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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

O Derramamento do Espírito


Tem o Seu Preço
Texto: Joel 2:12-17, 28-29.
Introdução
O nome Joel significa “o Senhor é Deus”. É provável que Joel tenha vivido e profetizado em Jerusalém. Teria, assim, em sua mocidade, conhecido Elias e Eliseu. Data provável: 830 anos antes de Cristo, ao tempo do rei Joás.
Joel tem sido chamado de “o profeta do avivamento”. Ele compreendeu que o arrependimento sincero é a base da verdadeira espiritualidade e era para que isto acontecesse com o seu povo que ele se esforçava. O conteúdo básico de seu livro é o apelo ao arrependimento. Estudando com interesse suas grandes lições seremos edificados.
Diz o texto bíblico: “E acontecerá depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda carne...”. Esse “depois” é sugestivo, pois significa que depois que acontecer algo, vem o esperado e desejado derramamento do Espírito Santo. Esse algo que, primeiramente, se faz, para que, depois, aconteça o derramamento do Espírito, é o preço a ser pago para que o Espírito seja derramado. Não há derramamento do Espírito sem preço. Mas se houver em nós a decisão e o firme propósito de mudarmos, porque desejamos um reavivamento genuíno, podemos contar com a graça e a provisão de Deus, que nunca desampara quem quer mais da Sua vida. Deus nos disponibilizou o Sangue de Jesus, o Nome de Jesus, a Sua Palavra e o doce Espírito Santo. Aproprie-se dessas maravilhosas “ferramentas” divinas e encerre o ciclo do pousio em sua vida e história.
Avivamento não é algo superficial. Avivamento não é movimento de homens, não é inovação, não é barulho, não é construção de templos, não são conjuntos musicais, não é um programa metódico pré-elaborado. Avivamento é a obra direta do Espírito Santo no coração do crente. Avivamento é a presença do Espírito Santo na Igreja, é o retorno à simplicidade, é o fogo ardendo no altar, é a sarça ardendo no Horebe, é o machado de volta ao cabo, é descer à casa do oleiro, é sentir os lábios queimando como uma brasa viva, é ouvir um som de um vento, é o encher do Espírito! Ele não é dado sem que primeiro haja um sério preparo da igreja. Avivamento é preparar o caminho do Senhor para que ele se manifeste (Lc. 3:4). Avivamento implica mudança radical de vida. Comece agora mesmo. Sonde seu coração. Valorize todo e qualquer pecado. Confesse-os. Arrependa-se. Peça e aproprie-se do perdão. Resolva no mesmo instante não mais pecar. Não pare de sondar-se enquanto não sentir o seu espírito regozijando no Senhor. Faça os acertos necessários. Aplique-se à uma vida devocional ajustada, baseada na oração, jejum, meditação na Palavra de Deus, discipulado eficiente. Decida prestar contas de sua vida com vistas ao crescimento no caráter cristão. Nunca espere que Deus aja miraculosamente no seu coração, sem a sua conivência. Você tem participação ativa! Faça a sua parte!
Uma Igreja morta espiritualmente é ultraje ao Evangelho de Cristo, O avivamento é a vida ideal para o povo de Deus. A necessidade do avivamento sempre se fez sentir na igreja de Cristo. Quando os ventos do Espírito Santo sopram sobre o povo, sobre as brasas recobertas de cinzas, reascende os carvões que se avivam e ardem a dão calor, Deus revela toda a sua misericórdia e grandeza, e fica suficientemente demonstrado que o único caminho para os homens é o filho de Deus o qual vive para todo o sempre.
Eu creio que o livro de Joel é um referencial para nós sobre o que é o derramamento do Espírito e o seu verdadeiro preço. Se queremos ver as torrentes de Deus caírem sobre a igreja, não podemos con­tornar esse caminho, escapar por atalhos ou remo­ver essas marcas. Então, vejamos o que Joel nos ensina sobre o preço do derramamento do Espírito Santo:
1. O Derramamento do Espírito é Precedido de uma Consciência de Crise.
Esta mensagem irá abalar seu coração, pois seu transmissor foi um profeta de nome Joel. Fortes palavras irão inundar a sua vida, pois a boa e agradável palavra de Deus tem que causar um efeito em nossas vidas. Não podemos ouvir, ou ler uma mensagem vinda da parte de Deus e ficarmos da mesma maneira que estávamos. Precisamos de nos deixar sermos impactados com o poder desta palavra milagrosa.
Quando o profeta Joel pregou suas mensagens, a situação económica era desesperadora, em razão de um ataque de gafanhotos sem igual. Ele parte deste facto para alertar o povo para a prática da santificação, do quebrantamento, e de maior submissão ao Senhor (1:14), mensagens que tornam o livro muito atual. Joel também anuncia o dia do Senhor e previne sob a iminência de um ataque militar que viria por parte de uma nação estrangeira e termina o livro com a preciosíssima mensagem sobre o derramamento do Espírito Santo.
Joel está descrevendo uma crise avassaladora que sobreveio a Israel, como consequência do juízo de Deus sobre o pecado do povo. Essa crise é descrita de três formas:
1) Vieram quatro bandos de gafanhotos (Jl. 1.4).
Dentre as mais de 80 variedades de gafanhotos, Joel diz que quatro: o cortador, o migrador, o devorador e o destruidor, haviam devastado a terra de Israel. “O que deixou o gafanhoto cortador, o gafanhoto migrador comeu; o que o migrador deixou, o gafanhoto devorador comeu; o que o devorador deixou, o gafanhoto destruidor comeu”. O povo calou-se, em sinal de tristeza. Tudo secou e o campo nada produzia. Esses agentes do juízo de Deus devastaram as plantações, deixando um rasto de desolação e morte.
Em todo o período do Antigo Testamento, Israel era economicamente uma nação agrícola. Qualquer desastre natural que destruísse a colheita era devastador para o povo em quase todos os níveis da sociedade. A capacidade da praga de gafanhotos de devorar toda a safra de uma área de dezenas de quilómetros quadrados é bem documentada, não só no Antigo Oriente Médio, mas na atualidade ao redor do mundo. A economia seria arruinada por, no mínimo, dois anos, resultando em toda espécie de dificuldade. Portanto não constitui um mistério o facto de essas pragas serem popularmente consideradas como juízo divino.
A notícia de tal calamidade deveria ser passada de geração a geração (v. 3), porque se refere a um tempo de juízo do Senhor em que os prazeres da vida foram retirados e houve um lamento geral. Até os bêbados lamentaram porque os gafanhotos devoraram as videiras (v. 5), e não tinham mais o vinho; destroçaram a figueira, arrancando-lhes as cascas (v. 7). Por causa dessa miséria até os jovens choraram (v. 8).
2) Veio uma seca implacável (Jl. 1.10-18).
Assolou todo o país, deixando uma marca indelével de fome, miséria e pobreza. Todo o cereal se perdeu e os lavradores ficaram envergonhados e desorientados vs. 10-11), porque o juízo veio através de um inimigo pequeno, mas em grande número e sábio (Pv. 30: 27:1-3. Veio o cerco de um inimigo numeroso (Jl. 1:6; 2:1-11). Esmagou o povo impiedosamente, espoliando e arruinando a nação.
Com a destruição das pastagens e das lavouras, até os sacerdotes lamentavam porque não havia nem elementos para os sacrifícios ao Senhor (v. 9). Assim como a calamidade era geral, o pecado também havia devastado todos os domínios da vida.
Quando a igreja experimenta um flagelo de tal natureza, engolfada em confusões, pecados e enfermidades que devastam famílias após famílias (I Co. 11:30-32), o ensino bíblico para resolver tal situação é que ministros e povo retornem ao Senhor com a mesma sinceridade, intensidade, arrependimento e interesses descritos em Joel 1:13-14; 2:12-17; Dt. 4:30-31). É nessa hora que diz o Senhor: “Lamentai, sacerdotes”. Se queremos um derramamento do Espírito, precisamos, primeiro, compreender que estamos em crise e colocar nosso rosto no pó.
2. O Derramamento do Espírito é Marcado por uma Volta para Deus.
A catástrofe que acomete Israel nos tempos de Joel leva a nação, politicamente, ao caos. Toda aquela tragédia era resultado do pecado do povo. Só a volta para o Senhor poderia reverter aquela amarga situação. É no âmago dessa crise dolorosa, no meio desse cenário de dor e desonra que Joel levanta a sua voz para convocar os sacerdotes e exortar o povo ao arrependimento (v. 13), e que este retorne humildemente ao Senhor, não com as mãos vazias, mas com sacrifícios de pranto e lamentação genuínos, jejuns e súplicas pelas misericórdias de Deus (v. 12). Para isso, deveriam proclamar uma assembleia solene (2:15-17). Ninguém deveria faltar; nada de desculpas vs.15-16). E os sacerdotes iriam orar com todos, clamando: “Poupa o teu povo, oh, Senhor” (v. 17).
A igreja via de regra, tem crescido para os lados, mas não para cima nem em profundidade; tem sido muitas vezes superficial, rasa, imatura e mundana; tem extensão, mas não profundidade; tem números mas não tem vida; é grande, mas não causa impacto; cresce, mas não amadurece; tem quantidade, mas não tem qualidade, é como a igreja de sardes: tem nome de que vive, mas está morta (Ap. 3:1). Há um vácuo, um hiato, um abismo entre o que os crentes professam e o que vivem, entre o que falam e o que fazem. A integridade, a santidade não tem sido mais o apanágio da vida de muitos crentes. Eles estão caindo nos mesmos pecados vis que condenam nos ímpios.
Por causa do baixo nível espiritual do povo de Deus, é necessário hoje um Derramamento do Espírito.
Qual é o processo dessa volta para Deus?
O profeta Joel convocou a nação de Israel a se voltar para Deus. Antes do derramamento do Espírito, o pecado precisa de ser tratado. Antes dos céus se abrirem, o povo precisa de acertar a sua vida com Deus. Antes do derramamento do Espírito, o caminho para Deus precisa de ser preparado.
O caminho do avivamento é aberto quando voltamos as costas para o pecado e a face para o Senhor. Não há derramamento do Espírito sem retorno para Deus. Não é apenas um retorno à igreja, à doutrina, a uma vida moral pura, mas uma volta para uma relação pessoal com Deus. A maior prioridade da nossa vida é voltarmo-nos de todo o nosso coração para o Senhor; é gozarmos da intimidade de Deus. Jesus, quando constituiu os doze apóstolos, determinou-lhes, prioritariamente, que estivessem com Ele; só depois os enviou a pregar (Mc. 3:14-15). O Deus da obra é mais importante que a obra de Deus. O Senhor está mais interessado na nossa relação com ele do que em nosso activismo religioso.
Muitos hoje estão como Pedro no Getsêmani, seguindo a Jesus de longe. Não querem se comprometer, não querem se envolver. Deus não tem sido o centro das atenções e das aspirações do seu povo. Cada um corre atrás dos seus próprios interesses, como nos dias do profeta Ageu (Ag. 1:9), e deixa o senhor de lado. É por isso que precisamos desse derramamento do Espírito. “...convertei-vos a mim...” (Jl. 2:12).
E Joel em 2:12-16, 28 diz que essa volta para uma relação pessoal com Deus precisa de ser:
1) Profunda – ou seja, de todo o coração. Não adianta fingir e nem adianta tocar a trombeta. Deus não se impressiona com a majestade de nossos gestos e com a eloquência de nossas palavras. Ele não aceita promessas vazias, votos tolos, compromissos pela metade.
2) Com quebrantamento para Deus “... com choro e com lágrimas...” (Jl. 212) – ou seja, com lágrimas e pranto. Deus não despreza o coração quebrantado. As lágrimas de arrependimento não são esquecidas por Deus. Os que choram por seus pecados são bem-aventurados. É impossível ser cheio do Espírito sem antes nos esvaziarmos de todo o entulho que entope a nossa vida. Essa faxina é dolorosa, mas precisa de ser feita, ainda que com lágrimas.
O povo de Deus anda com os olhos enxutos demais. Muitas vezes desperdiçamos nossas lágrimas, chorando por motivos fúteis demais. Outras vezes, queremos anular as emoções da nossa experiência cristã. Achamos que o choro não tem lugar em nossa vida. É por isso que estamos tão secos. Se compreendemos o estado da igreja e a nossa própria situação e não choramos é porque estamos endurecidos.
Temos chorado como Jacó chorou no Jaboque, buscando uma restauração da sua vida? (Os. 12:4). Temos chorado como Davi chorou ao ver sua família saqueada pelo inimigo? (I Sm. 30:4). Temos chorado como Neemias chorou ao saber da desonra que estava sobre o povo de Deus? (Ne. 1:4). Temos chorado como Jeremias chorou ao ver os jovens da sua nação desolados, vencidos pelo inimigo, e as crianças jogadas na rua como lixo? (Lm. 1:16; 2:11). Temos chorado como Pedro, por causa do nosso próprio pecado de negar a Jesus muitas vezes por covardia? (Lc. 22:62). Temos chorado como Jesus, ao ver a impenitência da nossa igreja e da nossa cidade? (Lc. 19:41).
Conhecemos o que é chorar numa volta para Deus? Nosso coração tem-se derretido de saudades do Senhor? Há tempo de rir e de chorar (Ec. 3:4), Creio que este é o tempo de chorar, não de desespero, mas de arrependimento.
O Senhor está a chamar-nos para que nos dirijamos a Ele com jejuns, com choro e lamentações. Devemos render os nossos corações e não as nossas vestes. Este é o momento de voltarmos dos nossos caminhos perversos. Deus quer arrependimento verdadeiro. A não ser que faça a sua parte arrependendo-se você continuará a fazer parte da Igreja adormecida. Poderá dizer: “Mas ninguém sabe se eu estou ou não a fazer o meu trabalho.” Deus sabe.
As pessoas que prosperarão no seu ministério são aquelas que deixam os seus caminhos perversos.
3) Com diligência para Deus “...e isto com jejuns...” (Jl. 2:12) – ou seja, com jejum. Precisamos de jejuar para que Deus dobre o nosso coração e o torne sensível. Precisamos de jejuar para que Deus nos dê percepção da malignidade do nosso pecado e da pureza da santidade divina. Precisamos de jejuar para que todas as desculpas que arranjamos para não voltarmos a Deus caiam por terra. Quem jejua está dizendo implicitamente que a volta para Deus é mais importante e mais urgente que o sustento do corpo.
O jejum é instrumento de mudança, não em Deus, mas em nós. Leva-nos ao quebrantamento, à humilhação e a ter mais gosto pelo pão do céu do que pelo pão da terra.
Jejum não é greve de fome, regime para emagrecer ou ascetismo. Também não é meritório. Ele sempre se concentra em finalidades espirituais. Nosso jejum deve ser para Deus: “...Quando jejuastes... acaso, foi para mim que jejuastes, com efeito, para mim”? (Zc 7:5). Deve também provocar em nós uma mudança em relação às pessoas à nossa volta (Is. 58:3-7). Se o nosso jejum não é para Deus e se não muda a nossa vida em relação às pessoas que nos cercam, então fracassamos.
O jejum é uma experiência pessoal e íntima (Mt. 6:16-18). Há momentos, porém, que ele torna-se aberto, declarado, colectivo. Joel conclama o povo todo a jejuar nesse processo de volta para Deus (Jl. 2:15). O rei Josafá, numa época de profunda agonia e de ameaça para o seu reino, convocou toda a nação para jejuar, e o Senhor lhe deu o livramento (2 Cr. 20:1-4, 22). A rainha Ester convocou todo o povo judeu para jejuar três dias, e Deus reverteu uma sentença de morte já lavrada sobre os judeus exilados (Et. 4:16). Em sinal de arrependimento, toda a cidade de Nínive voltou-se para o Senhor com jejuns (Jn. 3:5-10). Certamente o jejum é uma bênção singular.
Temos jejuado? Aqueles que aspiram a uma vida mais profunda com Deus não podem prescindir do jejum. Os homens que andaram com o Senhor e triunfaram sobre o inferno foram pessoas de oração e jejum.
4) Com sinceridade para Deus “...de todo o vosso coração...” (Jl. 2:12) – ou seja, rasgando o nosso coração. No passado, as pessoas tinham o hábito de rasgar as vestes na hora do desespero. Deus, contudo, não se contenta com actos exteriores. Nessa volta para Deus, não adianta usar o subterfúgio da teatralização. O Senhor não aceita encenação. Ele não se impressiona com os nossos gestos, nossas palavras bonitas, nossas emoções sem quebrantamento. Diante dele não adiante usar fachada e fazer alarde de uma piedade forjada, como o fariseu (Lc. 18:11-14), empostar a voz, gritar, gesticular, pois esses gestos não o impressionam. Ele vê o coração (I Sm. 16:7). Diante dele não adianta “rasgar seda”: é preciso rasgar o coração. Ele quer um coração rasgado, sincero, autêntico, determinado a voltar-se para ele. Para Deus não é suficiente apenas estar na igreja (Is. 1:12) e ter um culto animado (Am. 5:21-23), mas é preciso ter um coração rasgado, quebrado, arrependido e transformado.
Quando a trombeta soou, o povo foi convencido a voltar-se para Deus, do sacerdote à criança de peito, e houve restauração e perdão. Como resultado, veio a gloriosa promessa: “…e acontecerá depois que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne” (Jl 2:28). Veja que o derramamento do Espírito vem depois e não antes do acerto de vida com Deus. Buscar avivamento sem antes tratar com o pecado é leviandade, pois é querer que Deus compactue com o erro. É preciso preparar o caminho para que Deus se manifeste. “Rasgai o vosso coração e não as vossas vestes...” (Jl. 2:13).
Como é triste constatar que há pessoas que passam a vida toda na igreja e nunca se humilham diante do Senhor. Outros representam o tempo todo um papel que não vivem da verdade. Esbanjam santidade, mas no coração são impuros. Fazem alarde da sinceridade, mas interiormente são hipócritas. Advogam fidelidade, mas no íntimo são infiéis.
São muitos aqueles que, num momento de forte emoção, após um congresso, um encontro, um retiro espiritual ou uma mensagem inspirativa, fazem promessas lindas para Deus, comprometem-se a orar com mais fervor, a ler a Palavra com mais avidez, a testemunhar com mais ardor. Outros derramam lágrimas no altar do Senhor, fazem votos solenes de que andarão com ele em novidade de vida, mas todo esse fervor desaparece tão rápido como a nuvem do céu e o orvalho que se evapora da terra; e já no pátio da igreja, antes mesmo que o sol desponte, anunciando um novo dia, tudo já caiu no esquecimento. Os crentes hoje são muito superficiais. Não levam Deus a sério. Falam com frivolidade. Prometem o que não desejam cumprir. Honram a Deus só de lábios, negam-no com sua vida e não se voltam para ele de todo o coração.
Há aqueles que só andam com Deus na base do aguilhão. Só se voltam para ele no momento em que as coisas apertam. Só se lembram do Senhor na hora das dificuldades. Não se voltam para ele porque o amam ou porque estão arrependidos, mas porque não querem sofrer. A motivação da Busca não está em Deus, mas neles mesmos e no que podem receber dele. Para estes, o Senhor é descartável (Os. 5:1-5; 6:14).
Deus não tolera uma religiosidade assim. Ele não aceita o coração dividido. Somos ou não somos totalmente dele.
3. A Urgência da Volta para Deus.
Ainda assim, agora mesmo...” (Jl 2:12).
A despeito da calamidade, da crise, da seca, da fome, da devastação provocada pelo inimigo, agora e não amanhã é o tempo de voltarmos para Deus.
A crise não deve nos empurrar para longe de Deus, mas para os seus braços. A frieza da igreja e o endurecimento dos corações não devem ser motivos desanimadores, mas impulsionadores para buscarmos o derramamento do Espírito. Os avivamentos sempre aconteceram em tempos de crise. É quando os recursos da terra esgotam que as comportas do céu se abrem. Por isso, ergamos o nosso clamor como o profeta Oseias: “…é tempo de buscar ao Senhor, até que ele venha, e chova justiça sobre vós” (Os. 10:12).
O tempo de voltar para Deus é agora. Nada é mais urgente do que esse encontro com o Senhor. Deus nos quer agora. Avivamento é para hoje. O tempo de Deus é agora, a despeito da crise. Não podemos agir insensatamente como Faraó. Quando o Egipto estava atormentado pela praga das moscas, ele pediu a Moisés para orar a Deus, para que a terra fosse liberta daquela calamidade. Moisés lhe perguntou: Quando é que quer que eu ore? Ele respondeu: amanhã (Êx. 8:8-10). Muitos cristãos também estão deixando para amanhã a sua volta para Deus. Estão protelando sua entrega total ao Senhor. Estão deixando de usufruir das bênçãos de hoje, por negligência e dureza de coração.
O acerto de vida é urgente. Joel ordena: “Tocai a trombeta em Sião…” (Jl 2:15). A trombeta só era tocada em época de emergência. Mas estejamos atentos ao facto de que a trombeta é tocada em Sião e não no mundo. O juízo começa pela casa de Deus (I Pe. 4:17). Primeiro a igreja precisa de voltar-se para o Senhor, depois o mundo o fará. O avivamento começa com a igreja e, a partir dela, atinge o mundo. Quando a igreja acerta a sua vida com Deus, o céu brota a cura para a terra (2 Cr. 7:14).
Uma grande calamidade tem caído na Igreja porque a Igreja tem recusado a Sua graça e misericórdia. Mas Deus diz: “Chegai-vos a mim e eu me chegarei a vós.” Tiago 4:8 diz: “Se se chegar a Deus Ele se chegará a si”.
4. O Encorajamento da Volta para Deus.
“...porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em ir ar-se, e grande em benignidade...” (Jl. 2:13). Podemos esperar um derramamento do Espírito com base na infinita misericórdia do Senhor. Avivamento, segundo o profeta Habacuque, é Deus lembrar-se da sua misericórdia, na sua ira (Hc. 3:2). Segundo Isaías, avivamento é Deus afastar de nós a sua ira e voltar para nós o seu rosto (Is. 64.7-9). Se houver arrependimento em nosso coração, temos a garantia de que o Senhor usará de misericórdia para connosco e restaurará a nossa sorte. Ele trará a Sua bênção e fará com que a Palavra e o louvor voltem para a Igreja.
Quando as pessoas se arrependem, a Palavra Viva tronar-se-á viva no meio deles. O Espírito Santo tornar-se-á a mover novamente.
5. Quem Deve Voltar-se para Deus.
“...congregai o povo, santificai a congregação...” (JI. 2:16).
“...chorem os sacerdotes, ministros do Senhor...” (Jl. 2:17a).
Ninguém deve ficar de fora dessa volta para Deus. Todo o povo deve ser congregado. Toda a congregação deve ser santificada. Todavia, o profeta começa a particularizar os que devem fazer parte dessa volta:
a) Os anciãos.
A liderança precisa estar à frente, na vanguarda daqueles que desejam um derramamento do Espírito. Os líderes são os primeiros que precisam de ter pressa para acertar a sua vida com Deus. Os anciãos são os primeiros que devem colocar o rosto em terra (Js. 7:6). A igreja é o retrato da liderança que tem. Ela nunca está à frente dos seus líderes. Os líderes devem ser os primeiros a comparecer às reuniões de oração e às noites de vigílias, colocando-se na brecha da intercessão pelo povo. A liderança precisa ser modelo para o rebanho (1 Pe. 5:1-4).
b) Os filhinhos, os jovens.
Faraó quis reter na escravidão a juventude, achando que o lugar do jovem é no Egito (Êx. 10:10-11). Muitos hoje acham que o jovem tem mais é que curtir a vida e desfrutar dos manjares do mundo, pois a juventude passa e eles precisam de ter prazer na mocidade. Por isso, muitos jovens estão sendo profanos, como Esaú, trocando o direito de primogenitura por um prato do guisado do mundo (Hb. 12:16-17). Outros, como Sansão, estão quebrando os votos de consagração que fizeram a Deus, envolvendo-se em relações pecaminosas e escorregadias que poderão levá-los à falência espiritual (Jz. 16:1, 4, 18-25).
Se queremos mesmo um derramamento do Espírito, precisamos de ter uma juventude com a fibra de José, que prefere ser preso a ir para a cama com uma mulher que não é a sua esposa (Gn. 39:12). Precisamos de ter uma juventude do timbre de Daniel, que resolve firmemente no seu coração não se contaminar, ainda que isso seja um risco para o seu sucesso (Dn. 1:8).
O lugar de jovem crente ter prazer não é nos antros do pecado, nos subúrbios dos vícios, nas camas dos motéis ou na roda dos escarnecedores, mas na presença de Deus, pois só aí há plenitude de alegria (Sl. 16:11). O lugar dos jovens crentes é no altar de Deus, buscando esse revestimento do poder do céu.
c) As crianças.
Até as crianças em fase de aleitamento precisam de estar com a sua mãe, nesse processo de busca. Nossos filhos precisam de amar os altares de Deus, desde a mais tenra idade. Nossas crianças não podem ser entregues à baba eletrónica, mestre de nulidades e perversões, as mais aberrantes. Nossas crianças precisam de amar ao Senhor. Nós, pais, devemos inculcar a Palavra de Deus na mente de nossos filhinhos (Dt. 6:4-9). Precisamos de ter o mesmo zelo de Joquebebe, que aproveitou a infância do seu filho, Moisés, para plantar no seu coração as gloriosas verdades de Deus; e isso determinou, mais tarde, o curso de sua vida e da história do povo israelita (Hb. 11:23-29). Precisamos de ter o mesmo compromisso que Loide e Eunice tiveram com Timóteo, ensinando-lhe as sagradas letras desde a infância (2 Tm. 1:5; 3:14-15).
d) Os noivos no dia do casamento.
Voltar-se para Deus e acertar a vida com ele é mais urgente do que se casar no dia do casamento. Não há compromisso mais vital e mais permanente do que esse. Nada mais pode ocupar a primazia da sua agenda.
e) Os sacerdotes e ministros.
Os sacerdotes e ministros são convocados a chorar e a orar em favor do povo. Nossos pastores andam secos demais, pregam com os olhos enxutos demais, oram pouco demais. Um dos maiores obstáculos, para o avivamento, têm sido os pastores. Estão tão acostumados com o sagrado que já não são mais impactados pela Palavra de Deus. Estão tão confiados no seu intelectualismo que já não dependem mais do Senhor.
C.H. Spurgeon dizia para seus alunos que se os pastores não forem homens de oração, seu rebanho será digno de pena. Entretanto, quando o pastor se humilha diante de Deus e começa a buscar avivamento, a congregação toda é contagiada. Quando ele vai para a casa do Senhor e ali chora, derramando lágrimas em favor da igreja, o Espírito começa a mover-se no meio do povo.
Quando olhamos para a história do povo de Israel, constatamos que, sempre que líderes piedosos estavam à frente, o povo andava com Deus. Porém, quando os líderes se desviavam, o povo todo se afastava do Senhor.
Quando o ministro não leva Deus a sério, em vez de bênção, ele traz maldição para o rebanho (Ml. 2:2). Quando o ministro se aparta do Senhor, o povo passa a ser destruído (Os. 4:6-10). Quando o ministro deixa de andar com Deus, em vez de guia espiritual, ele passa a ser um laço e uma armadilha perigosa para o povo (Os. 5:1-2).
É tempo dos pastores colocarem o rosto no pó e de os ministros se angustiarem por causa da sua sequidão e esterilidade. Também é tempo de os sacerdotes chorarem pelo povo de Deus e clamaram por socorro até que o Senhor restabeleça nossa sorte.
6. O que Acontece Depois da Volta para Deus.
Quando a igreja se volta para Deus e acerta sua vida com ele, ele se compadece do seu povo (Jl. 2:18-27); ao invés de fome, há fartura (vs. 2:19, 24); ao invés de opressão do inimigo, há libertação (v. 20); ao invés de tristeza e de choro, há alegria (v. 21); ao invés de seca, há chuvas abundantes (v. 23); ao invés de prejuízo, há restituição (v. 25); ao invés de vergonha, há louvor (v. 26); ao invés de lamentação e de solidão, há a plena consciência de que Deus está presente (vs. 26-27).
Deus responde quando nós clamamos a Ele. Ele restaurar-nos-á. Não mais pereceremos fracos e sem poder aos olhos das nações. Nós sabemos o que fazer, por isso devemos fazer a nossa parte.
Muitas coisas acontecerão quando fizermos aquilo que sabemos que é necessário fazer. Contudo, nada acontecerá a não ser que comecemos a agir. Nós somos responsáveis por seguir as Suas ordens.
Se orarmos, se fazermos jejum, se fizermos com que as pessoas examinem as suas vidas e se arrependam, Deus operará para nosso bem (pela sua família).
Vejamos agora o que acontece depois da volta e da restauração:
1) O derramamento do Espírito.
E acontecerá depois que derramarei o meu Espírito...” (Jl. 2:28.)
Haverá um banquete da Palavra de Deus. A alegria voltará à Igreja. Haverá bons pastores. Este é o reavivamento da Igreja. Haverá um grande movimento do Espírito de Deus. Estamos prestes a chegar a esse tempo onde haverá um grande movimento do Espírito de Deus na Igreja e no mundo inteiro. Haverá uma grande ceifa espiritual de muitas pessoas as quais receberão o Novo Nascimento. Haverá um movimento dinâmico e grande do Espírito Santo – como um dilúvio.
Um exemplo prático disso nos dá o profeta Joel no capítulo 2, nos versículos 28 e 29, em que afirma que o Espírito Santo seria derramado sobre toda carne. Com Israel, em seus dias, a profecia começou a cumprir-se, mas parcialmente. Com a Igreja do Novo Testamento ela se cumpriu também de forma parcial no dia de Pentecostes, quando como um vente impetuoso o Espírito do Senhor derramou-se sobre eles no cenáculo.
Lembremo-nos de que Pedro, naqueles dias, para explicar o que havia acontecido ali, argumentou com base na profecia e promessa de Deus dada através do profeta Joel. Ainda que se tenha cumprido ali esta profecia, foi apenas parcial, foi um cumprimento restrito à região geográfica da terra santa. Obviamente, então, ficou para o nosso tempo o cumprimento universal desta profecia.
O Espírito não será derramado apenas em Jerusalém ou somente na Judeia, mas em todas as nações do mundo, ao mesmo tempo. Portanto a promessa dada por Deus de restaurar e restituir não apenas se referia a Israel, ou à igreja primitiva, mas principalmente tinha a ver com a Igreja do nosso tempo, a Igreja do terceiro milénio, na qual a possibilidade de cumprimento é bem mais ampla, transcendente, rápida e universal.
A promessa divina de restituir o que a obra de Satanás havia destruído com o correr do tempo, figurada através da metáfora da destruição feita pelo gafanhoto, pela locusta, pelo pulgão e pela lagarta, está para acontecer em nossos dias, quando haverá a “restituição” ou “devolução” do que se perdera, do que havia sido roubado da Igreja pelo diabo. Isso se dará neste terceiro milénio, sem dúvida nenhuma. Para tanto era necessário que primeiramente Deus trouxesse ao Corpo de Cristo a restauração da verdade perdida. Essa restauração das verdades apostólicas produzirá uma maravilhosa “reforma apostólica” que, por sua vez, trará da mão amorosa do Espírito Santo a “restituição do que se havia perdido”.
É tempo de a Igreja acordar. O reavivamento coloca o corpo de Cristo numa posição em que as pessoas pregam ousadamente acerca de Jesus Cristo. Nós estamos às portas da ceifa (Lc. 10:2) e do arrebatamento da Igreja. A Igreja deve estar pronta para receber a ceifa. O verdadeiro crescimento da Igreja vem da Ceifa.
Com elevada adoração, Deus desce e move-se entre nós; seus anjos manifestavam-se de um modo espectacular, e o Espírito Santo guia-nos em todos os passos que damos. A igreja primitiva foi uma igreja evangelizadora, de milagres, de poder pentecostal e de fé em Deus. A glória derramada pelo Pai e que a cobria era temida por pagãos e judeus. Deus demonstrou através da sua Noiva, literalmente, o poder do seu trono. As pessoas tremiam diante da demonstração da sua força na Igreja.
Esse poder apostólico e profético foi comunicado a outros, em várias gerações posteriores pelos primeiros cristãos. Com a profecia fluindo e a imposição de mãos de presbíteros ungidos, a unção foi transferida. Essa igreja, com as características do projecto divino, mudou o mundo nos dois primeiros séculos da sua existência. Encheu o mundo conhecido com o evangelho e abalou o império romano, o maior da terra. Amem.
Infelizmente, nos anos subsequentes, a Igreja sofreu a infiltração de políticos religiosos e também deixou crescer em seu meio falsos mestres que desestabilizaram seus passos e, no século IV em diante, a apostasia e o poder babilónico romano tomaram o controle do movimento cristão. Constantino, imperador romano, adoptou o Cristianismo como religião do estado e assim prostituiu a Casa de Deus. O resultado foi o surgimento da Igreja Católica Romana, e Satanás conseguindo extinguir o mover profético e apostólico do Espírito Santo.
Apesar de tudo, porém, Deus mantinha e guardava para si um remanescente fiel. Aleluia! Após séculos de escuridão religiosa, de idolatria e de sincretismo enganoso, o mundo viu uma nova luz de restauração divina com a transformação feito por Martinho Lutero tendo como base as suas teses bíblicas. Deus iniciou então, a partir de 1517, um processo restaurador que não foi interrompido até aos nossos dias, acelerando-se mais nestes últimos tempos.
O Espírito Santo restaurou com Lutero a verdade da salvação pelo sangue de Cristo. Mediante outros que seguiram, foram restaurados também: o baptismo adulto nas águas em 1535, e no século XVII a doutrina da santidade, de João Wesley. No século XIX a Europa encheu-se com a mensagem da santidade divina, com a qual entrou no século XX, o século da grande Restauração.
O derramamento do Espírito não acontece antes, mas só depois que a igreja se volta para Deus, se arrepende do seu pecado e acerta a sua vida com o Senhor. Orar por avivamento sem tratar do pecado é ofender a Deus. Buscar o derramamento do Espírito sem se voltar para Deus e abandonar o pecado é atentar contra a santidade do Senhor.
2) A quebra de preconceitos.
O Espírito de Deus nos afasta do pecado e nos aproxima das pessoas. Onde o Espírito de Deus domina, reina o amor, quebram-se as barreiras, rompem-se as cadeias dos preconceitos e triunfa a comunhão. Vejamos mais detidamente a aborda­gem do profeta Joel:
a) Quebra do preconceito racial.
“...derramarei o meu Espírito sobre toda a carne...” (Jl. 2:28).
“Toda a carne” aqui não é quantitativamente falando, mas qualitativamente. O Espírito de Deus é derramado sobre todos aqueles que se voltam para o Senhor em todas as raças, povos, tribos, línguas e nações. Essa bênção não é apenas para os judeus; é também para os gentios. A descendência de Abraão sobre quem Deus prometeu o derramamento do Espírito (Is. 44:3), não é segundo a carne (Rm. 2:28-29); todo aquele que crê em Cristo é filho de Abraão e herdeiro dessa gloriosa promessa (Gl. 3:29; At. 2:38-39). Agora já não há judeu nem grego (Gl. 3:28). Agora a parede de separação e o muro das inimizades já foram derrubados (Ef. 2:14). Agora todos os que creem são concidadãos dos santos e membros da família de Deus (Ef. 2:19). Por isso, quando o Espírito foi derramado na casa de Cornélio, Pedro não teve dúvidas de batizá-los e recebê-los na comunhão da igreja (At. 10:34-35, 40-48).
b) Quebra do preconceito sexual.
“...vossos filhos e vossas filhas profetizarão...” (Jl. 2:28).      
O Espírito é derramado sobre filhos e filhas. Não há distinção. Não há separação. Não há acepção. Na igreja de Deus não há espaço para marginalização das mulheres. Elas também falam em nome do Senhor, conforme os oráculos de Deus, e podem profetizar, como profetizaram as filhas de Filipe (At. 21:8-9).
c) Quebra do preconceito etário.
“...vossos velhos sonharão e vossos jovens terão visões” (Jl. 2:28).
Deus usa o velho e o jovem. Ele não se limita à experiência do velho nem apenas ao vigor do jovem. Ele torna o jovem mais sábio que o velho (Sl. 119:100) e o velho mais forte que o jovem (Is. 40:29-31).
Onde Deus derrama o Seu Espírito, os velhos recebem novo alento. Como Calebe, deixaram de viver apenas de lembranças e começaram a ter sonhos na alma para olharem para a frente, buscando novos desafios (Js. 14:6-14).
d) Quebra do preconceito social.
Até sobre os servos e sobre as servas derramarei o meu Espírito naqueles dias” (Jl. 2:29).
O Espírito de Deus não é elitista. Ele vem sobre o rico e o pobre, sobre o doutor mais ilustrado e o analfabeto. Quando o Espírito Santo é derramado sobre as pessoas, elas podem ser rudes como os pescadores da Galileia, mas, na força do Senhor, revolucionam o mundo. “…Deus escolhe as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar os fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus” (I Co. 1:27-29).
Mesmo que tenhamos limitações na cultura e formação intelectual, o Espírito Santo pode usar-nos ilimitadamente. A obra de Deus não avança com base na nossa sabedoria e força, mas no poder do se Espírito (Zc. 4:6).
Estes versículos foram citados pelo Apóstolo Pedro no dia de Pentecostes. Pentecostes foi o início; há muito mais para vir. O tempo no qual agora vivemos é uma concretização destes versículos.
Por diversas vezes o movimento do Espírito Santo tem estado sobre o mundo de uma forma poderosa. Isto também acontecerá para os judeus quando eles vierem a conhecer aquele que crucificaram.
Este é o tempo de milagres inigualáveis; sinais e maravilhas na terra como também no céu. Esta é a grande ceifa que se segue ao reavivamento da Igreja. “Até sobre os servos e sobre as servas derramarei o meu Espírito naqueles dias” (Jl 2:29)
A obra de Deus não avança com base na nossa sabedoria e força, mas no poder do seu Espírito (Zc. 4:6).
 








domingo, 1 de setembro de 2013

Ainda Há Esperança, se Ouvires a Voz de Deus!

E será que, se ouvires a voz do Senhor teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu hoje te ordeno, o Senhor teu Deus te exaltará sobre todas as nações da terra. E todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, quando ouvires a voz do Senhor teu Deus; Será, porém, que, se não deres ouvidos à voz do Senhor teu Deus, para não cuidares em cumprir todos os seus mandamentos e os seus estatutos, que hoje te ordeno, então virão sobre ti todas estas maldições, e te alcançarão” (Dt. 27:1-2, 15).
Introdução
Este estudo é de inquestionável importância diante do que temos visto e ouvido no meio evangélico e em nossa sociedade. Atualmente a palavra obediência parece andar um tanto esquecida. Fala-se muito em bênçãos e prosperidade, todavia, muitos se esquecem de que as bênçãos são decorrentes da obediência aos princípios divinos. Obedecer a Deus não é um fardo, mas uma alegria, pois o amamos. A obediência é uma prova viva de amor ao Pai Celestial.
Havia uma nova geração de israelitas que ainda não havia experimentado o milagre no Mar Vermelho ou escutado a Lei dada no Sinai, e que estava prestes a entrar na Terra Prometida, uma nova terra com muitos perigos e tentações. O resultado real do estado de Israel diante de Deus era triste.
Deus usou Moisés, que foi deixado por sua mãe num cesto no rio para que fosse encontrado pela filha de Faraó quando ela fosse tomar banho, e que cresceu, comendo do bom e do melhor, e que recebeu uma educação de acordo com os ensinamentos hebraicos, para que ele fizesse a diferença no tempo certo.
Para promover o respeito às autoridades designadas, Moisés associou a si mesmo, nesta hora solene, os anciãos de Israel e os sacerdotes, e enumera extensamente as maldições da parte de Deus pela desobediência e as bênçãos pela fidelidade. Eles estavam no terreno da lei... as suas bênçãos iriam depender de sua obediência! Avisos funestos foram dados sobre os temíveis resultados da infidelidade. Se Israel, como seu povo santo, continuar a dar ouvidos à voz do Senhor, seu Deus, receberá maravilhosas bênçãos, e todos os povos da terra verão que o nome de Deus é invocado sobre ele. Se, ao contrário, deixar de fazer isso, Deus enviará “a maldição, a confusão e a reprimenda”. Portanto, Deus é bom e quer nos abençoar integralmente. Entretanto, Ele também é justiça. A justiça do Pai, assim como a sua bondade, atinge todas as áreas de nossas vidas.
1.     Deus Fala e Quer Ser Ouvido.
Moisés chama a atenção do povo para a necessidade de se “ouvir a voz do Senhor”, como condição indispensável para um viver próspero. Isto porque as bênçãos do Senhor são fundamentadas em sua Palavra e qualquer promessa deve estar condicionada àquilo que ela diz. No discurso de Moisés, há uma extensa lista de bênçãos que viriam em virtude de uma resposta positiva à Palavra de Deus (Dt. 28:1-14). Através da observância da Palavra de Deus, Israel poderia experimentar a verdadeira prosperidade. A condição para tal pode ser resumida na frase encontrada várias vezes no Pentateuco: “Se ouvires a minha voz e, guardares os meus estatutos” (Êx. 15:26; 19:5; Lv. 26:14; Dt. 28:1).
Temos aqui o oferecimento sincero ou de graça divina ou de juízo divino. O facto de que Deus chega a revelar essa proposta de relacionamento constituiu graça, pois seres humanos não possuem meio algum de discernir a vontade de Deus sem direção claramente dada por Ele. Por isso a oportunidade de os israelitas receberem bênçãos por fazer o que devem fazer como povo de Deus representa uma graciosidade ampliada e inesperada. Rejeitar a graça traz catástrofe certa. O juízo de Deus sempre acompanha a graça rejeitada. Israel só pode merecer castigo por rejeitar a lei mosaica quanto, em anos futuros, os escritos proféticos e de sabedoria baseados naquela lei. Cada nova geração deve aprender os resultados de reagir a Deuteronómio 27 e 28. ”Mas por causa da graça e do amor de Deus, Ele enviou um Salvador, o qual levou a maldição por nós e nos introduziu na posição de completa bênção” (Leia Rm. 6:15).
Na verdade, Deus quer que escutemos a Sua voz! Ele não fala connosco através de um frio no estômago ou por meio de vibrações ou médiuns. Ouvir a voz de Deus é tão natural quanto ouvir o melhor amigo conversar consigo. Além do mais, podemos ouvi-lO todos os dias e não apenas em ocasiões especiais ou ao recitar encantamentos especiais. Ele fala connosco nos momentos naturais da vida. Quer ouvir a voz de Deus? Então tem que estar pronto para escutá-la.
Ele quer que nossos ouvidos estejam abertos e prontos a ouvi-lo ao falar connosco por meio de Sua Palavra. Às vezes, porém, nossos ouvidos espirituais podem estar bloqueados pelo ruído de fundo da cultura ao redor ou pelas canções de sereias da tentação e pecado.
Que nós possamos, inclinar os nossos corações para o Senhor em total devoção, mantendo os nossos ouvidos abertos para que sejamos sensíveis à Sua voz. Deus ao falar, colocará a Sua Palavra em nossos corações e nós aprenderemos dele para com grande alegria nos deliciarmos com a Sua vontade (Sl. 40:8).
Deus ama-nos tanto que não só quer falar connosco através da Sua Palavra escrita, em tempos passados, contida na Bíblia, como também quer comunicar-Se com cada um de nós pessoalmente, hoje! Ele quer falar consigo, para que tenha a oportunidade de experimentar a Sua infinita sabedoria e amor, ajudá-lo a crescer passo a passo, a conhecê-lO e a compreendê-lO melhor.
Deus é como uma estação transmissora, transmitindo todo o tempo. Assim, como as ondas invisíveis da rádio, que estão à nossa volta neste exato momento, o Espírito de Deus está sempre presente, esperando que faça o contato.
A mão da esperança sintoniza com expectativa, buscando a frequência na qual Deus está operando e, de repente, a Sua grande estação transmissora irrompe com volume e potência tremendos e positivos, fazendo com que as mensagens cheguem a si em alto e bom som!
Aquilo que ouvir com os ouvidos do seu espírito vem do Senhor. Apenas abra o seu coração e deixe a luz do sol entrar! Deus quer que queiramos ouvi-lo, que nos escondamos dos homens, dos sons da terra, das preocupações da vida, para ouvi-lo. Queiramos falar com Deus, mas queiramos muito mais ouvir a sua voz. Ele insistirá até que queiramos ouvir.
O nosso Deus continua falando, através da sua Palavra maravilhosa, através de seus servos e diretamente ao nosso espírito. Desligue-se um pouco dos sons da terra, dos compromissos exagerados, das ambições terrenas, dos cuidados deste mundo. Busque um “cantinho de oração”, um tempo especial com Deus, um lugar onde conversar com Ele, diariamente.
Procuremos ouvir a voz do Senhor Jesus nos dizendo: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve” (Mt. 11:28-30).
Lembremo-nos de Marta e Maria. Duas irmãs, ambas amavam ao Senhor, no entanto uma escolheu a boa parte. Segundo o próprio Senhor Jesus a atitude de Maria, em se postar aos seus pés e ouvir os seus ensinamentos era a boa parte e isto ninguém poderia tirar dela (Lc. 10:42).
Por fim meditemos na letra de uma antiga música (A voz de Jesus) que nos inspira a ouvir a sua doce voz a cada momento. A espiritualidade cristã está atrelada ao acto de ouvir Deus e em respondê-Lhe com obediência.
A profissão de fé judaica inicia com “Ouve Israel”. A resposta a este ouvir é a obediência a Deus. Tanto no hebraico quanto no grego e há quem diga que no português também a palavra obediência está ligada etimologicamente ao verbo ouvir.
Deus não apenas fala, mas quer ser ouvido! Um relacionamento com Deus inicia-se a partir do momento em que respondemos àquilo que Ele fala. É importante falarmos com Deus, é importante orarmos a Deus, mas também é importante ouvirmos a Sua voz. Ouvir o Senhor é ouvir a Jesus, pois Ele é a palavra de Deus que se fez carne.
O Deus da Bíblia é ativo, é vivo e não é mudo. Ele falou, fala e ainda falará... Ainda hoje Deus quer comunicar-se com os que estão dispostos a ouvi-lO (Hb. 3:7). Certamente Deus quer falar consigo hoje, agora. Abra os seus ouvidos e coração e atente para aquilo que Deus lhe quer dizer. Deus quer ser ouvido! O dia é hoje, o momento é agora. O problema não é que Deus não nos fale, nós é que não o ouvimos.
2.     A Bênção é um Instrumento de Proteção.
Deus prometeu completa segurança ao povo de Israel (Dt. 28:7), mas isto não descartava a possibilidade de a nação eleita passar por situações conflituosas. Aliás, muitas são as adversidades daqueles que desejam viver piamente em Cristo (2 Tm. 3:12). Mas há promessas de proteção e segurança para o crente. As promessas de hoje tratam da pátria celestial onde temos nossa cidadania (Fp. 3:20-21). É só confiar! Nós somos a propriedade particular de Deus (1 Pe. 2:9). A ideia de um povo santo, separado e consagrado ao Senhor permeia toda a Escritura.
Durante a trajetória do povo de Israel, encontramos um homem que muito se destacou por sua fé, este homem foi Abraão considerado por todos como “pai na fé”. Nós não sabemos a razão pela qual Deus o escolheu, mas de uma coisa nós podemos ter a certeza, de que foi pela graça, (favor não merecido).
Quer ser abençoado? Então, reconheça os seus limites e consagre-se inteiramente a Deus.
Quando Deus chamou a Abraão na cidade de Ur disse-lhe: “…Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei” (Gn. 12:1).
Quando Abraão recebeu o chamado de Deus, ele simplesmente obedeceu, pois, tinha a convicção que a voz que tinha ouvido era a voz de Deus. Ao cumprir a determinação de Deus, Abraão não sabia para onde iria, e esta longa jornada também não foi fácil seguir, pois, além de se ter privado de sua parentela, houve momentos de fome, sede, perseguição de povos inimigos. Mas durante esta jornada Deus cuidou de Abraão e de sua família nos mínimos detalhes. Quando Sara foi cobiçada para ser uma das esposas de Faraó, Deus castigou toda a cidade por causa de seu escolhido. Quando Deus tem um propósito a cumprir na vida de uma pessoa, ai daquele que tocar na vida do escolhido do Senhor, porque o fogo vai descer e consumir aquele que se levantar contra os propósitos de Deus.
A promessa de Deus não depende da posição do homem, Deus poderia ter aniquilado Adão e Eva, após ambos terem pecado contra Deus, mas Ele em sua infinita misericórdia, os perdoou e lhes fez uma promessa, que da mulher nasceria uma semente que esmagaria a cabeça da serpente.
Deus não julga e não vê como o homem vê, Ele olha diretamente para o coração, pois só o que está no nosso interior que importa para Ele, por isso Ele conhece os nossos motivos, intenções, o nosso caráter e o nosso íntimo, onde começam os nossos sentimentos, as nossas emoções. Assim como Deus poderia ter destruído Adão e Eva, Ele também poderia ter destruído a cidade onde Abraão morava, pois, aquele povo era idólatra, mas alguma coisa chamou a atenção de Deus em Abraão.
Abraão não viu a terra prometida com os olhos físicos, mas foi com os olhos da fé que ele creu na promessa. Ele não precisou de ver a terra para poder crer em Deus. “Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem” (Hb. 11:1). Ele creu no invisível. Esta promessa atravessou a geração de Isaque, Jacó, José, Moisés, Josué e Calebe. O que aprendemos até aqui? Existem promessas que talvez não se cumpram aqui, mas irão se cumprir nos céus.
José foi perseguido por seus irmãos, foi vendido, preso e foi no calabouço que Deus o exaltou levantando-o como governador do Egito. O que podemos aprender com mais este ensinamento? Existem lutas e dificuldades que passamos devido às escolhas erradas que fazemos, mas existem as lutas pelas quais passamos que possuem a permissão de Deus, para exaltar o seu poderoso nome, para nos fazer lembrar de onde Deus nos tirou.
Certa vez Moisés, viu a Deus numa sarça-ardente que não se consumia, onde Deus disse que o povo hebreu estava padecendo e o enviaria até Faraó para que libertasse todo o povo daquela escravidão. Depois daquele momento, Deus estabeleceu uma aliança com Moisés, enviou as dez pragas como sinal, estabeleceu as leis e guiou todo o povo de Israel pelo Egito por quarenta anos, o Senhor esteve com aquele povo sem que nada faltasse, enviou maná, coluna de fogo durante a noite para aquecê-los, e durante o dia sombra para protegê-los do calor do deserto, nem as roupas envelheceram.
Mas Moisés, num momento de luta e ira contra aquele povo rebelde, desobedeceu a Deus, ferindo a rocha ao invés de apenas tocá-la. O que podemos aprender até aqui?
Não é porque estamos passando por lutas e provações que devemos irar-nos, por mais que estejamos padecendo e sofrendo, não devemos retroceder. Por lutas todos nós passamos, mas quando o cristão está alicerçado na rocha que é Cristo, ele pode sair de uma luta, entrar noutra, mas os olhos não saem do alvo que é Cristo. Devemos ser como fechas, direcionados ao nosso alvo, pois, virão as lutas, os conflitos, as crises espirituais, noutros momentos passaremos pelo vale da sombra da morte, mas não nos abalaremos, não perderemos o foco, o nosso alvo.
Moisés saiu para orar, demorou um pouco mais que o de costume e logo o povo logo se desesperou e procurou construir um deus feito com as próprias mãos. Israel naquele momento se fragilizou e se abalou e a caminhada deles que deveria durar apenas quarenta dias, durou quarenta anos por causa da desobediência.
Deus quer nos tratar, mas nós fugimos, pensamos que estamos certos quando na verdade Ele quer nos mostrar que as coisas não são como nós queremos. Moisés aconselhou o povo, e hoje Deus tem falado connosco, mas muitas vezes não estamos dispostos a ouvir, apenas a pedir e pedir mal.
Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre os gentios; serei exaltado sobre a terra” (Sl. 46:10).
Existem momentos em nossas vidas que precisamos de nos calar para ouvir a voz de Deus, precisamos de refletir, deixar a capa da desculpa e assumir quem realmente somos na visão de Deus. Ele não nos chamou para estarmos estagnados na mesmice ou vivendo de “movimentos”, mas Ele nos chamou para sermos constantes em Sua presença, nos chamou para cumprirmos os seus preceitos.
Precisamos de entender que a obra precisa de homens e mulheres compromissados, existe muitas pessoas que poderiam se esforçar, mas estão cheias de desculpas, mentem para si mesmas, enganam-se achando que Deus irá se compadecer de suas histórias.
 “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos” (Sl. 139:23)
Porque é que não conseguimos sair de determinadas situações? Porque muitas vezes nós queremos que o Senhor faça as coisas à nossa maneira. Existem muitos crentes independentes fazendo as coisas do modo que querem e como querem. Deus conhece as verdadeiras ovelhas de seu pasto.
O que está faltando em nosso meio é um relacionamento íntimo e sincero com Deus, pois com Ele podemos tudo, não há limites. Para muitos a palavra de vitória já foi decretada por Deus, mas infelizmente alguns não conseguem tomar posse da vitória porque o coração está amargurado, Deus quer te abençoar, mas é preciso mudar, ouvir a voz de Deus, mas para isso necessário dar liberdade para que Ele possa trabalhar. Pense nisso!