Texto: João 11:32-44
Introdução
Existem
momentos em que as dificuldades em nossa vida parecem grandes pedras no
caminho. Pedras pesadas e difíceis de serem removidas. Pedras que ficam no meio
do caminho de nossa vida.
Precisamos
de acordar. O declínio é um lugar perigoso para ficarmos. Não podemos ser
indiferentes. Não podemos continuar em nossa busca insensata por prazer e autossatisfação.
Este é o tempo da unidade e da maturidade. A maturidade espiritual é o mais
sublime objetivo de Deus para a vida de cada cristão. O Pai celestial deseja ansiosamente
que cada um de nós desenvolva bem a sua maturidade. A maturidade cristã deve
ser um objetivo sempre presente na vida de todo o cristão; isto é, alcançar a “...medida da estatura completa de Cristo”
(Ef. 4:13). O Senhor deseja manter um relacionamento sempre crescente com o
homem. Ele quer nos abençoar de forma abundante e em profundidade. Ele usará
cada uma das nossas experiências, até as adversidades e crises, para fazer-nos
crescer e amadurecer, a fim de nos estabelecer não só como conquistadores, mas
como fiéis consolidadores das grandes conquistas.
Creio que o Senhor quer dar um basta na
história de muitos de nós. Um basta na pedra da mágoa, da murmuração, da
desistência, do medo, da insegurança, do fracasso, do ressentimento, da
amargura, do orgulho, da falta de perdão, do pecado escondido, do vício, da
insatisfação, da incredulidade, dos prazeres e da morte. Basta de vivermos
andando de um lado para o outro, carregando defuntos ou coisas mortas dentro de
nós. Ele quer nos fazer crescer e amadurecer. Ele quer que a igreja se torne
forte, e o mundo necessitado seja confrontado com a mensagem da salvação; e
talvez haja pouco tempo para isso. Como Paulo escreveu à igreja em Roma: “Já é hora de vos despertardes do sono;
porque a nossa salvação está agora mais perto do que quando no princípio
cremos. Vai alta a noite, e vem chegando o dia. Deixemos, pois, as obras das
trevas e revistamo-nos das armas da luz” (Rm. 13:11-12). Ele quer nos mostrar
a Sua glória, mas para isso precisamos de fazer a nossa parte. Para nos
tornarmos discípulos maduros na caminhada, precisamos de colocar diante dEle as
coisas mortas que estão em nós e na nossa história e, para tal, vemos no texto
três comandos específicos do Senhor: “onde
o sepultastes?”, “tirai a pedra”
e “se creres verás a glória de Deus”.
1. “Onde o Sepultastes”?
Esta
pergunta de Jesus, que demonstra acima de tudo a divindade do Salvador, é rica
de pormenores, provando a Sua perfeita humanidade, e “os sentimentos que houve
também nEle”, sentimentos infinitamente puros e profundos de amor e de
compaixão para com aquelas pessoas que estavam tão aflitas. Esta pergunta,
muito embora Ele, como o Deus omnisciente, soubesse onde Lázaro estava, evidencia
que foram eles que o colocaram no sepulcro e o fecharam com uma grande pedra, sem
esperança. Portanto, a pergunta é feita para que pudesse ficar evidente que não
havia nenhum plano entre ele e os familiares do falecido, e para levantar a expectativa
do que ele estava para fazer, e para atrair os Judeus para lá, para que eles
fossem também testemunhas do milagre que ele estava para fazer.
Sempre haverá um lugar determinado, um
túmulo, onde colocamos o que morreu em nós. Em algum ponto da nossa caminhada,
da nossa história, um túmulo foi aberto e algo de valor, que morreu em nós,
sepultamos ali. Crises, traumas, conflitos e perdas podem ter matado algo em
nós e nos ter feito abrir túmulos no casamento, na família, no ministério etc,
onde enterramos coisas nobres, como os nossos sonhos, dons, talentos,
esperança, fé, alegria, paz, identidade. É preciso identificar e confessar ao
Senhor onde estão os túmulos em nossas vidas, para que Ele opere sobre aquilo
que estava morto, estancado em nossas vidas, impedindo-nos de crescer,
amadurecer e desfrutar do poder e da glória de Deus em muitas áreas de nossas
vidas. Jesus quer tomar a sua mão hoje e ir consigo ao lugar onde estão as
coisas mortas em sua vida, para lhe dizer: “Eu
sou a ressurreição e a vida”
2. “Tirai a Pedra”.
Uma
das primeiras ações das pessoas diante de problemas de difíceis soluções é a de
só enxergarem obstáculos. Foi o que Marta enxergou: “Senhor, já cheira mal, porque é de quatro dias”. Para ela, de nada
adiantaria remover a pedra da entrada do túmulo de seu irmão Lázaro. Pedras são
problemas que consideramos obstáculos para a nossa felicidade, e o sepulcro, um
passado que teima em cativar a mente, o espírito e também o corpo, que impedem
o fluir dos passos, a renovação do futuro.
Assim
como nos cemitérios os túmulos são fechados, lacrados, também onde existir algo
morto na vida de alguém, aí haverá um túmulo e uma pedra, para esconder ou
conter o que está morto dentro dela. Conscientemente ou não, a pessoa encobre o
que está nos túmulos de sua vida com vários tipos de “pedras”. Ter acesso ao
que morreu depende de tirarmos tais “pedras” dos túmulos. Não basta apontarmos
o túmulo. Para vermos a glória de Deus nessas áreas precisamos de remover as
pedras, isto é: remover tudo aquilo que está encobrindo as coisas que estão
mortas em nós. Quando Jesus chegou ao túmulo de Lázaro, todos tiveram que olhar
para a pedra que obstruía o túmulo e se quisessem ver a glória de Deus
precisariam de encarar a pedra à sua frente e retirá-la.
Fazer
Lázaro voltar à vida era uma tarefa impossível para os homens, mas possível para
Deus. Remover a pedra, porém, era uma tarefa que os homens poderiam fazer. E
Jesus deixou esse trabalho a cargo deles. Isto é confronto! Muitas vezes, o
milagre que tanto necessitamos precisa de ser precedido por algum tipo de
confronto no Senhor. O Senhor quer que tenhamos coragem de encarar e tirar do
caminho tudo o que colocamos para tamponar e esconder as “mortes” dentro de
nós. É sempre um momento crítico, às vezes doloroso, mas extremamente
necessário para que o poder da ressurreição opere em nós.
Um
milagre requer uma parceria entre Deus e o homem. O homem entra com a fé; Deus
entra com a ação sobrenatural. Se o homem não entra com a sua parte - a fé - o
milagre não vem, pois “sem fé” é impossível “agradar a Deus”. É óbvio que Deus
pode fazer tudo sozinho, mas agrada ao Criador a fé depositada pelo homem nEle.
Por isso a Bíblia diz: “Deleita-te no
Senhor e Ele satisfará os desejos do teu coração” (Sl. 37:4).
Se
não tirarmos a pedra, não poderemos sair do lugar em que estamos. São as nossas
pedras que impedem Jesus de realizar os nossos milagres. É preciso tirar a
pedra que está atrapalhando a nossa vida para escutarmos a voz do Senhor. Pedra
significa obstáculo, barreira, dificuldade, impedimento, empecilho. Tudo isso
impede o agir de Deus na nossa vida. Quem está morto espiritualmente nem
percebe quantas pedras existem na sua vida. O morto é como a pedra: não fala,
não ouve, não vê e nem se move. Tem o coração duro, pois a pedra está no lugar
errado! A ordem de Jesus é: Tirai a Pedra!
Ou
seja, enquanto as pedras estiverem bloqueando a sua obediência à voz do Senhor,
o milagre não vai acontecer na sua vida. As pedras impedem a ação de Deus na nossa
vida! Enquanto isso, permaneceremos sozinhos na nossa caverna, em nossa
escuridão, sem qualquer possibilidade de ouvir Jesus chamando o nosso nome.
Creia, o maior milagre que Jesus quer fazer na nossa vida é conceder-nos um
novo coração e a salvação eterna como o grande prémio do seu amor.
Durante
a nossa caminhada cristã, aparecerão pedras no nosso caminho. É possível que a nossa
vida espiritual esteja infestada de pedras, pequenas ou grandes, visíveis ou
imaginárias, de todas as formas. Muitas vezes nem parece que é uma “pedra”, mas
elas são perigosas, tiram a nossa paz de espírito, impedindo Jesus de se
aproximar de nós. Tirando o nosso entusiasmo de viver uma vida cristã
prazerosa. Na história da igreja também surgiram muitas pedras. Relembro aqui a
história da mulher samaritana. Ela tinha ido até ao poço buscar apenas um balde
de água. Mas Jesus estava lá esperando por ela. E as pedras da vida daquela
mulher falaram mais alto.
Este
recado de Jesus atravessou os séculos e ainda ressoa em nossos corações. Já
pensou que para recebermos uma bênção, precisamos de remover a pedra que se
alojara na entrada de nossos corações? E como removê-la para deixar a vida
operar?
É
preciso tirar a pedra que encobre o poder de Deus, que abafamos com os nossos
erros. Vejamos o que fez Jesus para fazer a vida do seu amigo vibrar, retornando
à família.
Quando
Jesus ressuscitou a Lázaro, Ele foi ao sepulcro que era uma caverna, e que
tinha uma pedra sobre ela. Jesus disse: “Tirai a pedra”. Marta, irmã de Lázaro,
protestou: - Senhor, já cheira mal, porque é já de quatro dias. Jesus lhe
disse: Não te hei dito que se creres, verás a glória de Deus?
Tiraram
a pedra. Jesus precisava de mostrar a glória de Deus àquela geração e olhando
para o céu disse: “Pai, graças te dou por
me teres ouvido. E disse: Lázaro vem para fora”. Ele sabia que Deus o
ouvira. Ele creu antes de ver a obra realizada. E Lázaro apareceu vivo na porta
da caverna. Lázaro saiu vivo do sepulcro e foi ter com Jesus. A fronteira entre
a morte e a vida desapareceu.
Este
episódio é para nos mostrar a dureza dos nossos corações. Quantas vezes nossas
orações não são ouvidas? Quantos pedidos foram feitos em vão? “Tirai a pedra”.
Saia do sepulcro! Abra a porta do seu coração. Receba Jesus. Hoje Cristo está
visitando a sua vida e está declarando algo que você pode fazer. Ele está-lhe
dizendo: “remova a pedra”! Esse é o caminho da vitória! Creia nessa palavra
profética de Deus e arranque de sua vida tudo o que está impedindo que o
milagre de Cristo seja ministrado a si. Remova, na certeza de que uma Palavra
de poder será ministrada de Deus ao seu coração, mudando assim a história da
sua vida.
É
este o Recado: Abrir o coração para o poder de Deus operar. Perdoar aos que nos
magoaram. Agradecer a Deus em o Nome de Jesus e aceitar o perdão que Ele
concedeu. Tirai a pedra, diz Ele: do ódio, do ressentimento, da vingança, da
inveja, da violência, da desarmonia entre as pessoas da família, da ingratidão,
do medo, dos vícios. Ouçamos o eco desse recado de Jesus. Vamos deixar a vida
de Deus agir em nós. “Tirai a pedra”. Jesus continua a dizer: “Tirai a pedra”
(Jo. 11:1-45).
a)
Alguns Tipos de Pedras Que Devem Ser Removidas
Muitos, por causa das “mortes” que entraram em
suas histórias, enterraram na vida pessoal, o casamento, a família, o
ministério, as finanças, os seus sonhos, os dons, os talentos, a esperança, a fé,
a alegria, a paz, a identidade, e estão usando os mais variados tipos de
”pedras” para escondê-los, tais como: medo, insegurança, dor, incredulidade,
justiça própria, ódio, vingança, rejeição, amargura, crítica,
rebelião/insubmissão, mundanismo, orgulho, vaidade, procrastinação... detendo
todo o progresso na subida à imortalidade. Todos esses sentimentos e atitudes
têm, por trás, alguma coisa que morreu e está enterrada em alguma área da vida
de alguém e funcionam como obstáculos para a manifestação da glória de Deus em
suas vidas e, consequentemente, para o amadurecimento pessoal. Essas “pedras”
não só escondem as coisas mortas na pessoa, como também servem de obstáculos
para que ela não se relacione com outros no tocante àquilo que morreu em sua
vida.
b)
Alguns Argumentos Para Que Não se Tire as Pedras
O texto relata pelo menos dois
argumentos: O primeiro é “Já cheira mal”, significando que o valor morto e
sepultado já apodreceu, não há mais chances de voltar a viver, que a pessoa não
quer abrir aquela área de sua vida porque não vai suportar o mau cheiro que
surgirá por ter aberto aquele túmulo. O outro é “Já é de 4 dias”, ou seja, já
faz tanto tempo, isso é passado, já estou me acostumando com essa morte, para que
mexer com isso? Sejam eles quais forem, todos refletirão certa incredulidade e
alguma dose de passividade e acomodação, uma vez que já foi decretada e aceita
a morte. Esses e outros argumentos podem nos impedir de vermos a glória de Deus
em muitas áreas de nossas vidas. É justamente nessa hora que o processo da
libertação, da cura e do milagre se estanca e o amadurecimento não chega. Jogue
por terra todos os argumentos presentes em sua vida e que lhe impediram de
expor diante do Senhor tudo o que de facto morreu e foi enterrado em você.
Creia que o tempo da ressurreição e do amadurecimento afinal chegou até si!
3. “Se Creres Verás
a Glória de Deus”.
Esta
afirmação refere-se à Palavra que Jesus já havia liberado. Ele já havia dito
que aquela situação não seria para morte, mas para a Glória de Deus, a fim de
que o Filho de Deus fosse glorificado.
Vivemos
num mundo de incredulidade, onde as pessoas tentam se salvar de qualquer
maneira, com as suas próprias forças e métodos. Um dos maiores desafios que uma
pessoa encontrará logo no início de sua caminhada com Deus certamente será o de
crer no que não se vê, ou seja, crer que determinada situação será resolvida, pois
a Palavra de Deus tem a força eficaz de mexer com as nossas articulações e
desejos, mesmo que, aos olhos humanos, não exista nenhuma condição de isso
acontecer.
Quando
temos fé, adquirimos uma visão, não da dor, nem da miséria, nem da enfermidade,
nem da dívida, nem do impossível, etc., mas da Glória de Deus. Ou seja, a
Palavra que gera fé, nos leva a contemplar a manifestação da glória de Deus, ou
seja, do Seu Poder.
Muitas
vezes, o mundo não quer que vejamos a glória do Senhor, mas que estejamos longe
d'Ele. No entanto, é necessário que estejamos ao lado de Jesus Cristo, pois Seu
amor sabe colocar todas as coisas no lugar. Somente em Jesus temos a solução e
a salvação.
O
desejo do Senhor é que o seu nome seja glorificado, honrado, elevado em sua
vida, o nome d'Ele se tornará grande, e manifestará seu desejo sobre seus
adversários e, lhe trará vitórias. Aleluia!
Seja
em que área da sua vida, ou em qualquer situação que estiver passando, Ele é um
Deus Poderoso e em suas mãos há a chave da vitória. Mesmo que a sua fé seja do
tamanho de um grão de mostarda, o Senhor vai operar maravilhas.
Não
desista de crescer nem de ver a glória de Deus em sua vida. O Senhor quer
trazer à vida as coisas nobres que morreram em si. Em Cristo, nutra sempre a
esperança de que os túmulos que estão em sua vida serão esvaziados e toda a
nobreza que morreu em si será ressuscitada pelo poder de Deus. Creia que Jesus
é o Senhor da ressurreição e da vida, e que o poder da ressurreição é maior que
o poder da morte. Firme-se na fé e espere pelo sobrenatural de Deus. Creia que
quando as pedras forem removidas, até o que está morto ouvirá a voz do Senhor
da vida e responderá favoravelmente! Aleluia! O Senhor quer chegar aos túmulos
do casamento, da família, do ministério, das finanças etc, e ressuscitar a sua
identidade e os seus sonhos, dons, talentos, esperança, fé, alegria, paz,
saúde. Remova as pedras agora e seja ampliado e amadurecido, em nome de Jesus!
Na
pedra removida e no sepulcro vazio, está a nossa esperança. Esperança de vida
eterna e também de vencer na vida terrena, pela graça que nos é dada, pelo
favor que nos aperfeiçoa. E vencer, não significa não sofrer ou triunfar
sempre. Vencer é não desistir da fé em Cristo. É amar a Cristo quer Ele nos dê
tudo ou nos nega. Vencer é manter os olhos no Alvo e não abandonar as flechas, a
Palavra de Deus em nosso coração.