Número total de visualizações de páginas

quinta-feira, 27 de junho de 2013

A Glória Identificada

E, eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, corno nós somos um. Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a Mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim” (Jo. 17:22-23ª).
Introdução
É hora de cavar mais fundo na misteriosa vontade de Deus, e de olharmos com os olhos que Deus nos deu para vermos o invisível. Mas, para isso, deixemos que o Seu toque de capacitação sobrenatural seja acrescentado ao que de melhor temos. Deus quer usar-nos de modo especial. Nós somos importantes para Ele!
No passado, vivíamos a vida cristã e até a vida como um todo, como uma questão de sair de um lugar e ir para outro. Hoje, creio que a vontade de Deus para nós nesta vida não é uma equação direta e objetiva, projetada para nos levar a um destino definido na terra, mas é a nossa própria vida tão cheia com a glória de Deus (Sua presença com Seu amor, Seu Espírito, Seu poder e Sua beleza) que os outros instintivamente sentem e reconhecem que Deus está em nós.
Nossa tendência humana é a de nos concentrarmos apenas em nosso chamado, onde devemos ir, como devemos chegar lá e o que exatamente devemos fazer. Mas a preocupação de Deus está no processo pelo qual Ele nos conduz ao amadurecimento, de modo a deixar-nos aptos para, fazer novas coisas através de nós e do nosso ministério, e a nos tornar mais semelhantes a Seu Filho. Ele quer ajudar-nos para que compreendamos o que Ele quer fazer por nós. Ele quer que a Sua glória em nós nos caracterize com alguém escolhido por Ele.
O ambiente que conhecemos hoje será finalmente mudado e substituído por um que evidencia a glória de Deus. Como Seus filhos, Deus nos dá uma glória que combina com a Sua, de modo que, assim, podemos conviver. Essa plenitude torna a nossa capacidade completa, capacita-nos para ser como Cristo e radiantes com a presença de Deus, e o nosso serviço será guiado pelo Espirito, capacitado por Ele, e usado até ao fim por Deus. Contudo, as fundações do templo precisam de se mover diante do poder e autoridade santos que repousam silenciosos sobre nós, do louvor, da adoração e do culto.
Se não recebêssemos a glória de Deus, passaríamos a vida inteira impulsionados por motivação maligna, incapaz até mesmo de nos livrar das trevas do pecado, e nem teríamos a esperança e a certeza de ver o Senhor no céu. Ninguém pode ficar contínua e completamente satisfeito na sua vida cristã sem essa capacitação divina. A sua Glória em nós é o brilho, o fogo e o poder do Espirito. Ela deve estar presente em nós e activa através de nós.
Se não fosse a transferência da glória de Deus para a nossa conta por meio da justiça de Deus, nunca veríamos o Senhor. Isso quer dizer que nunca receberíamos a promessa do céu, e nunca teríamos uma nova dimensão de capacitação que Deus tem disponível para nós. É maravilhoso ver uma vida cheia da glória de Deus e ser uma inspiração para outros. Isso proporciona fé às outras pessoas para crerem que Deus opera na vida daqueles a quem amam e nas situações que as preocupam. Dá-lhes a confiança que Deus irá responder à oração e fazer com que outros desejem aproximar-se dEle e obedece-Lo. Uma vida cheia da glória de Deus é sempre uma bênção muito maior que a mesma vida sem o fogo desta glória.
Nós, como seus filhos, precisamos de ser diferentes, precisamos de viver vidas santas, vidas de integridade ética e de excelência moral. Se isso nos fosse impossível, Deus jamais exigiria tal coisa de nós. Não podemos passar a vida bocejando, achando que, pela graça, Deus vai agir de alguma forma. Precisamos de ser homens ativamente envolvidos numa vida cheia de glória, que brilham com o calor intenso, de quem ninguém se pode aproximar sem sentir que o nosso coração está aquecendo.
Podemos fazer todas as promessas que quisermos, tomarmos as decisões que forem, dar todas as garantias ao grupo a quem devemos satisfações, mas, se não tivermos a glória de Deus em nós para vencer e conquistar, falharemos. Esta glória é a glória de Cristo, disponível a todos nós depois de nossa conversão.
É notável percebermos que, ao andarmos em Sua vontade, e nada desejarmos além de oportunidades para promover a Sua glória, para divulgar a Sua verdade, para ganhar mediante poder aqueles a que Jesus remiu com seu precioso sangue, nós experimentamos o que significa ter a glória de Deus. Precisamos de nos unir ao poder que vem do trono de Deus. Vamos nos prostrar diante da presença santa de nosso Deus e convidá-lo a limpar os nossos pensamentos, a corrigir nossas palavras erradas, a nos perdoar completamente e a fazer de nós vasos santos cheios da Sua glória.
1.     Jesus disse: Eu Dei-lhes a Glória que Recebi do Pai
O primeiro termo deste texto “dei-lhes”, na tradução grega significa oferecer um presente, dar algo valioso e que, principalmente, deixa aquele que o recebe feliz. O segundo termo é “glória”, e que na tradução grega significa um brilho ou aparência brilhante. E Jesus quis partilhar connosco a glória que o Pai Lhe deu: “Eu dei-lhes a glória que Tu me deste, de modo que sejam um, como Nós somos Um” (v. 22).
Jesus deixou para nós um presente que não é feito de ouro, prata ou de qualquer material deste mundo. Este presente não é certamente a glória mundana, que tantas vezes procuramos, para satisfazer o nosso orgulho e a nossa vaidade. A glória de Cristo é a glória daquele que veio para servir, que se baixou ao nosso nível, que se identificou connosco, que nos lavou os pés. É, portanto, a puríssima glória daquele que jamais procurou a glória e que, por isso mesmo, foi glorificado pelo Pai. É a glória daquele que “se levantou da mesa, tirou o manto, tomou uma toalha e atou-a à cintura e, depois, deitou água na bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugá-los com a toalha que atara à cintura” (Jo. 13:4-5) ou que, como escreve Paulo, “se rebaixou a si mesmo, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. Por isso mesmo é que Deus o elevou acima de tudo e lhe concedeu o nome que está acima de todo o nome e lhe deu uma glória que está acima de toda a glória, a glória de Senhor”!
Ele nos deu um brilho, creio que seja um reflexo do poder majestoso do Pai em nós por meio do Filho. Dois actos reflexivos podem ser percebidos no texto do versículo 22 do capítulo 17 de João: O reflexo do pai no Filho, pois Jesus refletiu o pai durante todo o tempo que aqui viveu connosco, e o seu relacionamento com o Pai, foi um revelar de quem o Pai era e de seu amor profundo pela humanidade. Neste acto reflexivo, tudo o que Jesus fez, a comunhão, os milagre e o sacrifício, é um apresentar do Pai, é o tornar tudo, o que até então era mera esperança e fé, num sustento para um povo coeso e unido. Nós não temos brilho próprio, e nem podemos ter, pois o brilho que brilha em nós é do Pai refletido no Filho. Dependemos então do mesmo brilho, para que o brilho de Deus seja real em nós. A nossa unidade é uma relação de dependência, pois carecemos da mesma necessidade, refletir o Pai. O reflexo do Pai no Filho é o início e não o fim, é a porta que se abre para que possamos refletir também esse brilho juntos, essa glória que nos foi dada, a de sermos reflexos, e a glória maior de sermos reflexos de Jesus.
Abra o seu coração e deixe que Deus inunde todo o seu ser com a Sua vida, o Seu amor e o Seu poder. Abra o seu coração e deixe que Deus faça de si um melhor exemplo de Sua graça, um instrumento mais eficiente a Seu serviço e um canal de bênção maior do que jamais foi. Não há limites para o que Deus pode fazer em si e por seu intermédio se todo o seu ser estiver absolutamente aberto para ser possuído por Ele, disponível para a Sua vontade e para a Sua obra divina.
Deus está aguardando a porta aberta, o coração aberto e a vida aberta, porque Ele deseja que cada um de nós seja tão cheio do Espirito que a nossa natureza interior venha a ser purificada pelo fogo e a nossa vida se torne radiante, cheia de poder e zelo e em chama com a Sua glória. Não há hesitação por parte dEle. Deus deseja agora manifestar o Seu poder dentro de nós e através de nós. O Senhor não tem um tempo melhor do que o hoje. Ele quer que a nossa vida espiritual seja a melhor que já tivemos, que a nossa vida de oração actual seja a mais produtiva possível, que o nosso amor por Ele hoje seja o mais profundo e forte que já experimentamos. Deus quer que a nossa vida seja mais rica, plena, profunda e abençoada, mais ungida a cada ano que passa.
2.     Qual Foi a Glória que o Pai deu a Jesus?
Não era a glória que Ele tinha no Céu, a de ser igual a Deus Pai, e que Ele pôs de parte para vir a este mundo. Ele tinha de se despir desta glória que era, por assim dizer, como uma capa, para tomar a capa da humanidade. Trata-se, pois, de uma glória que vem do amor do Pai e que tem por objectivo fazer com que todos “sejam um”: “Eu dei-lhes a glória que Tu me deste, de modo que sejam um, como Nós somos Um” (v. 22).
A glória, riqueza do Pai que Jesus recebeu, constitui o Filho uno com o Pai. A comunicação da glória aos seus realiza neles a condição de filhos; por possuírem a mesma filiação, todos serão um. A glória produz a comunhão e atividade; nós somos o novo santuário desde o qual irradia a presença de Deus, que se traduz nas obras de seu amor leal para com o homem. A comunidade da glória implica, portanto, a comunicação do dinamismo do amor. Nós, que pela união, que em nós reina, somos morada de Deus, que prolonga sua manifestação feita em Jesus
Viva em união continua. Viva em obediência constante e alegre. Regozije-se em Seu amor durante todo o tempo, abrindo todo o seu ser para todo o ser dEle. Pois o que temos a oferecer como alternativa perante o mundo é a esfera de Deus, a esfera do amor e da vida. Ao mesmo tempo e inseparavelmente, entreguemo-nos com e como Jesus, manifestando-se assim o amor gratuito e generoso do Pai e constituindo-nos, como Jesus, em dom dele à humanidade.
É, pois, uma glória dada por amor, esse amor que está na base da fraternidade entre os discípulos, e que é testemunho seguro e autorizado da verdade da nossa fé cristã. O cristianismo ganha credibilidade, e cresce em credibilidade, quando os fiéis se empenham em viver como irmãos, que se aceitam uns aos outros como são para tender à unidade, quando não se deixam levar por rivalidades, mas se ajudam, se apoiam, são benevolentes uns com os outros.
Há que ter isto tudo bem presente na vida espiritual, para darmos testemunho do amor de Cristo num mundo à procura de uma unidade difícil e de novas relações entre pessoas e grupos e para colaborarmos eficazmente na construção de uma nova civilização, a civilização do amor, que será, na terra, um reflexo da comunidade trinitária, conforme a oração de Jesus: “…que todos sejam um Pai, como tu estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo. 17:21). Notemos a insistência de Jesus, não só sobre a unidade no amor, mas também sobre a dimensão missionária da comunidade unida no amor.
A unidade é o único argumento capaz de convencer a humanidade. Esta unidade dinâmica, efeito visível do amor, manifesta-se na comunhão e no serviço que chega até a dar a vida. A fé baseia-se na experiência da glória que Jesus deixou aos seus. Assim como, ao manifestar a sua glória em Canaã, os discípulos creram (Jo. 2:11), assim também a demonstração da glória na comunidade é que provocará a fé do mundo
A fé nasce do conhecimento da verdade: a experiência da glória que comunica vida. Se Jesus tivesse vindo para revelar uma verdade conceitual ou doutrinal, a adesão ter-se-ia dado diretamente a ela, e indiretamente a ele; um discípulo podia crer na verdade de Jesus, mesmo separando-se de sua pessoa. Jesus e a verdade não seriam uma só e a mesma coisa. Bastaria abstrair dele um modelo; deixado o seu exemplo, não seria necessária sua presença. A fé, porém, não responde a um conceito, mas à experiência da glória percebida no dia-a-dia. A pessoa de Deus deve ser conhecida pela sua integridade santa.
Mas, apesar de se ter despido da Sua glória para nascer da virgem Maria, Jesus não deixou por isso de ser Deus. A Trindade estava no Céu e Jesus estava na terra, mas, ainda assim, Ele era Deus no Céu. Ele é Omnipotente.
A glória de que Ele fala aqui é a glória de ser Mediador, a qual Jesus adquiriu na Sua obra, no Calvário como Filho do Homem. Ele é o único Mediador que Deus aceita; o Único que é qualificado. Há só um Salvador e um só Mediador.
Não nos podemos salvar a nós mesmos através, das nossas boas obras nem através das boas obras de qualquer outra pessoa. Só por meio de Jesus e da Sua obra na cruz é que somos salvos.
A glória sobre a qual lemos em João 17 é o galardão pelo sofrimento de Cristo. Vejamos o que Paulo escreveu à Igreja em Filipenses capítulo 2 e versos 9 e 10: “Pelo que também Deus o exaltou soberanamente, e Lhe deu um nome que é sobre todo o nome; para que, ao nome de Jesus, se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra”. Por causa da obra de Jesus, ao derramar o Seu sangue pelos pecadores Ele foi exaltado.
Jesus também foi honrado por ter derramado o Seu sangue na guerra contra o pecado. Já lemos o que Paulo disse em Filipenses 2:9 e 10, agora vamos Ler o verso 8: “E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz”. É por isso que nós avisamos que Deus não aceita nada em lugar do sacrifício e morte de Jesus.
3.  O que é que o homem pecador pode fazer em comparação com a morte de Jesus?
A Palavra de Deus diz: “Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”. O Filho de Deus humilhou-se ao ponto de nascer de uma mulher. Foi humilde no nascimento, humilde na vida e humilde na morte, pois sofreu a morte de um criminoso. Mas Deus exaltou-O.
Jesus Cristo não é meramente uma pessoa importante que viveu e morreu há muitos anos atrás. De acordo com a Bíblia, ele é o Deus Criador, que viveu nesta Terra, como homem, para derramar seu sangue e nos dar vida, resgatando esta humanidade pecadora do poder do pecado, de Satanás e da morte. Ele está vivo hoje e dá vida eterna a todos quantos o buscam. E não há salvação em nenhum outro; porque debaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos (At. 4:12).
O Melanchthon, um dos primitivos pais da igreja, disse desta oração de Jesus: “Nunca em nenhum tempo houve voz alguma, no Céu ou na terra, mais exaltada, mais santa, mais frutífera, mais sublime do que esta oração feita pelo Filho de Deus”. Ninguém jamais na terra tem glorificado mais Deus do que Jesus - único, incomparável, maravilhoso! – que agora está assentado, como homem glorificado, no lugar mais elevado, à destra de Deus.
Para esta glória ser discernida, um passo radical lhe será requerido: trocar a mente povoada de mentiras de todo o tipo e tamanho, pela Mente de Deus, onipresente, real e presente em si. Paulo a chamou de Mente de Cristo.
Deus anseia que a sua visão espiritual venha a compreender cada vez mais a beleza, a glória e o prodígio de Seu ser. Espera ansiosamente pela oportunidade de revelar-se em seu íntimo e por seu intermédio.
A “glória” para ser um com Deus lhe está dada, e permanentemente, pelo Cristo em si”! Não será “glória a ser conquistada”, não será “glória a ser merecida”, e não será “glória a ser teorizada e compreendida pela mente ilusória”. Esta “glória”, que já é a sua glória, é simplesmente o Pai Glorioso Se manifestando como sua vida, como o Cristo “em si”.
“E eu lhes dei a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um; eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, a fim de que o mundo conheça que tu me enviaste, e que os amaste a eles, assim como me amaste a mim. Pai, desejo que onde eu estou, estejam comigo também aqueles que me tens dado, para verem a minha glória, a qual me deste; pois que me amaste antes da fundação do mundo” (Mt. 17:22-24).
Viva para Deus e alegre-se no Senhor. Vida, amor e poder milagrosos esperam para inundar todos os aspetos da sua vida e cada ângulo do seu ser. Jesus está chegando em toda a Sua plenitude e poder. Basta abrir-se cada vez mais e louvar, amar e rejubilar-se nEle.



































domingo, 23 de junho de 2013

A Oração De Jesus

 “Jesus falou assim, e, levantando os seus olhos ao céu disse: Pai é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que também o Teu Filho te glorifique a. Ti. Assim como lhe deste poder sobre toda a carne, para que dê a vida, eterna a todos quantos lhe deste. E a vida eterna é esta: que te conheçam, a Ti só, por único Deus, verdadeiro, e ai Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo. 17:1-3).
A Glória Final
Jesus acabara de tomar a Última Ceia com os discípulos e agora, prega a sua última mensagem na terra. Terminada a sua instrução aos discípulos, na qual estabeleceu o fundamento de sua comunidade (caps. 13-14), chega o momento mais solene, em que os leva à presença de Deus, proferindo em prol deles a sua última oração na terra. Jesus passa da comunhão que tem com os seus discípulos para a comunhão com seu Pai em favor deles. É verdadeiramente uma oração sacerdotal, em que ora, não somente por eles, como também por todos os membros futuros da sua Igreja.
À medida que o Senhor Jesus olhava para o futuro, Ele se sentia confortado com as profecias que falavam da Sua ressurreição e glórias futuras (Hb. 12:2). Podemos especular que nos dias que antecederam estes momentos o Senhor Jesus deve ter lido e relido, meditado e orado acerca daquelas partes das escrituras que podiam lançar luz sobre o Seu futuro imediato. Ele acreditava na palavra do Pai e prosseguiu sabendo que Seu Pai seria fiel à palavra empenhada (Is. Caps. 52, 53 e 61).
Ele está pronto a encarar o gólgota, mas para isso, precisa de falar com o Pai em oração, descriminando os três aspectos básicos do relacionamento que se constituiu a partir de seu ministério, entre Ele e o Pai, Ele e os seus discípulos, e os seus discípulos e os futuros novos discípulos. Esta é a sua oração de consagração tendo em vista o sacrifício iminente na cruz, mas em certo sentido já pressupõe a apresentação e a aceitação do sacrifício, tornando-se o protótipo da intercessão perpétua em que, Jesus, como sumo-sacerdote dos seus, está empenhado em favor deles à mão direita do Pai (Hb. 7:25).
O capítulo 17 do Evangelho de João é, sem dúvida, chamado o santuário interior dos Evangelhos. Este capítulo contém de facto a mais extensa e profunda oração de Jesus que nós temos. O nosso Sumo-sacerdote está a dar um relatório a Seu Pai da Sua vida e ministério, no qual expressa os sentimentos, pensamentos e vontades mais íntimas d’Ele em relação aos seus discípulos.
Jesus havia construído uma bela história pública com o Pai entre os seus familiares, amigos e discípulos. Em todas as suas atividades, a sua relação com o Pai sempre foi marcante, desde o início de sua presença entre os homens - uma relação de testemunho do Pai (Mt. 3:13-17); de confirmação das Escrituras (Mt. 12:17-21); de companhia do Pai (Mt. 15:5); e de unidade com o Pai (Jo. 17:21). Agora, após erguer os olhos ao céu em oração, que, por sua excelência e invisibilidade, é símbolo da esfera divina, Jesus disse que chegara a sua “hora”, - anunciada em Canaã (Jo. 2:4), cujo período começou seis dias antes da Páscoa (Jo. 12:1-23) - o ponto central do plano redentor de Deus. Agora, pelo que Ele diz, ela é chegada. Prevendo-a, Ele dissera pouco antes: “É chegada a hora de ser glorificado o Filho do homem” (Jo. 12:23); agora Ele ora para que seja glorificado. Ninguém, a não ser o Pai, pode glorificá-lo; ao contrário de outros, Ele busca “a glória que vem do Deus único” (5:44). Ele sabe muito bem que a cruz e a sua ressurreição dentre os mortos será o instrumento desta glorificação, e ora para que possa aceitá-la de forma a glorificar o Pai também.
Ao pedir ao Pai que manifeste a glória de seu Filho, Jesus evidencia o carácter dinâmico da comunicação da glória, a qual não é um bem transmitido de uma vez para sempre e que age independentemente de sua fonte, mas pelo contrário, a comunicação é incessante, ininterrupta, como expressão continua do amor do Pai ao Filho. Jesus não pode manifestar sua própria glória sem o acordo do Pai, porque o que o manifesta é a glória que o Pai lhe comunica. Vê-se, pois, que a expressão de João 1:32: “… Eu vi o Espirito descer dos céus como pomba e permanecer sobre Ele”, não significava que o Espirito se separava do Pai para ficar em Jesus, mas que desde aquele momento, a comunicação total do Espirito do Pai a Jesus não sofre interrupção.
Ele glorificará o Pai fazendo a Sua vontade, suportando até a cruz, e cumprindo o propósito do Pai de ser uma bênção para muitos, mediante a conversão de pessoas de todas as nações, através desta cruz. A prioridade de Jesus, enquanto vivesse nesta terra, era a de trazer glória ao Seu Pai, vivendo de acordo com um cronograma divino - “Nas tuas mãos, estão os meus dias” (Sl. 31:15) - e essa glória seria concretizada em sua obra consumada na cruz. O acto de aceitar a cruz, de facto, é o exercício da autoridade que o Pai lhe deu sobre toda a carne – isto é, toda a raça humana. É na cruz que o facto de Ele ser rei é proclamado (veja Jo. 19:19); é pela cruz que ele cumprirá a missão que o Pai lhe deu de abençoar o seu povo com vida eterna
A vida eterna consiste no conhecimento de Deus. Já que tal conhecimento é concedido pelo revelador que Deus enviou, e na verdade é personificado nele, o conhecimento do revelador é a mesma coisa que o conhecimento de Deus que é revelado. O Pai e o Filho se conhecem em amor mútuo, e através do conhecimento de Deus as pessoas são admitidas ao mistério deste amor divino, amando a Deus, sendo amadas por Ele e, em resposta, amando umas às outras. De Jesus depende o êxito da obra criadora de Deus, pois somente através d’Ele se pode comunicar aos homens a vida definitiva (Jo. 5:24-26). Jesus tem a capacidade de fazer com que o homem nasça de Deus (Jo. 1:13), dando-lhe assim a capacidade de fazer-se filho.
Embora se tratasse de momentos de íntima comunhão entre o Filho e o Pai, era, ao mesmo tempo, uma lição solene que o Mestre ensinava aos discípulos. Era o momento de manifestar o esplendor de sua autoridade, de conceder vida eterna a todos os eleitos (Jo. 6:44; 1:11-12). Tudo o que Jesus ensinou e realizou manifestava a compaixão, a verdade, a sabedoria e o poder do Pai. Através de tudo o que fez Jesus trouxe, de contínuo, glória a Deus.
Nessas maravilhosas palavras, há um tom de fé, de firme confiança, como se Ele soubesse que estava pedindo o que estava no coração e no pensamento do Pai. O Senhor fala como se já tivesse passado pela morte e estivesse fazendo Sua súplica perante o trono de Deus. Ele está contente pela autoridade que possui só porque por ela pode conceder vida. A obra da redenção de almas, assim como a igreja, não foram coisas que aconteceram por mero acaso, tudo foi planeado pela Trindade antes do mundo, ser criado.
Nos seus últimos momentos, Jesus demonstra em suas últimas palavras dirigidas ao Pai o seu anseio para que os discípulos aprofundassem o conhecimento deles referente a Deus. Só conseguimos nos relacionar intimamente com alguém a quem conhecemos de modo profundo. Como o profeta Oseias recomenda: “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor” (Os. 6:3).
Os ensinos de Jesus na chamada oração sacerdotal podem dar-nos novo fervor e nova vida todas as manhãs.
 A oração é muito importante
A oração é a mais importante das atividades humanas. Orar não é balbuciar palavras ao vento, é falar com Deus; não é apenas fechar os olhos ou dobrar os joelhos, mas dobrar o coração e a mente; não é a repetição mecânica de frases prontas, é relacionar-se sinceramente com Deus. Orar produz intimidade com Deus. A oração nos aproxima Dele. É na oração que buscamos a face de Deus e nela encontramos o prazer da Sua presença. Na conversa sincera com Deus, o conhecemos melhor; e Ele nos faz conhecer melhor a nós mesmos.
Jesus, mesmo sendo Deus, em muitos momentos, retirou-se do meio do povo para ficar sozinho em oração. Ele buscava mais a intimidade com o Pai do que a popularidade (Mc. 1:35). Apesar das multidões, das tarefas e das pressões das pessoas, Jesus nunca deixou de dedicar tempo para estar a sós com Deus. Jesus era um Homem de oração e fez dos Seus discípulos, homens de oração, pois ensinou-os a orar (Mt. 6:5-13); apontou a necessidade da oração; e insistiu sobre seu poder espiritual (Mt. 7:7; 17:21). Nele, sempre vemos diversas razões pelas quais a oração é importante. É por isso que a oração tem de ser prioridade em nossa vida. Nela encontramos a intimidade de Deus e por sua instrumentalidade somos conformados à imagem de Seu Filho Jesus Cristo. Por isso, ore!
Jesus orou para o benefício de todos os presentes (11:41-42), e o mesmo é verdade aqui também (17:13). A vida inteira de Jesus tem sido uma revelação do Pai, em união com ele, por isso é apropriado que o seu ensino termina na forma de oração, o género mais intimamente associada com a união com Deus. E damos graças a Deus porque o Espírito Santo conservou esta oração para que ainda hoje pudéssemos, meditar nela, sendo ao mesmo tempo animados e fortalecidos por ela.
Cristo não menciona a Sua morte neste capítulo, mas o plano completo de Deus incluía, os resultados profundos da Sua, morte. Se dessemos um breve resumo de Cristo e da Sua obra na terra, diríamos como Paulo na sua, primeira carta aos Coríntios, capítulo 15 e versos 3 e 4: “Que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras”. Mas esse ponto não é focado neste capítulo 17 de João. Toda, a ênfase está nos filhos que Ele veio buscar para o Pai. Filhos esses que estavam na mente da Trindade e pelos quais a Trindade ansiava antes do mundo ser criado. Deus queria, filhos santos que O amassem e Lhe obedecessem. A obra eterna da redenção é de trazer filhos à glória. Deus estava em Cristo (Emanuel quer dizer Deus connosco), não somente para nos perdoar os pecados e nos purificar mas, também para nos dar uma, natureza nova e, pelo Seu Espirito, fazer morada em nós. Para além disso, Ele quer moldar-nos à Sua semelhança. A Sua vontade é que vivamos em santidade, como vemos em Hebreus 10:10: “Na qual vontade temos sido santificados (feitos santos) pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feito uma, vez”.
O homem procura glória na guerra e de muitas outras maneiras. Há soldados que arriscam as suas vidas com a finalidade de receberem uma medalha. Porém, o verdadeiro homem é humilde, é um homem de oração, porque a sabedoria e a coragem recebe-se de joelhos no chão.

João escreveu o seu Evangelho quando tinha noventa anos de idade. Ele ouviu esta oração uma vez e, com a ajuda, do Espírito Santo, registou-a sessenta anos mais tarde. O que eu quero dizer é que o Espírito Santo o inspirou a fazê-lo, dando-lhe palavra por palavra. E a mesma afirmação podemos fazer em relação aos 40 escritores dia Bíblia. Deus deu-lhes palavra por palavra.

domingo, 16 de junho de 2013

Seja como a Palmeira e o Cedro do Líbano

O justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro no Líbano” (Sl. 92:12).
Introdução
Certo dia, que era para ser como os demais, Davi, um grande pastor, pastoreava com todo esmero o rebanho de seu pai, procurava estabelecer uma vida abundante ao rebanho e a todo custo livrava as ovelhas dos inimigos, certamente estava belíssimo, o sol brilhava intensamente, a brisa soprava, a paisagem estava deslumbrante e o pasto das ovelhas muito verde. Davi que lá no campo tomando conta do rebanho vivia em comunhão com Deus, observando esse cenário se viu contemplando a natureza, quando, divinamente inspirado compôs essa belíssima e poética comparação entre o justo, a palmeira e o cedro no Líbano. Somente alguém que viveu a experiência de estar no cuidado pastoral poderia expressar desta forma tão simples e profunda.
Que lições poderemos aprender com essas duas plantas? O que o justo tem a ver com elas?
Existem duas coisas que devem ser inerentes do verdadeiro cristão, a primeira é que todo o crente deve frutificar e a segunda é que o crente deve crescer. O Apóstolo Pedro em sua segunda epístola, no capítulo 3 e versículo 18, ordena que os crentes que cresçam na graça e no conhecimento.
Analisando um pouco a beleza do Salmo descrito acima, vemos que o salmista de facto é um poeta, que se utiliza de belas comparações no uso da linguagem. Dizer que o justo florescerá como a palmeira e crescerá como o cedro do Líbano nos dá uma real definição quanto ao modo de Deus operar na vida de um cristão através de Seu Espírito.
Esses versos são especialmente belos e repletos de significados para nós, os filhos de Deus. Estudando sobre ambas as árvores, percebo o quanto elas são especiais, não só pela beleza, mas também pela força, resistência e capacidade de sobrevivência no meio da escassez.
Estas duas árvores não são tratadas nem podadas pelo homem. A palmeira e o cedro são “árvores do Senhor”; é por meio do cuidado dEle que elas florescem. Isso também acontece com os santos do Senhor; eles são cuidados por Ele. Essas árvores estão sempre verdes e são bonitas em todas as épocas do ano.
Os crentes não podem andar, ora em santidade, ora em iniquidade; eles têm de permanecer sob a beleza do Senhor em todos os climas. Em qualquer lugar, essas árvores são dignas de observação; ninguém pode contemplar uma paisagem onde existem cedros e palmeiras sem que a sua atenção se fixe nessas árvores majestosas. Os seguidores de Cristo são observados por todas as pessoas. Tal como uma cidade edificada sobre um monte, eles não podem ser ocultados.
Os três últimos versículos do Salmo 92 falam-nos de uma maneira poética, de grandes promessas para os que andam em justiça. A linguagem usada pelo salmista é envolvida não somente por um brilho literário, mas sobretudo pela cuidadosa observação da natureza!
1.     “O justo florescerá como a palmeira” (Sl. 92:12ª)
A palmeira, que é uma das árvores mais importantes no Oriente e cujo fruto é o alimento diário de milhões de pessoas, nasce no deserto e cresce verticalmente, e não depende da água da chuva para florescer e frutificar. É uma árvore altamente resistente ao solo seco, ao terreno árido... que suporta de modo bastante interessante as fortes rajadas de vento tão frequentes no deserto, as intempéries da seca e do calor escaldante sem perder o verdor e sem deixar de dar os seus frutos. Ela curva-se de um lado para o outro, para a frente e para trás! E depois de tudo isto... aquele vendaval passa e a palmeira ainda está lá firme sem ser abalada ou caída no chão!
Tudo na palmeira é útil. A palmeira enfrenta a dureza de climas tórridos, mas produz frutos doces. A palmeira traz o senso de direção para os que caminham sem rumo no deserto. Onde tem uma palmeira ali existe uma fonte. Assim é a vida do justo. Ele floresce onde está plantado. Ele triunfa mesmo que tudo e todos estejam secando ao seu redor. Ele produz frutos doces e a sua vida é instrumento de bênção para muitas pessoas. O justo é todo aquele que crê em Jesus como filho de Deus. Esse é justificado. Ele é como a palmeira.
O motivo de sua resistência é a profundidade que a sua raiz alcança. Em uma árvore normal, a sua raiz fica apenas alguns metros abaixo da terra, enquanto que, a palmeira, aprofunda a sua raiz, que chega a atingir 3 a 4 km de profundidade até encontrar água. Produz frutos a vida inteira, porém os seus mais saborosos frutos são produzidos dos 30 aos 100 anos de idade. E como se não bastassem tantas qualidades, ela ainda é a responsável pelos oásis no deserto. Ela não só provê para si mesma os benefícios de estar tão bem enraizada, mas também proporciona ao homem alegria, satisfação, descanso, nutrição e saciedade.
Pois é exatamente assim que acontece na vida do justo! Vem sobre ele o vento impiedoso da calúnia ou do abatimento ou qualquer outro mal, seja de origem humana ou mesmo procedente das forças das trevas, mas, tal qual a palmeira, o cristão quando bem enraizado no Senhor, que confia no Senhor, em constante e profunda comunhão com Ele, recebendo da sua vida e da sua força, que pacientemente espera no seu Deus, a ponto de transbordar e abençoar aqueles que estão à sua volta, porque está plantado no Senhor, pode suportar tempestades, tribulações, desertos e escassez sem ser destruído. Curva-se, chora, muitas vezes se contorce... Mas lá está ele para contar as grandezas do Senhor! Porque, como está escrito: “Plantados na casa do senhor, nos átrios do nosso Deus hão-de florir. Na velhice, darão ainda frutos, serão cheios de seiva e de verdor” (Sl. 92:13-14).
O justo floresce à semelhança de uma palmeira, que para o alto canaliza todo o seu vigor, formando uma coluna ereta, sem qualquer galho. É um pilar com uma abóbada gloriosa. A palmeira não costuma crescer para a direita ou para a esquerda, mas transmite todo o seu vigor em direção ao céu e produz o seu fruto tão próximo do céu quanto possível. Que o Senhor cumpra em nós esta figura.
Como muito bem observado pelo salmista, o justo não teme, ele muitas vezes se assombra com o mal que se agiganta contra ele; mas ele sabe que a sua vida está nas mãos dAquele que nos justifica! Ele sabe quem o sustenta!
Outra qualidade muito importante da palmeira é o que ela representa para o viajante. Quando um homem, naturalmente sedento, vê que está se aproximando de uma palmeira, ele se enche de esperança e de alegria, pois sabe que naquele lugar será encontrado água... Assim é também com o justo. Todos se alegram em estar perto dele; em beber da Fonte da qual ele mesmo se farta!
Com a Palmeira aprendemos que devemos crescer eretos, verticalmente, rumo aos céus, onde está o trono de Deus; uma vida reta e certa, que glorifique ao Senhor; que devemos apresentar como a Palmeira a beleza exterior, fruto da paz, da consciência limpa e da comunhão com o Senhor; que no trabalho silencioso e invisível das raízes para manter a Palmeira em pé e cultivar a sua beleza, vemos a comunhão do crente com Deus mediante a leitura da Palavra e a oração para uma vida sempre imponente, bela, testemunhando do Senhor no lugar onde foi plantado.
a) Não se Arranca Uma Palmeira Facilmente
A palmeira é uma das árvores mais difíceis de arrancar da terra, pois possui uma das raízes mais fortes e mais profundas. Enquanto outras árvores morrem com muito mais facilidade, a palmeira é forte e muito difícil de ser destruída por ventos e tempestades. Ela tem a habilidade de suportar tremendas tempestades, e tem uma raiz que vai bem profundo na terra. Dizem que a raiz da palmeira penetra na terra até encontrar água. Enquanto outras plantas estão secando, ela tem a capacidade de florescer mesmo no deserto por causa de suas raízes. O que a Bíblia nos está dizendo é que nós temos que deixar as nossas raízes estarem firmadas e seguirem profundamente. Qual o maior problema de muita gente? É não estar firme, sem raízes firmadas… Firmadas aonde? “Os que estão plantados na casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus”.
O que acontece com muitos cristãos é que eles oscilam muito, hoje estão bem, amanhã já não estão. Hoje estão firmados na casa do Senhor, amanhã estão fora. Ora, Deus quer que estejamos firmes, que estejamos plantados como a palmeira; que estejamos estáveis em nosso relacionamento com Ele, estáveis em nossas emoções, estáveis em nossa vida financeira e não cheios de altos e baixos, que sejamos constantes, e não um dia para cima e o outro para baixo. Só quando estamos firmados e com nossas raízes bem firmadas poderemos suportar qualquer adversidade que o inimigo lance sobre nós. Deus quer que estejamos sempre como diz em 1 Coríntios 15:58: “Portanto meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é em vão no Senhor”.
b) Pode Cortar Uma Palmeira, mas não Pode Matar Uma Palmeira.
A maioria das árvores tem uma capa protetora chamada casca, se quiser matá-la, basta tirar a casca de fora da árvore; mas não é assim com a palmeira. Você pode cortar a casca de fora e ela não morre. Por quê? Porque ela não pega os nutrientes de fora como as outras árvores, a palmeira adquiri os nutrientes que a mantêm com vida de dentro dela, a força e a vida não vem de fora mais sim de dentro. Pode cortar a palmeira por fora, pode feri-la por fora, porém ela não irá morrer.
E assim é o Justo, muitas vezes é ferido, atingido, mas morto pelas mãos de inimigos, jamais! O exemplo do justo que me impressiona muito é o exemplo de Jó, o inimigo o atormentou, o tocou, o feriu, porém não o matou. Quando se tem a consciência de quem somos, sabemos que nunca vamos ficar feridos para sempre. Paulo tinha esta consciência quando disse: “Esta momentânea tribulação...
A vida pode-lhe ter provocado algumas feridas, talvez esteja passando agora mesmo por um momento difícil, mas se for uma palmeira, sabe que não irá morrer, pois “O choro pode durar a noite toda, mais a alegria vem pela manha…” e “Ainda que ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque Tu estás comigo...”
A sua força não está na sua forma exterior mas sim no seu espírito, no seu interior “Maior é Aquele que está em ti, do que aquele que está no mundo…
c) Pode Fazer Com Que a Palmeira se Curve, mas não a Pode Quebrar.
Se já teve a oportunidade de ver um vento forte soprando numa palmeira, sabe que ela se curva muitas vezes até tocar a terra, mas não se quebra, e quando o vento passa, ela volta a sua posição normal e se torna mais forte do que era antes. Um vento de 50 km por hora pode quebrar e arrancar uma árvore do chão, porém a palmeira sobrevive a ventos de 150 km por hora.
O justo é como uma palmeira, quando a tempestade vem sobre ele, ela pode curvá-lo, mas não tem autorização nem poder para quebrar a sua vida! Nada o pode quebrar! Nós fomos concebidos, fomos formados para sobreviver às tempestades… Existe alguma coisa no seu interior que diz assim: Eu fui judiado, machucado, porém, estou vivo e mais forte que antes, porque Deus está no meu interior!
d) A Palmeira com Todos os seus Atributos e Qualidades não Resiste ao Frio.
Uma coisa que a palmeira não pode suportar é o frio. Ela somente floresce e cresce no meio de ambientes quentes, em climas quentes. O justo é como a palmeira, Deus não o fez para sobreviver a temperaturas frias. Se está esfriando no seu relacionamento com Deus, então está morrendo. Podemos ter uma palmeira na Jamaica, Havaí, Bahamas, litoral…, mas nunca no Alaska, porque o meio ambiente não é propício…
Se está frio espiritualmente falando, então está morrendo espiritualmente. A responsabilidade por manter a sua temperatura espiritual quente é sua, e quem tem de cultivar um meio ambiente propício para se manter quente e no fogo do Espírito Santo é você.
e)A Adaptabilidade e Crescimento da Palmeira
A Palmeira se adapta bem em qualquer ambiente - zonas rurais, urbanas e interiores - assim como o justo, uma pessoa de Deus que se adapta facilmente seja qual for a situação. Seu tamanho varia, de acordo com o seu aproveitamento e condições ambientais. Podem crescer até 10 metros ou mais. A Bíblia, no mesmo Salmo, indica o melhor lugar onde o cristão deve ser plantado: “Os que estão plantados na casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus”.
Adubada pela Palavra de Deus, a planta cria raízes firmes e profundas e assim, alcança grande crescimento. As Palmeiras destacam-se, são visíveis a longas distâncias. Assim será o servo de Deus, uma pessoa notável como a palmeira, que mesmo de longe é notado pela sua maneira especial de ser, seu amor e testemunho alcançam vidas, mesmo que estas estejam em lugares longínquos. O justo se difere dos demais, pois chama a atenção, principalmente pelo seu comportamento, que conquista o respeito das pessoas que o cerca.
f) A Resistência da Palmeira
A resistência a ventos e tempestades é outra característica da palmeira. Elas balançam, perdem folhas... Mas não caem facilmente. É muito trabalhoso arrancar uma palmeira adulta do solo. Assim é também o verdadeiro cristão, que independentemente dos problemas e desafios, mantém-se de pé, inabalável.
Exemplo disso é um tsunami, em Janeiro de 2005, que devastou a Indonésia. As imagens que percorreram o mundo mostraram casas sendo destruídos, prédios sucumbindo à força da água, muitos destroços e pessoas sendo arrastadas. No meio do terrível cenário, víamos palmeiras intactas e pessoas agarrando-se a elas para sobreviverem.
Assim é com o justo, sujeito a “ventos fortes e tempestades”. Por vezes, saímos tão machucados, mas, a graça de Deus nos sustenta nos dando vida e vigor para amparar os mais fracos (1 Co. 1:4).
g) Da Palmeira Tudo se Aproveita
Da planta, aproveita-se tudo, produzindo-se fibras, óleos, ceras, etc. Crescimento, adaptação e estabilidade são características marcantes da palmeira. Assim é com o cristão justo. “Todas as coisas contribuem para o bem dos que amam a Deus” (Rm. 8:28). Deus transforma as situações de derrota em vitória. Nada é em vão para o cristão, obediente à Palavra.
Não foi assim com Jesus? Satanás achou que o tinha derrotado com a crucificação. Mas, foi justamente ali que construiu a maior de todas as vitórias. Foi quando o apóstolo Paulo se sentiu fraco que Deus lhe falou: “Meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Co. 12).
A ventania sopra, arranca as folhas, espalha as flores e quando cessa tudo, lá está o servo obediente, tal qual a palmeira, ilustre vencedor, mais forte, pronto para florescer e renovar as forças.
h) O Florescimento da Palmeira
As Palmeiras florescem numerosas vezes, em abundância, o ano inteiro, em todas as estações. Os insetos, especialmente as abelhas, encontram ali alimento e contribuem com a polinização. Depois das flores, os frutos. Sendo Cristão, os frutos são abundantes o ano inteiro, independentemente da estação.
As abelhas representam os sedentos, ávidos por alimento para a alma, saciando-se do néctar do cristão. Compara-se o néctar ao Espírito Santo, que tem poder para convencer o homem “do pecado, da justiça e do juízo” (Jo. 16:18). As abelhas são como a mulher samaritana, levam as boas novas a outras que passam a “beber da mesma fonte”.
O salmista, reconhecidamente inspirado pelo Espírito Santo, faz outra comparação. Desta vez usa um paradoxo. Se antes ele comparou o justo a uma palmeira, agora ele o compara a essa não menos bela, forte e admirável árvore, o Cedro do Líbano!
2.     “Crescerá como o Cedro do Líbano” (Sl. 92:12b).
O cedro é imponente. Simboliza força e eternidade. Aos três anos de idade alcança apenas 5cm de altura, porém a sua raiz, já alcança 1 metro e meio de profundidade. Somente a partir dos quatro anos de idade é que ele começa a crescer. Apesar do seu crescimento ser lento, o cedro pode atingir até 40 metros de altura e viver centenas de anos.
A sua raiz não depende da água da chuva porque vai buscar água nos lençóis freáticos. E quando a sua raiz encontra as rochas, continua a crescer em volta da rocha, abraçando-as, o que dá mais força ao seu tronco. Enquanto algumas raízes vêem na rocha um impedimento para a sua expansão, para o cedro é justamente o contrário. Quanto mais abraçado à rocha mais firme ficará. Para muitos o encontro com a rocha fará cessar o seu crescimento. Refiro-me aos que vivem fora da Palavra de Deus. Eles vão crescendo e desenvolvendo seus projetos pessoais até esbarrarem em Cristo e em Seus imutáveis princípios. Não podem prosperar à maneira de Deus porque seus métodos, fórmulas, motivações e ações são condenados por Ele.
À semelhança do Cedro, nós, os filhos de Deus, temos a promessa de crescer, até as nossas raízes se firmarem na rocha, abraçando-a e estabelecendo uma relação de maior intimidade, e ainda que esse crescimento seja lento, ele vai acontecer e será visível a todos. “Para vós outros, portanto, os que credes, esta pedra é preciosidade; mas, para os descrentes, a pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular, e, pedra de tropeço e rocha de ofensa. São estes os que tropeçam na palavra, sendo desobedientes, para o que também foram postos” (1 Pe. 2:7-8).
O crescimento rápido não nos traz consistência, mas o crescimento lento consegue tal feito. Para isso, precisamos, a exemplo do cedro, de fixar bem nossas raízes e aprofundá-las, através da nossa comunhão com o Pai, através da palavra e da oração. O cristão de raízes curtas não se firma. Logo devemos nos estabelecer, firmando raízes onde Deus nos colocou, para assim crescermos, lentamente, mas constante. Dessa forma devemos tirar a nossa fé das pessoas e direcioná-la somente a Deus, pois Ele é o único que não nos frustará. A fé deve ser firmada na Rocha (Cristo) inabalável, a fim de termos força e vigor para crescermos de forma saudável e constante, dando muitos frutos dignos de arrependimento, manifestando assim o fruto do Espírito santo que habita em nós, podendo então “anunciar que o senhor é reto, que Ele é a nossa Rocha, e nele não há injustiça” (Sl. 92-15).
O Cedro é uma árvore fantástica. Os cedros enfrentam todas as tempestades e crescem próximos das neves eternas; e o Senhor lhes proveu uma seiva que preserva seu interior quente e seus galhos fortes. O cedro do Líbano é uma árvore forte e imortal. Das árvores encontradas na mata, o cedro destaca-se entre aquelas mais utilizadas pelos homens, aumentando a honra, a riqueza e a dignidade de quem a possui. Há milénios que o óleo é indicado para alívio das vias respiratórias, infeções, reumatismo, asma, e diversos problemas de saúde.
O cedro exala um perfume, o qual afasta as pragas, que tipificam as preocupações os interesses que solapam o seu tempo, energia, dinheiro e não o deixam dar fruto espiritual. O cedro é uma espécie com alto potencial para reflorestamento, seja para restauração de ambientes degradados pelo gás carbono, como também para paisagismo. O justo tem esse perfume, que além de afastar o inimigo, abençoa e cura ao seu próximo, devido à força da fé e a vida eterna.. Esse perfume é o perfume de Cristo. Por isso não devemos nos considerar fracos e sim crer que somos como o cedro.
Veja a diversificação de utilidade desta árvore, ela é útil para curar, construir, perfumar, dignificar e etc. Assim deve ser o crente, a Bíblia diz vede que ninguém dê a outrem mal por mal, mas segui sempre o bem, tanto um para com o outro, como para com todos (1 Ts. 5:15). Seguir sempre o bem, significa ser proveitoso ao próximo. Curamos com a fé, construímos com a palavra, perfumamos com a nossa vida e dignificamos com o amor. Sejamos um cedro.
É fácil fazer uma ideia de uma palmeira, mas nós, ocidentais, temos uma certa dificuldade em imaginar um cedro do Líbano. O cedro do Líbano é uma das árvores mais fortes que existem, e também possui uma ótima madeira, tanto por sua resistência quanto pela beleza, largamente empregada na construção civil (casas, templos e móveis), naval (barcos canoas e caravelas) e aeronáutica (aviões). Mas o cedro só é forte se ele crescer, por isso, neste salmo, o escritor dá ênfase ao crescimento do Cedro. Existem muitos crentes que não querem crescer e por isso são extremamente fracos, debilitados. O verdadeiro cristão é como o cedro, que simboliza a força, a velhice sadia e vigorosa, que suporta muito calor e muito vento, chegando a alcançar cerca de 3.000 anos, que independentemente da circunstância não se racha. Só existe uma coisa que consegue quebrar o cristão é a voz de Deus, esta quebra os cedros do Líbano.
Observe que o salmista disse que na velhice estas árvores darão frutos e serão cheias de seiva e verdor. Acredito que isto é o que todos queremos, uma velhice de saúde e tranquilidade, gerar frutos e nos tornarmos pessoas vigorosas e exuberantes, assim como a palmeira e o cedro, mas para isso, o salmista também diz que estas árvores devem estar plantadas na Casa de Deus. O lugar onde o crente pode crescer e frutificar é na igreja, aos pés de Jesus. Por isso a importância de estar sempre em comunhão e criando raízes onde Deus nos colocou, remetendo às características do cedro. Aproveite a oportunidade e volte para casa do pai se ainda estiver distanciado, caso esteja na igreja procure se enraizar, aprofundar-se no Senhor.  
Aquele que aprendeu a confiar no Senhor, está firme e não se abala. Nas palavras de Cristo, é aquele que pratica a fé, que pratica o que ouve nas meditações de seu coração quebrantado na presença de Deus. Por isso não se abala! O próprio Autor da Vida é quem guarda a sua vida e a sua morada!
Diz o versículo 13: “Os que estão plantados na casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus”. Se considerarmos que florescer na Casa de Deus deve ser o alvo de todo o cristão nascido de novo. Temos aqui a “receita”! A receita para uma vida cristã vitoriosa, para uma vida que realmente glorifique o Nome que nos outorga autoridade e salvação, consiste em estar plantado!
Notemos: o texto diz: “os que estão plantados florescerão...”, vemos que torna-se necessária uma análise mais cuidadosa deste verbo para compreendermos a lição transmitida pelo salmista...
a)    Faremos Aqui, Três Considerações:
1)   A primeira coisa necessária para se estar plantado é ter raízes, portanto, o foco está no lançar das raízes muito mais do que nas evidências externas. O que sustenta a árvore ao solo (além do milagre de Deus) são as raízes! Quando as raízes não estão firmes, pouco pode ser feito... Facilmente ela poderá ser arrancada. Elas não repassam ao tronco, aos galhos e às folhas os nutrientes necessários para o crescimento sadio para que possa florescer...
Os cedros do Líbano simbolizam os cristãos, naquilo que se refere a terem sido inteiramente plantados pelo Senhor. Isto é a verdade absoluta de cada filho de Deus. O cristão não é plantado pelo homem, nem por si mesmo, mas é plantado por Deus. A mão misteriosa do Espírito divino fez cair a semente da vida dentro do coração que Ele mesmo preparou para recebê-la. Cada verdadeiro herdeiro do céu pertence ao grande Agricultor que o plantou. Além disso, os cedros do Líbano não dependem do homem para regá-los; eles subsistem nas altas rochas, no entanto nosso Pai Celeste supre as suas necessidades. Assim é com o cristão que aprendeu a viver pela fé. Ele não depende do homem, mesmo nas coisas temporais. Mas espera no Senhor seu Deus, somente nele. O orvalho do céu é a sua porção e o Deus do céu o seu manancial.
Os Cedros do Líbano são árvores de Deus, mantidas e preservadas por Ele; Não tem refúgio, nem proteção, exceto esta... As vastas asas do Deus eterno sempre abrigam os cedros que Ele mesmo plantou. É exatamente a mesma coisa com o cristão. Ele não é uma planta de estufa, protegido das tentações; Mas é um dependente de Deus que lhe concede sempre o livramento.
Davi, com muita doçura, colocou em seus salmos: “Louvai ao Senhor, árvores frutíferas e todos os cedros” (Sl. 148:9). No crente não existe nada que possa glorificar o homem; Ele é plantado, nutrido e protegido pela própria mão do Senhor, devemos sempre depender do nosso Deus. Hebreus 12:2 diz: “Olhando para Jesus, autor e consumador da fé”.
Isto é muito relevante e também revelador. Se compreendermos isto, com certeza, daremos mais importância à necessidade do verdadeiro ensino das Escrituras com prejuízo voluntário de nossos momentos sociais cristianizados.
Observando a “Parábola do Semeador” vemos o Senhor Jesus enfatizando a fragilidade de uma planta sem raiz!
O salmista nos esclarece quando afirma que é necessário estar plantado e diz onde: na Casa de Deus!
As raízes nos falam também de fundamentos, de origem. Isto significa que as bases de nossa fé e doutrina e mesmo de nossa própria motivação para a vida, devem estar dentro da Casa de Deus e ali recebendo os verdadeiros nutrientes que farão sã a árvore toda! Assim acontece com o justo, ele está arraigado na Casa de Deus e na presença de Deus tem o seu prazer!
Notamos que há muitas pessoas preocupadas porque não percebem que estão crescendo espiritualmente. Provavelmente estejam esperando frutos visíveis, ministérios estabelecidos, ou alguma evidência externa de que estão crescendo em Deus. No entanto, como o cedro, não deveríamos estar tão focados nessas evidências externas, se verdadeiramente nos ocuparmos em aprofundar as nossas raízes. Fazemos isso através da leitura da Palavra, da assimilação dos Seus princípios e da devida aplicação na vida prática. A essência da Palavra de Deus é o Amor. Quanto mais nos exercitamos no Amor a Deus e ao próximo, mais profundas serão as nossas raízes, e depois, no seu devido tempo, passaremos a manifestar um crescimento gradativo. “E, assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor, a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade” (Ef. 3:17-18).
2)  A segunda coisa necessária para se estar plantado, é que no local onde está, a planta precisa de receber três coisas essenciais: água, luz e vento...
Água. Outra verdade interessante é que o cedro do Líbano é muito resistente e suporta vento e calor. As suas raízes profundas buscam água nos lençóis freáticos e por isso ele não depende de chuva. Assim deve ser o cristão. Para crescer à semelhança do cedro ele não pode viver na dependência dos fatores externos. Ele precisa aprender a aprofundar as suas raízes a fim de buscar alimento e provisão mesmo em condições desfavoráveis de seca, calor e ausência de chuvas. Há quem diga que deixou de crescer espiritualmente por causa da falta de espiritualidade da sua igreja local. Às vezes nos queixamos da própria família por não nos propiciar as condições favoráveis para o êxito em alguma área da vida.
Nas mais diversas ocasiões, se nos descuidarmos, estaremos sempre achando um bode expiatório para os nossos fracassos. No entanto, o ensino bíblico nos mostra que apesar da ausência de chuvas ou de fatores externos extremamente desfavoráveis, há de se encontrar as águas mais profundas. Aquelas que se acham quando são buscadas. Não estão na superfície da indiferença nem da preguiça. Não estão no limiar do conformismo ou da apatia espiritual. Elas estão no lugar da fome e da sede de Deus. Elas se encontram no lugar do desejo de ser alguém para Deus e para o mundo. “Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração” (Jr. 29:13)
Isto significa que na Casa de Deus, o cristão precisa de receber continuamente a Palavra de Cristo e receber Cristo como a Palavra Encarnada de Deus.
É muito significativo o que Jesus ensinou, reportando as escrituras do Antigo Testamento, quando disse: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a Palavra que procede de Deus”.
A ação dos citados fenómenos, (água, luz e vento) sobre a planta é que vai fazer com que o milagre do crescimento aconteça de modo equilibrado e duradouro.
As intermináveis discussões sobre as estratégias evangelísticas voltadas para o rápido crescimento da igreja (algumas vêm sendo apresentadas com a soberba de doutrina!), jamais saciarão a sede de Deus que há no mundo! Muitas delas são cisternas, são bem-intencionadas, mas são cisternas, e são incapazes de fazer fluir o Rio de Água Viva citado por Jesus. Para que se forme um justo, precisamos de água! A Água da Vida que vem do próprio Deus para o homem por meio de Cristo... É disto que o justo precisa para continuar sendo justo!
Luz. As reuniões sociais na igreja cumprem um papel apreciável no desenvolvimento da igreja, mas jamais poderão substituir o puro ensino da Bíblia, pois ela é a Luz para direcionar o povo de Deus enquanto nesta vida... O justo precisa disto, se isto não estiver acontecendo, logo as folhas começarão a murchar... as flores começarão a cair, temos a ruína iminente.
Vento. Para a sobrevivência da planta, como também do justo, é necessário também, para que permaneça plantado, o soprar suave do vento. O vento nada mais é do que o refrigério do Espírito Santo a soprar sobre a fronte e o coração do justo. Falamos aqui, lembrando-nos das palavras de Jesus, ditas para Nicodemos: “O vento sopra onde quer...”; O justo precisa disto na Casa de Deus; não de emoções induzidas e de pouca duração... Falamos do mover contínuo e firme do Espírito na vida do povo de Deus, capaz de fortalecer o cansado e de abater o de dura cerviz, levando tanto um quanto o outro à obediência a Jesus Cristo.
Assim é com a Palmeira e com o Cedro do Líbano. Assim deve ser com o justo. Precisa de estar plantado na Casa de Deus, e lá, receber água, luz e vento!
3)   Agora vem uma coisa difícil de nos sujeitarmos... A terceira coisa necessária para estar plantado é estar sujeito às podas do Agricultor! Deus é o agricultor que cuida dos ramos e de toda árvore para que deem mais frutos.
 Se eu quero ser um cristão frutífero e robusto, tenho de cooperar com Deus na poda da minha vida. Em João 15:1-2 Jesus disse: “Eu sou a videira verdadeira, e meu pai é o lavrador. Ele corta todos os ramos que não produzem, e limpa os ramos que dão fruto, para que produzam ainda mais”.
Para que serve a poda? Poderíamos começar por dizer que podar serve para cuidar da aparência, envolve cortar os galhos mortos e aparar os vivos, para dar forma à árvore, isso estimula o crescimento. A poda é feita para cuidar da forma. A planta quando podada torna-se mais bonita e demonstra que está sob os cuidados do Agricultor.
A poda nem sempre é agradável porém necessária para o crescimento espiritual, não é opcional, lembre-se, Deus é glorificado quando damos muitos frutos (Jo. 15:8), por isso devemos relembrar que as ferramentas estão nas mãos de nosso Deus amoroso. Ele sabe o que está fazendo. Entretanto, deve estar perguntando como é que Deus nos poda? Ele usa os problemas, permite pressões, alguns o vão difamar, criticar, desafiar suas motivações, como Sambalate e Tobias fez a Neemias. Mas lembre-se Deus pode utilizar cada situação de sua vida para ajudá-lo a crescer mais e mais.
Porém a poda cumpre outros papéis ainda mais importantes. A poda tem o papel de possibilitar que a planta possa dar novos ramos, novos brotos, de onde nascerão flores e frutos. A poda serve também para minimizar as possibilidades de pragas... Esta poda é realizada nos galhos. Agora, falta-nos falar de um outro tipo de poda. A que é feita nas raízes!
A poda das raízes é um processo bastante interessante! Com o passar do tempo, a terra, seja de um vaso ou mesmo num terreno, começa a perder seus nutrientes, e a planta que ali se encontra, começa a perder a força. Seus galhos começam a diminuir a produção de brotos. E a solução é radical. Vamos a ela: o processo consiste em calcular pelo tamanho da “copa”, a posição aproximada das pontas das raízes, e, ao redor da árvore, cava-se uma vala até alcançar as raízes. Exatamente aquilo que sustenta a árvore deve ser podado: as raízes. Mas não são todas as raízes que serão cortadas. Serão cortadas apenas aquelas que estejam atrofiadas e sem perspectivas de “ramificação...”.
Mas logo será manifestada a cura! Aquela mesma valeta será preenchida com uma nova terra, especialmente preparada, com os nutrientes devidamente balanceados. Isto fará com que as raízes vão em busca dos novos nutrientes que irão revigorar a planta, proporcionando crescimento e reforço na sustentação.
Assim é também com o justo! Deve sujeitar-se às mãos hábeis do Agricultor, ciente de que é o Senhor quem segura a ferramenta... O cristão que não se deixa podar, não cresce de modo sadio. Não produz ao gosto do Senhor. Tal como a planta que não é podada, que não tem brilho, assim se dá com cristão que não se deixa ser moldado por Deus.
Muitas vezes as nossas raízes, aquilo que nos sustenta e nos motiva começa a atrofiar, torna-se necessária uma poda em lugares que não estão visíveis aos olhos humanos, é preciso uma poda no coração, nos nossos princípios, em nossa escala de valores, uma poda que subjugue nossa autoavaliação. Fatalmente seremos abalados! Porém quem segura a ferramenta de poda é o Senhor. Logo virá a terra fresca, novos nutrientes, novos valores, novos rumos... O refrigério da visitação de Deus!
E o que pretendemos mostrar com tudo isto? Simplesmente que estas coisas são imprescindíveis para quem deseja florescer. E tudo se resume em estar plantado na casa do Senhor. E isto implica: manter as raízes na Casa de Deus, ali receber água, luz, e vento, e finalmente, estar sujeito às podas do Agricultor.
Isto nos leva ao versículo 14, onde lemos que “Ainda na velhice darão frutos. Serão fortes e vigorosos”. Eis o que sucede ao justo! Porque está plantado na terra onde o Senhor o pôs! Está em boa terra, resiste aos ventos e cresce e floresce cada dia mais! Os anos avançam... Mas ele permanece vigoroso conforme a força do Senhor!
O salmista finaliza (v.15) com uma mensagem que tem atravessado gerações, que é também a missão da igreja, “anunciar” a retidão e bondade do Senhor, a fortaleza que é o Senhor, a justiça e a misericórdia do Senhor, tudo manifestado na grandiosa Salvação que Deus proporcionou por meio de Jesus Cristo.
Isto é o que podemos chamar de resultados na vida de um justo. Uma vida que consiste em permanecer na presença de Deus e frutificar para exaltar o Nome do Senhor Jesus! Floresça como o cedro e vença todos os obstáculos confiando no Senhor.
Conclusão
O nosso desejo é o de assimilar as verdades paralelas expressas pela figura da Palmeira e do cedro do Líbano. Devemos fazer isso porque foi Deus quem disse que floresceríamos e cresceríamos como essas árvores.


quinta-feira, 13 de junho de 2013

O Homem Que se Mostrou Agradecido

        “E, entrando numa certa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez homens leprosos, os quais pararam de longe; e levantaram a voz dizendo: Jesus, Mestre, tem misericórdia de nós. E ele, vendo-os, disse-lhes: Ide e mostrai-vos aos sacerdotes. E aconteceu que, indo eles ficaram limpos. E um deles, vendo que estava são, voltou glorificando a Deus em alta voz. E caiu aos seus pés, com o rosto em terra, dando-lhe graças e este era samaritano. E Jesus respondendo disse: Não foram dez os limpos? E onde estão os nove? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro? E disse-lhe: Levanta-te, e vai a tua fé te salvou” (Lc. 17:12-19).
         Introdução
        Este acontecimento que acabamos de ler, da cura dos dez leprosos, deu-se já nos últimos dias da vida do Mestre. Lucas diz-nos que Jesus caminhava para Jerusalém e atravessou a Galileia e a Samaria. Portanto ele caminhava para sul.
        Esta informação parece que não tem nada de especial. Jesus atravessou a Galileia. Mas atravessar a Samaria, é que não era habitual nessa época. Devido ao tradicional ódio entre esses dois povos, geralmente os judeus só se aventuravam a atravessar a Samaria se formassem um grupo grande e bem organizado e armado. Se fosse um pequeno grupo como o de Jesus com os seus discípulos, seria muito perigoso passar pela Samaria. Mas o nosso Mestre, não só atravessou a Samaria, como até entrou em aldeias de samaritanos.
        Certamente que a fama de Jesus já era bem conhecida, e penso que nesta época, o Mestre já se começava a demarcar da mentalidade judaica que esperava um Messias judeu, para libertar os judeus, e estabelecer um grande império em que os outros povos seriam subjugados, à semelhança dos antigos reis de Israel.
        Jesus entra em aldeias de samaritanos, pois o Messias veio para todos os povos, não para os dominar pela força, mas para morrer por eles. Diz o texto bíblico, na tradução da Ferreira de Almeida, que quando Jesus entrava em certa aldeia da Samaria, saíram-lhe ao encontro “dez homens leprosos”.
       A miséria  comum reuniu  esses pobres  párias e isso os ajudou a esquecer as ferozes antipatias nacionalistas entre judeus e samaritanos. Quando foram convidados a se apresentarem ao sacerdote antes que houvesse sinais de cura, para serem examinados por eles, partiram, dando assim evidência de sua confiança no facto de que haviam sido curados. Foi essa fé que os salvou, porque uma fé assim abre as portas à virtude curadora de Deus.
     Esta é uma grande surpresa. Todo o mundo esperaria que um dos Judeus voltasse para agradecer ao Senhor, mas isso não aconteceu. Eles agem como se fosse normal que foram curados. Mas não é assim. O que aconteceu era anormal. Era um milagre. Deus mostrou a sua misericórdia para com estes homens. Eles pedirem: tem compaixão de nós. E o Senhor teve compaixão deles, mas a maioria dos homens não reconheceu o milagre que aconteceu na sua vida. Não acharam motivo para agradecer a Deus, ou para agradecer o Servo do Senhor que fez este milagre na sua vida. Os nove judeus continuam a sua vida como se nada tivesse acontecido, mas um deles, um samaritano, reconheceu o milagre e voltou para agradecer a Deus. Por causa disso Jesus lhe perguntou: Os dez não ficaram purificados? Onde estão os outros nove?
        1. Muitos São Abençoados e Logo se Afastam de Deus.
        Jesus tinha um ministério itinerante na Palestina, mas esta seria a sua última viagem (Lc. 17:11). Estava indo a Jerusalém para ser crucificado. No caminho, passando pela Galileia e Samaria, entrou numa aldeia (17:12). Era um pequeno povoado, tão insignificante que nem o seu nome foi citado. Entretanto, Jesus entrou ali. Ele não ficou fora, distante, indiferente. Ele se importava com aquele povo. Havia ali vidas que Jesus queria alcançar. Da mesma forma, ele se importa connosco, por menores que sejamos aos olhos humanos. Na entrada da cidade, Cristo encontrou dez leprosos, os quais pararam de longe. Mas por que é que eles não se aproximaram? A lei determinava que o leproso ficasse isolado da sociedade por causa do seu mal contagioso (Nm. 5:2). Logo que a doença era diagnosticada, ele perdia a família, os amigos, o emprego e os bens. Certamente perdia também a autoestima e a alegria de viver. Seus novos amigos eram também doentes e excluídos. Suas vidas estavam destruídas, perdidas, acabadas. Seus sonhos tinham sido abandonados. Não possuíam qualquer perspectiva do ponto de vista humano. Além de serem vítimas de uma doença degenerativa, incurável e mortal, sofriam com a discriminação e o preconceito.
        Hoje, da mesma forma, muitas pessoas se encontram arrasadas, sem Deus, sem paz, sem esperança. Precisam de encontrar Jesus com urgência. Ali estava um grupo de dez leprosos que encontraram Jesus. Aliás, foi ele quem os encontrou. Eles jamais poderiam fazer uma caravana rumo a Jerusalém em busca de Jesus. Seriam impedidos com violência pela população. Entretanto, Cristo foi àquela cidade por causa deles. Ele se importa com os enfermos, solitários, deprimidos, marginalizados, com aqueles que a sociedade abandonou à própria sorte. Não sabemos os nomes daqueles homens. Eram apenas leprosos, e ninguém queria saber como se chamavam. Perderam a cidadania e a identidade.
        Contudo, as suas vidas mudaram completamente porque tiveram um encontro com Jesus. Nenhum outro podia curá-los, mas Cristo podia. Ele é a única esperança para o homem. O texto fala sobre os sacerdotes (17:14), líderes religiosos da época. Eles estavam em plena atividade, cumprindo rigorosamente seus rituais, mas não podiam curar ninguém. Jesus cura, pois ele tem todo o poder sobre todos os males.
        O que as religiões não podem fazer, Cristo faz. O texto mostra que aqueles leprosos sabiam quem era Jesus. As notícias já tinham chegado àquele lugar. Entretanto, não basta ter informações sobre Cristo. É preciso conhecê-lo. Agora, eles estavam em sua presença, mas isto também, embora fosse maravilhoso, não era suficiente. Eles criam que Jesus podia curá-los, mas a fé precisa de ser colocada em ação. Por isso clamaram: “Jesus, Mestre, tem misericórdia de nós” (17:13). Todos precisam de clamar ao Senhor. O soberbo não clama. Seu orgulho o impede de se humilhar. Entretanto, precisamos de reconhecer que, sozinhos, não resolveremos os problemas que afligem as nossas almas. A oração é hoje a nossa forma de clamor. Não adianta reclamar, murmurar, blasfemar. É preciso orar a respeito dos males que nos sobrevêm. Eles clamaram a Jesus. Não adianta clamar à pessoa errada, aos falsos deuses, aos líderes religiosos (17:14), ou aos companheiros, também leprosos.
        Jesus atendeu ao clamor daqueles homens (14:14). Ele não lhes voltou as costas, mas respondeu ao seu clamor. Cristo ouve as nossas orações e nos responde.
        Então, o Mestre lhes deu uma ordem: “Ide, e mostrai-vos ao sacerdote” (17:14). O sacerdote era responsável pelo diagnóstico. Era ele quem podia confirmar a cura. Aqueles homens, ainda leprosos, precisavam de obedecer para serem abençoados, e não o contrário. Sua fé precisava de estar além das evidências visíveis. Ainda tinham todos os sintomas da doença, mas deviam obedecer à voz do Mestre, sem questionamentos. “E, indo eles, ficaram limpos” (17:15). A obediência demonstra a fé. Não adianta crer e ficar parado. Em muitas situações, a ação deve acompanhar a fé. Então, os dez leprosos foram curados. Jesus curou a todos, sem perguntar sua nacionalidade, religião, etc. Ele não faz acepção de pessoas. A cura acontece pela misericórdia divina e não pelo merecimento do enfermo.
      Vendo que estava limpo, um deles voltou para louvar, agradecer e adorar, prostrando-se perante Jesus. Ele glorificava a Deus em alta voz. Louvando ao Pai, reconhecia que em Jesus operava o poder de Deus. Seu louvor serviria de testemunho para todos em seu caminho. Ao prostrar-se diante de Cristo, comportou-se como um súbdito diante do rei e como o adorador diante da divindade. Estaria reconhecendo a divindade de Cristo? É provável. Aquele acto demonstrava rendição, entrega, humildade, submissão.
        No caso deste pobre samaritano, ficou claro que ele não foi somente curado, mas salvo como provam a sua gratidão e a sua adoração. Este humilde samaritano, realmente se converteu, pois reconhecia em Cristo Jesus, o Sacerdote Eterno. Isto lhe bastava. Ele sabia, que Jesus era o Messias Salvador. Ele viu que estava curado. Foi para os sacerdotes. E depois disso logo voltou para buscar Jesus glorificando a Deus em alta voz! Este homem reconheceu que aconteceu um grande milagre em sua vida. Ele reconheceu a mão de Deus na sua vida. E reconheceu que foi Jesus Cristo que curou o corpo dele. Por causa disso ele voltou para Cristo e lançou-se aos pés de Jesus com o rosto por terra. Suas lágrimas escorriam pelo rosto, enquanto com todo o coração adorava ao Mestre. Fazendo isso, o homem mostra que respeitou o Senhor Jesus. È um tipo de adoração e normalmente este tipo de adoração é dado a Deus. O homem mostrou muito respeito a Jesus. E naquele momento Lucas diz: Pois bem, era um samaritano!
        A vida, do samaritano, em volta da mais profunda gratidão e arrependimento, já não era a mesma. Seu caminho seria distinto dos nove companheiros. Companheiros, que minutos antes, lamentavam a dor da miséria humana. Porém, se mostraram miseráveis, diante da vida.
        Imediatamente, Jesus perguntou pelos outros nove que foram curados. Pois eles não voltaram para agradecer. Cometeram o pecado da ingratidão. Jesus valoriza o louvor, as ações de graças, a adoração, mas, acima de tudo, ele queria ver aquelas pessoas perto dele, rendidas aos pés do Senhor Jesus Cristo.
        Será que nós damos graças a Deus, não somente por seus milagres, mas, também, por sua providência diária? As melhores coisas são as mais silenciosas. Os jornais não ficam sabendo da obra profunda de Deus no individuo ou na comunidade, pois ela chega de mansinho, como chega a primavera num jardim e numa floresta.
        2. Dez por Cento de Gratidão
        Onde estavam os nove? Foram se mostrar ao sacerdote, receberam o atestado de cura e correram para retomarem a normalidade de suas vidas; talvez tenham ido à procura da família, do património, dos amigos. Foram procurar um emprego, etc. Não tinham mais tempo para Jesus. Talvez pensassem que não precisavam mais dele. Para eles, Jesus era um abençoador. Sabiam que ele era Mestre (17:13), mas não estavam interessados em seus ensinamentos. Queriam apenas a bênção, o benefício físico, pessoal e imediato.
        O ex-leproso que voltou demonstrou um nível maior de fé e reconhecimento. Hoje, muitas pessoas são curadas, abençoadas, mas poucas querem estar aos pés de Jesus. Poucas querem ter compromisso com ele, servindo-o como Rei, como Deus e Senhor. Cheguemo-nos a Deus, não apenas por necessidade, mas por gratidão.
       Dez por cento de gratidão, considerou Jesus uma ingratidão. Eram dez os leprosos e só um voltou para agradecer o que Jesus lhe tinha feito. Os nove restantes fazem parte daquele grupo que quer ser servido mas nunca ousam agradecer aquilo que lhe é feito por mera graça.
        Jesus disse àquele homem: “Levanta-te e vai; a tua fé te salvou”. Agora, ele podia ir e fazer tudo o que os outros fizeram. Podia recuperar a normalidade de sua vida, mas de uma forma muito mais gloriosa do que os nove companheiros. Ele podia testificar que foi, não apenas curado, mas salvo. Podia dizer que viu Jesus, não de longe, mas de perto. Seu testemunho seria completo e eficaz. Foi transformado de corpo e alma. Recebeu os benefícios temporais e também eternos.
        Como é a nossa relação com Deus? Não sejamos como os nove. A maioria nem sempre está certa. Nesse caso, precisamos de ser a exceção. Além da bênção, precisamos do abençoador. Onde estão os nove? O Senhor procura aqueles que um dia foram abençoados e hoje estão distantes dele. É tempo de voltar, prostrar-se aos pés do Mestre, adorando-o de todo o coração.
        No texto acima referido do evangelista Lucas, Jesus disse que era um samaritano aquele que voltou para agradecer a graça recebida. Também tenho a mesma experiência de que são pessoas que não são cristãs de quem recebo atenções, salvo os dez por cento que sempre são os mesmos e curiosamente aqueles a quem eu sou devedor do amor e só com um bem-haja lhes posso agradecer porque não tenho possibilidades por obrigação de lhes mostrar gratidão.
        O testemunho de um cristão é muito mais valioso pela amabilidade com que trata o seu próximo e até o seu inimigo.