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sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Alegremo-nos na Esperança!


(Romanos 12:12)

O capítulo 19 do livro de Job é considerado um marco divisório entre a morte e a vida, entre o desespero e a esperança. O pobre sofredor está em extrema miséria física e moral, com seus amigos pressionando para confessar supostos pecados. Job se levanta e declara com muita fé que o seu redentor vive.

Quando uma pessoa é atingida por algum mal, logo coloca a culpa em Deus. Quando acha que tudo está perdido a fé fica abalada. Aparecem amigos consoladores que aumentam o sofrimento. As pessoas querem se promover à custa do sofrimento dos outros e de supostos pecados. Job mostra a sua fé apesar do que está sofrendo. Apesar da pressão dos amigos não desanima. Job diz a seus amigos: “Vocês não tem vergonha de me injuriar?” (v. 2) Se eu errei ou pequei, o erro fica comigo. O que vocês têm com isso? (v. 3) Job tinha fé e sabia que o seu Redentor viria e que iria parar de sofrer e de ser criticado.

Job sentia-se cercado por um muro (v. 8), se achava sem saída, todos os caminhos fechados. Para o passado não podia voltar. Todos o haviam abandonado. Para o futuro não tinha para onde ir, pois se considerava um morto vivo. Não havia solução. Até a sua honra havia sido destruída (v. 9). Mas Job tinha esperança de que o seu Redentor viria e faria com que ele sobrevivesse e tivesse vida em abundância (Job 10:10).

A vida de Job não tinha qualquer valor. Mas triunfou. Foi um vencedor. Seu desejo foi atendido. Ele sabia que havia um Deus supremo, julgador imparcial, que iria decidir o seu problema. Job afirma: “Porque eu sei que o meu redentor vive, e por fim se levantará sobre a terra” (v. 25; Sl. 46:1). Esta é uma afirmação de fé, de esperança e de triunfo. Que conforto! Que bênção maravilhosa sabermos que, se formos fiéis, com Ele reinaremos.

É reconfortante ler o livro de Job, especialmente porque, sabendo nós que Job sofreu e venceu, e estando nós neste mundo de tribulações e aflições, podemos consolar-nos com a certeza de que não estamos sós - o nosso Redentor, que morreu na cruz pela remissão dos nossos pecados, dando-nos a provisão da salvação e de todas as bênçãos decorrentes da salvação, e que ressuscitou no terceiro dia, dando-nos a esperança da vida eterna, vive e está por perto, para nos guiar pelos caminhos da verdade e da justiça, para nos dar ânimo nas batalhas do dia-a-dia, pondo na nossa boca as palavras que haveremos de dizer, defendendo-nos das astutas ciladas do inimigo das nossas almas, para nos levar a águas tranquilas e a pastos verdejantes até à nossa vitória completa. Ele disse em Mateus 28:20: “Eis que Eu estou convosco todos os dias até à consumação dos tempos”!

O nosso Deus é um Deus vivo e presente nas nossas vidas. Ele nunca se afasta e Seu amor e preocupação primeira é para connosco, com  o nosso bem-estar e o nosso andar no caminho da salvação.

Alegremo-nos na esperança, não na esperança de bens materiais, coisas corruptíveis, mas na esperança de que quando Cristo vier buscar a Sua igreja, também nós lá estaremos com Ele na glória de nosso Pai que está no Céu. A esperança descrita aqui nada tem a ver com bens materiais, mas sim na esperança da vida eterna, alegremo-nos nessa esperança e tenhamos fé, fé de que herdaremos o reino dos céus e obedeçamos os mandamentos de nosso Pai que está no Céu.

A esperança é um elemento essencial para aqueles que desejam um milagre, uma vitória. Não se pode perseverar, alegrar-se, acreditar e alcançar um milagre se não houver esperança. Ela age como uma espécie de combustível. Por ela e por causa dela, a luz não se apaga no fim do túnel.

Cristo é a nossa esperança. A Palavra diz que a esperança em Cristo nos enriquece e nos traz regozijo. Sem esperança, a nossa fé fica amortecida, calada. É a esperança que traz brilho à nossa fé. Crer e não esperar é, de certa forma, um paradoxo, pois subentende-se que quem crê espera. A esperança que flui da fé é santa, enche-nos de regozijo e firma-nos na caminhada espiritual. É por meio da fé e da esperança que vivemos a vida abundante que recebemos em Cristo Jesus.

Alegremo-nos no Senhor... cada dia que nasce é o anúncio de que Deus continua renovando suas promessas e, consequentemente,  nossa esperança. 

O texto nos exorta a nos regozijarmos na esperança. Porém o inimigo, que vem para roubar, matar e destruir, age com a intenção de nos tirar dos projetos de Deus, tocando na nossa fé e roubando nossa esperança. Mas há também outros “ladrões da esperança”, que não são demónios, mas crises, adversidades e debilidades da alma humana.

 O Texto nos dá Pistas de Alguns Ladrões da Esperança ou do Regozijo Nela.

1) As Tribulações

O Deus da Esperança quer conceder a todos nós, muita alegria, paz e transbordar o nosso ser de muita Esperança. As Escrituras revelam como Deus sempre foi fiel, no passado, ao seu povo. O Salmo 22, por exemplo, revela a luta de Davi numa situação pessoal crítica, que ameaça a sua vida. Todavia, ao meditar nos feitos de Deus no passado ele confiou que Deus o livraria: “Em ti confiaram nossos pais; confiaram, e tu os livraste” (22:4). O poder maravilhoso que o Deus Criador já manifestou em favor do seu povo está exemplificado no êxodo, na conquista de Canaã, nos milagres de Jesus e dos apóstolos, e em casos semelhantes, os quais edificam a nossa confiança no Senhor como nosso Ajudador. Por outro lado, aqueles que não conhecem a Deus não têm em que se firmar para terem esperança (Ef. 2:12; 1Ts. 4:13).

Talvez você esteja passando por período desagradável. O diabo quer derrubá-lo com seu sofrimento. O propósito de Satanás fica bem claro nos primeiros dois capítulos de Job. Ele vê o sofrimento como uma grande oportunidade para derrubar a fé dos servos de Deus. Ele aceitou o desafio de tentar destruir a fé de um dos homens mais idóneos do mundo. Depois, ele foi tão ousado que desafiou o próprio Jesus, usando todas as tentações imagináveis para o vencer (Mt. 4:1-11). O diabo entende muito sobre a natureza humana. Ele sabe que as pessoas que servem a Deus fielmente quando tudo vai bem na vida podem ser tentadas por meio de alguma calamidade pessoal, mas não desanime, o Senhor diz que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus (Rm. 8:28). O nosso Deus quer e está consigo, e esse período vai findar, pois em breve Jesus, o Deus da Esperança, voltará e vai acabar com toda essa onda de violência e injustiça. “Bendito o homem que confia no Senhor e cuja esperança é o Senhor” (Jr. 17:7).

Todavia, na hora das tribulações, muitos acabam se revoltando contra Deus, como se Deus os abandonasse e perdem a esperança ou deixam de regozijar-se nela, por isso, tais coisas acontecem em suas vidas. Não permita que as tribulações e dificuldades roubem a esperança de seu coração. A Palavra nos afirma que assim como é impossível que a mãe que amamenta se esqueça do filho do seu ventre, também é impossível que nosso Deus se esqueça de nós (Is. 49:15). Diz o Senhor Jesus que Ele está connosco todos os dias, até a consumação dos séculos (Mt. 28:20), pois Ele ama-nos, portanto, não desista, continue firme nos caminhos de Jesus, mantenha viva a Esperança de que em breve Cristo vai voltar, e tenha a certeza que sua vida vai mudar para toda eternidade. “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que Nele crê não pereça, mas tenha a Vida Eterna” (Jo. 3:16).

Quando, no caminho da vida, o fardo é pesado e temos dificuldades para continuar, convém recordar que também temos ao nosso lado um companheiro forte e vencedor: Jesus, o Filho de Deus. Ele pode tirar de nosso coração toda a carga, dor, frustração e fracasso… Ele nos alivia o peso da vida e nos enche de renovadas esperanças. Ninguém pode nos ajudar tanto como este Amigo!

Apesar das dificuldades, nosso Senhor nunca nos desamparará. Em cada tribulação, temos a oportunidade de aprofundar nosso relacionamento com o Senhor, conhecendo alguns aspectos de Deus que ainda não nos havia sido revelado.

A vida deve ser vida com a eternidade em perspectiva. Hoje, você pode não entender os planos de Deus na sua vida. As providências de Deus podem parecer carrancudas e assustadoras para si. Mas, no andar de cima, na sala de controle do universo, as coisas estão meticulosamente planeadas e determinadas. E Deus as levará a cabo para o seu bem, para a glória do seu próprio nome. Seus problemas podem parecer intrincados, difíceis e você pode pensar em dizer: “Não tem jeito!” Mas, olhe na perspectiva da eternidade e entenda que Deus quer transformar sua vida em algo extraordinário.

2) A Espera

Muitas vezes não acreditamos que o Senhor contempla nossas causas porque a resposta não chega no prazo que estipulamos. Para muitos, o Senhor é um criado, cuja obrigação é nos atender na hora em que O solicitamos. Qualquer demora na resposta de Deus significa que o Senhor não os ouviu, não está interessado em ministrar em seu favor. Mas a prática da espera é a arte de aguardar tranquilamente a hora de Deus, sem deixar de fazer o que é de nossa competência e sem fazer o que é da competência de Deus, deixando de lado toda a impaciência e todo o esmorecimento.

No meio das dificuldades, ao invés de ficar ‘desesperado’, aguarde um pouco mais. Logo tudo vai passar. Muitas batalhas são perdidas por precipitação, quando não somos pacientes. Muitos desistem quando já estão quase chegando. Mas quem persevera consegue alcançar a vitória. Precisamos ser pessoas que acreditam no poder de Deus, na intervenção de Deus, nos milagres de Deus. Temos que manter firme nossa esperança em Deus. A Esperança do cristão é a de que breve o Senhor colocará um fim em todos os sofrimentos, tragédias e maldades que existem neste mundo. Não podemos deixar de crer que Nosso Deus tem o controle de todas as coisas, e de que seu governo é real. Devemos esperar em Deus. Para tanto precisamos pôr em práticas alguns princípios Bíblicos.

Na prática da espera, Deus pode produzir em nós confiança, paciência e quietude. Assim poderemos fazer frente às atitudes inversas de dúvida, ansiedade e ativismo. Uma tentação é deixar de esperar, abandonar a esperança, cansar-se de uma espera que parece longa demais. Outra é intrometer-se, resolver a questão de qualquer modo, assumir a responsabilidade de providenciar o que estava nas mãos de Deus.

Existe o erro de esperar o que não é preciso, como aconteceu com a mulher samaritana que aguardava o Messias, sem saber que Ele próprio falava com ela (Jo. 4:25).

É preciso esperar numa atitude de confiança: “Esperei confiantemente pelo Senhor; ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro” (Sl. 40:1). É preciso esperar numa atitude de paciência: “Depois de esperar com paciência, obteve Abraão a promessa” (Hb. 6:15). É preciso esperar numa atitude de tranquilidade: “Vou esperar, tranquilo, o dia em que Deus castigará aqueles que nos atacam” (Hc. 3:16, BLH).

Esperança é esperar um pouco mais crendo. Ou seja, a esperança é a continuação da fé. Um fruto do Espírito é a longanimidade que é ter um ânimo longo (Gl. 5:22).

Precisamos entender que só o Senhor é soberano. Ele é o Senhor de todas as coisas, inclusive dos tempos. Nele há um tempo sobremodo excelente para todas as coisas. Os “silêncios” de Deus, na vida de Seus filhos, não refletem ausência ou omissão de Deus, mas devem servir para nos tratar, limpar, libertar, curar e, sobretudo, para nos adestrar em fé, esperança, submissão e obediência, jamais para nos desanimar ou nos tirar a fé, a esperança e o regozijo nela

Tire dos braços da sua fé o relógio da sua alma e ajuste-se aos tempos de Deus para si. Tome posse do relógio espiritual da fé e da esperança em Cristo e descanse na soberania do Senhor. O Senhor nunca está fora de tempo. Não há atrasos no relógio e nas operações de Deus.

3) As Lembranças Dolorosas

Para vivermos melhor hoje, para termos um futuro mais promissor, é preciso primeiro curarmos em nossos corações o passado. Lembranças dolorosas que criam o ambiente fértil para que raízes de amargura sejam geradas, com profundidade, nos corações das pessoas, mágoas que criaram raízes profundas, ao longo do tempo, assumindo parte ou totalidade do caráter e comportamento dessas pessoas, rancores, ressentimentos são pesos que podemos carregar por décadas, sugando as nossas energias, impedindo o equilíbrio e a serenidade, roubando a esperança.

Uma pessoa com a alma doente tem dificuldades para exercitar a sua fé, mostrando esperança e regozijando-se nela. As lembranças dolorosas levam muitos a decretarem o fim da esperança em muitas áreas de suas vidas. Por causa da lembrança dolorosa que têm do cônjuge ou dos filhos, já não conseguem esperar por mudanças no casamento ou na família.

Nosso coração é uma fonte e dependendo do que está nele, jorramos vida ou morte, esperança ou desesperança. O inimigo é especialista em encher o coração humano de lixo, dor e desistência. Ele sabe que se uma ferida não é devidamente tratada, gera amargura e pode roubar a esperança e o regozijo nela.

Uma pessoa assim, via de regra, torna-se seca, embrutecida, murcha, sem brilho. Por isso Satanás tenta constantemente nos consolidar na experiência dolorosa, levando-nos a decretar que “é impossível que haja mudança” ou “não dá mais para esperar algo diferente” em determinada situação. Feridas dolorosas na alma, quando não tratadas, geram pessoas sem esperança nem regozijo, desistidas, resistentes em obedecer à Palavra e à revelação da vontade de Deus para elas.

Precisamos obedecer à Palavra de Deus e, debaixo do poder e da direção do Espírito Santo, quebrantados aos pés da cruz do Senhor, perdoarmos e sermos perdoados e, assim, nos encontrarmos com a fé e a esperança, a libertação, a cura e a vitória. Não permita que uma ferida, por maior e mais cruel que pareça, roube de si a esperança de que, em Cristo, o melhor ainda poderá acontecer. Aleluia!

Porque estamos em Cristo, há esperança para nós! A Palavra nos diz que o nosso Deus e Pai é o Deus da esperança (Rm. 15:13). Em Cristo, nos tornamos filhos da Esperança! Você é filho da Esperança.

Em Cristo Jesus, segundo a Palavra de Deus, você pode todas as coisas, inclusive esperar pelas novidades de Deus e regozijar-se nesta esperança. Mantenha-se atento quanto à operação desses “ladrões da esperança”. Firme-se em Cristo e, com o escudo da fé, apague todos os dardos inflamados do inimigo que procuram roubar de si a esperança, a alegria e o regozijo. Em Jesus Cristo você pode, sim, regozijar-se e esperar pelo cumprimento de cada uma das promessas e decretos do Pai a seu respeito. Mantenha abertos os olhos da fé e da esperança, celebre, regozije-se e prepare-se para a visitação do sobrenatural de Deus, em nome de Jesus.


segunda-feira, 31 de outubro de 2016

A Cruz de Cristo: A Maior Expressão da nossa Vitória!


(Colossenses 2:13-15)

Se a morte de Cristo na cruz é o verdadeiro significado de sua encarnação, então não existe evangelho sem a cruz. O nascimento de Cristo, por si mesmo, não é a essência do evangelho. Mesmo a ressurreição, embora seja importante no plano geral da salvação, não é o cerne do evangelho. As boas-novas não consistem apenas no facto de que Deus se tornou homem, ou de que Ele falou com o propósito de revelar-nos o caminho da vida, ou de que a morte, o grande inimigo, foi vencida. As boas-novas estão no facto de que Deus lidou com nosso pecado (do que a ressurreição é uma prova); que Jesus sofreu o castigo como nosso Representante, de modo que nunca mais tenhamos de sofrê-lo; e que, por isso mesmo, todos os que crêem podem antegozar o céu. Gloriar-se na Pessoa e nos ensinos de Cristo somente é possível para aqueles que entram em um novo relacionamento com Deus, por meio da fé em Jesus como seu Substituto. A ressurreição não é apenas uma vitória sobre a morte, mas também uma prova de que a expiação foi satisfatória aos olhos do Pai (Rm. 4:25) e de que a morte, o resultado do pecado, foi abolida por causa desta satisfação.

Somos, por natureza, pecadores e estamos absolutamente sujeitos ao julgamento e juízo de Deus. Nada podemos fazer a esse respeito. No entanto, numa demonstração de amor sem precedentes, Deus toma a iniciativa de mudar nossa história, apesar de toda a nossa rebeldia contra Ele. Um bebé nasce em Belém da Judeia, um menino destinado a virar o mundo de cabeça para baixo. Ali, a eternidade entra no tempo. O céu desce à terra. Deus se esvazia de sua glória e se faz homem. Um homem obstinadamente decidido a morrer para livrar o homem da morte. Morte eterna; morte física, espiritual e moral.

A maior declaração de amor da história não saiu da pena de um poeta, nem foi envolvida com notas de suave melodia. A maior declaração de amor da história foi pavimentada com sofrimento e abandono; foi provada com dor e sacrifício; foi selada com sangue na cruz: “Mas Deus prova o seu próprio amor para connosco pelo facto de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm. 5.8). Ele ama-nos, mas não escreveu isso em letras de fogo nas nuvens. Ele revelou esse amor na cruz do seu Filho. Ela é a mais eloquente expressão de seu amor por nós. Ele mesmo disse: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigénito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo. 3.16). Isaías descreve essa expressão de amor ao profetizar a respeito do sofrimento do Cristo (Is. 53.1-12).

Sua morte não foi determinada por factores circunstanciais. Jesus não foi morto porque Judas o traiu, porque os sacerdotes o prenderam, porque Pilatos o entregou ou porque os soldados o pregaram na cruz. Judas o traiu, por ganância; Pilatos o sentenciou por covardia e os soldados o pregaram na cruz por crueldade. O Filho foi à cruz porque o Pai o entregou por amor de nós. “O Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós” (Is 53.6b). Ele não foi obrigado. Antes, em amor se entregou voluntariamente: “Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si” (53:4).

Seu amor é constrangedor. Nos deu tudo, sem nos pedir nada. Amor sacrificial. “Ele foi trespassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (53:5). Foi moído por nossas transgressões e morreu pelos nossos pecados; na cruz, recebeu o cálice da ira de Deus e a espada da lei caiu sobre ele. Foi humilhado. Seu corpo, rasgado. Seu rosto, desfigurado. Seu corpo, ferido. Seus punhos, trespassados.

Os açoites eram nossos. A Cruz era nossa. A vergonha e dor pertencia-nos. Mas, em silêncio, Ele tomou o nosso lugar “e como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca” (53:7). Tudo por causa de seu grande amor por nós.

Este amor, provado com sacrifício e dor, não é vão. Seu sangue nos comprou a liberdade. Fez-nos livres do pecado para viver em vitória para Deus; livres das trevas, do poder de Satanás, da condenação eterna. Isaías diz ainda: “Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si. Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte…” (53:11-12). Somos o alvo e a recompensa de seu grande amor expresso na cruz. Não somos mais escravos. Somos filhos! E como filhos, somos, juntamente com Cristo, herdeiros da glória de Deus. Ele suportou tudo e nos libertou para seu louvor. Nosso arrependimento é a sua conquista. Nosso retorno a Ele em gratidão e submissão é a sua glória. Nós somos a sua recompensa. Entendamos o que Deus realizou na cruz, de modo que nos gloriemos tão-somente na cruz de Cristo.

A cruz de Cristo foi onde o mundo, a carne e o diabo foram vencidos (e continuam sendo). A cruz é a base da nossa salvação, o que inclui a santificação, a justificação, a redenção e a regeneração do pecador que recebeu e creu na mensagem que Cristo pregou através dela. Nela está também a nossa libertação a nossa cura e a nossa vitória.

Uma das passagens mais inquietantes, e até mesmo que provoca calafrios, é o relato no evangelho de Marcos sobre a exclamação do Messias ao estar na Cruz romana. Ele exclamou: Eloí, Eloí, lamá sabactâni? que, traduzido, é: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste (Mc. 15:34)?

À luz do que sabemos sobre a natureza impecável do Filho de Deus e de sua perfeita comunhão com o Pai, é difícil entender as palavras de Cristo, porém ainda assim encontramos expostas nelas o significado da Cruz, e encontramos a razão pela qual Cristo morreu. Para obter a salvação de Seu povo, Cristo não somente sofreu o terrível desamparo de Deus, mas Ele tomou a amarga copa da ira de Deus e teve uma morte sangrenta em lugar de Sua gente. Só então a justiça divina podia ser satisfeita, apaziguar a ira de Deus, e fazer possível a reconciliação.

Contemplamos aqui o Salvador submerso nas profundezas de Suas agonias e dores. Nenhum outro lugar como o Calvário mostra melhor as angústias de Cristo, e nenhum outro momento do Calvário está tão saturado de agonia como quando esse clamor rasga o ar: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste”? A debilidade física que lhe sobreveio naquele momento pelo jejum e pelos açoites se somou a aguda tortura mental que experimentou por causa da vergonha e da ignomínia que teve que suportar. Como culminante da dor, sofreu uma agonia espiritual inexprimível devido ao desamparo do qual foi objecto por parte de Seu Pai. Essa foi a negridão e a escuridão de Seu horror. Foi então quando penetrou nas profundezas das cavernas do sofrimento.

A cruz de Cristo é motivo de glória. O Sangue ali derramado faz com que estejamos aqui livres. Ele morreu, mas ressuscitou. Ele está vivo. A cruz nos trouxe vitória, vida, prosperidade,  saúde, liberdade no Cristo que ressuscitou. É importante que a igreja de Jesus acredite na vitória do Sangue na cruz e também acredite no poder da palavra do testemunho. Porque quando damos testemunho daquilo que Jesus fez por nós, daquilo que o Sangue fez em nossa vida, sobrenaturalmente, é libertado um poder espiritual superior a qualquer poder que destrói o adversário. O nosso testemunho tem um poder sobrenatural, porque a Bíblia diz que nós vencemos por causa do testemunho.

Naquelas palavras de nosso Salvador existe algo que tem sempre o propósito de nos beneficiar. A contemplação dos sofrimentos dos homens nos afligem e nos horroriza, mas os sofrimentos de nosso Salvador, ainda que nos movam ao pesar, estão revestidos de algo doce e cheio de consolação. Aqui, inclusive, nesse negro local de dor, enquanto contemplamos a cruz, encontramos nosso céu. Esse espectáculo que poderia ser considerado horroroso, torna o cristão alegre e feliz. Se bem lamenta a causa, se alegra devido às consequências.

A maior e mais importante mensagem que jamais se ouviu, o “está consumado”, foi pregada por Cristo, no púlpito mais significativo do Universo, a sua cruz! É por isso, que não se pode conceber o verdadeiro cristianismo sem a cruz de Cristo. Realmente, a centralidade do Evangelho e a nossa vitória está na cruz de Cristo.

 Os Benefícios Advindos do Triunfo da Cruz de Cristo.

Deus, ao manifestar a sua graça comum para com os incrédulos através dos efeitos colaterais da cruz de Cristo, tinha em vista o bem dos seus eleitos, aqueles que seriam os beneficiários da salvação. Todas as bênçãos dispensadas sobre os réprobos contribuem para que a Igreja seja mantida segura na sua missão de testemunhar acerca de Cristo.

A ignorância a respeito dos nossos direitos como salvos por Cristo tem levado muitos a uma vida de derrotas e fracassos. A obra realizada por Cristo na cruz do Calvário foi perfeita, completa e suficiente para nos levar a outra dimensão, tanto espiritual como fisicamente. Por meio dela recebemos a vida abundante que Cristo nos promete como está em João 10.10: “O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”.

Na cruz de Cristo, temos os maiores benefícios para nossa vida.
“Somente conhecemos a Cristo, na medida em que conhecemos os benefícios de sua obra da cruz”. Se entendermos o que Jesus fez por nós, encontraremos mudança em nossa vida. Há provisões abençoadoras na cruz de Cristo. Rios de bênçãos fluem da obra de Cristo na cruz.

Além dos benefícios concedidos da salvação e da vitória na batalha espiritual, o cristão recebe também mais três benefícios tremendos: o perdão, a mudança do caráter e a nova identidade. Estes três benefícios nem sempre são reconhecidos e, às vezes, não são recebidos por muitos cristãos, o que os torna pessoas abaixo daquilo que Cristo projetou para suas vidas.

 a) Perdão:

Quando nós nos voltamos para Deus pela fé em Jesus Cristo, recebendo Jesus como nosso novo Senhor, Mestre e Comandante e Salvador de nossas vidas, então Deus nos concede um perdão, nos perdoando de todos os pecados e erros que já cometemos. E isso é maravilhoso, mas há algo ainda maior do que isso. O perdão que nós recebemos de Deus não é conquistado. Nós não temos que primeiro demonstrar que nos endireitamos antes que Deus nos conceda Seu perdão. A Bíblia diz em Efésios 2:5 que Deus: “estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo”.

Porém, para que a cura divina se realize em nós, se faz necessário que usemos do nosso livre arbítrio para nos arrependermos de alguns embaraços (pecados não confessados) e nos apropriemos com fé das promessas bíblicas dirigidas a nós cristãos.

A raiz do perdão divino está na cruz de Cristo. Nenhuma outra religião oferece perdão. Só Deus, em Cristo, oferece o perdão para os nossos pecados. Ao derramar o Seu sangue na cruz do Calvário, Jesus Cristo tomou o nosso lugar de pecador e pagou o preço da nossa condenação. A base do perdão está no sangue de Cristo derramado na cruz do Calvário. Fora da cruz, Deus não nos pode perdoar! O perdão que recebemos por graça divina, não foi barato, pois custou a Deus tudo o que Ele é e tudo o que Ele tem – o preço do perdão foi o sacrifício do Seu Filho, Jesus!

Por que é importante a revelação do perdão? O recebimento do perdão pelo cristão é fundamental para a vitória contra Satanás, que é também chamado de “o acusador de nossos irmãos” (Ap. 12:10). Porque muitos cristãos não recebem o perdão de Deus, vivem recebendo a acusação de Satanás, o que torna suas vidas um inferno.

O alvo do diabo é impedir que recebamos a plenitude da obra que Cristo consumou na cruz do Calvário, o que nos faz viver abaixo das expectativas do Senhor. O inimigo sabe que ao nos vermos debaixo da culpa, ficamos inibidos no uso da nossa autoridade espiritual e perdemos ou entregamos territórios valiosos para ele. Receber o perdão de Deus, conquistado para nós por Cristo na cruz do Calvário, é uma garantia espiritual, com reflexos no plano físico, de que nenhuma acusação há para nós e que, portanto, o acusador tem seus direitos quebrados em nossas vidas.

Outra vitória recebida através do perdão é a libertação e a cura para a nossa alma, que, sem a revelação do perdão de Deus, se fragiliza pela culpa e se torna uma lixeira para receber todo o lixo emocional que o diabo puder lançar nela, como falsa culpa, autopunição, rejeição e outros traumas e feridas. A cruz de Cristo, por causa do perdão libertado, torna-se a base da libertação e da cura da alma do cristão, permitindo, assim, que ele viva a vida abundante que vem pela salvação.

b) Mudança do Carácter

O carácter de Cristo em nós é formado pela Cruz. O caminho para o carácter de Cristo é o caminho da operação da cruz em nós. Não há outra maneira das marcas do carácter de Cristo serem formadas, a não ser pela cruz. É através da lei da cruz (Mt. 16:24) que somos formados em nosso carácter. Esta lei opera em nós, moldando-nos e ensinando-nos a vida do Espírito. A cruz é que opera em nós a beleza do Senhor. A cruz é o instrumento de Deus para moldar-nos à semelhança de Cristo. A cruz é que nos capacita para termos o carácter que suporta o poder de Deus.

Na cruz de Cristo o pior de nós foi trocado pelo melhor de Deus! Dá para imaginar uma troca como esta? Só Deus mesmo para realizá-la. Ao processar a nossa salvação, na cruz do Calvário, Jesus tomou o nosso lugar, fazendo-Se pecador por nós e tornando-nos justos, santos, redimidos e regenerados perante Deus.

Ali, na cruz, a nossa carne foi vencida, o Senhor tomou para Ele a nossa vida de pecado e derramou em nós a Sua vida, perfeita para Deus. Na cruz o Senhor trocou as nossas velhas características pelas características dEle, trocou o nosso caráter pelo caráter dEle. Aleluia!

 Assim, a partir da salvação, quando Cristo passou a viver em nós, o caráter dEle também passou a fazer parte de nós. Se temos Cristo em nós, temos também o Seu caráter em nós. Nascemos de novo em Cristo, tornando-nos Sua expressão na Terra, portanto, temos o dever de manifestar o Seu caráter que está em nós. O que efetivamente precisamos fazer é decidir viver a novidade de vida que temos em Cristo e não mais a velha criatura do pecado, que fomos antes dEle nos salvar.

 O arrependimento é uma mudança radical de interesses, afectos, vontades e prioridades. É uma transformação tão radical do coração que a Bíblia fala de conversão – somos mudados noutra coisa. Um novo nascimento (Jo. 3:3). Uma nova criação de Deus (2 Co. 5:17). Este tipo de arrependimento e tal transformação só podem vir de Deus (Jo. 1:13).

Esta mudança produz um impacto tão grande nos nossos corações e nas nossas mentes que os lábios que antes protestavam: “Não há Deus!” (Sl. 53:1)  agora alegremente confessam e proclamam que “Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai” (Fip. 2:11).

c) Nova Identidade

Nosso Deus por nos amar muito e desejar a nossa salvação, nos chama para um novo estilo de vida, onde estaremos pelo poder transformador da graça de Deus vivendo livres da escravidão do pecado. Nos chama para um novo estilo de vida no qual Ele possa reinar de forma absoluta e completa em nosso coração. Os cristãos que serão salvos, serão aqueles que alcançarão essa experiência com Cristo e que também estarão pelo poder de Deus renovando diariamente essa experiência com nosso Salvador. Não há vida sem Jesus. Somos susceptíveis ao pecado e, a qualquer momento que nos afastamos do Senhor, estaremos vivendo como escravos do pecado. 

Aos que receberem Cristo, que crerem em seu nome, dá-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram por descendência natural, nem pela vontade da carne, nem pela vontade de algum homem, mas nasceram de Deus. A obra da cruz, a salvação do pecador, fez-nos nascer de novo, isto é: fomos regenerados. Na velha natureza, tínhamos a identidade de pecadores, afastados de Deus, deformados pelo pecado e influenciados pela carne, pelo mundo e pelo diabo. Cristo, na cruz, tomou para Ele essa velha natureza, ou seja, essa velha identidade, a identidade de pecadores e, fez-nos nascer de novo, pelo Espírito e pela Palavra, gerando em nós a nova identidade, a identidade de filhos e filhas de Deus.

A obra de Cristo no coração não destrói as faculdades humanas. Cristo dirige, fortalece, enobrece e santifica as faculdades da alma. Por meio da obra da cruz o Senhor trocou a nossa identidade, tornando-nos filhos do Deus Altíssimo, irmãos de Cristo e co-herdeiros com Ele, como está escrito em Romanos 8:16-17: “O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co- herdeiros com Cristo”. Se nascemos de novo em Cristo, também em Cristo recebemos uma nova identidade, deixamos de ser criaturas governadas pelo pecado e nos tornamos família de Deus, sendo chamados pelo Seu nome.

Precisamos, portanto, compreender que pele fé em Cristo é nosso privilégio ser participante da natureza divina e livrar-nos da corrupção das paixões que há no mundo. Então somos purificados de todo pecado, de todos os defeitos de caráter.

Com a marca da salvação (o sangue de Jesus), passamos a ser identificados no Reino espiritual como príncipes e princesas do Deus Eterno, fomos revestidos de nobreza celestial, tornamo-nos autoridades espirituais no planeta, embaixadores do Reino de Deus na Terra! Deixamos de ser conduzidos pela carne e mentoriados pela mente maligna, para sermos dirigidos pelo Espírito, conforme a Palavra de Deus e conduzidos pela mente de Cristo que habita em nós! Nos tornamos factores de mudança onde estivermos e uma ameaça para o diabo e seus projetos.

A nova identidade nos habilita a sermos os verdadeiros embaixadores do Reino de Deus na Terra e a reproduzirmos o ministério de Cristo entre os homens. Nenhum cristão precisa mais de andar com a velha identidade, porque o cristão se tornou novidade de Deus na Terra. Por causa da velha identidade, herdamos a maldição e a derrota, mas com a nova identidade nos tornamos descendentes de Abraão, benditos na Terra e herdeiros conforme a promessa que ele recebeu (Gl. 3:29: “E, se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa”).

Ele nos chama “directamente para a herança espiritual e para as boas coisas celestiais, e designa para nós um reino” (cf. Lc. 22:29). Agora os crentes são “chamados eminente e enfaticamente filhos de Deus” (1 Jo. 3:2), como Isaías tinha profetizado (Is. 56:4,5), e o Espírito Santo testifica com os seus espíritos que é isso mesmo (Rm. 8:15-16). Deus é conscientemente Seu Pai pessoal, e este nome, “Pai, passa a ser o nome de Deus em relação à nova aliança, representado a família pactual à qual Ele Se obriga em favor dos Seus filhos, de modo que agora eles têm liberdade para clamar, “Abba, Pai” (Gl. 4:6).

Agora que estamos em Cristo, não temos o Espírito de escravidão, mas temos a certeza dada pelo Espírito Santo de que somos filhos de Deus e de que podemos aproximar-nos dEle confiadamente. O mesmo Espírito Santo, que habita em nós, também dá gemidos antecipatórios em nossa alma (ansiando) pelo estado de ressurreição e glória, que é a meta que Deus designou para nós”.

Qual a importância disso? Espiritualmente, a identidade aponta para um destino. Com a velha identidade estávamos destinados à morte eterna e ao inferno, com a nova identidade, fomos direccionados para a vida eterna e para as mansões celestiais!


domingo, 30 de outubro de 2016

Águas Vivas

Depois disto, o homem me fez voltar à entrada do templo, e eis que saíam águas de debaixo do limiar do templo, para o oriente; porque a face da casa dava para o oriente, e as águas vinham de baixo, do lado direito da casa, do lado sul do altar. Ele me levou pela porta do norte e me fez dar uma volta por fora, até a porta exterior, que olha para o oriente; e eis que corriam as águas ao lado direito. Saiu aquele homem para o oriente, tendo na mão um cordel de medir; mediu mil côvados e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos tornozelos. Mediu mais mil e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos joelhos; mediu mais mil e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos lombos. Mediu ainda outros mil, e era já um rio que eu não podia atravessar, porque as águas tinham crescido, águas que se deviam passar a nado, rio pelo qual não se podia passar. E me disse: Viste isto, filho do homem? Então, me levou e me tornou a trazer à margem do rio. Tendo eu voltado, eis que à margem do rio havia grande abundância de árvores, de um e de outro lado. Então, me disse: Estas águas saem para a região oriental, e descem à campina, e entram no mar Morto, cujas águas ficarão saudáveis. Toda criatura vivente que vive em enxames viverá por onde quer que passe este rio, e haverá muitíssimo peixe, e, aonde chegarem estas águas, tornarão saudáveis as do mar, e tudo viverá por onde quer que passe este rio. Junto a ele se acharão pescadores; desde En-Gedi até En-Eglaim haverá lugar para se estenderem redes; o seu peixe, segundo as suas espécies, será como o peixe do mar Grande, em multidão excessiva. Mas os seus charcos e os seus pântanos não serão feitos saudáveis; serão deixados para o sal. Junto ao rio, às ribanceiras, de um e de outro lado, nascerá toda sorte de árvore que dá fruto para se comer; não fenecerá a sua folha, nem faltará o seu fruto; nos seus meses, produzirá novos frutos, porque as suas águas saem do santuário; o seu fruto servirá de alimento, e a sua folha, de remédio (Ez. 47:1-12).
Introdução
O livro de Ezequiel além de ser uma mensagem de esperança que é dada por meio de símbolos e ações, afim de que o povo continue a esperar o tempo de Deus e a se afastar de seus maus caminhos levando uma vida de obediência e santidade, procurando zelar pelo próximo, tem também uma intenção objetiva: Declarar que o Senhor está no controle da história e que Ele é o Deus todo-poderoso, não importa o que aconteça, os planos do Senhor jamais podem ser frustrados. Se a ordem no céu é de que a sua bênção vai chegar, não importam as circunstâncias, se os factos ao redor dizem tudo ao contrário, Deus faz o provável e se preciso o improvável para que se cumpra o que Ele disse na sua vida
Esta visão do profeta Ezequiel, do rio que sai do Templo e que dá vida à terra desde Jerusalém até o mar Morto, contém um conteúdo incomensurável. Ela fornece a mais clara descrição simbólica já feita sobre um rio espiritual. Ao profeta Ezequiel Deus mostrou como proporcionaria abundantes bênçãos para o Seu povo. Essas bênçãos, representadas por um rio que flui do Templo, fertilizariam toda a terra, produzindo colheitas abundantes, curas milagrosas e, ao final, converteria o Mar Morto em um refúgio de água doce.
Este é um texto de esperança em que o profeta Ezequiel se utiliza de exemplos de seu tempo para mostrar que, no meio do orgulho, injustiça e violência das nações opressoras, o Senhor Deus irá humilhá-las e tirá-las de seu lugar de orgulho.
O rio que sai de dentro do templo produz vida por onde vai passando, é um rio de água viva. Até mesmo o mar morto é restaurado por este rio que sai de dentro do templo. “Então disse-me: Estas águas saem para a região oriental, e descem ao deserto, e entram no mar; e, sendo levadas ao mar, as águas tornar-se-ão saudáveis” (Ez. 47:8). O mar morto é um mar que não tem vida porque o nível de sal das suas águas é muito alto e nenhum peixe sobrevive nele. Mesmo ali onde não existe possibilidade de vida, o rio de Deus trará cura. “E será que toda a criatura vivente que passar por onde quer que entrarem estes rios viverá; e haverá muitíssimo peixe, porque lá chegarão estas águas, e serão saudáveis, e viverá tudo por onde quer que entrar este rio” (Ez. 47:9). Deus restaura através dessas águas que saem do templo até mesmo no meio do deserto a vida volta a dar frutos. “E junto ao rio, à sua margem, de um e de outro lado, nascerá toda a sorte de árvore que dá fruto para se comer; não cairá a sua folha, nem acabará o seu fruto; nos seus meses produzirá novos frutos, porque as suas águas saem do santuário; e o seu fruto servirá de comida e a sua folha de remédio” (Ez. 47:12). Isso lembra um versículo no livro de Salmos 1:3: “Pois será como árvore plantada junto a ribeiros de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto fizer prosperará”. Aleluia!
A primeira coisa que podemos absolver é que as águas que saem de dentro do templo são águas que saram. O templo é lugar de adoração, de encontro com o Espírito Santo. Este é o verdadeiro segredo dessas águas, não são águas comuns, são águas espirituais geradas em Deus e em nosso encontro com Ele. Águas que se multiplicam sozinhas e se tornam muito mais abundantes assim como as estrelas do céu. “Pois toda a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar” (Hc. 2:14). Estas águas são a cura não apenas para mim ou para si, mas sim para a nossa casa, nossa família e para todos os que estão ao nosso redor. Todo aquele que tem sede pode ser saciado pelo rio de Deus que flui de dentro do templo. “E no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé, e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim, e beba” (Jo. 7:37).
As boas novas são que hoje nós somos o templo de Deus, o próprio Senhor Jesus afirmou: “Quem crê em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele cressem; pois o Espírito até aquele momento não fora dado, porque Jesus ainda não havia sido glorificado” (Jo. 7:38-39). Nós somos o templo do Espírito Santo. O apóstolo Paulo afirmou: “Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; porque o santuário de Deus, que sois vós, é sagrado” (1 Co. 3:16-17). Nós somos o canal de Deus para a cura desta geração. Nós somos o lugar de onde fluem as águas de Deus que saram. Nós somos o templo que Deus pela sua infinita misericórdia restaurou, nós somos a morada do Senhor. Não para a nossa própria glória, mas porque em nós é glorificado o nome do Senhor. Porque nós não desejamos a nossa própria vontade, mas a vontade daquele que nos aperfeiçoou em Cristo Jesus e nos deu Vida Eterna.
Quem vive em obediência a Deus é usado como cura, restauração e salvação por onde quer que ande. Espontaneamente a Graça do Senhor flui através da sua vida para alcançar todo o tipo de pessoa à sua volta. Qualquer que seja o tempo é tempo de cura e libertação quando nos submetemos em obediência ao Senhor e rejeitamos a operação do pecado que há em nós. Não sejamos egoístas, compartilhemos este Rio que mudou a nossa vida com todos à nossa volta. Abramos espaço para Deus e permitamos que o Senhor flua através de nós como um Rio de Água Viva! Quanto mais nos esvaziarmos da nossa própria vontade, mais Águas de Deus fluirão de nós para todos à nossa volta. “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, afim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pe. 2:9).
Somos lembrados que, apesar de tudo o que está acontecendo no momento, no que diz respeito a Israel e aos países vizinhos, o Senhor promete remover de Israel todos osIsrael vizinhos mal-intencionados, que são “espinhos dolorosos e espinhos afiados”'s troubling neighbors that are “painful briars and sharp thorns” (cf. Eze. 2:6).. O próprio Senhor vai reunir o Seu povo dentre as nações e devolvê-los para a terra de Sua aliança com Jacob. Ezequiel transmite a promessa de Deus de que Israel irá residir em sua terra natal com segurança e em paz, e nunca mais será atormentado por nações vizinhas.
Águas Vivas Segundo as Regras do Senhor
Ezequiel, no seu tempo, teve visões de águas vivas jorrando da mais sagrada das fontes, o templo, coração de Israel. Correntes de água jorravam da parte debaixo do limiar do templo, bem como das suas partes laterais. Por serem abundantes e poderosas, essas águas formavam rios profundos que purificavam as águas poluídas e as tornavam produtivas. É uma visão antecipada das águas cristalinas da Nova Jerusalém da era que virá. O livro do Apocalipse nos fala das águas que saem “do trono de Deus e do Cordeiro” (22:1).
Este era um rio que crescia cada vez mais, mas que, no entanto, não era alimentado por outros córregos, nem por outras fontes de água, o que é contrário à natureza, onde a água de um córrego tende a ser absorvida pela terra. Este tipo de descrição certamente é simbólico. Isto ilustra a natureza ilimitada e crescente da ação de Deus na vida do seu povo.
A visão era tão poderosa e tão intrigante em seu escopo que Ezequiel não conseguiu compreendê-la. Ele não conseguiu sequer comentar o seu significado – só conseguiu reportá-la. Na verdade, antes de a visão acabar, o Senhor pergunta a Ezequiel: “Filho do homem, viste isso?”  (v. 6).
O rio, que brota do templo de Deus, corre para oriente, desce para a região da Arabá – a região mais desolada e árida do país – e, daí, para o Mar Morto. Foi por isso que Ezequiel, quando finalmente voltou para a margem (v. 6), ficou bastante surpreso, pois viu que aquele rio tinha irrigado a terra árida, de tal maneira que, durante o tempo em que ele esteve no rio, ela pôde produzir muitas árvores, que estavam localizadas nos dois lados do rio (v. 7). O resultado era tremendo. Aonde as águas deste rio chegaram, tudo o que outrora estava morto começou a reviver.
A visão era tão poderosa e tão intrigante em seu escopo que Ezequiel não conseguiu compreendê-la. Ele não conseguiu sequer comentar o seu significado – só conseguiu reportá-la. Então o Senhor explicou a Ezequiel que este rio de água doce que nasce no templo será canalizado para o Mar Morto, onde o fluxo de seu leito faria com que as águas mortas e malditas desse mar fossem curadas, convertendo-o em um lago de água doce (v. 8). Ainda, aquele rio daria a vida a todas as criaturas que entrassem em contato com suas águas. Os pescadores (v. 10) beneficiariam ao pescar nas águas deste rio, porque haveria muitíssimos peixes (v. 9), tão rico em pescado como o Mar Mediterrâneo (v. 10). A água daquele rio teria um efeito vivificador, fecundando a aridez do deserto, tornando salubres as águas do Mar Morto e enchendo-as de vida.
Este quadro de água abundante, que faz brotar árvores de fruto de toda a espécie, dotadas de frutos de toda a espécie e de folhas medicinais (v. 12), retoma a imagem paradisíaca do Jardim do Éden, local de água e de árvores de fruto, onde o homem – vivendo em comunhão com Deus e obedecendo às suas propostas – tinha todas as condições para ser feliz (cf. Gn. 2:9-14).
A promessa profética de um manancial de águas que fertiliza e dá vida, e que brotará do templo, simboliza a inesgotável plenitude de vida que Deus comunicará a seu povo. Aos exilados o profeta anuncia, portanto, a chegada de um tempo em que Deus vai voltar a residir no meio do Seu povo e vai derramar, sobre os Seus eleitos, vida em abundância. A ação salvadora de Deus em favor do Seu povo irá possibilitar que a desolação e a morte do presente se transformem, no futuro, em vida e felicidade sem fim.
Num nível histórico esta visão apontava para o futuro retorno de Israel à sua terra, a renovação espiritual e a retomada das funções normais de irrigação, adubação, aração, semeadura e colheita. Seria uma vez mais o povo de Deus na terra de Deus. No entanto, num nível mais profundo, a Bíblia sempre conecta a humanidade com a terra – uma afeta a outra. Por causa do pecado humano, a terra está sujeita à maldição. A redenção da terra produzirá o efeito inverso, vai retirar a maldição e toda a criação será restaurada para a qualidade de vida que Deus planejou no início.
O facto mais significativo sobre o rio de águas vivas é a sua fonte, a sua origem. Ele vem diretamente da presença do próprio Deus. Por isso, é capaz de dar vida e sustento, porque essas coisas são dons do Deus vivo, tal qual na visão do vale de ossos secos. Quando combinado com as imagens anteriores, o efeito é ainda maior. Como já mencionado, o facto de que a porta oriental estava fechada dizia respeito ao regresso definitivo de Deus para seu templo (Ez. 43:1-5). Deus não marcharia para trás para refazer seus passos e sair pela porta do leste. Mas isso não significa que Ele estava trancado no santuário. O rio que levava a Sua bênção vivificadora fluía agora debaixo do templo na mesma direção em toda a terra da promessa. Assim como o sopro de Deus tinha vindo dos “quatro ventos”, para soprar o fôlego de vida sobre aquele exército de mortos (Ez. 37:9-10), assim também flui agora o rio de Deus que sai do santuário (v. 12), para regar e encher de vida uma terra e um mar que estavam mortos.
Que maravilhosa alegoria de experiência com Deus! O fluxo de bênção começa no altar do Senhor, o lugar de sacrifício, onde Cristo carregou os nossos pecados sobre si, e aquele rio, ao crescer com o crescimento que vem do próprio Deus, à medida que o Espírito Santo multiplica sua plenitude, torna-se um rio profundo que flui do trono do Senhor, enchendo toda a terra e que ninguém jamais pode sondar.
O próprio Senhor Jesus Cristo se refere a si mesmo como a água doadora de vida (Jo. 4:10-14). João declara que Jesus é a fonte de rios de água viva. Por onde Ele passa, na vida de quem Ele manifesta a sua graça ali há vida. O que crê em Jesus tem vida e vida em abundância. Louvado seja Deus por nos permitir experimentar dessa água viva e de sua ação restauradora.
Quando o livro do Apocalipse aborda a esperança da era que virá, ele nos mostra uma Nova Jerusalém onde toda sede será saciada. O autor começa essa parte de sua narrativa com a voz que diz: “Eu, a quem tem sede darei de graça da fonte da água da vida” (21:6), e, a seguir, reitera o convite: “Aquele que tem sede, venha” (22:17). Jesus nos oferece o bem maior, a riqueza imensuravel, a salvação de nossas almas. Vamos pois a Ele! Ele pode saciar a sede do interior do homem. A graça superabundante é livremente acessível a todas as pessoas.
As águas geralmente se movem, porém, se não se moverem, não são saudáveis e, portanto, não se pode beber águas paradas que só servem para proliferar insetos e contaminar vidas. A beleza do rio é a sua correnteza, a beleza do mar são as suas ondas beijando a areia da praia, a beleza da cascata é a queda da água.
Água boa é a que se move. Jesus falou desse tipo de água que tem que se mover para produzir vida, a qual chamou de águas vivas, um tipo de água que não é de rio, açude, mar ou piscina, mas que tal como as águas represadas dos rios geram energia nas hidrelétricas, assim é também a água viva.
No último dia da grande festa dos Tabernáculos, Jesus estava pregando e de repente ficou de pé e clamou em alta voz: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva” (Jo. 7:37-38). Do seu interior fluirão rios de águas vivas. Águas vivas são atos, palavras, decisões sábias, são sentimentos bons, são atitudes de paz, que geram vida para as pessoas em volta.
As Águas Vivas do Espírito Santo, dando nova vida à humanidade
Porque derramarei água sobre o sedento, e rios sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade, e a minha bênção sobre os teus descendentes. E brotarão como a erva, como salgueiros junto aos ribeiros das águas” (Is. 44:3-4).
Deus escolheu a água como símbolo do Espírito Santo por causa da sua essencialidade. Não há vida sem água. Podemos ter riquezas abundantes, mas se não houver água não teremos o alimento, nem mesmo condição de sobreviver em lugar algum.
O profeta Isaías nos traz uma grande promessa do Senhor que se estende para além de nós. Ela alcança a nossa descendência e nos acompanha em tudo o que fizermos. Quando aceitamos a orientação do Senhor e vivemos conforme Sua Palavra, Ele nos abençoa e nos faz prosperar em todos os sentidos. A promessa de Deus alcança várias gerações dos que O servem. Quando o Espírito de Deus é derramado sobre nossas vidas, tornamo-nos portadores das promessas e elas se concretizam quando fazemos a vontade de Deus. O profeta acrescenta que quem recebe a bênção “brotará como a erva, como salgueiros junto aos ribeiros das águas”. Por sua proximidade com a água, os salgueiros estão sempre viçosos, são típicos das regiões próximas aos ribeiros de água. E a água é um elemento apresentado na Bíblia como símbolo do Espírito Santo, Aquele que transforma, que torna fértil a alma sedenta. Sem água não há vida. Assim como a falta de água pode levar o planeta a destruição, a rejeição ao Espírito Santo causa morte e caos para uma humanidade vazia, sem vida em seu ser. Águas poluídas simbolizam vidas em pecado. E uma árvore aos pés de um ribeiro representa vida. Assim como o salgueiro tem sido utilizado para despoluir águas, as vidas cheias do Espírito têm o poder de regenerar doentes, de recuperar os pecadores. A água purifica o corpo, o Espírito Santo purifica a alma.
Que promessas gloriosas que as Escrituras contêm, não somente para os filhos de Deus, mas também para os seus descendentes! Aqui, Deus promete provisão abundante à alma sedenta, que anseia por Deus, pelo seu amor e compaixão. E é exatamente isso que Deus quer dar a uma terra que, a Seus olhos, está “gemendo e desfalecendo”. Naturalmente essa promessa vale em primeiro lugar para Israel, mas fico tão feliz porque posso ter a certeza de que o Senhor dirige essas palavras também a nós atualmente.
Jesus em João 4:13-14 diz: “Qualquer que beber desta água tornará a ter sede; Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna”.
Hoje as pessoas estão com sede, e nós mesmos também estamos com sede. Nós fazemos um monte de coisas e temos muitas reações às coisas só porque estamos com sede. O Senhor ama o homem, e Ele vê a necessidade real no homem, por isso Ele vem para satisfazer a nossa sede e derramar a chuva sobre nós, como chuveiros de água viva!
No mundo nós enchemo-nos com os prazeres sem sentido e temporários, como a educação, roupas, dinheiro e religião. No entanto, a única maneira de podermos ser verdadeiramente preenchido é beber a Água Viva que Jesus oferece. A água que Jesus nos dá é água viva, e isso anima-nos, bem como nos enche. Ele é eterno e vai realmente preencher todos os vazios que temos dentro de nós.
Se não estamos bebendo Cristo nunca seremos satisfeitos. Assim como nós somos sedentos por Cristo, Ele também é sedento de que nós bebamos dele. A maneira de beber essa água viva é através do arrependimento dos nossos pecados (Jo. 4:16-17), entrar em contato com Deus através do Espírito com o nosso espírito (Jo. 4:21-24). Quando nós bebemos das águas do Senhor, não só estamos alimentando a nossa alma com a sua palavra, mas também estamos a preparar-nos para ir viver com ele no céu por toda a eternidade, porque nos alimentamos da sua palavra.
E no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé, e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim, e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre. E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado” (Jo. 7:37-39).
Como são profundas essas palavras de promessa para os que vão a ele! Ele não se satisfaz em falar de um rio. Usa o plural – “rios” fluirão. Una-se um regato a outro, uma torrente a outra, um rio a outro, e todos reunidos mal serão suficientes para descrever a frescura e a abundância de vida que emanarão da alma daquele que, anteriormente, tinha estado sequioso para obter o seu próprio suprimento.
Na ascensão, o Senhor recebeu do Pai a promessa do Espírito Santo, e, então, uma nova era despontou para o mundo. A vida do crente já não era mais apenas uma imitação de obediência. Era o brotar e o derramar do Espírito Santo vindo do seu interior, e Cristo habita em nosso coração pela fé. Em consequência disso nós não somente somos cheios do Espírito, mas pelo seu gracioso ministério em nós fazemos o deserto alegrar-se e florir.
Nada mais satisfaz – senão Deus como a água viva nos satisfazendo e enchendo-nos! O desejo do Senhor é que nos cheguemos a Ele e bebamos dele, e a nossa maior necessidade é também vir a Deus e beber de Deus como águas vivas! Quando bebemos Dele, há algo acontecendo no nosso ser - há rios de água que fluem em nós! Aquele que crê no Senhor - do seu interior para fora correrão rios de água viva! Não é apenas um rio, mas muitos rios - os fluxos de muitos dos diferentes aspetos da vida, do “rio da água da vida” único. Um rio é o rio da paz, e outros rios são a alegria, o conforto, a justiça, a vida, a santidade, o amor, a paciência e a humildade. Estes rios de água viva fluem para fora das profundezas de nosso ser. Isto significa que Cristo como a vida entrou em nós, flui em todo o nosso ser, e que depois flui para fora de nós, como os muitos aspetos diferentes da vida divina.
E vós sabereis que eu estou no meio de Israel, e que eu sou o Senhor vosso Deus, e que não há outro; e o meu povo nunca mais será envergonhado. E há-de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os servos e sobre as servas naqueles dias derramarei o meu Espírito” (Jl. 2:27-29).
Joel revela as extraordinárias bênçãos espirituais que estavam reservadas para o povo de Deus. O derramamento do Espírito, descrito em Atos 2:16- 17, não esgotou toda essa gloriosa profecia. Essa bênção é para todo aquele que o Senhor nosso Deus chamar para si. E sendo nós pessoas que receberam seu chamado, temos todo o direito de reivindicar nossa participação no Pentecostes. Até os escravos, os mais degradados e desprezados dos homens, tornavam-se livres quando se rendiam a Jesus, e têm igual direito ao mesmo Espírito.
E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, Que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; E os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, Os vossos jovens terão visões, E os vossos velhos terão sonhos; E também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e as minhas servas naqueles dias, e profetizarão” (At. 2:17-18).
Na era pré-cristã, o Espírito era dado apenas aos fieis mais proeminentes, mas, a partir do Pentecostes, filhos e filhas, velhos e moços, servos e criadas, participariam dos seus dons gratuitos. Eles são para as pessoas da Igreja, para todos os que invocam o nome do Senhor, para os pequenos bem como para os grandes.
Deus colocou em nós uma sede de algo eterno. Nossa sede não é só por uma bebida física, e a nossa sede de verdade não é satisfeito com entretenimento, internet, desportos, notícias, ou qualquer coisa que alimenta a alma. Nossa verdadeira sede é saciada quando chegamos abertamente ao Senhor para beber Dele! Precisamos de pagar esse preço - precisamos de ir até Ele! Mesmo como crentes - não sejamos arrogantes nem orgulhosos, achando que conhecemos a Bíblia e isso é suficiente. É uma bênção ter fome e sede de justiça (Mt. 5:6)! O homem foi feito com uma sede constante de Deus (Sl. 22:2), e é humano ter sede. “…A nossa alma tem sede de Deus e o nosso corpo o almeja, numa terra árida, exausta, sem água” (Sl. 63:1). Embora não possamos vê-lo ou tocá-lo fisicamente, podemos beber de Deus como as águas que vivem pela fé - e nosso desejo é satisfeito!
Venha a Cristo como a água viva, e Ele saciará a sua sede e satisfará a sua fome – e a água que você bebe dele se tornará em si uma fonte, uma fonte jorrando para a vida eterna! Mesmo na eternidade, vamos continuar a beber da fonte da água da vida (Ap. 21:6), e há um clamor contínuo pelo Espírito com a noiva - quem tem sede, venha e beba (Ap. 22:17)! Isto é o que Deus deseja - que podemos ir a Ele como o manancial de águas vivas e beber Dele!
Ao longo de toda a Bíblia há uma linha do rio da água da vida, que tipifica o fluxo Trino Deus! Ela começa em Génesis - ali mesmo, no jardim do Éden, após a menção da árvore da vida, não é o rio que flui e se estende por toda a terra! Este consuma o rio no rio da água da vida na Nova Jerusalém, onde o rio da vida flui do trono e fornece toda a cidade de Deus! O próprio Deus torna-se nossa fonte de vida, a água da vida, para nós, para beber e desfrutar! Aqui estão alguns dos versos onde podemos ver o rio de água - o Deus Uno e Trino, como o rio da água da vida:
Em Génesis 2:10-14, vemos que após a menção da árvore da vida não é o rio de água que flui através do jardim do Éden, e se divide em quatro ramos - chegando a toda a terra! Mas o Deus Trino como a vida flui para chegar a toda a humanidade!
Em Êxodo 17:6 e Números 20:11 vemos que a rocha foi ferida e a água fluiu. O cumprimento desta profecia está em João 19:34, onde vemos que na cruz, Cristo foi ferido e veio do seu lado sangue e água - sangue pela nossa redenção e água para nossa regeneração. Cristo foi ferido na cruz pela ira de Deus, e agora podemos beber a água viva que flui d'Ele!
Salmos 46:4 diz: Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o lugar santo das moradas do Altíssimo. Deus Pai é a fonte/poço, Deus o Filho é o curso ou o rio, e Deus o Espírito é o fluir do rio da água da vida... esse rio alegra toda a cidade de Deus, como o povo de Deus bebendo do fluxo Trino Deus!
Em Ezequiel 47:5-9, vemos que existe um rio que flui a partir da casa de Deus, e quanto mais são medidos, mais este rio cresce e flui! Quanto mais somos medidos por Deus, mais o Deus Uno e Trino pode fluir para dentro e fora de nós. Aleluia, há um rio que flui do trono, desde a casa de Deus, da glória de Deus!
Em João 4:10-14 o Senhor Jesus aponta aquele que beber desta água (a água mundana, tudo o que podemos beber, para que possamos estar satisfeitos), terá sede outra vez! Mas aquele que beber da água viva (Cristo) - que é Deus em Cristo como o Espírito que flui - esse nunca mais terá sede. Ainda mais - esta água vai se tornar na pessoa que bebe uma fonte de água jorrando para a vida eterna!
1 Coríntios 10:4 diz: E todos beberam da mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia, e a pedra era Cristo. Como crentes, bebemos toda de Cristo como nossa bebida espiritual – Ele, como a rocha que foi partida na cruz, segue-nos para dar-nos a água da vida, sempre que estamos com sede e precisamos dela!
Em Apocalipse 22:1 vemos que existe um rio da água da vida que flui do trono de Deus e do Cordeiro, e em ambos os lados do rio existe a árvore da vida. A água da vida e a árvore da vida ricamente fornecem a cidade de Deus e alimentam o povo e saram todas as enfermidades: Então, me mostrou o rio da água da vida, brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e do Cordeiro. No meio da sua praça, de uma e outra margem do rio, está a árvore da vida, que produz doze frutos, dando o seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a cura dos povos. Nunca mais haverá qualquer maldição. Nela, estará o trono de Deus e do Cordeiro. Os seus servos o servirão, contemplarão a sua face, e na sua fronte está o nome dele.
Há tantos outros versos que mostram claramente que toda a Bíblia foi escrita de acordo com a visão de controle que o Deus Trino está a trabalhar em seu povo escolhido e redimido para ser a sua vida e fonte de vida, a fim de saturar seu ser com a Divina Trindade! O Deus uno e trino saiu da eternidade no tempo como a água da vida - Ele se transformou a Si mesmo como homem para ser o Senhor Jesus Cristo, tornando-se o Espírito que dá vida - e agora o Deus Uno e Trino é potável! Ele foi totalmente processado e consumado para se tornar potável a Deus Trino como o Espírito! Sempre que invocar o nome do Senhor, o Senhor Jesus, nós bebemos do Deus Uno e Trino, como a água viva! Este é o desejo do Seu coração - ser recebido e bebido pelo homem, para em seguida, cumprir sua economia e através do homem! A economia de Deus é realizada através do fluxo do rio da água da vida!
Embora tenhamos sido posicionados para bebermos do Espírito, precisamos estar sedentos por Deus para beber Dele!
Muitas vezes pensamos que Deus quer que façamos algumas coisas super rígidas e complicadas por Ele, e assim nos sentimos muito impotentes.... até mesmo para “expressar Deus em tudo o que Ele é” - por e em nós mesmos - parece tão impossível e inatingível! No entanto, o caminho de Deus para cumprir o Seu propósito de ter uma expressão na terra através de nós, Seu Corpo, é tão simples: só precisamos de comer e beber Cristo, sermos fornecidos com este Trino processado e consumado de Deus. Não é pelo nosso esforço, nem por nossa luta, mas é por nossa alimentação contínua no Senhor que Ele pode realizar Seu propósito em nós e nós ficaremos felizes (como Ele está feliz em nós)! Tudo começa com o posicionamento, como 1 Coríntios. 12:13 diz: “Pois também em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um só corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres, e todos foi dado a beber um único Espírito”.
Aleluia, fomos trazidos de volta para Deus, voltamos para Ele, para que possamos continuamente beberá-lo como a água viva! Isto é tão importante – pois agora estamos noutro reino, com outro sabor e outra sede. Nós agora somos colocados na frente da primavera da vida, o rio que flui da água da vida, para que possamos beber!
No entanto, apesar de termos sido posicionados para beber, não deve beber, a menos que estejamos com sede. Assim como no reino humano, onde bebemos apenas quando estamos com sede, também no reino espiritual, nós bebemos quando temos uma sede em nós. Anteriormente tínhamos sede de tantas outras coisas, pessoas, lugares, relacionamentos, etc. Mas agora que o nosso gosto mudou e já experimentamos Deus, há uma sede cada vez maior em nós, todos os dias, de Deus. E quando não estamos sedentos de Deus por algum tempo, precisamos estar em alerta: não é normal! Se não oramos ou invocamos o nome do Senhor por um determinado período de tempo, ou se não entramos em contato com o Senhor durante um dia inteiro, então precisamos estar preocupados... Nós, na verdade precisamos de ir ao Senhor e pedir-Lhe para nos dar uma constante sede por ele.
Tantos milhões de cristãos não têm o desejo de Deus, nem sede por ele. Mas, como nós apreciamos o Senhor, como provamos e vimos que o Senhor é bom, temos um gosto por ele e uma sede por ele. Esta sede em nós nos faz orar e entrar em contato com o Senhor. No decorrer do dia, há algo em nós que nos dá a consciência profunda de que, embora nós tenhamos que fazer todas essas coisas externas, internamente temos sede de Deus e queremos bebê-Lo como a água viva! Muitos de nós pode testemunhar isso - que durante o dia estamos conscientes desta sede dentro de nós. Espontaneamente, durante o dia, nós dizemos ao Senhor, Senhor Jesus, eu sou tão sedento por Ti, que quero apenas tocar-Te e entrar em contato contigo! E se sentimos que a nossa sede é inadequada, que não desejamos o Senhor o suficiente, podemos dizer ao Senhor: Senhor, aumenta no nosso interior a nossa sede. Provoca em nós cada vez mais sede.
Deus não se zanga com o seu povo quando este está com sede e queixa-se, pelo contrário, Ele cuida e alimenta-o!
Em Números 20, vemos que o povo de Israel murmurou contra Deus e Moisés - , porque eles estavam com sede. Desta vez, porém, quando Moisés foi a Deus por uma solução, Deus disse a Moisés para “falar à rocha perante os seus olhos para que ela produz a sua água...” (Nm. 20:8). É quase como se não houvesse uma rocha que seguisse o povo de Israel em sua jornada, através da sobremesa, e quando estão com sede, uma vez que a rocha foi ferida uma vez, agora tudo o que eles precisam fazer é falar com a rocha! De qualquer forma, voltando a Moisés - como sabemos, ele estava zangado com o povo de Israel e em vez de falar à rocha, ele feriu a rocha duas vezes. Porque não santificou a Deus diante do seu povo nisto - ele representou mal Deus, que não estava zangado com o seu povo, em frente de Israel – por isso, nem Moisés, nem Aaron foram autorizados a entrar na boa terra com as pessoas. Isto é realmente um assunto muito sério. Precisamos conhecer o nosso Deus, o Deus a quem servimos, como Aquele que é justo, generoso, amoroso, gentil e gracioso. Quando o povo está com fome ou com sede e reclama/murmura acerca disso, Deus não está zangado com ele, mas cuida e alimenta-o!
Assim como uma mãe que não está zangada com seu filho porque ele está com sede -, mas ela cuida da criança e dá-lhe de beber, também Deus não estava zangado com o povo de Israel quando eles estavam com sede, e estavam chorando para ele acerca disso - mas sim, assumiu a responsabilidade de fornecer-lhes água. Como nós bem sabemos, Ele é o único, que valoriza e nutre o Seu povo, amando-os e cuidando bem deles, por isso, vamos aprender a não ter pressa em falar as coisas para Deus, em nome de Deus, ao Seu povo. Ao fazermos isto, estamos aprendendo a não acusar o seu povo quando está com sede - e que por ter sede pode reclamar ou murmurar. Nós sempre precisamos de aprender a considerar a Sua natureza santa, para santificá-Lo, e para representá-lo adequadamente diante de seu povo. Tudo o que fazemos e dizemos sobre o povo de Deus deve estar absolutamente de acordo com a natureza santa de Deus. Caso contrário, as nossas palavras e ações irão se rebelar contra Deus e ofendê-lo.
Na vida da igreja, pode acontecer sermos ofendidos por alguém ou nós ofendermos alguém. Nestas alturas, orar com o nosso coração aberto para o Senhor, sobre a Sua Palavra penetrante a ponto de dividir a nossa alma, discernindo os pensamentos e propósitos do coração (Hb. 4:12), é uma boa prática. Caso contrário, como acontece muitas vezes em nossa experiência, podemos orar a Deus “orações” acusando os outros, orações em que podemos acusar os nossos irmãos. Mesmo que nós estejamos certos e eles hajam feito algo que não é bom para nós, o coração de Deus é para alimentar os crentes e para acalentar e nutri-los de forma adequada (é claro, que às vezes as infrações devem ser trazidos à luz e sobre companheirismo, mas neste caso, no que se refere a nós, pessoalmente, precisamos de ir ao Senhor para sermos alimentados, nutridos e acalentados...). Precisamos de ter cuidado quando oramos a Deus a respeito de seu povo - o povo de Deus é santo e sem defeito diante dele, o seu povo é um com Cristo e é de Cristo. Que possamos valorizar o seu povo, e que possamos representar adequadamente! Ministremos aos outros crentes! Aprendamos a nos santificarmos nas nossas relações com todos os crentes.
Só quem vem a Deus como a fonte das águas vivas é que pode ser totalmente satisfeito e se tornar Sua expressão hoje!
Em Isaías e Jeremias, vemos Deus lidar com Seu povo, e muitas vezes temos a impressão de que “Deus quer punir Israel” - todos os julgamentos, as guerras, etc. Mas há um versículo em Jeremias que lança alguma luz nova sobre o que Deus deseja de Seu povo, como Ele quer se relacionar com Israel, que diz: “Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, para cortar para si cisternas, cisternas rotas, que retêm as águas” (Jr. 2:13).
Aqui vemos que, embora o livro de Jeremias fale sobre a ira de Deus e de sua disciplina / castigar do povo de Israel, ele considera que os males que o seu povo fizera antes dele - não é que eles não obedecem à lei, ou não  pudessem fazer isto ou aquilo - mas simplesmente que eles abandonaram o Senhor, a fonte de águas vivas, e foram para outras fontes. Então, Deus expressa a Sua tristeza pela insensatez de Seu povo: “Fizeram o que era mal aos olhos de Deus, queimaram incenso a deuses estranhos, e adoraram as obras das suas próprias mãos” (Jr. 1:16). “O meu povo me trocou por aquilo que é imprestável” (Jr. 2:11); construíram cisternas, mas cisternas rotas. Cisternas que não retém água” (Jr. 2:13). Eles desprezaram o manancial, a fonte de água viva.
A função das cisternas é reter água. Israel errou tremendamente, pois preferiram construir as suas próprias cisternas, mas Deus diz que são “cisternas rotas”. Ou seja, são aquelas que não cumprem seu papel corretamente, elas estão quebradas ou que vão quebrar, são aquelas que estão vazando, que não retém água.
A intenção de Deus é ser a fonte de águas vivas, a fim de dispensar a Si mesmo em Seu povo escolhido para a sua satisfação e seu prazer! Água viva é para nós bebermos e desfrutarmos, e é esta água que nos faz viver! O desejo de Deus em se tornar a água viva para o Seu povo é para os animar, os capacitar e os fortalecer para que viveram uma vida para o Seu propósito! Qual é o objetivo final deste de beber de Deus como água viva? É que Deus tem um povo na terra que expressa plenamente - a Igreja, a contraparte de Deus, algo que vem de Cristo e é Cristo, como Sua plena expressão na terra (Jo. 3:29-30). Isto é o que Deus sempre quis e sempre será o Seu desejo: um povo aberto para Ele, e que se chega a Ele, a água viva!
Assim como a mulher samaritana em João 4, todos nós estamos com sede, e todos nós tentamos satisfazer a nossa sede com outras coisas – cavamos para nós mesmos cisternas - ainda que essas outras coisas possam nos satisfazer por um tempo, no final, deixam-nos com sede e insatisfeitos! Apenas as águas vivas que entram em nós podem saciar a nossa sede plenamente! Na verdade, quanto mais tentamos provar outras coisas, mais percebemos que estamos cavando cisternas rotas - que não retêm as águas! Podemos tentar o entretenimento, podemos tentar alimentarmo-nos de filmes ou música, ou talvez de desportos ou até mesmo das mais novas e maiores tecnologias, mas todas essas “fontes” nos deixarão secos e vazios do Deus que nos criou à Sua imagem e semelhança, e com uma profunda sede em nós, que só Deus pode preencher e satisfazer! Podemos labutar e trabalhar para comprar coisas, adquirir propriedades, ou talvez nos envolvemos em um monte de atividades divertidas e temos muitos amigos, mas no final, percebemos que estas coisas são como “ídolos” que substituem Deus mas ainda não nos satisfazem. O facto é que “as cisternas” foram quebradas e isso, significa que além de dispensarmos o próprio Deus em nós, como água viva, nada podemos saciar a nossa sede! Só quando bebemos dEle ficamos plenamente felizes e satisfeitos - chamando pelo Seu nome, orando com o coração aberto para Ele, orando por Sua Palavra e todas as outras atividades vitais da vida divina em nós - no nosso espírito! Ao beber dEle como o manancial de águas vivas, nós nos tornamos a Sua expressão na terra! E é a nossa alegria e deleite total a ser preenchido com Deus como água viva, a Sua expressão de uma forma viva e corporativo!
Que jamais abandonemos o manancial de águas vivas! Que mantenhamos e vejamos sempre Deus como a única fonte de vida, para bebermos e ficarmos satisfeitos! Sejamos a sua expressão na vida hoje!