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terça-feira, 31 de julho de 2012

Ceifando Por Revelação


Ceifando Por Revelação
“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até os confins da terra” (At. 1:8).
     Introdução
Não é suficiente conhecer as estratégias da colheita espiritual. Precisamos também de compreender o método e o instrumento da colheita. O método é o modo como usamos as estratégias que temos aprendido. Devemos fazer a obra de Deus do modo de Deus. O modo de Deus é o da divina revelação e resulta em reprodutividade espiritual (Is. 30: 21, 23).
Isto é colher por revelação de Deus, ao contrário de colher pelos métodos do homem.
Mordomos do mistério
Crentes são “mordomos dos mistérios de Deus”. Um mordomo é alguém que tem responsabilidade por alguma coisa em nome de outra pessoa. Um mistério é alguma coisa não conhecida por outros. Deus deu-nos uma comissão para...
“... manifestar qual seja a dispensação do mistério, desde os séculos, oculto em Deus, que criou todas as coisas, para que, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida, agora, dos principados e potestades nos lugares celestiais, segundo o eterno propósito que estabeleceu em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Ef. 3:9-11).
Deus revelou à Igreja o ministério da salvação através de Jesus Cristo. Pela Igreja, Ele está manifestando Seu mistério ao universo (Ef. 1:9-10).
A Igreja é o instrumento através do qual os mistérios de Deus são revelados à humanidade pecaminosa. Nossa missão é a de “ceifar por revelação”.
Uma semente o servirá
O ciclo natural da colheita é baseado no princípio de multiplicação. A semente é semeada e produz uma colheita. Dentro do fruto daquela colheita estão as sementes de uma reprodução posterior (Gn. 1:12).
Estas sementes podem multiplicar e trazer uma outra colheita. O ciclo é interminável. Neste ciclo natural nós encontramos uma grande verdade espiritual. Esta é uma das razões porque Jesus usou a colheita para ilustrar a visão de alcançar o mundo com o Evangelho.
Assim como cada grão ou fruto colhido tem a capacidade de reprodução no mundo natural, assim também é no mundo espiritual. O próprio Senhor Jesus foi mencionado como uma semente: “Lembrar-se-ão do Senhor e a ele se converterão os confins da terra. Uma semente o servirá; falar-se-á do Senhor à geração vindoura” (Tradução do inglês, Sl. 22:27, 30).
Quando Jesus morreu na cruz pelos pecados da humanidade, a semente de Sua vida foi plantada. Que rica colheita que está sendo colhida, pois multidões estão sendo salvas do pecado para a salvação e da morte para a vida. Cada crente nascido de novo é como uma semente no mundo natural. Dentro de cada um está a vida e a capacidade de reproduzir. Isto é verdade tanto no mundo natural quanto no espiritual.
O mundo foi alcançado
Jesus desafiou os seus seguidores com uma grande visão. Os campos de colheita do mundo se espalhavam perante eles. Eles não tinham nenhuma moderna tecnologia como, por exemplo, editoras, rádios, televisões e computadores, para cumprirem a sua tarefa. Eles não tinham nenhum transporte rápido tais como autocarros, carros, comboios ou aviões. Porém a Bíblia regista que em pouco tempo eles literalmente transtornaram o mundo todo (At. 17:6).
A visão foi realizada por homens que entenderam o método de multiplicação de Deus e sabiam como colher espiritualmente. Por todo o mundo os campos da colheita estão maduros, mas as almas estão perecendo a despeito de toda a nossa tecnologia moderna. A razão é que muitos não compreendem o método e o instrumento para ceifar na revelação da colheita.
O método
As igrejas modernas têm tentado muitos métodos para espalhar o Evangelho e aumentar o número de seus membros. Elas têm usado debates, prémios e programas especiais para atrair as multidões. Elas têm usado muitos planos elaborados pelos homens na tentativa de realizar a obra espiritual. Mas a obra espiritual deve ser feita por métodos espirituais. Deus não deixaria seus seguidores com tão grande visão para realizar sem providenciar um método para torná-la realidade.
O método pode ser visto no paralelo natural do fruto da colheita que tem a capacidade de reproduzir. Isto é resumido em 2 Timóteo 2:2 - “E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idóneos para instruir a outros”.
O mundo não foi alcançado apenas pelos doze apóstolos de Jesus Cristo. Cada crente foi um cristão reprodutivo. O mundo hoje nunca será alcançado se apenas os ministros e missionários de tempo integral se esforçarem. Não há um número suficiente deles. Noventa e nove por cento da igreja é composta de leigos. Esta é a força de trabalho que deve ser motivada se realmente queremos alcançar três biliões de almas para Jesus Cristo.
A Bíblia regista que uma grande perseguição veio contra a igreja primitiva em Jerusalém e... “... os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra” (At. 8:4).
Os apóstolos, que eram os líderes da igreja e ministros de tempo integral, permaneceram em Jerusalém (At. 8:1). Foram os crentes dispersos que iam por toda parte pregando a Palavra. Aqueles irmãos dispersos eram pescadores, fazedores de tendas e costureiras por ocupação, mas sua principal preocupação era espalhar a mensagem do Evangelho.
Quando Saulo estava perseguindo a igreja primitiva, está registado que ele não entrava nos “templos”, mas sim em “cada casa” para prender os crentes (At. 8:3). Isto foi porque cada lar era um centro de colheita espiritual. Com cada crente reproduzindo e cada lar sendo um centro de evangelismo, fechar as portas dos “templos” não impediria que o evangelho se espalhasse.
Assim como cada crente na igreja primitiva era reprodutivo, cada lar tinha uma missão especial. Por exemplo, os seguintes eventos ocorriam nos lares dos crentes:
- Atos 2:1, 46: O Pentecostes veio no cenáculo de uma casa. Após o Pentecostes, os crentes se encontravam diariamente nos lares.
- Atos 9:11, 17: Ananias foi à casa de Judas e ministrou a Paulo. Isto resultou no avanço do evangelho até aos gentios.
- Atos 10 e 11: Enquanto orava numa casa, Pedro recebeu uma revelação que resultou na extensão do evangelho aos gentios.
- Atos 12:12; 16:15, 21-24, 40: Reuniões de oração dos crentes eram realizadas nas casas de Maria, Lídia e Jairo.
- Atos 20:20: Paulo não apenas ensinou publicamente, mas também nas casas.
- Atos 21:8-14: Revelação profética foi dada a Paulo na casa de Filipe.
- Atos 28:30-31: Paulo pregou e ensinou numa casa alugada.
- Romanos 16:5; 1 Coríntios 16:15, 19; Colossenses 4:15; Filemon 2: Referências são feitas às igrejas nos lares de Priscila e Áquila, Estéfanas, Ninfa e Filemon.
Cada lar era um centro de reprodução espiritual. Cada crente estava reproduzindo.
Seu lar não é para ser um centro de defesa da guerra espiritual aonde constantemente deve estar protegido dos ataques do inimigo. Ele deve ser uma ofensiva fortaleza de guerra espiritual avançando com a mensagem do Evangelho e reivindicando o território do inimigo para Deus.
Ensinar a cada um para alcançar outro
O método é simples: cada crente reproduz outros crentes, ensinando homens fiéis que serão capazes de ensinar a outros. Assim como no exemplo natural do fruto da colheita, o ciclo é interminável. Mas os resultados deste plano facilitam a compreensão de como a igreja primitiva “colocou o mundo de cabeça para baixo” com a mensagem do Evangelho.
Deus tem usado sempre homens e mulheres para cumprir a Sua vontade. O método de Deus para colher requer homens. Os homens buscam por melhores métodos, mas Deus procura os melhores homens. O mundo toma homens capacitados e talentosos e tenta dar-lhes caráter. Deus toma homens de caráter, homens fiéis, e transforma-os em homens capacitados (1 Co. 4:1-2).
Não se requer que seja educado e/ou talentoso. Requer-se apenas que seja fiel. Homens e mulheres fiéis transmitindo o evangelho a outros homens e mulheres fiéis que são capazes de ensinar a outros... esta é a revelação de Deus para a colheita.
As ferramentas
No mundo natural não há apenas estratégias e métodos para se usar estas estratégias, há também ferramentas para a colheita. As ferramentas podem variar de uma simples foice até uma máquina complexa.
Deus também tem providenciado uma ferramenta para a colheita espiritual. Jesus disse: “Toda autoridade (poder) me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século”.
Há quatro importantes referências à palavra “tudo” ou “toda”. Os crentes são comissionados para:
- Ensinar a todas as nações
- Todas as coisas
Estas duas tarefas são a nossa responsabilidade. Elas são um sumário da visão da colheita. A responsabilidade de Deus é:
-Providenciar todo o poder para capacitar nossa tarefa e
-Estar connosco todos os dias.
Jesus disse aos Seus discípulos: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra” (A. 1.8).
O poder do Espírito Santo foi o instrumento que Jesus deu aos Seus seguidores para cumprirem a responsabilidade da visão da colheita. Para ser efetivo, o método de multiplicação deve ser revestido de poder pelo Espírito Santo.
Muitos experimentam as bênçãos do Espírito Santo. Eles sentem a unção, o regozijo e até falam em línguas. Mas a verdadeira evidência do Espírito Santo não é apenas bênção ou falar em línguas desconhecidas. A verdadeira evidência do Espírito Santo é poder. Este poder não é poder político ou físico. É poder espiritual.
Não deve estar apenas satisfeito em experimentar as bênçãos do Espírito Santo. Mas deve ir além das bênçãos para a revelação do poder de Deus.
Poder dirigido
Poder sem direção é perigoso. A mesma força de uma queda d’água que providencia água e energia pode destruir uma comunidade inteira se ela não for apropriadamente canalizada.
O poder com o qual Jesus revestiu Seus seguidores era um poder dirigido para capacita-los a testemunhar ao mundo. Ele era o instrumento que eles usaram para cumprir a visão.
- Deus é a fonte deste poder (Sl. 62:11).
- Os crentes são ordenados para receberem este poder (Lc. 24:49).
A palavra “revestidos” significa vestidos com poder. Deus quer cobri-lo espiritualmente com o Seu poder para capacitá-lo a ser testemunha Dele para o mundo.
O propósito do poder
O poder do Espírito Santo é necessário para fazer de si uma efetiva testemunha do evangelho, porque ele é uma mensagem de poder. O Seu poder tomará as suas palavras e as tornará efetivas (Lc. 4:32, 36). O Seu poder confirma a Palavra (Mc. 16:20).
Deus confirma a Sua palavra com os sinais que a acompanham. Ninguém pode esperar sinais miraculosos antes de começar a compartilhar a Palavra de Deus. Por isso, deve começar a compartilhar a Sua Palavra e então Ele trabalhará consigo confirmando as palavras que você falar.
Pense no impacto e na expansão do evangelho se cada crente testemunhasse e cada pregação dos obreiros tivesse a demonstração de poderosos sinais confirmando a Palavra liberada! Aqui está o que este poder faz:
Eele traz cura: Seu poder estará presente consigo para curar (Lc. 5:17).
Ele traz libertação: Enquanto entra nos campos da colheita, o poder de Deus trará libertação à humanidade sofrida (Mt. 10:1).
Ele traz proteção: O poder de Deus o protegerá enquanto trabalha para Ele (Lc. 10:19).
Ele confirma o Evangelho:
“Confirmar” é provar alguma coisa. O poder do Espírito Santo prova a realidade da Palavra de Deus (Jo. 6:2).
Foram os poderosos milagres de Jesus que trouxeram as pessoas até Ele. Homens e mulheres não serão atraídos ao Evangelho através de organização, denominação ou de um grande pregador. Elas virão por causa da demonstração do poder de um Deus vivo.
Ele dirige as pessoas a Deus:
Paulo escreveu: “A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana e sim no poder de Deus” (1 Co. 2:4, 5).
Paulo tinha uma boa educação e poderia ter falado com a sabedoria dos homens. Ao invés, ele ministrou no poder de Deus e na demonstração do Espírito Santo.
Sua razão? Que a fé das pessoas não fosse baseada na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus.
Todo o poder
Jesus disse: “Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões e sobre todo o poder do inimigo, e nada absolutamente vos causará dano” (Lc. 10:19).
Todo o poder foi dado a Jesus (Mt. 28:18). Através do Espírito Santo Ele delegou este poder aos crentes. Quando entra nos campos de colheita o seu método é multiplicação. A sua ferramenta é o poder.
Adquirindo o poder
Em cada promessa de Deus há duas partes: a promessa e a possessão da promessa. Jesus prometeu todo o poder. Sua responsabilidade é aceitar a possessão deste poder. Para fazer isto você deve:
Reconhecer que Ele é para hoje:
Em João 11, quando Jesus foi ressuscitar Lázaro da morte, Marta encontrou-o e disse: “Senhor, se estiveras aqui, não teria morrido meu irmão” (Jo. 11:21).
Jesus disse para ela: “Teu irmão há de ressurgir” (Jo. 11:23).
Marta disse para Ele: “Eu sei que ele há-de ressurgir na ressurreição, no último dia” (Jo. 11:24).
Jesus respondeu com uma declaração que contém um poderoso princípio: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá” (Jo. 11:25).
Marta creu que seu irmão teria sido curado, no passado, se Jesus tivesse chegado a tempo. Ela também cria que seu irmão poderia ressuscitar dos mortos no futuro. Mas quando Jesus usou as palavras “Eu sou” para responder a Marta, Ele estava revelando uma importante verdade. Não existe tal coisa como um dia passado ou futuro de milagres. Em cada era há poder para suprir as necessidades das pessoas. Em cada era, Deus é (Eu sou) suficiente para suprir as necessidades. “Marta, hoje é o dia dos milagres. Eu sou (presente) a ressurreição e a vida”.
Existem alguns que dizem que o dia dos milagres pertence ao passado. Eles não aceitam o poder do Espírito Santo. A Bíblia adverte sobre aqueles que... “Tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder” (2 Tm. 3:5).
A Bíblia Ampliada traduz que eles têm uma forma de piedade, mas são “estranhos ao poder dela”.
Eles são como a figueira que Jesus amaldiçoou. Eles possuem uma aparência de piedade, mas não há frutificação. Assim como a figueira não tinha o fluir da seiva para produzir frutos, eles não possuem nenhum fluir do poder de Deus e não são espiritualmente produtivos.
Compreender a fonte:
A fonte do poder é Deus (Jo. 15:5, 7). Nós somos os ramos. Jesus é a videira. A vida vem da videira. Os ramos apenas dão o fruto. Nós não podemos produzir o fruto, nós apenas o damos.
Jesus é o único que opera as obras. Quando Jesus foi questionado, “Que faremos para realizar as obras de Deus”? Ele não lhes deu um curso sobre cura divina ou mostrou-lhes como realizar um milagre. Ele respondeu: “A obra de Deus é esta: que creias naquele que por ele foi enviado” (Jo. 6:29).
Ele é a obra de Deus. Ele é a fonte do poder, dos milagres e das curas.
O poder não está no homem ou em qualquer coisa que o homem possua. O cumprimento da promessa de poder apenas está em Deus e em Sua Palavra.
Jesus é a videira que providencia o suporte. Nós somos os ramos. Da videira flui o poder que cumprirá a visão.
Aceitar a autoridade:
Quando se recebe a responsabilidade para fazer algo, também se deve ter a autoridade para realiza-lo. Jesus deu aos crentes a responsabilidade da colheita e a autoridade para cumprir esta responsabilidade, mas devem aceitar pessoalmente esta autoridade. Jesus disse que “todo o poder” (autoridade) foi-lhe dado. Ele delegou este poder (autoridade) a nós. portanto devemos aceita-lo e usa-lo apropriadamente para espalhar o evangelho.
Os crentes também devem reconhecer este poder em suas igrejas. Numa parábola dada por Jesus, Ele disse: “... Sai depressa para as ruas e becos da cidade e traze para aqui os pobres, os aleijados, os cegos e coxos... Sai pelos caminhos e atalhos e obriga a todos a entrar, para que fique cheia a minha casa” (Lc. 14:21, 23).
O plano de Deus para a igreja é que ela seja o centro de demonstração de Seu poder. Em muitos casos, ela se tem tornado o centro de recreação, o círculo da moda ou o centro social.
Se nós não temos o poder de Deus fluindo em nossas igrejas, então o pobre, o cego e aqueles perdidos em pecado sairão através de nossas portas sem qualquer mudança. Eles sairão na mesma condição em que entraram.
A igreja é composta de indivíduos. Se a igreja deve experimentar o poder de Deus, então seus membros devem experimentar este poder individualmente.
Pedro: Antes e depois
O poder de Deus é a ferramenta que o transformará de um ineficaz ceifeiro em alguém que sabe como ceifar na revelação da colheita. Considere o exemplo de Pedro, o apóstolo.
Nós encontramos um Pedro sonolento na maior hora do ministério de Jesus Cristo (Mc. 14:32-34). Nós encontramos um Pedro acovardado negando que ele conhecia a Jesus (Mt. 26). Nós vemos um homem que abandonou o chamado da colheita e de ser um pescador de homens. Ele retornou aos seus próprios negócios egoístas (Jo. 21).
Mas então, repentinamente, há uma explosão no relato bíblico do novo Pedro. A primeira vez que este homem ousadamente pregou a mensagem do evangelho, 3.000 foram salvos. Na vez seguinte, 5.000 foram acrescentados à igreja. O que aconteceu para mudar este medroso e volúvel homem num poderoso líder da igreja primitiva?
Pedro recebeu uma experiência de poder - um poder que o capacitou a dizer para o coxo: “... olha para nós... em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda! E, tomando-o pela mão direita, o levantou; imediatamente, os seus pés e tornozelos se firmaram” (At. 3:4, 6-7).
Você não diz para a humanidade sofrida “olhe para nós” a menos que saiba que tem alguma coisa para suprir a sua necessidade. Não pega num coxo pela mão e levanta-o a menos que saiba que tem um poder maior do que você mesmo. Pedro não tinha nada em si mesmo, mas ele tinha o poder de Deus fluindo através dele. O poder de Deus colocou o coxo sobre os seus pés, ele não o ajudou apenas a conviver com sua condição de coxo.
A experiência de poder transforma pescadores como Pedro em pescadores de homens.
O círculo expandido
Jesus esboçou o padrão do círculo sempre em expansão resultando em poderoso testemunho do Evangelho (At. 1:8).
As estratégias da colheita foram reveladas em Sua Palavra:
- O método foi multiplicação.
- A ferramenta foi o poder do Espírito Santo.
- O Poder era dirigido. Ele foi dado para capacitar os discípulos a se tornarem testemunhas.
- O alvo do poder era as nações do mundo, um círculo sempre em expansão... Jerusalém, depois Judeia, Samaria e até os confins da terra.
Começando onde eles estavam, usando o método de multiplicação e a ferramenta de poder, o Evangelho se estenderia até aos confins da terra.
Possuindo a promessa
A promessa é reivindicada frequentemente pelos crentes: “... eis que estou convosco sempre, até a consumação do século” (Mt. 28:20).
Mas lembre-se, em cada promessa de Deus há uma condição para possuir a promessa. Esta promessa foi feita para um grupo especial de crentes. Ela foi feita para aqueles que cumpririam a visão da colheita (Mt. 28:19-20), para aqueles que estão dispostos a ver a visão... para aqueles que estão dispostos a ir com um poderoso testemunho às nações do mundo... para estes Ele prometeu...”Eis que estou convosco todos os dias...







A ALIANÇA COM NOÉ


A ALIANÇA COM NOÉ
 “Porém Noé achou graça diante do Senhor” (Gn. 6:8)

Depois da morte de Abel, Deus levantou outra descendência em Sete, procurando numa geração após outra achar um grupo de pessoas leais a ele a fim de introduzir sua semente na Terra, destruir o diabo, redimir o homem e unir novamente o Céu e a Terra. Porém, a situação foi ficando cada vez pior, até que todos estavam corrompidos, dominados pelo inimigo. Quando parecia que não haveria ninguém, que Deus teria de destruir todos e liquidar o seu plano, ele encontrou uma pessoa com quem poderia andar e relacionar-se.
Assim, Deus julgou o mundo com o dilúvio, mas preservou Noé e toda a sua família e, com eles, seu plano redentor. Quando saíram da arca, depois que as águas baixaram, ele deu-lhes a mesma ordem que havia dado originalmente a Adão e Eva: “Sejam fiéis, entrem em aliança comigo, multipliquem-se, encham a Terra e assumam o domínio sobre ela”. Essa é a primeira ordem de Deus ao homem: tomar posse e exercer domínio sobre toda a Terra.
À medida que examinamos a narrativa bíblica sob uma perspetiva global, vemos que a história de Noé tem algumas semelhanças notáveis com a de Adão. Primeiramente, a história de Adão é a da criação de Deus; a de Noé é, de certo modo, a da recriação. Com Noé é o dilúvio, Deus destruiu o mundo velho e começou um mundo novo. As longas listas de animais destruídos na inundação fazem-nos lembrar dos inúmeros animais que foram criados em Génesis 1. Além disso, o aparecimento e o desaparecimento da água representaram papéis proeminentes em ambas as narrativas. Finalmente, os mandamentos de Deus para as pessoas, depois de cada evento, também foram semelhantes. Tanto para Adão quanto para Noé as ideias de ser frutífero, de aumentar em número e encher a Terra estão inclusas (Gn. 1:28; 9:1). Assim, enquanto Adão pode ser visto como o pai do “velho mundo”, Noé pode ser encarado como o pai do “novo mundo”.
1.  A Aliança Da Graça
O contexto da Aliança de Deus com Noé aparece no desenvolver de duas linhas, e mostra a atitude de Deus com ambas. Sobre a semente de satanás, ou seja, a descendência dele, estaria a destruição total e absoluta, enquanto a imerecida graça seria derramada sobre a semente da mulher, ou a sua descendência.
Em nossa caminhada pelas Escrituras podemos discernir o caminho que Deus percorre em busca do ser humano perdido através das alianças. Assim sendo vamos ver a aliança da graça sendo ratificada num contexto onde o pecado se estava alastrando por toda a humanidade posterior a Adão.
A aliança com Noé possui uma estreita relação com a aliança criativa e redentora. Muito do pacto que Deus faz com Noé é uma reafirmação do pacto da criação (aliança das obras), expandindo assim o horizonte da redenção para além dos limites de uma salvação somente da alma, o que de forma objetiva nos leva a crer que o Senhor planeou a redenção integral da sua criação. Veja Génesis 6:20 comparando com Génesis 1:24-25 e Génesis 9:1-2 comparando com Génesis 1:28.
Nesse sentido precisamos entender que “ao invés de retrair-se estreitamente a uma forma restrita de existência espiritual, o homem redimido deve avançar com uma perspetiva total do mundo e da vida”. Consideremos ainda que o horizonte da esperança profética está em plena sintonia com a aliança feita com Noé, bem como nos ensina a mensagem de Oseias: “Naquele dia, farei a favor dela aliança com as bestas-feras do campo, e com as aves do céu, e com os répteis da terra; e tirarei desta o arco, e a espada, e a guerra e farei o meu povo repousar em segurança” (Os. 2:18).
A aliança com Noé revela a particularidade da graça redentora de Deus. Após a queda de Adão e Eva o pecado avança por toda a raça humana, como podemos observar no registo sobre Caim (Gn. 4:5-8), Lameque (Gn. 4:17-24) até que em Génesis 6:1-4 é demonstrada “a difusa pecaminosidade humana”. Diante de tanta maldade Deus pronunciou sua sentença de morte contra o pecado (aliança é um pacto de sangue) por meio do dilúvio, todavia no meio da massa de depravados o Senhor voltou os olhos graciosamente para Noé preservando-o e assistindo-o no meio do mundo corrupto. Assim o texto sagrado nos dirige para a fundação da aliança como resultado de “uma decisão divina totalmente autónoma” e unilateral da parte do Senhor.
Esta foi a única aliança que, sujeita à lei, era não obstante graça pura, pois não dependia de qualquer condição. Ela poderia até mesmo ser mais acuradamente definida como promessa do que como aliança. Porém dois factos nos obrigam a considerá-la como aliança. Em primeiro lugar, por existir uma “consideração”, uma ação da parte de Noé capaz de tornar possível a promessa; em segundo, por assim chamá-la a própria Bíblia, como podemos constatar nas seguintes passagens de Génesis 8:18; 9:9, 11-13, 15-17.
A aliança com Noé provê a estrutura histórica em que o princípio Emanuel pode receber sua realização completa. Deus veio em julgamento; mas também providenciou um contexto de preservação, no qual a graça da redenção pode operar. Da aliança com Noé torna-se muito claro que o facto de Deus estar connosco envolve não somente o derramamento de sua graça sobre o seu povo; como também envolve o derramamento da sua própria ira sobre a semente de Satanás. A natureza dá testemunho universal dessa graça.
2.   A Paciência De Deus
Leia Génesis 6:5-7, 11-13.
A Bíblia diz: “A paciência de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se construía a arca, na qual poucas pessoas, isto é, oito almas, foram levadas a salvo através da água” (2 Pe. 2:5; 1 Pe. 3:20). No tempo de Noé, a longanimidade de Deus foi grande. Lemos que a paciência de Deus esperou nos dias de Noé (1 Pe. 3:20). Aqueles foram dias de perversidade, mas Deus foi tardio em puni-los. Mesmo após ter anunciado Seu plano de destruição do mundo, Ele esperou cento e vinte anos para cumprir Seu propósito de mandar o dilúvio. Aqueles eram dias em que a imoralidade sexual reinava; eram dias em que as ameaças divinas eram ignoradas; eram dias de zombaria ao pregador da justiça de Deus; mesmo assim Deus esperou para puni-los, pois Ele é o Deus paciente.
Sua paciência é manifesta através das suas constantes advertências por causa dos pecados dos homens. Antes de derramar a sua ira, Deus admoesta o povo (Exemplos: Gn. 6:5-7; cf 1 Pe. 3:20; 2 Pe. 2:5). Deus adverte os homens de seus maus caminhos: “Por que contendes com ele, afirmando que não te dá contas de nenhum dos seus atos? Pelo contrário, Deus fala de um modo, sim, de dois modos, mas o homem não atenta para isso” (Jó 33:13-14).
Quando Deus faz uma aliança com suas criaturas, só ele estabelece as condições, como mostra sua aliança com Noé e seus descendentes (Gn. 9:9). Quando Adão e Eva fracassaram em obedecer os termos da aliança das obras (ver Gn. 3:6), Deus não os destruiu, mas revelou a sua aliança da graça, prometendo-lhes um Salvador (Gn. 3:15).
Da aliança entre Deus e Adão distavam muitos séculos. Tão pertinaz e persistente era a maldade do homem, que a única solução possível seria a sua destruição, com a exclusiva exceção de Noé e de sua família. O longo e paciente sofrimento de Deus chegara ao clímax.
O propósito de Deus em mostrar paciência é de nos conduzir ao arrependimento. “Ou desprezas a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento” (Rm. 2:4)? No intervalo entre o pecado e a cobrança, precisa de haver arrependimento. Se o pecador não aproveitar a sua oportunidade para se converter, a paciência de Deus não tem valor nenhum. As pessoas que continuam no pecado, não se arrependendo enquanto há esperança, caminham para a perdição. O Salmo 7:12-13 diz: “Se o homem não se converter, afiará Deus a sua espada; já armou o arco, tem-no pronto; para ele preparou já instrumentos de morte, preparou suas setas inflamadas”.
A paciência de Deus oferece-nos a oportunidade de nos arrependermos e  de fazermos a vontade dele. Não devemos deixar escapar esta oportunidade, e jamais devemos achar que a longanimidade de Deus dá permissão para pecar mais. Jesus não voltou ainda por causa do desejo de Deus de que todos se arrependam (2 Pe. 3:9). “Por essa razão, pois, amados, esperando estas coisas, empenhai-vos por serdes achados por ele em paz, sem mácula e irrepreensíveis, e tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor...” (2 Pe. 3:14-15).
A paciência de Deus pede a volta do pecador. Isaías ensinou este princípio há mais de 2.700 anos, quando falou ao povo de Judá: “Buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o perverso, o seu caminho, o iníquo, os seus pensamentos; converta-se ao Senhor, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar” (Is. 55:6-7). Deus está disposto a perdoar, mas ele não força ninguém a se arrepender.
Em termos difíceis de se entender – dada a eterna omnisciência de Deus – lemos em Génesis 6:6 a seguinte confissão: “Então se arrependeu o Senhor de ter feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração”.
Duas passagens no Novo Testamento testemunham o facto de não haver jamais Deus destruído o homem pecador sem antes preveni-lo e dar-lhe a oportunidade de arrependimento. Já Enoque, o sétimo depois de Adão, anunciara o próximo julgamento de Deus contra toda incredulidade (Jd. 15); e sabemos que Noé foi um “pregador da justiça”, como está escrito em 2 Pedro 2:5.
Vendo Deus o homem tão completamente depravado, resolveu pôr um termo no primeiro grande período da história, destruindo-o com o dilúvio. Mas até mesmo num ato desses, que constata a terrível fúria divina, ainda aí encontramos a profecia da salvação: enquanto o iníquo é destruído, o justo é salvo. A arca simboliza maravilhosamente esta perfeita salvação que Jesus haveria de oferecer.
3.  A Fé De Noé
Leia Génesis 8:18-20 e Hebreus 11:7.
Noé é a décima geração desde a criação de Adão. Ele é bisneto de Enoque, neto de Matusalém e filho de Lameque. Falar de homens de fé, sem citar Noé, seria uma injustiça, porque ele alcançou graça diante de Deus. Génesis 6:9 diz: “… Noé era varão justo e reto em suas gerações; Noé andava com Deus”. Por isso seu nome está escrito na galeria dos heróis da fé em Hebreus 11.
Para que a raça humana fosse preservada, alguém tinha que crer na palavra de Deus, e este alguém foi Noé.
Noé pela fé viu o dilúvio antecipadamente. “Noé pela fé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu”. Deus sempre esteve atento a tudo o que acontece entre a humanidade, Ele observa do céu e sabe o que vai na mente e no coração de cada indivíduo. Foi o que aconteceu, conforme lemos no capítulo 6 de Génesis, o género humano se corrompeu.
Deus havia criado tudo perfeito, mas no espaço de 10 gerações tudo estava corrompido, o mundo estava completamente afastado de Deus, com poucas exceções.
Com o dilúvio Deus pretendia refazer o mundo, mas para isso teria que tirar da face da terra o ímpio com toda a impiedade, teria que colocar um ponto final na existência humana, recomeçar com uma nova civilização.
“E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicava sobre a terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente” v. 5. Alguma coisa precisava de ser feita para conter o pecado, então Deus anunciou o dilúvio, mas desde o anúncio até a ocorrência foram 120 anos.
Alguma coisa precisava de ser feita para conter o pecado e pela fé Noé anteviu o dilúvio. “Fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem”. Fé é acreditar por antecipação, é ver o invisível. “E sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb. 11:1 e 6).
Noé foi um homem que viu o dilúvio antes de começar a chover. Da mesma forma, somos desafiados a crer nas promessas de Deus, pois o que ele promete, cumpre. Então precisamos de viver hoje as promessas de Deus.
Por exemplo: Jesus promete morada no céu a todos os que creem nele “Na casa de meu Pai há muitas moradas, se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar” (Jo. 14:2). Pela fé podemos ver esta morada futura, e por antecipação podemos sentir aqui o prazer de ir morar no céu, confiados nas promessas de Jesus.
Nós somos sonhadores, por isso, precisamos de ter alvos em nossas vidas, e acima de tudo perseguir os nossos alvos. Noé pela fé viu as águas do dilúvio.
Pela fé Noé atendeu à ordem de Deus de preparar-se. Deus sabe quando uma pessoa merece confiança; ele sabe quando alguém é reto e justo. Deus não se engana, e ninguém o engana. Noé era um varão justo e reto em suas gerações; por isso Deus o escolheu para continuar a raça humana. Noé acreditou na palavra de Deus. Foi-lhe ordenado que construísse uma arca medindo 138m de comprimento, 23m de largura e 14m de altura; 9.522m2 de construção ou 65.000m3. Era de facto um grande navio, como alguns transatlânticos.
Noé preparou-se para o grande dilúvio e pela fé construiu a arca e pela fé pregou 120 anos a respeito do dilúvio e da necessidade de arrependimento. Mas o que ouviu foram críticas; o povo zombava dele todos os dias, chamando-o de louco e dizendo que o dilúvio nunca aconteceria. Mas ele não se cansou e nem desanimou.
Noé é um exemplo de como a fé de um pai justo obtém uma bênção, não só para si mesmo, mas para seus filhos também. Até Cão, o filho de Noé que, quanto ao seu caráter, merecia perecer, foi salvo do dilúvio por meio da fé do pai. Isto prova que, aos olhos de Deus, a família é considerada uma unidade, com o pai como cabeça e representante. Os pais e os filhos são um só, e é neste princípio que Deus agirá com as famílias do seu povo. Foi esse mesmo princípio que deu ao pecado seu terrível poder no mundo.
A família foi o instrumento através do qual o pecado alcançou seu domínio universal. Este princípio seria agora resgatado do poder do pecado e adotado na aliança da graça. A família agora serviria como a ferramenta para estabelecer o Reino de Deus. A relação de pais e filhos tinha sido o meio de transmitir e estabelecer o poder do pecado. Agora a família seria o veículo para a extensão da graça do Reino de Deus.
Noé foi um homem de fé e deixou-nos um exemplo digno de ser imitado. Viveu um dos tempos mais difíceis de toda a história, quando a raça humana se havia corrompido totalmente, mas ele foi achado justo e reto diante de Deus, andava com Deus.
O homem que é justo aos olhos de Deus não é tratado meramente como indivíduo, mas no seu papel como pai. Quando Deus abençoa, ele tem prazer em abençoar de forma tão abundante que a bênção transborda para a casa do seu servo. O pai é mais do que o canal designado para suprir as necessidades materiais do filho. O pai que crê precisa de enxergar-se como canal escolhido e administrador da graça de Deus.
Precisamos de compreender esta verdade bendita e, pela fé, aceitar a Palavra de Deus. “Tens sido justo diante de mim no meio desta geração” (Gn. 7:1). Então compreenderemos também esta palavra: “Entra na arca, tu e toda a tua casa”. Deus dá a certeza de que a arca na qual o pai será salvo é para toda a sua família também. A arca será a casa da família. Deus não se dirige aos membros da família separadamente - o pai deverá levar toda a sua família para dentro da arca.
Pela fé foi resgatado do meio do pecado, ouviu a voz de Deus e atendeu às suas ordens. Construiu a arca num período de 120 anos enquanto convidava o povo para entrar nela. Apenas 8 pessoas foram salvas do grande dilúvio.
Noé agradou a Deus pelo fato de ter confiado nele, mesmo quando isso não fazia sentido. Para Noé agradar a Deus, ele teve que trabalhar durante 120 anos, pacientemente levantando-se cada manhã e construindo mais um pouco da arca. Não adiantaria nada ele ter uma crise de consagração e sair doido para fazer a arca um ano antes do dilúvio! Da mesma forma, nós hoje temos a responsabilidade de ouvir de Deus sobre os seus planos para o mundo e para a igreja nos próximos anos e modificar nosso estilo de vida de acordo com o que ouvimos. Os grandes eventos da história não acontecem repentinamente - sempre há um tempo de preparação. Se quisermos ser instrumentos de Deus no futuro, precisamos de nos preparar a partir de já!
A libertação de Noé do dilúvio seria a introdução de uma nova era - o primeiro grande ato da graça redentora de Deus em favor de um mundo pecaminoso. Nele, Deus manifestou os grandes princípios da graça que são: misericórdia no meio do juízo, vida através da morte, e fé como o meio de libertação.
É para nós extremamente difícil imaginar os sentimentos íntimos de Noé ao descer da arca, terminado o dilúvio. Todas as mais variadas formas de vida tinham sido varridas da face da terra por causa da ira e do julgamento de Deus; mil e seiscentos anos de geografia tinham sido destruídos; não havia mais terras demarcadas e, o mais importante de tudo, não havia nenhum lugar de adoração.
Foi assim, num mundo subitamente novo, limpo, muito semelhante ao de Adão e Eva, que se encontraram Noé e os sete membros de sua família.
Tamanha era a fé de Noé no Deus que acabara de destruir todo o ser vivente, que ao sair da arca a sua primeira preocupação foi levantar um altar ao Senhor e ali oferecer-Lhe sacrifício (Gn. 8:20). Ele pegou aves e animais puros, um de cada espécie, e os queimou como sacrifício no altar. O cheiro dos sacrifícios agradou a Deus e Ele prometeu que nunca mais iria amaldiçoar a terra por causa da raça humana. Deus falou consigo: “Eu não amaldiçoarei nunca mais a terra por causa do homem, porque os desejos do coração do homem são maus desde a sua infância; nunca mais matarei todos os seres viventes, como fiz”. Deus ordenou a Noé e a seus filhos: “tenham muitos filhos, e que os vossos descendentes se espalhem por toda a Terra”.
Deus fez um acordo com Noé, com os seus descendentes e com todos os animais, e prometeu que nunca mais destruiria todos os seres vivos com o dilúvio. Como sinal da promessa, Deus deu o arco-íris. O arco-íris foi o sinal visível da eterna promessa de Deus a todos os seres vivos no mundo, que não teriam outro dilúvio para destruir todos os seres vivos.
Essa é a primeira vez que nas Escrituras um altar é mencionado. Este altar tem um duplo significado:
a)   O reconhecimento para com Deus por sua graça e misericórdia, poupando-lhe a vida e a de sua família. Noé era não apenas um sobrevivente, mas um protegido de Deus. Portanto, nada mais justo que fazer-Lhe um sacrifício de agradecimento e louvor.
b)   O altar e o sacrifício representavam o voto de andar em contínua obediência e humildade diante de Deus. Este ato foi a declaração de alguém que testemunhara o terrível pecado e degradação do homem; tão terrível que chegara a provocar a impaciência e a ira de Deus. Aquele altar era a expressão de fé num Deus que certamente traria com justiça todo aquele que obedecesse à Sua lei e viesse diante dele com temor.
Andar com Deus deve ser a qualidade de todo o crente; andar no sentido de lhe ser obediente em tudo; e não apenas nos aspetos que nos interessa. O andar com Deus tem a ver com a obediência.
4.  A Aliança
Leia Génesis 8:20-22.
A aliança de graça foi a resposta imediata de Deus ao cheiro suave do sacrifício oferecido por Noé. Pois a ela imediatamente seguiram as bênçãos sobre aquele fiel varão e sua família (Gn. 9:1-3). Note-se ser esta a primeira vez em que, desde a queda de Adão, é mencionada a bênção de Deus (Gn. 1:27-28).
Aqui (Gn. 9:1) e lá (Gn. 1:28) Deus abençoou Suas criaturas e lhes disse para serem fecundas e se multiplicarem. Aqui (Gn. 9:3) e lá (Gn. 1:29-30) Deus prescreveu o alimento que o homem poderia comer.
Há algumas diferenças, no entanto, que indicam que o novo começo deve ser diferente do antigo. Deus disse que a criação original era “boa” (cf. Gn. 1:21, 31). O mundo dos dias de Noé não recebeu tal elogio, pois o homem que o possuía era pecaminoso (8:21).
Adão foi encarregado de dominar a terra e governar o reino animal (1:28). Tal ordem não foi dada a Noé. Em vez disso, Deus colocou nos animais medo pelo homem, para que o homem pudesse exercer certo controle sobre eles (a razão pela qual meu cachorro obedece-me - quando o faz - é porque tem medo de mim).
Enquanto Adão e seus contemporâneos parecem ter sido vegetarianos (Gn. 1:29-30, cf. 9:3), Noé e seus descendentes poderiam comer carne (9:3-4). Havia, no entanto, uma condição. Eles não poderiam comer o sangue dos animais, pois sua vida estava em seu sangue. Isto ensinou o homem a perceber que Deus não somente valoriza a vida, mas que ela também Lhe pertence. Deus permite aos homens tomar a vida dos animais para sobreviver, mas eles não devem comer o sangue.
A aliança com Noé significava a profecia da Nova Aliança que se basearia não em obras, mas na graça. Marcou ela também um novo relacionamento entre Deus e o homem, baseado em sua fé nEle.
5.  Os Aspectos Simbólicos, Místicos e Espirituais Desta Aliança
Considerando-se a imediata garantia de Deus de que a terra não mais seria destruída; de que as estações continuariam inalteradas e a natureza seguiria o seu curso normal, temos que olhar para além desses efeitos físicos e aprender o sentido profundo desta aliança, para que ela não represente um mero facto histórico. Examinemos dois factos:
a). O modelo de julgamento
Leia Isaías 54:9.
Nesta profecia Deus faz um voto a Israel e à Igreja de que “as águas de Noé não mais inundariam a terra” e Ele faz isso mais como um meio de proporcionar conforto e segurança para seu povo. Explica o significado da frase dizendo que, a despeito de punições temporárias e disciplina, o futuro padrão de julgamento seria a graça. O Senhor agora jura que nunca deverá infligir novamente o Seu julgamento contra o seu povo (v. 9b); notar, também, Romanos 8:1. Até mesmo o filho desobediente não seria destruído, pois Deus governaria em misericórdia e paciência. Tal aspeto místico da aliança não pode ser esquecido, pois é o fundamento da doutrina da graça de Deus.
b.  O sinal da aliança
Leia Génesis 9:13-17.
Toda a aliança tem um sinal que a acompanha. O sinal da aliança Abraâmica é a circuncisão (Gn. 17:15-27); o da Mosaica é a observância do Sábado (Êx. 20:8-11; 31:12-17).
Como instrumento do juízo de Deus foi que pela primeira vez a chuva caiu sobre a terra. E todas as chuvas futuras haveriam de trazer com elas o medo à destruição. Foi por isso que, como um sinal de Sua aliança, para sossegar o espírito do homem e lembrá-lo da promessa, Deus colocou no céu um arco-íris.
O “sinal” do arco-íris é bastante apropriado. Ele consiste nos reflexos dos raios de sol nas partículas de água das nuvens. A mesma água que destruiu a terra forma o arco-íris. O arco-íris também aparece no final de uma tempestade. Assim, este sinal assegura ao homem que a tempestade da ira de Deus (no dilúvio) terminou. O arco-íris é uma espécie de penhor, concreto, visível, de que Deus fez essa promessa.
Mais interessante ainda é o facto de que o arco-íris não foi planeado para o benefício do homem (pelo menos não neste texto), mas para o benefício de Deus. Deus disse que o arco-íris faria com que Ele se lembrasse de Sua aliança com o homem. Que conforto saber que a fidelidade de Deus é a nossa garantia.
O mesmo arco-íris que circunda o trono em Apocalipse 4:3 e se relaciona com a graça divina. Este sinal significa que Deus lida com o Seu povo conforme as promessas da Aliança. Este sinal é profético de outro sinal mencionado por Pedro: o batismo nas águas como sinal da Nova Aliança (1 Pe. 3:20, 21). 

A ALIANÇA COM ADÃO


INTRODUÇÃO ÀS ALIANÇAS

         Desde os primórdios da história, os homens entraram em acordos, pactos e alianças uns com os outros. Seu propósito seria o de especificar as condições de uma venda ou negócio. O contrato envolveria certas “considerações” (um termo legal, sem o qual o contrato é nulo); também clausulas ligando contratantes e promessas de fidelidade.
  Nos tempos antigos as alianças eram seladas ou confirmadas de muitas maneiras. Antes de tudo oralmente e na presença de uma terceira pessoa.
  Gestos ou atitudes envolviam frequentemente o processo, como o apertar de mãos, comer sal, fumar cachimbo, quebrar uma flecha, misturar o sangue dos participantes (daí a expressão “irmãos de sangue”).
Uma das mais expressivas e fortes maneiras de aliança era o sacrifício de um pequeno animal.
Mais tarde, à medida que se desenvolvia a escrita e se estabeleciam sistemas de lei, a “lei do contrato” passou a existir. Através dela os acordos eram firmados sob a forma de uma lei comum, de forma que, colocando dois homens o seu nome num acordo e falhando uma das partes, a atingida poderia apelar a seu soberano (rei, governador, magistrado) e exigir pagamento ou punição da parte faltosa.





DEFINIÇÃO BÍBLICA DE “ALIANÇA”

Biblicamente aliança é um contrato, um pacto, um acordo ou sociedade entre duas pessoas ou duas partes em que se estabelecem compromissos de deveres, obrigações e privilégios, objetivando um bem comum das partes.
A palavra hebraica correspondente a “aliança” é (em hebraico: berith; em grego, segundo a tradução da Septuaginta, diatheke), que significa literalmente “chegar a um acordo através de um sacrifício dividido”.
A palavra “aliança” no hebraico também significa “cortar”. Por isso, quando eu “corto” uma aliança, eu estou dizendo: “Eu dou a minha vida para si e você dá a sua vida para mim.”
A cerimónia de aliança era marcada pelo sacrifício e o sangue derramado era o selo da aliança. As partes envolvidas na aliança tomavam um ou mais animais e sacrificavam-nos. Em seguida cortavam-nos ao meio; cada metade representava um dos envolvidos na aliança. E colocando então cada metade sobre dois diferentes altares, as partes passavam entre as metades significando que se uma delas falhasse naquele pacto a outra parte teria o direito de fazer com ela o mesmo que havia sido feito ao animal, ou seja: sacrificá-lo!
O sacrifício de animais era obrigatório na aliança porque a palavra empenhada das partes envolvidas numa aliança não era suficiente para firmar um pacto, pois é próprio do ser humano faltar com sua palavra, especialmente se as circunstâncias lhe são desfavoráveis. O sacrifício do animal lembrava o empenho do juramento que não poderia ser quebrado. Pois assim como a vida do animal não poderia retornar, também a palavra não poderia ser quebrada.
Consulte Génesis 15:8-20 e leia sobre a aliança que Deus fez com Abraão, descendo em forma de fogo e passando entre os pedaços dos animais mortos, em resposta à sua pergunta: “Senhor Deus, como saberei que hei de possui-la?” (v. 8).
Leia também Jeremias 34:18-20, quadro vivo da transação de uma aliança.
A maior confirmação de uma aliança com Deus, tanto no Velho como no Novo Testamento, era através do sangue. Assim disse Moisés: “Eis aqui o sangue da aliança que o Senhor fez convosco a respeito de todas estas palavras” (Êx. 24:8). Jesus disse: “Porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados” (Mt. 26:28).














A ALIANÇA COM ADÃO
“Mas eles transgrediram a aliança, como Adão” (Os. 6:7).

1. O Livre Arbítrio Do Homem
Para o nosso entendimento da criação, é fundamental lembrar que no princípio, Deus, que é Espírito, decidiu fazer um mundo material. O mundo material e o mundo espiritual coexistiriam em harmonia, sendo que o mundo espiritual, habitado por Deus e pelos anjos, estaria acima do material. Deus quis fazer um planeta material, com pessoas materiais, porque queria morar dentro dessas pessoas no mundo físico e visível. Talvez, não tenhamos a capacidade de compreender por que ele quis assim, mas é isso o que a Bíblia revela.
Deus não estava satisfeito só no mundo espiritual com seres celestes. Ele gosta da ideia de espírito viver dentro de um corpo. É assim que ele quer. Por isso, depois de fazer o mundo material, na presença dos anjos e do mundo espiritual, ele criou o ser humano do pó da terra, à sua própria imagem. Depois, soprou sua própria vida para dentro do homem, para dar-lhe uma parte de si mesmo. Não foi a plena habitação de Deus nele, mas foi o começo, o primeiro estágio. Assim, o homem tornou-se um ser vivo, metade de pó da terra e metade de Deus. Esse foi o primeiro Adão.
Porém, Deus ainda não estava satisfeito. Seu plano não era habitar em apenas um indivíduo. Por isso, tomou o homem, tirou dele uma costela e fez a mulher. Então, disse-lhes: “Sede fecundos e multiplicai-vos”. Ele queria ter muita gente para poder morar em todos eles, num mundo perfeito e bonito.
Para poder ter um relacionamento com o homem e a mulher e habitar neles, Deus deu-lhes o livre arbítrio. Também lhes deu uma missão e  autoridade para executá-la. Disse-lhes: “Tomem domínio sobre toda a Terra; dou-vos autoridade sobre todo o planeta, sobre todos os seres vivos”.
Quando Deus diz uma coisa, sua palavra não pode mudar; ela permanece para sempre. Para nós, pode até parecer um grande erro Deus ter dotado o homem da importante capacidade de livre arbítrio - a capacidade de praticar tanto o bem quanto o mal, e colocado o planeta em suas mãos. Mas ele sabia o que estava fazendo.
Deus desejava não apenas receber a automática adoração dos anjos, mas esperava também ter comunhão com um ser que espontaneamente escolhesse observar o mandamento que Ele lhe dera, amando-O, adorando-O e obedecendo-O! Assim era o homem no estado de inocência, o seu estado primitivo, antes que tivesse a experiência do mal, enquanto ainda não fizera aquela escolha fatal.
O psicólogo pentacostal suíço Dr. A. Von Orelli explicou da seguinte maneira a diferença entre o homem e o animal: este nasce com um “cartão perfurado” que vai para o computador de seu cérebro. Reage instintivamente, respondendo sempre da mesma maneira aos estímulos de fome, medo, frio e etc. Já o homem nasce com um “cartão em branco” no qual faz os seus próprios furos. Enquanto influenciado por sua hereditariedade e meio ambiente, ele é livre para fazer aquelas escolhas que, quando desenvolvidas, formam a chamada “personalidade”. Sendo assim, se de um lado todos os animais seguem padrões idênticos durante a vida, de um outro lado o homem se enfrenta continuamente com as mais variadas situações. A capacidade para escolher, a vontade livre ou livre arbítrio é a diferença básica entre o homem e todo o restante da criação de Deus.
O homem, criado à imagem e semelhança de Deus, possui uma mente, um coração e uma vontade. A mente ou o intelecto, permite-lhe pensar racionalmente, não por instinto puro, como um animal. O coração ou a emoção, permite-lhe sentir, diferentemente de um robô ou uma máquina, experiências humanas. A vontade ou algo volível, permite-lhe tomar as decisões ou fazer as escolhas que têm consequências morais. É a sua capacidade para agir, uma capacidade que lhe permite escolher isso sobre aquilo e aqueles ao invés destes.
O livre arbítrio é o poder que a vontade tem de se determinar por si mesma, por sua própria escolha, a agir ou não agir, sem ser constrangida a isso por força alguma, externa ou interna.
2. O Cabeça Da Raça Humana
Este é um termo teológico que significa representação. Dois cabeças da raça humana existiram – Adão e Cristo – e com cada um deles Deus fez uma aliança. Tanto Adão como Cristo atuaram no lugar de outros, cada um representando legalmente pessoas definidas. Adão representou toda a raça humana, enquanto Cristo, todos aqueles que o Pai Lhe haveria de entregar.
Quando Adão pecou, quebrando dessa forma a sua aliança com Deus, toda a raça humana inteira mergulhou no pecado e na morte do pecado, o que significa que todos nós nascemos dotados da natureza decaída de Adão e sem os preciosos dons de conhecimento, justiça e santidade com os quais a natureza humana foi originalmente dotada. Quando ele caiu, todos os homens caíram; quando morreu, todos morreram com ele. Ele pecou, e todos sofrem e vêm ao mundo com uma natureza corrompida. Veja o que Paulo escreveu: “Porque assim como em Adão todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo” (1 Co. 15:22).
Deus não lançou sobre Adão a escuridão de seu julgamento quando ele pecou no Jardim, antes agiu com Graça com Adão e sua família. Ele fez isto porque sabia que havia um segundo Adão para quem Ele podia voltar Seus olhos. Este segundo Adão suportaria o pecado do primeiro Adão e de sua descendência. Mas, quando o Seu filho amado, o segundo Adão veio, e na Cruz suportou sobre Si a culpa do pecado do homem, não havia nenhum terceiro Adão para quem Deus pudesse voltar Seus olhos. Portanto, Deus escureceu o sol e a luz de Seu semblante para Seu Filho, e daquela raça cujo pecado Jesus agora suportava. Daquela horrível escuridão, o nosso Senhor clamou: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste”? Mas não houve nenhuma resposta. Deus estava agindo com justiça para com o pecado humano. Ele não poderia poupar Seu próprio Filho e não o faria, uma vez que via o pecado sobre Ele. Nisto, podemos ver como Deus considera o pecado.
Romanos 5:12-21 explica claramente acerca do cabeça da raça humana - Adão.
Sendo Cristo, o Verbo que estava “com Deus no princípio”, obediente até à morte, garantiu a redenção do homem e a restauração do favor de Deus. É a resposta de Cristo - daquele por meio de quem todas as coisas foram feitas e sem ele nada foi feito, “porque nele foram criadas todas as coisas: Coisas no céu e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou soberanias, poderes ou autoridades, todas as coisas foram criadas por ele e para ele” - em que a aliança, de obediência (justiça) pela fé em nome da humanidade, era o arquétipo da Sua resposta adequada dentro da Sua história como o segundo Adão. Vencendo a morte, todos também venceram com Ele. Daí a fácil compreensão do significado da frase, “estar em Cristo”. “Se alguém está em Cristo é nova criatura” (2 Co. 5:17).
Embora à razão humana possa parecer injusta a condenação de todo o género humano por causa do pecado de Adão, apraz a Deus lidar com ele, desta maneira, isto é, através dele, representante de toda a raça humana.
O Principio da representação é um dos fundamentos de toda a sociedade. O pai é o cabeça legal de seu filho, assim uma casa comercial é legalmente responsável pelos atos de seus agentes.
Reis, presidentes e governantes são revestidos de autoridade para fazer tratados e pactos que abrangem toda a nação. Toda a eleição política ilustra o facto de que, através de um representante eleito, atue a vontade do povo, sendo o povo preso pelos atos do seu representante. Assim é com a sociedade humana que não poderia funcionar sem os seus representantes. Não se deve estranhar, então, que Deus aja também dessa maneira racional.
3. A Natureza Do Pecado
Antes de Adão e Eva pecarem, o Céu e a Terra estavam interligados. Os rabinos dizem que era como um sobrado, com uma escada entre os dois andares. Havia acesso diário entre o homem e Deus; o homem podia ver Deus, e Deus visitava o homem. Tinham comunhão um com o outro. Mas, quando Adão pecou, Deus precisou afastar-se do homem. Colocou uma separação entre o Céu e a Terra, uma barreira que impedia o homem de ver Deus. Além disso, o homem foi expulso do jardim do Éden, e Satanás foi condenado a ficar preso na esfera que escolheu, no pó da terra.
O pecado tem como natureza sempre a de se exaltar. O primeiro pecado não foi de Adão mas de Satanás. Quando aquele querubim, ungido como guardião e estabelecido por Deus, que era “o selo da medida, cheio de sabedoria e perfeito em formosura”, se elevou no seu coração por causa da sua formosura, ele corrompeu a sua sabedoria (Ez. 28:11-19). Por isso ele disse no seu coração: “Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo” (Is. 14:11-16). Quando isso aconteceu, o primeiro pecado se completou e a sua natureza foi exposta. A natureza do pecado é a de se exaltar.
O primeiro pecado foi por Satanás, mas, entre o género humano, foi Adão e Eva que foram os primeiros a pecar.
Na primeira aliança que Deus fez com Adão e Eva, no Éden: Deus deu-lhes a Terra e o pleno domínio sobre os animais; deu-lhes fartura de alimento, abençoou-os e disse-lhes que deveriam frutificar e multiplicar. Mas estabeleceu condições: Não deveriam comer do fruto da árvore da ciência do bem e do mal. O princípio da obediência estava criado. Se comessem da árvore proibida, morreriam. Desobedeceram, quebraram a aliança e experimentaram imediatamente a morte moral e espiritual, e, depois, a morte física. Convém lembrar que em todos os concertos há promessas de bênçãos, mas há a contrapartida da fé e da fiel obediência. (Gn. 1:27-30; 2:16-17; 3:2-20). A aliança com Adão é conhecida como aliança adâmica ou edénica.
É na aliança entre Deus e Adão que descobrimos a natureza do pecado. Inteiramente falsa e inadequada é a ideia popular sobre o que faz do homem um pecador. Muitos creem ser aquele que comete e pratica o pecado. Se bem que isto corresponda ao caráter do pecador, contudo não o constitui em si um pecador.
Somos legalmente constituídos pecadores, não pelo que somos ou estamos fazendo, mas pela desobediência de Adão, nosso cabeça representante, que na criação, recebeu uma natureza isenta de pecado. Ele não atuou só por si mesmo, mas por todos quantos dele haveriam de nascer. Ele perdeu sua pureza original no Paraíso com a primeira queda no pecado. A toxina de sua corrupção contaminou toda a humanidade, que provém de progenitores que pecaram, como a água envenenada que corre de uma fonte envenenada. Sendo assim, antes mesmo de haverem cometido qualquer delito ou transgressão, todos os membros da raça humana vêm ao mundo como pecadores culpados. Não apenas possui o ser humano uma natureza pecaminosa, com já está condenado.
4.   A Necessidade De Um Teste
Deus continuamente testa as pessoas de seu caráter, fé, obediência, amor, integridade e lealdade. God tested Abraham by asking him to offer Isaac. Deus provou Abraão, pedindo-lhe para oferecer Isaac. God tested Jacob when he had to work extra years to earn Rachel as his wife. Deus provou Jacó, quando ele teve anos de trabalho extra para ganhar Raquel como sua esposa. Adam and Eve failed their test in the Garden of Eden; David failed God's test many times. Adão e Eva falharam o teste no Jardim do Éden; David falhou o teste muitas vezes. However, Joseph, Ruth, Esther, and Daniel passed great tests. No entanto, José, Rute, Ester e Daniel passaram grandes testes.
O comando específico para Adão de não comer de uma determinada árvore, não era, portanto, o único comando em que ele era obrigado a obedecer. It was given simply to be the outward and visible test to determine whether he was willing to obey God in all things. Ele foi dado simplesmente para ser o teste externo e visível para determinar se ele estava disposto a obedecer a Deus em todas as coisas. Created holy, with all his affections pure, there was the more reason that the test of his obedience should be an outward and positive command; something wrong simply because it was forbidden, and not evil in its own nature.
A própria natureza de uma aliança exige a possibilidade da desobediência. Adão estava sujeito à autoridade d’Aquele que lhe dera a vida. Sua razão estava sujeita a Deus; sua vontade estava sujeita à razão; seus afetos e apetites, à sua vontade; o corpo era o órgão obediente da alma. Visto não estar ainda confirmado o seu caráter, como os anjos ele teria que ser posto à prova, submetendo-se a uma experiência que diria se ele prestaria ou não obediência ao seu Criador. Se Adão não tivesse a capacidade de quebrar a aliança, esta seria desnecessária.
A vida é um teste e uma relação de confiança, e quanto mais Deus nos dá, mais responsáveis e obedientes, ele espera que nós sejamos. Percebendo que a vida na terra é uma atribuição temporária, devemos alterar radicalmente os nossos valores. Valores eternos devem tornar-se fatores decisivos para as nossas decisões. Observe que é preciso ter fé para viver na terra como um estrangeiro. Aqueles que vivem para Deus são os verdadeiros vencedores na vida.
5.   A Aliança
Uma aliança usualmente subentende um benefício mútuo resultante ou uma busca conjunta de um objetivo desejado. A palavra hebraica hhavár significa literalmente estar unido, mas é usada figuradamente para significar ‘estar aliado; fazer sociedade’. (Êx. 28:7; Sl. 94:20; 2 Cr. 20:35). A palavra relacionada, hhavér, denota um aliado ou associado (Jz. 20:11; Sl. 119:63).
Após ter criado Deus Adão, à sua imagem, ele se tornou alma vivente. Imediatamente o Senhor fez aliança com ele.  God then did enter into a covenant with Adam.Deus fez a Adão uma promessa suspensa sobre uma condição, à qual estava anexa uma determinada pena pela desobediência. Isto é o que na linguagem bíblica se entende por uma aliança, e isso é tudo o que se entende pelo termo, como aqui utilizado. Although the word covenant is not used in Genesis, and does not elsewhere, in any clear passage, occur in reference to the transaction there recorded, yet inasmuch as the plan of salvation is constantly represented as a New Covenant, new, not merely in antithesis to that made at Sinai, but new in reference to all legal covenants whatever, it is plain that the Bible does represent the arrangement made with Adam as a truly federal transaction. Esse pacto é chamado às vezes um pacto de vida, porque a vida foi prometida como recompensa pela obediência. Sometimes it is called the covenant of works, because works were the condition on which that promise was suspended, and because it is thus distinguished from the new covenant which promises life on condition of faith.Às vezes ele é chamado o pacto das obras, porque as obras foram a condição na qual essa promessa foi suspensa, e porque assim se distingue da nova aliança que promete vida na condição de fé.
Esta aliança que Deus fez com Adão continha:
a) Uma permissão -Génesis 2:15-15
b) Uma promessa -Génesis 2:17
c) Uma penalidade - Génesis 2:17; 3:3
Enquanto as suas condições fossem obedecidas, esta aliança de obras seria designada para proporcionar, como de facto proporcionou, uma ininterrupta existência feliz, santa e imortal da alma e do corpo. A vida de que as Escrituras falam e que está relacionada com a obediência, é o que decorre da graça e comunhão com Deus, e inclui a glória, a honra e a imortalidade, como o Apóstolo nos ensina em Romanos 2:7.7. Sendo porém, desobedecida, sua penalidade seria a morte.
6.   A Natureza Da Morte
“Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.17).
Quando Adão e Eva foram criados, entraram num relacionamento moral com Deus, seu Criador. Tinham a responsabilidade de obedecê-lo, sem nenhum direito inerente a recompensa ou bênção por tal obediência. Deus, entretanto, pelo seu grande amor, misericórdia e graça, voluntariamente entrou numa aliança com as suas criaturas pela qual adicionou à sua lei uma promessa de bênção. Não se tratava de  uma aliança entre partes iguais, mas de uma aliança que descansava sobre a iniciativa de Deus e a sua autoridade divina.
A aliança original entre Deus e a humanidade foi uma aliança de obras. Nesta aliança, Deus exigiu obediência perfeita e total ao seu governo. Prometeu vida eterna com bênção pela obediência, mas ameaçou a humanidade com a morte, caso desobedecessem sua lei. Todos os seres humanos, de Adão até nós, no tempo presente, inevitavelmente são membros dessa aliança. As pessoas podem recusar-se a obedecer ou até mesmo recusarem-se a reconhecer a existência  de tal aliança, mas nunca poderão escapar dela. Todo o ser humano se acha em relacionamento de aliança com Deus, seja como violador da aliança ou como guardador da aliança. A aliança das obras é a base da nossa necessidade de  redenção (porque nós a violamos) e nossa esperança de redenção (porque Cristo cumpriu seus termos por nós).
Génesis 2-3 ensina que a morte penetrou no mundo por causa do pecado. Nossos primeiros pais foram criados capazes de viverem para sempre. Ao desobedecerem o mandamento de Deus, tornaram-se sujeitos à penalidade do pecado, que é a morte.  
Deus não determinou que Adão deveria morrer física ou espiritualmente, mas que deveria simplesmente morrer. Morrer no sentido total, sem adjetivos ou qualificações.
Deus colocara a árvore da vida no jardim do Éden para que, ao comer continuamente dela, o ser humano nunca morresse (ver Gn. 2:9). Mas, depois de Adão e Eva comerem do fruto da árvore do bem e do mal, Deus pronunciou estas palavras: “és pó e em pó te tornarás” (Gn. 3:19). Eles não morreram fisicamente no dia em que comeram, mas ficaram sujeitos à lei da morte como resultado da maldição divina.
A penalidade de morte manifestada no pacto abrange um prazo."In the day that thou eatest thereof, thou shalt surely die." “No dia em que dela comeres, certamente morrerás”. É claro que i That this does not refer to the mere dissolution of the body, is plain.sto não se refere à dissolução simples do corpo, porque a palavra morte, como usada nas Escrituras, em referência às consequências da transgressão, inclui todo o mal penal. The wages of sin is death. O salário do pecado é a morte. The soul that sinneth, it shall die. A alma que pecar, essa morrerá. Any and every form of evil, therefore, which is inflicted as the punishment of sin, is comprehended under the word death (2.) The death threatened was the opposite of the life promised. Toda e qualquer forma de mal, portanto, que é infligido como castigo pelo pecado, são compreendidas sob a palavra morte. A ameaça de morte é o oposto da vida prometida. But the life promised, as we have seen, includes all that is involved in the happy, holy, and immortal existence of the soul and body; and therefore death must include not only all the miseries of this life and the dissolution of the body, but also all that is meant by spiritual and eternal death. Mas a vida prometida, como vimos, inclui tudo o que está envolvido na existência feliz, santa e imortal da alma e do corpo, e, portanto, a morte deve incluir não somente todas as misérias da vida e da dissolução do corpo, mas também tudo o que se entende por morte espiritual e eterna.(3.) God is the life of the soul. Deus é a vida da alma. Sua graça e comunhão com ele são essenciais para a sua santidade e felicidade. As consequências do pecado de Adão foram a perda da imagem e da graça de Deus e todos os males que fluiu a partir dessa perda. (5.) Finally, the death which was incurred by the sin of our first parents, is that from which we are redeemed by ChristContudoCccContudo, é a partir da morte, que foi pago pelo pecado de nossos primeiros pais, que somos redimidos por Cristo. Christ, however, does not merely deliver the body from the grave, he saves the soul from spiritual and eternal death; and therefore spiritual and eternal death, together with the dissolution of the body and all the miseries of this life, were included in the penalty originally attached to the covenant of works. Cristo, porém, não se limita apenas a entregar o corpo do túmulo, mas também a salvar a alma da morte espiritual e eterna, e, portanto, a morte espiritual e eterna, juntamente com a dissolução do corpo e todas as misérias da vida, foram incluídos na pena inicialmente inscritos para o pacto das obras. In the day in which Adam ate the forbidden fruit he did die. No dia em que Adão comeu o fruto proibido, ele morreu.
O texto hebraico de Génesis 2:17 diz: “Morrendo estás morto”. Isto é, mesmo em vida ele estava morto. Devido à sua desobediência, todo o restante da vida de Adão se tornaria num processo de morte. Ele teria de sofrer dor; sofrer cansaço pela necessidade intransferível de trabalhar; angústia de espírito e aflição de mente. O Salmista descreveu esta morte dizendo: “Laços de morte me cercaram, e angústias do inferno se apoderaram de mim: caí em tribulação e em tristeza” (Sal. 116:3).
A Bíblia nos ensina ainda que a morte é separação de Deus. Para descrever este aspeto da morte, Paulo usou a expressão “Alheios à vida de Deus” (Ef. 4:18). Por causa da desobediência à aliança, a comunhão e a paz de Adão com Deus foram perdidas no Jardim do Éden. Adão se viu tragicamente separado de Deus.
  Também é claramente retratado o aspeto da morte eterna na pena do apóstolo. É assim que ele a expressa: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm. 6:23).