Leitura:
Tiago 1:6-7
Não é pecado duvidarmos da
palavra de Deus, o que é pecado é não obedecer. Muitos são os relatos de
grandes homens de Deus que duvidaram da promessa de Deus, porém, desses que
duvidaram somente os que perseveraram alcançaram a concretização dessa
promessa. Ou seja eu posso duvidar, mas se eu quero que as promessas se cumpram
o que eu não posso fazer é não obedecer.
Cansar e desanimar é justo para
os que estão na batalha, o que não se pode fazer é desistir. Eu tenho o direito
de querer arriar a cruz, o que eu não posso é abandoná-la. No evangelho de
Marcos 8:34 Jesus dá as orientações e as condições para os que o desejam
seguir. Aquele pois que quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz
e siga-me. Jamais ele disse que seria fácil, porém, podemos ter a confiança do
que diz a sua palavra de que ninguém tem o fardo maior do que possa carregar.
Sempre que a dúvida entra a fé sai e, por isso, as
conquistas ficam paralisadas e muitos territórios, já conquistados, podem até
ser perdidos. O Senhor trata com seriedade a questão da dúvida, porque ela
inviabiliza a caminhada cristã. Quando alguém é visitado pela dúvida, perde o
foco, passa a andar de um lado para o outro e sai da rota da vitória.
Espiritualmente falando, a dúvida é uma declaração de
que o Senhor não é fiel e nem é capaz de cumprir o que disse. A dúvida é a base
do sistema de operações de Satanás contra os seres humanos, principalmente os
cristãos. O plano do diabo é plantar a dúvida no coração do homem em relação
aos princípios e propósitos de Deus. Por meio da dúvida ele consegue tirar da
rota da vitória muitos crentes experientes, que jamais cairiam por causa de
determinados pecados.
Ele é um especialista quando o assunto é utilizar a
dúvida. Foi isto exatamente o que ele fez com Eva (Gn. 3:1-6). Plantou a dúvida
em seu coração em relação a Deus, levando-a a pecar. Foi por causa da dúvida
que Eva acabou por tomar um caminho diferente daquele que Deus havia requerido
dela. Até Moisés teve seus momentos de dúvida quanto à fidelidade de Deus, em
relação à Sua promessa de prover carne para o povo no deserto durante um mês
(Nm. 11:18-23). Na verdade, ninguém está livre dessa seta maligna, por isso
precisamos de nos cuidarmos para não nos deixarmos levar por ela.
Os milagres só acontecem quando
vencermos a dúvida, quando estamos usando a chave para abrir a porta dos céus.
A chave é a oração e a porta é Jesus Cristo, é através do nome de Jesus que
abrimos ou fechamos portas no mundo espiritual de situações que queremos mudar
em nossas vidas, ou situações que queremos que permaneça sob sua proteção. O
nome de Jesus é sobre todos os nomes e através dEle podemos tudo naquele que
nos fortalece, porque só o Senhor é Deus, e o Senhor é Jesus Cristo.
1.
O que a dúvida faz?
A dúvida rouba a fé, e mina as
esperanças. Quando duvidamos do nosso propósito, das promessas de Deus e da
eficácia da igreja de Cristo na terra, em pouco tempo estaremos vivendo a
escassez e solidão. Como vimos outrora, Moisés diante do mar dá duas ordens -
aquietai-vos e vede. Tudo porque o que falamos está diretamente ligado ao que
cremos. A bíblia diz que a boca fala do que o coração está cheio. E tudo na
nossa vida está ligado àquilo que cremos. Você é o resultado de sua fé. Jó
declara aos seus amigos que sabia em quem cria. E nós cremos o suficiente na
palavra de Deus para nos lançarmos em seus braços com as luzes apagadas?
A dúvida turba tudo aquilo
que se espera que um nobre seja: padrão, referencial, espelho, um ser
equilibrado, irrepreensível no seu comportamento, quer seja familiar, pessoal
ou social.
Precisamos, pela fé, resgatar os valores da nobreza
cristã. Precisamos de ser capazes de ver onde temos falhado e consertemos
nossos caminhos para com Deus, pois Ele requer de seus filhos um comportamento
que venha a dignificar o reino para o qual estamos destinados.
Avaliemos, portanto, a nossa conduta de relacionamento
como cristãos e façamos os consertos necessários para resgatar a nobreza
que o Senhor espera de nós, como seletos filhos da Luz, filhos de Rei.
A dúvida atrapalha a realização dos propósitos de
Deus. A dúvida não leva o homem a satisfazer o desejo de Deus de manter
comunhão e relacionamento íntimo com ele. Muito pelo contrário. Ao invés de
governar debaixo de Deus, para fazer a sua vontade e participar do seu plano
para esta terra, o homem quer dominar a fim de ser independente, dono de si
próprio, exercendo sua própria autoridade para fazer sua própria vontade.
Não adianta a
pessoa ter fé durante uma reunião na igreja, se não souber resistir à dúvida,
às preocupações e à ansiedade. Não adianta orar, clamar, suplicar, é preciso
manter a fé no auge, pois só conquistamos através dela. O diabo, sabendo disso,
irá usar todas as artimanhas possíveis para paralisá-la, pois ele quer sempre
levantar problemas para que a pessoa fique tensa, preocupada e, assim, tenha a
fé abalada.
Precisamos
combater imediatamente todos os inimigos da fé e confiar nas promessas de Deus
para quando vierem os problemas e com eles o medo, a dúvida, a preocupação e a
ansiedade, mantenhamos o pensamento na Palavra de Deus e a confiança em Suas
promessas. Assim, esses inimigos irão e a pessoa terá mantido a consciência e a
fé limpas. Isso, certamente fará de si um vencedor.
Como vimos, ela não só paralisa uma conquista, como
pode levar a pessoa a perder territórios já conquistados. O justo anda e age
por fé e, como se opõe à fé, a dúvida tem o poder de paralisar a caminhada
espiritual e obstruir muitas unções e ministérios. Suas ações terríveis podem
fragilizar muitas áreas nobres da vida do cristão, em seus diversos aspetos,
tanto na área secular como na eclesiástica, na igreja e nos múltiplos
relacionamentos mantidos pelo cristão em seu lidar diário, mas há duas áreas
muito significativas, que abordaremos a seguir, que uma vez afetadas pela
dúvida, causam danos tremendos: a unção sacerdotal e a unção profética.
a) A dúvida fragiliza a unção sacerdotal.
O sacerdote Zacarias, em determinado momento de sua
vida, foi atacado pela dúvida (Lc. 1:5-20). Ele duvidou quando o Senhor lhe
disse que seria pai. Na verdade, foi quando olhou para a sua idade avançada e
para a esterilidade de Isabel, sua esposa, que a dúvida entrou em seu coração.
Mesmo sendo sacerdote e estando diante do anjo Gabriel, no interior do
santuário, Zacarias não considerou a fidelidade, tarefa primordial para as
lideranças sérias e comprometidas com a Palavra de Deus em toda sua amplitude,
o poder de Deus para cumprir tudo o que lhe prometera. Por causa disso,
Zacarias ficou mudo até que seus olhos vissem o cumprimento da promessa de Deus
para a sua casa.
Ora, um dos aspetos do sacerdócio é essencialmente
colocar-se entre o altar de Deus e o povo, levando a Deus a causa do povo e
trazendo para o povo as respostas de Deus. Precisamos entender que embora o
sacerdote seja humano e interceda na Terra, a sua intercessão é sobrenatural,
porque a sua unção e ofício são espirituais. Onde a unção sacerdotal entra em
ação estabelece-se o território da fé e, ainda que não se perceba, surge um
lugar onde o humano e o divino se encontram, onde as necessidades humanas são
trocadas pela providência de Deus e onde as limitações humanas se encontram com
as maravilhas de Deus! Não podemos permitir que as nossas limitações físicas,
biológicas, financeiras preparem o terreno para que a semente da dúvida seja
plantada em nós.
Outro aspeto da unção sacerdotal que é afetado pela
dúvida é a capacidade que o sacerdote deve ter de avaliar corretamente uma
casa, segundo a medida de Deus (Lv. 27:14). Zacarias, como muitos hoje em dia,
não teve a capacidade de avaliar a sua casa de acordo com os princípios e a
promessa de Deus, por causa da dúvida que o visitou. Olhando para as
circunstâncias limitadoras (idade avançada de ambos e a esterilidade dela), ele
avaliou a sua casa como o lugar da impossibilidade. Ele orava a Deus por uma
descendência, mas duvidava do sobrenatural de Deus. Foi sacerdote para pedir,
mas não foi para crer na resposta.
A unção sacerdotal não pode ser contaminada pela
dúvida, porque isto pode gerar desânimo e desistência, não só no sacerdote, mas
na vida de todo o povo que ele representa diante de Deus. O sacerdócio em
muitos lares está paralisado, porque a dúvida alcançou os sacerdotes que Deus
estabeleceu naquela casa. Muitos pedem mas não acreditam que as promessas de
Deus vão se cumprir em suas vidas e famílias, simplesmente porque se fixam nas
limitações humanas e nas circunstâncias adversas e desestimulantes à sua volta.
A dúvida nos esvazia da unção sacerdotal, a unção
necessária para que a harmonia e a prosperidade estejam em nossos lares. Nossa
caminhada espiritual e sacerdócio depende da fé naquEle que é fiel e nunca
mente, jamais nas nossas possibilidades. Como sacerdotes reais precisamos
resistir à dúvida, fazer as avaliações espiritualmente corretas (segundo a
medida dos princípios e promessas de Deus) e crer no poder da intercessão
sacerdotal de levar a causa do povo para Deus e de trazer o sobrenatural de
Deus para o povo!
b) A dúvida fragiliza a unção profética.
A dúvida rouba a convicção e a autoridade profética
tão necessárias para a nossa vitória espiritual. João Batista foi um profeta
tremendo, mas que foi mordido pela dúvida. Em João 1:29-34 testemunhou acerca
de sua vida, de seu ministério e sobre a vida e ministério de Yeshua (Jesus).
Mas houve um momento em sua vida, quando a dúvida perturbou a sua alma, que ele
chegou a duvidar se Yeshua era mesmo o Messias (Mt. 11:2-7). Ele estava na
prisão quando a dúvida o alcançou e fragilizou a sua unção profética. Às vezes,
a dúvida e a incerteza se tornam companheiras de quem está nas cadeias da vida
(quer físicas, quer espirituais e emocionais). Nessa hora, por causa da dúvida,
ele perdeu a convicção da revelação que havia recebido e, em consequência,
perde também a autoridade profética, o que o levou a enviar seus discípulos
para perguntar ao Mestre se Ele era mesmo o Messias.
Muitos cristãos, por terem acolhido a dúvida em seus
corações, entraram em confusão profética e passaram a viver aquém dos projetos
de Deus. Na verdade, a dúvida lhes roubou a convicção das promessas e profecias
de Deus em relação às suas vidas, famílias, ministérios etc e, por isso,
deixaram de exercer autoridade profética debaixo dos céus de seus territórios.
Toda a semente de dúvida fragiliza a unção profética e contamina os céus
proféticos. Quando a dúvida entra, cessa a palavra da profecia, a palavra da fé
que chama à existência o que não vemos, mas que estamos convictos de que
existe.
De certa forma todos nós precisamos nos mover na unção
profética em algum nível, pois nossa vitória depende, e muito, das nossas
declarações de fé, isto é: das palavras proféticas de vitória que saem da nossa
boca. A dúvida fecha a boca da pessoa ou a abre para discursos contraditórios,
isto é: confessar incredulidade, impossibilidades, argumentos contrários,
desânimo, desistência, fracasso, derrota.
A dúvida, além de tirar a pessoa do foco sacerdotal, a
tira também do foco profético, tornando-a vulnerável e instável, fazendo-a
perder o rumo, jogando-a de um lado para outro, como diz a Escritura Sagrada.
Porém, uma vez que a dúvida seja abortada, a unção profética flui e os lábios
proféticos começam a destilar as palavras da vitória e da conquista.
Precisamos saber que a fé está baseada na Verdade e na
fidelidade de Deus, mas a dúvida apoia-se na mentira e sempre questiona a
fidelidade de Deus, fazendo a pessoa acreditar que o que Deus disse que faria
não fará, isto é: faz de Deus um mentiroso.
A dúvida é um dos maiores obstáculos para recebermos
as promessas de Deus. Chegou o tempo de começarmos a fluir na unção sacerdotal
e na unção profética, com vistas a entrarmos no território da fé, no
sobrenatural de Deus, com intercessões e proclamações poderosas de fé,
determinando o fim do caos e o início de tempos de harmonia e prosperidade em
nossas vidas e territórios.
Retomemos a unção que vai nos levar para o lugar da
vitória, ao mesmo tempo que nos transformará em verdadeiros agentes de Deus no
processo de um genuíno avivamento pessoal, familiar e ministerial sem precedentes.
Diga não para o fracasso na caminhada espiritual. Mande a dúvida embora de uma
vez por todas e assuma o seu papel de conquistador inegociável das promessas de
Deus, em nome de Jesus! Amém.