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quarta-feira, 17 de julho de 2013

Estamos em guerra contra o tentador!

Leitura: Lucas 3:21-22 e 4:1-2
Esta batalha não é recente, começou lá no Paraíso, com os nossos primeiros pais. Desde então o homem vive num estado de guerra. Um dos nomes deste inimigo é “tentador”. Este nome se dá, pois de modo literal, a sua atividade é tentar induzir os filhos de Deus a pecarem ou abandonarem a fé.
Momentosos eram, para o mundo, os resultados em jogo no conflito entre o Príncipe da Luz e o líder do reino das trevas. Depois de tentar o homem a pecar, Satanás reclamou a Terra como sua, e intitulou-se príncipe deste mundo. Havendo levado os pais de nossa raça à semelhança com sua própria natureza, julgou estabelecer aqui seu império. Declarou que os homens o haviam escolhido como seu soberano. Através de seu domínio sobre os homens, adquiriu império sobre o mundo. Cristo viera para desmentir a pretensão de Satanás. Como Filho do homem, o Salvador permaneceria leal a Deus. Assim se provaria que Satanás não havia adquirido inteiro domínio sobre a raça humana, e que a sua pretensão ao mundo era falsa. Todos quantos desejassem libertação de seu poder, seriam postos em liberdade. O domínio perdido por Adão em consequência do pecado seria restaurado.
Nesta lição, focalizaremos o significado da tentação, seus agentes e sobretudo como vencê-la. As tentações aparecem com um só objetivo, ou seja, de nos levarem à desobediência a Deus. Felizmente não precisamos de enfrentá-las sozinhos. Não nos esqueçamos do exemplo máximo, representado na pessoa de Jesus, Aquele que também foi tentado, porém, conseguiu vencer o Tentador. Jesus é o mais forte, por isso temos paz, na certeza de que na companhia dele, alcançaremos a vitória contra toda a forma de tentação.
Quando Jesus chegou ao deserto, estava rodeado da glória do Pai. Absorto em comunhão com Deus, foi erguido acima da fraqueza humana. Mas a glória afastou-se, e Ele foi deixado a lutar com a tentação. Ela O apertava a todo instante. Sua natureza humana recuava do conflito que O aguardava. Durante quarenta dias, jejuou e orou. Fraco e emagrecido pela fome, macilento e extenuado pela angústia mental, “o Seu parecer estava tão desfigurado, mais do que o de outro qualquer, e a Sua figura mais do que a dos outros filhos dos homens” (Is. 52:14). Era então a oportunidade de Satanás. Julgou poder agora vencer a Cristo.
Quando Jesus foi levado ao deserto para ser tentado, foi levado pelo Espírito de Deus. Não convidou a tentação. Foi para o deserto para estar sozinho, a fim de considerar Sua missão e obra. Por jejum e oração Se devia fortalecer para a sangrenta vereda que Lhe cumpria trilhar. Mas Satanás sabia que Jesus fora para o deserto, e julgou ser essa a melhor ocasião de se aproximar dEle. Contudo, Jesus já estava preparado para enfrentar o diabo, Ele estava cheio do Espírito Santo de Deus. É o próprio Espírito, que nos leva para sermos provados, logo que estejamos preparados. Jamais um homem vai para a guerra, sem que primeiro conheça a estratégia do inimigo, sem que antes seja instruído pelo General de guerra, Deus dos Exércitos.
A tentação de Jesus por Satanás foi uma tentativa de desviá-lo da perfeita obediência à vontade de Deus. Note que Cristo em cada caso submeteu-se à autoridade da Palavra de Deus, ao invés de submeter-se aos desejos de Satanás (vs. 4, 7, 10).
Por isso, num certo sentido não foi surpresa o ataque de Satanás a Cristo. A Palavra diz que Cristo foi levado ao deserto, pela direção do Espírito Santo, para ser tentado. A tentação aconteceu quando Cristo consagrava a Sua vida e orava ao Pai. Todos nós somos tentados como Jesus todos os dias, vivemos em intensas batalhas que somente pela compreensão da tentação e a leitura da palavra é que podemos vencer. Vamos abordar alguns aspetos importantes relativos à tentação.  
1.     Satanás tem um alvo certo – O homem.
A ação mais direta de Satanás na vida do homem, é pela tentação. Esta ação se dá através da mente, com ideias e pensamentos malignos, objetivando fazer com que o homem ceda e eventualmente venha a pecar.
De todas as lições a serem aprendidas da primeira grande tentação de nosso Senhor, nenhuma é mais importante do que a que diz respeito ao controle dos apetites e paixões. Em todos os séculos, as tentações mais atraentes à natureza física têm sido mais bem-sucedidas em corromper e degradar a humanidade. Satanás opera por meio da intemperança para destruir as faculdades mentais e morais concedidas por Deus ao homem como inapreciável dom. Assim se torna impossível ao homem apreciar as coisas de valor eterno. Através de condescendências sensuais, busca ele apagar na alma todo o traço de semelhança com Deus.
As irrefreadas satisfações da inclinação natural e a consequente enfermidade e degradação que existiam ao tempo do primeiro advento de Cristo, dominarão de novo com intensidade agravada, antes de Sua segunda vinda. Cristo declara que as condições do mundo serão como nos dias anteriores ao dilúvio, e como em Sodoma e Gomorra. Todas as imaginações dos pensamentos do coração serão más continuamente. Vivemos mesmo no limiar daquele terrível tempo, e a nós convém-nos a lição do jejum do Salvador. Unicamente pela inexprimível angústia suportada por Cristo podemos avaliar o mal da irrefreada satisfação própria. Seu exemplo nos declara que nossa única esperança de vida eterna é manter os apetites e paixões sob sujeição à vontade de Deus.
Em nossa própria força, é-nos impossível escapar aos clamores de nossa natureza caída. Satanás trar-nos-á tentações por esse lado. Cristo sabia que o inimigo viria a toda criatura humana, para se aproveitar da fraqueza hereditária e, por suas falsas insinuações, enredar a todos cuja confiança não se firma em Deus. E, passando pelo terreno que devemos atravessar, nosso Senhor nos preparou o caminho para a vitória. Não é de Sua vontade que fiquemos desvantajosamente colocados no conflito com Satanás. Não quer que fiquemos intimidados nem desfalecidos pelos assaltos da serpente. “Tende bom ânimo”, diz Ele, “Eu venci o mundo” (Jo. 16:33).
E a maneira por que isso se realiza, Cristo no-la mostrou. Por que meio venceu no conflito contra Satanás? – Pela Palavra de Deus. Unicamente pela Palavra pôde resistir à tentação. “Está escrito”, dizia. E são-nos dadas “grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da Natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo” (2 Pe. 1:4). Toda a promessa da Palavra de Deus pertence-nos. “De tudo o que sai da boca de Deus” havemos de viver. Quando assaltados pela tentação, não olheis às circunstâncias, ou à fraqueza do próprio eu, mas ao poder da Palavra. Pertence-vos toda a sua força. “Escondi a Tua Palavra no meu coração”, diz o Salmista, “para eu não pecar contra Ti…” (Sl. 119:11). “Pela Palavra dos Teus lábios me guardei das veredas do destruidor” (Sl. 17:4).
a)    Mas qual é o propósito de Deus em permitir que Satanás nos tente?
Por uma razão muito simples, amados! Deus não quer que o homem o ame e o glorifique por obrigação. Deus quer adoradores espontâneos. Homens e mulheres que façam a opção de servir ao Senhor de livre e espontânea vontade.
Assim como Satanás induziu Eva a tomar a decisão de desobedecer à lei de Deus, também o faz com o homem, e Deus permite que passemos por tentações, para que tenhamos a liberdade de escolher entre servir a Deus em obediência ou servir ao diabo com a desobediência. Sabemos que o pecado é a quebra da lei de Deus. E se o homem decide fazer algo errado, isso significa que a sua vontade foi contaminada. A sua vontade não é mais pura.
Satanás não quer que o homem esteja sob a autoridade de Deus. Satanás teme aquele(a) que está debaixo da Autoridade de Deus. E para isso ele efetua a sua luta dentro dos corações, mentes, e almas dos homens e mulheres. Satanás cega as mentes dos não crentes e ataca os crentes nas áreas de adoração, Palavra, seu caminhar diário e em seu trabalho para Deus.
O alvo do diabo é o ser humano, com vistas a afastá-lo cada vez mais de Deus e de Seus propósitos eternos. No texto bíblico, o alvo foi Jesus Cristo, o Filho de Deus, o Messias, cheio do Espírito Santo. Desde que Cristo nasceu, Satanás tentou liquidá-lO através de Herodes (Mt. 2:16), mas falhou! Depois de passados 30 anos, tenta de novo, justo quando o Senhor Se preparava para iniciar Seu ministério libertador, que culminaria na Sua crucificação.
Como se vê, a muita espiritualidade não nos livra de sermos tentados. Naqueles 40 dias de preparação espiritual no deserto o maligno agiu. Quanto mais cheio do poder de Deus se encontrar o discípulo, tanto maior será a sua probabilidade de tornar-se o alvo da tentação. Ser tentado não é pecado, ceder à tentação sim.
2.     O tempo certo para a tentação.
A palavra tentação refere-se a uma solicitação para se praticar o mal. Às vezes, a pessoa cai imediatamente em tentação, pois ela não percebe que está sendo induzida a praticar o erro, só depois é que possui a noção real de que uma cilada lhe foi armada. Em outras ocasiões, o indivíduo claramente identifica a situação; inicia-se um processo de luta, que culminará na realização do pecado ou na resistência sistemática a ele, saindo a pessoa vitoriosa do conflito, porque não cedeu ao pecado. Jesus foi tentado quarenta dias pelo diabo, contudo não sucumbiu à tentação.
O inimigo que enfrentamos hoje é o mesmo que o Mestre enfrentou. As estratégias e os propósitos malignos ali detetados ainda se manifestam hoje.
 As tentações de Cristo estão sempre relacionadas ao tempo e ao modo. Jesus haveria de comer pão (Mt. 26:26), mas não naquela hora nem seguindo a “receita” do inimigo. Ele seria servido pelos anjos (Mt. 4:11), mas não através de uma tentativa de suicídio. Ele teria o domínio sobre todos os reinos do mundo (Ap. 11:15), mas não pelas mãos de Satanás. Tudo seria conquistado no tempo certo e da maneira correta. Jesus precisaria de esperar, demonstrando paciência e perseverança, seguindo os trâmites normais, pagando o preço justo, dentro do itinerário previsto pelo Pai, sem atalhos ou caminhos alternativos.
Estes aspetos também permeiam as tentações que enfrentamos hoje. Muitas experiências da vida são necessárias e válidas, desde que aconteçam no tempo certo e do modo correto (Ec. 8:5-6). Discernir o tempo e o modo é uma das maiores utilidades da sabedoria. Há momentos em que não podemos esperar por que a situação urge e é necessária uma ação. Há um tempo em que ficamos em dúvidas se devemos agir ou esperar, porém há tempos em que nós sabemos que o melhor é esperar, mas a ansiedade não permite. E se seguirmos a ansiedade podemos colocar os pés pelas mãos, colocar a carroça na frente dos bois e alterar todo o nosso futuro. A pressa e a precipitação fazem com que muitas pessoas antecipem factos da vida, para os quais não estão preparadas. Por exemplo, podemos citar as relações sexuais precoces, fora do matrimónio, talvez seguidas pela gravidez indesejada que, em alguns casos, termina em aborto.
A hora e a maneira de se realizar algo serão fatores determinantes para que aquilo seja bom ou mau para nós (Ec. 3:1-8).
Outra característica das tentações de Cristo é que todas estão relacionadas ao “eu”. O inimigo sugere benefícios pessoais em cada situação, seja no caso dos pães, do socorro angelical ou do governo mundial. Aparentemente, o homem Jesus estaria usufruindo de tudo, como o centro das atenções. Entretanto, existe a vantagem de Satanás em cada facto, pois, em caso de realização daquelas ações, ele levaria o crédito. Dele seriam o planeamento e a direção. Teria, portanto, uma posição de autoridade sobre Cristo. No caso do controle sobre os reinos do mundo, Jesus seria o rei, mas Satanás seria ainda superior, em posição de “deus”, pois haveria de ser adorado (Mt. 4:9).
Portanto, em toda tentação ou pecado, por trás dos aparentes benefícios humanos, existe o ganho discreto, porém maior, de Satanás. Depois, o benefício acaba, mas o dano espiritual permanece. É o que acontece com alguns produtos que compramos. A mercadoria acaba, mas continuamos pagando as prestações. Cuidado! O sabor do pecado termina rapidamente, mas a culpa fica, as consequências permanecem e o castigo pode ser eterno, caso não haja arrependimento e conversão.
O inimigo utiliza coisas boas para tecer suas teias malignas. Nas três tentações observamos que ele procurou desviar o poder sobrenatural (Mt. 4:3), a palavra de Deus (Mt. 4:6) e a adoração (Mt. 4:9) para alvos inadequados. Note-se a subtileza da tentação e o quanto devemos vigiar.
Satanás escolhe o tempo oportuno para tentar. Ele ataca quando os alvos estão mais vulneráveis. Ele achou que após o batismo no Jordão, depois de ser cheio do Espírito e ser aprovado pelo Pai, Jesus estaria tão confiante de si que aquele seria o momento certo. Deve ter imaginado: 30 anos no anonimato, é batizado, ungido e comissionado pelo Pai para o ministério público; agora, plenamente identificado com os pecadores, cheio de poder e revelação do Pai, deve estar no ponto de ceder pelo orgulho, autossuficiência, vaidade. Sim, Jesus passou do sorriso do Pai para o ataque do diabo, cujo propósito era desviar o Messias do Seu caminho.
Vigiemos: não é porque estamos mais próximos do Senhor e observamos a unção do céu cair sobre as nossas cabeças, que não enfrentamos a maior oposição do diabo. Nossa aproximação de Deus garante-nos a vitória, mas não remove a tentação. O que garante a nossa vitória não é a nossa força, mas a nossa posição diante de Deus. Satanás sabe que quanto mais vitórias, mais vulneráveis ficamos ao orgulho, autoconfiança, soberba, vaidade etc. Devemos de estar sempre em alerta, vigiando e orando para não cairmos na astutas ciladas do inimigo, pois ele lança as suas ofertas para nos tentar, e fazer com que pecamos. É necessário aprender a viver com sabedoria em Cristo e então tudo ao redor de nós irá adquirir significado e valor para a eternidade.
3.     Qual o território ideal para a tentação?
O deserto (tanto literal como figuradamente).
Toda a intenção de Satanás é de nos trazer o mal. De nos levar ao engano, nos oferecendo oportunidades, negócios, facilidades, que nos darão lucros, sucesso, vantagens... aparentemente não nos farão mal, mas que na verdade é puro engano! E se caímos na tentação, temos que depois arcar com os prejuízos, os danos morais e físicos. O que ele quer de facto é nos fazer crer que algo é falso, seja verdadeiro, pois ele é o pai da mentira como está escrito em João 8:44.
O tentador vai procurar contestar em depoimento, citando a Palavra de Deus, distorcida para nos enganar, para ver até onde concordamos com ele, procurando convencer-nos, através da força física, aquilo que a alma deseja. Ele vai trabalhar persistindo, incomodando e atormentando, para ver a nossa firmeza, até onde vai (fidelidade para com Deus) na qualidade moral, principalmente na espiritual que aparenta ser.
Satanás sempre injeta pensamentos impuros na mente do homem para induzi-lo ao pecado. O pensamento impuro é o ponto de partida. Todo o pensamento impuro contamina a mente, prejudica o senso moral e tende a apagar as impressões do Espírito Santo. Devemos resistir a todo e a qualquer pensamento impuro, pois ele é o ponto de partida para o pecado. Se tal pensamento se recusar a deixar-nos devemos lançar mão das promessas em Tiago 4:7. Se a Bíblia diz que o diabo fugirá de nós após o resistirmos, é porque o diabo fugirá de nós após o resistirmos! Ou cremos na Bíblia ou cremos na mentira satânica. Pode parecer que ainda não fugiu, e é esta a mentira do diabo, tentar quebrar a Palavra do Senhor. Devemos crer que fugiu porque a Palavra assim o garante. Isso é fé. Não lhe dê mais tanta atenção, pois é exatamente o que ele quer, desviar a nossa atenção das promessas de Deus para nos enfraquecer (Gn. 3:1-7).
Qualquer lugar ou área de nossa vida onde as nossas fragilidades podem aparecer, ali poderá ser um deserto em nossa vida e onde o diabo poderá tentar-nos. O nosso deserto pode estar nas emoções, na moral, na família, no sexo, no dinheiro, no ministério, nos relacionamentos no discipulado, nas circunstâncias adversas. O facto é que o tempo no deserto será sempre um período onde nossa fraqueza pode aparecer e onde geralmente mostramos alguma suscetibilidade à queda.
No entanto, foi naquele lugar hostil que o Senhor venceu a tentação e o tentador. Aleluia! Por isso, não importa tanto o tipo de deserto, pois se nos mantivermos firmes, submissos ao Senhor e debaixo do Seu poder poderemos sair vencedores em qualquer território. Precisamos de evitar de usar o deserto como desculpa para as nossas derrotas e fracassos.
4.     Uma tática diabólica.
Satanás deseja ardentemente acusar os santos de Deus. Isso acontece na consciência. O Espírito Santo opera na consciência para purificar; o diabo tenta imitar o Espírito, mas contrariamente. Ele tenta desestruturar o homem pela sua consciência. Esse tipo de ataque é comum e destrói muitos crentes desapercebidos. O Espírito quer livrar-nos do pecado, enquanto o diabo quer que permaneçamos presos nele.
  O texto diz que Jesus foi tentado durante os quarenta dias (“sendo tentado”), mas que no quadragésimo dia ela chegou ao auge. Exatamente quando a fome de Jesus aumentou, o diabo atuou com mais intensidade, tentando-O em áreas onde Ele tinha o direito de afirmar-Se. Tentou-O como Criador (podia criar pão a qualquer hora), como Messias (Ele era dono de tudo) e como Senhor dos exércitos (pois era comandante de todo o exército celestial). Mas Jesus não cedeu, permaneceu nos propósitos do Pai e saiu vitorioso.
Satanás estará sempre mexendo com sua pessoa, seu caráter, seu temperamento de filho de Deus. Como fez com Jesus: Se és Filho de Deus, então prove nisto, ou naquilo, naquilo que tens demonstrado ser.
Satanás ainda quer ser o governante supremo. Ele está travando uma batalha intensa pelo coração, mente, alma e espírito do homem. Suas estratégias estão dirigidas contra Deus, Seu plano e Seu povo. A batalha continuará até o grande conflito final.
Cuidado! O diabo poderá tentá-lo numa área de resistência, onde tem o direito de afirmar-se (como na família, no ministério), fazendo-o perverter a verdade, os princípios eternos de Deus. A tentação pode ser vista por dois ângulos: pelo ângulo divino, será um teste de retidão que nos habilitará a prosseguir para planos mais altos; pelo ângulo diabólico, será uma indução para a queda. Portanto, vigie! Nossa postura no deserto vai definir o resultado da guerra!
a) Vemos assim que a tentação está basicamente dirigida a três áreas:
1)  Concupiscência da carne (4:3): dirigida ao que somos tentados a fazer para satisfação dos desejos carnais (evidencia-se, entre outros, pelas práticas idólatras e da feitiçaria, pelas ligações com os demónios, pela glutonaria, pelos desejos e pelas práticas sexuais pecaminosas, junto com aquilo que tende a nos incitar, pela violência, pelas atividades religiosas falsas, pelas posturas e ações contra o próximo e pelas práticas que destroem o domínio próprio da pessoa).
2) Concupiscência dos olhos (4:6-7): dirigida ao que somos tentados a ter para nos satisfazermos (evidencia-se a cobiça, insatisfação, materialismo). Ou seja a vontade pervertida da carne e a vontade pervertida dos olhos despertam em nós a cobiça pelas coisas que vemos e aí vem a contaminação decorrente da soberba da vida, ou seja o orgulho de ter, de poder, de ser alguma coisa, etc., se instala na mente. Eclesiastes 1:8 diz: “Todas as coisas estão cheias de cansaço; ninguém o pode exprimir: os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos se enchem de ouvir”. E Tiago 4:4 diz: “Cobiçais e nada tendes; logo matais. Invejais, e não podeis alcançar; logo combateis e fazeis guerras. Nada tendes, porque não pedis. Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites. Infiéis, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”.
3) Pela soberba da vida (4.9-11): dirigida ao que somos tentados a ser para nos sentirmos realizados (revela-se pela inveja, orgulho pelas coisas da vida, ostentação dos bens, exaltação de si mesmo, homens que fazem do próprio “eu” um deus, gastam tudo o que possuem – dinheiro e energias - ou ao contrário). Tudo isto para o propósito do “eu”, o perverso e pequeno “ego” que quer que subamos no palco da vida com todos os refletores focados em nós. 1 Pedro 2:11-12 diz: “Amados, exorto-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências da carne, as quais combatem contra a alma; tendo o vosso procedimento correto entre os gentios, para que naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, observando as vossas boas obras glorifiquem a Deus no dia da visitação”.
O diabo sempre tentará nessas três categorias, levando o homem a fazer, ter ou ser algo errado, fora dos planos de Deus, a partir do engano ou da perversão da verdade, com base na carnalidade humana.
5.     A nossa vitória.
A vitória está em Jesus Cristo. He has delivered us from the condemnation of the law because Jesus fulfilled the law. Ele nos livrou da condenação da lei, porque Jesus cumpriu a lei. The penalty for sin has been paid in full. A penalidade para o pecado foi paga na íntegra. He has also given us spiritual birth. Ele também nos deu o nascimento espiritual. We have been born spiritually. Nós nascemos espiritualmente. We now live the new life in Christ through the power of the indwelling presence of the Holy Spirit. “If we are led by the Spirit” we are the “sons of God” (8:14). Nós agora vivemos a vida nova em Cristo através do poder e da presença do Espírito Santo. “Se formos guiados pelo Espírito” nós somos os “filhos de Deus” (8:14). If we are not living by the Spirit we are not Christians. Se não vivemos pelo Espírito, não somos cristãos. The greatest evidence that we are true believers is that we are living under the control of the Holy Spirit.A maior prova de que somos verdadeiros crentes é que estamos a viver sob o controle do Espírito Santo.
God's Word gives us the promise of the assurance of final victory over the power and presence of sin in the Christian's life. A Palavra de Deus nos dá a promessa da certeza da vitória final sobre o poder e a presença do pecado na vida do cristão. The inevitable triumph will come through God's grace. O triunfo inevitável virá através da graça de Deus. Because God has saved us from sin's penalty, and is saving us from sin's power, He will give us the final victory over sin's presence when Christ returns. Porque Deus nos salvou da pena de pecado, e está salvando-nos do poder do pecado, Ele nos dará a vitória final sobre a presença do pecado quando Cristo voltar.
 Ao contrário do Senhor, que sempre quer nos dar a vitória em qualquer lugar, o inimigo sempre utilizará o deserto para nos derrotar com a tentação. Por isso, precisamos de agir como Jesus, de cabeça ereta, confiantes nEle, posicionados como vencedores e não mais como perdedores, esperneando e reclamando no deserto. Afinal, Jesus o venceu e, nEle, também venceremos!

Lembre-se que o Senhor não nos deixará no deserto para sermos derrotados, mas aprovados. Nossa vitória está em sermos achados em Cristo em toda e qualquer situação. Para isto precisamos andar em verdade e santidade – as nossas armas mais eficazes contra Satanás, dentro ou fora do deserto!

Para Viver uma Vida Abundante e Livre Tem de Desatar as Amarras!

Leitura: João 11:39-44
O presente texto descreve a situação de uma pequena família que, a despeito de toda a intimidade que desfrutava da pessoa de Jesus, não estava isenta de enfrentar graves aflições como todos os mortais. A dificuldade bateu à porta, e, naquele momento, Marta e Maria registaram na história uma valiosíssima lição que deverá ser seguida por todos os cristãos.
Lázaro, o amigo de Jesus, tinha morrido. Seu corpo jazia numa gruta que lhe servia de tumba. A decomposição começava a sua obra. Jesus não ora a fim de que Lazaro ressuscite por ordem de sua palavra; está implícito que ele já orou por isto, e que tem a certeza de que será atendido. Ele não precisa de orar a Deus em voz alta; ele o faz em benefício dos presentes para que “creiam que tu me enviaste” (Veja 17:21).
O Senhor Jesus, comovido, se aproximou da tumba onde o corpo de Lázaro havia sido colocado e mandou tirar a pedra que fechava a entrada, ao que Marta reagiu negativamente, dizendo que o corpo já estava cheirando mal pois já haviam passado quatro dias (v. 39). Mas era necessário que o triste estado do morto pudesse ser comprovado por cada um dos presentes. Então se acharam frente a frente, como em um duelo singular, a Morte, que tem direitos ilimitados sobre o homem, e Aquele que acabara de se designar a Ressurreição e a Vida. A nova menção dos quatro dias sublinha os estragos da morte e evidencia uma vez mais que a irmã não vê diferença entre a morte de um discípulo e a que padeceu a humanidade desde sempre. Não crê que a adesão a Jesus tenha mudado a condição do homem. A fé expressa antes por Marta, clara em sua formulação, vacila da realidade crua (já cheira mal); não conhece a qualidade do amor de Deus nem o alcance de sua obra criadora.
Jesus refere-se às suas palavras anteriores. Tinha perguntado a Marta se cria no que lhe dissera: “Eu sou a ressurreição e a vida”, e sua consequência: “o que crê em mim, ainda que morra, viverá” (11:25). Isso implica dizer que para o Senhor não há impossíveis. Esta vida que vence a morte manifesta a glória de Deus. Se Marta crer, ou seja, se aderir a Jesus como ressurreição e vida, verá os efeitos do seu amor para com o homem, a vida do seu irmão. A fé aparece aqui como condição para ver/experimentar pessoalmente (Verás) a glória de Deus, manifestada no dom da vida definitiva. Deus lhe diz que se crer nele ainda que esteja com todos os sintomas de alguém que está morto ele vai ressuscita-lo e vai dar-lhe vida em abundância (Jo. 10:10). Creia em Jesus e seja ressuscitado agora em Seu nome para a honra e a glória do Deus Todo-Poderoso!
Ressuscitar os mortos é uma prerrogativa divina que o Pai compartilha com o Filho (veja 5:21, 25-29), e é importante que os presentes compreendam isto. Portanto, eles o ouvem a agradecer a Deus por tê-lo atendido.
A ressurreição de Lázaro (Jo. 11:1-45) é um dos milagres mais extraordinários da vida pública do Redentor, o qual manifesta o seu poder supremo, uma vez que vence a morte. A ressurreição de Lázaro lembra a todo cristão que quem crê em Jesus, um dia vencerá também a morte. Hoje, mais do que nunca, é esta fé a única tábua de salvação num mundo materializado e divorciado dos valores eternos!
O chamado que traz Lazaro de volta para a vida é uma alegoria daquele dia quando todos os que estão nos túmulos ouvirão o mesmo chamado vivificante e sairão. Trata-se somente de uma comparação, porque Lazaro é trazido para uma renovação e continuação da vida mortal, enquanto aqueles que ouvirem o chamado no último dia receberão a vida da ressurreição. Todavia, antes que tal vida pudesse ser concedida às pessoas, o próprio Jesus tinha que ser ressuscitado. A diferença pode estar indicada no facto de Jesus deixar os lençóis no túmulo ao ressurgir (20:5-7).
Diferentemente de outros túmulos, este de Lázaro era escavado numa rocha, não no sentido horizontal, mas sim, no chão e verticalmente. Para se chegar ao local onde haviam depositado o corpo de Lázaro, era necessário descer um bom número de degraus. Ao redor do sepulcro, estavam todos em forte expectativa, pois os antecedentes prognosticavam um portentoso acontecimento. O sepulcro onde tinham colocado Lazaro, segundo o costume e a mentalidade dos judaicos, não era o seu lugar próprio. Foram eles que o colocaram ali (11:34): “Onde o pusestes”? É o sepulcro do passado (11:38b). O crente não é destinado a ele, porque, ainda que morra, continua vivendo (11:25; 19:41).
Neste episódio da vida de Jesus aqui na terra, que gira em torno da ressurreição do Seu amigo Lázaro, de Betânia, vemos que Jesus deu três importantes comandos, que também valem para nós, como ensino de grande valor.
1.     Os três grandes comandos de Jesus:
a) Tirai a pedra (v. 39).
O túmulo era uma pequena caverna na rocha, cuja entrada fora bloqueada com uma pedra que nela se encaixava mais ou menos como uma rolha. A descrição é muito semelhante à do túmulo onde o corpo do próprio Jesus foi colocado mais tarde.
Nos sepultamentos judaicos tradicionais daquele tempo, normalmente colocava-se o corpo num túmulo, que mais tarde passava a ser o último lugar de descanso de gerações consecutivas. Era comum usar uma caverna natural ou um sepulcro lavrado na rocha sólida. Esses túmulos eram amplos; era possível ficar em pé na câmara da lamentação. No interior, cavavam-se prateleiras para colocar os corpos. Uma pedra lavrada em formato de roda, pesando várias toneladas, vedava a entrada. Apoiada numa vala, essa porta podia ser rolada de um lado para o outro. Quando fechada, apoiava-se numa pequena cavidade em frente à entrada, impedindo que a pedra rolasse de volta.
Essa pedra bloqueava o caminho para o milagre, fechava a porta da esperança e pintava o quadro da desilusão, trazendo uma imagem perfeitamente depressiva. Porém, não era da responsabilidade de Jesus retirá-la. Isso nos faz entender que mesmo diante da impossibilidade humana, há sempre algo que precisamos fazer a fim de que o milagre de facto aconteça. Aquilo que está dentro da nossa possibilidade é de nossa responsabilidade e vice e versa. Deus só faz o que não podemos fazer.
Ao comando de Jesus “tirai a pedra”, Marta sempre prática, argumenta que o ato de tirar a pedra, como Jesus pedira, seria desagradável, pois que Lázaro estava morto há quatro dias e que o corpo cheirava mal. Jesus, então, lhe lembra sua promessa, a adverte da sua necessidade de crer. Ela precisava crer. Mas tal como Marta, parece-me que muitos de nós, crentes, igrejas e instituições temos perdido a capacidade de crer no poder transformador de Jesus, em sua infinita capacidade de mudar as situações. Trocamos a fé por análises sóbrias, bem fundamentadas e racionais da situação. Assim transformamos o evangelho em algo sem poder, sem atrativo, apenas informações sobre Deus. Tiramos sua sobrenaturalidade e colocamos a cognição em seu lugar. A vida abundante com Jesus se torna em ter informações sobre Jesus. É um empobrecimento do evangelho.
As palavras “Tirai a pedra”, são diretas e com o verbo no imperativo. Portanto tirar a pedra é tirar tudo aquilo que impede que as pessoas ouçam a voz de Jesus e venham até Ele. É não ter medo de sentir o odor desagradável dos que são alvo do amor de Cristo. Há muitas pedras que estão entre o Senhor e muitos cristãos, inclusive nós mesmos. Tirar a pedra é remover tudo aquilo que impede que os que ouviram a Palavra de vida saiam das trevas para a luz.
Mas por que tirar a pedra? Será que o Senhor não tinha poder suficiente para removê-la só com uma palavra sua? Claro que tinha. Ele que já havia decidido trazer Lázaro do mundo dos mortos, tinha autoridade para tal, Ele poderia fazer a pedra desaparecer ou invocar os anjos para arrastá-la. Contudo, a questão é que quem colocou aquele obstáculo foram os homens. Ao colocarem aquela pedra na entrada do túmulo de Lázaro, eles estavam dando por encerrada a história daquele homem, isto é: acabou a esperança para a vida, chegou o fim. Fazer Lázaro voltar à vida era uma tarefa impossível para os homens, mas possível para Deus. Remover a pedra, era uma tarefa que os homens poderiam fazer e Jesus deixou esse trabalho a cargo deles. Um milagre requer uma parceria entre Deus e o homem para o andamento da obra de Deus. O homem entra com a fé fazendo o possível, crendo nele e sob a sua orientação; Deus entra com a ação sobrenatural fazendo o impossível. Se o homem não entra com a sua parte, a fé, o milagre não vem, pois “sem fé é impossível agradar a Deus”. É óbvio que Deus pode fazer tudo só, mas agrada a Deus a fé nele depositada pelo homem. Por isso a Bíblia diz: “Agrada-te do Senhor, e Ele satisfará os desejos do teu coração” (Sl. 37:4). Se tirassem a pedra antes, nada adiantaria. Se a deixassem para depois, também seria inútil. Por isso, temos de agir sob a orientação de Jesus e crer no seu poder. Retirar a pedra era um sinal de fé e obediência ao Senhor, uma resposta à Sua declaração de que “se creres, verás a glória de Deus” (v. 40). Tirar a pedra foi um acto profético de fé.
Essa é uma ação específica da Igreja, de cada um de nós, os que cremos a fim de vermos a glória de Deus. São ações concretas facilitadoras - são nossos encontros facilitadores! Afinal, há muitas pedras que estão entre o Senhor e vários cristãos, inclusive nós mesmos. São as barreiras (sociais, culturais, religiosas, financeiras, ideológicas etc.) que funcionam como mecanismos impeditivos para vermos o Senhor e nos deslocarmos na Sua direção.
Somos chamados a crer no irracional, no impossível, no que os homens não conseguem nem podem explicar. Quando Deus diz à humanidade, “Creia”, ele exige algo que está totalmente além da razão. A fé é totalmente ilógica. Sua definição tem a ver com algo irracional. Pense nisso: Hebreus diz que a fé é a certeza das coisas que se esperam, e a prova das coisas que são invisíveis. Estamos sendo informados, em resumo, “Não há nenhuma substância tangível, nenhuma evidência visível”. No entanto, somos chamados a crer.
Precisamos de voltar a crer no sobrenatural, a entender que a razão é dom de Deus, mas que nunca pode reger as ações da igreja, e que nossa vocação é para sempre esperarmos dele o desconcertante.
Verás a glória de Deus”. Nós a vemos quando cremos de todo o coração que ele pode fazer o impossível. Para que aconteça connosco só o possível não precisamos dele. Mas ele é o Senhor exatamente para se glorificar na nossa impossibilidade e com nossa obediência. Creiamos.
Tirai a pedra”! É este o Recado: Abrir o coração para o poder de Deus operar. Perdoar aos que nos magoaram. Agradecer a Deus em o Nome de Jesus e aceitar o perdão que Ele concedeu. Tirai a pedra, diz Ele: do ódio, do ressentimento, da vingança, da inveja, da violência, da desarmonia entre as pessoas, da família, da ingratidão, do medo, dos vícios. Ouçamos o eco desse recado de Jesus. Vamos deixar a vida de Deus agir em nós. Tirai a pedra. Jesus continua a dizer: - Tirai a pedra (Jo. 11:1-45).
b) Vem para fora (v. 43).
Chegamos então ao ponto da grande ordem de Jesus. Estão frente a frente, como em um duelo singular, a Morte, que tem direitos ilimitados sobre o homem, e Aquele que acabara de se designar a Ressurreição e a Vida. A expectativa era intensa! Quem iria ganhar? Depois de tirarem a pedra, Jesus precisava mostrar a glória de Deus àquela geração e olhando para o céu levantou os olhos e disse: “Pai, graças te dou por me teres ouvido”. E e deu uma ordem breve e poderosa ao morto, gritando em alta voz: “Lázaro, vem para fora (Jo. 11:43). Ao que Lázaro obedece e sai do túmulo em direção aos que presenciavam a cena, os quais ficaram sem reação, ainda com os pés e mãos enfaixados. Ele sabia que Deus o ouvira. Ele creu antes de ver a obra realizada. Lázaro saiu vivo do sepulcro e foi ter com Jesus.
Hoje Jesus também nos ordena a sair e a vir ao seu encontro, a segui-lo e a ressurgir de onde estamos, de nossas prisões, de nossos túmulos que a pós-modernidade nos impõe. Jesus nos convida a um encontro íntimo e pessoal com ele, e esse encontro só pode acontecer através de uma comunidade viva que se reúne para celebrar em seu nome.
Foi bom Jesus dizer: “Lázaro …”. Se ele tivesse simplesmente dito “Venha para fora”! todos os mortos do cemitério se teriam levantado! Lázaro estava vivo! Seus amigos desenrolaram as longas faixas usadas no sepultamento para que Lázaro pudesse andar. Não havia dúvida de que Jesus executara um tremendo milagre.
É uma maravilhosa ordem específica de Jesus, como o Soberano, o Senhor sobre todas as coisas, inclusive sobre a morte. Vir para fora é sair da morte para a vida, das trevas para a luz. Aleluia! Mas, antes e depois deste comando existiram outros: tirai a pedra e desatai-o e deixai-o ir.
Este episódio mostra-nos o tamanho da dureza dos nossos corações. Quantas vezes nossas orações não são ouvidas? Quantos pedidos foram feitos em vão? “Tirai a pedra”. Saia do sepulcro! Abra a porta do seu coração. Receba Jesus.
Somos tal qual Lázaro, porém Deus nos chama para a vida, aliás, para a Ressurreição, através de Cristo. Jesus nos chama: “Lázaro, vem para fora”! Ele nos chama pelo nome, não é um chamado genérico, é pessoal. Mas para que possamos ouvir a voz de Jesus, para que possamos ressuscitar, primeiro é preciso remover a pedra que nos cerra na caverna.
Quando Jesus fala, até os mortos O ouvem e O obedecem. Eis a razão porque muitos estão na Igreja mas não conseguem ouvir, nem obedecer ao Senhor da Igreja: não estão mortos para o mundo. Na verdade, quanto mais morremos, mais capacitados estamos para ouvi-lO e obedecê-lO.
Lázaro não saiu do lugar da sua paralisia da morte por meios próprios. Primeiro, o comando do Senhor liberou a ação do Espírito Santo, o Espírito da ressurreição, promovendo a ressurreição de Lázaro; depois, já cheio de vida, pelo mesmo comando, o Espírito da ressurreição o tirou da sepultura. Só pelo poder do Espírito Santo, debaixo do comando do Senhor, é que muitos conseguirão ser arrancados de suas sepulturas. Só quando morremos é que o Espírito da ressurreição e da vida nos arranca do poder e do território da morte.
c) Desatai-o e deixai-o ir (v. 44).
Jesus ressuscitou Lázaro, mas não lhe removeu os lençóis. No entanto, o Senhor ordenou ao povo: “desatai-o e deixai-o ir” (Jo. 11:44), porque remover os lençóis é responsabilidade do homem. Da mesma forma, embora sejamos salvos pela graça de Cristo, a tarefa de tirar nossos trajes imundos é nossa (Ef. 4:22-24).
Esses panos atrapalhavam-no enquanto ele tateava em seu caminho para fora da caverna, em direção à voz que o tinha chamado. Por isso, era necessário que alguém o ajudasse desvencilhando-o das mortalhas, para que ele pudesse ver e andar livremente.
A ordem de Jesus pede às pessoas que se despojem desta crença que faz a ressurreição demorar até o final, separando os vivos dos mortos. Da mesma forma que o paralítico tinha que tomar a sua cama, também estas pessoas tem que lançar elas mesmas de lado a mentalidade que as impedem de crer plenamente em Jesus.
Ao desatarem Lazaro morto, são elas que se desatam do medo da morte que as paralisava. Esta ação libertadora de Jesus implica em nossa prática libertadora: desamarrar as pessoas de todos os laços que as prendem a uma situação de morte. Assim agindo, estaremos continuando o que Jesus fez, a fim de que todos tenham vida em abundância. Assim saem todos do sepulcro, que os submetia à escravidão da morte. Somente agora, sabendo que morrer não significa deixar de viver, é que as pessoas poderão entregar a vida como Jesus, para recuperá-la.
Precisamos de desatar o nosso modo antigo de pensar (Rm. 12:1-2; Cl. 3:1-4); desatar o nosso modo antigo de falar e agir (Ef. 5:1-8; Cl. 3:8-10).
Jesus não apenas disse “desatai-o”, mas acrescentou “deixai-o ir”. Cristo não deseja que fiquemos marcando passo no mesmo lugar, mas que avancemos (Cl. 2:6-7). Se alguém diz que crê, mas não age de acordo com a fé que diz ter, essa fé está morta (Tg. 2:17).
 E por fim, Jesus ordena e envia Lázaro: “Desatai-o e deixai-o ir embora” (Jo. 11:44). Basta que o homem seja desatado daquilo que o fecha em si mesmo para a vida de Deus. Lázaro conheceu a corrupção: um pecador. A salvação é o perdão do vivo, a vida que volta a ser dada na carne que se corrompe e que a perdeu. As ataduras que o envolvem são postas para conter e ligar as carnes que se decompõem. Só aquele que é o caminho, a verdade e a vida pode dar essa ordem: “Desatai-o e deixai-o ir”.” O que nos aproxima do que Jesus diz à mulher adúltera: “vai em paz e não voltes a pecar”!” Quando Jesus ressuscitar, os panos que servem para esconder a decomposição da carne, não terão servido de nada. Estão dobrados, ao lado.
Muitos, como Lázaro, estão totalmente envoltos em ataduras, dos pés à cabeça, mesmo depois de provarem os milagres do Senhor e de estarem na presença dEle. Saíram das cavernas da morte pelo poder de Deus, mas ainda estão com as ataduras que os impedem de viver a plenitude de vida que o Senhor lhes deu.
O primeiro e o terceiro comandos demandaram ações específicas a serem realizadas por nós, os que cremos nEle e na Sua Palavra. Não podemos nos dar por satisfeitos por termos sido arrancados das covas da morte, mas precisamos de nos libertar de toda e qualquer amarra que porventura exista em nossa vida. Do mesmo modo, precisamos de fazer o mesmo com os discípulos, aqueles que vieram das trevas para a luz de Jesus por intermédio de nossas vidas.
Desatar é tirar as ataduras, desimpedir, desamarrar. Desatar e deixar ir é uma ação também específica que Jesus requer da Sua Igreja. O Senhor espera que cada um de nós tenhamos ações concretas para libertar e facilitar o crescimento e a vida dos que Jesus traz da morte para a vida. Para melhor funcionarmos como libertos e libertadores, precisamos de saber o que são as ataduras, onde elas estão e o que elas estão atando.
Que o Senhor Jesus possa nos inspirar e nos impulsionar a agirmos com a reta consciência e firme convicção, de que podemos ressuscitar, desde que ressuscitemos todos juntos, em comunidade, unindo forças em prol de uma igreja cada vez mais viva, comprometida e vivificante. A expectativa da iminente volta do Senhor deve inspirar e impulsionar os cristãos a uma vida santa. Uma vez que haverá um novo céu e uma nova terra, e que este céu e esta terra são morada de justiça, quem quiser habitar nas mansões celestiais com Cristo deverá praticar a vida de santidade desde agora, pois no porvir não haverá qualquer vestígio de injustiça.
2.     Onde podemos encontrar as ataduras nas pessoas?
a) Na cabeça: obstruindo os olhos, os ouvidos e a boca.
As ataduras podem impedir a muitos de ver, ouvir, falar e se alimentar. Elas podem produzir cegos, surdos, mudos e desnutridos espirituais. Muitas mentes podem estar atadas, inibindo o entendimento espiritual e as ações corretas de muitos salvos.
b) No tronco: obstruindo o tórax e o abdómen.
As ataduras podem apertar, o tronco de muitos, impedindo-os de respirar livremente, sufocando-os. Muitos podem estar impedidos, pelas ataduras, de experimentar as profundas inspirações do Espírito Santo em suas vidas. Quantos estão engessados no peito, impedidos de desfrutar dos sopros profundos do Espírito em suas narinas espirituais. Não se enchem do Espírito Santo.
c) Nos membros: obstruindo braços e pernas, mãos e pés.
Quantas ataduras têm prendido os pés, braços e mãos valorosos? Quantos estão paralisados no caminho e no ministério, impedidos de crescer e servir por causa de ataduras? Quantas mãos estão limitadas ou impedidas de agir abençoando os outros por estarem atadas, amarradas? Quantos têm tropeçado, caído ou sido impedidos de caminhar por causa das ataduras que possuem nos pés?
3.     Que ataduras são essas?
São todos os mecanismos, ainda que bons, que podem exercer papel limitador ou bloqueador para o nosso crescimento ou caminhada espiritual com o Senhor, tais como: medo, maldições (miséria, falência, enfermidades, divórcios, perversões sexuais etc.), orgulho, vaidade, ódio, rancor, amargura, preconceitos, inveja, paradigmas eclesiais e denominacionais, feridas e traumas emocionais, experiências pessoais (positivas ou negativas) com o poder de Deus e com a fé, nossos dons e ministérios mal conduzidos (gerando desistência, insucesso).
Para ficarmos livres destas “ataduras”, nós precisamos de confessar nosso envolvimento nestas coisas, pedir perdão a Jesus, receber o perdão de Jesus, liberar perdão para as pessoas que nos levaram a participar nestas atividades, renunciar os demónios que operam nestas áreas, e livrarmo-nos de qualquer objeto que tem ligação com estas coisas.

A Igreja de Jesus tem um papel fundamental no processo de libertação e crescimento, na vida daqueles que precisam ir a Jesus e caminhar com Ele na plenitude. Creio na igreja de Jesus como peça fundamental no projeto de resgate das vidas hoje laçadas pelas drogas. Creio em uma sociedade e um estado que precisa de ser sacudido e mobilizado para fazer parte desse projeto. Precisamos de dizer não às drogas, mas acima de tudo precisamos de dizer sim a Jesus! Algumas vezes não funcionamos por não querermos, mas, noutras, é porque também estamos limitados por causa das nossas ataduras. Como Igreja de Jesus, precisamos de nos livrar das ataduras pessoais, pois temos o chamado específico para tirar as ataduras das pessoas, desatando-as para que caminhem na liberdade e desfrutem da vida abundante que o Senhor trouxe para cada um de nós. Vamos obedecer ao Senhor, alcançando os perdidos e facilitando o seu crescimento em Cristo. 

Ao Mergulhar na Presença de Deus Somos Capacitados para Fazer a Diferença na nossa Geração!

Leitura: Isaías 6:1-8
Isaías era um jovem aristocrata que nascera num lar de um judeu chamado Amós. Sua cidade natal era Sião. Muitos problemas o rodeavam, um deles era a Assíria, nação que crescia. Ele sabia que a sua nação era fraquinha.
Os dias de Israel, na época de Isaías, não eram dias fáceis. Existia um sentimento de desgosto nacional no coração do povo. No campo da espiritualidade as pessoas estavam distantes de Deus. Imperava a Idolatria, a Superstição, a Imoralidade... assim como todos os costumes pagãos. As pessoas estavam se afastando de Deus, perdendo a dignidade e a integridade. Elas faziam sacrifícios profanos em lugares que antes eram dedicados a Deus. Eram tempos de insegurança e de incerteza quanto ao futuro da nação. As cidades estavam desoladas, os campos estavam destruídos, o trono estava vazio, o orgulho de ser judeu e de morar na nação israelita estava ferido. Os cultos religiosos oferecidos nos templos não eram mais aceites por Deus.
Os profetas, corajosos de outrora, se enfraqueciam. As mulheres eram vulgares, sensuais, superficiais. Era gravíssima a situação da pátria. Havia uma oscilação na espiritualidade em relação ao reino de Judá, enquanto que em Israel o povo estava corrompido e impenitente, apesar de algumas poucas exceções. A prosperidade no reinado de Uzias induziu o povo de Judá à luxúria e autoconfiança, motivo pelo qual rejeitaram a mensagem profética de Isaías ao arrependimento (cf. Is 6:10-11), passando então a descrever o juízo divino. Assim começava o declínio espiritual do povo, na mesma proporção que o político. É neste ambiente de decadência que Isaías recebe o seu chamado.
Um dia, Deus agiu e fez Isaías, que tinha apenas 20 anos, dar uma volta à vida. Isaías já tinha um chamado profético, porém o inicio desse chamado é marcado pela referência à morte de um amigo íntimo, de nome Uzias. Foi nesse ano, quando algo que existia na vida de Isaías foi arrancado para que ele visse a glória de Deus, para que tevisse uma extraordinária visão que o transformou em servo e renovou o chamado profético. Ele foi convocado por Deus para pregar a Sua Palavra para um povo cego, surdo e insensível.
Estamos vivendo dias muito significativos enquanto povo de Deus. A par de presenciarmos um grande mover do sobrenatural de Deus, para alguns a crise e o caos estão ainda presentes na vida pessoal, familiar, ministerial, financeira etc. Em muitos casos, a Palavra de conforto e desafio logo se esvai e o desânimo rapidamente se instala, denunciando uma derrota iminente. No entanto, o nosso Deus continua insistindo em nos chamar para conquistar os territórios da nossa promessa: família, discipulado, ministério, cidades, finanças e etc.
Muitos estão como Isaías estava, antes daquela experiência transformadora diante do trono de Deus; ele estava deprimido, sem esperança, sem direção, por causa da situação crítica da nação e da morte do rei Uzias. Parecia que o fim havia chegado para ele, um profeta de Deus na sua geração. Porém, algo muito importante aconteceu com ele, que mudou o seu discurso e a sua vida: a revelação da presença e do trono de Deus.
Neste texto, observamos pelo menos três experiências fundamentais que poderão nos transformar em discípulos que fazem a diferença no Senhor.
1. A Experiência com a santidade de Deus (v. 1-5).
Em certo momento da visão, Isaias passa a ver serafins ou anjos. Existem detalhes importantes aqui. Estes serafins cobrem os seus rostos e pés. Eles fazem isto por causa da santidade do Senhor, da glória de Deus que estava naquele lugar. Eles cobrem seus corpos em sinal de temor e respeito diante da presença do Senhor. Quanta gente não tem nenhum respeito e reverencia na presença do Senhor!
Este é um dos textos mais conhecidos de Isaías: a “visão” de Deus; a eterna confirmação de Sua Santidade; o reconhecimento do estado de pecador, do profeta e do povo; o perdão pelo fogo; o desafio de Deus quanto à comunicação de Sua mensagem; a submissão plena do profeta e a sua disponibilidade para servir ao envio de Deus.
O profeta está situado no tempo e no espaço. Ele não está no céu, está na terra. Seu povo e ele mesmo são da mesma natureza: pecadores, de língua má, de coração duro. Gente sem educação no sentido de saber conviver, de compreender e aceitar a soberania de Deus. O resultado disso é um povo de terceira categoria, não no sentido científico e económico, mas no sentido da prática quotidiana da Justiça, do Direito, da Verdade e do Amor a Deus e ao Próximo. Aí, sim, temos um povo de primeira categoria, ainda a ser construído na terra. Este é o povo do desejo de Deus, daí a sua promessa do Messias presente em todo o Antigo Testamento. O profeta pega a mensagem já em andamento, isto é, não inventa uma mensagem nova, pois ele não é o Messias. Sua função é a de comunicá-la ao povo para que mude seu rumo de autodestruição.
Em sua visão da sala do trono de Deus, Isaías pôde contemplar um espetáculo surpreendente. Ele viu as abas das vestes de Deus enchendo o templo e seres voadores com seis asas, chamados serafins. Ele os ouviu chamando uns aos outros em louvor a Deus. Suas vozes devem ter sido poderosas, porque fizeram os batentes das portas tremerem e o templo se encheu de fumaça.
Nesta visão figurativa, o templo é aberto para ver, até mesmo para o lugar mais santo. O profeta, do lado de fora do templo, vê a Presença Divina assentado sobre o propiciatório, erguida sobre a arca da aliança, entre os querubins e serafins, e a glória divina encheu todo o templo. Vê Deus em seu trono. Esta visão é explicada em João 12:41, que Isaías viu agora a glória de Cristo, e falava dele, que é uma prova cabal de que nosso Salvador é Deus. Em Cristo Jesus, Deus está sentado num trono de graça, e através dele o caminho para o lugar mais santo é colocado aberto. Não importam quaisquer que sejam as circunstâncias da vida, Deus, o Santo, tem um plano que se descortina em bênçãos através do Senhor Jesus, mediante minha inteira confiança e dependência da Sua Pessoa. Esta é sem dúvida a mensagem apresentada pela vida e obra deste profeta.
Hoje, temos o dom pleno: a própria mensagem encarnou-se. Veio ser e nos mostrar o sentido da visão de Isaías: Deus é santo. Diante dele o pecado não subsiste. Já não nos perdoa pelo fogo, mas pelo sangue inocente de Cristo que, ao morrer na cruz por nós, tornou-nos a todos comunicadores do seu acto, perdoados, nascidos de novo para sermos o que ele deseja no quotidiano concreto do tempo e do espaço em que vivemos.
A qualidade de nossa vida cristã depende da revelação que temos do trono de Deus. Numa época em que ser íntimo de Deus, é meramente cantar uma balada romântica, a visão do trono torna-se essencial. Quando os homens caem no erro de contemplar o Santo de Israel de igual para igual, perde-se o temor e o senso de reverência devido ao Omnipotente, que soberanamente reina no seu trono. Uma vida profunda é medida pelo nível do seu temor diante de Deus. Quanto mais superficial for o crente, mais ele lida com as coisas espirituais de forma leviana. Mas quando o homem vê, pelos olhos do espírito, o trono e a majestade de Deus, ele não consegue mais ser displicente em sua vida espiritual. É a visão do trono que traz o temor.
Precisamos de ser escavados pelo Senhor em nossa vida espiritual para que haja profundidade em nós. Vivemos a geração da superficialidade: Ninguém se torna profundo naturalmente. A profundidade é produzida sob duas condições: o amor e o temor. A primeira condição é um genuíno amor pelo Senhor. Quando amamos a Deus e temos um intenso desejo por Ele, nos dispomos a remover as coisas erradas que estão ocultas em nós. Isto nos conduz à intimidade, porém, o amor não é a única condição para nos aprofundarmos em Deus. Para equilibrar este sentimento, precisamos do temor.
Falamos sobre o Movimento de Santidade em nosso tempo, e louvamos a Deus por isso. Ouvimos de muitos buscadores da santidade e mestres da santidade, ensinamento de santidade e reuniões de santidade. As verdades abençoadas da santidade em Cristo e a santidade pela fé estão sendo enfatizadas como nunca antes. O maior teste para ver­mos se a santidade que professamos buscar ou atingir é verdade e vida, terá ela de ser manifestada na humildade cres­cente que ela produz. No homem, a humildade é a única coisa necessária para permitir que a santidade de Deus habite nele e brilhe através dele. Em Jesus, o Santo de Deus que nos faz santos, a humildade divina era o segredo de Sua vida, de Sua morte e de Sua exaltação.
Todo aquele que busca a santida­de precisa de vigiar, a fim de que não aconteça que, inconscientemente, o que foi começado no es­pírito seja aperfeiçoado na carne e o orgulho rasteje onde a sua presença é menos esperada.
O nosso Deus é Santo, Santo, Santo. Suas coisas são santas. Suas alianças são santas, porque não se concebe Deus num relacionamento que não seja santo. O que Ele requer de seus filhos é nada menos que santidade. Ele relaciona a manifestação de suas maravilhas com a santidade do Seu povo.
Há muita confusão em relação à santidade, porque conceituamos santidade a partir dos nossos conceitos e paradigmas religiosos, morais e éticos. Adotamos práticas e atitudes que nada têm a ver com a verdadeira santidade. Muda-se de roupa, de atitudes e de palavras sem que haja verdadeiramente santidade na pessoa. Precisamos de ser santos no corpo, na alma, no espírito, nos relacionamentos com os cônjuges, filhos, pais, irmãos. Os nossos pensamentos, sentimentos e vontade precisam de ser santificados. Os nossos sonhos, projetos, finanças também precisam de santificação. Até as nossas ações ministeriais e evangelísticas precisam de ser santificadas.
Santidade é espiritual, portanto é uma medida de Deus e não de homens. Deus não me vai considerar santo porque eu me considero santo, mas porque estou contido no Seu padrão de santidade para Seus filhos. Só um Deus absolutamente santo pode definir, de forma clara, o que é ser santo. As Escrituras nos informam que ser santo é ser separado, posto à parte, tornado sacro. Estes conceitos estão contidos em Deus e não no homem, por isso tanta confusão.
Uns, em nome da santidade, se colocam sob o jugo de um espírito de religiosidade terrível e entram numa vida de negação inconsequente, se enclausurando e fugindo de tudo e de todos. Outros, por causa dos conceitos frouxos de santidade aliados a uma licenciosidade pecaminosa, confundida com liberdade, transformam-se em verdadeiros ícones de sensualidade e perversão. Não queremos tocar de forma alguma nos “usos e costumes” de quem quer que seja, porém, que cada um ande segundo a luz que já alcançou e nela não peque e nem induza ao pecado.
É evidente que quem é santo fala, se veste e se comporta como um santo de Deus, mas a atitude recíproca nem sempre é verdadeira. Sabemos que por detrás de muitas ações, roupas, palavras e atitudes chamadas santas, existem pessoas cheias de iniquidade e pecado, apodrecidas e profanando tudo o que tocam e se relacionam. Não se movem em aliança com o Pai, não andam na Sua presença, trilham rotas estranhas aos propósitos de Deus e, claro, não são alcançadas pelas boas surpresas de Deus. Por quê? Porque não compreenderam ainda que a santidade é uma medida espiritual alcançada em Deus e não no homem, em seus valores e paradigmas humanistas. Pessoas assim confundem o humanismo, o ser bem-intencionado e o ser ético, política e moralmente correto com santidade.
Yeshua (Jesus) é a medida da santidade de Deus para nós! O Senhor nos diz em João 14:6 que “Ele é o caminho, a verdade e a vida e que ninguém vem ao Pai se não for por Ele”. Em Mateus 11:29 Ele diz para que tomemos sobre nós o Seu jugo e aprendamos dEle. Quando solicitado a mostrar o Pai, Ele disse que quem O visse também via o Pai (Jo. 14:9). Ele é a referência de santidade para a Igreja, portanto precisamos de ouvir e aprender dEle, andar nos caminhos dEle, agir como Ele agiu. Ele sempre buscou as suas referências de santidade no próprio Pai, com a intenção de obedecê-lO, agradando-O e fazendo a Sua vontade em tudo.
A Palavra, o Espírito Santo e o sangue nos santificam. O Senhor nos santifica através de três elementos santificadores: a sua Palavra, o Espírito Santo e o Sangue derramado na cruz do Calvário. O caminho da aliança com Deus passa necessariamente pela ação conjunta desses três elementos divinos santificadores, aliados à nossa determinação de nos santificarmos para Deus, isto é: de pessoalmente nos separarmos para o nosso Senhor e Salvador. Sem eles, ninguém caminha em aliança com Deus, muito menos na rota do surpreendente de Deus. Não basta querermos ser santos, precisamos de nos deixar influenciar por cada um desses três elementos.
a) Sangue de Cristo: Portanto, se o sangue de bodes e de touros e a cinza de uma novilha, aspergidos sobre os contaminados, os santificam, quanto à purificação da carne, muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo” (Hb. 9:13-14). É o Sangue na Nova Aliança, Aliança de Vida Eterna, e o recebemos pela fé. Representa o preço que deveria ser pago pela minha culpa, pelo meu pecado. Por isso, só o Sangue de Yeshua nos aproxima de Deus, lava-nos do pecado e livra-nos do Acusador. A santificação pelo Sangue nos traz alegria, não exige esforço, nem renúncia.
b) Espírito Santo: Mas eu vos digo a verdade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei. Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: do pecado, porque não creem em mim; da justiça, porque vou para o Pai, e não me vereis mais; do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado. Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora; quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão-de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar. Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso é que vos disse que há-de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar” (Jo. 16:7-15).
É Ele Quem nos convence do pecado, da justiça e do juízo, através da revelação da Palavra de Deus. É o Único que pode trazer revelações de Deus (1 Co. 2:9-10). Em Gálatas 5:22-25 vemos que Ele gera no cristão o Fruto do Espírito: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Não é necessariamente a prática dos dons espirituais que mostra que estamos no caminho da santificação, mas é ter Cristo no coração, andando e vivendo com Ele, é ter o caráter de Cristo e o Espírito Santo agindo com liberdade em nossas vidas. O batismo no Espírito Santo coloca-nos em contacto com o poder sobrenatural de Deus.
c) Palavra de Deus: Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo. 17:17). “Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado” (Jo. 15:3). Em conformidade com João 8:31-32, vemos que é permanecendo na Palavra de Deus, que a vida de Cristo será vivida em nós e seremos Seus verdadeiros discípulos. Se alguém não está procurando viver a Palavra é falso discípulo e se discípula na Palavra é falso discipulador. A Palavra só irá gerar vida se o Espírito a incubar, revelando a vida que está dentro dela em meu coração. O Sangue nos santifica pela fé. A Palavra nos santifica pela obediência.
Deus é santo, santo, santo. Todo o cristão precisa de estar convicto da impactante santidade de Deus. Seus filhos e filhas precisam de vê-lO como Perfeito, Majestoso, Glorioso, Maravilhoso, Rei dos reis. Só quem O considera um Deus Santo vive no temor e tremor do Senhor. Como cristãos sinceros precisamos de ficar estarrecidos diante da Sua glória e santidade.
Quando temos experiência com a santidade de Deus, o nosso pecado aparece e, naturalmente, somos levados à confissão diante dEle. Não há como fugir: diante da manifestação da glória de Deus, nos vemos pecadores e, arrependidos, devemos confessar os nossos pecados e os do nosso povo (família, discipulado, grupo e etc.).
O discípulo chamado para fazer a diferença na sua geração precisa de ter uma vida de quebrantamento, arrependimento e confissão diante de Deus e das pessoas a quem ofendeu. Uma das consequências mais significativas na vida de quem imergiu na santidade de Deus é o desejo de ser santo, traduzido pelo quebrantamento e a confissão de pecados.
2. Experiência com a misericórdia de Deus (v. 5-7).
A misericórdia de Deus é descrita em vários lugares e de maneiras diversas. Sua misericórdia é grande (1 Rs. 3:6), é suficiente (Sl. 86:5), é terna (Lc. l:78), é abundante (1 Pe. 1:3), é rica (Ef. 2:4), é eterna (Sl. 103:17). É de tão grande consolação sabermos que Deus é tão abundante e rico exatamente no que necessitamos como pobres pecadores. Não é surpresa que o Salmista diga: “Cantarei a tua força; pela manhã louvarei com alegria a tua misericórdia” (Sl. 59:16. À medida que refletimos sobre a nossa própria experiência, desenvolve-se em nós a convicção de que Deus foi movido por um grande amor no executar a sua salvação. A nada mais poderia ser ela atribuída. Esse amor é demasiado grande para proceder de outra fonte que não do próprio Deus. É inerente ao seu próprio caráter. “Deus é amor” (1 Jo. 4:8).
Quão ricas são as misericórdias de Deus em nossa vida: ele nos perdoou. Ele nos justificou. Ele nos adotou. Ele nos selou. Elas são a causa de não sermos consumidos. Elas se renovam a cada manhã.
A misericórdia de Deus é o apelo próprio do pastor a seu povo. “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão (misericórdia) de Deus, que apresenteis os vossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional” (Rm. 12:1).
A misericórdia vem do amor e resulta em graça. Se a misericórdia não viesse do amor, ela não resultaria em graça. Uma vez que ela se origina no amor, ela chega à graça. Nos Evangelhos há o relato de um cego recebendo visão (Mc. 10:46-52). Mas, perante o Senhor, Ele não disse: “Senhor ama-me” ou “Senhor, sê benévolo para comigo”! Pelo contrário, ele disse: “Filho de Davi, tem misericórdia de mim” (v. 48)! Ele pediu misericórdia por causa da sua situação presente, da sua dificuldade presente e da sua dor presente. Ele sabia que se o Senhor Jesus se compadecesse dele, Ele não se limitaria a mostrar-lhe misericórdia; Ele certamente faria algo.
Há sempre provisão para o pecador contrito. Uma das manifestações do amor de Deus para os Seus filhos é a Sua misericórdia, que flui em direção ao coração quebrantado, contrito e que busca a santidade. É por causa da Sua misericórdia que, diante do Seu altar, somos alcançados pelo Seu fogo consumidor, que nos traz cura e libertação. É só depois de nos quebrantarmos e nos arrependermos diante do Senhor, que as Suas brasas vivas queimam as nossas iniquidades e nos purificam.
3. A experiência com a voz do Senhor (v. 8).
Quando Isaías ouve o que os serafins dizem sobre o Senhor, ele entende que está na presença do Senhor. Isto faz com que ele saiba o quão impuro é. (Este é sempre o resultado quando somos colocados mais próximo do Senhor. Enxergamos o quão descuidados temos sido. Mas quando confessamos ao Senhor as coisas que temos praticado, as quais entendemos que não são do agrado dEle, então Ele nos restaura).
Agora Isaías está pronto para ser um vaso usado pelo Senhor. (Não podemos estar prontos para o uso do Senhor, a menos que tenhamos passado pela experiência de Isaías).
Precisamos de discernir a voz de Deus, o Seu chamado. A voz de Deus vai contra os valores deste mundo... Ele tem-nos chamado para fazermos a diferença nesta geração. Quer enviar-nos como modelos, para sermos o sal e a luz no mundo e conquistarmos almas para Ele. Temos de estar com os ouvidos ligados no Espírito Santo para discernir entre a voz de Deus e a do inimigo. Tenhamos cuidado, porque o diabo tenta falar aos nossos ouvidos, mas em lugar de dar atenção à sua voz, é necessário repreendê-lo em o nome de Jesus e pela Palavra de Deus. Só assim será possível evitar desastres na vida cristã.
A voz de Deus nem sempre diz o que queremos ouvir, mas habitualmente diz o que precisamos escutar. Basta haver disposição para ouvi-la e, principalmente, colocá-la em prática. Precisamos estar preparados e o discernimento é um pré-requisito fundamental para percebermos que Ele está realmente falando connosco. O Espírito Santo sempre fala aos nossos ouvidos: “Quem têm ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas” (Ap. 2:7).
Deus fala de diversas maneiras. Pode ser pela pregação, pela leitura bíblica, pela palavra profética. Ou através de uma criança, da natureza, da experiência de pessoas idosas; enfim, o Senhor fala da forma que julgar necessário. Isso porque Ele conhece cada pessoa: suas características pessoais, seu caráter, sua personalidade, seu temperamento. Quando quer, fala diretamente ao nosso coração. Por isso é importante aprendermos a ouvir a voz de Deus (1 Sm. 3:4).
 O Senhor quer que ouçamos o Seu chamado para conquistarmos os mais variados territórios: família, discipulado, ministério, finanças e muito mais. Ouvir a voz de Deus fará toda a diferença em nossas vidas, porém, se não dermos os dois passos iniciais, jamais O ouviremos claramente. O impacto com a santidade e a misericórdia de Deus ativam o nosso espírito, limpam a nossa alma e abrem os nossos ouvidos para ouvirmos e discernirmos a voz de Deus.
E por que é tão importante ouvirmos a voz de Deus para fazermos a diferença? Porque é quando o discípulo tem a convicção de que Deus falou e decide se liberar para Ele, que nada o fará retroceder ou desanimar, mas perseverará na rota da vitória e da conquista.

Em que nível de experiência estamos nós com Deus? Precisamos de aprofundar no relacionamento com o Senhor até ao ponto de ficarmos impactados com a Sua presença e a Sua glória e a nossa vida como um todo será impactada e passaremos a fazer a diferença na nossa geografia. Não podemos descansar enquanto não formos imersos no ambiente da sala do trono de Deus.