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quarta-feira, 17 de maio de 2017

Da Caverna Para o Êxito!

(1 Samuel 22.1-2)

Introdução
Davi havia vivido um momento de glória, pois tinha sido ungido como rei escolhido por Deus, pelo profeta Samuel, sem o conhecimento de Saul. Ele estava de bem com o povo, e por estar de bem com povo, por ter caído nas graças do povo, por ter sua unção reconhecida e valorizada pelo povo, por todos adquirindo fama e confiança, principalmente, após derrotar o gigante Golias, levou as mulheres, em Israel, a cantarem, sem segredos: “Saul feriu os seus milhares, porém Davi os seus dez milhares” (I Sm. 18:7), o que despertou ciúmes, inveja e ódio em Saul, o rei escolhido pelo povo e que oficialmente reinava em Israel, mas que por desobedecer a Deus e lutar contra a Sua vontade (um sintoma evidente de um líder fracassado), estava em declínio, tendo começado a perseguir Davi, em ascensão, para o matar, pois sabia que ele seria o próximo rei de Israel.
Davi, o matador de gigantes, que na verdade era um líder naturalmente abençoado por Deus mas que só podia fugir de Saul, pois não o poderia matar por respeito ao ungido do Senhor, começa por se sentir, por causa das circunstâncias à sua volta, amedrontado e oprimido. Israel tinha um rei que perdera a unção e um líder que não podia reinar ainda. Nesse contexto Davi foge de Saul e se esconde na Caverna de Adulão, lugar bastante conhecido em Judá, a cerca de dezasseis quilómetros de Gate e vinte e quatro quilómetros de Belém, sua cidade natal.
Na verdade aquilo que era chamado de caverna de Adulão era um complexo de cavernas que ficava no vale de Elá. Segundo os arqueólogos e exploradores, existem partes desse complexo de cavernas que ainda não foram exploradas, e certamente caberia ali todo aquele exército que se ajuntou a Davi. Esse momento de fuga foi muito mais que a busca de um esconderijo, foi um momento especial e inesquecível na vida de Davi.
Foi nesse lugar que Davi ansiou por um pouco de água do poço em Belém e três de seus valentes passaram pelas linhas inimigas a fim de busca-la para seu líder (2 Sm. 23:13-17). Sabendo que aquela água havia custado muito aos três homens, que arriscaram a vida a fim de busca-la, Davi derramou-a como libação ao Senhor. Os grandes líderes não se esquecem do valor de seus seguidores nem tratam com descaso os sacrifícios que fazem além de seu dever.
Mas de repente ele ouve vozes e passos em direção à caverna. Eram os seus familiares que estavam preocupados com Davi. A sua família toda juntou-se a ele na caverna, o que significa que seus irmãos desertaram do exército de Saul e tornaram-se fugitivos como Davi. Eles ficaram felizes em saber que ele estava “bem” e começaram a abraçá-lo. Sabiam que Davi era o rei ungido de Deus, de modo que se ligaram ao futuro de sua nação.
Muitos outros, homens ameaçados de morte, homens que foram perseguidos, homens que um dia caíram no descrédito de muitas pessoas, homens amargurados por causa de dívidas, homens completamente alienadas da sociedade por problemas de caráter, homens que se encontravam em apertos e com problemas “psíquicos” (quem sabe!), homens descontentes com a forma de Saul governar Israel (ver 1 Sm. 14:29), que se sentindo ameaçados foram tomados de pavor, viram em Davi a única esperança de um reino bem-sucedido. No final Davi ficou com quatrocentos excelentes guerreiros, numero que posteriormente subiu para seiscentos. Alguns de seus valentes e seus líderes são relacionados em 2 Samuel 23:8-39 e em 1 Crónicas 11:10-41. Saul possuía um exército de três mil homens escolhidos (1 Sm. 26:2). A unção que estava sobre Davi falou mais alto do que a voz das circunstâncias à sua volta e diz o texto que “ele se fez chefe deles”.
Os verdadeiros líderes atraem as melhores pessoas, que veem neles as qualidades de carácter que mais admiram. As pessoas que cercaram Davi teriam passado despercebidas pela história se não se tivessem unido a ele, assim como os discípulos de Jesus teriam morrido no anonimato se não tivessem andado com Cristo. Deus não costuma chamar grandes e poderosos para serem seus servos, mas sim aqueles cujo coração está recetivo e se mostram ansiosos para obedecer à sua vontade (1 Co. 1:26-31).
Devemos observar que aqui, há uma correlação entre esta situação e o senhor Jesus e é algo que não devemos perder de vista. O senhor Jesus está chamando hoje um povo para levar o Seu nome, eles são os valentes de Deus.
Vivemos dias em que o Senhor Jesus é rejeitado, até o Seu próprio povo disse: “Eu não quero que este homem reine sobre nós”. Ele não tomou ainda sua posição no trono como Rei dos Reis e Senhor dos Senhores, Davi também foi um homem rejeitado, embora tenha sido ungido para ser rei em Israel quando Saul ainda reinava. Deus está chamando os seus valentes para servi-lo e fazerem a diferença, mas não se esqueça que é necessário sair da caverna, não importa quem seja você ou o que tenha feito no passado ou como está sua vida hoje.
Quem é que poderia crer ou imaginar que naquela caverna se encontrava o homem que havia sido escolhido para reinar sobre Israel, em quem um dia muitos encontrariam ajuda? Mesmo que Davi tenha começado de maneira tão humilde, esse era o caminho de Deus para ele, pois ele era o ungido do Senhor, o novo Rei de Israel. E apesar de não ter sido reconhecido como soberano quando se encontrava nessa situação, ele não deixou de sê-lo.
Veja como Jesus foi desprezado, cuspido, torturado e escarnecido quando se encontrava pendurado na cruz! Mas mesmo assim, o Rei nunca perde sua majestade, ele continuava sendo o homem da salvação, o verdadeiro Rei e o único refúgio para a humanidade perdida. Pedro testemunhou o seguinte aos fariseus incrédulos: “E não há salvação em nenhum outro; porque debaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At 4:12). Jesus é o verdadeiro Filho de Davi. E Ele é o verdadeiro soberano e Senhor do Céu e da terra e rei dos Reis, mesmo que na cruz não tenha sido reconhecido.
 Onde Estão os Lideres que Deus Quer Usar?
Deus está à procura de homens e mulheres que estejam dispostos a sair da caverna. A história mostra que o rei Davi cercou-se de homens valentes, no começo, ninguém dava nada por eles, porém, eles eram leais, arriscaram suas vidas pelo rei, tinham convicções e tornaram-se soldados de seu exército. Hoje em dia, Deus está procurando por homens e mulheres valentes que Ele quer usar para fazer parte do Seu poderoso Exército, essencial para o crescimento do Seu reino.
A importância da disponibilidade e da disposição de se trabalhar para Deus pode ser mais claramente vista nas exigências que Jesus colocou sobre um homem que ele chamara para segui-lo. “Permite-me ir primeiro sepultar meu pai. Mas Jesus insistiu: Deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos” (Lc. 9.59-60). Para outro candidato que se oferecera seguir Jesus depois de despedir-se de sua família, Jesus disse: “Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto para o reino de Deus” (vs. 61-62). Grandes recompensas estão reservadas para aqueles que deixam casas, famílias e campos para trabalhar para Deus (Mc. 10:29-30). Esse é o tipo de desprendimento que bons líderes necessitam. Quando olhamos o sucesso extraordinário que Jesus atingiu através de homens que ele escolhera, vemos a verdade nesta definição: “Um líder é uma pessoa comum com uma determinação extraordinária”.
É no meio das dificuldades que os valentes aparecem, eles dependem única e exclusivamente de Deus, e com certeza que eles não lutam com a força do seu braço, mas sim com a força que Ele dá.
É necessário colocar nossos olhos naquele que tudo pode, e, vencer será possível se deixarmos o nosso Deus ir diante de nós como poderoso gigante. Assumir a tarefa de conquistar com Sua ajuda e com o Seu poder às metas que estabelecemos, é estar preparado para tudo. Saiba que na batalha surgem imprevistos, mas também grandes vitórias.
Deus levanta lideranças nos lugares mais esquisitos. Onde ninguém imagina que possa se levantar uma liderança, ali Deus manifesta seu poder e levanta alguém para fazer uma diferença tremenda.
Não são os lugares e nem as circunstâncias que vão impedir Deus de levantar líderes. Não importam as adversidades. Deus olha para os seus ungidos e espera que eles se manifestem no tempo oportuno, expressando tudo aquilo que o Senhor os chamou para realizar. Não importa o tipo de caverna em que você se meteu, Deus pode arrancá-lo de lá e levá-lo a cumprir todo o Seu propósito em relação a você!
 Deus quer usar a todos os que nEle creem! Sobre cada santo de Deus há uma unção para atrair o poder do Senhor e arrancar das cavernas da vida todo aquele que está precisando ver a glória do Todo-Poderoso, inclusive os ungidos de Deus. O Senhor Jesus disse que coisas maiores que Ele fez nós faríamos. Aleluia!
Estamos debaixo de uma tremenda unção de conquista e liderança, capaz de levantar líderes valentes e ousados, mesmo nas cavernas mais escuras da vida. O Senhor nos plantou na Terra para exercermos influência do Reino de Deus sobre a vida das pessoas à nossa volta. Ele quer usar sua vida para arrancar das cavernas os que estão em aperto, os amargurados e os endividados, tanto material como espiritualmente. Creia que há muita gente esperando que você se levante para dar-lhe direção, para mostrar-lhe o caminho a seguir, arrancando-o das cavernas nas quais está se refugiando. Você é essa pessoa especial que Deus quer usar na Terra, para a glória do Seu nome.
 Faça como aqueles homens, saia da caverna, ficar lá dentro chorando, reclamando e procurando desculpas não vai ajudar em nada. Aqueles homens fizeram uma aliança com Davi, um ungido de Deus, e eles passaram de perseguidos a conquistadores. Hoje mesmo, aí onde você está, pode sair da caverna e fazer uma aliança não com um ungido de Deus, mas sim, com o próprio Deus, e com segurança, vai ver como será sua vida a partir de hoje.
Um líder é líder em todo o lugar e em qualquer situação. Líder sempre atrai multidões. Davi era um líder nato, mesmo fugindo de Saul ele liderou e cuidou de homens que precisavam de ajuda. Foi nesse lugar que Deus forjou um grande líder e um grande exército. Em Jesus encontramos esse refúgio quando estamos em aperto, porque quando achamos que chegamos no fundo do poço Ele nos tira de lá. Quando achamos que estamos endividados, Jesus já rasgou nosso escrito de dívida na cruz. E quando achamos que estamos amargurados de espírito devemos lembrar que o Espírito de Deus ungiu Jesus para derramar óleo de alegria sobre nossas vidas (Is. 60).
Vinde a Mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve” (Mt. 11:28-29).
1. Os Benefícios da Caverna de Adulão como Lugar de Refúgio e Segurança.
Deus que havia desistido de Saul devido à sua idiotice instruiu o profeta Samuel para ir a casa da família de Jessé, onde seria escolhido a dedo aquele que haveria de ser o herdeiro do trono do rei Saul sobre Israel. Esta escolha recaiu sobre Davi que era o menor da ninhada e em que nem mesmo seu pai o considerava um candidato ao trono, pois ele não conseguia ver o potencial do filho, mas Deus não.
Contudo, após se sentir praticamente rei de Israel, depois de triunfar sobre Golias, depois de ter a confirmação pela unção do profeta, Davi conheceu os porões do submundo. O ponto mais baixo da sua vida foi quando ele precisou de fugir da fúria de Saul, refugiando em Gate, e de lá, com medo de ser morto pelo rei desta cidade, afinal Davi matara o seu maior guerreiro, foi se esconder na caverna de Adulão. Davi fugiu para essa caverna como último recurso, onde ficou sozinho e totalmente perturbado.
Tais são os caminhos de Deus. Os caminhos pelos quais conhecemos a injustiça, vivemos a crise, passamos por isolamentos e as dúvidas crescem exponencialmente. Deus Se deleita em deixar que nos envolvamos em situações impossíveis, para que, quando Ele nos salve, fique bem claro que foi Ele que o fez.
Davi escreveu o salmo 142 para definir exatamente o que sentia nesse momento de sua vida. Derramo perante ele a minha queixa, à sua presença exponho a minha tribulação. Quando dentro de mim me esmorece o espírito, conheces a minha vereda. No caminho em que ando, me ocultam armadilha. Olha à minha direita e vê, pois não há quem me reconheça, nenhum lugar de refúgio, ninguém que por mim se interesse. Davi, em seus salmos, faz um retrato desolador de sua condição, e então prossegue descrevendo a maneira como Deus o resgata.
A libertação de Deus é mais do que temporal, mais do que apenas física; ela inclui a libertação da condenação eterna (Sl. 34:21-22; 56:13). É interessante que no Novo Testamento a palavra que muitas vezes é traduzida por salvo é usada com sentido muito mais amplo do que apenas salvação espiritual. É usada como cura física e outros atos de livramento. Em nosso texto, Deus salva a vida de Davi, mas, em seus salmos, ele informa aos leitores que esta salvação temporal é um protótipo da salvação eterna que Deus também realiza. O Deus que nos salva de nossas aflições e de nossos inimigos, é o mesmo Deus que nos salva de Sua ira eterna.
Vamos todos entrar na Caverna de Adulão em algum momento da nossa vida. A dúvida pode ser a tal caverna. A perseguição pode ser a tal caverna. A doença pode ser a tal caverna. Luto pode ser a tal caverna. Conflitos nos relacionamentos podem ser a tal caverna. No entanto, não há nenhuma caverna escura o suficiente para nos escondermos de Deus. Charles Swindoll descreve o papel que o isolamento da caverna fez na formação de um líder: Davi foi levado para o lugar onde Deus pode realmente começar a moldá-lo e a usá-lo. Quando o Deus Soberano nos leva ao nada, é para redirecionar as nossas vidas, e não para acabar definitivamente com elas.
É bem certo que alguns de nós vão entrar na caverna de isolamento pelos nossos próprios pecados. Alguns de nós vão entrar por causa do orgulho, da arrogância e da presunção. Mas ainda assim, Deus vai usar a caverna de isolamento para nos livrar da índole que nos levou a tomar decisões que nos levaram para a caverna de isolamento. Deus vai usar esse tempo para moldar as nossas vidas para que elas, nesse processo, tenham o efeito do chamado que ele tem para nós.
A caverna também é o lugar para processar a nossa dor e receber consolo de Deus para as nossas vidas e para o benefício de outros. Os resultados das experiências dos muitos dos servos de Deus que foram colocados na caverna são pérolas do pensamento cristão, como essas: Daniel 2:22 - Ele revela o profundo e o escondido. Ele sabe o que está em trevas, e a luz habita com ele. Isaias 45:3 - Eu te darei os tesouros das trevas e as riquezas escondidas em lugares secretos, para que saibais que eu, o Senhor, que te chama pelo nome. Eu sou o Deus de Israel. Jó 12:22 - Ele descobre coisas profundas das trevas, e traz à sombra da morte a luz.
A Caverna de Adulão foi aquele lugar especial que Deus colocou como um instrumento de solução para a hora difícil no meio da batalha. Davi fugiu e escapou para a caverna de Adulão. A caverna é um lugar de escape, é um lugar de refúgio e segurança que Deus concedeu no momento certo. Parece paradoxal a ideia de que um homem tão importante para Deus precisasse se esconder numa caverna. Porém, existem momentos que isso se faz necessário. O filho de Deus precisa se esconder nos braços poderosos do Pai. Existe uma diferença marcante entre a fuga psicológica dos problemas e a busca de um refúgio em Deus. Fuga psicológica é quando fugimos para não enfrentar nossos próprios medos e traumas. Fuga psicológica é fugir das próprias obrigações. Busca de um refúgio em Deus é quando precisamos de proteção e conforto do Pai celestial. Esta é uma realidade presente na vida de Davi. Como vemos no Salmo 131: “Senhor, o meu coração não é soberbo, nem os meus olhos são altivos; não me ocupo de assuntos grandes e maravilhosos demais para mim. Pelo contrário, tenho feito acalmar e sossegar a minha alma; qual desmamada sobre o seio de sua mãe, qual desmamada está a minha alma para comigo. Espera, ó Israel, no Senhor, desde agora e para sempre”. Como criança no colo da mãe ou o filho brincando com o pai. Deus oferece uma solução que é se refugiar sob as asas do Todo-poderoso. O Salmo 57 foi um cântico inspirado na Caverna de Adulão. “Compadece-te de mim, ó Deus, compadece-te de mim, pois em ti se refugia a minha alma; à sombra das tuas asas me refugiarei, até que passem as calamidades. Clamarei ao Deus altíssimo, ao Deus que por mim tudo executa. Ele do céu enviará seu auxílio, e me salvará, quando me ultrajar aquele que quer calçar-me aos pés. Deus enviará a sua misericórdia e a sua verdade. Estou deitado no meio de leões; tenho que deitar-me no meio daqueles que respiram chamas, filhos dos homens, cujos dentes são lanças e flechas, e cuja língua é espada afiada. Sê exaltado, ó Deus, acima dos céus; seja a tua glória sobre toda a terra. Armaram um laço para os meus passos, a minha alma ficou abatida; cavaram uma cova diante de mim, mas foram eles que nela caíram. Resoluto está o meu coração, ó Deus, resoluto está o meu coração; cantarei, sim, cantarei louvores. Desperta, minha alma; despertai, alaúde e harpa; eu mesmo despertarei a aurora. Louvar-te-ei, Senhor, entre os povos; cantar-te-ei louvores entre as nações. Pois a tua benignidade é grande até os céus, e a tua verdade até as nuvens. Sê exaltado, ó Deus, acima dos céus; e seja a tua glória sobre a terra”. Aqui pode-se ver como Davi louva a Deus pelo seu lugar de refúgio e segurança. Jesus também orientou aos seus discípulos para que buscassem um lugar de descanso. “Ao que ele lhes disse: Vinde vós, à parte, para um lugar deserto, e descansai um pouco. Porque eram muitos os que vinham e iam, e não tinham tempo nem para comer. Retiraram-se, pois, no barco para um lugar deserto, à parte” (Mc. 6:31-32). Eles não estavam fugindo dos problemas, mas estavam buscando um refúgio para refazer as forças.
Deus, em Sua misericórdia nos deu um meio de escape. Os meios de libertação de Deus não nos lisonjeiam, mas sempre glorificam a Ele. Ele enviou Seu Filho à terra como homem (o perfeito Deus-Homem), para viver uma vida perfeita e morrer como inocente como pagamento por nossos pecados. A cruz não foi um acontecimento para inflar o ego. Foi a morte horrível de nosso Senhor em favor de pecadores culpados. Mas Deus levantou Jesus da morte, glorificando-O e aqueles que, pela fé, estão Nele. É pela fé em Jesus Cristo que pecadores indignos são libertados da morte eterna, para a glória de Deus. Você já recebeu o perdão de seus pecados, este presente da justiça de Deus em Cristo? Tudo o que precisa fazer é reconhecer seu pecado e confiar em Jesus como único meio de Deus para sua libertação. Eu o incentivo a fazer isto hoje.
 2. Um Lugar de Restauração de Vidas
Ajuntaram-se a ele todos os que se achavam em aperto, todos os endividados, e todos os amargurados de espírito; e ele se fez chefe deles; havia com ele cerca de quatrocentos homens”.
Um facto evidente é que a pregação do Evangelho nos nossos dias tem sido carregada de uma grande dose de positivismo. Para muitos crentes as pessoas que viveram na época bíblica não tinham problemas. Quando lemos a Escritura encontramos a realidade de pessoas que passam os mesmos problemas que todos nós. Para a caverna de Adulão também foram as pessoas que estavam em turbulência. Pessoas endividadas e amarguradas de espírito. Talvez na linguagem de hoje pudéssemos usar outras expressões, tais como pessoas deprimidas e sem esperança. Jesus sabia dessa realidade dura quando chamou a Ele todos: “vinde a mim, todos os que estai cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo e leve” (Mt. 11:28-13). Jesus pode ser comparado com esta caverna. Na caverna de Adulão há restauração das nossas vidas, há alivio para as enfermidades da nossa alma e salvação para a nossa alma. Temos que nos preocupar quando vemos a pregação do Evangelho sendo tão deturpada. Para muitos a fé cristã tem se tornado um jugo pesado demais para carregar e para outros uma vida sem compromisso nenhum com a ética e a verdade. Esse desequilíbrio gera uma confusão enorme nas pessoas e cria uma casta vacinada contra a verdadeira obra do Espírito Santo de Deus. Alguém disse que a Igreja de Jesus Cristo não é um museu de santos, mas um hospital de pecadores. Temos que buscar refúgio em Cristo para tratar nossas enfermidades e sarar nossas dores. Temos que fazer isso com humildade e sinceridade de coração. Não tenha medo de se esconder na caverna de Deus para ser totalmente restaurado pelo Poder de Deus. Outro detalhe importante que o texto revela é que houve também uma restauração na liderança e nos liderados. As pessoas que foram para a caverna desesperadas e enfermas encontraram um líder, Davi. E Davi encontrou força no grupo. Deus leva um líder ungido para a caverna e leva também pessoas sem referência e rumo. Deus restaura todos que foram para a caverna. Vejamos o que diz o escritor de Hebreus a respeito desses vitoriosos. Os verdadeiros heróis da fé. “Foram apedrejados e tentados; foram serrados ao meio; morreram ao fio da espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, aflitos e maltratados (homens dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos e montes, e pelas covas e cavernas da terra” (He. 11:37-38). Deus nos leva para sua caverna para restaurar completamente as nossas vidas. Interessante é que cada um tem sua caverna. A caverna do profeta Jonas era um grande peixe.
3. Um Lugar de Reflexão Para Conhecer a Vontade de Deus.
Dali passou Davi para Mizpe de Moabe; e disse ao rei de Moabe: Deixa, peço-te, que meu pai e minha mãe fiquem convosco, até que eu saiba o que Deus há de fazer de mim. E os deixou com o rei de Moabe; e ficaram com ele por todo o tempo que Davi esteve no lugar forte. Disse o profeta Gade a Davi: Não fiques no lugar forte; sai, e entra na terra de Judá. Então Davi saiu, e foi para o bosque de Herete”.
Este é outro benefício maravilhoso da caverna de Adulão na vida de Davi e na nossa vida. Deus nos leva para algum lugar seguro, para nos restaurar e nos mostrar a Sua soberana vontade. “Rogo-vos pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Rm. 12:1-2). A maior bênção que um filho de Deus pode receber é ter certeza que está no centro da vontade de Deus. Davi tinha essa certeza. A presença na caverna era uma oportunidade de ouvir a voz do Senhor. Ele deixa sua família com o rei de Moabe “até que eu saiba o que Deus há de fazer de mim”. Mais tarde Deus falou através do profeta para que ele saísse da caverna. E ele saiu. Um exemplo clássico de alguém que se colocou na presença de Deus esperando uma resposta, foi Habacuque. No capítulo dois ele ora a Deus: “Sobre a minha torre de vigia me colocarei e sobre a fortaleza me apresentarei e vigiarei, para ver o que me dira, e o que eu responderei no tocante, a minha queixa. Então o Senhor me respondeu , e disse: Escreve a visão e torna-se bem legível sobre tabuas, para que a possa ler quem passa correndo. Pois a visão é ainda para o tempo determinado, e se apressa para o fim. Ainda que se demore, espera-o; porque certamente virá, não tardará. Eis o soberbo! A sua alma não é reta nele; mas o justo pela sua fé viverá” (Ha. 2:1-4). Depois dessa experiência magnífica ele recebe a revelação da doutrina mais importante da Bíblia. A salvação pela graça de Deus, mediante a fé. Outro momento importante em que vemos a direção de Deus é na segunda viagem missionária de Paulo. Foi um momento que eles não sabiam ao certo para onde ir e tiveram de fazer uma parada. “...e tendo chegado diante da Mísia, tentavam ir para Bitínia, mas o Espírito de Jesus não lho permitiu. Então, passando pela Mísia, desceram a Trôade. De noite apareceu a Paulo esta visão: estava ali em pé um homem da Macedônia, que lhe rogava: Passa à Macedônia e ajuda-nos. E quando ele teve esta visão, procurávamos logo partir para a Macedônia, concluindo que Deus nos havia chamado para lhes anunciarmos o evangelho” (At. 16:7-10). Deus geralmente fala de maneira muito especial quando paramos para ouvir a Sua doce voz.
Conclusão:
Assim, a maior lição que tiramos desse importante facto bíblico é que em alguns momentos da nossa vida precisamos nos esconder em alguma caverna. Davi foi um rei especial para a história de Israel e para a vinda do Messias. Davi foi bem sucedido pois entendeu a importância desse momento. Com certeza no caminho de Davi para o palácio real estava a Caverna de Adulão. Para sermos vitoriosos precisamos aprender a passar pelos lugares de refúgio, de restauração e de reflexão para saber qual a vontade de Deus. Estar na caverna é esperar no Senhor e amadurecer na fé. Deus seja louvado!