“O
justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro no Líbano” (Sl.
92:12).
Introdução
Certo
dia, que era para ser como os demais, Davi, um grande pastor, pastoreava com
todo esmero o rebanho de seu pai, procurava estabelecer uma vida abundante ao
rebanho e a todo custo livrava as ovelhas dos inimigos, certamente estava
belíssimo, o sol brilhava intensamente, a brisa soprava, a paisagem estava
deslumbrante e o pasto das ovelhas muito verde. Davi que lá no campo tomando
conta do rebanho vivia em comunhão com Deus, observando esse cenário se viu
contemplando a natureza, quando, divinamente inspirado compôs essa belíssima e
poética comparação entre o justo, a palmeira e o cedro no Líbano. Somente
alguém que viveu a experiência de estar no cuidado pastoral poderia expressar
desta forma tão simples e profunda.
Que
lições poderemos aprender com essas duas plantas? O que o justo tem a ver com
elas?
Existem
duas coisas que devem ser inerentes do verdadeiro cristão, a primeira é que
todo o crente deve frutificar e a segunda é que o crente deve crescer. O
Apóstolo Pedro em sua segunda epístola, no capítulo 3 e versículo 18, ordena que
os crentes que cresçam na graça e no conhecimento.
Analisando
um pouco a beleza do Salmo descrito acima, vemos que o salmista de facto é um
poeta, que se utiliza de belas comparações no uso da linguagem. Dizer que o
justo florescerá como a palmeira e crescerá como o cedro do Líbano nos dá uma
real definição quanto ao modo de Deus operar na vida de um cristão através de
Seu Espírito.
Esses
versos são especialmente belos e repletos de significados para nós, os filhos
de Deus. Estudando sobre ambas as árvores, percebo o quanto elas são especiais,
não só pela beleza, mas também pela força, resistência e capacidade de
sobrevivência no meio da escassez.
Estas
duas árvores não são tratadas nem podadas pelo homem. A palmeira e o cedro são “árvores
do Senhor”; é por meio do cuidado dEle que elas florescem. Isso também acontece
com os santos do Senhor; eles são cuidados por Ele. Essas árvores estão sempre
verdes e são bonitas em todas as épocas do ano.
Os
crentes não podem andar, ora em santidade, ora em iniquidade; eles têm de permanecer
sob a beleza do Senhor em todos os climas. Em qualquer lugar, essas árvores são
dignas de observação; ninguém pode contemplar uma paisagem onde existem cedros
e palmeiras sem que a sua atenção se fixe nessas árvores majestosas. Os
seguidores de Cristo são observados por todas as pessoas. Tal como uma cidade
edificada sobre um monte, eles não podem ser ocultados.
Os três últimos versículos do Salmo 92
falam-nos de uma maneira poética, de grandes promessas para os que andam em
justiça. A linguagem usada pelo salmista é envolvida não somente por um brilho
literário, mas sobretudo pela cuidadosa observação da natureza!
1.
“O justo
florescerá como a palmeira” (Sl. 92:12ª)
A
palmeira, que é uma das árvores mais importantes no Oriente e cujo fruto é o
alimento diário de milhões de pessoas, nasce no deserto e cresce verticalmente,
e não depende da água da chuva para florescer e frutificar. É uma árvore
altamente resistente ao solo seco, ao terreno árido... que suporta de modo
bastante interessante as fortes rajadas de vento tão frequentes no deserto, as
intempéries da seca e do calor escaldante sem perder o verdor e sem deixar de
dar os seus frutos. Ela curva-se de um lado para o outro, para a frente e para
trás! E depois de tudo isto... aquele vendaval passa e a palmeira ainda está lá
firme sem ser abalada ou caída no chão!
Tudo
na palmeira é útil. A palmeira enfrenta a dureza de climas tórridos, mas produz
frutos doces. A palmeira traz o senso de direção para os que caminham sem rumo
no deserto. Onde tem uma palmeira ali existe uma fonte. Assim é a vida do
justo. Ele floresce onde está plantado. Ele triunfa mesmo que tudo e todos estejam
secando ao seu redor. Ele produz frutos doces e a sua vida é instrumento de bênção
para muitas pessoas. O justo é todo aquele que crê em Jesus como filho de Deus.
Esse é justificado. Ele é como a palmeira.
O
motivo de sua resistência é a profundidade que a sua raiz alcança. Em uma
árvore normal, a sua raiz fica apenas alguns metros abaixo da terra, enquanto
que, a palmeira, aprofunda a sua raiz, que chega a atingir 3 a 4 km de
profundidade até encontrar água. Produz frutos a vida inteira, porém os seus
mais saborosos frutos são produzidos dos 30 aos 100 anos de idade. E como se
não bastassem tantas qualidades, ela ainda é a responsável pelos oásis no
deserto. Ela não só provê para si mesma os benefícios de estar tão bem
enraizada, mas também proporciona ao homem alegria, satisfação, descanso, nutrição
e saciedade.
Pois
é exatamente assim que acontece na vida do justo! Vem sobre ele o vento
impiedoso da calúnia ou do abatimento ou qualquer outro mal, seja de origem
humana ou mesmo procedente das forças das trevas, mas, tal qual a palmeira, o
cristão quando bem enraizado no Senhor, que confia no Senhor, em constante e
profunda comunhão com Ele, recebendo da sua vida e da sua força, que
pacientemente espera no seu Deus, a ponto de transbordar e abençoar aqueles que
estão à sua volta, porque está plantado no Senhor, pode suportar tempestades,
tribulações, desertos e escassez sem ser destruído. Curva-se, chora, muitas
vezes se contorce... Mas lá está ele para contar as grandezas do Senhor! Porque,
como está escrito: “Plantados na casa do
senhor, nos átrios do nosso Deus hão-de florir. Na velhice, darão ainda frutos,
serão cheios de seiva e de verdor” (Sl. 92:13-14).
O
justo floresce à semelhança de uma palmeira, que para o alto canaliza todo o
seu vigor, formando uma coluna ereta, sem qualquer galho. É um pilar com uma
abóbada gloriosa. A palmeira não costuma crescer para a direita ou para a esquerda,
mas transmite todo o seu vigor em direção ao céu e produz o seu fruto tão
próximo do céu quanto possível. Que o Senhor cumpra em nós esta figura.
Como
muito bem observado pelo salmista, o justo não teme, ele muitas vezes se
assombra com o mal que se agiganta contra ele; mas ele sabe que a sua vida está
nas mãos dAquele que nos justifica! Ele sabe quem o sustenta!
Outra
qualidade muito importante da palmeira é o que ela representa para o viajante.
Quando um homem, naturalmente sedento, vê que está se aproximando de uma
palmeira, ele se enche de esperança e de alegria, pois sabe que naquele lugar
será encontrado água... Assim é também com o justo. Todos se alegram em estar
perto dele; em beber da Fonte da qual ele mesmo se farta!
Com
a Palmeira aprendemos que devemos crescer eretos, verticalmente, rumo aos céus,
onde está o trono de Deus; uma vida reta e certa, que glorifique ao Senhor; que
devemos apresentar como a Palmeira a beleza exterior, fruto da paz, da
consciência limpa e da comunhão com o Senhor; que no trabalho silencioso e
invisível das raízes para manter a Palmeira em pé e cultivar a sua beleza,
vemos a comunhão do crente com Deus mediante a leitura da Palavra e a oração
para uma vida sempre imponente, bela, testemunhando do Senhor no lugar onde foi
plantado.
a)
Não se Arranca Uma Palmeira Facilmente
A
palmeira é uma das árvores mais difíceis de arrancar da terra, pois possui uma
das raízes mais fortes e
mais profundas. Enquanto outras árvores morrem com muito mais facilidade, a
palmeira é forte e muito difícil de ser destruída por ventos e tempestades. Ela
tem a habilidade de suportar tremendas tempestades, e tem uma raiz que vai bem
profundo na terra. Dizem que a raiz da palmeira penetra na terra até encontrar
água. Enquanto outras plantas estão secando, ela tem a capacidade de florescer
mesmo no deserto por causa de suas raízes. O que a Bíblia nos está dizendo é
que nós temos que deixar as nossas raízes estarem firmadas e seguirem
profundamente. Qual o maior problema de muita gente? É não estar firme, sem
raízes firmadas… Firmadas aonde? “Os que
estão plantados na casa do Senhor florescerão
nos átrios do nosso Deus”.
O
que acontece com muitos cristãos é que eles oscilam muito, hoje estão bem,
amanhã já não estão. Hoje estão firmados na casa do Senhor, amanhã estão fora. Ora,
Deus quer que estejamos firmes, que estejamos plantados como a palmeira; que
estejamos estáveis em nosso relacionamento com Ele, estáveis em nossas emoções,
estáveis em nossa vida financeira e não cheios de altos e baixos, que sejamos
constantes, e não um dia para cima e o outro para baixo. Só quando estamos
firmados e com nossas raízes bem firmadas poderemos suportar qualquer
adversidade que o inimigo lance sobre nós. Deus quer que estejamos sempre como
diz em 1 Coríntios 15:58: “Portanto meus
amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor,
sabendo que o vosso trabalho não é em vão no Senhor”.
b)
Pode Cortar Uma Palmeira, mas não Pode Matar Uma Palmeira.
A
maioria das árvores tem uma capa protetora chamada casca, se quiser matá-la,
basta tirar a casca de fora da árvore; mas não é assim com a palmeira. Você
pode cortar a casca de fora e ela não morre. Por quê? Porque ela não pega os
nutrientes de fora como as outras árvores, a palmeira adquiri os nutrientes que
a mantêm com vida de dentro dela, a força e a vida não vem de fora mais sim de
dentro. Pode cortar a palmeira por fora, pode feri-la por fora, porém ela não
irá morrer.
E
assim é o Justo, muitas vezes é ferido, atingido, mas morto pelas mãos de
inimigos, jamais! O exemplo do justo que me impressiona muito é o exemplo de
Jó, o inimigo o atormentou, o tocou, o feriu, porém não o matou. Quando se tem
a consciência de quem somos, sabemos que nunca vamos ficar feridos para sempre.
Paulo tinha esta consciência quando disse: “Esta
momentânea tribulação...”
A
vida pode-lhe ter provocado algumas feridas, talvez esteja passando agora mesmo
por um momento difícil, mas se for uma palmeira, sabe que não irá morrer, pois
“O choro pode durar a noite toda, mais a
alegria vem pela manha…” e “Ainda que
ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque Tu estás
comigo...”
A
sua força não está na sua forma exterior mas sim no seu espírito, no seu
interior “Maior é Aquele que está em ti,
do que aquele que está no mundo…”
c)
Pode Fazer Com Que a Palmeira se Curve, mas não a Pode Quebrar.
Se
já teve a oportunidade de ver um vento forte soprando numa palmeira, sabe que
ela se curva muitas vezes até tocar a terra, mas não se quebra, e quando o
vento passa, ela volta a sua posição normal e se torna mais forte do que era
antes. Um vento de 50 km por hora pode quebrar e arrancar uma árvore do chão,
porém a palmeira sobrevive a ventos de 150 km por hora.
O
justo é como uma palmeira, quando a tempestade vem sobre ele, ela pode
curvá-lo, mas não tem autorização nem poder para quebrar a sua vida! Nada o pode
quebrar! Nós fomos concebidos, fomos
formados para sobreviver às tempestades… Existe alguma coisa no seu interior que
diz assim: Eu fui judiado, machucado, porém, estou vivo e mais forte que antes,
porque Deus está no meu interior!
d)
A Palmeira com Todos os seus Atributos e Qualidades não Resiste ao Frio.
Uma
coisa que a palmeira não pode suportar é o frio. Ela somente floresce e cresce no
meio de ambientes quentes, em climas quentes. O justo é como a palmeira, Deus
não o fez para sobreviver a temperaturas frias. Se está esfriando no seu
relacionamento com Deus, então está morrendo. Podemos ter uma palmeira na
Jamaica, Havaí, Bahamas, litoral…, mas nunca no Alaska, porque o meio ambiente
não é propício…
Se
está frio espiritualmente falando, então está morrendo espiritualmente. A responsabilidade
por manter a sua temperatura espiritual quente é sua, e quem tem de cultivar um
meio ambiente propício para se manter quente e no fogo do Espírito Santo é você.
e)A
Adaptabilidade e Crescimento da Palmeira
A
Palmeira se adapta bem em qualquer ambiente - zonas rurais, urbanas e
interiores - assim como o justo, uma pessoa de Deus que se adapta
facilmente seja qual for a situação. Seu tamanho varia, de acordo com o seu
aproveitamento e condições ambientais. Podem crescer até 10 metros ou mais. A
Bíblia, no mesmo Salmo, indica o melhor lugar onde o cristão deve ser plantado:
“Os que estão plantados na casa do Senhor
florescerão nos átrios do nosso Deus”.
Adubada
pela Palavra de Deus, a planta cria raízes firmes e profundas e assim, alcança
grande crescimento. As Palmeiras destacam-se, são visíveis a longas distâncias.
Assim será o servo de Deus, uma pessoa notável como a palmeira, que mesmo de longe
é
notado pela sua maneira especial de ser, seu amor e testemunho alcançam vidas,
mesmo que estas estejam em lugares longínquos. O justo se difere dos demais, pois chama a atenção, principalmente pelo
seu comportamento, que conquista o respeito das pessoas que o cerca.
f)
A Resistência da Palmeira
A
resistência a ventos e tempestades é outra característica da palmeira. Elas balançam, perdem folhas... Mas
não caem facilmente. É muito trabalhoso arrancar uma palmeira adulta do solo. Assim é também o verdadeiro cristão, que independentemente
dos problemas e desafios, mantém-se de pé, inabalável.
Exemplo
disso é um tsunami, em Janeiro de 2005, que devastou a Indonésia. As imagens
que percorreram o mundo mostraram casas sendo destruídos, prédios sucumbindo à
força da água, muitos destroços e pessoas sendo arrastadas. No meio do terrível
cenário, víamos palmeiras intactas e pessoas agarrando-se a elas para
sobreviverem.
Assim
é com o justo, sujeito a “ventos fortes e tempestades”. Por vezes, saímos tão
machucados, mas, a graça de Deus nos sustenta nos dando vida e vigor para
amparar os mais fracos (1 Co. 1:4).
g)
Da Palmeira Tudo se Aproveita
Da
planta, aproveita-se tudo, produzindo-se fibras, óleos, ceras, etc.
Crescimento, adaptação e estabilidade são características marcantes da
palmeira. Assim é com o cristão justo. “Todas
as coisas contribuem para o bem dos que amam a Deus” (Rm. 8:28). Deus
transforma as situações de derrota em vitória. Nada é em vão para o cristão,
obediente à Palavra.
Não
foi assim com Jesus? Satanás achou que o tinha derrotado com a crucificação.
Mas, foi justamente ali que construiu a maior de todas as vitórias. Foi quando
o apóstolo Paulo se sentiu fraco que Deus lhe falou: “Meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Co. 12).
A
ventania sopra, arranca as folhas, espalha as flores e quando cessa tudo, lá
está o servo obediente, tal qual a palmeira, ilustre vencedor, mais forte,
pronto para florescer e renovar as forças.
h)
O Florescimento da Palmeira
As
Palmeiras florescem numerosas vezes, em abundância, o ano inteiro, em todas as
estações. Os insetos, especialmente as abelhas, encontram ali alimento e
contribuem com a polinização. Depois das flores, os frutos. Sendo Cristão, os
frutos são abundantes o ano inteiro, independentemente da estação.
As
abelhas representam os sedentos, ávidos por alimento para a alma, saciando-se
do néctar do cristão. Compara-se o néctar ao Espírito Santo, que tem poder para
convencer o homem “do pecado, da justiça
e do juízo” (Jo. 16:18). As abelhas são como a mulher samaritana, levam as
boas novas a outras que passam a “beber da mesma fonte”.
O salmista, reconhecidamente inspirado
pelo Espírito Santo, faz outra comparação. Desta vez usa um paradoxo. Se antes
ele comparou o justo a uma palmeira, agora ele o compara a essa não menos bela,
forte e admirável árvore, o Cedro do Líbano!
2.
“Crescerá como o
Cedro do Líbano” (Sl. 92:12b).
O
cedro é imponente. Simboliza força e eternidade. Aos três anos de idade alcança
apenas 5cm de altura, porém a sua raiz, já alcança 1 metro e meio de
profundidade. Somente a partir dos quatro anos de idade é que ele começa a
crescer. Apesar do seu crescimento ser lento, o cedro pode atingir até 40
metros de altura e viver centenas de anos.
A
sua raiz não depende da água da chuva porque vai buscar água nos lençóis
freáticos. E quando a sua raiz encontra as rochas, continua a crescer em volta
da rocha, abraçando-as, o que dá mais força ao seu tronco. Enquanto algumas
raízes vêem na rocha um impedimento para a sua expansão, para o cedro é justamente
o contrário. Quanto mais abraçado à rocha mais firme ficará. Para muitos o
encontro com a rocha fará cessar o seu crescimento. Refiro-me aos que vivem
fora da Palavra de Deus. Eles vão crescendo e desenvolvendo seus projetos
pessoais até esbarrarem em Cristo e em Seus imutáveis princípios. Não podem
prosperar à maneira de Deus porque seus métodos, fórmulas, motivações e ações
são condenados por Ele.
À
semelhança do Cedro, nós, os filhos de Deus, temos a promessa de crescer, até
as nossas raízes se firmarem na rocha, abraçando-a e estabelecendo uma relação
de maior intimidade, e ainda que esse crescimento seja lento, ele vai acontecer
e será visível a todos. “Para vós outros,
portanto, os que credes, esta pedra é preciosidade; mas, para os descrentes, a
pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra,
angular, e, pedra de tropeço e rocha de ofensa. São estes os que tropeçam na
palavra, sendo desobedientes, para o que também foram postos” (1 Pe. 2:7-8).
O crescimento rápido não nos traz consistência, mas o
crescimento lento consegue tal feito. Para isso, precisamos, a exemplo do
cedro, de fixar bem nossas raízes e aprofundá-las, através da nossa comunhão
com o Pai, através da palavra e da oração. O cristão de raízes curtas não se firma. Logo devemos nos estabelecer,
firmando raízes onde Deus nos colocou, para assim crescermos, lentamente, mas
constante. Dessa forma devemos tirar a nossa fé das pessoas e direcioná-la
somente a Deus, pois Ele é o único que não nos frustará. A fé deve ser firmada na
Rocha (Cristo) inabalável, a fim de termos força e vigor para
crescermos de forma saudável e constante, dando muitos frutos dignos de
arrependimento, manifestando assim o fruto do Espírito santo que habita em nós,
podendo então “anunciar que o senhor é
reto, que Ele é a nossa Rocha, e nele não há injustiça” (Sl. 92-15).
O
Cedro é uma árvore fantástica. Os cedros enfrentam todas as tempestades e
crescem próximos das neves eternas; e o Senhor lhes proveu uma seiva que
preserva seu interior quente e seus galhos fortes. O cedro do Líbano é uma árvore forte e imortal. Das árvores
encontradas na mata, o cedro destaca-se entre aquelas mais utilizadas pelos
homens, aumentando a honra, a riqueza e a dignidade de quem a possui. Há milénios
que o óleo é indicado para alívio das vias respiratórias, infeções, reumatismo,
asma, e diversos problemas de saúde.
O cedro exala um perfume, o qual afasta as pragas, que tipificam as
preocupações os interesses que solapam o seu tempo, energia, dinheiro e não o deixam
dar fruto espiritual. O cedro é uma espécie com alto potencial para
reflorestamento, seja para restauração de ambientes degradados pelo gás carbono,
como também para paisagismo. O justo tem esse
perfume, que além de afastar o inimigo, abençoa e cura ao seu próximo, devido à
força da fé e a vida eterna.. Esse perfume é o perfume de Cristo. Por isso não
devemos nos considerar fracos e sim crer que somos como o cedro.
Veja
a diversificação de utilidade desta árvore, ela é útil para curar, construir,
perfumar, dignificar e etc. Assim deve ser o crente, a Bíblia diz vede que
ninguém dê a outrem mal por mal, mas segui sempre o bem, tanto um para com o
outro, como para com todos (1 Ts. 5:15). Seguir sempre o bem, significa ser
proveitoso ao próximo. Curamos com a fé, construímos com a palavra, perfumamos
com a nossa vida e dignificamos com o amor. Sejamos um cedro.
É
fácil fazer uma ideia de uma palmeira, mas nós, ocidentais, temos uma certa
dificuldade em imaginar um cedro do Líbano. O cedro do Líbano é uma das árvores
mais fortes que existem, e também possui uma ótima madeira, tanto por sua
resistência quanto pela beleza, largamente empregada na construção civil (casas,
templos e móveis), naval (barcos canoas e caravelas) e aeronáutica (aviões). Mas
o cedro só é forte se ele crescer, por isso, neste salmo, o escritor dá ênfase
ao crescimento do Cedro. Existem muitos crentes que não querem crescer e por
isso são extremamente fracos, debilitados. O verdadeiro cristão é como o cedro,
que simboliza a força, a velhice sadia e vigorosa, que suporta muito calor e muito
vento, chegando a alcançar cerca de 3.000 anos, que independentemente da
circunstância não se racha. Só existe uma coisa que consegue quebrar o cristão
é a voz de Deus, esta quebra os cedros do Líbano.
Observe
que o salmista disse que na velhice estas árvores darão frutos e serão cheias
de seiva e verdor. Acredito que isto é o que todos queremos, uma velhice de
saúde e tranquilidade, gerar frutos e nos
tornarmos pessoas vigorosas e exuberantes, assim como a palmeira e o cedro, mas para isso, o
salmista também diz que estas árvores devem estar plantadas na Casa de Deus. O
lugar onde o crente pode crescer e frutificar é na igreja, aos pés de Jesus. Por isso a importância de estar sempre em comunhão e
criando raízes onde Deus nos colocou, remetendo às características do cedro. Aproveite a
oportunidade e volte para casa do pai se ainda estiver distanciado, caso esteja
na igreja procure se enraizar, aprofundar-se no Senhor.
Aquele
que aprendeu a confiar no Senhor, está firme e não se abala. Nas palavras de
Cristo, é aquele que pratica a fé, que pratica o que ouve nas meditações de seu
coração quebrantado na presença de Deus. Por isso não se abala! O próprio Autor
da Vida é quem guarda a sua vida e a sua morada!
Diz
o versículo 13: “Os que estão plantados na
casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus”. Se considerarmos que
florescer na Casa de Deus deve ser o alvo de todo o cristão nascido de novo.
Temos aqui a “receita”! A receita para uma vida cristã vitoriosa, para uma vida
que realmente glorifique o Nome que nos outorga autoridade e salvação, consiste
em estar plantado!
Notemos:
o texto diz: “os que estão plantados
florescerão...”, vemos que torna-se necessária uma análise mais cuidadosa
deste verbo para compreendermos a lição transmitida pelo salmista...
a)
Faremos Aqui, Três Considerações:
1) A primeira coisa necessária para se estar
plantado é ter raízes, portanto, o foco está no lançar das raízes muito mais do
que nas evidências externas. O que sustenta a árvore ao solo (além do milagre
de Deus) são as raízes! Quando as raízes não estão firmes, pouco pode ser
feito... Facilmente ela poderá ser arrancada. Elas não repassam ao tronco, aos
galhos e às folhas os nutrientes necessários para o crescimento sadio para que
possa florescer...
Os
cedros do Líbano simbolizam os cristãos, naquilo que se refere a terem sido
inteiramente plantados pelo Senhor. Isto é a verdade absoluta de cada filho de
Deus. O cristão não é plantado pelo homem, nem por si mesmo, mas é plantado por
Deus. A mão misteriosa do Espírito divino fez cair a semente da vida dentro do
coração que Ele mesmo preparou para recebê-la. Cada verdadeiro herdeiro do céu
pertence ao grande Agricultor que o plantou. Além disso, os cedros do Líbano
não dependem do homem para regá-los; eles subsistem nas altas rochas, no
entanto nosso Pai Celeste supre as suas necessidades. Assim é com o cristão que
aprendeu a viver pela fé. Ele não depende do homem, mesmo nas coisas temporais.
Mas espera no Senhor seu Deus, somente nele. O orvalho do céu é a sua porção e
o Deus do céu o seu manancial.
Os
Cedros do Líbano são árvores de Deus, mantidas e preservadas por Ele; Não tem
refúgio, nem proteção, exceto esta... As vastas asas do Deus eterno sempre
abrigam os cedros que Ele mesmo plantou. É exatamente a mesma coisa com o
cristão. Ele não é uma planta de estufa, protegido das tentações; Mas é um
dependente de Deus que lhe concede sempre o livramento.
Davi,
com muita doçura, colocou em seus salmos: “Louvai
ao Senhor, árvores frutíferas e todos os cedros” (Sl. 148:9). No crente não
existe nada que possa glorificar o homem; Ele é plantado, nutrido e protegido
pela própria mão do Senhor, devemos sempre depender do nosso Deus. Hebreus 12:2
diz: “Olhando para Jesus, autor e
consumador da fé”.
Isto
é muito relevante e também revelador. Se compreendermos isto, com certeza,
daremos mais importância à necessidade do verdadeiro ensino das Escrituras com
prejuízo voluntário de nossos momentos sociais cristianizados.
Observando
a “Parábola do Semeador” vemos o Senhor Jesus enfatizando a fragilidade de uma
planta sem raiz!
O
salmista nos esclarece quando afirma que é necessário estar plantado e diz
onde: na Casa de Deus!
As
raízes nos falam também de fundamentos, de origem. Isto significa que as bases
de nossa fé e doutrina e mesmo de nossa própria motivação para a vida, devem
estar dentro da Casa de Deus e ali recebendo os verdadeiros nutrientes que
farão sã a árvore toda! Assim acontece com o justo, ele está arraigado na Casa
de Deus e na presença de Deus tem o seu prazer!
Notamos
que há muitas pessoas preocupadas porque não percebem que estão crescendo
espiritualmente. Provavelmente estejam esperando frutos visíveis, ministérios
estabelecidos, ou alguma evidência externa de que estão crescendo em Deus. No
entanto, como o cedro, não deveríamos estar tão focados nessas evidências
externas, se verdadeiramente nos ocuparmos em aprofundar as nossas raízes.
Fazemos isso através da leitura da Palavra, da assimilação dos Seus princípios
e da devida aplicação na vida prática. A essência da Palavra de Deus é o Amor.
Quanto mais nos exercitamos no Amor a Deus e ao próximo, mais profundas serão as
nossas raízes, e depois, no seu devido tempo, passaremos a manifestar um
crescimento gradativo. “E, assim, habite
Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor,
a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o
comprimento, e a altura, e a profundidade” (Ef. 3:17-18).
2) A segunda coisa
necessária para se estar plantado, é que no local onde está, a planta precisa de
receber três coisas essenciais: água, luz e vento...
Água. Outra verdade
interessante é que o cedro do Líbano é muito resistente e suporta vento e
calor. As suas raízes profundas buscam água nos lençóis freáticos e por isso
ele não depende de chuva. Assim deve ser o cristão. Para crescer à semelhança
do cedro ele não pode viver na dependência dos fatores externos. Ele precisa
aprender a aprofundar as suas raízes a fim de buscar alimento e provisão mesmo
em condições desfavoráveis de seca, calor e ausência de chuvas. Há quem diga
que deixou de crescer espiritualmente por causa da falta de espiritualidade da
sua igreja local. Às vezes nos queixamos da própria família por não nos
propiciar as condições favoráveis para o êxito em alguma área da vida.
Nas
mais diversas ocasiões, se nos descuidarmos, estaremos sempre achando um bode
expiatório para os nossos fracassos. No entanto, o ensino bíblico nos mostra
que apesar da ausência de chuvas ou de fatores externos extremamente
desfavoráveis, há de se encontrar as águas mais profundas. Aquelas que se acham
quando são buscadas. Não estão na superfície da indiferença nem da preguiça.
Não estão no limiar do conformismo ou da apatia espiritual. Elas estão no lugar
da fome e da sede de Deus. Elas se encontram no lugar do desejo de ser alguém
para Deus e para o mundo. “Buscar-me-eis
e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração” (Jr. 29:13)
Isto
significa que na Casa de Deus, o cristão precisa de receber continuamente a
Palavra de Cristo e receber Cristo como a Palavra Encarnada de Deus.
É
muito significativo o que Jesus ensinou, reportando as escrituras do Antigo
Testamento, quando disse: “Nem só de pão
viverá o homem, mas de toda a Palavra que procede de Deus”.
A
ação dos citados fenómenos, (água, luz e vento) sobre a planta é que vai fazer com
que o milagre do crescimento aconteça de modo equilibrado e duradouro.
As
intermináveis discussões sobre as estratégias evangelísticas voltadas para o
rápido crescimento da igreja (algumas vêm sendo apresentadas com a soberba de
doutrina!), jamais saciarão a sede de Deus que há no mundo! Muitas delas são
cisternas, são bem-intencionadas, mas são cisternas, e são incapazes de fazer
fluir o Rio de Água Viva citado por Jesus. Para que se forme um justo,
precisamos de água! A Água da Vida que vem do próprio Deus para o homem por
meio de Cristo... É disto que o justo precisa para continuar sendo justo!
Luz. As reuniões
sociais na igreja cumprem um papel apreciável no desenvolvimento da igreja, mas
jamais poderão substituir o puro ensino da Bíblia, pois ela é a Luz para
direcionar o povo de Deus enquanto nesta vida... O justo precisa disto, se isto
não estiver acontecendo, logo as folhas começarão a murchar... as flores
começarão a cair, temos a ruína iminente.
Vento. Para a sobrevivência
da planta, como também do justo, é necessário também, para que permaneça
plantado, o soprar suave do vento. O vento nada mais é do que o refrigério do
Espírito Santo a soprar sobre a fronte e o coração do justo. Falamos aqui,
lembrando-nos das palavras de Jesus, ditas para Nicodemos: “O vento sopra onde quer...”; O justo
precisa disto na Casa de Deus; não de emoções induzidas e de pouca duração...
Falamos do mover contínuo e firme do Espírito na vida do povo de Deus, capaz de
fortalecer o cansado e de abater o de dura cerviz, levando tanto um quanto o
outro à obediência a Jesus Cristo.
Assim
é com a Palmeira e com o Cedro do Líbano. Assim deve ser com o justo. Precisa de
estar plantado na Casa de Deus, e lá, receber água, luz e vento!
3) Agora vem uma coisa difícil de nos
sujeitarmos... A terceira coisa necessária para estar plantado é estar sujeito às
podas do Agricultor! Deus é o agricultor que cuida dos ramos e de toda árvore
para que deem mais frutos.
Se eu quero ser um cristão frutífero e robusto,
tenho de cooperar com Deus na poda da minha vida. Em João 15:1-2 Jesus disse: “Eu sou a videira verdadeira, e meu pai é o
lavrador. Ele corta todos os ramos que não produzem, e limpa os ramos que dão
fruto, para que produzam ainda mais”.
Para
que serve a poda? Poderíamos começar por dizer que podar serve para cuidar da
aparência, envolve cortar os galhos mortos e aparar os vivos, para dar forma à
árvore, isso estimula o crescimento. A poda é feita para cuidar da forma. A
planta quando podada torna-se mais bonita e demonstra que está sob os cuidados
do Agricultor.
A
poda nem sempre é agradável porém necessária para o crescimento espiritual, não
é opcional, lembre-se, Deus é glorificado quando damos muitos frutos (Jo. 15:8),
por isso devemos relembrar que as ferramentas estão nas mãos de nosso Deus
amoroso. Ele sabe o que está fazendo. Entretanto, deve estar perguntando como é
que Deus nos poda? Ele usa os problemas, permite pressões, alguns o vão
difamar, criticar, desafiar suas motivações, como Sambalate e Tobias fez a Neemias.
Mas lembre-se Deus pode utilizar cada situação de sua vida para ajudá-lo a
crescer mais e mais.
Porém
a poda cumpre outros papéis ainda mais importantes. A poda tem o papel de
possibilitar que a planta possa dar novos ramos, novos brotos, de onde nascerão
flores e frutos. A poda serve também para minimizar as possibilidades de
pragas... Esta poda é realizada nos galhos. Agora, falta-nos falar de um outro
tipo de poda. A que é feita nas raízes!
A
poda das raízes é um processo bastante interessante! Com o passar do
tempo, a terra, seja de um vaso ou mesmo num terreno, começa a perder seus
nutrientes, e a planta que ali se encontra, começa a perder a força. Seus
galhos começam a diminuir a produção de brotos. E a solução é radical. Vamos a
ela: o processo consiste em calcular pelo tamanho da “copa”, a posição
aproximada das pontas das raízes, e, ao redor da árvore, cava-se uma vala até
alcançar as raízes. Exatamente aquilo que sustenta a árvore deve ser podado: as
raízes. Mas não são todas as raízes que serão cortadas. Serão cortadas apenas
aquelas que estejam atrofiadas e sem perspectivas de “ramificação...”.
Mas
logo será manifestada a cura! Aquela mesma valeta será preenchida com
uma nova terra, especialmente preparada, com os nutrientes devidamente
balanceados. Isto fará com que as raízes vão em busca dos novos nutrientes que
irão revigorar a planta, proporcionando crescimento e reforço na sustentação.
Assim
é também com o justo! Deve sujeitar-se às mãos hábeis do Agricultor, ciente de
que é o Senhor quem segura a ferramenta... O cristão que não se deixa podar,
não cresce de modo sadio. Não produz ao gosto do Senhor. Tal como a planta que
não é podada, que não tem brilho, assim se dá com cristão que não se deixa ser
moldado por Deus.
Muitas
vezes as nossas raízes, aquilo que nos sustenta e nos motiva começa a atrofiar,
torna-se necessária uma poda em lugares que não estão visíveis aos olhos
humanos, é preciso uma poda no coração, nos nossos princípios, em nossa escala
de valores, uma poda que subjugue nossa autoavaliação. Fatalmente seremos
abalados! Porém quem segura a ferramenta de poda é o Senhor. Logo virá a terra
fresca, novos nutrientes, novos valores, novos rumos... O refrigério da
visitação de Deus!
E
o que pretendemos mostrar com tudo isto? Simplesmente que estas coisas são
imprescindíveis para quem deseja florescer. E tudo se resume em estar plantado na
casa do Senhor. E isto implica: manter as raízes na Casa de Deus, ali receber água,
luz, e vento, e finalmente, estar sujeito às podas do Agricultor.
Isto
nos leva ao versículo 14, onde lemos que “Ainda
na velhice darão frutos. Serão fortes e vigorosos”. Eis o que sucede ao
justo! Porque está plantado na terra onde o Senhor o pôs! Está em boa terra,
resiste aos ventos e cresce e floresce cada dia mais! Os anos avançam... Mas
ele permanece vigoroso conforme a força do Senhor!
O
salmista finaliza (v.15) com uma mensagem que tem atravessado gerações, que é
também a missão da igreja, “anunciar” a retidão e bondade do Senhor, a
fortaleza que é o Senhor, a justiça e a misericórdia do Senhor, tudo
manifestado na grandiosa Salvação que Deus proporcionou por meio de Jesus
Cristo.
Isto é o que podemos chamar de resultados
na vida de um justo. Uma vida que consiste em permanecer na presença de Deus e frutificar
para exaltar o Nome do Senhor Jesus! Floresça como o cedro e vença todos os
obstáculos confiando no Senhor.
Conclusão
O
nosso desejo é o de assimilar as verdades paralelas expressas pela figura da
Palmeira e do cedro do Líbano. Devemos fazer isso porque foi Deus quem disse
que floresceríamos e cresceríamos como essas árvores.