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sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Alegremo-nos na Esperança!


(Romanos 12:12)

O capítulo 19 do livro de Job é considerado um marco divisório entre a morte e a vida, entre o desespero e a esperança. O pobre sofredor está em extrema miséria física e moral, com seus amigos pressionando para confessar supostos pecados. Job se levanta e declara com muita fé que o seu redentor vive.

Quando uma pessoa é atingida por algum mal, logo coloca a culpa em Deus. Quando acha que tudo está perdido a fé fica abalada. Aparecem amigos consoladores que aumentam o sofrimento. As pessoas querem se promover à custa do sofrimento dos outros e de supostos pecados. Job mostra a sua fé apesar do que está sofrendo. Apesar da pressão dos amigos não desanima. Job diz a seus amigos: “Vocês não tem vergonha de me injuriar?” (v. 2) Se eu errei ou pequei, o erro fica comigo. O que vocês têm com isso? (v. 3) Job tinha fé e sabia que o seu Redentor viria e que iria parar de sofrer e de ser criticado.

Job sentia-se cercado por um muro (v. 8), se achava sem saída, todos os caminhos fechados. Para o passado não podia voltar. Todos o haviam abandonado. Para o futuro não tinha para onde ir, pois se considerava um morto vivo. Não havia solução. Até a sua honra havia sido destruída (v. 9). Mas Job tinha esperança de que o seu Redentor viria e faria com que ele sobrevivesse e tivesse vida em abundância (Job 10:10).

A vida de Job não tinha qualquer valor. Mas triunfou. Foi um vencedor. Seu desejo foi atendido. Ele sabia que havia um Deus supremo, julgador imparcial, que iria decidir o seu problema. Job afirma: “Porque eu sei que o meu redentor vive, e por fim se levantará sobre a terra” (v. 25; Sl. 46:1). Esta é uma afirmação de fé, de esperança e de triunfo. Que conforto! Que bênção maravilhosa sabermos que, se formos fiéis, com Ele reinaremos.

É reconfortante ler o livro de Job, especialmente porque, sabendo nós que Job sofreu e venceu, e estando nós neste mundo de tribulações e aflições, podemos consolar-nos com a certeza de que não estamos sós - o nosso Redentor, que morreu na cruz pela remissão dos nossos pecados, dando-nos a provisão da salvação e de todas as bênçãos decorrentes da salvação, e que ressuscitou no terceiro dia, dando-nos a esperança da vida eterna, vive e está por perto, para nos guiar pelos caminhos da verdade e da justiça, para nos dar ânimo nas batalhas do dia-a-dia, pondo na nossa boca as palavras que haveremos de dizer, defendendo-nos das astutas ciladas do inimigo das nossas almas, para nos levar a águas tranquilas e a pastos verdejantes até à nossa vitória completa. Ele disse em Mateus 28:20: “Eis que Eu estou convosco todos os dias até à consumação dos tempos”!

O nosso Deus é um Deus vivo e presente nas nossas vidas. Ele nunca se afasta e Seu amor e preocupação primeira é para connosco, com  o nosso bem-estar e o nosso andar no caminho da salvação.

Alegremo-nos na esperança, não na esperança de bens materiais, coisas corruptíveis, mas na esperança de que quando Cristo vier buscar a Sua igreja, também nós lá estaremos com Ele na glória de nosso Pai que está no Céu. A esperança descrita aqui nada tem a ver com bens materiais, mas sim na esperança da vida eterna, alegremo-nos nessa esperança e tenhamos fé, fé de que herdaremos o reino dos céus e obedeçamos os mandamentos de nosso Pai que está no Céu.

A esperança é um elemento essencial para aqueles que desejam um milagre, uma vitória. Não se pode perseverar, alegrar-se, acreditar e alcançar um milagre se não houver esperança. Ela age como uma espécie de combustível. Por ela e por causa dela, a luz não se apaga no fim do túnel.

Cristo é a nossa esperança. A Palavra diz que a esperança em Cristo nos enriquece e nos traz regozijo. Sem esperança, a nossa fé fica amortecida, calada. É a esperança que traz brilho à nossa fé. Crer e não esperar é, de certa forma, um paradoxo, pois subentende-se que quem crê espera. A esperança que flui da fé é santa, enche-nos de regozijo e firma-nos na caminhada espiritual. É por meio da fé e da esperança que vivemos a vida abundante que recebemos em Cristo Jesus.

Alegremo-nos no Senhor... cada dia que nasce é o anúncio de que Deus continua renovando suas promessas e, consequentemente,  nossa esperança. 

O texto nos exorta a nos regozijarmos na esperança. Porém o inimigo, que vem para roubar, matar e destruir, age com a intenção de nos tirar dos projetos de Deus, tocando na nossa fé e roubando nossa esperança. Mas há também outros “ladrões da esperança”, que não são demónios, mas crises, adversidades e debilidades da alma humana.

 O Texto nos dá Pistas de Alguns Ladrões da Esperança ou do Regozijo Nela.

1) As Tribulações

O Deus da Esperança quer conceder a todos nós, muita alegria, paz e transbordar o nosso ser de muita Esperança. As Escrituras revelam como Deus sempre foi fiel, no passado, ao seu povo. O Salmo 22, por exemplo, revela a luta de Davi numa situação pessoal crítica, que ameaça a sua vida. Todavia, ao meditar nos feitos de Deus no passado ele confiou que Deus o livraria: “Em ti confiaram nossos pais; confiaram, e tu os livraste” (22:4). O poder maravilhoso que o Deus Criador já manifestou em favor do seu povo está exemplificado no êxodo, na conquista de Canaã, nos milagres de Jesus e dos apóstolos, e em casos semelhantes, os quais edificam a nossa confiança no Senhor como nosso Ajudador. Por outro lado, aqueles que não conhecem a Deus não têm em que se firmar para terem esperança (Ef. 2:12; 1Ts. 4:13).

Talvez você esteja passando por período desagradável. O diabo quer derrubá-lo com seu sofrimento. O propósito de Satanás fica bem claro nos primeiros dois capítulos de Job. Ele vê o sofrimento como uma grande oportunidade para derrubar a fé dos servos de Deus. Ele aceitou o desafio de tentar destruir a fé de um dos homens mais idóneos do mundo. Depois, ele foi tão ousado que desafiou o próprio Jesus, usando todas as tentações imagináveis para o vencer (Mt. 4:1-11). O diabo entende muito sobre a natureza humana. Ele sabe que as pessoas que servem a Deus fielmente quando tudo vai bem na vida podem ser tentadas por meio de alguma calamidade pessoal, mas não desanime, o Senhor diz que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus (Rm. 8:28). O nosso Deus quer e está consigo, e esse período vai findar, pois em breve Jesus, o Deus da Esperança, voltará e vai acabar com toda essa onda de violência e injustiça. “Bendito o homem que confia no Senhor e cuja esperança é o Senhor” (Jr. 17:7).

Todavia, na hora das tribulações, muitos acabam se revoltando contra Deus, como se Deus os abandonasse e perdem a esperança ou deixam de regozijar-se nela, por isso, tais coisas acontecem em suas vidas. Não permita que as tribulações e dificuldades roubem a esperança de seu coração. A Palavra nos afirma que assim como é impossível que a mãe que amamenta se esqueça do filho do seu ventre, também é impossível que nosso Deus se esqueça de nós (Is. 49:15). Diz o Senhor Jesus que Ele está connosco todos os dias, até a consumação dos séculos (Mt. 28:20), pois Ele ama-nos, portanto, não desista, continue firme nos caminhos de Jesus, mantenha viva a Esperança de que em breve Cristo vai voltar, e tenha a certeza que sua vida vai mudar para toda eternidade. “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que Nele crê não pereça, mas tenha a Vida Eterna” (Jo. 3:16).

Quando, no caminho da vida, o fardo é pesado e temos dificuldades para continuar, convém recordar que também temos ao nosso lado um companheiro forte e vencedor: Jesus, o Filho de Deus. Ele pode tirar de nosso coração toda a carga, dor, frustração e fracasso… Ele nos alivia o peso da vida e nos enche de renovadas esperanças. Ninguém pode nos ajudar tanto como este Amigo!

Apesar das dificuldades, nosso Senhor nunca nos desamparará. Em cada tribulação, temos a oportunidade de aprofundar nosso relacionamento com o Senhor, conhecendo alguns aspectos de Deus que ainda não nos havia sido revelado.

A vida deve ser vida com a eternidade em perspectiva. Hoje, você pode não entender os planos de Deus na sua vida. As providências de Deus podem parecer carrancudas e assustadoras para si. Mas, no andar de cima, na sala de controle do universo, as coisas estão meticulosamente planeadas e determinadas. E Deus as levará a cabo para o seu bem, para a glória do seu próprio nome. Seus problemas podem parecer intrincados, difíceis e você pode pensar em dizer: “Não tem jeito!” Mas, olhe na perspectiva da eternidade e entenda que Deus quer transformar sua vida em algo extraordinário.

2) A Espera

Muitas vezes não acreditamos que o Senhor contempla nossas causas porque a resposta não chega no prazo que estipulamos. Para muitos, o Senhor é um criado, cuja obrigação é nos atender na hora em que O solicitamos. Qualquer demora na resposta de Deus significa que o Senhor não os ouviu, não está interessado em ministrar em seu favor. Mas a prática da espera é a arte de aguardar tranquilamente a hora de Deus, sem deixar de fazer o que é de nossa competência e sem fazer o que é da competência de Deus, deixando de lado toda a impaciência e todo o esmorecimento.

No meio das dificuldades, ao invés de ficar ‘desesperado’, aguarde um pouco mais. Logo tudo vai passar. Muitas batalhas são perdidas por precipitação, quando não somos pacientes. Muitos desistem quando já estão quase chegando. Mas quem persevera consegue alcançar a vitória. Precisamos ser pessoas que acreditam no poder de Deus, na intervenção de Deus, nos milagres de Deus. Temos que manter firme nossa esperança em Deus. A Esperança do cristão é a de que breve o Senhor colocará um fim em todos os sofrimentos, tragédias e maldades que existem neste mundo. Não podemos deixar de crer que Nosso Deus tem o controle de todas as coisas, e de que seu governo é real. Devemos esperar em Deus. Para tanto precisamos pôr em práticas alguns princípios Bíblicos.

Na prática da espera, Deus pode produzir em nós confiança, paciência e quietude. Assim poderemos fazer frente às atitudes inversas de dúvida, ansiedade e ativismo. Uma tentação é deixar de esperar, abandonar a esperança, cansar-se de uma espera que parece longa demais. Outra é intrometer-se, resolver a questão de qualquer modo, assumir a responsabilidade de providenciar o que estava nas mãos de Deus.

Existe o erro de esperar o que não é preciso, como aconteceu com a mulher samaritana que aguardava o Messias, sem saber que Ele próprio falava com ela (Jo. 4:25).

É preciso esperar numa atitude de confiança: “Esperei confiantemente pelo Senhor; ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro” (Sl. 40:1). É preciso esperar numa atitude de paciência: “Depois de esperar com paciência, obteve Abraão a promessa” (Hb. 6:15). É preciso esperar numa atitude de tranquilidade: “Vou esperar, tranquilo, o dia em que Deus castigará aqueles que nos atacam” (Hc. 3:16, BLH).

Esperança é esperar um pouco mais crendo. Ou seja, a esperança é a continuação da fé. Um fruto do Espírito é a longanimidade que é ter um ânimo longo (Gl. 5:22).

Precisamos entender que só o Senhor é soberano. Ele é o Senhor de todas as coisas, inclusive dos tempos. Nele há um tempo sobremodo excelente para todas as coisas. Os “silêncios” de Deus, na vida de Seus filhos, não refletem ausência ou omissão de Deus, mas devem servir para nos tratar, limpar, libertar, curar e, sobretudo, para nos adestrar em fé, esperança, submissão e obediência, jamais para nos desanimar ou nos tirar a fé, a esperança e o regozijo nela

Tire dos braços da sua fé o relógio da sua alma e ajuste-se aos tempos de Deus para si. Tome posse do relógio espiritual da fé e da esperança em Cristo e descanse na soberania do Senhor. O Senhor nunca está fora de tempo. Não há atrasos no relógio e nas operações de Deus.

3) As Lembranças Dolorosas

Para vivermos melhor hoje, para termos um futuro mais promissor, é preciso primeiro curarmos em nossos corações o passado. Lembranças dolorosas que criam o ambiente fértil para que raízes de amargura sejam geradas, com profundidade, nos corações das pessoas, mágoas que criaram raízes profundas, ao longo do tempo, assumindo parte ou totalidade do caráter e comportamento dessas pessoas, rancores, ressentimentos são pesos que podemos carregar por décadas, sugando as nossas energias, impedindo o equilíbrio e a serenidade, roubando a esperança.

Uma pessoa com a alma doente tem dificuldades para exercitar a sua fé, mostrando esperança e regozijando-se nela. As lembranças dolorosas levam muitos a decretarem o fim da esperança em muitas áreas de suas vidas. Por causa da lembrança dolorosa que têm do cônjuge ou dos filhos, já não conseguem esperar por mudanças no casamento ou na família.

Nosso coração é uma fonte e dependendo do que está nele, jorramos vida ou morte, esperança ou desesperança. O inimigo é especialista em encher o coração humano de lixo, dor e desistência. Ele sabe que se uma ferida não é devidamente tratada, gera amargura e pode roubar a esperança e o regozijo nela.

Uma pessoa assim, via de regra, torna-se seca, embrutecida, murcha, sem brilho. Por isso Satanás tenta constantemente nos consolidar na experiência dolorosa, levando-nos a decretar que “é impossível que haja mudança” ou “não dá mais para esperar algo diferente” em determinada situação. Feridas dolorosas na alma, quando não tratadas, geram pessoas sem esperança nem regozijo, desistidas, resistentes em obedecer à Palavra e à revelação da vontade de Deus para elas.

Precisamos obedecer à Palavra de Deus e, debaixo do poder e da direção do Espírito Santo, quebrantados aos pés da cruz do Senhor, perdoarmos e sermos perdoados e, assim, nos encontrarmos com a fé e a esperança, a libertação, a cura e a vitória. Não permita que uma ferida, por maior e mais cruel que pareça, roube de si a esperança de que, em Cristo, o melhor ainda poderá acontecer. Aleluia!

Porque estamos em Cristo, há esperança para nós! A Palavra nos diz que o nosso Deus e Pai é o Deus da esperança (Rm. 15:13). Em Cristo, nos tornamos filhos da Esperança! Você é filho da Esperança.

Em Cristo Jesus, segundo a Palavra de Deus, você pode todas as coisas, inclusive esperar pelas novidades de Deus e regozijar-se nesta esperança. Mantenha-se atento quanto à operação desses “ladrões da esperança”. Firme-se em Cristo e, com o escudo da fé, apague todos os dardos inflamados do inimigo que procuram roubar de si a esperança, a alegria e o regozijo. Em Jesus Cristo você pode, sim, regozijar-se e esperar pelo cumprimento de cada uma das promessas e decretos do Pai a seu respeito. Mantenha abertos os olhos da fé e da esperança, celebre, regozije-se e prepare-se para a visitação do sobrenatural de Deus, em nome de Jesus.