Ceifando
Por Revelação
“Mas
recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas
testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até os confins
da terra” (At. 1:8).
Introdução
Não é suficiente conhecer as estratégias da colheita
espiritual. Precisamos também de compreender o método e o instrumento da
colheita. O método é o modo como usamos as estratégias que temos aprendido.
Devemos fazer a obra de Deus do modo de Deus. O modo de Deus é o da divina
revelação e resulta em reprodutividade espiritual (Is. 30: 21, 23).
Isto é colher por revelação de Deus, ao contrário de
colher pelos métodos do homem.
Mordomos do mistério
Crentes são “mordomos dos mistérios de Deus”. Um
mordomo é alguém que tem responsabilidade por alguma coisa em nome de outra
pessoa. Um mistério é alguma coisa não conhecida por outros. Deus deu-nos uma
comissão para...
“...
manifestar qual seja a dispensação do mistério, desde os séculos, oculto em
Deus, que criou todas as coisas, para que, pela igreja, a multiforme sabedoria
de Deus se torne conhecida, agora, dos principados e potestades nos lugares
celestiais, segundo o eterno propósito que estabeleceu em Cristo Jesus, nosso
Senhor” (Ef. 3:9-11).
Deus revelou à Igreja o ministério da salvação
através de Jesus Cristo. Pela Igreja, Ele está manifestando Seu mistério ao
universo (Ef. 1:9-10).
A Igreja é o instrumento através do qual os
mistérios de Deus são revelados à humanidade pecaminosa. Nossa missão é a de
“ceifar por revelação”.
Uma semente o servirá
O ciclo natural da colheita é baseado no princípio
de multiplicação. A semente é semeada e produz uma colheita. Dentro do fruto
daquela colheita estão as sementes de uma reprodução posterior (Gn. 1:12).
Estas sementes podem multiplicar e trazer uma outra
colheita. O ciclo é interminável. Neste ciclo natural nós encontramos uma
grande verdade espiritual. Esta é uma das razões porque Jesus usou a colheita
para ilustrar a visão de alcançar o mundo com o Evangelho.
Assim como cada grão ou fruto colhido tem a capacidade
de reprodução no mundo natural, assim também é no mundo espiritual. O próprio
Senhor Jesus foi mencionado como uma semente: “Lembrar-se-ão do Senhor e a ele se converterão os confins da terra. Uma
semente o servirá; falar-se-á do Senhor à geração vindoura”
(Tradução do inglês, Sl. 22:27, 30).
Quando Jesus morreu na cruz pelos pecados da
humanidade, a semente de Sua vida foi plantada. Que rica colheita que está
sendo colhida, pois multidões estão sendo salvas do pecado para a salvação e da
morte para a vida. Cada crente nascido de novo é como uma semente no mundo
natural. Dentro de cada um está a vida e a capacidade de reproduzir. Isto é
verdade tanto no mundo natural quanto no espiritual.
O mundo foi alcançado
Jesus desafiou os seus seguidores com uma grande
visão. Os campos de colheita do mundo se espalhavam perante eles. Eles não
tinham nenhuma moderna tecnologia como, por exemplo, editoras, rádios,
televisões e computadores, para cumprirem a sua tarefa. Eles não tinham nenhum
transporte rápido tais como autocarros, carros, comboios ou aviões. Porém a
Bíblia regista que em pouco tempo eles literalmente transtornaram o mundo todo
(At. 17:6).
A visão foi realizada por homens que entenderam o
método de multiplicação de Deus e sabiam como colher espiritualmente. Por todo
o mundo os campos da colheita estão maduros, mas as almas estão perecendo a
despeito de toda a nossa tecnologia moderna. A razão é que muitos não
compreendem o método e o instrumento para ceifar na revelação da colheita.
O método
As igrejas modernas têm tentado muitos métodos para
espalhar o Evangelho e aumentar o número de seus membros. Elas têm usado
debates, prémios e programas especiais para atrair as multidões. Elas têm usado
muitos planos elaborados pelos homens na tentativa de realizar a obra
espiritual. Mas a obra espiritual deve ser feita por métodos espirituais. Deus
não deixaria seus seguidores com tão grande visão para realizar sem
providenciar um método para torná-la realidade.
O método pode ser visto no paralelo natural do fruto
da colheita que tem a capacidade de reproduzir. Isto é resumido em 2 Timóteo
2:2 - “E o que de minha parte
ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e
também idóneos para instruir a outros”.
O mundo não foi alcançado apenas pelos doze
apóstolos de Jesus Cristo. Cada crente foi um cristão reprodutivo. O mundo hoje
nunca será alcançado se apenas os ministros e missionários de tempo integral se
esforçarem. Não há um número suficiente deles. Noventa e nove por cento da
igreja é composta de leigos. Esta é a força de trabalho que deve ser motivada
se realmente queremos alcançar três biliões de almas para Jesus Cristo.
A Bíblia regista que uma grande perseguição veio
contra a igreja primitiva em Jerusalém e... “... os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra”
(At. 8:4).
Os apóstolos, que eram os líderes da igreja e
ministros de tempo integral, permaneceram em Jerusalém (At. 8:1). Foram os
crentes dispersos que iam por toda parte pregando a Palavra. Aqueles irmãos
dispersos eram pescadores, fazedores de tendas e costureiras por ocupação, mas
sua principal preocupação era espalhar a mensagem do Evangelho.
Quando Saulo estava perseguindo a igreja primitiva,
está registado que ele não entrava nos “templos”, mas sim em “cada casa” para
prender os crentes (At. 8:3). Isto foi porque cada lar era um centro de
colheita espiritual. Com cada crente reproduzindo e cada lar sendo um centro de
evangelismo, fechar as portas dos “templos” não impediria que o evangelho se
espalhasse.
Assim como cada crente na igreja primitiva era
reprodutivo, cada lar tinha uma missão especial. Por exemplo, os seguintes
eventos ocorriam nos lares dos crentes:
- Atos 2:1, 46: O Pentecostes veio no cenáculo de uma
casa. Após o Pentecostes, os crentes se encontravam diariamente nos lares.
- Atos 9:11, 17: Ananias foi à casa de Judas e
ministrou a Paulo. Isto resultou no avanço do evangelho até aos gentios.
- Atos 10 e 11: Enquanto orava numa casa, Pedro
recebeu uma revelação que resultou na extensão do evangelho aos gentios.
- Atos 12:12; 16:15, 21-24, 40: Reuniões de oração
dos crentes eram realizadas nas casas de Maria, Lídia e Jairo.
- Atos 20:20: Paulo não apenas ensinou publicamente,
mas também nas casas.
- Atos 21:8-14: Revelação profética foi dada a Paulo
na casa de Filipe.
- Atos 28:30-31: Paulo pregou e ensinou numa casa
alugada.
- Romanos 16:5; 1 Coríntios 16:15, 19; Colossenses
4:15; Filemon 2: Referências são feitas às igrejas nos lares de Priscila e Áquila,
Estéfanas, Ninfa e Filemon.
Cada lar era um centro de reprodução espiritual.
Cada crente estava reproduzindo.
Seu lar não é para ser um centro de defesa da guerra
espiritual aonde constantemente deve estar protegido dos ataques do inimigo.
Ele deve ser uma ofensiva fortaleza de guerra espiritual avançando com a
mensagem do Evangelho e reivindicando o território do inimigo para Deus.
Ensinar a cada um para alcançar outro
O método é simples: cada crente reproduz outros
crentes, ensinando homens fiéis que serão capazes de ensinar a outros. Assim
como no exemplo natural do fruto da colheita, o ciclo é interminável. Mas os
resultados deste plano facilitam a compreensão de como a igreja primitiva
“colocou o mundo de cabeça para baixo” com a mensagem do Evangelho.
Deus tem usado sempre homens e mulheres para cumprir
a Sua vontade. O método de Deus para colher requer homens. Os homens buscam por
melhores métodos, mas Deus procura os melhores homens. O mundo toma homens
capacitados e talentosos e tenta dar-lhes caráter. Deus toma homens de caráter,
homens fiéis, e transforma-os em homens capacitados (1 Co. 4:1-2).
Não se requer que seja educado e/ou talentoso.
Requer-se apenas que seja fiel. Homens e mulheres fiéis transmitindo o
evangelho a outros homens e mulheres fiéis que são capazes de ensinar a
outros... esta é a revelação de Deus para a colheita.
As ferramentas
No mundo natural não há apenas estratégias e métodos
para se usar estas estratégias, há também ferramentas para a colheita. As
ferramentas podem variar de uma simples foice até uma máquina complexa.
Deus também tem providenciado uma ferramenta para a
colheita espiritual. Jesus disse: “Toda
autoridade (poder) me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei
discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho, e do
Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado.
E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século”.
Há quatro importantes referências à palavra “tudo”
ou “toda”. Os crentes são comissionados para:
- Ensinar a todas as nações
- Todas as coisas
Estas duas tarefas são a nossa responsabilidade.
Elas são um sumário da visão da colheita. A responsabilidade de Deus é:
-Providenciar todo o poder para capacitar nossa
tarefa e
-Estar connosco todos os dias.
Jesus disse aos Seus discípulos: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o
Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a
Judeia e Samaria e até os confins da terra” (A. 1.8).
O poder do Espírito Santo foi o instrumento que
Jesus deu aos Seus seguidores para cumprirem a responsabilidade da visão da
colheita. Para ser efetivo, o método de multiplicação deve ser revestido de
poder pelo Espírito Santo.
Muitos experimentam as bênçãos do Espírito Santo.
Eles sentem a unção, o regozijo e até falam em línguas. Mas a verdadeira
evidência do Espírito Santo não é apenas bênção ou falar em línguas
desconhecidas. A verdadeira evidência do Espírito Santo é poder. Este poder não
é poder político ou físico. É poder espiritual.
Não deve estar apenas satisfeito em experimentar as
bênçãos do Espírito Santo. Mas deve ir além das bênçãos para a revelação do
poder de Deus.
Poder dirigido
Poder sem direção é perigoso. A mesma força de uma
queda d’água que providencia água e energia pode destruir uma comunidade
inteira se ela não for apropriadamente canalizada.
O poder com o qual Jesus revestiu Seus seguidores
era um poder dirigido para capacita-los a testemunhar ao mundo. Ele era o
instrumento que eles usaram para cumprir a visão.
- Deus é a fonte deste poder (Sl. 62:11).
- Os crentes são ordenados para receberem este poder
(Lc. 24:49).
A palavra “revestidos” significa vestidos com poder.
Deus quer cobri-lo espiritualmente com o Seu poder para capacitá-lo a ser
testemunha Dele para o mundo.
O propósito do poder
O poder do Espírito Santo é necessário para fazer de
si uma efetiva testemunha do evangelho, porque ele é uma mensagem de poder. O
Seu poder tomará as suas palavras e as tornará efetivas (Lc. 4:32, 36). O Seu
poder confirma a Palavra (Mc. 16:20).
Deus confirma a Sua palavra com os sinais que a
acompanham. Ninguém pode esperar sinais miraculosos antes de começar a
compartilhar a Palavra de Deus. Por isso, deve começar a compartilhar a Sua
Palavra e então Ele trabalhará consigo confirmando as palavras que você falar.
Pense no impacto e na expansão do evangelho se cada
crente testemunhasse e cada pregação dos obreiros tivesse a demonstração de
poderosos sinais confirmando a Palavra liberada! Aqui está o que este poder
faz:
Eele traz cura: Seu
poder estará presente consigo para curar (Lc. 5:17).
Ele traz libertação: Enquanto
entra nos campos da colheita, o poder de Deus trará libertação à humanidade
sofrida (Mt. 10:1).
Ele traz proteção: O
poder de Deus o protegerá enquanto trabalha para Ele (Lc. 10:19).
Ele confirma o Evangelho:
“Confirmar” é provar alguma coisa. O poder do
Espírito Santo prova a realidade da Palavra de Deus (Jo. 6:2).
Foram os poderosos milagres de Jesus que trouxeram
as pessoas até Ele. Homens e mulheres não serão atraídos ao Evangelho através
de organização, denominação ou de um grande pregador. Elas virão por causa da
demonstração do poder de um Deus vivo.
Ele dirige as pessoas a Deus:
Paulo escreveu: “A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem
persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a
vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana e sim no poder de Deus”
(1 Co. 2:4, 5).
Paulo tinha uma boa educação e poderia ter falado
com a sabedoria dos homens. Ao invés, ele ministrou no poder de Deus e na
demonstração do Espírito Santo.
Sua razão? Que a fé das pessoas não fosse baseada na
sabedoria dos homens, mas no poder de Deus.
Todo
o poder
Jesus disse: “Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões e sobre
todo o poder do inimigo, e nada absolutamente vos causará dano” (Lc.
10:19).
Todo o poder foi dado a Jesus (Mt. 28:18). Através
do Espírito Santo Ele delegou este poder aos crentes. Quando entra nos campos
de colheita o seu método é multiplicação. A sua ferramenta é o poder.
Adquirindo o poder
Em cada promessa de Deus há duas partes: a promessa
e a possessão da promessa. Jesus prometeu todo o poder. Sua responsabilidade é
aceitar a possessão deste poder. Para fazer isto você deve:
Reconhecer que Ele é para hoje:
Em João 11, quando Jesus foi ressuscitar Lázaro da
morte, Marta encontrou-o e disse: “Senhor,
se estiveras aqui, não teria morrido meu irmão” (Jo. 11:21).
Jesus disse para ela: “Teu irmão há de ressurgir” (Jo. 11:23).
Marta disse para Ele: “Eu sei que ele há-de ressurgir na
ressurreição, no último dia” (Jo. 11:24).
Jesus respondeu com uma declaração que contém um
poderoso princípio: “Eu sou a
ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá”
(Jo. 11:25).
Marta creu que seu irmão teria sido curado, no
passado, se Jesus tivesse chegado a tempo. Ela também cria que seu irmão
poderia ressuscitar dos mortos no futuro. Mas quando Jesus usou as palavras “Eu
sou” para responder a Marta, Ele estava revelando uma importante verdade. Não
existe tal coisa como um dia passado ou futuro de milagres. Em cada era há
poder para suprir as necessidades das pessoas. Em cada era, Deus é (Eu sou)
suficiente para suprir as necessidades. “Marta, hoje é o dia dos milagres. Eu
sou (presente) a ressurreição e a vida”.
Existem alguns que dizem que o dia dos milagres
pertence ao passado. Eles não aceitam o poder do Espírito Santo. A Bíblia
adverte sobre aqueles que... “Tendo
forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder” (2 Tm. 3:5).
A Bíblia Ampliada traduz que eles têm uma forma de
piedade, mas são “estranhos ao poder dela”.
Eles são como a figueira que Jesus amaldiçoou. Eles
possuem uma aparência de piedade, mas não há frutificação. Assim como a
figueira não tinha o fluir da seiva para produzir frutos, eles não possuem
nenhum fluir do poder de Deus e não são espiritualmente produtivos.
Compreender a fonte:
A fonte do poder é Deus (Jo. 15:5, 7). Nós somos os
ramos. Jesus é a videira. A vida vem da videira. Os ramos apenas dão o fruto.
Nós não podemos produzir o fruto, nós apenas o damos.
Jesus é o único que opera as obras. Quando Jesus foi
questionado, “Que faremos para realizar as obras de Deus”? Ele não lhes deu um
curso sobre cura divina ou mostrou-lhes como realizar um milagre. Ele
respondeu: “A obra de Deus é esta: que
creias naquele que por ele foi enviado” (Jo. 6:29).
Ele é a obra de Deus. Ele é a fonte do poder, dos
milagres e das curas.
O poder não está no homem ou em qualquer coisa que o
homem possua. O cumprimento da promessa de poder apenas está em Deus e em Sua
Palavra.
Jesus é a videira que providencia o suporte. Nós
somos os ramos. Da videira flui o poder que cumprirá a visão.
Aceitar a autoridade:
Quando se recebe a responsabilidade para fazer algo,
também se deve ter a autoridade para realiza-lo. Jesus deu aos crentes a
responsabilidade da colheita e a autoridade para cumprir esta responsabilidade,
mas devem aceitar pessoalmente esta autoridade. Jesus disse que “todo o poder”
(autoridade) foi-lhe dado. Ele delegou este poder (autoridade) a nós. portanto
devemos aceita-lo e usa-lo apropriadamente para espalhar o evangelho.
Os crentes também devem reconhecer este poder em
suas igrejas. Numa parábola dada por Jesus, Ele disse: “... Sai depressa para as ruas e becos da
cidade e traze para aqui os pobres, os aleijados, os cegos e coxos... Sai pelos
caminhos e atalhos e obriga a todos a entrar, para que fique cheia a minha
casa” (Lc. 14:21, 23).
O plano de Deus para a igreja é que ela seja o
centro de demonstração de Seu poder. Em muitos casos, ela se tem tornado o
centro de recreação, o círculo da moda ou o centro social.
Se nós não temos o poder de Deus fluindo em nossas
igrejas, então o pobre, o cego e aqueles perdidos em pecado sairão através de
nossas portas sem qualquer mudança. Eles sairão na mesma condição em que
entraram.
A igreja é composta de indivíduos. Se a igreja deve
experimentar o poder de Deus, então seus membros devem experimentar este poder
individualmente.
Pedro: Antes e depois
O poder de Deus é a ferramenta que o transformará de
um ineficaz ceifeiro em alguém que sabe como ceifar na revelação da colheita.
Considere o exemplo de Pedro, o apóstolo.
Nós encontramos um Pedro sonolento na maior hora do
ministério de Jesus Cristo (Mc. 14:32-34). Nós encontramos um Pedro acovardado
negando que ele conhecia a Jesus (Mt. 26). Nós vemos um homem que abandonou o
chamado da colheita e de ser um pescador de homens. Ele retornou aos seus
próprios negócios egoístas (Jo. 21).
Mas então, repentinamente, há uma explosão no relato
bíblico do novo Pedro. A primeira vez que este homem ousadamente pregou a
mensagem do evangelho, 3.000 foram salvos. Na vez seguinte, 5.000 foram
acrescentados à igreja. O que aconteceu para mudar este medroso e volúvel homem
num poderoso líder da igreja primitiva?
Pedro recebeu uma experiência de poder - um poder
que o capacitou a dizer para o coxo: “...
olha para nós... em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda! E, tomando-o pela
mão direita, o levantou; imediatamente, os seus pés e tornozelos se firmaram”
(At. 3:4, 6-7).
Você não diz para a humanidade sofrida “olhe para
nós” a menos que saiba que tem alguma coisa para suprir a sua necessidade. Não
pega num coxo pela mão e levanta-o a menos que saiba que tem um poder maior do
que você mesmo. Pedro não tinha nada em si mesmo, mas ele tinha o poder de Deus
fluindo através dele. O poder de Deus colocou o coxo sobre os seus pés, ele não
o ajudou apenas a conviver com sua condição de coxo.
A experiência de poder transforma pescadores como
Pedro em pescadores de homens.
O círculo expandido
Jesus esboçou o padrão do círculo sempre em expansão
resultando em poderoso testemunho do Evangelho (At. 1:8).
As estratégias da colheita foram reveladas em Sua
Palavra:
- O método foi multiplicação.
- A ferramenta foi o poder do Espírito Santo.
- O Poder era dirigido. Ele foi dado para capacitar
os discípulos a se tornarem testemunhas.
- O alvo do poder era as nações do mundo, um círculo
sempre em expansão... Jerusalém, depois Judeia, Samaria e até os confins da
terra.
Começando onde eles estavam, usando o método de
multiplicação e a ferramenta de poder, o Evangelho se estenderia até aos
confins da terra.
Possuindo a promessa
A promessa é reivindicada frequentemente pelos
crentes: “... eis que estou convosco
sempre, até a consumação do século” (Mt. 28:20).
Mas lembre-se, em cada promessa de Deus há uma
condição para possuir a promessa. Esta promessa foi feita para um grupo
especial de crentes. Ela foi feita para aqueles que cumpririam a visão da
colheita (Mt. 28:19-20), para aqueles que estão dispostos a ver a visão... para
aqueles que estão dispostos a ir com um poderoso testemunho às nações do
mundo... para estes Ele prometeu...”Eis
que estou convosco todos os dias...”