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domingo, 18 de junho de 2017


No Monte Carmelo Deus Responde Com Fogo!

(1 Reis 18:41-45)



Introdução

Israel estava sob o reinado do rei Acabe. Embora em seu governo houvesse conquistado um grande avanço po­lítico, por outro lado trouxe enorme prejuízo na área religi­osa. Todos os reis, desde Jeroboão, desconsideravam por completo as leis divinas e se inclinavam para a idolatria, levando Israel a cada dia para mais longe do Senhor. A crise religiosa sufocava a nação. O povo não tinha compromisso com Deus.

Três longos anos haviam passado desde que Elias se havia posto diante do rei Acabe anunciando o juízo de Deus sobre seu reino, que nem orvalho nem chuva haveria segundo a palavra do Senhor. Um altar para Baal tinha sido erguido no Monte Carmelo, localizado no lado noroeste da Palestina, referenciado na maioria das vezes como um símbolo de beleza e fertilidade, - “Florescerá abundantemente, jubilará de alegria e exultará; deu-se-lhes a glória do Líbano, o esplendor do Carmelo e de Sarom; eles verão a glória do Senhor, o esplendor do nosso Deus” (Is. 35:2). No entanto, muito antes ele foi erguido para o Senhor, mas por muitos anos estava em ruínas. Este lugar era proeminente e acessível. Deus estava prestes a fazer algo muito surpreendente para provar quem Ele era para uma nação que tinha seguido após deuses falsos... Ele queria que todos vissem e aprendessem.

Foi nesse contexto que o profeta Elias, nascido em Tisbé e contemporâneo do rei Acab e da rainha Jezabel e que estava vivendo um momento extremamente crítico em seu ministério profético, apareceu em cena na história religiosa de Israel. Percebendo tudo o que acontecia, ele não apenas repreende o rei como conclama o povo a uma tomada de posição quanto à fidelidade a Deus. Foi então que promoveu uma verdadeira batalha espiritual no monte Carmelo, desafiando em nome de Deus os profetas de Baal e do poste-ídolo (chamado de Aserá), as deidades da moda daquela época em Israel, que levaram à apostasia e na sequência da qual Deus havia enviado três anos e meio de seca, para definir quem era o Deus verdadeiro: Baal ou o Senhor dos Exérci­tos.

Elias não se intimidou em nenhum momento. O profeta estava determinado a provar sua posição. “À hora do sacrifício, o profeta Elias colocou-se à frente do altar e orou: Ó Senhor, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, que hoje fique conhecido que tu és Deus em Israel, e que sou o teu servo e que, segundo a tua plavra, fiz todas estas coisas. Responde-me, ó Senhor, responde-me, para que este povo saiba que tu, ó Senhor, és Deus e que fazes o coração deles voltar para ti” (1 Rs. 18:36-37).

 A oração de Elias foi simples, mas foi uma oração de fé. Apenas um pedido direto para que Deus provasse por si só que ele era o Senhor. Então fez descer fogo do céu, que consumiu por duas vezes os cinquenta soldados com o seu capitão, que o rei Acazias tinha mandado ali para prender o profeta, em virtude de ter este feito parar os seus mensageiros que iam consultar Baal-Zebube, deus de Ecrom (2 Rs l:9-15), derrotando-os e atraindo a glória de Deus de maneira surpreendente.

Nesta demonstração em que o clímax está na descida de fogo do céu para queimar o seu sacrifício ensopados de água, o povo de Deus, que havia sido levado à ruína pela adoração a baal, introduzida por Abizebel, Jezabel e seus profetas, havia sido convocado a largar a idolatria, o sincretismo religioso que em muito havia afetado a Israel, ceifando muitas vidas, seja pela espada dos profetas de baal, seja pela seca ou pela fome naquela terra, e a voltar ao primeiro amor, ao caminho reto trilhado por seus antepassados, estava prestes a ver o Senhor derramar as chuvas novamente sobre a nação, encerrando assim um longo período de seca, enviado por Deus como castigo por causa dos pecados do rei e do povo.

O relato bíblico afirma que havia três anos que não chovia sobre a terra de Israel (1Rs.17-18). Depois de um forte confronto com os profetas de Baal, Elias buscou ao Senhor em favor do seu povo porque viu o seu arrependimento e ouviu a sua confissão: “Só o Senhor é Deus”. Ele sabia que aquela terra havia sido amaldiçoada pelo pecado, mas estava disposto a clamar a Deus por um milagre. É provável que ele tenha passado por lugares desertos que outrora eram rios e fontes, mas que naquele momento estavam sequíssimos. Ele devia estar cercado pela miséria, fome e desespero. Diante daquela situação crítica, ele colocou o rosto entre os joelhos e começou a orar (1 Rs. 18:42).

A visão da seca não favoreceria a fé naquele momento, por isso, o profeta então retorna ao cume do Carmelo, juntamente com seu servo, se prostra na presença de Deus em oração. Depois de pedir a Deus a chuva, Elias recebe um comando no seu espírito: as chuvas já estavam se movendo no campo espiritual e seria uma questão de tempo para chegarem ao plano físico. Então ele ordenou ao seu servo que subisse o monte e olhasse para a banda do mar. A visão das águas era propícia à fé. Seis vezes o servo volta com a informação de que não havia nada lá. Na sétima vez, ele trouxe um relatório um pouco diferente, dizendo que uma pequeníssima nuvem se levantava do mar. Naquele momento Elias havia rompido o ciclo da maldição. Ele se levanta e manda avisar o rei Acabe para que se apressasse em retornar para casa, afim de que as abundantes chuvas não obstruíssem seu caminho. Elias é tomado de uma força sobrenatural, a ponto de correr diante do carro do rei até chegar em Jezreel.

Subamos também nós ao Monte Carmelo e vejamos pela fé o nosso milagre! Não olhemos para a direita, nem para a esquerda, caso contrário nos desviaremos do propósito. Não precisamos fraquejar sob o peso das tristezas e dos sofrimentos, porque o Senhor prometeu ser nossa força, nosso escudo e nosso cântico. Não devemos temer os incontáveis desafios da vida. Nosso Deus é um Deus que sempre será nosso Cuidador. Ele é nosso Conforto, nossa Âncora, nosso Refúgio e nosso Encorajador.

A lição que aprendemos com Elias, já neste instante em que ele surge nas Escrituras, é de que devemos estar sempre comprometidos com o estudo da Palavra de Deus, com a busca da presença de Deus. Por isso, busquemos a Deus em oração sem cessar e estejamos certos do que esperamos receber Dele. “E esta é a confiança que temos nele, que se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve, e se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que já alcançamos as coisas que lhe temos pedido” (1 Jo 5:14-15). Sejamos específicos no nosso pedido e aguardemos. O milagre, depois de concebido em nosso espírito, cresce e vem à luz se formos perseverantes. Deus sabe que estamos aguardando sua resposta e no momento certo Ele agirá em nosso favor! Oremos insistentemente até que as chuvas comecem a descer sobre a nossa vida. Contemos aos que não acreditaram no milagre que os céus estão se movendo por nossa causa e que Deus nunca desampara aqueles que confiam em Seu poder. “A súplica de um justo pode muito na sua atuação” (Tg. 5:16)...

Elias e seu Moço São Uma Referência para nós Hoje.

Muitas vezes ficamos tão fascinados com o registo bíblico sobre homens e mulheres de Deus que acabamos esquecendo que todos eram humanos! Passamos a enxergá-los como heróis e como tal acreditamos que eles não tinham falhas. Todavia, a Escritura mostra os homens de Deus como de facto são - homens fiéis, vigorosos, destemidos, corajosos e ousados - mas ainda assim humanos. Com Elias também foi assim. Ele foi um profeta que deixou seu legado na história bíblica como um gigante espiritual. Um servo de Deus de profunda convicção espiritual e consciente de sua missão profética. Por causa disso enfrentou soberanos, falsos profetas e o coração de um povo dividido. Isso deixou uma sobrecarga sobre ele, e foi isso que fez aflorar na vida do profeta de Tisbé todo o seu lado humano, frágil e carente da ajuda divina.

Após a batalha, Elias libera a palavra de que voltaria a chover em Israel. Ele libera a palavra e sobe ao monte para interceder. O texto diz que o profeta se inclinou por terra, e meteu o seu rosto entre os seus joelhos. Elias intercedia pelo fim da sequidão.

O profeta chama a seu servo, e o manda ir mais adiante, de onde pudesse ver o mediterrâneo. E ele foi, e ao longe, contemplava o horizonte, onde céu e mar pareciam se unir em um contínuo e límpido azul. Nenhuma nuvem, nenhum sinal de chuva. Mas Elias sabia que tudo aconteceria no tempo de Deus, era necessário fé e insistência. Por isso ele volta a orar e ordena que seu servo retornasse a olhar o céu por sete vezes. “E disse ao seu servo: Sobe agora, e olha para o lado do mar. E subiu, e olhou, e disse: Não há nada. Então disse ele: Volta lá sete vezes” (1 Rs 18:43).

Interceder pode não ter resultado na hora, e muitos podem dizer que não estão vendo nada, mas persevere na intercessão que o resultado esperado virá como veio para Elias. Uma pequena nuvem do tamanho da mão de um homem.

A notícia que Elias recebe de seu servo demanda fé. A nuvem avistada subindo do mar era pequena, “como a mão de um homem”, mas para o profeta intercessor, já era o sinal do início da manifestação de Deus à sua oração, pois ele tinha a certeza de que a chuva estava chegando, não porque ele ouvira um som de chuva proprianente dito, nem mesmo de um trovão à distancia, mas porque ele estava chamando pela promessa feita por Deus.

Pela meteorologia, uma nuvem do tamanho da mão de um homem nada podia representar em termos de mudança climática, porém Elias já enxergava uma grande e abundante chuva, que encheria os poços, e regaria toda terra, trazendo alívio, crescimento das sementes, fartura e prosperidade ao povo de Deus. Isso foi suficiente para o profeta que logo mandou avisar o rei Acabe: A chuva está chegando!

Gradualmente aquela pequena nuvem se fortaleceu, se multiplicou e encheu o céu. A chuva de bençãos voltava a se derramar sobre Israel. Quanta alegria, muitos ajoelhados choravam e agradeciam! Deus não havia abandonado o seu povo.

Nasce um novo cântico de louvor na boca dos israelitas, a vida voltava a brotar na terra prometida, era a chuva do Senhor, a chuva de bençãos finalmente chegou! Multidões saem para as ruas pulando e salmodiando no meio do aguaceiro e da chuva de Deus! “E sucedeu que, entretanto, os céus se enegreceram com nuvens e vento, e veio uma grande chuva; e Acabe subiu ao carro, e foi para Jizreel” (1 Rs 18:45).

Nesses tempos de sequidão espiritual, o Senhor levantará homens e mulheres que também sejam perseverantes na intercessão. Que orem pelo fim da sequidão espiritual, através do derramamento do Espírito Santo. Pessoas que acreditam que a intercessão é esperança no meio do caos.

Observe que ninguém ouviu, exceto Elias, o barulho da grande chuva que o Senhor estava para enviar naquele momento (18:41). Realmente, só Elias discerniu o que Deus estava por fazer. E a explicação é simples: porque as coisas do Espírito se discernem no espírito, jamais na alma, na carne. O espírito regenerado recebe a Palavra e a revelação de Deus como verdade e nela se apoia, mas nossa alma precisa de sinais para crer que a revelação vai-se cumprir.

Elias precisou permanecer firme no propósito de atrair a glória de Deus para aquele lugar, mantendo os olhos físicos fechados para não receber impressões contraditórias do meio externo. Ele precisou manter seus olhos espirituais fixos na palavra liberada, nas abundantes chuvas que certamente chegariam.

Elias precisou perseverar na fé até que seu moço lhe desse um relatório positivo, coerente com o que Deus tinha falado. A determinação espiritual de receber o sobrenatural de Deus e a perseverança na fé de que Deus vai se mover, subjugam a nossa alma e arrancam dela todo discurso contrário.

 Parece que a igreja e os crentes modernos só se movem com terremotos de poder e maravilhas fantásticas. Corremos atrás de grandes números, de estádios cheios, de ministérios milionários. Perdemos a habilidade de ver Deus nas pequenas coisas e como consequência raramente o vemos. E pior ainda, concluímos que Ele está ausente. Precisamos urgentemente de renovar nossa fé. Esta fé que consegue enxergar uma tempestade vendo apenas uma nuvem do tamanho da mão de um homem e saber que ali está a resposta da oração de três anos!

Momentos dificéis é algo natural para aqueles que estão em Cristo Jesus; ele mesmo disse: “Tenho vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom animo; eu venci omundo” (Jo. 16:33). A paz que vem de Jesus é sobrenatural, não existe algo capaz de substituir essa paz, só Ele a pode dar. O tempo, as dificuldades tentam nos mostrar que o impossível não será real, que nossos sonhos não serão realizados, que a hora já passou, que é tarde demais para recomeçar ou conquistar. Mas olhando para a palavra do Senhor Jesus, entendemos que quando há o impossível aí é que Ele tem prazer em concretizar em nossas vidas. Porque a glória é D’ele e para Ele. Nada acontece sem que seja a sua vontade.

E aquele servo do profeta desceu dali daquele monte e diz ter visto ao longe uma pequena nuvem, do tamanho da mão de um homem subindo do mar; sete vezes e a vitória virá sobre minha e a tua vida, aleluia! Temos que começar a enxergar com os olhos espirituais as promessas do Senhor, as coisas não acontecem nas nossas vidas devido à incredulidade,... por não acreditarmos em pequenas nuvens, que se mostram em nossas vidas, como algo vitorioso, que trará extrema satisfação e o nome do Senhor será exaltado e glorificado para todo e sempre!

Temos que deixar, como homens, todo o orgulho de lado, toda a religiosidade, todo o desânimo e toda a afronta dos inimigos, deixar para trás nosso passado de derrota e vícios diversos, nossas vontades e luxúrias e vaidades de uma carne fraca e altamente corruptível... Não é fácil... mas tem de ser feito e com urgência. Elias ouvia a voz do Senhor seu Deus, teve momentos de fraquezas e de querer largar tudo, mas ele tinha o Senhor no coração. “E ele se foi ao deserto, caminho de um dia, e veio, e se assentou debaixo de um zimbro; e pediu em seu ânimo a morte e disse: Já basta, ó Senhor; toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus pais” (1 Rs 19:4).        

O mundo, que jaz no maligno, quer nos aborrecer e fazer-nos desacreditar das promessas de nosso salvador, quer repetir constantemente que não somos capazes, que ninguém é por nós, mas Jesus é aquele que veio para nos dar esperança, pois Ele venceu o mundo e pede para termos bom animo e paciência, pois já está chegando o dia e a hora da sua vinda, basta estarmos atentos para pequenas nuvens que se levantam no meio dos mares de afrontas e dificuldades, nuvens carregadas da água da vida, do amor de Cristo; nuvens da certeza da vitória em nome do Senhor Jesus. “ De maneira que, irmãos, somos devedores, não à carne para viver segundo a carne, porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis” (Rm 8:12-13).

Jesus quer nos transformados, não seduzidos pela carne e suas concupiscências, mas pelo Espírito Santo. “Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz” (Rm. 8:6).

Precisamos aprender a depender do Senhor. Precisamos descansar em suas poderosas mãos para recebermos Dele a resposta que tanto precisamos no momento certo. A nossa oração deve ser: “Senhor eu não sou nada e o Senhor é tudo. Como servo dependo de ti. Cuida de mim e cumpra seus planos em minha vida”. Ele jamais deixará de abençoar seus filhos. Deus é Fiel!

A Alma Pode Roubar a Manifestação do Sobrenatural de Deus!

O “espírito do homem” é a sua parte eternal. Foi confiada a ele por Deus ainda no Jardim, e será requerida pelo Criador assim que deixar o corpo para traz. É nossa ligação direta com o mundo espiritual, e está sempre inquieto por Deus, já que por essência, se opõem aos desejos carnais.  Se corpo e espírito são contrapontos de uma batalha épica dentro do homem, a “alma” é o fiel da balança, decidindo quem será o grande vencedor. O livro do Génesis nos conta que após ter formado o homem do pó da terra, Deus soprou o fôlego de vida em suas narinas (espírito), e ele se tornou “alma vivente”. É exatamente em nossa alma que estão centralizadas as emoções, os sentimentos, os desejos e o intelecto. 

A alma é o epicentro de nossa vontade, e também de nossa personalidade. Nela é forjado nosso caráter, estabelecida nossa postura e definidas nossas inclinações. A alma pode ser ambígua, funcionando tanto quanto uma âncora para o corpo (Lc. 12:19-20) ou uma alavanca para nosso espírito (Sl. 42:1). A alma está em constante ebulição, intempestiva e imprevisível. Uma prova desta verdade pode ser constatada nas páginas do livro dos Salmos. Em primeiro lugar, precisamos compreender que este compilado de cânticos e poemas são oriundos dos sentimentos e anseios de seus compositores. Por isso, quando iniciamos sua leitura, é como se embarcássemos numa verdadeira “montanha russa emocional”, num sobe e desce frenético de emoções e sentimentos.  Se um verso expressa  Salmo 4:3 é radiante em felicidade, dizendo que na presença de Deus os justos se regozijam e folgam em alegria e o Salmo 116:3, expressa uma angústia profunda, já que o salmista se sente “amarrado com cordas de morte, apoderado pelas angústias do inferno, vivendo em aperto e tristeza”. Paradoxal? Nem tanto. Os Salmos são reflexos da alma humana, cheia de sombras e suscetível às intempéries da vida. Nossa verdade absoluta muda ao sabor das circunstâncias e acabamos influenciados por elementos externos e seculares. Nossa fé por vezes se mostra oscilante, o ânimo se torna dobre e mãos esforçadas insistem em fraquejar.

Podemos dizer que a guerra começa no interior do homem, pois a sua alma é sede dos sentimentos (Sl. 42:2). Na alma está centrada a inteligência, os desejos, a vontade, o intelecto e o querer, as paixões e o temperamento. Ao contrário da alma, que busca mais um relacionamento com as coisas fisicas, o espirito do homem procura conduzi-lo ao sentimento de desejar Deus e a sua palavra.

Para que o homem natural vença a vida pecaminosa, ele precisa que seu espirito interior seja vivificado pelo Espirito Santo de Deus, o qual convence do pecado.

Tendo a alma relacionamento com a vida fisica por meio do corpo, o espirito, que é a janela aberta para Deus, busca servi-lo, mas não consegue porque não há no seu ser a presença do Espirito Santo, razão pela qual o homem sem Deus sempre se volta para as coisas do mundo e para os desejos do seu corpo. Quando o espirito humano é fortalecido pelo Senhor passa a ter a certeza de que é filho de Deus e começa a produzir os frutos do Espirito Santo (Rm. 8:16).

Os resultados das manifestações sobrenaturais faziam a Igreja crescer segundo Atos 5:14-15 que diz “E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais. De sorte que transportavam os enfermos para as ruas, e os punham em leitos e em camilhas para que ao menos a sombra de Pedro, quando este passasse, cobrisse alguns deles”.

Até o capítulo 5, nós vemos grandes manifestações e milagres pelo poder do Espírito Santo acontecendo. A Igreja orava incessantemente, estava unida em um só coração e propósito. E como resultado disso, a Igreja se fortalecia e crescia espiritualmente e também em números.

A estratégia que Satanás usa para paralisar o mover de Deus e impedir que a Palavra de Deus fosse proclamada com mais ousadia é a divisão e a contenda.

 Em geral a alma precisa de sinais para crer no sobrenatural de Deus. Por isso, em muitos casos, vemos uma verdadeira guerra entre o espírito e a alma, pois enquanto o espírito está apto para crer, a alma se põe a duvidar da revelação de Deus.

Como resultado dessa guerra, vemos muitos cristãos desistidos, desanimados e descrentes em relação ao mover sobrenatural de Deus, tanto em suas vidas como no contexto em que vivem. Há pessoas cuja alma é tão convincente, que ela é capaz de calar a sua voz profética e cegar os seus olhos da fé.

Em relação à verdade espiritual, via de regra, toda a alma tem um discurso contrário. Nossa alma (carne) precisa ser diligentemente disciplinada, para que não se torne um obstáculo ao mover espiritual em nossas vidas. Por seis vezes Elias ouviu um discurso contrário ao que Deus disse que faria, mas ele não esmoreceu e perseverou na postura profética de quem não abre mão do mover sobrenatural de Deus.

O Senhor nos chama para darmos um basta aos relatórios contrários de nossa alma. É tempo de rompermos no sobrenatural de Deus e colecionarmos as vitórias que nos estão reservadas na dimensão espiritual. Precisamos adestrar nossos olhos e ouvidos espirituais para nos posicionarmos segundo os propósitos de Deus, resistindo a todo relatório contrário aos projetos do Senhor para nós.

Carmelo: o Lugar da Fé, da Esperança e do Sobrenatural de Deus!

Se der uma olhada panorâmica na Palavra de Deus, observando a maneira como Deus preparou seus servos para a realização de tarefas importantes, logo perceberá que a escola de Deus possui um campus onde seus servos são treinados. Deus ordenou a Moisés que fizesse um retiro espiritual no Monte Sinai, Elias esteve no Monte Carmelo, Jacó se encontrou com Deus no deserto, num lugar que foi denominado Betel, Paulo esteve em Damasco e Jesus no Getsemani. Na verdade o importante não era o lugar, mas as circunstâncias preparadas por Deus a fim de que seus servos estivessem concentrados nele. Não devemos estranhar, nem fugir, de lugares e situações diferentes, pois pode ser que num desses momentos ou lugares tenhamos um encontro pessoal com Deus. Depois que Moisés se encontrou com o Senhor, no Sinai, passou a ser um homem diferente, pois nem mesmo toda a cultura e capacidade recebidas como filho da filha de Faraó eram suficientes para o que Deus tinha a fazer por meio dele. Elias teve uma experiência sobrenatural com Deus no Monte Carmelo e Jacó passou a sonhar uma nova realidade em sua vida depois que dormiu no deserto.

Os homens de Deus também têm conflitos. Padecem também dos males comuns a todos os mortais. Todavia, é percetível que o servo de Deus conta com uma forma de auxílio diferenciado - ele não está sozinho neste mundo. Por isso, não depende apenas dos recursos humanos que são tão limitados. O Senhor faz-se presente nas horas conflituosas da vida e presta-nos o seu auxílio. Lemos nos Salmos: "Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia" (Sl. 46.1).

Passamos por momentos diferentes daqueles considerados ideais na cultura coletiva, mas são nessas oportunidades que surge o campus onde Deus nos treina para algo maior que pretende fazer em e através de nossas vidas!

Lembre-se que nossa alma quer constantemente nos fazer descer do Carmelo, do lugar do fogo de Deus, onde não só provamos da fidelidade de Deus, como também somos provados por Deus na fé, perseverança e determinação. Nossa alma quer nos fazer deixar aquele lugar especial, o monte da fé e da esperança, onde ela é vencida pelo governo do Senhor e a glória de Deus é manifesta. Ela insiste em que deixemos a nossa postura espiritualmente correta, de resistência aos seus relatórios adversos, para descermos ao nível do entendimento humano, emoções e sentimentos.

Sim, por causa da alma, muitos saem do lugar da vitória e vão para o lugar da acomodação, dúvida, desistência e derrota espiritual. Precisamos ser determinados e perseverantes e jamais descermos do nosso monte Carmelo, enquanto o sobrenatural de Deus não se manifestar. Não permita que a sua alma lhe faça descer do monte da fé e da esperança e provoque o aborto dos projetos de Deus em sua vida.

Resista e posicione-se como um discípulo da vitória, que discerne as questões espirituais pelo espírito. Exerça autoridade sobre a sua alma, levando-a a proclamar aquilo que já está estabelecido no reino do espírito, até que a realidade espiritual se torne uma realidade no plano físico.

Recuse-se a agir com base nas visões e leituras carnais, almáticas, porque elas são fatais para a fé e para a manifestação do sobrenatural de Deus. Creia que o Senhor hoje nos chama para rompermos os limites da alma, para sairmos do nível das emoções, sentimentos e razão humanas e entrarmos na esfera da verdade, do é possível de Deus. Afinal, nosso Senhor é Fiel e nEle não há variação, nem sombra de dúvida.

Hoje mesmo, o Senhor poderá liberar copiosas chuvas de bênçãos sobre sua vida, família, ministério, liderança, finanças, saúde etc. Basta crer, ser determinado e perseverante, apoiando-se na Palavra e nas promessas daquele que vive e reina para todo o sempre. Aleluia!

A experiência de Elias no Carmelo foi algo assombroso diante daqueles que foram testemunhas oculares do poder e glória do Senhor, pois um fogo devorador caiu do céu e tudo foi consumido.

Assim também acontece em nossa jornada cristã quando passamos por experiências similares onde o Senhor nos concede momentos de bonança e livramentos miraculosos; estes podem ser considerados o monte Carmelo, são os momentos do “lugar florido”.

Quando tudo corre bem somos audaciosos, corajosos, enfrentamos situações, não importa o que venha pela frente, basta tão somente o lugar estar florido, belo e com manifestação de poder. Até proclamamos “O Senhor está comigo, pois o meu jardim está florido, sinal de que Ele verdadeiramente está.”.

Sim! Verdadeiramente Ele está. É quando ouvimos muitas das vezes em nossas experiências de batalha a famosa expressão “O Senhor está no barco, fique tranquilo!”.

Vejamos agora de outra perspectiva. E se o Senhor não estiver no barco, muda alguma coisa? Ele deixa de ser Deus? Deixa de ser soberano? A resposta de todo filho é enfática: Não!

Às vezes Ele pode estar na areia da praia e os discípulos passarem uma noite inteira no barco e, não pescarem nada; todavia Ele tem um braseiro sobre a areia da praia com um pequeno peixe sobre ele e um pequeno pedaço de pão. Ele é Senhor e Deus da provisão. Ele é Senhor dentro ou fora do barco, Ele tem controle de tudo. Ele é totalmente Soberano.

Ele permite gastarmos por completo nossa própria força, mesmo que tenha que ser por uma longa noite, mas quando começa a despontar a luz da aurora, Ele surge, mesmo que tenhamos dificuldade de reconhecê-lo, Ele nos socorre e nos alimenta ( Jo.21).

Ele fez o mesmo com Jacó quando lutou com ele no vale. Jacó era muito forte, tinha muita força em si mesmo, então foi necessário ferir a sua coxa, o músculo de maior resistência e força, e mais uma vez quando rompe a luz da aurora, aparece outro homem: já não é mais Jacó e sim Israel. E nascia o sol, quando ele passou de Peniel (face de Deus); e coxeava de uma perna (Gn.32:31).

Creio que toda a vez que Jacó manquejasse daquela perna, com certeza se lembraria daquela noite de luta no vale do Jaboque, e do quão forte ele era em si mesmo. Quanta estratégia, quanto engano, quanta força no velho homem, mas certamente se lembraria também do seu novo nome: Israel. “Ao vencedor darei do maná escondido e lhe darei também uma pedra branca, e nesta pedra um novo nome escrito, o qual ninguém sabe senão quem o recebe” (Ap. 2:17).

O Senhor precisa ferir a nossa própria força, para que reconhecendo a nossa fraqueza, possamos aprender a confiar e a depender totalmente Nele e Dele.

No entanto na experiência do Monte Carmelo, não se passa muito tempo, e Elias é ameaçado por Jezabel. E o que ele faz? Foge com medo, e ainda assim pede a morte sobre ele, uma atitude de fraqueza e com perdão da palavra, “covardia”.

Às vezes pensamos que é uma atitude espiritual pedir a morte, como mártires do próprio ego, tudo isso para fugir dos problemas; homens e mulheres em profunda depressão, a doença do século, ousam até dizer: “Gostaria tanto de estar contigo Senhor!”

Isto não passa de uma atitude covarde, uma fuga das provas, que o Senhor nos concede para podermos entrar no Seu reino. O que nos falta é intimidade com o Senhor, leitura da palavra, oração e confiança nas promessas do Senhor, não como aquelas famosas caixinhas de promessas que você só retira passagens de benções; precisamos também de todas as demais passagens, até mesmo as de tribulações.

Então vemos nessa cena, mais uma vez o amor e a misericórdia do Senhor, quando em um braseiro Ele oferece provisão para Elias.


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