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segunda-feira, 27 de maio de 2013

A Pesca Maravilhosa e Milagrosa - Uma Nova Rede

 
        Introdução
        A Pesca Maravilhosa e Milagrosa ocorreu no célebre lago chamado de Mar da Galileia. Um local muito importante na vida pública de Jesus.
        Pescar no Mar da Galileia era de vital importância económica para as nove cidades nas suas margens e para os discípulos de Jesus. As cidades da Galileia refletiam a importância da pesca na vida económica da época. Tiberíades enviava carregamentos de peixe para Jerusalém e exportava para Roma. Em Betsaida (casa da pesca, em hebraico), a maior parte das pessoas trabalhava com a pesca.
        Os grandes cardumes, encontrados perto da costa, eram o paraíso dos pescadores. No tempo de Jesus, centenas de barcos jogavam suas redes. O pescado era sempre salgado, pois não havia outra forma de conservar o alimento.
        As condições de pesca mudavam muito, de acordo com as variações do lago. Os pescadores eram geralmente, pessoas simples e de pouca instrução. Homens fortes, queimados pelo sol e vento. Viviam para esse ofício, noites inteiras sem dormir, contínuo lançar de redes, preparados para as repentinas tempestades, navegavam sobre as ondas.
        Durante a pesca, eles se alimentavam de pão, peixe e água (bebendo diretamente do lago). As redes usadas na pesca eram penduradas dentro d'água num complexo de três redes, lançadas em alto mar.
Eram necessários quatro homens para que as redes fossem jogadas ao mar. Os pescadores afastavam-se da rede e se reaproximavam um tempo depois, agitavam as águas com os remos para tocar os peixes para dentro delas.
        Os pescadores penduravam as redes, agitavam os remos, suspendiam as redes e viam que não haviam apanhado nada! Voltam a procurar em outros lugares, onde tiveram mais sorte anteriormente. Novamente lançavam as redes e, ao levantá-las, experimentavam a mesma decepção.
        Somente a paciência lhes dava a força necessária para aguentar noites inteiras de insucesso. Cansados, abatidos no corpo e na alma, desciam na praia para limpar as redes e consertar os rasgos.
        O dia de trabalho dos pescadores não terminava com o retorno à costa. Os homens ainda precisavam de consertar e lavar as redes do lodo e galhos que nelas se prendiam, salgar o peixe, fazer manutenção nos barcos e equipamentos e negociar com os mercadores. Uma atividade que exigia muitas e cansativas horas.
        E quando Jesus estava caminhando pelas margens do Mar da Galileia, foi rodeado por uma grande multidão, ávida por voltar a escutá-lo. Dois barcos estavam amarrados na praia. Os pescadores lavavam e limpavam as suas redes. Os donos eram Simão Pedro e Zebedeu, pai de Tiago e João.
        O Mestre observa aqueles desanimados pescadores, cansados de uma noite inteira de trabalho. Já se fazia dia e eles ainda trabalhavam retirando ervas e lodo das malhas de suas redes para poderem jogá-las ao mar. Além do próprio barco, as redes eram o seu instrumento de trabalho mais importante. Jesus pregando à multidão, não deixou de notar a dificuldade que seus discípulos passavam.
         “E, entrando num dos barcos, que era o de Simão, pediu-lhe que o afastasse um pouco da terra; e, assentando-se, ensinava do barco a multidão” (Lc. 5:3)
1.     A Pesca Maravilhosa e Milagrosa
        Jesus espremido pelo povo, ensinando, sobe no barco de Pedro e se distancia um pouco da margem, senta-se e fala à multidão daquele púlpito improvisado, num lindo cenário que balançava suavemente sobre as ondas.
        Ao término disse a Pedro: “Vai ao mar alto e lançai as vossas redes para pescar”. Esta ordem era literal e ao mesmo tempo alegórica, pois tinha também a finalidade de ilustrar uma verdade espiritual que Pedro aprenderia em seguida.
        Há neste registo sobre a pesca dois eventos separados que envolvem o uso de uma rede no mundo natural e que ilustra uma grande verdade espiritual.
        a) O primeiro evento ocorreu ao princípio do ministério terreno de Cristo e está registado em Lucas 5.
        Pedro e seus companheiros haviam estado a pescar durante toda a noite, o melhor período para a pesca, e não conseguiram apanhar nada. Jesus lhes disse: “Entra mar adentro, e lançai as vossas redes para pescar” (Lc. 5:4). Naquele momento da ordem de Jesus, as circunstâncias não eram favoráveis para se pescar.
        E Pedro, um pescador profissional, acostumado a seguir seus instintos de exímio pescador, de um experimentado trabalhador do mar, num esforço, deixa de lado toda a sua percepção humana e passa a confiar somente na palavra de Jesus. “E, respondendo Simão, disse-lhe: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos; mas, sobre a tua palavra, lançarei a rede” (Lc. 5:5).
        Pedro inicia a sua aprendizagem no crer e confiar na providência de Deus. Ele que sempre prometeu que nunca nos deixaria sós, mas sim que estaria connosco nas horas mais difíceis de nossas vidas.
        No ponto desejado pela ciência divina de Jesus, foi lançada a rede. Apanharam tantos peixes que ao tentar retirar a rede da água, as malhas começaram a se romper e eles tiveram que chamar seus companheiros, que estavam num outro barco próximo, para que viessem ajudá-los.
        “E, fazendo assim, colheram uma grande quantidade de peixes, e rompia-se-lhes a rede. E fizeram sinal aos companheiros que estavam no outro barco, para que os fossem ajudar. E foram, e encheram ambos os barcos, de maneira tal que quase iam a pique” (Lc. 5:6-7).
        A pesca foi tão grande que encheu os barcos de tal forma que o peso ameaçava naufragá-los. Por mais acostumados que estivessem com boas pescas, eles não hesitaram em reconhecer a pesca milagrosa como um extraordinário e raro acontecimento. Pedro estava assombrado quanto a isto, lançando-se aos pés do mestre, movido de temor diante daquele que se mostrava como o filho do homem. Pedro reconheceu a obra de Deus por meio de Jesus, e na condição de pecador, confessa a sua incapacidade de estar diante do mestre, pois Jesus era santo. Mas Jesus lhe disse: “Não temas; daqui em diante estarás pescando homens” (Lc. 5:10).
        A pesca que Pedro havia experimentado no mundo natural não era nada comparada à grande colheita que ele segaria no mundo espiritual quando ele se fez pescador de homens.
        Deixe Jesus entrar no seu barco. Jesus entrou no barco de Simão e pediu educadamente para que afastasse o barco um pouco mais para o fundo. Aparentemente Jesus só queria um lugar para se sentar e pregar, mas acima de tudo queria uma posição ideal para realizar um milagre.
        O que significa deixar Jesus entrar em nosso barco? Ao deixar Jesus entrar no barco, Simão teve a oportunidade de: obedecer a Jesus, que direcionou para onde o barco deveria ir; aprender de Jesus, que estava pregando do barco como se fosse seu púlpito e Simão ouvia.
        Muitas pessoas querem que Jesus entre no seu barco somente para acalmar as tempestades. Não querem obedecer nem aprender. Mas quando Jesus entra em nosso barco devemos deixá-lo dirigir nossas vidas para onde quiser e principalmente ouvir sua Palavra.
        b) O segundo evento similar se regista no final do ministério de Cristo em João 21.
        Os discípulos pescaram toda a noite e não pegaram nada. À ordem de Cristo lançaram a rede e, uma vez mais, ela estava cheia com peixes. Mas desta vez foi diferente da primeira. A rede não se rompeu: “Simão Pedro subiu e puxou a rede para terra, cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes e, sendo tantos, não se rompeu a rede” (Jo. 21:11).
        Estes dos eventos realmente aconteceram no mundo natural, mas eles foram parábolas de uma grande verdade espiritual. Na primeira vez a rede se rompeu, mas na segunda não. O que terá feito a diferença?
        A primeira rede foi um exemplo dos esforços do homem. Pedro era um pescador por profissão. Ele conhecia os métodos naturais e as tradições dos pescadores. Através da rede quebrada Jesus mostrou que os esforços do homem sozinho não poderiam cumprir a visão e a obra de Deus. Quando Pedro compreendeu o grande trabalho para o qual Deus o estava chamando, ele clamou: “E vendo isto Simão Pedro, prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, ausenta-te de mim, que sou um homem pecador” (Lc. 5:8).
        Pedro se tornaria pescador de homens. A pessoa simplesmente não se enquadra mais ao antigo modo de pensar! A rede velha não poderia acomodar a grande colheita espiritual que ele segaria. Pedro teria que abandonar as tradições dos homens. Ele tinha de cruzar a línea de separação entre o judeu e o gentio. A rede velha deve romper-se e ele deve tornar-se parte de uma nova rede. Ninguém que tenha um encontro com o Senhor Jesus permanece nos seus antigos planos ou projetos de vida.
        Seguir a Jesus requer da pessoa rompimento total com o passado. Jesus não quer remendar a nossa vida. Ele quer fazer tudo novo! Não pode haver “furos” em nossa vida. Não adianta remendar o que não tem mais conserto.
        Entre a primeira e a segunda pesca, uma nova rede foi criada. Estes eventos da pesca natural foram parábolas do que se passou no mundo do espírito. Deus estava levantando uma nova rede. Acabar-se-ia a divisão entre os judeus e gentios, o rico e o pobre, o escravo e o livre. Ela se estenderia para incluir a Paulo, Barnabé, Silas, Tito e uma multidão de outras pessoas, e se expandiria de Jerusalém a Judeia e Samaria, para alcançar até ou último da terra.
        O desafio da Grande Comissão não pode alcançar-se com nada menos que uma nova “rede” no mundo espiritual. Deus disse que nos últimos dias Ele verteria seu Espírito sobre toda a carne. Os profetas do Antigo Testamento profetizaram que nos últimos dias da colheita espiritual o ciclo seria tão grande que o arador alcançaria ao segador.
        Um homem, uma organização, ou uma denominação não podem segar esta grande colheita espiritual. Por isto Deus disse que, nestes últimos dias, verteria seu Espírito em toda a carne. O trabalho responsável de equipa deve aplicar-se a nossos esforços de evangelização se desejarmos alcançar a colheita a tempo. O exemplo apostólico do Novo Testamento requer uma equipa de pessoas dedicadas que laborem eficazmente para com a singular meta de evangelização. Isto é necessário muito mais agora uma vez que a sombra da noite começa a cair pelos campos espirituais das nações deste mundo.
        Lembra-se de como João e seu irmão estavam remendando as suas redes quando Jesus os chamou? Eles estavam tentando reparar algo que estava roto. Jesus os chamou para deixarem as suas redes rotas e as substituíssem por uma grande rede espiritual. Eles foram chamados para se transformarem em pescadores de homens. Ao responderem ao chamado de Cristo eles se tornaram parte da nova rede para a evangelização.
        Como é lindo ver que Jesus não afasta o pecador que reconhece a sua condição e o seu vazio espiritual. O Mestre aceita o pecador confesso e oferece a oportunidade de reconciliação. Deus manda o pecador perdoado a executar a sua obra.
        Mais do que isso, Jesus mostra a Pedro a vontade do Pai para a sua nova missão: Te farei pescador de homens.
        Não há profissão mais nobre do que esta, a de Pescador de Homens, que significa lançar a palavra de um Pai amoroso, que muito anseia pela volta dos seus filhos queridos. É um grande e tremendo privilégio que até os anjos desejaram fazer.
        Essa é a vontade de Deus. Jesus nos chamou para crer e confiar na sua palavra. Ele tem cuidado de nós. Ainda que estejamos cansados, abatidos com o labor desta terra. O Pai nos chamou para sermos pescadores de homens. Há uma chamada, há uma convocação divina. Muito nos perguntamos, quando, como, com que tempo e onde?
        E fica a pergunta: Mas não vejo o momento propício para lançar minha rede, não sei onde, qual o local?
        A pesca milagrosa é onde você estiver! Quando jogamos nossas redes para pescar almas, há verdades importantes que precisamos de ser aplicadas – como vemos nas redes desses pescadores. Sob a palavra de Jesus lance a sua rede! Use de estratégias, estude a palavra de Deus, se lance ao mar da vida e pesque homens para Deus, porque é maravilhoso unir coração e mãos com as pessoas ao redor do mundo e amar esse mundo para Jesus Cristo. Mas para fazer isso cada pessoa deve adotar as características de um pescador, tendo compaixão daquelas almas que estão perdidas e coragem para dar o primeiro passo e jogar a rede. Confie, creia que ele mesmo lhe dará a direção.
        Certa vez um homem sábio disse: “Quando pescamos peixes, os tiramos de uma linda vida e os trazemos para a morte; mas quando pescamos homens, os tiramos da morte e lhes apresentamos uma linda vida”.
       

domingo, 12 de maio de 2013

A Coragem Leva-nos à Maturidade


 
Texto: 1 Samuel 17:4, 24, 26, 32-35, 37, 41, 42, 46-50; 13:1-13

Introdução
A coragem é um elemento essencial para conseguirmos atravessar e adiantar todo o caminho de nossa vida. Ela nos leva à maturidade, que é saber controlar a ira ou resolver as diferenças sem violência nem destruição; que significa paciência; que é a liberdade de recusar um prazer momentâneo em nome de uma felicidade duradoura; que é perseverança e habilidade para a realização de um projeto, apesar dos obstáculos ou dos fracassos desanimadores; que é a capacidade de enfrentar desgraças, frustrações, incômodos e derrotas sem lamentações nem prostrações; que é humildade, que é ter a coragem de reconhecer quando se está enganado ou, se a razão estiver do nosso lado, não experimentar a satisfação de dizer “eu o avisei”; que é tomar uma decisão e sustentá-la.
As pessoas imaturas passam a vida explorando, possibilidades sem fim e terminam por não fazer nada de positivo; que significa cumprir com a palavra.
As pessoas imaturas são mestras em dar desculpas, vivem confusas e não sabem como se organizar; suas vidas se transformam em uma longa corrente de promessas quebradas, de amizades passageiras, de negócios inconclusos e de boas intenções que nunca se materializam; que é a arte de viver em paz com situações imutáveis ou ter a coragem de mudá-las quando as circunstâncias exigirem.
A maturidade só pode fazer-se presente na história de quem tiver honestidade o bastante para lidar com as reais consequências do que escolheu, pois, ao contrário, a infantilidade será uma contínua companheira que o fará olhar – sempre e em tudo – contemplar a vida sob uma ótica imprecisa e auto-piedosa.
Hoje é mais do que necessária a coragem para levar a vida; diante das mudanças morais o ser humano tende a se isolar e nunca vivemos um período onde tantas pessoas sofrem pela solidão.
Hoje em dia, diante de um mundo marcado por indiferenças, individualismos e banalidades muitas vezes inexplicáveis, de tantas mudanças de comportamento e de escolhas, a coragem para compreender é fundamental; aquela coragem cordial, pessoal e amigável que ajuda a construir e que nos faz aconselhar. Precisamos de compreender melhor a grandeza dessa atitude conquistada para tornar a nossa vida mais autêntica e natural; poder falar sem medo de dizer e ajudar sem medo de errar. Esse amadurecimento nos permitirá enxergar o mundo com outros olhos, ouvir e expor nossas ideias com respeito e dignidade.
As passagens bíblicas do primeiro livro de Samuel mostram-nos a história de um jovem que, aos olhos humanos era um simples pastor de ovelhas, mas que aos olhos de Deus era um Rei, era a menina dos Seus olhos.
De suas grandes virtudes a primeira a chamar a atenção de Deus foi á capacidade de se entregar pelas suas ovelhas, como na vez em que livrou as suas ovelhas de um urso e depois de um leão, tudo isso por que de facto dava a vida por suas ovelhas. Mas quando falamos de Davi logo nos lembramos de sua bravura e valentia, quem nunca ouviu falar dos “valentes de Davi”, era comandante de grandes exércitos, homem que vivia em guerras, se tentássemos imaginar Davi, viríamos um homem bruto, rústico, um típico comandante de guerra!
A coragem na maturidade é intensa e faz da vida uma eterna fonte de realizações e vivências conscientes, capazes de alimentar a alma de maneira total e satisfazer a vontade de forma incomum. Davi enfrentou as feras reais - o urso, o leão e o gigante - mas as venceu para que eu e você possamos vencer os leões, os ursos e os gigantes que se deparam na trajetória de nossa vida, pois os obstáculos da vida não são maiores do que o Senhor nosso Deus (1 Sm. 17:37).
A coragem é importante para todos aqueles que muitas vezes passam por situações, onde têm que enfrentar os ursos, leões e gigantes da vida e que querem crescer, e vencer seus obstáculos e progredir. O corajoso se destaca dos demais e se torna digno da admiração. Ela é a virtude que nos alimenta para enfrentarmos a ansiedade e conquistar a liberdade. Necessitamos de coragem para sair da dependência paterna e coragem para enfrentar hoje aquilo que não dá mais tempo de resgatar.
O leão, o urso e o gigante, representam três coisas que em algum momento e de alguma forma sempre aparecerão em nossas vidas. E para entendermos melhor esses personagens figurativos, conheçamos um pouco acerca deles.

1. O Leão
O leão é chamado de o rei dos animais ou o rei das selvas por se encontrar - em condições naturais e normais no topo da cadeia alimentar, dos amimais que habitam em terra seca. Diariamente, alimenta-se com cerca de sete quilos de carne e tem, em média, cinco horas de atividade. É um mamífero grande e imponente, medindo de 2,6m a 3,3m, com aproximadamente 300kg, de coloração castanho-amarelada, da família dos Felídeos, de cauda longa e terminada em mecha. Vive entre 10 e 14 anos na natureza - um período de vida relativamente curto, por causa dos ferimentos sofridos em constantes combates com machos rivais. Já em cativeiro, pode alcançar até 20 anos.
O leão é forte, ágil, corajoso e não se intimida em enfrentar um adversário. A sua pata pode abrir feridas de mais de dez centímetros de profundidade. Ele é voraz, devorador e um especialista em quebrar o pescoço de suas vítimas. É dono absoluto de tudo o que acontece em seu território, não hesita em demarcá-lo, zela por ele e não se deixa apanhar desprevenido, mas está sempre vigilante.
Diz-se que o rugido do leão, mais frequentemente ao anoitecer, é o mais impressionante e grandioso dos sons dos animais selvagens, atravessando a mata por quilómetros para avisar os outros animais que aquele território está ocupado, tem dono, tem liderança, tem governo. Em condições favoráveis, este rugido, que se propaga em sons fortes, roucos e violentos, pode ser ouvido até a nove quilómetros de distância. É um animal com uma aparência majestosa e imponente, com apetite voraz e devorador, além de ser muito bravo e perigoso.
O leão é citado 89 vezes na Bíblia, sendo 83 no Antigo e seis vezes no Novo Testamento. Os textos bíblicos de Provérbios 26:13, 1 Reis 20:36 e 1 Pedro 5:8, são exemplos onde ocorrem referências ao animal. Na época do Antigo Testamento, os leões eram comuns nas florestas da Palestina, por isso as diversas citações bíblicas a respeito do felino.
Embora já extintos na Palestina, nos tempos antigos os leões eram bem numerosos ali. Podiam ser encontrados na área das cordilheiras do Antilíbano e do Hermom (Ct. 4:8), nos matagais ao longo do Jordão (Jr. 49:19; 50:44; Zc. 11:3), e na terra de aflição e de condições difíceis. Contudo, nada sabemos com precisão sobre a época de seu desaparecimento da Terra Santa.
Houve ocasiões em que os pastores tinham de proteger o rebanho dos leões. Davi, certa vez, abateu corajosamente um leão e salvou a ovelha que ele pegara (1 Sm. 17:34, 35). Isto, contudo, foi algo excepcional. Não raro, até mesmo “o pleno número de pastores” não conseguia afugentar um leão novo jubado (Is. 31:4). Às vezes, o pastor só conseguia recuperar da boca do leão uma parte do animal doméstico (Am. 3:12), podendo assim apresentar a necessária evidência para livrá-lo de ter de fazer uma compensação (Êx. 22:13).
Embora Davi, Sansão e Benaia sozinhos tenham matado leões (Jz. 14:5-6; 1 Sm. 17:36; 2 Sm. 23:20), outros não escaparam das garras do leão (2 Rs. 17:25-26). Jeová empregou leões para executar seu julgamento sobre um profeta que lhe tinha desobedecido (1 Rs. 13:24-28) e sobre um homem que se recusara a cooperar com um de Seus profetas (1 Rs. 20:36).
As Escrituras repetidas vezes fazem referência às características e aos hábitos do leão, incluindo o seu potente rugido trovejante e seu bramido (Pv. 19:12; 20:2; Am. 3:4, 8). Em geral, o leão não ruge quando caça animais selvagens. Contudo, quando tenta atacar animais domésticos confinados num cercado, o leão não raro ruge. O som aterrador visa provocar uma debandada que quebre a cerca protetora e isole alguns animais do rebanho. O leão tem passadas firmes (Pv. 30:29-30). A sua força é proverbial (Jz. 14:18; Pv. 30:30). Um único golpe da forte pata dum leão é suficiente para quebrar o pescoço de um pequeno antílope. O leão consegue matar e arrastar animais maiores do que ele próprio, e suas mandíbulas curtas e fortes estão equipadas de dentes com força suficiente para despedaçar grandes ossos (Sl. 58:6; Jl. 1:6; Is. 38:13). Pouco é de admirar que o preguiçoso seja representado como se desculpando por deixar de agir, usando as palavras: “Há um leão lá fora!” (Pv. 22:13; 26:13). No entanto, sendo carnívoros, os leões podem perecer por falta de presas (Jó 4:11; veja também Sl. 34:10). E “melhor está o cão vivo (embora desprezado) do que o leão (outrora majestoso, mas agora) morto” (Ec. 9:4).
O leão geralmente passa parte do dia dormindo na sua toca, e faz a maior parte da caça à noite. Ao procurar seu alimento, ele recorre a uma emboscada, ou então se aproxima furtivamente da presa até que se encontre suficientemente próximo para uma curta investida (Jó 38:39, 40; Sl. 10:9; Lm. 3:10). Ele pode então locomover-se a uma velocidade de cerca de 65 km/h. Para ganharem a necessária experiência em matar as presas, os filhotes de leões começam a acompanhar a mãe nas caçadas aos três meses de idade. Eles são desmamados depois de seis ou sete meses, chegam à maturidade sexual no quarto ano e atingem o pleno porte físico em seis anos (Ez. 19:2-3).
Nos tempos antigos, leões famintos eram empregados para infligir a pena capital. Protegido pelo anjo de Yehowah, o profeta Daniel escapou deste destino (Dn. 6:16-17, 22, 24; compare isso com Hb. 11:33). No primeiro século EC, o apóstolo Paulo foi livrado da “boca do leão”, quer em sentido literal, quer figurado (2 Tt. 4:17).
O leão representa para nós hoje as lutas, as adversidades que são mais poderosas do que as nossas forças. Um dos inimigos cruéis e violentos, que tentam afastar-nos da presença de Deus. Só com grande demonstração de coragem que evidencia uma verdadeira transformação na prática do dia-a-dia, podemos vencer todos os leões de nossa vida.
É salutar esclarecer que existem dois leões distintos na Bíblia Sagrada: Um é o pseudo-leão, o Diabo; o outro é o Leão verdadeiro, o Leão da Tribo de Judá, Cristo Jesus.
a)  Comecemos pelo falso leão:
O diabo é o falso leão. O seu rugido é para causar medo, dano, desespero, insegurança e morte. O seu rugido trás abalos na vida das pessoas. Qual o segredo para não se abalar? É ficar no esconderijo do Altíssimo (Sl. 91:1-16).
O falso leão representa os desejos mais profundos da natureza humana – força, poder, justiça, orgulho, autoconfiança, dinheiro e sexo. Também representa a imponência e o orgulho. Os populares costumam dizer que se se quer conhecer bem uma pessoa, dê-lhe dinheiro e poder. Provérbios 6:16 diz que “há seis coisas que o Senhor odeia, e sete que a sua alma abomina...” Olhos altivos (soberba) é a primeira delas. Davi sabia que o Deus não se agrada da soberba e pediu que o Senhor o livrasse disso em Salmos 19:13: “Também da soberba guarda o teu servo...”. O falso leão representa os inimigos cruéis, poderosos e violentos que podem nos afastar da presença de Deus.
As Escrituras alertam que Satanás, como um leão, é um predador que ataca incansavelmente as suas vítimas. O Apóstolo Pedro, que aprendeu por experiência própria o que é ser usado pelo Diabo, declarou: “Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pe. 5:8). Pedro compara o inimigo de nossas almas a um leão e revela que o desejo desse ser maligno é nos devorar, testificando o que João já havia dito, que o Ladrão que representa o Diabo, só vem para roubar, matar e destruir (Jo. 10:10).
Este leão é um símbolo de furor, raiva, ódio e rancor. Na vida do cristão esse leão é o diabo e tem propósitos bem definidos: Ele quer nos destruir e aniquilar tudo o que Deus fez com perfeição. Ele quer roubar a nossa paz e alegria frente aos problemas da nossa vida. Ele quer aniquilar a nossa esperança. Ele quer impregnar a nossa mente com acusações do nosso passado para paralisar o nosso presente e destruir o futuro glorioso que nos está proposto. Ele quer matar o nosso ministério por meio do desânimo e das provações. Por isso, precisamos de ter coragem para nas situações de luta vencermos e matarmos ‘um leão todos os dias’, porque se esse leão que representa o Diabo quer nos arruinar, o Leão verdadeiro, chamado Jesus Cristo não permitirá que isso se concretize naquele que foi lavado e remido pelo seu sangue derramado na cruz do calvário.
b) O Leão verdadeiro, chamado Jesus Cristo
O profeta Amós verbalizou uma verdade indubitável: “O leão rugiu, quem não temerá?” (Am. 3:8a).
A primeira comunidade cristã passou a considerar Jesus como a imagem do Leão da tribo de Judá que venceu o inimigo, foi morto na cruz, mas ressuscitou, derrotando a morte. O evangelho de Marcos é caracterizado pela figura do Leão, que mostra Jesus, o messias esperado, que vem salvar a humanidade.
Jesus, o Leão de Judá, rugiu poderosamente diante do poder do mal, declarando a sua derrota. Na Sua ressurreição, Jesus mostrou ao inimigo que Ele é a autoridade, dele é o Governo na terra e que o poder do mal já está derrotado, ele não tem lugar no território de Deus.
O evangelista Marcos contrapõe o poder do mal simbolizado pelo Império Romano e o poder de Jesus, Leão da tribo Judá, que assegurará a vitória da comunidade cristã perseguida em Roma.
Tiago disse: “Chegai-vos a Deus, resisti ao Diabo e ele fugirá de vós” (Tg. 4:7). Não se trata de uma tentativa ou possibilidade. É uma afirmação fiel e verdadeira, digna de toda aceitação. Tenhamos apenas coragem. Ao contrário do falso Leão, veja o que o Leão verdadeiro (Jesus Cristo) quer fazer em nossas vidas: O Diabo quer nos destruir, mas Jesus quer restaurar a nossa comunhão junto ao Pai. O Diabo quer roubar a nossa paz, mas Jesus é a paz que excede todo o entendimento. O Diabo quer aniquilar a nossa esperança, mas Jesus Cristo é a esperança da glória. O Diabo quer nos acusar, mas Jesus é o nosso advogado e intercede por nós junto ao Pai. O Diabo quer matar o nosso ministério, mas Jesus é a fonte de vida e poder para todo aquele que deseja fazer parte das fileiras do exército celestial.
A primeira vez que a palavra igreja aparece na Bíblia Sagrada é em Mateus 16:18. Foi estabelecida por Jesus e para Ele que, mesmo até agora, continua a edificá-la, fazendo menção de que as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Temos aqui uma óbvia reivindicação de Cristo de que Ele é Deus.
Lendo o texto que se encontra em 1 Pedro 5:8: “Sede sóbrios, vigiai. O vosso adversário, o Diabo, anda em derredor, rugindo como leão, e procurando a quem possa tragar”. Devemos entender primeiramente que: derredor é diferente de redor, derredor é distante da gente, pois ao redor dos que temem a Deus se encontra um anjo (Sl. 34:7). O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra. Assim sendo para o diabo chegar até nós ele tem que passar pelo anjo que está nos guardando, e isto só é permitido com a autorização expressa de Deus, e com limites, como no caso de Jó. Partindo desse princípio vamos entender na prática o que o versículo quer dizer.
A sua vida é território do Leão da Tribo de Judá e o falso leão, a saber, o Diabo, não é bem-vindo e vai ter que bater em retirada. Se o Diabo, esse falso leão quiser devorar a sua vida, você que é uma nova criatura, ele terá que enfrentar o Leão da tribo de Judá que jamais perdeu um combate.
Apocalipse 5.5 diz: “Não chores; eis que o Leão da Tribo de Judá, a raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos”. O Leão da Tribo de Judá quer marcar território na sua vida. Ele deseja libertar os oprimidos, os doentes, os viciados, os desesperados, os homicidas, todos os que estão com problemas.
O Leão da Tribo de Judá vai bramir e devorar tudo aquilo que o tem impedido de desfrutar do evangelho pleno. E quando ele bramir quem não temerá? Por isso tenhamos coragem e nenhum mal nos vai acontecer, pois Jesus Cristo é Aquele que nos pode valer, e se na fornalha entrar, Ele estará pronto para o livrar. A fé em Jesus Cristo e em Seu sacrifício por nós vale mais do que toda a riqueza do Mundo e é a única coisa que pode salvar (Is. 8:19-22; Rm. 10:2-4; Jo. 3:16-18).

2. O Urso
Primeiramente, vamos conhecer um pouco da vida e hábitos de um urso. A Bíblia diz que é um animal astuto (Lm. 3:10); o urso defende furiosamente suas crias (II Sm. 17:8); tem muita força em suas patas (I Sm. 17:37).
O urso é um animal mamífero, e se caracteriza por ter um corpo pesado, pelagem espessa, a cauda curta e as orelhas pequenas e arredondadas. E geralmente um animal onívoro, isto é, alimenta-se tanto de produtos de origem animal como vegetal. Tem caráter solitário, e os laços familiares só existem entre a fêmea e as suas crias. Vive em média de 15 a 30 anos. Durante o inverno, ele busca covas ou cavernas para entrar em estado de letargia, que pode durar até sete meses, fenómeno também conhecido como hibernação. Durante esse período, as funções vitais do organismo do urso são reduzidas ao absolutamente necessário à sobrevivência, utilizando energia apenas de sua gordura acumulada.
O urso, ainda maior que o leão, é um animal que pode pesar mais de 750 quilos e medir até 1,20 m até a 1,9 de altura. Um único golpe da pata de um urso pode esfacelar a cabeça de um homem ou animal e um abraço dele pode matar uma pessoa por asfixia. O urso representa situações imprevisíveis ou surpresas que surgem inesperadamente para assustar a pessoa para que erre, é um animal imprevisível. Parece tranquilo e quieto, mas pode estourar e atacar a qualquer momento sem motivo algum aparente. O urso sagaz e ágil, representa os problemas que nos prendem, nos afligem e que não sabemos como sair. É o espírito de competição, a traição e a injustiça. Tanto o leão quanto o urso não têm medo do homem.
Quando surgirem situações imprevisíveis conte com o Deus que pode superar todas as coisas e lhe dar a saída que precisa. Para conquistar progresso em todos os setores da vida, é preciso que esteja sempre bem firme em Jesus Cristo, apoiado em Seu sacrifício por nós, que é o fundamento do templo espiritual de nossa vida e que muda o nosso intelecto, as emoções e a vontade, se assim não for, será levado à esterilidade, desinteresse, infidelidade, vacilação, pobreza de espírito, fracasso, frivolidade, vaidade, falta de senso prático, perda de bens materiais, futilidade e abandono.
A Bíblia nos ensina a confiar no Senhor em todo o tempo para que nas horas incertas tenhamos firmeza. Não precisamos de nos preocupar, pois quem confia em Deus “não se atemoriza de más notícias; o seu coração é firme, confiante no Senhor” (Sl. 112:7). A vigilância é a melhor maneira de reagir nestes momentos (Mc. 14:38). Para isso podemos nos preparar com a armadura espiritual (Ef. 6:10-17).
Um grande perigo para o crente é pensar que tudo vai dar certo sem calcular os perigos, dificuldades ou o que pode não dar certo. Sempre precisamos de ter um plano ‘b’ em caso do projeto principal dar errado. Jesus nos ensinou a ser “prudentes como as serpentes e símplices como as pombas” (Mt. 10:16) e avaliar antes de começar um propósito (Lc. 14:28).

3. O Gigante
Golias tinha aproximadamente três metros. Só a ponta de sua lança pesava quase 8kg e sua couraça pesava 70kg. Golias desafiou Israel durante 40 dias, pela manhã e à tarde. Ele simboliza algo impossível ou inalcançável. Para o povo de Israel seria improvável vencer um exército tão terrível como os filisteus, principalmente por que tinham um gigante que sozinho seria capaz de exterminar centenas de seus soldados. O povo estava dominado por medo e não tinha coragem para lutar.
O gigante representa o que se apresenta maior e mais forte do que nós. São os desafios da nossa vida, seja em casa, nos estudos, no trabalho ou em qualquer situação. No entanto, não podemos nos esquecer de que podem se levantar, leões, ursos e gigantes, mas Deus é superior a todos eles juntos. Ele nos guarda e vai à nossa frente, dando coragem e nos preparando para vencer todas as dificuldades.
A receita de Davi para enfrentar e vencer o leão, o urso e o gigante é a coragem. A coragem não é a ausência do medo, e sim, a resistência ao medo e o controle sobre ele,  o julgamento de que algo é mais importante do que o medo. Davi não olhou para o gigante, para o exército numeroso, para a dificuldade do deserto, para o medo dos seus companheiros e nem para si mesmo para contemplar a sua pequenez diante de Golias. Davi somente contemplou a grandeza de seu Deus. Encheu-se de confiança lembrando-se de como conseguiu vencer o leão e o urso e creu que o mesmo Deus o capacitaria para vencer novamente. Ele deixou bem claro que lutaria “em nome do Senhor” (v. 45).
É como quando uma pessoa decide, no parque de diversões, ir à montanha russa ou outro brinquedo radical. A grande maioria sente medo, mas o que as faz experimentar tais diversões é passar por cima desse sentimento. Exemplos à parte, a diferença entre o corajoso e o medroso está no controle do medo. A falta de controle do medo pode nos levar ao pavor.
A coragem nos dá energia, desata nosso potencial psicológico e ativa nosso vigor, nos fazendo avançar e conquistar grandes vitórias em todas as áreas. A coragem aumenta o nosso potencial, enquanto que o medo nos neutraliza.
A vida de Davi foi marcada por batalhas e lutas, por isso ele foi um vencedor. Nunca lutava para perder. Lutava para vencer. Se você também tem lutado constantemente, saiba que é um guerreiro e que vencerá. Mesmo que perca uma batalha não perderá a guerra porque no final tudo dará certo.
No dia-a-dia sempre haverá leões, ursos e gigantes, mas com Jesus podemos lutar sabendo que a vitória é garantida.
 Mas como ser corajoso como Davi? A palavra de Deus nos diz que devemos “trazer à memória o que nos pode dar esperança” (Lm. 3:21) e encher o nosso coração de fé e confiança em Deus para enfrentar as dificuldades do dia-a-dia. Se já vencemos a fúria do inimigo (leões) e os imprevistos da vida (ursos) podemos também derrubar os gigantes que nos afrontam “porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas” (Lc. 1:37).
Se você enfrentar situações impossíveis, não contemple apenas a dificuldade, lembre-se de que Deus já lhe deu muitas vitórias e continuará sustentando-o. Lute em nome de Jesus porque este nome tem poder (At. 4:12).
A palavra de Deus nos dá algumas dicas para sermos corajosos e termos grandes conquistas.

1) Não se esqueça de usar as suas habilidades e dons (1 Sm. 17:39-40).
Todos nós somos abençoados com talentos e habilidades e com oportunidades de desenvolvê-los. É essencial que descubramos e desenvolvamos nossos talentos. O apóstolo Paulo disse: “Não desprezes o dom que há em ti” (I Tm. 4:14). No entanto, descobrir e melhorar de nossos talentos exige esforço e coragem.
Deus, o Pai Eterno, dotou-nos com talentos e tempo, com habilidades latentes e com oportunidades para usá-las e desenvolvê-las em Seu serviço, para a honra e glória dEle. Deus espera que usemos nossos talentos, pois podemos ter muita alegria e proporcionar a felicidade aos que nos cercam quando usamos nossos talentos com propósitos justos, para o benefício de outros, bem como para o nosso. Ele, portanto, espera muito de nós, Seus filhos privilegiados”.
Quando os usamos corretamente, eles se expandem e desenvolvemos novas habilidades, por meio de novas oportunidades. É importante que nos lembremos de que nossos talentos são dons de Deus, e que somos responsabilizadas pelo que fazemos com eles.
 Davi ao se preparar para enfrentar o Golias, foi vestido com uma armadura e deram-lhe uma espada. Mas Davi, mal conseguia andar com os aparatos. Então, decidiu usar o que conhecia bem: pegou em 5 pedras, a funda e foi de encontro ao filisteu.
         2) Muitos podem-no subestimar, mas não dê ouvidos às palavras redutoras (1 Sm. 17:33).
 Palavras redutoras são aquelas palavras que vêm para nos fazerem desistir de nossos objetivos. Por exemplo: “você não tem jeito para isso”, “não é capaz”, “desista”, “não tem solução”!
O próprio Saul subestimou Davi, avaliando-o pelas aparências. É possível que muitos se tenham rido de um jovem como Davi, que aceitara tão grande e, para os homens, impossível desafio.
 Grandes personalidades do mundo foram subestimadas, mas não deram ouvidos às palavras redutoras e se tornaram pessoas de grande sucesso. Deus nos vê como pessoas de sucesso e é assim que devemos agir.
Precisamos de ser surdos para as palavras redutoras que nos rodeiam para não perder a visão da palavra de Deus! Ouvir pessoas com palavras redutoras pode nos deixar doentes “mentalmente” e espiritualmente”, isso porque elas costumam sugar as energias positivas, emitindo pensamentos e sentimentos que não agregam valor. Muito pelo contrário, apenas querem nos ver iguais a elas, ou seja, reclamando da vida e achando que nada vai dar certo.
Se alguém lhe disser que os seus projetos são impossíveis de serem realizados, e que você tem que cair na realidade, motive-se ainda mais, creia mais, batalhe mais, porque a sua vitória está próxima. Quando somos audaciosos superamos desafios, vencemos o impossível! Não existem sonhos impossíveis, mas pessoas incapazes de sonhar alto. Quando nos falarem que não vai funcionar o que planejamos realizar, façamos com mais convicção de que tudo vai dar certo, desejemos alcançar ainda mais! Porque quem vive pela fé não depende dos que o rodeiam. Então não faz diferença se as palavras são positivas ou negativas, pois quem tem o fogo da fé não dá ouvidos, nem desiste quando encontra o imprevisto. Este é o verdadeiro poder da fé, não segue as multidões, apenas faz a diferença. A fé vai contra o que se espera e desafia a forma normal de se pensar. Dessa forma, quando alguém nos disser que o que queremos não tem hipótese de acontecer, vamos seguir com mais força, porque Deus é connosco.
Davi não deu ouvidos às mensagens negativas de seu irmão mais velho (Eliabe) que tentou desencorajá-lo lembrando-o de que ele era apenas um pastor de ovelhas. Parece algo que já conhece por experiência em sua vida? Todas as vezes que empreendemos algum projeto, que tentamos colocar algum sonho em prática, há sempre alguém que diz: “Você não pode”, “Você não consegue”, “Isto é impossível”, “Desista, isto não vai dar certo”. Não é assim?
Davi não deu ouvidos a isto. Ele estava decidido a lutar para defender a honra do seu povo e receber a recompensa proposta pelo Rei Saul.
Mas não para por aí. Durante a conversa com Saul, Davi foi novamente questionado a respeito da sua experiência com lutas. Davi nem pensou duas vezes. Contou logo que já havia enfrentado um leão e um urso que haviam atacado as ovelhas do seu pai. Exatamente neste ponto da história eu aprendo uma importante lição: lembrar-nos sempre das experiências positivas. Parece simples mas na verdade não é. O que ocorre connosco é que temos muito mais facilidade de nos lembrarmos dos fracassos do que das vitórias. Isto mesmo! Temos o péssimo hábito de ficar remoendo as nossas falhas e dificilmente nos lembramos de quantas vezes já vencemos grandes desafios. Confie na Palavra de Deus e não dê ouvidos às palavras redutoras. Todos aqueles que falam palavras redutoras caem no deserto.
Quanta coisas deixamos de fazer por dar ouvidos às palavras redutoras dos outros? Quantas realizações ficam apenas no imaginário porque as pessoas nos dizem que é impossível chegar lá? Pense nas inúmeras ideias que temos todos os dias e que logo descartamos porque alguém falou que eram absurdas.
Muitas pessoas ficaram pelo caminho e não entraram para história porque deixaram de ouvir o coração e desistiram. As palavras podem mudar o mundo e o rumo do progresso. Milhões de pessoas dotadas de grande inteligência têm seu potencial assassinato pela força das palavras redutoras.
Não devemos perder o foco deixando de crer no sobrenatural de Deus. Ao passarmos por problemas, muitas pessoas à nossa volta tentam nos fazer desistir, abandonar a fé, enfim nos fazer acreditar no fracasso e não em Deus. Jairo recebeu o milagre – “Tomando-a pela mão, disse: Talitá cumi!, que quer dizer: Menina, eu te mando, levanta-te! Imediatamente, a menina se levantou e pôs-se a andar; pois tinha doze anos. Então, ficaram todos sobremaneira admirados” (vs. 41,42).
A plenitude na vida vem de ouvir a voz da alma, e não dar ouvidos a palavras externas redutoras nem à voz limitante do ego.
        3) Tenha iniciativa (1 Sm. 17:40).
Ter iniciativa é saber resolver, decidir, dizer sim ou não quando se fizer necessário, é ter atitude e não ficar de braços cruzados, parado, esperando que o acaso aconteça. Ter iniciativa diferencia vencidos e vencedores. Davi não esperou por Golias, mas foi até ele.
Os vencedores de gigantes não nascem, eles são feitos – Nesse processo não existe sorte nem azar, mas confiança em Deus, determinação e muito trabalho.
Os vencedores de gigantes não olham para os obstáculos, mas para as oportunidades. Estava coberto de razão Henry Ford: “Obstáculos são aquelas coisas tenebrosas que vemos quando desviamos os olhos de nossos objetivos”.
Os gigantes existem. Eles estão espalhados por toda a parte. São numerosos e opulentos. Uns são reais, outros fictícios. Uns nos atacam por fora, outros por dentro. Muitos gigantes existem apenas em nossa imaginação. Nós os criamos e eles se tornam mais fortes do que nós.
1 Samuel 17:1-53 fala sobre uma batalha de Israel contra os filisteus – Os dois exércitos se posicionaram em dois montes separados por um vale. De repente surge um gigante do lado filisteu. Era Golias. Tinha mais de 3 metros. Usava uma armadura de mais de 80 Kg. A ponta da sua lança pesava mais de 12 Kg. Ele desafiou os soldados de Saul. Todos ficaram com medo e fugiram.
Então, aparece o jovem Davi. Era pastor de ovelhas. Mas inconformado com a insolência do gigante, resolveu enfrentá-lo. Apesar das críticas de seu irmão Eliabe, da descrença de Saul e da zombaria do próprio gigante, Davi venceu Golias e tornou-se um herói nacional.
Os gigantes não apenas parecem ser imbatíveis, mas são também insolentes. Os gigantes nos afrontam e zombam da nossa força, da nossa fé e do nosso Deus. Eles não têm respeito pelas nossas convicções. Eles escarnecem da nossa religião. Eles não querem apenas nos humilhar, mas também banir Deus da nossa mente. Eles querem não apenas prevalecer contra nós, mas também contra o nosso Deus.
Os gigantes são persistentes. Golias desafiou os exércitos de Israel durante 40 dias, duas vezes por dia. A moral dos soldados estava no chão. Estavam desacreditados aos seus próprios olhos. Tornaram-se colecionadores de fracassos. Acostumaram-se a fugir. Os gigantes podem tirar os seus olhos de Deus e roubar do seu coração o sonho da vitória.
Os gigantes precisam ser enfrentados e vencidos com coragem. Os gigantes estão em cada esquina. Eles pensam que são invencíveis. Eles revelam quem somos: covardes ou corajosos. A crise é assim: revela uns e abate outros; promove uns e derrota outros; desmascara os covardes e aponta os heróis.
É do útero da crise que despontam os grandes vencedores. Tire os olhos dos gigantes. Coloque-os no Deus vivo e enfrente e vença os seus gigantes.
Vencedores de gigantes não ouvem a voz dos pessimistas! Os pessimistas perdem a vida com medo de vivê-la! Os pessimistas têm medo até da sombra. Eles têm medo da crise, e se satisfazem em encontrar boas justificavas para o seu fracasso, em vez de enfrentar o gigante e vencê-lo.
Aqueles que nunca venceram um gigante vão dizer-lhe que os gigantes são invencíveis. Fuja desses pessimistas inveterados.
Daniel e os israelitas no cativeiro babilónico (Sl. 137), enfrentaram as mesmas circunstâncias. Uns se assentam para chorar, para curtir a dor do passado e para desejar um holocausto de vingança contra os inimigos no futuro. Daniel se levanta para fazer a diferença na vida do império babilónico. A Babilónia caiu e Daniel continuou de pé.
Antes de vencermos os gigantes é preciso vencer as críticas! Antes de Davi vencer o gigante Golias, venceu os seus críticos. Eles são inimigos de plantão que nos espreitam a toda hora, mordendo-nos sem piedade. Estão dentro de casa, nas ruas, no trabalho, na escola, e até na igreja. Eliabe por inveja desprezou Davi. Saul por miopia subestimou Davi. Golias, por insolência zombou de Davi. Mas, Davi triunfou sobre todos eles. Não será diferente consigo!
Há pessoas que não conseguem celebrar a vitória dos outros. Entristecem-se sempre que alguém é promovido. Eliabe irritou-se com a coragem de Davi. A coragem de Davi era uma denúncia à sua covardia. Eliabe tinha pose, mas não tinha fibra, tinha tamanho, mas não tinha caráter. Tinha cacoete de soldado, mas não a têmpera de um vencedor de gigantes.
Em vez de fugir do inimigo, avance contra ele! Davi não andou para a linha de batalha, ele correu. Estava ansioso para ganhar, para vencer. Ele era um homem determinado a vencer, e venceu. Davi não esperou que Golias o atacasse. Ele era proactivo. Não era homem de retaguarda, mas de vanguarda. Não somos convocados para fugir dos gigantes, mas para derrubá-los.
Davi entendia que a guerra é do Senhor, que a vitória é do Senhor e que a vitória deve ser dedicada ao Senhor. Não somos chamados a contar os inimigos, mas a vencê-los em nome do Senhor dos Exércitos! Em vez de temer a derrota, não se contente com nada menos que a vitória!
Ainda há gigantes para vencermos e vitórias para celebrarmos. Ainda há pessoas desanimadas para as encorajarmos, ainda há oportunidades para exaltarmos o nome de Deus. A luta continua. O jogo ainda não acabou. A luta continua, mas a vitória é certa. Tenha iniciativa e será um vencedor de gigantes!
      4) Ter a visão certa a respeito da vida e a convicção de que a fonte da coragem para vencer é o Senhor (1 Sm. 46:47).
 Devemos sempre ser dependentes de Deus e ter a visão certa da vida. Isso pode ser um divisor de águas na vida de uma pessoa que almeja a vitória. Muitas vezes, a fonte dos problemas está na forma como vemos as situações. Davi nunca chamou Golias de gigante. Por cinco vezes o chamou de filisteu e duas de incircunciso, mas jamais de gigante.
 Além de ver as coisas da forma certa, Davi foi dependente de Deus (1 Sm. 17:46-47). Leia os Salmos 20:7-8 e 125:1, onde Davi nos mostra as vantagens de ser dependente de Deus.
Salomão ensina que o ser humano precisa de aprender a existir com discernimento, sabedoria e entendimento. Ensina a buscar sabedoria para viver os acontecimentos ao seu tempo. A grande dificuldade do homem é aprender a viver a experiência certa no tempo certo. É impressionante como ele sempre vive desajustado, fora do tempo com os filhos, com o cônjuge, com Deus, com tudo.
Sabe…a nossa vida é como um bordado tecido pelo próprio Deus. Olhamos antes de o trabalho estar finalizado e vemos apenas fios confusos e desordenados, muito distante de se tornarem um desenho bonito. Não obstante, na hora certa, Deus nos coloca em Seu colo e nos mostra o bordado por completo… aí conseguimos ver o que antes era algo “feio e bagunçado” , em seu estado finalizado: uma linda obra de arte!
Precisamos sempre de nos lembrarmos que Deus é soberano. Nossas vidas não estão à deriva. Deus está no comando. Precisamos sempre de nos lembrarmos que Deus é sábio. Por mais que nos autodivinizemos, como fazia o senhor do Egito, pouco sabemos sobre a vida presente, nada sabemos sobre a nossa vida futura. Precisamos de nos lembrarmos que podemos contar com os recursos divinos. Para interpretar os sonhos próprios ou alheios, José podia contar com a sabedoria divina. Para conviver com os factos que nos incomodam e adoecem, podemos contar com a sabedoria de Deus; não estamos sozinhos, mas esta pode ser uma escolha: lutar sozinhos.
Para agir de modo certo, precisamos de uma visão certa de Deus. José tomou atitudes certas porque tinha uma visão de Deus certa que lhe dava uma visão igualmente correta da vida. Esta visão está clara pelos nomes que deu aos seus filhos egípcios. Diz a Bíblia que antes dos anos de fome, Azenate, filha de Potífera, sacerdote de Om, deu a José dois filhos. Ao primeiro, José deu o nome de Manassés, dizendo: “Deus me fez esquecer todo o meu sofrimento e toda a casa de meu pai”. Ao segundo filho chamou Efraim, dizendo: “Deus me fez prosperar na terra onde tenho sofrido” (Gn. 41:50-52).

4. Porque Deus Permite Que Enfrentemos Leões, Ursos e Gigantes?
As experiências advindas de lutas e adversidades é que nos fazem crescer. Fomos escolhido por Deus para sermos frutíferos, e abençoados, e com Cristo podemos todas as coisas, pois já fomos abençoados, podemos confiar, podemos nos regozijar, pois temos esperança em Deus.
Davi cresceu espiritualmente e emocionalmente, foi o maior rei da história de Israel. E fomos escolhidos por Deus para sermos frutíferos, e abençoados, e com Cristo podemos todas as coisas, pois já fomos abençoados, podemos confiar, podemos nos regozijar, pois temos esperança em Deus.
O leão representa as lutas que enfrentamos contra a carne, o urso os problemas que nos sufocam, e o gigante os problemas que são maiores do que nós e que representam uma grande ameaça.
Romanos 5:3 diz: “Não somente isto, mas também no gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança, e a perseverança experiência e a experiência esperança”.
 Deus permite que enfrentemos leões, ursos e gigantes, pois quer forjar o nosso caráter, fazendo de cada um de nós crentes corajosos, pois só os corajosos alcançam a maturidade e a plenitude em suas vidas. É como um fruto maduro, que tem o tamanho, sabor, aroma e textura ideais. É agradável aos olhos, ao paladar e as suas sementes são próprias para a multiplicação.
 Gálatas 5:22 mostra-nos o fruto do espírito. O fruto completo com as características daquele que tem a maturidade espiritual. E a maturidade nos habilita a viver em unidade, como está escrito em Filipenses 2:1-5: “Portanto, se há algum conforto em Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma comunhão no Espírito, se alguns entranháveis afetos e compaixões, Completai o meu gozo, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa. Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus”.
Este é o tempo da maturidade e unidade. Em Ef 4.13, Paulo fala que o alvo é que todos da Igreja cheguem à maturidade espiritual que é a “plenitude de Cristo”. E como isto pode acontecer? Trata-se de uma transformação de dentro para fora. Quando alguém se converte de verdade, isto equivale a nascer de novo pelo poder de Deus. Ocorre uma mudança de mente e de valores.
Com coragem e dependência do Senhor, essa palavra profética se fará cada dia mais presente em nossas vidas e não haverá leão, urso ou gigante capaz de parar aquilo que o próprio Deus já colocou como vitória em nossas vidas.
Conclusão
Vivemos num mundo onde somos estimulados a vencer, a acreditar em nosso potencial, em nossa inteligência e em nossas habilidades. No entanto, nada disso servirá para uma luta corpo a corpo com um leão, com um urso ou mesmo com um gigante. Será preciso algo mais, algo que só Deus pode nos dar para que vençamos tal luta corporal, pois somente na força do Senhor sairemos vitoriosos. E foi assim com Davi. Ele acreditava não somente em si mesmo, mas em Deus. Já havia tido experiências com o Senhor; tinha matado um leão e um urso, e enfrentaria um gigante, pois sabia que, na força do Senhor, a vitória estava garantida. Em nosso dia a dia, quantas vezes nos deparamos com problemas e situações que são verdadeiros leões, ursos e gigantes, os quais percebemos que jamais os poderemos vencer se não for pelo Senhor e que, se não nos colocarmos inteiramente em Suas mãos, seremos devorados e destruídos.