Número total de visualizações de páginas

domingo, 27 de janeiro de 2013

Factores que facilitam a conquista da minha promessa!


Leitura: Deuteronómio 1:19-33
O povo de Deus acabara de sair do Egipto, de forma milagrosa, pelas mãos de Moisés, aquele que havia sido convocado pelo Senhor para ser o libertador de todo o povo da escravidão do Egito, agora encontra-se diante de Canaã, a terra da promessa de Deus. De forma maravilhosa, o Senhor os tirou da terra da escravidão e do opróbrio e os coloca frente a frente com a terra que mana leite e mel.
Estrategicamente, o libertador Moisés levanta doze príncipes, escolhidos entre os nobres de cada tribo de Israel, para espiarem a terra e trazerem um relatório positivo e animador em relação à conquista daquele território.
Infelizmente o resultado não foi como o imaginado pelo líder, pois o relatório de dez dos doze foi de desistência e derrota; eles disseram que a terra era boa, mas seria impossível conquistá-la por causa da grande estatura de seus habitantes e pelo tipo de cidades que ela tinha, cidades grandes e fortificadas. Aqueles dez príncipes desmotivados e desmotivadores fixaram-se nas dificuldades e circunstâncias, deixando de ver o grande poder do Senhor que os libertou com mão forte.
Há muito pouco em Cades-Barneia que permita distingui-la das dunas de areia do deserto. Estava situada na região onde a terra de Canaã se limita com o deserto. Mas é um lugar notável no mapa espiritual, e são poucos os que não passaram por uma notável experiência ali. Foi ali que Israel achou que os inimigos e as dificuldades eram superiores à dextra do Altíssimo.
Os dez tinham a vontade de chegar ao destino como príncipes, mas tinham que desintoxicar a mente. E o deserto é o lugar de transformar mentes. Quem nos leva para o deserto é o Espírito Santo e quem nos tira do deserto é Deus. O Deserto é bênção de Deus em nossas vidas. Todo Shabat Deus nos lembra de onde Ele nos tirou: do deserto. Se nos esquecermos de onde viemos, Deus nos leva de novo para o deserto.
Quando olhamos para as circunstâncias, e não para Deus; quando consideramos as nossas tentações e corrupções inatas fortes de mais para serem vencidas; quando os gigantes nos parecem maiores do que Cristo que ascendeu aos céus, também nós damos as costas ao descanso de Deus e vamos em busca de áridas peregrinações do deserto. Deus permite essas dificuldades para que conheçamos seu poder e graça, e para preparar-nos para grandes vitórias.
Hoje muitos estão assim como eles: diante das promessas de bênçãos e vitórias para o casamento, família, grupos, ministério, finanças, optam por desistir de lutar pela conquista destes territórios. Muitos até confessam que há realmente promessas que precisam ser conquistadas, mas por causa de factores limitadores em suas vidas, recuam.
É comum nesses casos, e portanto possível na história deles, que aqueles dez limitados e indutores de fracassos estivessem debaixo de alguns factores que impedem ou limitam uma conquista, tais como: incredulidade quanto à fidelidade de Deus em cumprir a promessa de introduzi-los na terra, contaminação pelo medo e/ou rebelião, ou ainda, talvez não quisessem simplesmente conquistar a promessa.
É preciso romper tais limites para progredirmos na conquista das promessas de Deus para nós! No entanto, sempre que aqueles factores limitadores entram em acção, via de regra é porque os factores facilitadores de uma conquista estão fragilizados ou ausentes.
Factores que facilitam e ampliam a conquista:
a)    Ter a visão da promessa
Deus tem o prazer de abençoar seus filhos. As promessas do Senhor estão contidas em sua Palavra e são para aqueles que obedecem a Deus. Contudo Deus estabelece as condições e nós precisamos de estar dentro das condições para que as promessas venham e nos alcancem. Ele não mente para nós, Ele não retarda a Sua promessa, ainda que nós a tenhamos por tardia. Deus é fiel. Ele sabe a melhor hora.
O nosso tempo, não é o tempo de Deus! O tempo do homem é o kronos. É o tempo do envelhecimento, da ansiedade, da desistência, do desespero, da incredulidade. O tempo de Deus é o Kairos. É o tempo da perseverança, da providência, do descanso, da fé inabalável. Enquanto nós buscarmos as promessas de Deus com a visão do tempo kronos, não alcançaremos as promessas! Nossa postura na espera pelo cumprimento da promessa, vai determinar a nossa derrota ou a nossa vitória diante das circunstâncias. Não é possível agradar a Deus (Hb. 11:6) quando se anda ansioso, descrente, inseguro, desesperado, sem fé. É como se nós estivéssemos dizendo que aquilo pelo qual esperamos é maior do que Deus! Como tem sido a sua espera pelas promessas da Palavra de Deus? Uns têm abandonado a fé, outros colocam a culpa em Deus e nas pessoas, enquanto o problema pode estar na própria pessoa. Tem gente que quando está próximo de receber a vitória joga tudo para o alto: peca, sai da presença de Deus, duvida da promessa. Com essas atitudes, saem da condição de receber a promessa e voltam para o final da “fila” espiritual, pois não souberam perseverar. O povo de Israel tinha a promessa de chegar à Terra Prometida. Por causa da incredulidade, e da rebeldia do povo contra Deus, a promessa que se cumpriria em aproximadamente 40 dias, levou 40 anos para se cumprir. E ainda assim, foi preciso que os murmuradores, os rebeldes e os incrédulos, morressem. Quantas pessoas estão sendo provadas por Deus pelo teste do tempo e não estão entendendo, e com isso começam a fazer como Israel: murmurar, se rebelar, deixar de crer. Para que nós possamos alcançar as promessas temos que dar os passos de José:
·   Não desistiu de sonhar (diante das zombarias e deboches ele se manteve sonhando);
·   Não deixou os sentimentos de rancor entrarem em seu coração, ele continuou amando seus irmãos que o rejeitavam.
·   Rejeitou todos os relatórios contrários (por maiores que tenham sido as provações de José ele seguiu servindo a Deus, na escravidão, na casa de Potifar, no calabouço).
·   Ele resistiu ao “prato de lentilhas” (pecado), que representava a mulher de Potifar.
·  Ele nunca confessou a derrota, pois no seu interior o sonho se manteve vivo.
·  Ele foi humilde para receber o cumprimento das promessas.
·  Ele alcançou a maturidade para ter as promessas cumpridas.
Todos aqueles que se mantêm firmes na Palavra do Senhor são mais do que vencedores, não podem desviar os olhos da promessa. Assim como fez Josué, nós não podemos olhar nem para esquerda, nem para a direita, nem para trás, temos que estar com os olhos fitos na promessa (Js. 1:8). Deus respalda os sonhadores com a sua Palavra e os faz alcançar as promessas. O que tem limitado a sua visão? Quais são as promessas que tem buscado em Jesus? Creia pois que o seu clamor pode ressuscitar aquilo que está morto. Invista num homem ou mulher, a visão de Deus começa com um. Deus vai usá-lo neste tempo. Saia do lugar da incredulidade, a qual limita o poder de Deus, saia da terra do pecado e da religiosidade que vos limita, seja um filho fiel que crê nas promessas de um Deus que jamais falhou. Você está autorizado a prosperar em Deus!
Sem visualizar, de acordo com a visão divina, o território a ser conquistado, não haverá conquista. Ver a terra da promessa e ter a consciência dela é uma coisa, outra coisa totalmente diferente e que faz a diferença é ver a terra como a promessa de Deus para nossa vida.
Todo o discípulo, com uma visão de Deus para a sua vida, família e grupos, torna-se um guerreiro conquistador e faz a diferença na sua geração. Busque a visão de Deus para a sua vida, família, grupos e ministério, para que as suas conquistas sejam ampliadas e garantidas.
b) Ter sonhos divinos em seu coração
A bíblia é a palavra de Deus e nela nós encontramos palavras de promessas a respeito de nossas vidas e daquilo que Deus deseja que nós alcancemos, por isso jamais devemos duvidar de que podemos alcançar os sonhos que Deus tem colocado em nossas vidas.
Não há dúvidas de que todos os homens que agiram e fizeram algo para Deus em prol de seu reino, foram homens que ousaram sonhar.
Deus se comunica através de uma variedade de maneiras, incluindo os sonhos e visões. In fact about one third of the Bible deals with some kind of visionary experience. De facto, cerca de um terço da Bíblia lida com algum tipo de experiência visionária. Much of the details within Eschatology (the study of the end times) are based on the dreams and visions of people like Daniel and John. Grande parte dos detalhes na Escatologia (o estudo do fim dos tempos) é baseada em sonhos e visões de pessoas como Daniel e João. Sem essas experiências visionárias o que seria em grande parte na obscuridade sobre o ponto culminante desta idade.
God also imparts gifts, abilities and instructions through visionary experiences. Deus também dá dons, habilidades e instruções através de experiências visionárias. Solomon encountered the Lord in a dream and received gifts that defined him as a king. Salomão encontrou o Senhor em sonho e recebeu presentes que o definiam como um rei (1 Kings 3:5-15) The wise men who came from the east to bring honor to the Savior received a warning from an angel in a dream. (1 Rs. 3:5-15). Os homens sábios que vieram do Oriente para trazerem honra ao Salvador receberam um aviso de um anjo em um sonho. (Matt. 2:12) The Lord established an eternal covenant with Abraham in a dream. (Mt. 2:12). O Senhor estabeleceu uma aliança eterna com Abraão, em um sonho (Gen. 15:12-13,18) Pharaoh had a dream that spoke of things to come. (Gn. 15:12-13, 18). Faraó teve um sonho que falava de coisas que viriam. José agiu sobre a revelação do sonho de que o Egito se devia preparar para sete anos de seca que se estava aproximando (Gen. 41) Peter's vision encouraged him to minister to Cornelius' household, thus opening his heart beyond his Jewish roots. (Gn. 41). A visão de Pedro encorajou-o a ministrar na 'casa de Cornélio, abrindo seu coração para além de suas raízes judaicas (Acts 10) Paul changed his ministry direction from Bithynia to Macedonia after a visionary experience. (At. 10). Paulo mudou direção do seu ministério da Bitínia para a Macedónia, após uma experiência visionária (Acts 16:7-10) (At. 16:7-10).
 Todo o visionário precisa de ser um sonhador. Não basta ter uma visão, é preciso sonhar com ela. Através dos sonhos, Deus sedimentará em nosso coração a Sua visão a nosso respeito. Sonhar com a promessa e com o seu cumprimento renova as nossas forças e nos faz perseverar no caminho da conquista. Tenha coragem e decida sonhar os sonhos de Deus para a sua vida, família, ministério, discipulado, finanças etc.
Um coração que flui como rios de água viva, como Jesus ofereceu em João 7:37-39, é uma obra sobrenatural do Espírito Santo, que é um convite a cada ser humano, e a herança de cada crente nascido de novo. E o Senhor disse que Ele tem muito mais do que isso para nós. This dynamic promise is not just meant to be a great saying to be used on greeting cards. Esta promessa dinâmica não é apenas para ser usado em cartões de felicitações. It is meant to be the living reality of our daily experience. Ela está destinada a ser a realidade viva de nossa experiência diária.
Parte desse bom coração, este coração que flui como um rio, é sentir-se amado por Deus e sentir amor por Deus, e parte dela também está tendo receptividade ao Espírito Santo de informação. Quando o Espírito Santo toca o seu coração, Ele começa a dar-lhe novas capacidades para receber informações divinas. Esta medida engloba os sonhos, visões, uma palavra de alguém, a Palavra viva que vem, ou o Senhor falando consigo pessoalmente, e nós chamamos isso de revelação de informação. And beloved, if feeling love and feeling loved is good, oh, the impact of receiving revelation, when God reveals God to the human spirit! E amado, se sentir amor e sentir-se amado é bom, oh, o impacto de receber revelação, quando Deus se revela a si mesmo para o espírito humano é tremendo! Seu amor flui como um rio, como uma fonte para o mar, enchendo o meu espírito, fazendo-me limpo. E nós fomos feitos para This is what we were made for! isto!
a)    Confessar a promessa e a sua conquista
Nós precisamos de crer e manter a nossa confissão. É um exercício! Em muitos casos as pessoas crêem, mas não falam. Em outros as pessoas falam, mas não crêem. Por fim, há aquelas que crêem e falam, mas não mantêm o que crêem e o que falam.
Por que tantos cristãos vivem com tantas lutas, tantas dificuldades, tantos problemas? Problemas esses que, às vezes, se arrastam por longos anos? A resposta está aqui: são pessoas que negligenciam aquilo que dizem, aquilo que confessam. Não estão em linha com a Palavra de Deus. Sem confissão não há posse. Para ilustrar, vou usar a celebração do casamento. Nós fazemos casamentos lindos na igreja, mas, um casamento não acontece até que o celebrante ouça os noivos confessarem que recebem um ao outro como marido e mulher. O que isso tem a ver com o espiritual? Você pode crer em tudo nesta vida, mas, se não há confissão, se não fala, não há posse. Não existe o tomar posse.
Toda a promessa feita por Deus precisa se tornar uma confissão na boca do conquistador. É a confissão das promessas que carregam os céus sobre a nossa cabeça com o “é possível de Deus”. Nós precisamos de usar a confissão da fé todos os dias. Precisamos de repetir para nós mesmos: ‘Eu sou mais do que vencedor, sou redimido de toda a maldição, contra mim não vale encantamento, estou curado pelas chagas de Cristo, sou próspero, sou salvo, sou filho do Criador, sou herdeiro das Promessas. Essa confissão vem como resultado daquilo que cremos. E é nessa hora que Deus honra a Palavra e que o impossível se torna possível.
A incredulidade e o medo fazem com que a boca do guerreiro se feche ou se abra para destilar discurso contraditório em relação à promessa, sua conquista e ao Senhor da promessa. Converta seus lábios para o discurso profético que viabiliza e sedimenta a sua conquista.
Deus quer nos fazer frutíferos e prósperos em todos os níveis da nossa vida e, para tal, precisamos nos posicionar corretamente diante do Senhor e das Suas promessas. Quando cremos na promessa e a confessamos, nós quebramos os decretos de impossibilidade (esterilidade) que foram emitidos contra nós em relação ao seu cumprimento e nos habilitamos para conquistá-la.
 Por isso, é preciso desenvolver uma vida de fé no sobrenatural de Deus, receber toda palavra “rhema” em nosso coração e perseverar confessando a promessa até a sua conquista. Só com uma vida de fé agradaremos a Deus e seremos vitoriosos no testemunho cristão e na conquista das promessas feitas a nós pelo Senhor. Sem a fé e a confissão pertinente, jamais veremos as promessas de bênçãos de Deus se cumprirem em nossas vidas.
Não pare de sonhar, pois os sonhos são a linguagem do Espírito. Continue crendo e confessando as promessas na linguagem de fé. Continue focado na promessa! Não fique preso ao passado, lembrando dos relatórios daquele tempo. Desfrute da sua libertação, que já é um presente de Deus. Se deseja ser um vencedor, livre a sua mente e emoções das prisões do passado.
Essa promessa é só para aqueles que se sentem vencedores. Não são para os idealistas. Os idealistas são aqueles que só sabem ficar pensando em conquistar, e não vão em frente! Ficam colocando obstáculos, criando dúvidas, pensando se vai dar certo ou não. Todo o idealista tem a mente passiva e conformada. Os sonhadores são realistas e conquistadores. Seja então, um deles! Em nome de Jesus!
b)    Assumir desafios
O termo desafio pressupõe que somos desafiados em determinadas situações a assumir uma posição de responsabilidade frente a uma determinada necessidade. Assumir o compromisso pessoal com Deus, tomar posição, aceitar a Jesus como Senhor e salvador. Assumir a posição em Cristo. Assumir o compromisso pessoal de crescer no relacionamento com Deus (é importante, aliás, fundamental, ler a Bíblia, orar e ir a Igreja. Na Bíblia podemos encontrar e aprender os princípios que vão nos ensinar a viver como Deus deseja). Lendo a Bíblia diariamente vai inspirar muitas pessoas a começar novos ministérios, tomar decisões importantes e mudanças significativas em suas vidas. Vai dar-lhes força e conforto para enfrentarem os desafios principais da vida e permitir-lhes sentirem-se verdadeiramente vivos em Cristo. Assumir o compromisso pessoal de ser um exemplo. (Nossos filhos nos vêem. Mais importante do que o que falamos é como agimos).
Deus fez-nos mais do que vencedores e um dos desejos de Deus para a nossa vida é que vençamos todos os nossos desafios. À medida que crescermos e desenvolvermos os nossos dons e talentos, aprendemos um pouco sobre o que a nossa vocação na vida pode ser. Como se formam as relações com os outros, podemos experimentar a presença de Deus. Podemos nos sentir protegidos nos braços amorosos de nosso Pai. Podemos ganhar confiança como ter sucesso em coisas que nós achamos difícil. Nós podemos dividir nosso amor profundamente com os membros da família e amigos. Podemos conhecer o amor de Deus por nós a todo o tempo. Ele quer que ultrapassemos os limites e que superemos os conflitos. A vontade de Deus é que vençamos os nossos limites, por que afinal, Ele nos chamou para conquistas ilimitadas.
O Senhor quer que subamos e conquistemos a terra da promessa que Ele nos deu. Sempre teremos desafios diante de nós. Bom, já que teremos sempre alguns desafios diante de nós o mais adequado é lidar com eles da melhor forma possível. Guerreiros e conquistadores são os corajosos o suficiente para decidir não correr dos desafios de uma conquista. Todos nós temos problemas diários para resolver, situações cansativas e questões que nos causam aborrecimento ou decepções.
Quando damos os passos da fé, quando o amor de Deus transborde no coração de quem foi alcançado pelo mesmo fazendo-o instrumento desse amor, as portas se abrem, pelo poder de Deus, diante de nós. Deus gosta de cristãos que assumem desafios, pois é através destes discípulos que as conquistas são realizadas e o Seu nome é glorificado na Terra.
c)     A certeza de que Deus está connosco
I echo the words recorded by Luke as spoken by the angels, "Glory to God in the highest, and on earth peace, good will toward men."Faço minhas as palavras registadas por Lucas como falada pelos anjos: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra, boa vontade para com os homens”. Qual a maior paz que poderíamos ter do que saber que temos a vida eterna em Deus nosso criador por meio de Cristo Jesus - o Verbo que se tornou carne e habitou entre nós, com a glória inimaginável, e cheio de graça e de verdade.
Deus connosco. Tentando descompactar essas três palavras é um pouco esmagadora. Uma coisa legal é que sem verbo na frase, não temos que querer saber se ele é passado, presente e futuro ou qualquer dos tempos imperfeito ou perfeito! There is not a time frame to when God is with us. Não há um prazo para quando Deus está connosco. Here is a blessing to remind us that wherever we are in our lives—our vast geographies, our span of experiences, our unique situations—God is always with us. Aqui é uma bênção para nos lembrar que sempre que estamos em nossas vidas, nossas vastas geografias, o nosso espaço de experiências, as nossas situações únicas, Deus está sempre connosco.
God with us in our distractions. Deus connosco em nossas distrações, nas coisas que não podemos controlar, em nossas celebrações, em relação às coisas mundanas, em nossas perdas, quando estamos buscando, quando erramos, em nossas frustrações, em nossos momentos de alegria, empurrando-nos, amando-nos e vem depois de nós, quando escolhemos a não ser com ele.
Nosso Deus é Emanuel – Deus connosco! Não importa o que o inimigo diga, nem o que a nossa alma sinta, porque o Senhor sempre estará connosco, inclusive nos momentos mais difíceis. Na progressão da conquista das promessas, Ele irá à nossa frente, preparando a nossa vitória. Deus está connosco na conquista das promessas na nossa vida pessoal, familiar, grupos e ministerial. Lembre-se que o nosso Deus é maior do que qualquer dos nossos adversários e o Seu poder é inigualável.
Emanuel é Deus connosco. Quando estamos no centro da vontade de Deus, por maiores que sejam as crises à nossa volta, nunca estamos sozinhos, porque Deus é connosco. Ele nos conhece e sabe do livramento que precisamos, portanto não precisamos fazer coisa alguma que Ele não requereu de nós.
Tome agora mesmo a decisão de romper com todos os factores limitadores em sua vida, ajuste-se aos factores facilitadores e posicione-se como um guerreiro conquistador das promessas de Deus para a sua vida, família, grupos, ministério e tudo o mais.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Passar Por Um Deserto é Uma Coisa, Ser Um Fracasso é Outra!


Leitura: Êxodo 3:1-12
A vida de Moisés foi muito interessante e desafiadora. Ele foi o grande libertador que Deus levantou para tirar o Seu povo de uma escravidão egípcia de mais de quatro séculos. Paradoxalmente, ele viveu os seus primeiros quarenta anos de vida no palácio de faraó do Egito, sendo criado como um príncipe entre os príncipes egípcios. Porém, por ter matado um egípcio, em defesa de um hebreu, foi obrigado a fugir de todas as honras e magnificência do palácio de faraó, para passar quarenta anos na solidão do deserto, onde então teve a experiência relatada no texto bíblico de Êxodo 3:1-12.
A aprendizagem do Egipto não foi suficiente para preparar Moisés para sua missão. É, então, conduzido à solidão do deserto. Essa é a universidade de Deus. Todos os que têm realizado os maiores feitos do mundo se formaram nela Elias no Horebe, Ezequiel no Quebar, Paulo na Arábia, João em Patmos. Os obreiros de Deus podem fazer cursos superiores nas universidades, mas o verdadeiro curso teológico é só com ele. Muitas vezes no meio da tarefa diária, nós entramos no esplendor da Presença dele. Estejamos à espera desse momento e tiremos os sapatos.
Essa sarça-ardente tem sido adotada pela Igreja como símbolo das chamas da tribulação; mas há um sentido mais profundo. O fogo era um sinal da presença de Deus. A sarça não era consumida porque o amor de Deus é o seu próprio combustível. Observe os passos sucessivos: “vi”; “ouvi”; “conheço”; “desci”; “enviarei”. O “gemido” do capítulo anterior é respondido pelo “desci” (ver Lc. 18:7).
Para muitos, essa segunda fase de sua vida, no deserto, poderia representar um grande desastre, um tremendo castigo divino ou um retrocesso de quarenta anos, pois passar pela aridez do deserto é cansativo, difícil, dolorido. É provável que Moisés se tivesse também achado um fracasso; afinal, “caiu” de príncipe no palácio, para pastor de ovelhas no deserto. Mas o que ele não sabia, como muitos também não sabem, é que Deus tinha Seus planos, que não são de fracasso, mas de vitórias e conquistas.
Uma coisa é estar passando por um deserto, outra é estar fora dos planos de Deus. Moisés estava num deserto sim, porém estava nos planos de Deus. E quando se está nos planos de Deus a recompensa é e sempre será um ser humano melhor, que sabe batalhar, que sabe superar seus próprios limites,
Deus pode usar um deserto para formar seus nobres, valentes e conquistadores! O deserto não precisa de ser o local de fracasso, mas o grande laboratório de Deus para forjar um caráter de nobreza e excelência em seus filhos. O deserto é, portanto, uma providência divina para tratar nosso eu interior, fazendo com que nos tornemos pessoas melhores e capacitadas para lidar com todas as bênçãos que Deus quer nos entregar. Sempre poderemos tirar lições valiosas nos períodos do deserto.
Ninguém é verdadeiramente educado senão aquele a quem Deus educa. Não está dentro das possibilidades do homem preparar um instrumento para o serviço do Senhor. A mão do homem é incapaz de moldar um “vaso idóneo para uso do Senhor” (2 Tm. 2:21). Somente Aquele que quer usá-lo pode prepará-lo; e no caso presente temos um exemplo singularmente belo do Seu modo de o fazer.
1.     Cinco lições para serem aprendidas no deserto:
a) No deserto, Deus pode trocar o seu coração (v. 1a).
Possamos conhecer por nossa própria experiência o que significa estar “atrás do deserto”, esse lugar sagrado onde a natureza é deitada ao pó e só Deus é exaltado. Ali, os homens e as coisas, o mundo e o ego, as circunstâncias presentes e a sua influência são estimados pelo seu justo valor. Ali e somente ali, encontrará uma balança divinamente afinada para pesar tudo o que há no Seu íntimo e à Sua volta. O coração que tem estado na presença de Deus, “atrás do deserto”, tem pensamentos justos sobre todas as coisas; e eleva-se muito acima da influência excitante dos negócios deste mundo.
No deserto não há falsas cores, nem falsos penachos, nem vãs pretensões! O inimigo das almas não tem o poder de dourar a areia desse lugar. Tudo ali é realidade. O clamor e o ruído, a agitação e a confusão do Egito não penetram nesse lugar retirado; não se ouve o ruído do mundo comercial e financeiro; a ambição não se faz sentir ali; a ambição da glória do mundo desaparece e a sede de ouro não se sente ali. Os olhos não são obscurecidos pela concupiscência, nem o coração é ocupado pelo orgulho; a adulação dos homens não interessa e a sua censura não desanima. Tudo é posto de parte excepto a calma e a luz da presença divina; só se ouve a voz de Deus; a Sua luz ilumina; os Seus pensamentos são aceitos pelo coração. Tal é o lugar onde têm de ir todos aqueles que quiserem ser aptos para o ministério.
Prouvera a Deus que todos aqueles que aparecem em cena para servir em público conhecessem melhor o que é respirar a atmosfera desse lugar. Haveria, então, menos tentativas infrutíferas no exercício do ministério, mas haveria um serviço bem mais eficaz para glória de Cristo.
O deserto é o lugar para Deus colocar um coração nobre nos seus escolhidos. No deserto nosso caráter pode ser transformado por Deus. Seguramente a vida palaciana afetou o caráter de Moisés. A verdade é que nem sempre os nobres palacianos são nobres de Deus. Moisés tinha atitudes nobres, mas com motivações erradas. Certamente amava seu povo, mas agia como um justiceiro, vingador, cheio de justiça própria (2:11-12, 17).
Deus requer de seus filhos nobreza de atitudes e de motivações. Deus quer colocar um coração nobre no lugar daquele afetado pelo Egito. Ali, no deserto, o príncipe arrogante é confrontado com suas limitações e debilidades e é transformado no homem humilde e submisso, na pessoa que Deus quer usar para realizar Seus planos na Terra! 
Foi no deserto que Moisés aprendeu as lições mais preciosas, mais profundas, mais poderosas e mais duráveis; e é ali que devem encontrar-se todos os que queiram ser formados para o ministério.
b) No deserto, Deus pode abrir os seus olhos (v. 2-3).
Num lugar inóspito, rude, árido, sem beleza, Deus faz Suas maravilhas. Fique atento à presença manifesta de Deus no seu deserto. Muitos de nós só adquirimos sensibilidade espiritual para discernirmos a manifestação de Deus quando entramos num deserto. Um dos sinais de que você é um nobre de Deus, é ter olhos nobres, olhos aptos para percebê-lO. O deserto é o lugar onde os nobres de Deus podem ver as maravilhas de Deus!
“E apareceu-lhe o Anjo do Senhor, em uma chama de fogo no meio de uma sarça; e olhou e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia. E Moisés disse: agora me virarei para lá e verei esta grande visão, porque a sarça se não queima” (vs. 2-3). Era efetivamente uma grande visão, porque uma sarça ardia e não se consumia.
A corte de Faraó nunca poderia oferecer nada de semelhante. Porém, era uma visão graciosa porque nela era simbolizada de um modo notável a situação dos eleitos de Deus. Eles encontravam-se no meio do forno do Egito; e o Senhor revelava-se no meio de uma sarça-ardente.
Portanto, assim como a sarça se não consumia, tão-pouco eram eles consumidos, porque Deus estava com eles. “O Senhor dos Exércitos está connosco: o Deus de Jacó é o nosso refúgio” (Sl. 46:7). Aqui temos força e segurança, vitória e paz. Deus connosco, Deus em nós, e Deus por nós. Isto é provisão abundante para todas as necessidades.
Não há nada mais interessante e mais instrutivo do que a maneira como aprouve ao Senhor revelar-Se a Moisés na passagem que estamos considerando. Ele ia confiar-lhe o encargo de tirar o Seu povo do Egito, para que eles fossem a Sua Assembleia, para habitar no meio deles tanto no deserto como na terra de Canaã; e é do meio de uma sarça que lhe fala.
Que símbolo maravilhoso e belo, solene e próprio do Senhor habitando no meio do Seu povo eleito e resgatado; “O nosso Deus é um fogo consumidor” (Hb. 12:29), não para nos consumir, mas para consumir em nós e à nossa volta tudo o que é contra a Sua santidade, pois Deus que não tolera a iniquidade e porque é, portanto, um perigo para a nossa verdadeira e eterna felicidade. “Muito fiéis são os teus testemunhos; a santidade convém à tua casa, Senhor, para sempre2 (Sl. 93:5). Deus é santo, quer um povo santo e julgará na sua santidade (1 Pe. 1:14-17). Jamais compreenderemos o Deus perfeito, mas devemos reverenciá-lo! 
No deserto, Deus atrai os seus nobres com as Suas maravilhas. É preciso ser sensível às manifestações de Deus, mesmo às mais esquisitas. Deus sempre quer nos atrair para Ele mesmo, com a intenção de nos transformar. Muitas vezes, não conseguimos voltar-nos para Deus, porque estamos distraídos com muitas coisas em “nossos palácios” que competem com o nosso Deus. Estando no deserto, Moisés tinha muito pouco com o que se distrair. Um nobre deve ser sensível aos moveres de Deus, mesmo nos desertos. Só os que se voltam para Deus podem ser transformados e usados por Deus!
c) No deserto, Deus pode abrir os seus ouvidos (v. 4).
Examinemos agora o que Moisés viu e ouviu, atrás do deserto. Teremos ocasião de ver como ele aprende ali lições que estão muito acima da inteligência dos mais eminentes sábios do Egito. Poderia parecer à razão humana uma estranha perda de tempo um homem como Moisés ter de passar quarenta anos sem fazer nada senão guardar ovelhas no deserto. Porém, ele estava ali com Deus e assim o tempo passado nunca é perdido.
É conveniente recordar que há para o verdadeiro servo de Cristo alguma coisa mais do que mera atividade. Todo aquele que está sempre em atividade corre o risco de trabalhar demais. Um tal homem deveria meditar cuidadosamente nas palavras profundamente práticas do Servo perfeito: “Ele desperta-me todas as manhãs, desperta-me o ouvido para que ouça, como aqueles que aprendem” (Is. 50:4).
O servo deve estar frequentemente na presença do seu mestre, a fim de poder saber o que deve fazer. O “ouvido” e a “língua” estão intimamente unidos, em vários aspetos; porém, debaixo do ponto de vista espiritual ou moral, se o ouvido está fechado e a língua desatada, não restam dúvidas que se dirão muitas coisas bem tolas. Por isso, “amados irmãos... todo o homem seja pronto para ouvir e tardio para falar” (Tg. 1:19).
Esta exortação oportuna baseia-se em dois factos: a saber, que tudo o que é bom vem do alto e tudo o que mau está pronto a transbordar do coração repleto de maldade. Daí, a necessidade de ter o ouvido aberto e a língua refreada: rara e admirável ciência! Ciência na qual Moisés fez grande progresso “atrás do deserto”, e que todos podem adquirir, desde que estejam dispostos a aprender nessa escola.
Portanto, só teremos os ouvidos abertos para Deus quando estivermos num deserto. O deserto é o lugar do homem para ouvir a voz de Deus, porque lá existem poucos ruídos paralelos. Um nobre deve ter ouvidos nobres. Um ouvido nobre é um ouvido santificado, inclinado para os lábios do Senhor.
No deserto também temos a oportunidade de nos ouvirmos a nós mesmos e aferirmos nossos argumentos, valores e princípios. Ali, é possível fazermos as avaliações corretas e limparmos nossos ouvidos, tornando-os espiritualmente viáveis para os propósitos de Deus.
d) No deserto, Deus pode santificar o seu discurso (v. 4).
Debaixo de todos os aspetos, as visões de Horebe rendem testemunho, ao mesmo tempo, da graça e da santidade do Deus de Israel. Se a graça de Deus é infinita, a Sua santidade também o é; e, assim, a maneira como que Ele se revelou a Moisés faz-nos conhecer a primeira, porque o próprio fato de Se revelar atesta a última. O Senhor desceu porque era misericordioso; mas, depois de haver descido, é dito que Se revelou como sendo santo: “Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. E Moisés encobriu o seu rosto, porque temeu olhar para Deus” (Êx. 3:6). A natureza humana esconder-se-á sempre como resultado da presença divina; quando estamos na presença de Deus, com os pés descalços e o rosto coberto, quer dizer, naquela disposi­ção de alma que esses atos exprimem de um modo tão admirável, estamos em condições vantajosas para ouvir os doces acentos da graça. Quando o homem ocupa o lugar que lhe compete, Deus pode falar-lhe em linguagem de pura misericórdia.
Tal foi, pois, o caráter duplo da revelação feita a Moisés no Monte Horebe. A santidade e a graça estão reunidas naquilo que ele viu e ouviu. E estes dois elementos acham-se sempre, como sabemos, em todas as obras e revelações de Deus, caracterizando-a de um modo notável; e deveriam também caracterizar a vida de todos aqueles que, de uma maneira ou de outra, trabalham para o Senhor ou têm comunhão com ele.
Todo o verdadeiro servo é enviado da presença imediata de Deus com toda a sua santidade e toda a sua graça; e é chamado para ser santo e gracioso - para ser o reflexo da graça e santidade do caráter divino; e para alcançar este estado, não só tem de sair da presença imediata de Deus como também permanecer nela, habitualmente, em espírito. Este é o segredo do serviço eficaz para o Senhor.
Somente o homem espiritual pode compreender estas duas coisas, “sai e trabalha, mas não te afastes”. Para poder agir por Deus em público, ele precisa de estar com Ele no santuário. Se ele não estiver com Ele no santuário da Sua presença será completamente mal sucedido.
Sem a influência dos “palácios egípcios” poderemos sair do discurso contraditório e entrarmos em linha com os propósitos de Deus. Muitas as vezes, apesar de ouvirmos a voz de Deus, nós O deixamos sem respostas. Sempre que Deus nos chama, Ele quer ouvir “Eis-me aqui”! Seja qual for o lugar e a hora. Deus quer ser a prioridade em nossas vidas. Quer que Sua vontade seja a nossa vontade.
Um discípulo deve ter atitudes e ações nobres, ou seja, fazer prioritariamente o que o Senhor determinou que fosse feito. No entanto, muitos de nós não respondemos prontamente, porque estamos ocupados com muitas coisas, fazendo aquilo que Deus não nos mandou fazer, inclusive na Sua obra. Gastamos um tempo precioso de nossas vidas fazendo tanta coisa, que não sobra tempo para responder ao chamado de Deus.
Por isso, muitos são levados ao deserto, para deixarem de fazer tantas coisas e aprenderem a responder ao chamado de Deus. A nossa principal vocação é sermos santos adoradores e a nossa principal tarefa é fazer a Sua vontade, inclusive a de fazer discípulos por todo o mundo (Mt. 28:18-20).
e) No deserto, Deus pode ajustar o meu chamado (v. 10-12).
Depois de tudo o que acabamos de dizer, é evidente para si que o ar que se respira “atrás do deserto” é um ar muito saudável para todo o servo de Cristo. Horebe é o verdadeiro ponto de partida para todos aqueles a quem Deus envia para trabalharem para Si. Foi em Horebe que Moisés aprendeu a descalçar os seus pés e a cobrir o seu rosto.
Quarenta anos antes ele quisera encetar a sua obra; porém a sua atividade era prematura. Foi na solidão do monte de Deus, e do meio da sarça-ardente, que a mensagem divina ressoou aos ouvidos do servo de Deus. “Vem agora, pois, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo, os filhos de Israel, do Egito” (v.10). Nestas palavras havia verdadeira autoridade. Existe uma grande diferença entre ser-se enviado de Deus e correr sem ser enviado.
Ora, é evidente que Moisés não estava apto para o serviço quando o princípio se dispôs a atuar. Se foram precisos, nada menos do que quarenta anos de disciplina secreta, como poderia ter feito a sua obra de outra maneira? Era impossível. Tinha de ser ensinado por Deus e enviado por Ele; e o mesmo deve ser com todos aqueles que tomam a carreira de serviço e testemunho por Cristo. Oh! Que todas estas lições sejam profundamente gravadas em nossos corações, de modo que todas as nossas obras possam ter o selo da autoridade do Mestre e a Sua aprovação!
Mas temos alguma coisa mais que aprender aos pés do Monte Horebe. A alma encontra prazer detendo-se neste lugar. “É bom que estejamos aqui” (Mt. 17:4). A presença de Deus é sempre um lugar de profundo exercício, onde o coração pode estar certo de ser descoberto. A luz que resplandece nesse lugar santo manifesta todas as coisas, e esta é a nossa grande necessidade no meio das vãs pretensões que nos rodeiam e do orgulho e da própria satisfação que estão em nós.
Poderíamos pensar que, ao receber a incumbência divina, a resposta de Moisés fosse: “eis-me aqui”, ou, “que queres que eu faça”? Mas não, ainda não estava preparado para isto.
Sem dúvida, era a lembrança do seu primeiro fracasso que o impedia de responder assim. Quando se age sem Deus em qualquer coisa é certo ficarmos desanimados, mesmo quando Deus nos manda. “Então, Moisés disse a Deus: Quem sou eu, que vá a Faraó e tire do Egito os filhos de Israel” (v. 11)? Este procedimento em nada se assemelha ao homem que, quarenta anos antes, cuidava que os seus irmãos entenderiam que Deus lhes havia de dar liberdade pela sua mão (At. 7:25). Tal é o homem! Umas vezes precipitado e outras vezes vagaroso.
Moisés aprendera muito desde o dia em que matara o egípcio. Crescera no conhecimento de si próprio, e este conhecimento produzira modéstia e timidez. Contudo não tinha, evidentemente, confiança em Deus. Se eu olhar para mim próprio, “nada” farei; mas se olhar para Cristo, “posso fazer todas as coisas”. Assim, quando a modéstia e a timidez levaram Moisés a dizer: “Quem sou eu”? A resposta de Deus foi esta: “Certamente Eu serei contigo” (v. 12), o que era mais do que suficiente.
Se Deus estiver comigo, pouco importa quem sou ou o que sou. Quando Deus diz: “Eu te enviarei e serei contigo”, o servo está amplamente revestido de autoridade divina e de poder, e, portanto, deve estar perfeitamente satisfeito de ir aonde Deus o envia.
Mas Moisés faz a interrogação. “E Moisés disse a Deus: Eis que, quando vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direi”? É mesmo maravilhoso ver como o coração humano argumenta e interroga quando deve a Deus obediência implícita; e ainda mais maravilhosa é a graça que suporta todos esses argumentos e responde a todas as interrogações. Cada pergunta parece realçar apenas qualquer novo aspeto da graça divina.
O deserto pode ser o lugar ideal para os nobres de Deus receberem Seus planos e serem comissionados e consolidados por Ele. Por isso, precisamos estar sensíveis às manifestações de Deus, mesmo às mais esquisitas. Deus sempre quer atrair-nos para Ele mesmo, com a intenção de nos transformar. Muitas vezes, não conseguimos voltar-nos para Deus, porque estamos distraídos com muitas coisas em nossos palácios que competem com o nosso Deus. Estando no deserto, Moisés tinha muito pouco com que se distrair. Um líder nobre deve ser sensível aos moveres de Deus, mesmo nos desertos. Só os que se voltam para Deus podem ser transformados e usados por Deus!
Não se impressione com as suas limitações pessoais, nem com a grande obra para a qual Deus o chama para realizar. Não se inquiete com o facto de ser chamado para abrir grupos, formar sua equipe de discipulado, alargar a sua tenda, conquistar grandes territórios. Não se intimide por ser chamado para projetos divinos muito maiores que o seu entendimento. Este é tempo das maravilhas de Deus! Não dê ouvidos aos planos do diabo, mas dê ouvidos aos planos de Deus para a sua vida. Não dê ouvidos às mentiras do inimigo, mas firme-se nas verdadeiras promessas de Deus. Seja um nobre e decida andar na excelência da sua vocação. Permaneça firme porque o Senhor será consigo! Ao sermos aprovados no deserto, nos habilitamos para conquistas grandes e maravilhosas que jamais imaginamos!
Não desespere, não murmure e nem se impressione com o deserto, mas busque envolver-se com Deus no deserto. O deserto é o lugar do homem ouvir a voz de Deus, porque lá existem poucos ruídos paralelos. Um líder nobre deve ter ouvidos nobres. Ouvido nobre é ouvido santificado, inclinado para os lábios do Senhor!
Prepare-se para ver as maravilhas de Deus, ouça a Sua voz e entregue-se a Ele. Certamente que sairá com espírito e caráter nobres, desafiado e preparado para conquistar muitas vitórias em direção à terra da promessa. Afinal, o Senhor, que também age nos desertos, está consigo. Aleluia!

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

O Deus Que Exerce a Justiça, a Misericórdia e a Graça Para Connosco.


Texto: Génesis 4 e 5
Introdução
Seguindo o roteiro em Génesis, até o capitulo 2, tudo estava maravilhoso e agradável. Deus demonstrou o seu amor criando um ambiente ideal para colocar nele o homem e a mulher que Ele criaria. Tudo estava indo maravilhosamente bem porque não havia pecado e o homem era totalmente focado em Deus e comprometido em adorá-lo. Mas, Adão resolveu “dialogar com a tentação” e a queda veio. Agora o cenário mudou. O homem, o ambiente, a criação, tudo foi afetado pela queda.
Chegamos aos capítulos 4 e 5. É um trecho interessante, pois veremos muitos “primeira vez”. Nestes dois capítulos temos o primeiro parto, a primeira briga entre irmãos, a primeira expressão de culto (culto não havia sido institucionalizado ainda), a primeira resistência humana ao confronto amoroso de Deus, a primeira expressão de poligamia, o primeiro homicídio, a primeira cidade sendo fundada, o primeiro homem a não passar pela morte física e o primeiro homem (Metusalém) que viveu 969 anos. Em suma, estes dois capítulos começam a mostrar que a raça humana multiplicou-se mas ao mesmo tempo passou a viver uma espiral descendente de corrupção. Um pecado chama outro pecado. A raça humana piora, o pecado começa a tomar um vulto fora do comum.
Por outro lado, veremos o Deus que exercita justiça. Ele já havia demonstrado isto para com Adão e Eva. Mas, também já havia demonstrado que junto com o castigo já havia providenciado a solução para o pecado, no futuro, através de Jesus. Mas, nestes dois capítulos veremos o Deus que exercita justiça, mas Ele faz algo ainda mais impactante. Ele exerce justiça permeada por graça. Por ser santo, Deus não pode deixar de lidar de uma forma justa com o pecado. Todo o pecado precisa de ser punido por que Deus é santo. Mas, junto com a sua justiça, Deus demonstra a sua graça. Veremos o Deus que exercita justiça e o Deus que exercita graça.
Há um ditado comum que diz que todos os caminhos levam a Roma ou que todos os caminhos levam ao céu. Puro engano. Alguns podem se achar no caminho certo para Roma, mas na realidade ele pode se perder totalmente. Quando pensamos no caminho para Deus ou no caminho de um andar com Deus não podemos ouvir o que as pessoas dizem, mas ouvir o que a Bíblia diz. No texto de hoje olharemos para Deus e como ele lidou com três personagens. Caim, Abel e Enoque. Eles trilharam caminhos diferentes. Um deles achava que estava no caminho certo e terminou no destino errado. Vamos abrir o texto e olhar para Deus, aquele que exerce justiça e graça e nos leva para o único caminho certo.
1. Deus Exerce a Sua Justiça por Causa da Sua Santidade (Gn. 4:1-16).
Eva havia pecado juntamente com o seu marido. Eles ouviram a confrontação de Deus e responderam ao que Deus havia dito nesta confrontação. Deus não rejeitou Adão e Eva. Mas, a dor da queda começou e estava entre eles. No capítulo 4 Adão e Eva começam a cumprir uma das ordens de Deus para eles. Multiplicarem-se e encher a terra. O capítulo 4 começa com o primeiro parto. A despeito da dor ao dar à luz, Eva realiza-se como mãe. Deus fez a mulher assim. E o texto diz, “Adão teve relações com Eva, sua mulher, e ela engravidou e deu à luz a Caim. Disse ela: Com o auxílio do Senhor tive um filho homem”. Seu primeiro filho foi um impacto. Olhe o nome que ela lhe deu, Caim. Que grande início de vida, saber que a sua vida tem a ver diretamente com a acção de Deus. Não foi uma mera gestação.
Eva creu que Deus participou no processo, abençoando ou simplesmente enviando este filho como uma lembrança de Deus para ela, apesar da queda. Caim começou bem. Mas, Caim ganhou um irmãozinho. O nome de Caim tinha um grande significado, mas o seu irmão parecia que recebera um nome profético. Abel, “de pouca duração”, “vapor”, “algo que é nada”. Os dois nasceram como fruto do amor de seus pais.
Certamente Adão e Eva devem ter criado os seus filhos com o mesmo carinho e desvelo distribuído a cada um deles. Imaginamos que lhes tenham contado as muitas histórias sobre o modo como viviam antes, no Éden, sobre os encontros pessoais que tinham com Deus e sobre como eram maravilhosas as conversas enquanto soprava a brisa do dia.
Também podemos imaginar que Caim e Abel receberam a mesma formação familiar. Eles conheciam a Deus, sabiam da justiça divina, bem como da misericórdia e da graça experimentada por eles e pelos próprios pais. E a Escritura nos diz que Caim cultivava a terra, enquanto Abel conduziu ovelhas, e um dia, os dois irmãos resolveram trazer algo para o Senhor. Note que nesta altura adorar a Deus ainda não era algo claro.
Não havia normas ou ensino sobre como adorar a Deus. Mas, por outro lado, a criação anuncia a glória de Deus, e com certeza alguma coisa havia na mente destes dois rapazes que os levou a oferecer algo a Deus, com certeza por gratidão. Não era algo para obter perdão de pecados. Talvez, apenas um acto de gratidão. E agora o problema da raça humana aparece claramente.
a)    Deus confronta a atitude de Caim (4:1-7).
Abel foi pastor de ovelhas, e Caim, lavrador, logo, as primícias de Caim teriam que ser do fruto da terra! Caim trouxe alguns dos frutos de suas colheitas como oferta ao Senhor. Abel, por sua vez, trouxe as partes gordas das primeiras crias do seu rebanho. Exteriormente falando tudo parecia bem, mas os resultados são diferentes porque as ofertas foram diferentes. A Bíblia diz que “atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta, mas para Caim e para a sua oferta não atentou“ (Gn. 4:4b, 5a). O Senhor aceitou com agrado Abel e a sua oferta, mas não aceitou Caim e a sua oferta. E a primeira menção das primícias nas Escrituras, é encontrada justamente nesta oferta. Note que Caim trouxe a sua oferta “No Fim de uns Tempos”. A oferta das primícias é uma forma, de reconhecer Deus em primeiro lugar. Se Caim não soubesse a forma correta de oferecer algo ao Senhor, não poderia ser culpado, mas ele sabia a forma correta de o fazer. Na verdade, a entrega das primícias é uma semente para entrar nas bênçãos de Deus.
À primeira vista, a decisão do Senhor ao aceitar Abel e rejeitar Caim parece arbitrário. Todavia, para Deus que sonda mente e coração a avaliação era bem diferente. Não era em Caim que se encontrava um coração cheio de fé diante dEle, mas em Abel, aquele de quem nada era esperado! Que maravilha! Ambos adoravam o Senhor, e ambos trouxeram ao Senhor um sacrifício. O que O fez aceitar um e rejeitar o outro? Foi a atitude do coração de Caim que levou Deus a aceitar a oferta de Abel e a rejeitar a sua. O problema não era meramente a oferta de Caim, era o seu coração. Nos versos 4 e 5 de Génesis 4, lemos: “O Senhor aceitou com agrado Abel e sua oferta, mas não aceitou Caim e sua oferta”.
Caim, quando viu que a sua oferta foi rejeitada, se enfureceu fortemente e o seu semblante ficou descaído. Ao invés de procurar saber do por quê da rejeição de sua oferta por Deus, para que pudesse melhorar, ele “fechou a cara”. Não há como esconder, o que está no coração acaba aparecendo em nosso olhar, nosso falar, em nossa postura.
O Senhor disse a Caim: “Por que te iraste? E por que andas com o teu semblante descaído? Se bem fizeres, não haverá aceitação para ti? E se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e para ti será o seu desejo, e sobre ele dominarás” (Gn. 3:6-7). Esse “Anda carrancudo” mostra que aquilo não foi algo momentâneo. Caim deve ter ficado dias e dias com “aquela cara”. Seus pais, seus irmãos devem ter perguntado a mesma coisa que Deus. E Caim deve ter respondido o mesmo que respondeu para Deus: Nada! Não é fácil colocar para fora e nomear sentimentos ruins. Mas se queremos ser libertos deles, devemos nomeá-los e confessá-los. Se não fizermos isso, estes sentimentos ruins crescerão e causarão estragos em nossas vidas.
Deus disse a Caim o motivo da rejeição da sua oferta: “Você agiu mal”. Que palavra dura! Mas era o que Caim precisava de ouvir, Deus estava dizendo a ele (e a nós) que estava de olho nele não somente quando ele vinha perante o altar para ofertar. Os olhos de Deus o acompanhavam em todos os momentos.
Os pais que querem educar seus filhos, não podem protegê-los de todas as durezas e dificuldades da vida. Porque desse modo a inteligência não se desenvolve, a vontade não se reforça, porque há crianças imaturas que precisarão sempre dos pais e não poderão, por isso, nem sequer ajudar positivamente os outros. A raiva dos desejos insatisfeitos gera muita frustração, assim, com o passar dos anos, essa raiva acumulada cria a depressão e o pânico.
Para agirmos corretamente como pais, é preciso sermos capazes de mostrar aos filhos, o erro cometido e, apontar o caminho certo. No meio das dificuldades e das incompreensões, deve-se ensinar como perseguir seus objetivos e persegui-los com tenacidade. Assim, a criança não alimentará os pensamentos negativos. No caso de Caim, Deus o adverte como Pai amoroso, para que se livre daquela ira, pois ela estava abrindo brecha para um pecado maior ainda, mas no seu interior Caim já estava escravizado pela mente, que se tornou sua própria inimiga.
Veja o desatino de Caim. Enfureceu-se contra Deus. O Deus justo trata aquele que Ele criou com uma atitude amorosa, da mesma forma como muitas vezes nós como pais quando vemos nossos filhos cabisbaixos ou irados, perguntamos, por que estão assim? Deus não está fazendo perguntas para Caim cujas respostas não soubesse. Não. Deus está procurando conversar com Caim e ajudá-lo a sair do seu erro. Neste contexto Deus nos ensina algo que pode servir de guia para nossas dificuldades emocionais como ira, por exemplo. Deus vê Caim furioso e não alisa a fúria de Caim. Não, Deus lida com o problema de Caim. Deus diz que o que Caim havia feito não era bom.
b)    Deus sonda o coração de Caim (4:1-8).
Deus sonda o coração do homem e não o seu exterior (Sl. 139). Deus sondou o coração de Caim e viu que existia algo de errado. Deus então falou com ele, mas ele não quis ouvir. Deus sabia que o sentimento que estava brotando no coração de Caim iria abalar o seu relacionamento com Ele e o fim era a morte. Por isto Deus o alertou. E tem mais, quando se rejeita fazer o que é certo, não se é aceito. E quando o que é errado - o pecado - o tentar, cuidado, tem a responsabilidade de não se deixar dominar por ele. É sua responsabilidade não deixar que o pecado o domine, pois quando escolher ser dominado pelo pecado as consequências serão funestas. Isto é muito forte e importante para nós. Nós somos responsáveis por nossos pecados. Não temos como fazer como Adão fez, transferindo para a Eva a culpa da escolha errada dele. Não, quando agimos errado Deus está nos alertando que a escolha foi ou é nossa.
Deus sonda os nossos corações todos os dias. Quando Ele vê que há alguma coisa errada, Ele nos alerta. Só permanece do jeito que está quem quer. Por que Ele sempre está falando connosco, através da Palavra, de alguém, quando estamos orando. Só Deus é capaz de conhecer o coração de cada homem, “Ele sonda o profundo e o escondido, conhece o que está em trevas, e com Ele mora a luz” (Dn. 2:22).
Todo aquele que não ouve ao Senhor é lançado para longe Dele. Para fora de Sua presença Gn. 4:13-14 “É tamanho o meu castigo, que já não posso suportá-lo. Eis que hoje me lanças da face da terra, e de tua presença hei-de esconder-me”.
Precisamos de valorizar o que Deus está falando connosco. Com certeza isto significará sacrifícios, lutas e perseverança. Mas não há outro caminho.
Foi a falta de uma atitude coerente com o propósito de Deus que levou Caim à ruína. Esse foi o problema dele. Sua atitude estava divorciada de Deus. Por essa razão, a sua oferta não foi aceite, uma vez que a sua atitude a estragou.
Aqui começa o que Judas chama de “O Caminho de Caim”. Caim fez uma oferta a Deus. Mas, esta oferta não representava o que Deus queria porque vinha de um coração que não estava focado ou alinhado com Deus. De onde tiramos isto? O apóstolo João em sua primeira carta no capítulo 3:11 diz que as obras de Caim eram más. “Não sejamos como Caim, que pertencia ao Maligno e matou seu irmão. E por que o matou? Porque suas obras eram más e as de seu irmão eram justas” (1 Jo. 3:12). Caim não precisava de ter oferecido algo a Deus. Mas se ofereceu, então precisava vir com um coração puro.
c)   Deus disciplina Caim por causa do caminho errado que ele escolheu (4:8-14).
Caim não ouve Deus. Caim resiste a Deus. Quando resistimos a Deus é como se perdêssemos nossos limites e piores coisas podem acontecer. Deus estava ali para ajudar Caim. O Deus que exerce justiça não a exerce antes de oferecer graça. Se Caim houvesse perguntado, por exemplo, “Sim Deus, como posso sair de perto deste domínio do pecado e oferecer para o Senhor algo que lhe agrade e não apenas a minha religiosidade?” Mas, em vez de ouvir Deus, Caim sai da presença de Deus e assassina seu irmão Abel. “Então o Senhor perguntou a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele disse: Não sei; sou eu guardador do meu irmão? E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra. E agora maldito és tu desde a terra, que abriu a sua boca para receber da tua mão o sangue do teu irmão. Quando lavrares a terra, não te dará mais a sua força; fugitivo e vagabundo serás na terra. Então disse Caim ao Senhor: É maior a minha maldade que a que possa ser perdoada. Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua face me esconderei; e serei fugitivo e vagabundo na terra, e será que todo aquele que me achar me matará” (Gn. 4:9-15).
Como deveria Deus agir? Aqui Deus deixa claro. Somente ele tem a decisão sobre a morte. E isto é mais problemático ainda. O assassinato clama por reparação. Abel se torna passível de punição. Mas, note como Deus chega para Caim. Da mesma forma como Ele chegou para Adão e Eva. Ele não chega já exercendo o seu poder soberano de aplicar justiça. Não, ele chega para conversar, para dialogar, para promover arrependimento, se a pessoa quiser. Caim perde o grande momento de mudança. O problema poderia ter sido resolvido ali. Mas o caminho de Caim passa pela auto-suficiência. Auto-suficiência é uma maneira de dizer para Deus, eu não preciso de si. Em vez de dizer, “Senhor, eu extrapolei, errei, quis lidar com a minha raiva da forma errada e olha o que fiz. Tem misericórdia de mim”! Não, Caim continuou resistindo a Deus. Em Provérbios 28:13 encontramos, “aquele que encobre suas transgressões jamais prosperará, mas aquele que as confessa e deixa, alcançará misericórdia”.
Deus então exerce a sua justiça. Deus disciplina Caim. Ele põe a própria terra ou o solo contra ele. Aquele homem que havia vindo ao mundo como um presente de Deus, cheio de vigor, agora se tornaria fraco fisicamente, mesmo que comesse bem da terra que ele cultivasse. “Agora maldito és tu desde a terra, que abriu a sua boca para receber da tua mão o sangue do teu irmão. Quando lavrares a terra, não te dará mais a sua força; fugitivo e vagabundo serás na terra” (11-12).
Mesmo após essa sentença, a auto-suficiência de Caim continua e agora ele demonstra apenas remorso, não arrependimento. Disse Caim ao Senhor: “Meu castigo é maior do que posso suportar. Hoje me expulsas desta terra, e terei que me esconder da tua face; serei um fugitivo errante pelo mundo, e qualquer que me encontrar me matará”. Ele reclama do castigo, acha que o castigo foi demais, e que ele pode morrer. Deus já havia exercido a sua justiça. Caim fora amaldiçoado e o fruto do trabalho em sua profissão não traria beneficia para ele. Deus é justo, Deus tem o direito de exercer justiça disciplinando e punindo o pecado.
Mas, mesmo ao exercer justiça Deus expressa a sua graça (4:15-26). Caim, não merecia ser poupado fisicamente. Ele que além de acariciar sentimentos de rebeldia, e murmurar contra Deus por causa da maldição pronunciada sobre a terra e sobre o género humano, devido ao pecado de Adão, havia matado seu irmão. Deus poderia ter matado Caim. Mas, além de ter poupado a vida de Caim, Deus resolve proteger Caim de ser assassinado. Deus puniu, mas mesmo assim Deus ainda ouve um pedido de Caim. Ele não seria assassinado como Abel o fora. Pois o Senhor lhe respondeu: “Não será assim; se alguém matar Caim, sofrerá sete vezes a vingança”. E o Senhor colocou em Caim um sinal, para que qualquer um que viesse a encontrá-lo não o matasse. Deus exerceu a sua justiça, mas a exerceu permeada por graça. Deus por ser Deus resolve oferecer graça a quem Ele quer, mas se compraz em ser adorado por quem o ama (Hb.11:6).
d)   A incredulidade é a porta de entrada para a distância de Deus (Gn. 4:3; Hb. 11:6).
Este foi o caminho de Deus para lidar com o caminho errante de Caim. Caim trilhou a religiosidade, os ciúmes, resistiu a Deus, foi autossuficiente e cometeu assassinato. Mas, sabe como tudo começou? Falta de fé. Caim resolveu não crer que focar-se em Deus, fazer Deus o primeiro de tudo em sua vida era o melhor para ele. Abel fez assim, por isso as suas obras foram boas. Mas, Caim preferiu viver a vida dele com ele achava que era certo sem perguntar a Deus se era certo ou não. O autor de Hebreus nos diz que “sem fé é impossível agradar a Deus”.
O primeiro nome da chamada galeria de fé em Hebreus 11 é Abel, em contraste com Caim. Fé aqui, em relação a Abel, não é a fé salvadora que exercemos em Jesus, mas a fé que quando Deus diz algo para nós, nós o aceitamos como palavra final. Se Deus diz que é assim, que a minha vida deve ser é assim, que seja. Se for assim, mesmo que eu venha a perder algo ou a deixar de ser algo que sou, a fé me faz continuar confiando nos propósitos de Deus para a minha vida, pois Deus tem o melhor para mim. Isto é fé. Nosso problema maior não é riqueza ou pobreza, beleza ou feiura, ter ou não ter. Nosso maior problema é não reconhecer que Deus é o nosso foco e que não podemos viver sem ele. E quando tentamos viver sem ele entramos no caminho de Caim.
Caim começou bem a sua história. Seu nome significa “... com a ajuda de Deus”. Seu início foi brilhante. Se ele houvesse vivido a sua vida com o foco em Deus teria recebido a ajuda que Deus lhe quis dar. Mas, ele escolheu o seu próprio caminho, não o caminho de Deus. E para onde o levou o seu próprio caminho? No versículo 16 diz que Caim retirou-se da presença de Deus. Foi a escolha dele. O texto não diz que Deus o expulsou da Sua presença. Caim é o sujeito do verbo. Pior do que andar com uma marca no rosto, pior do que trabalhar e o trabalho não dar frutos, é viver longe da presença de Deus. Não podemos esquecer-nos que o Deus que criou tudo bonito e que criou assim para colocar nele o clímax de sua criação como um acto de amor, é um Deus santo. E porque Ele é santo, Deus não pode ser conivente com o pecado. Deus sempre tem o escape. Quando confessamos e nos arrependemos, o sangue de Jesus nos purifica de todo o pecado. Mas, se ficamos resistindo a Deus, viveremos distantes dele. Não queremos, com certeza, ter o final de Caim. Mas para não termos o final de Caim, precisamos de fugir do caminho de Caim e trilharmos o caminho de Deus. Vamos ver como isto funcionou na vida de Abel e Caim.
2. Deus Exerceu Graça por Causa do Seu Carácter Amoroso e Relacional (Gn. 5:4; 5:18-24).
Dois homens cresceram juntos, vieram da mesma família, mas viveram experiências diferentes. Assim foi com Caim e Abel. Estes dois viveram em uma cultura onde o pecado já imperava. A violência já fazia parte do contexto histórico. Assim, é encorajador perceber a mão de Deu tratando suas criaturas de uma forma pessoal no meio de um mundo corrupto. Assim também foi com Enoque, como veremos a seguir.
a)  Deus tem prazer em receber adoração sincera (Gn. 4:4-5; Hb. 11:4, 6).
A adoração é uma coisa que ocorre no íntimo do ser, no íntimo do coração que salvo algumas vezes (quando é manifestada o tipo de vida que a pessoa leva), só Deus pode saber quando uma pessoa está adorando ou não. E seguindo essa linha de pensamento só consigo pensar que não existe adoração extravagante porque não existe adorar mais ou adorar menos, ou você adora ou não adora, ou você é de Deus ou não, ou você é um adorador ou não.
Adoração requer uma vida debaixo da vontade de Deus, adoração não é uma manifestação física, de modo que uma pessoa imóvel orando sentado em silêncio no fundo da igreja pode ser uma adoradora mais autêntica do que um musicista cantando ou tocando louvores no altar. Tudo depende de como está o coração, a vida da pessoa com Deus. Quando estamos adorando não estamos mostrando nada a ninguém, mas somente e tão-somente mostrando a Deus o quanto o amamos.
Vamos voltar ao nosso texto no capítulo 4 e rever o início do conflito entre Caim e Abel. Como dissemos, ainda não havia culto estabelecido em sua forma. Isto vai aparecer apenas no capítulo 4:26 com o nascimento de Enos, neto de Adão. Mas, Caim e Abel resolvem prestar uma homenagem ou expressar gratidão a Deus. “Caim trás dos frutos da terra que ele cultivava. E Abel trouxe, por sua vez, as partes gordas das primeiras crias do seu rebanho. O Senhor aceitou com agrado Abel e a sua oferta” (Gn. 4:4). Qual foi a diferença entre as duas ofertas? A diferença é muito subtil, mas, se formos muito cuidadosos e estudiosos, podemos encontrar a diferença na linguagem usada para descrever cada oferta. Caim deu “do fruto da terra”, enquanto Abel trouxe “os primogénitos do seu rebanho, e os mesmos de gordura”. A diferença. Portanto, está na atitude e no coração de cada um. Numa tradução mais antiga diz que Abel trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste.
Tal distinção é pequena, mas os corações dos homens são revelados em pequenas coisas como esta. É a falta de uma boa atitude que tem desmantelado a vida de tantas pessoas. Uma vida de insucessos seja na área espiritual, emocional ou física, começa com o envenenamento da atitude do nosso coração. Por isso, a cura começa também pelo tratamento dessa atitude
Mas, qual é a mensagem? Aqui pela primeira vez aparece uma nuance daquilo que Deus estabeleceria mais tarde para o seu povo. O princípio dos primeiros frutos. Talvez possamos achar uma ilustração que, mesmo superficialmente, nos ajude a entender um pouco do significado da oferta de Abel. Lembra-se quando é que partiu o bolo do seu casamento? Para quem foi o primeiro pedaço? Para quem deu as primícias do seu bolo? Neste contexto é que as obras de Abel são citadas em Hebreus 11.
Abel tinha um coração que procurava honrar Deus e porque procurava agradar a Deus, trouxe o primeiro do seu rebanho, o mais significativo. Junto com a próxima frase podemos entender o todo da expressão e porque Abel agradou a Deus. Naquela época gordura não tinha nem a conotação nem certamente causava o dano que causa hoje quando é parte da nossa alimentação. Gordura era sinal de alegria, daquilo que se tem de melhor, de apreciável. Assim, podemos dizer que Abel trouxe para Deus o primeiro e o melhor do que ele tinha.
John Ortberg menciona que numa sociedade de escassez trazer os primeiros e melhores frutos para Deus significava dizer, eu confio em ti. Ao trazer o melhor para Deus, Abel estava dizendo, Tu és o primeiro, Tu és o foco da minha vida, em Ti confio. Que diferença entre o caminho de Abel e o caminho de Caim. Um não teve confiança que Deus o supriria e que teria o melhor para ele. Mas Abel confiou em Deus ao ponto de trazer para Deus o melhor que ele tinha e este melhor que ele tinha ele o dedicou ao Senhor.
Que encorajamento para nós... Será que fazemos assim em nossas vidas? Será que do nosso salário damos para Deus as primícias ou damos do que sobra e quando sobra? E do nosso tempo e da nossa energia? Quando agimos assim, Deus tem prazer em nós. Deus não se deixa comprar, mas Deus se alegre em receber o melhor de nós.
Da mesma forma que Deus verificou o coração de Caim e o rejeitou, Deus viu o coração de Abel e viu que as obras dele eram boas. Deus está mais interessado em nosso coração do que em nossas obras. A religiosidade de Caim o levou a afastar-se de Deus. Ele era religioso. Por outro lado, Abel tinha um coração direito com Deus.
Abel chega perante Deus como um desprovido de qualquer mérito e dá o seu melhor para Deus. Deus é Deus que exercita justiça, mas também expressa e exercita a sua graça. Deus tem prazer em receber adoração sincera. Deus recebeu com alegria o que Abel oferecera. Isto é graça, Deus não precisa disto, mas nos deu o privilégio de podermos adorá-lo com o que temos.
b) Deus tem prazer em andar com os que se oferecem a Ele (Gn. 5:22-24; Hb. 11:5; Sl. 51:6).
A civilização adâmica estava se desenvolvendo e os efeitos da queda se alastrando. Caim edificou uma cidade, um local cercado, como aparece em Génesis 4:17. Surgem as primeiras profissões bem com a arte começa a se desenvolver. Por outro lado, a corrupção e a violência também. O princípio de uma só carne de um homem com uma única mulher estava já sendo violado. Imoralidade já se tornara parte da cultura. Assim, é no contexto cultural de violência, imoralidade e distância de Deus, ou numa sociedade que incluirá Deus, que surge um homem chamado Enoque. No meio deste mundo violento surge um homem, marcado pela sua vida com Deus. Seu nome Enoque – Enoque quer dizer “dedicado”. As menções que se fazem nas genealogias desta época é que os homens viveram um certo número de anos e morreram. Fulano viveu tantos e anos e morreu. Mas, em relação a Enoque diz que Enoque viveu 365 anos e já não era porque Deus o tomara para si. Por que Deus o tomara para si? Porque Enoque andava com Deus. Veja a foto de Deus nesta passagem – Deus é um Deus que exercita sua justiça, como ele fez com Caim. Deus abordou tantas vezes Caim para levá-lo a um arrependimento.
Mas, Caim preferiu sair da presença de Deus. Agora o mesmo Deus relaciona-se significativamente com Enoque. No meio de uma geração corrupta, Deus encontra um homem, Enoque, que anda com ele. É interessante que Judas menciona Enoque em sua carta como aquele que profetizou contra a impiedade de sua época. Isto quer dizer que Enoque não foi alguém que viveu em constante vida ascética ou separada de sua comunidade. Não, ele foi activo e por andar com Deus, confrontou a cultura corrupta de sua época. Juntamente com Elias são os únicos homens do Antigo Testamento sobre os quais é dito que não passaram pela morte.
A relação de Deus com eles era tão intensa, bem como o andar deles com Deus era tão íntegro que Deus os chamou para si de uma forma totalmente diferente. Deus toma Enoque para si. Andar com Deus numa sociedade corrompida é algo totalmente fora do comum. Assim, quando o autor de Génesis diz que Enoque andou com Deus, várias coisas estavam implícitas:
1) Andar com Deus significa que Enoque tinha comunhão com Deus. Pelo que podemos perceber estudando o texto de Gn 5:24, mais especificamente a palavra “andou” não significa um andar fisicamente. Não é isto que o texto de génesis ensina. Mas o que percebo neste ensino é que a sua conduta mostrava um homem andando na presença do Senhor. Não era um relacionamento unilateral religioso, como alguém que se apresenta num certo momento e espera uma aparição de Deus. Não, Enoque vivia num relacionamento de mão dupla. Enoque viveu uma vida de obediência à Palavra de Deus... Ele não estava apenas diante de Deus num formato religioso, ele andava ao lado, ele ouvia, ele falava, ele era impactado por Deus. Embora ainda não houvesse a palavra escrita, entendemos que Deus falava diariamente com o seu servo. Precisamos de nos espelharmos nos exemplos dos heróis da fé.
Muitos de nós queremos que Deus ande connosco, ou seja, que ele nos acompanhe por onde nós caminhamos. Enoque é um homem que segue a Deus. Ele nos ensina que a espiritualidade é caminhar com Deus, é proceder em moral, em justiça e observância de leis. Também o que podemos afirmar é que a morte é mostrada em génesis como consequência do pecado. Enoque vive de maneira que as consequências do pecado (a morte) não tenham efeito sobre ele. É o homem que sobrepuja o pecado. Isto é espiritualidade. Viver de maneira que o pecado não tenha domínio sobre a pessoa.
Andar com Deus refere-se a uma prática diária de obediência à Sua Palavra. É uma vida moral correta, pois Deus é santo e não aceita o pecado. Nossa comunhão com Deus depende de andarmos na luz da Sua Palavra onde o pecado fica evidente. Andar em comunhão com Deus significa “andar na luz”, aliás, significa andar de acordo com o carácter de Deus, que é luz. “Ora, a mensagem que, da parte dele, temos ouvido e vos anunciamos é esta: que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma” (1 Jo. 1:5). É manter uma vida pura. O pecado interrompe a comunhão com Deus. Quando pecamos devemos pedir perdão imediatamente a Deus para restaurarmos a nossa comunhão com Ele. Não tem como andarmos com Deus se não obedecermos à Sua vontade, temos que viver de acordo com os Seus princípios.
Como filhos de Deus, pesa sobre nós a responsabilidade de mantermos uma comunhão com Deus, ou seja andarmos com Ele em todos os momentos de nossa vida. Se mantivermos um propósito de nos relacionar com Deus de uma forma íntima, certamente nossa vida terá grande crescimento espiritual. Não nos abateremos com facilidade perante às pressões de nosso inimigo. Pelo contrário o Deus que está em nós nos fortalecerá e nos levará em triunfo.
O andar com Deus é consistente com as responsabilidades terrestres. Isto nos mostra que Enoque, embora desfrutasse de uma grande intimidade com Deus, não desprezou suas tarefas terrenas, principalmente quanto ao cuidado de sua família.
2) O andar de Enoque com Deus fez com que Enoque permanecesse puro no meio de uma geração impura. O que deve chamar a nossa atenção é a expressão: “andou”, que retrata a intimidade, que é a essência da piedade que encontramos no Antigo Testamento. O que podemos afirmar também é que Enoque foi um homem que desejou ser diferente, desejou ter um relacionamento mais profundo com Deus do que os outros. Não se conformou com o padrão dos outros. É o modelo de espiritualidade contemporânea, que vem da antiguidade, nos primórdios da humanidade. É um homem que anda com Deus.
Deus por ser relacional, ao deixar-se conhecer por aqueles que o amam, tem prazer em capacitar esta pessoa para viver uma vida abundante apesar das pressões culturais e morais do meio no qual ela vive. Enoque viveu trezentos e sessenta e cinco anos sem se deixar contaminar pela cultura pervertida na qual ele viveu. Aqui entra o conceito de permanecer que Jesus ensinou em João 15. Se permanecermos em Cristo, se ficarmos nos alimentando da videira, se dependermos dela, teremos vigor.
Teremos o vigor para lidarmos com o pecado que grunhe à nossa porta, da mesma forma como grunhiu diante de Caim. A diferença é que por andarmos com Deus nossos sentimentos e valores se identificam com os valores e sentimentos de Deus. Assim, deixamos de fazer o que é errado não como fruto de uma obrigação, mas como fruto do amor por ele. Se estamos permanecendo nele, receberemos o amor dele mais e mais e por o amarmos mais e mais, fugiremos daquilo que o desagrada. A vida fica leve.
3) Enoque andava com Deus porque estava de acordo com a vontade de Deus. Enoque era um homem de fé e foi esta a qualidade que fez dele o melhor homem dos primeiros dez séculos de história. Pela fé Enoque andou com Deus. Caminhar com Deus é fixar sempre Deus diante de nós, e agir como aqueles que sempre estão debaixo do Seu olhar. É fazer da Palavra de Deus a nossa regra e a Sua glória, conforme Ele exige e ordena na Sua própria Palavra. Ao andar com Deus, Enoque, com certeza desenvolveu o seu amor para com Deus. Não tem como andarmos perto de Deus e não aumentar nosso amor por Ele.
 Quando andamos perto de Deus nosso amor por Deus foca na pessoa dele e não nas coisas que Ele pode nos dar. Queremos ficar perto dele porque nele existe razão para viver, Ele nos satisfaz, mesmo quando não temos o que queremos.
4) Ao andar com Deus Enoque pode lidar com a dureza e as dificuldades da vida. Quando andamos com Deus entendemos claramente as palavras de Jesus “sem mim nada podeis fazer”. A cultura na qual Enoque viveu era muito semelhante à qual vivemos inseridos, e tinha fortes apelos. Sejam apelos sensuais ou materialistas. Seja a pressão para desistir de uma vida santa ou viver uma vida focada no prazer apenas.
Enoque procurava ouvir a Deus, ter uma comunhão diária com Ele. Isso com certeza significou sacrifícios, luta contra os desejos carnais e contra as paixões que dominavam sua época e seus contemporâneos. Mas isto agradou a Deus.
Portanto, eis um princípio. Fazer a vontade de Deus é ter uma vida de fé e de dependência contínua nEle. É lutar contra os desejos e paixões carnais e isso nos leva a ter uma vida diferente dos demais. Como precisamos de homens e mulheres que façam a diferença em nossa geração! Homens consagrados ao Senhor, que busquem comunhão diária com Ele, que vivam na dependência de Deus. Isso certamente significa desafiar e se opor à moral e as coisas consideradas comuns em nossa época. Agora, uma pergunta: “A nossa geração está melhor do que a de Enoque?” Certamente que não, mas lá havia um Enoque a ser usado, e hoje?
Ao falar com Deus e ouvir Deus, a fé é acrescida e sabemos para quem correr quando estamos debaixo de pressão. Ande com Deus! Viva com Deus! Se você ainda não começou esta caminhada já é hora de iniciar.
5) Quando Enoque andou com Deus, a fé se tornou a sua marca. Enoque cresceu em sua fé para confrontar aqueles que se distanciaram de Deus. Enoque pode ter fé para esperar o tempo que Deus o livraria de dores e problemas. Já imaginou’ quantos problemas ele enfrentou? Se em nossa vida de 80 anos lidamos com tantas dores, quanto mais alguém que viveu 365 anos? Mas, por andar com Deus, sua fé cresceu. Por isso, o autor de Hebreus diz que Enoque obteve testemunho de ter agradado a Deus, por causa da fé. Sem fé impossível agradar a Deus (Hb. 11.6).
Enoque andou de tal forma com Deus, lado a lado com Deus, que Deus fez com Enoque o mesmo que fez com Elias, o tomou para si. Com o arrebatamento de Enoque Deus quis sem dúvida marcar o ensino de que há uma imortalidade em comunhão eterna com Ele reservada para aqueles que andam em Sua presença fazendo a Sua vontade, e isto serviria de consolo e encorajamento para viverem na prática da justiça todos aqueles santos que voltavam ao pó, na morte, de modo a saberem que poderoso é o Senhor para ressuscitar os corpos dos justos, e de que há uma vida melhor reservada para eles do que esta que eles vivem neste mundo. Que diferença de fim de vida. Caim, por causa do seu caminho de falta fé, ciúmes, auto-suficiência, termina sua vida distante da presença de Deus. Enoque quando teria o chamado fim de sua vida, na realidade começa uma nova vida com Deus, a vida eterna.
Ao tomar Enoque para si Deus comunica algo muito claro – Existe vida depois da morte. A morte não é o fim da nossa existência. Se homem pensa que a vida consiste em viver apenas o agora não ter o mente um futuro, ele está totalmente enganado. A vida abundante que Jesus veio oferecer começa aqui na terra mas a total plenitude dela somente se realizará na presença de Deus, depois da morte, em um local chamado Céu.
Aqueles cujo testemunho no mundo é de santidade e cuja conversação é santa, terão uma trasladação feliz, ainda que na morte, porque o Senhor tem feito a promessa de que aqueles que são dele, ainda que morram, viverão, e não terão do que se lamentar todos aqueles que procuram viver de modo que Lhe seja verdadeiramente agradável.
Tanto o coração de Abel como o de Enoque revelam aquele coração que David, no Salmo 51, se refere como sendo um coração que Deus não despreza – um coração contrito.
Deus é um Deus que exercita disciplina, que exercita justiça. Sim, mas também é um Deus que tem prazer em demonstrar graça e acolhimento.
Qual é o seu caminho? E como tem visto Deus em seu caminho? O Deus que Caim viu ou o Deus que Abel e Enoque adoraram?
3. Não Caia no Caminho de Caim!
Veja o contraste com a oferta de Abel – oferta que expressava uma vida que agradava a Deus. A oferta dos dois nada tinha a ver com o que mais tarde a Lei estabeleceria. Não, foi algo pessoal. O Caminho errado de Caim começa aqui quando ele não demonstra crer em Deus ou que a sua vida devia agradar a Deus. O Caminho de Caim Começa com Falta de Fé.
Deus olha para Abel — para o seu coração — e o aceita, para depois aprovar a sua oferta. O mesmo ocorre com Caim. Deus primeiro vê Caim — a atitude existente em seu coração —, rejeita-o e, consequentemente rejeita a sua oferta também. Deus não vê da mesma forma que o homem: “o homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração”. Caim e Abel eram muito diferentes no seu carácter.
Caim ofereceu algo secundário, porque a sua vida e seus desejos eram mais importantes do que os desejos de Deus. Por isso, Deus dá este alerta para Caim - Caim, o pecado está aí querendo dominá-lo. Escolha meu caminho e não o seu, pois o seu vai terminar em morte. Mas, o caminho de Caim continua errado, pois ele não responde ao apelo amoroso de Deus. Um segundo aspecto do erro de Caim ou do Caminho de Caim é o ciúme. Note que a ira de Caim não teve a ver com a riqueza de Abel ou qualquer outro traço de Abel. Caim teve ciúmes e pior ainda, podemos dizer que certo ciúme espiritual. Já imagino isto? Sim. Pois Caim estava vivendo uma vida religiosa, crente ao domingo, mas igual a todo mundo de segunda a sábado.
Nos dias de hoje, o caminho de Caim está presente, quando vemos pessoas, fazendo o seu dever a contragosto, ao darem a Deus o que lhes convém, mantendo tudo como o centro do ego. Tudo é para o ego - trazem a oferta, fazem o sacrifício, atravessam os movimentos, mantêm as aparências, e apontando para estas “evidências” como prova de que estão fazendo o trabalho de Deus.
Mas o caminho de Caim vai além da mera falta de prestar ao Senhor as coisas que Lhe pertencem. O mal não é limitado a algo ruim ou imoral; o mal é o resultado natural e inevitável de agir no melhor interesse do próprio. Pode ser bom, mas é bom para mim, agrada-me, é capaz de fazer-me sábio, capaz de fazer-me como Deus, atende as minhas necessidades, e assim por diante?
Qual foi a reação de Caim para com o Senhor quando seu sacrifício foi rejeitado? Foi: “Eu pequei contra o céu e contra ti”? Ou foi: “Cria em mim um coração puro, ó Deus, e renova um espírito recto dentro de mim”? Ou foi: “Sonda-me e conhece-me, ensina-me e conduz-me nos teus caminhos, para que eu saiba o que realmente te agrada“? Ou foi ter com Abel para lhe dizer: “Meu irmão, tu tens algo em teu relacionamento com Deus que a mim me falta, por favor, ensina-me para que eu também possa saber como adorar a Deus em Espírito e em Verdade”?
Não. A Bíblia diz: “Caim ficou muito irritado, com o seu rosto decaído de raiva”. Quando ele vê que seu esforço para dar algo para Deus ou mesmo agradar a Deus não funciona, ele se enfurece por causa deste ciúme. Ciúmes. Quem pode dizer que não tem ciúmes? O pastor, o líder de pequeno grupo, o diretor da empresa ou o colaborador? Mas, como na vida de Caim, o ciúme começou antes. Quando olhamos para o que temos com ingratidão aquilo que não temos se torna perigoso. Quando não confiamos no cuidado de Deus para connosco ou não confiamos que Deus cuida de nós, esta falta de fé pode nos levar para o ciúme daqueles que tem aquilo que gostaríamos de ter e não temos.
Caim, confrontado com a sua própria irrealidade e pretensão religiosa, não escolheu o arrependimento e a restauração, ele irado escolheu a autojustificação. Ao invés de se ajustar ao propósito e à vontade de Deus, entendeu que sabia melhor o que fazer do que o Senhor. Caim queria que Deus se ajustasse a ele, e não o contrário. Ele queria recriar Deus à sua própria imagem, e reinventar a Deus como uma questão de sua conveniência pessoal. Ele não estava servindo a Deus, mas servindo a sua própria ideia de quem ele pensava que Deus é. Seu sacrifício deveria ser aceite e, portanto, ele pensou, o Senhor e Abel estão errados, e não eu!
O Senhor, no entanto, não se ajustou a Caim, nem permitiu que fosse manipulado pela vã imaginação dele. “Por que te iraste”? Perguntou o Senhor. “Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? Mas se persistires em seguir o teu próprio caminho, lembra-te que o pecado jaz à porta! Ele deseja dominar-te, mas sobre ele deves dominar” (Gn. 4:7).
Caim ignorou o aviso. Ele não pode mudar a mente de Deus, mas também não iria mudar a sua própria mente. Caim permitiu que a mente se deixasse levar pelo mesmo caminho que tinha levado à queda de satanás, condescendendo com o desejo de exaltação própria, pondo em dúvida a justiça e a autoridade divinas. Ele não tinha o senso de pecado e, por isso, pensava que uma oferta de frutos seria o bastante. Mas o pecado jaz à porta o tempo todo, de tocaia, esperando a oportunidade para entrar. Ele agacha-se ou esconde-se junto à porta. A linguagem personifica virtualmente o pecado como uma coisa má agachando-se como um animal louco junto à porta de Caim. Então ele fez o que a maioria religiosamente cega faz - cuidadosamente planeou o assassinato de seu irmão mais novo, Abel, atraiu-o para um campo e matou-o a sangue frio. Tudo isso para eliminar a ameaça para o seu próprio ego. “E falou Caim com seu irmão Abel; e sucedeu que, estando eles no campo, se levantou Caim contra o seu irmão Abel e o matou” (Gn. 4:8)
A primeira pergunta de Deus ao homem é: “Onde estás”? A seguinte é: “Onde está o teu irmão”? Ele tinha avançado tanto no pecado que perdera a intuição da contínua presença de Deus e da Sua grandeza e omnisciência. Assim recorreu à mentira para esconder a sua culpa. Nós somos tutores de nosso irmão. Todos os que estão relacionados connosco acham-se dentro de nosso círculo de conhecidos, ou necessitando de nosso auxílio, têm o direito de esperar algo de nós. Não devemos tirar vantagem deles. O seu bem-estar e o nosso são inseparáveis. Deus mantém um registo de seus santos e os desagravará. Seu sangue clamará a Deus contra aqueles que lhes fizeram mal. No mundo há apenas um clamor mais forte que o deles: “O sangue de Jesus” (Ver Hb. 12:24).
Nossos primeiros pais geraram uma numerosa família, e como esses descendentes se casaram entre si, uma grande população começou a povoar a primitiva sede da vida humana. Caim fundou uma cidade dedicada a tudo que atendesse ao prazer sensual. Esse foi “o caminho de Caim”, brilhante mas ímpio, longe da presença do Senhor Jd. 11). “O caminho de Caim” é a rota de colisão entre o homem e Deus, e entre o homem e seu semelhante. O Caminho (que é Cristo!) proposto pelo Evangelho é o do encontro, da reconciliação entre o Criador e a criatura, e entre o homem e seu próximo.
Tanto a colisão como o encontro são frutos de uma convergência entre pontos. A diferença é que no encontro as partes se integram, se unem, e às vezes se fundem. Já a colisão tem efeitos colaterais devastadores. As partes se chocam, produzem atrito, e às vezes se esfacelam.
O texto bíblico diz que Caim irou-se por achar que Deus não atentava para a sua oferta, como para a oferta de seu irmão Abel. Esse descontentamento foi fruto da comparação. Por que ele, e não eu?
Toda a inveja e ciúme são fruto da comparação. Quando nos comparamos uns com os outros, temos a tendência de achar que somos injustiçados, preteridos, e que, de alguma maneira, nossos direitos estão sendo lesados. Daí vem o senso de justiça própria.
O invejoso é aquele que acusa Deus de agir com injustiça, por preferir uns, e preterir outros. Mas a Bíblia é clara ao dizer que para Deus não há acepção de pessoas.
Abel não era o favorito de Deus, como insinuava Caim. Suas ofertas eram aceitas porque eram feitas com o coração puro, sem a pretensão de desbancar o seu irmão. Já as ofertas de Caim tinham a marca da presunção.
Infelizmente, muitos que se dizem cristãos parecem ter-se matriculado na escola de Caim. Até testemunhos são dados com a intenção de demonstrar o quanto são importantes para Deus, em detrimento de seus irmãos. Acham que dar testemunho é contar vantagem, se cartar, instigando seus irmãos à inveja. - Vejam, vocês não têm a fé que eu tenho.
Esse espírito de Caim tem sido estimulado até dentro dos lares, onde os filhos disputam a atenção e predileção dos pais.
As Escrituras nos advertem a não sermos como Caim, “que era do maligno, e matou a seu irmão. E por que o matou? Porque as suas obras eram más e as de seu irmão, eram justas” (1 Jo. 3:12).
A existência de Abel se tornou uma afronta para Caim. Por isso, ele não hesitou em matá-lo. Convidou-o para um passeio no campo, e quando seu irmão se distraiu, apunhalou-o pelas costas, cometendo o primeiro homicídio narrado pelas Escrituras.
Talvez não tenhamos a coragem que ele teve de tirar a vida do próprio irmão. Mas se nutrimos um sentimento de ódio, alimentado pela inveja e pela justiça própria, aos olhos de Deus somos tão homicidas quanto Caim.
Todo aquele que odeia a seu irmão é homicida...” (1 Jo. 3:15a). E esse instinto homicida, uma vez nutrido, pode nos levar a matar o nosso irmão, pelo simples facto de a sua existência se tornar numa afronta para nós. Há muitas formas de “matar” alguém. Podemos matá-lo à prestação, usando nossa língua como arma. Podemos matá-lo ao privá-lo de seus direitos. Podemos interditar seus sonhos, boicotá-lo com nossos comentários maldosos ou simplesmente ignorá-lo.
O Caminho de Caim é o caminho do ódio, do extermínio, que busca se autojustificar alegando ser vítima de uma injustiça. Já o Caminho de Cristo é o caminho do amor, que em vez de tirar a vida, se oferece para dar a vida, sem qualquer pretensão de ser recompensado. “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós. E devemos dar a nossa vida pelos irmãos” (1 Jo. 3:16). O amor faz cessar toda a contenda, toda a demanda, toda a reivindicação. O foco deixa de ser o nosso direito para ser o bem-estar de nosso semelhante.
Sentimento de inutilidade é sentir-se totalmente descartável, sem utilidade, pode levar a pessoa a um estado de alma desesperador. O desespero que pode existir no coração da pessoa, quando se sente desvalorizada, pode levá-la a destruir os outros, ou, se destruir. Deus tinha um projecto de vida para Caim, independente de sua oferta. Ele era o primogénito consagrado ao Senhor, mas a alma de Caim estava aprisionada por sentimentos maus. O Senhor Deus ainda o levou à reflexão: “Filho, cuidado, o pecado está à porta”. Mas, o espírito destruidor já havia dominado a alma de Caim. Aproveitou a oportunidade para exercer uma pressão mental sobre sua mente, levando-o a entrar no túnel de acusação, sem volta, destruiu por completo sua vida e a vida da sua família. Caim feriu Abel, e sem dúvida as mãos e o altar foram “manchados” Isto indica claramente que a falta de amor fraterno destina a pessoa à esterilidade e a ausência de propósito na vida. Caim era o primogénito, o primeiro filho, consagrado para as bênçãos dos pais, dos irmãos e de toda a descendência. Poderia ter feito a diferença, mas, a maldade estava à porta e, Caim deixou a ira dominar todo o seu ser.
O apóstolo João interpreta a narrativa de Génesis e afirma que o motivo principal do crime era a natureza pecaminosa de Caim, cujo coração era maligno e perverso. João é categórico ao dizer que Caim era do Maligno e as suas obras eram más. Tendo em vista que nada incomoda mais as trevas do que a luz, Caim nutria uma diabólica animosidade para com Abel, homem de fé (Hb. 11:4) e justo (Mt. 23:35).
O motivo íntimo do desumano acto de Caim é revelado em 1 João 3:12. “Os actos de Caim era malignos, e os de seu irmão eram justos. O termo justo, porém, é um termo que se refere a Jesus Cristo (1:9; 2:1, 29; 3:7) Em outras palavras, Caim pertencia a Satanás e Abel pertencia a Deus”. Abel, tinha um espírito de fidelidade para com Deus. Via justiça e misericórdia na forma como Deus o Criador Se relacionava com a raça caída, e profundamente consciente do pecado sentia que era necessário um sacrifício; portanto, sua fé o salvou; por ela, ele se acha ligado a todos os que creem. (Ver Hb. 11:4). A fé é o nosso sexto sentido. Ela nos dá a certeza das coisas invisíveis ou futuras, e que nós conhecemos apenas através da Palavra divina; a mesma certeza que temos das coisas que podemos ver e tocar. Quando nos sentimos conscientes da realidade dessas coisas, naturalmente as levamos em consideração em tudo que fazemos.
Não podemos ouvir e ler estas três histórias sem procurarmos responder para nós mesmos – Qual o caminho que estou seguindo? Em nossa caminhada de descobertas a respeito de Deus vimos que desde o início da história Deus se revelou não somente um Deus amoroso, mas também um Deus que lida e confronta o erro ou o pecado da humanidade ou o nosso pecado pessoal. Deus é amor. Sim, estamos acostumados a ouvir isto. Mas, também Deus é justiça. Vimos que Justiça e Graça, aquilo que recebemos sem merecer não são incompatíveis. Elas vêm da mesma fonte. Por isso, preciso perguntar a mim próprio, Que caminho estou trilhando? O Caminho de Caim ou o de Abel e Enoque?
O caminho de Caim termina em distância de Deus, longe de Deus. O de Abel e Enoque, perto de Deus, impactando o mundo onde se vive. Falta de fé, ciúmes, desobediência, auto-suficiência fazem parte do caminho de Caim. E como sair deste caminho e escolher o caminho de Abel e Enoque? Só há uma maneira – Jesus. Todos nós andávamos pelo caminho de Caim, e alguns ainda estão andando por ali. Mas, Jesus disse, Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida, e ninguém vem ao Pai se não for por Mim. Jesus é o caminho para a mudança de vida, o caminho para a liberdade. Eu preciso apenas de reconhecer – sim, tenho sido Auto-suficiente. Tenho posto minha fé em mim mesmo ou em coisas que realmente não funcionam. Isso pode ser resolvido hoje, mudando de caminho e correndo para Jesus.
Talvez até hoje esteja resistindo em dizer para Deus, sim, tenho errado. Tenho apenas entregue para o Senhor o que sobra da minha vida ou mesmo sido apenas religioso. Mas, hoje eu quero mudar – hoje quero ouvir o Senhor e dizer, estou errado, quero recomeçar. Ou, estou errado, quero entregar a minha vida ao Senhor. Não importa onde tenha andado, ou por quanto tempo tenha andado no caminho de Caim, quando corre para Jesus se torna aceito porque ele não somente é o Deus que exercita justiça, mas o Deus que exercita graça em direcção a nós. Apenas tem que escolher, ou fica onde está ou corre para Jesus e muda de caminho.
Nossa relevância, seja na igreja ou na sociedade, se faz perceptível quando nós encaramos a responsabilidade de ser um exemplo diante das realidades de nosso tempo. Se hoje vivemos no meio da superficialidade, sejamos nós um exemplo de profundidade em nossas relações sociais, no saber e em tudo o que vier às nossas mãos para ser feito. Diante do individualismo, mostremos que é possível o convívio coletivo, marcado pela unidade através do amor e da solidariedade. Diante de um hedonismo exacerbado, mostremos que o amor ao próximo não é uma filosofia bonita, mas uma verdade vivida e experimentada não por aquilo que o próximo tem a me oferecer, mas por aquilo que ele é. Diante de pessoas irresponsáveis, mostremos que a responsabilidade é fruto de uma fé concreta e relevante, preocupada com o aqui e agora. Diante de um mundo que cultua e erotiza demasiadamente o corpo, ofereçamos nossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, através de um culto que celebra a vida, respeitando e aceitando o ser em sua totalidade.
“Esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio: que nos amemos uns aos outros. Não como Caim, que era do maligno, e matou seu irmão. E por que ele o matou? Porque as suas obras eram más e as de seu irmão eram justas. Meus irmãos, não vos maravilheis, se o mundo vos odeia” (1 Jo. 1-3).
E para esclarecer, João explica que “o mundo” não é limitado aos pecadores perdidos, mas inclui os que se dizem irmãos quando não são nada. A maior ameaça para a simplicidade de Cristo não é um pecador perverso no mundo, mas os religiosos que estão seguindo o caminho de Caim, pessoas de dentro de nossas próprias fileiras:
Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo. Estes, porém, dizem mal do que não sabem; e, naquilo que naturalmente conhecem, como animais irracionais se corrompem. Ai deles! Porque entraram pelo caminho de Caim, e foram levados pelo engano do prémio de Balaão, e pereceram na contradição de Coré” (Jd. 1:10-11).
4. Três atitudes de um rebelde 
Ai deles! Porque foram pelo caminho de Caim, e por amor do lucro se atiraram ao erro de Balaão, e pereceram na rebelião de Coré” (Jd. 11).
Esta epístola de Judas está dirigida a todos os crentes do evangelho. Sua intenção é resguardar os crentes contra os falsos mestres que haviam começado a infiltrar-se na Igreja cristã, e a disseminar preceitos perigosos para reduzir todo o cristianismo a uma fé só de nome e a uma profissão externa do evangelho. Tendo negado assim as obrigações da santidade pessoal, ensinavam a seus discípulos a viver em sendas pecaminosas e, ao mesmo tempo, os bajulavam com a esperança da vida eterna. Esta epístola demonstra o vil caráter destes sedutores e pronuncia sua sentença, e conclui com advertências, admoestações e conselhos para os crentes.
Nesta epístola são claras algumas atitudes de rebeldia desses falsos mestres. Quando se fala em rebeldia está se falando da acção de rebelar; qualidade do que é rebelde; oposição; insurreição; pertinácia. Assim, tem-se nesta epístola exemplos de pessoas que se opuseram à autoridade divina e de líderes da igreja, provocaram o povo a pecar e ainda eram insubmissos. Esse texto nos serve de alerta (1 Co. 10:6)
Hoje não é diferente. Os filhos da carne passaram a odiar os filhos do Espírito. Ismael zombou de Isaque, Saul perseguiu David, a liderança religiosa condenou Jesus e o crucificaram. O amor esfriou, e ninguém quer ser suporte do irmão. Homens e mulheres precisam de tomar cuidado para que não caiam nos mesmos erros que alguns caíram anteriormente. Judas diz: “Ai deles! Porque foram pelo caminho de Caim, e por amor do lucro se atiraram ao erro de Balaão, e pereceram na rebelião de Coré” (v.11)
1 – Caminho de Caim - Intolerância
Caim era irmão de Abel. Foi “o primeiro assassino, e Judas talvez queira dizer que assim como Caim assassinou o corpo de Abel, assim também estes homens (os falsos mestres) assassinam as almas doutras pessoas”. A narrativa Bíblica relata que Deus aceitou a oferta de Abel e rejeitou a de Caim (Gn. 4:1-14). Sua postura e posição diante de seu irmão e de Deus demonstrou que ele era um homem invejoso, intolerante e violento. Sua atitude de matar o irmão prova que Caim não suportou ver o êxito de seu irmão e de forma traiçoeira matou-o.
a) Intolerância. As Escrituras nos falam de “suportar uns aos outros em amor” (Ef. 4:2). Esta atitude revela amor, cuidado e compreensão. Este texto nos ensina como devemos olhar para o próximo. Na realidade é uma admoestação para que exista paz e harmonia entre os cristãos. Porém, o que se percebe em muitos indivíduos é um coração rancoroso, cheio de ódio e que não suporta as outras pessoas. Estes estão no mesmo caminho de Caim. Não conseguem ver o sucesso do outro. Os holofotes devem estar todos voltados para eles senão não ficam satisfeitos. Não conseguem se alegrar em ver que o outro é bem-sucedido. Há uma advertência para este tipo de pessoa: “O que faz uma cova cairá nela; e a pedra voltará sobre aquele que a revolve” (Pv. 26:27). Aquele que intenta mal contra o seu próximo certamente colherá os frutos de sua acção. Além disso, as Escrituras advertem contra as acções provenientes da carne. (Gl 5:19).
b) Atitude do intolerante. Gera morte. Geralmente aqueles que dizem não serem tolerantes têm a tendência de gerar morte. Ferem as pessoas (emocional e fisicamente) e não se arrependem disso. Veja que Caim não demonstrou nenhuma atitude de arrependimento, pelo contrário, ao ser indagado por Deus acerca do seu irmão, Caim respondeu de forma arrogante e soberba (Gn. 4:6). Há muitos na igreja que com as suas atitudes têm provocado feridas e morte. Sua intolerância tem destruído vidas, esfacelado famílias e produzido amargura, angústia e tristezas. A única alternativa para sair dessa atitude é humilhar-se diante do Senhor e arrepender-se (Lc. 3:8; At. 3:19).
Caim representa o carácter cínico e materialista que desafia a Deus e despreza aos homens. Está destituído de fé e amor. Como tal, é o protótipo dos homens com os quais Judas tem de lidar. Pela mesma forma, hodiernamente enfrenta-se homens e mulheres cujos corações enfrentam a Deus e desprezam as pessoas. São pessoas sem piedade, sem fé e sem amor verdadeiro. Pergunto então: Como vê a seu irmão em Cristo? Você gera vida ou morte? É invejoso? Não se arrepende?
2 – Erro de Balaão – Apostasia e Engano
Balaão era tido como profeta (Nm. 23:11). Tornou-se um mercenário. Queria “vender” os seus serviços como profeta de Deus. Sua conduta era de um homem que apesar de conhecer a verdade de Deus procurou andar por outros caminhos, distorcendo a verdade de Deus e usando-a em benefício pessoal. Não havia ética nele. Não importava para quem trabalhava, ou como usava o que possuía.
a) Erro de Balaão (Nm. 22-24). Ele foi avarento. Sabendo que não poderia amaldiçoar o povo de Deus, intentou então corrompê-los. Preparou para que os israelitas adoptassem ideias pagãs e se envolvessem com mulheres moabitas e assim tornaram-se idólatras e totalmente atolados em suas práticas contrárias à fé de Israel. A intenção de Balaão foi a procura de ganhos independentemente se isto envolvia o povo de Deus. Não estava preocupado em conhecer a verdade. Queria levar vantagem e não se importava com o que deveria ser feito para atingir os seus objetivos. Ele foi ganancioso. A sua atitude errônea foi a de levar o povo a pecar. Foi responsável por enganar os israelitas. Ainda hoje há homens e mulheres cujo carácter é deformado, e assim como Balaão, usam de todos os artifícios para alcançarem lucro. Passam por cima das pessoas, de autoridades e da própria Palavra de Deus. Não têm temor a Deus e servem-se da obra de Deus para seu benefício. O obreiro é digno do seu salário (Lc. 10:7), mas, quando alguém se serve da obra de Deus para abusar das pessoas, para usufruir benefícios pessoais e lucro fácil está se desviando do propósito do ministério e também de seu chamado. Este não terá como recompensa o galardão da justiça de Deus, mas colherá da ira de Deus. (2 Pe. 2:15).
b) Prémio de Balaão. Esse prémio pode ser definido como o galardão daqueles que além de se corromperem, fazem de tudo por corromper a Palavra de Deus e a Igreja de Cristo. Seus ensinamentos são falsos, são enganadores e interesseiros. Seu fim é de apostasia, ou seja de total distanciamento da verdade de Deus e de sua salvação. A recomendação do apóstolo Pedro é de que a motivação para o ministério seja a recompensa vinda do sumo pastor (1 Pe. 5:4) e não os lucros obtidos, a imposição e a ganância. Quem se deixa levar por este caminho colherá destruição. O resultado da vida de Balaão demonstra que se deixou perder. Preocupou-se nos tesouros da terra e esqueceu dos tesouros do céu (Mt. 6:21ss). Balaão achava que poderia ter o lucro amaldiçoando o povo de Deus e ainda agradar a Deus. Hoje, isto ainda acontece. Muitos têm uma vida totalmente fora da vontade de Deus, fazem coisas que não agradam ao Senhor e mesmo assim querem agradar a Deus. Deus não aceita este tipo de comportamento.
3 – Caminho de Coré – Orgulho e Desobediência
Coré pertencia à tribo de Levi, e era um homem honrado. Além disso, era um líder respeitado (Nm. 16). A atitude de Coré foi a de produzir divisão, contenda, cismas. Não respeitou a autoridade que Deus constituiu.
a) Levantar contra liderança (Nm 16:3). Coré e os que com ele estavam levantaram-se contra Moisés. Não possuíam nenhuma fundamentação. Provocaram tumulto por nada. Não havia consistência em suas palavras. Mostrou-se uma pessoa orgulhosa. Em suas palavras demonstrou falta de humildade e de reconhecimento de autoridade sobre si. Aqueles que querem andar pelos seus próprios caminhos e não aceitam a liderança estão entrando pelo caminho da rebeldia, e uma das características dessa rebeldia é o orgulho (achar que é melhor do que os outros). A desobediência também é chamada de pecado de feitiçaria (1 Sm. 15:23) e isto implica na própria rejeição de Deus. Coré não soube reconhecer o líder que Deus havia estabelecido sobre o povo de Deus. Seu argumento é de que Israel não precisava mais desse líder. Mas o que a Bíblia afirma é que os líderes são constituídos por Deus e devem ser respeitados e imitados na fé (Hb. 13:7; 1 Tm. 5:17).
b) Provocar divisão. Coré não estava satisfeito com seu serviço (Nm. 16 - ver contexto). Não reconheceu seu lugar diante de Deus e de seu povo. Ao se levantar contra Moisés provocou divisão no meio do povo de Deus. A divisão foi resultado da não submissão desse homem ao servo que Deus havia constituído sobre o seu povo. Esta atitude ainda hoje está presente. Pessoas provocam divisão pois não são submissas. Não reconhecem a autoridade de Deus na vida dos líderes. Infelizmente o resultado de alguém insubmisso e que provoca divisão é o julgamento de Deus. A recomendação bíblica é de unidade (Ef. 4:1), falar e pensar a mesma coisa (1 Co. 1:10). Todos aqueles que se entregam a Cristo são chamados para servir (Mc. 10:45) e não para reivindicar posição e autoridade para nós. Todos nós fomos chamados a proclamar o seu evangelho, contar as boas novas e encher de esperança corações que ainda precisam saber desse tão grandioso amor de Deus para cada um de nós. No entanto, quem deixar seu coração ser dominado pelo orgulho e desobediência certamente será uma pessoa marcada pelo fracasso, pois quem se levanta contra os servos de Deus se levanta contra o próprio Deus.
Os exemplos que Judas tira do Antigo Testamento apontam assim para as características presentes nos falsos mestres de sua época. Eram homens destituídos de amor, estavam dispostos a, em troca de dinheiro, ensinar aos outros que o pecado não importava, e assim como Coré, desprezavam as ordenanças de Deus e eram insubordinados aos líderes da igreja.
Judas tinha à frente o desafio de alertar a igreja sobre indivíduos que eram intolerantes, enganadores e mercenários e desobedientes. Eles estavam infiltrados na igreja, foram chamados de nuvens em água, ondas furiosas, estrelas errantes. Isto significa, que eram superficiais, falsos, passageiros e sem real significado. O julgamento de Deus está determinado para aqueles que seguem estes caminhos. O chamado de Deus para o seu povo é o caminho da santificação (Hb. 2:14), do amor (Rm. 12:10) e da obediência (At. 5:29; Dt. 30:8).
Aqueles que seguem o caminho de Caim vão descobrir que o chão que pisam é amaldiçoado. Ele não vai produzir nada para eles. Eles nunca serão frutíferos. Eles nunca estarão satisfeitos. Eles vão vagar pela terra e nunca vão saber qual é a presença genuína do Senhor. Mas Caim continua teimoso, mesmo reclamando sobre o juízo de Deus: “Meu castigo é mais do que posso suportar” (Gn. 4:13). A carne se justifica em cada momento.
Não deixe que Caim o impeça ou o distraia de dar as suas primícias e o seu melhor para Deus. Se ficar focado em Caim o seu rosto vai ficar desfigurado com raiva e acabará por se tornar como ele. Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, alma, mente, corpo e força. Seja prudentemente dedicado a Deus, e deixe Caim seguir o seu próprio caminho.
Não deixe que Caim o atraia para um campo com promessas maravilhosas, pedidos de ajuda ou ofertas de amizade. Ele tem um motivo. Procure a marca em sua carne e fique longe dele (cf. Gn. 4:15). Não vá com ele, nem o deixe vir até si.
Se Caim atacar, não resista. Deixe que o seu amor por Deus seja uma ameaça, bem como um alvo. Também percebemos que Deus não impediu Caim de matar Abel, apesar de Abel ser justo. Isso só significa que a morte não é o fim, mas o começo. Assim torna-se um sacrifício vivo, vertendo o fluxo de sangue e água. Este é o trabalho da Cruz. Não tema o derramamento de seu próprio sangue, mas tema o derramar de sangue de outra pessoa. Caim vai receber a sua recompensa, e você receberá a sua. Aqueles que perderem a sua vida por amor a Ele viverão.
A nossa incapacidade de amar uns aos outros, a nossa incapacidade de cuidar de nossos irmãos, é um pecado grave, que mostra que estamos seguindo o caminho de Caim. Vigiemos e oremos, para que não entremos em tentação, e sejamos feitos nós filhos e filhas de Abel para que saibamos o que é agradável e aceitável em sua visão.
5. O que está buscando em Deus?
Todo o ser humano em algum momento da sua vida buscará a Deus. Talvez por querer entender o que aconteceu e o que acontecerá (Ec. 3:11). Mas jamais conseguirá entender completamente os actos de Deus se não aceitar a Sua mensagem e persistir nela, com a finalidade de praticar a vontade e a verdade divina.
Todos buscam a verdade e todos a querem conhecer. Mas quando estamos com Deus, temos que decidir em praticá-la ou não. Jesus certa vez falou sobre isso em João 7:17. Ele dizia, que se as pessoas quisessem saber se o que Ele falava e fazia era verdade, que praticassem a vontade Deus e assim descobririam que Ele, Jesus, era o Filho de Deus. Ele estava tentando dizer que em vez das pessoas ficarem especulando, filosofando e teologizando acerca da verdade, que a praticassem e na prática, veriam como a vontade de Deus funciona! Este é o verdadeiro “passo de fé”.
A verdade sempre funciona e quando praticada, ela se materializa como “bem”. Jesus está desafiando as pessoas a saltarem ou a pularem para os braços do Pai e descobrirão a presença constante de Deus em suas vidas, pois a prova da verdade é que ela faz acontecer o que promete! Pular nos braços do Pai do Céu é dar boas e gostosas gargalhas, pois o lugar é seguro e o Pai não nos deixará levar tombos violentos em nossa vida. Ninguém nos ama mais do que o Pai do Céu!
Saiba que todos os que buscam a Deus, sempre levam alguma coisa com eles, para colocar sobre um altar. Interiormente, o agradecimento ou o ressentimento, a alegria ou a tristeza, o prazer ou o desprazer, a crença ou a descrença, a fé ou a incredulidade, o egoísmo ou o oferecer-se, o respeito ou o deboche, a aceitação ou a provocação, a autossuficiência ou a entrega do ser.
6. O que Deus está vendo e esperando de si?
Caim. Repare bem no verso 4 de Génesis 4: “O Senhor ficou contente com Abel e com a sua oferta, mas rejeitou Caim e a sua oferta”. Antes de qualquer oferecimento, Deus olha para dentro de nós e conhece o nosso carácter. Deus olha primeiro para o coração, para a essência e a motivação do ser (1 Sm. 16:7). Deus olhou para dentro de Abel e o mesmo fez com Caim. Pela ordem, aprovou o piedoso e desaprovou o autossuficiente!
Nós temos uma explicação sobre como era Caim e o seu caminho em 1 João 3:12 e em Judas 10, 11.
A Literatura Rabínica fala sobre o caminho de Caim: deboche, paixões carnais, a cobiça, a autoindulgência e malignidade geral. Acrescente a isso tudo a inveja e o ódio e terá um ser “depravado” ou pervertido. Exemplos: O fariseu e o publicano. O irmão do filho pródigo.
Davi matou Urias, tentando consertar um erro com outro. Esse é o caminho e a religião em que Caim é o patrono - um criminoso, fugitivo e ausente de Deus!
Abel. Segundo Hebreus 11:4, possuía um caminho ou procedimento “correto”, porque tinha fé! Ele entendia e eternizava o amor e a misericórdia divina. (c.f. Mt. 9:13)
A sua oferta era o resultado do significado da vida que ele possuía em seu interior. Diferente de seu irmão Caim, ele expressava pela sua oferta a sua impotência e dependência de Deus para seguir na vida. Ele encontrava em Deus o mais puro e mais alto sentido para a sua vida. Seu sacrifício significava profeticamente Cristo, o “Cordeiro de Deus” que já estava morto antes da fundação do mundo. Ele celebrava a Graça, o perdão de Deus e eternizava tudo isso por meio de sua oferta. Por isso está escrito que (...) Por meio da sua fé, Abel, mesmo depois de morto, ainda fala. Sim, sua vida fala por meio de Cristo que morreu e ressuscitou e está aqui entre nós!
O caminho e a religião de Abel expressa a impotência do ser em manifestar bondade, fé e amor sem Deus. É a religião que se despe de suas próprias roupagens e que aceita um revestimento divino. É a religião que usa a verdade como colírio para seus olhos, a fim de curar a sua cegueira. É a religião dos homens que morrem para si mesmos e renascem por Deus e para Deus! Leia Gálatas 2:20. Esta era a experiência de Abel e será a nossa?
É sábio ter Deus envolvido nas nossas vidas naqueles momentos quando as catástrofes vêm. Mas a intenção dEle é que tenhamos uma vida mais plena, não importando quais sejam as circunstâncias. Ele quer ter uma influência positiva em cada área de nossas vidas. Quando nos apoiamos nEle e nas suas palavras, estamos construindo sobre a Rocha.