obrigação de conseguir o que precisam pela fé. Pelo modo como vivem, eles devem mostrar a diferença entre os que praticam a fé e os que não o fazem. A autoridade deles deve ser vista pelas suas acções.

A procura pela felicidade é enorme. Há quem despenda muito dinheiro com artigos religiosos, como, por exemplo, aqueles usados em práticas de magia negra. Esse tipo de fé leva os que a elas se entregam às profundezas do mundo espiritual da maldade. As pessoas que se dão a isso sempre estão caindo, pois “um abismo chama outro abismo” (Sl. 42:7a). O pior é que elas pagam muito para se livrarem das dificuldades, mas nada conseguem. De facto, o diabo é mau até para os que dedicam a vida a ele.

Há indivíduos que vão pouco à casa de Deus e usam como desculpa – além do alto preço da passagem do autocarro – o facto de amarem ofertar, mas não possuírem recursos para isso. Dessa forma, sentem vergonha e somente vão aos cultos quando a situação financeira melhora. No entanto, Deus não Se agrada de quem deixa qualquer obstáculo impedi-lo de estar em Sua casa.

O bom cristão, aquele que deseja aprender mais, precisa de investir o produto do seu trabalho nos assuntos normais da vida e, principalmente, no entendimento espiritual. Esse servo do Senhor compra bons livros que falam da fé, CDs com músicas inspiradas, e fazem cursos que os levam a dominar os segredos dos vencedores. Gastar o dinheiro, o produto da sua vida, em coisas que não têm o sustento de Deus é vaidade.

O segredo do sucesso é ouvir o Pai atentamente, com o desejo de aprender e, tendo aprendido, executar o que o próprio Deus lhe ensinou. Quem não cumpre o que recebeu da Palavra jamais consegue se libertar dos ataques do inferno. Afinal, o Altíssimo lhe dá o poder para destruir todas as obras de Satanás.

Todos os filhos de Deus precisam alimentar-se e saborear o que é bom. O que é bom para comer? Sem dúvida, é a “carne” de Jesus, a Palavra de Deus. Aquele que dEle se alimenta tem a vida do Senhor, a qual o torna forte e capacitado para toda boa obra.

O Pai deseja que a sua alma se encha da energia do Espírito Santo, esteja sempre alegre e bem-disposta. O Senhor não planejou nem aceita que um de Seus filhos fique nas mãos do inimigo. Ele perdoa aos que caem, levanta os que estão prostrados e torna forte aquele que se sente fraco e inabilitado (Is. 40:29). Deus quer usá-lo!

A humanidade tem visto a pobreza do mundo, tem visto a profunda miséria de seres humanos que não têm o que comer, não têm o que vestir, e não têm para onde ir. Os ricos se banqueteiam fartamente, se vestem como reis e rainhas e gastam o seu dinheiro naquilo que não é pão, isto é, gastam o seu dinheiro em coisas fúteis, supérfluas e inúteis, enquanto milhares de pessoas não tem um bocado de pão para comer. É por isso que Jesus disse que “é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus” (Mt. 19:23-24). Portanto, todo aquele que tem condições de ajudar a sanar a pobreza do mundo com os seus recursos e não o faz, Deus cobrará com justiça toda a caridade que se tem negligenciado, porque “Deus há-de trazer juízo a toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom quer seja mau” (Ec. 12:14).

Quem com muito dinheiro, renunciaria boa parte de sua fortuna para matar a fome de milhares de pessoas? O que são as riquezas desta vida comparado com o que Deus tem a oferecer? Deus nos oferece tudo o que de melhor existe e que não vemos agora, mas que nos é assegurado: vida eterna, juventude eterna, os melhores alimentos e em abundância, paz e felicidade completa e perfeita. Por acaso não são estas coisas que todos buscam? Muitos buscam nos lugares errados e acabam sendo enganados pelo inimigo. A Palavra de Deus aponta o caminho certo, mas nem todos estão dispostos a seguir este caminho, pois muitas vezes exige sacrifício e renúncia, humildade e amor ao próximo.

A esta Palavra que o Senhor dirigiu mediante o profeta Isaías, possa cada um nós responder com o refrão do Salmo: “Chegaremos com alegria às fontes de salvação”. Como pessoas adultas, temos o compromisso de atingir fontes boas, pelo nosso bem e daqueles que foram confiados à nossa responsabilidade. Aleluia!