No
Monte Carmelo Deus Responde Com Fogo!
(1 Reis 18:41-45)
Introdução
Israel estava sob o reinado do rei Acabe. Embora em seu governo houvesse
conquistado um grande avanço político, por outro lado trouxe enorme prejuízo
na área religiosa. Todos os reis, desde Jeroboão, desconsideravam por completo
as leis divinas e se inclinavam para a idolatria, levando Israel a cada dia
para mais longe do Senhor. A crise religiosa sufocava a nação. O povo não tinha compromisso com Deus.
Três longos anos haviam passado
desde que Elias se havia posto diante do rei Acabe anunciando o juízo de Deus
sobre seu reino, que nem orvalho nem chuva haveria segundo a palavra do Senhor.
Um altar para Baal tinha sido erguido no Monte Carmelo, localizado no lado
noroeste da Palestina, referenciado na maioria das vezes como um símbolo de
beleza e fertilidade, - “Florescerá abundantemente, jubilará de alegria e exultará; deu-se-lhes a
glória do Líbano, o esplendor do Carmelo e de Sarom; eles verão a glória do
Senhor, o esplendor do nosso Deus” (Is. 35:2). No entanto, muito antes ele
foi erguido para o Senhor, mas por muitos anos estava em ruínas. Este lugar era
proeminente e acessível. Deus estava prestes a fazer algo muito surpreendente
para provar quem Ele era para uma nação que tinha seguido após deuses falsos...
Ele queria que todos vissem e aprendessem.
Foi nesse contexto que o profeta Elias, nascido em Tisbé e contemporâneo
do rei Acab e da rainha Jezabel e que estava vivendo um momento
extremamente crítico em seu ministério profético, apareceu em cena na história religiosa de Israel. Percebendo tudo o que
acontecia, ele não apenas repreende o
rei como conclama o povo a uma tomada de posição quanto à fidelidade a Deus.
Foi então que promoveu uma verdadeira batalha espiritual no monte Carmelo, desafiando em
nome de Deus os profetas de Baal e do poste-ídolo (chamado de Aserá), as deidades da
moda daquela época em Israel, que levaram à apostasia e na sequência
da qual Deus havia enviado três anos e meio de seca, para definir quem era o Deus verdadeiro: Baal ou o Senhor dos Exércitos.
Elias não se intimidou em nenhum
momento. O profeta estava determinado a provar sua posição. “À hora do
sacrifício, o profeta Elias colocou-se à frente do altar e orou: Ó Senhor, Deus
de Abraão, de Isaque e de Israel, que hoje fique conhecido que tu és Deus em
Israel, e que sou o teu servo e que, segundo a tua plavra, fiz todas estas
coisas. Responde-me, ó Senhor, responde-me, para que este povo saiba que tu, ó
Senhor, és Deus e que fazes o coração deles voltar para ti” (1 Rs. 18:36-37).
A oração de Elias foi simples, mas foi
uma oração de fé. Apenas um pedido direto para que Deus provasse por si só que
ele era o Senhor. Então fez descer fogo do céu, que consumiu por duas vezes os
cinquenta soldados com o seu capitão, que o rei Acazias tinha mandado ali para
prender o profeta, em virtude de ter este feito parar os seus mensageiros que
iam consultar Baal-Zebube, deus de Ecrom (2 Rs l:9-15), derrotando-os e
atraindo a glória de Deus de maneira surpreendente.
Nesta demonstração em que o
clímax está na descida de fogo do céu para queimar o seu sacrifício ensopados
de água, o povo de Deus, que havia sido levado à ruína pela
adoração a baal, introduzida por Abizebel,
Jezabel e seus profetas, havia sido convocado a largar a idolatria, o
sincretismo religioso que em muito havia afetado a Israel, ceifando muitas
vidas, seja pela espada dos profetas de baal, seja pela seca ou pela fome
naquela terra, e a voltar ao primeiro amor, ao caminho reto trilhado por seus
antepassados, estava prestes a ver o Senhor derramar as chuvas novamente
sobre a nação, encerrando assim um longo período de seca, enviado por Deus como
castigo por causa dos pecados do rei e do povo.
O
relato bíblico afirma que havia três anos que não chovia sobre a terra de
Israel (1Rs.17-18). Depois de um forte confronto com os profetas de Baal, Elias
buscou ao Senhor em favor do seu povo porque viu o seu arrependimento e ouviu a
sua confissão: “Só o Senhor é Deus”.
Ele sabia que aquela terra havia sido amaldiçoada pelo pecado, mas estava
disposto a clamar a Deus por um milagre. É provável que ele tenha passado por
lugares desertos que outrora eram rios e fontes, mas que naquele momento
estavam sequíssimos. Ele devia estar cercado pela miséria, fome e desespero.
Diante daquela situação crítica, ele colocou o rosto entre os joelhos e começou
a orar (1 Rs. 18:42).
A visão
da seca não favoreceria a fé naquele momento, por isso, o profeta então
retorna ao cume do Carmelo, juntamente com seu servo, se prostra na presença de
Deus em oração. Depois de pedir a Deus
a chuva, Elias recebe um comando no seu espírito: as chuvas já estavam
se movendo no campo espiritual e seria uma questão de tempo para chegarem ao
plano físico. Então ele ordenou ao seu
servo que subisse o monte e olhasse para a banda do mar. A visão das águas era
propícia à fé. Seis vezes o servo volta com a informação de que não
havia nada lá. Na sétima vez, ele trouxe um relatório um pouco diferente,
dizendo que uma pequeníssima nuvem se levantava do mar. Naquele momento Elias havia rompido o ciclo da maldição. Ele se
levanta e manda avisar o rei Acabe para que se apressasse em retornar para casa, afim de que as abundantes
chuvas não obstruíssem seu caminho. Elias é tomado de uma força sobrenatural, a ponto de correr diante do carro do
rei até chegar em Jezreel.
Subamos
também nós ao Monte Carmelo e vejamos pela fé o nosso milagre! Não olhemos para
a direita, nem para a esquerda, caso contrário nos desviaremos do propósito. Não precisamos
fraquejar sob o peso das tristezas e dos sofrimentos, porque o Senhor prometeu
ser nossa força, nosso escudo e nosso cântico. Não devemos temer os incontáveis
desafios da vida. Nosso Deus é um Deus que sempre será nosso Cuidador. Ele é
nosso Conforto, nossa Âncora, nosso Refúgio e nosso Encorajador.
A lição que aprendemos com Elias, já neste
instante em que ele surge nas Escrituras, é de que devemos estar sempre
comprometidos com o estudo da Palavra de Deus, com a busca da presença de Deus. Por isso, busquemos a Deus
em oração sem cessar e estejamos certos do que esperamos receber Dele. “E esta é a confiança que temos nele, que se
pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve, e se sabemos que nos
ouve em tudo o que pedimos, sabemos que já alcançamos as coisas que lhe temos
pedido” (1 Jo 5:14-15). Sejamos específicos no nosso pedido e aguardemos. O
milagre, depois de concebido em nosso espírito, cresce e vem à luz se formos
perseverantes. Deus sabe que estamos aguardando sua resposta e no momento certo
Ele agirá em nosso favor! Oremos insistentemente até que as chuvas comecem a
descer sobre a nossa vida. Contemos aos que não acreditaram no milagre que os
céus estão se movendo por nossa causa e que Deus nunca desampara aqueles que
confiam em Seu poder. “A súplica de um
justo pode muito na sua atuação” (Tg. 5:16)...
Elias e seu Moço
São Uma Referência para nós Hoje.
Muitas vezes ficamos tão
fascinados com o registo bíblico sobre homens e mulheres de Deus que acabamos
esquecendo que todos eram humanos! Passamos a enxergá-los como heróis e como
tal acreditamos que eles não tinham falhas. Todavia, a Escritura mostra os
homens de Deus como de facto são - homens fiéis, vigorosos, destemidos,
corajosos e ousados - mas ainda assim humanos. Com Elias também foi assim. Ele
foi um profeta que deixou seu legado na história bíblica como um gigante
espiritual. Um servo de Deus de profunda convicção espiritual e consciente de
sua missão profética. Por causa disso enfrentou soberanos, falsos profetas e o
coração de um povo dividido. Isso deixou uma sobrecarga sobre ele, e foi isso
que fez aflorar na vida do profeta de Tisbé todo o seu lado humano, frágil e
carente da ajuda divina.
Após a batalha, Elias libera a
palavra de que voltaria a chover em Israel. Ele libera a palavra e sobe ao monte
para interceder. O texto diz que o profeta se inclinou por terra, e meteu o
seu rosto entre os seus joelhos. Elias intercedia pelo fim da sequidão.
O profeta chama a seu servo, e o manda ir mais adiante, de onde pudesse
ver o mediterrâneo. E ele foi, e ao longe, contemplava o horizonte, onde céu e
mar pareciam se unir em um contínuo e límpido azul. Nenhuma nuvem, nenhum sinal
de chuva. Mas Elias sabia
que tudo aconteceria no tempo de Deus, era necessário fé e insistência. Por
isso ele volta a orar e ordena que seu servo retornasse a olhar o céu por sete
vezes. “E disse ao seu servo: Sobe
agora, e olha para o lado do mar. E subiu, e olhou, e disse: Não há nada. Então
disse ele: Volta lá sete vezes” (1 Rs 18:43).
Interceder pode não ter resultado
na hora, e muitos podem dizer que não estão vendo nada, mas persevere na
intercessão que o resultado esperado virá como veio para Elias. Uma pequena
nuvem do tamanho da mão de um homem.
A notícia que Elias recebe de seu servo demanda fé. A nuvem avistada
subindo do mar era pequena, “como a mão de um homem”, mas para o
profeta intercessor, já era o sinal do início
da manifestação de Deus à sua oração, pois ele tinha a certeza de
que a chuva estava chegando, não porque ele ouvira um som de chuva proprianente
dito, nem mesmo de um trovão à distancia, mas porque ele estava chamando pela
promessa feita por Deus.
Pela meteorologia, uma nuvem do tamanho da mão de um homem nada podia
representar em termos de mudança climática, porém Elias já enxergava uma grande
e abundante chuva, que encheria os poços, e regaria toda terra, trazendo
alívio, crescimento das sementes, fartura e prosperidade ao povo de Deus. Isso foi
suficiente para o profeta que logo mandou avisar o rei Acabe: A chuva está
chegando!
Gradualmente aquela
pequena nuvem se fortaleceu, se multiplicou e encheu o céu. A chuva de bençãos
voltava a se derramar sobre Israel. Quanta alegria, muitos ajoelhados choravam
e agradeciam! Deus não havia abandonado o seu povo.
Nasce um novo
cântico de louvor na boca dos israelitas, a vida voltava a brotar na terra
prometida, era a chuva do Senhor, a chuva de bençãos finalmente chegou!
Multidões saem para as ruas pulando e salmodiando no meio do aguaceiro e da chuva
de Deus! “E sucedeu que, entretanto, os céus se enegreceram com nuvens e
vento, e veio uma grande chuva; e Acabe subiu ao carro, e foi para Jizreel” (1
Rs 18:45).
Nesses tempos de sequidão
espiritual, o Senhor levantará homens e mulheres que também sejam perseverantes
na intercessão. Que orem pelo fim da sequidão espiritual, através do
derramamento do Espírito Santo. Pessoas que acreditam que a intercessão é
esperança no meio do caos.
Observe que ninguém ouviu, exceto
Elias, o barulho da grande chuva que o Senhor estava para enviar naquele
momento (18:41). Realmente, só Elias discerniu o que Deus estava por fazer. E a
explicação é simples: porque as coisas do Espírito se discernem no espírito,
jamais na alma, na carne. O espírito regenerado recebe a Palavra e a revelação
de Deus como verdade e nela se apoia, mas nossa alma precisa de sinais para
crer que a revelação vai-se cumprir.
Elias precisou permanecer firme
no propósito de atrair a glória de Deus para aquele lugar, mantendo os olhos
físicos fechados para não receber impressões contraditórias do meio externo.
Ele precisou manter seus olhos espirituais fixos na palavra liberada, nas
abundantes chuvas que certamente chegariam.
Elias precisou perseverar na fé
até que seu moço lhe desse um relatório positivo, coerente com o que Deus tinha
falado. A determinação espiritual de receber o sobrenatural de Deus e a
perseverança na fé de que Deus vai se mover, subjugam a nossa alma e arrancam
dela todo discurso contrário.
Parece que a igreja e os
crentes modernos só se movem com terremotos de poder e maravilhas fantásticas.
Corremos atrás de grandes números, de estádios cheios, de ministérios
milionários. Perdemos a habilidade de ver Deus nas pequenas coisas e como
consequência raramente o vemos. E pior ainda, concluímos que Ele está ausente.
Precisamos urgentemente de renovar nossa fé. Esta fé que consegue enxergar uma
tempestade vendo apenas uma nuvem do tamanho da mão de um homem e saber que ali
está a resposta da oração de três anos!
Momentos dificéis é algo natural para aqueles que estão em Cristo Jesus;
ele mesmo disse: “Tenho vos dito isso,
para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom animo; eu
venci omundo” (Jo. 16:33). A paz que vem de Jesus é sobrenatural, não
existe algo capaz de substituir essa paz, só Ele a pode dar. O tempo, as
dificuldades tentam nos mostrar que o impossível não será real, que nossos
sonhos não serão realizados, que a hora já passou, que é tarde demais para
recomeçar ou conquistar. Mas olhando para a palavra do Senhor Jesus, entendemos
que quando há o impossível aí é que Ele tem prazer em concretizar em nossas
vidas. Porque a glória é D’ele e para Ele. Nada acontece sem que seja a sua
vontade.
E aquele servo do profeta desceu
dali daquele monte e diz ter visto ao longe uma pequena nuvem, do tamanho da
mão de um homem subindo do mar; sete vezes e a vitória virá sobre minha e a tua
vida, aleluia! Temos que começar a enxergar com os olhos espirituais as
promessas do Senhor, as coisas não acontecem nas nossas vidas devido à
incredulidade,... por não acreditarmos em pequenas nuvens, que se mostram em
nossas vidas, como algo vitorioso, que trará extrema satisfação e o nome do
Senhor será exaltado e glorificado para todo e sempre!
Temos que deixar, como homens, todo
o orgulho de lado, toda a religiosidade, todo o desânimo e toda a afronta dos
inimigos, deixar para trás nosso passado de derrota e vícios diversos, nossas
vontades e luxúrias e vaidades de uma carne fraca e altamente corruptível... Não
é fácil... mas tem de ser feito e com urgência. Elias ouvia a voz do Senhor seu
Deus, teve momentos de fraquezas e de querer largar tudo, mas ele tinha o
Senhor no coração. “E ele se foi ao
deserto, caminho de um dia, e veio, e se assentou debaixo de um zimbro; e pediu
em seu ânimo a morte e disse: Já basta, ó Senhor; toma agora a minha vida, pois
não sou melhor do que meus pais” (1 Rs 19:4).
O mundo, que jaz no maligno, quer
nos aborrecer e fazer-nos desacreditar das promessas de nosso salvador, quer
repetir constantemente que não somos capazes, que ninguém é por nós, mas Jesus
é aquele que veio para nos dar esperança, pois Ele venceu o mundo e pede para
termos bom animo e paciência, pois já está chegando o dia e a hora da sua
vinda, basta estarmos atentos para pequenas nuvens que se levantam no meio dos
mares de afrontas e dificuldades, nuvens carregadas da água da vida, do amor de
Cristo; nuvens da certeza da vitória em nome do Senhor Jesus. “ De maneira que, irmãos, somos devedores, não
à carne para viver segundo a carne, porque, se viverdes segundo a carne,
morrereis; mas, se pelo espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis”
(Rm 8:12-13).
Jesus quer nos transformados, não
seduzidos pela carne e suas concupiscências, mas pelo Espírito Santo. “Porque a inclinação da carne é morte; mas a
inclinação do Espírito é vida e paz” (Rm. 8:6).
Precisamos aprender a depender do
Senhor. Precisamos descansar em suas poderosas mãos para recebermos Dele a
resposta que tanto precisamos no momento certo. A nossa oração deve ser:
“Senhor eu não sou nada e o Senhor é tudo. Como servo dependo de ti. Cuida de
mim e cumpra seus planos em minha vida”. Ele jamais deixará de abençoar seus
filhos. Deus é Fiel!
A Alma Pode Roubar
a Manifestação do Sobrenatural de Deus!
O “espírito do homem” é a sua parte eternal. Foi
confiada a ele por Deus ainda no Jardim, e será requerida pelo Criador assim
que deixar o corpo para traz. É nossa ligação direta com o mundo espiritual, e
está sempre inquieto por Deus, já que por essência, se opõem aos desejos
carnais. Se corpo e espírito são contrapontos de uma batalha épica dentro
do homem, a “alma” é o fiel da balança, decidindo quem será o grande vencedor.
O livro do Génesis nos conta que após ter formado o homem do pó da terra, Deus
soprou o fôlego de vida em suas narinas (espírito), e ele se tornou “alma
vivente”. É exatamente em nossa alma que estão centralizadas as emoções, os
sentimentos, os desejos e o intelecto.
A alma é o epicentro de nossa vontade, e também de
nossa personalidade. Nela é forjado nosso caráter, estabelecida nossa postura e
definidas nossas inclinações. A alma pode ser ambígua, funcionando tanto quanto
uma âncora para o corpo (Lc. 12:19-20) ou uma alavanca para nosso espírito (Sl.
42:1). A alma está em constante ebulição, intempestiva e imprevisível. Uma
prova desta verdade pode ser constatada nas páginas do livro dos Salmos. Em
primeiro lugar, precisamos compreender que este compilado de cânticos e poemas
são oriundos dos sentimentos e anseios de seus compositores. Por isso, quando
iniciamos sua leitura, é como se embarcássemos numa verdadeira “montanha russa
emocional”, num sobe e desce frenético de emoções e sentimentos. Se um
verso expressa Salmo 4:3 é radiante em felicidade, dizendo que na
presença de Deus os justos se regozijam e folgam em alegria e o Salmo 116:3,
expressa uma angústia profunda, já que o salmista se sente “amarrado com cordas
de morte, apoderado pelas angústias do inferno, vivendo em aperto e tristeza”.
Paradoxal? Nem tanto. Os Salmos são reflexos da alma humana, cheia de sombras e
suscetível às intempéries da vida. Nossa verdade absoluta muda ao sabor das
circunstâncias e acabamos influenciados por elementos externos e seculares.
Nossa fé por vezes se mostra oscilante, o ânimo se torna dobre e mãos
esforçadas insistem em fraquejar.
Podemos dizer que a
guerra começa no interior do homem, pois a sua alma é sede dos sentimentos (Sl.
42:2). Na alma está centrada a inteligência, os desejos, a vontade, o intelecto
e o querer, as paixões e o temperamento. Ao contrário da alma, que busca mais
um relacionamento com as coisas fisicas, o espirito do homem procura conduzi-lo
ao sentimento de desejar Deus e a sua palavra.
Para que o homem
natural vença a vida pecaminosa, ele precisa que seu espirito interior seja
vivificado pelo Espirito Santo de Deus, o qual convence do pecado.
Tendo a alma
relacionamento com a vida fisica por meio do corpo, o espirito, que é a janela
aberta para Deus, busca servi-lo, mas não consegue porque não há no seu ser a
presença do Espirito Santo, razão pela qual o homem sem Deus sempre se volta
para as coisas do mundo e para os desejos do seu corpo. Quando o espirito
humano é fortalecido pelo Senhor passa a ter a certeza de que é filho de Deus e
começa a produzir os frutos do Espirito Santo (Rm. 8:16).
Os resultados das manifestações sobrenaturais faziam a Igreja crescer
segundo Atos 5:14-15 que diz “E a multidão dos que criam no Senhor, tanto
homens como mulheres, crescia cada vez mais. De sorte que transportavam os
enfermos para as ruas, e os punham em leitos e em camilhas para que ao menos a
sombra de Pedro, quando este passasse, cobrisse alguns deles”.
Até o capítulo 5, nós vemos grandes manifestações e milagres pelo poder
do Espírito Santo acontecendo. A Igreja orava incessantemente, estava unida em
um só coração e propósito. E como resultado disso, a Igreja se fortalecia e
crescia espiritualmente e também em números.
A estratégia que Satanás usa para paralisar o mover de Deus e impedir
que a Palavra de Deus fosse proclamada com mais ousadia é a divisão e a
contenda.
Em geral a alma precisa de sinais para
crer no sobrenatural de Deus. Por isso, em muitos casos, vemos uma verdadeira
guerra entre o espírito e a alma, pois enquanto o espírito está apto para crer,
a alma se põe a duvidar da revelação de Deus.
Como resultado dessa guerra,
vemos muitos cristãos desistidos, desanimados e descrentes em relação ao mover
sobrenatural de Deus, tanto em suas vidas como no contexto em que vivem. Há
pessoas cuja alma é tão convincente, que ela é capaz de calar a sua voz
profética e cegar os seus olhos da fé.
Em relação à verdade espiritual,
via de regra, toda a alma tem um discurso contrário. Nossa alma (carne) precisa
ser diligentemente disciplinada, para que não se torne um obstáculo ao mover
espiritual em nossas vidas. Por seis vezes Elias ouviu um discurso contrário ao
que Deus disse que faria, mas ele não esmoreceu e perseverou na postura
profética de quem não abre mão do mover sobrenatural de Deus.
O Senhor nos chama para darmos um
basta aos relatórios contrários de nossa alma. É tempo de rompermos no
sobrenatural de Deus e colecionarmos as vitórias que nos estão reservadas na
dimensão espiritual. Precisamos adestrar nossos olhos e ouvidos espirituais
para nos posicionarmos segundo os propósitos de Deus, resistindo a todo
relatório contrário aos projetos do Senhor para nós.
Carmelo: o Lugar
da Fé, da Esperança e do Sobrenatural de Deus!
Se der uma olhada panorâmica na Palavra de Deus, observando a maneira
como Deus preparou seus servos para a realização de tarefas importantes, logo
perceberá que a escola de Deus possui um campus onde seus servos são treinados.
Deus ordenou a Moisés que fizesse um retiro espiritual no Monte Sinai, Elias
esteve no Monte Carmelo, Jacó se encontrou com Deus no deserto, num lugar que
foi denominado Betel, Paulo esteve em Damasco e Jesus no Getsemani. Na verdade
o importante não era o lugar, mas as circunstâncias preparadas por Deus a fim
de que seus servos estivessem concentrados nele. Não devemos
estranhar, nem fugir, de lugares e situações diferentes, pois pode ser que num
desses momentos ou lugares tenhamos um encontro pessoal com Deus. Depois que
Moisés se encontrou com o Senhor, no Sinai, passou a ser um homem diferente,
pois nem mesmo toda a cultura e capacidade recebidas como filho da filha de
Faraó eram suficientes para o que Deus tinha a fazer por meio dele. Elias teve
uma experiência sobrenatural com Deus no Monte Carmelo e Jacó passou a sonhar
uma nova realidade em sua vida depois que dormiu no deserto.
Os homens de Deus também têm
conflitos. Padecem também dos males comuns a todos os mortais. Todavia, é
percetível que o servo de Deus conta com uma forma de auxílio diferenciado -
ele não está sozinho neste mundo. Por isso, não depende apenas dos recursos
humanos que são tão limitados. O Senhor faz-se presente nas horas conflituosas
da vida e presta-nos o seu auxílio. Lemos nos Salmos: "Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro
bem presente na angústia" (Sl. 46.1).
Passamos por momentos diferentes daqueles considerados ideais na cultura
coletiva, mas são nessas oportunidades que surge o campus onde Deus nos treina
para algo maior que pretende fazer em e através de nossas vidas!
Lembre-se que nossa alma quer
constantemente nos fazer descer do Carmelo, do lugar do fogo de Deus, onde não só
provamos da fidelidade de Deus, como também somos provados por Deus na fé,
perseverança e determinação. Nossa alma quer nos fazer deixar aquele lugar
especial, o monte da fé e da esperança, onde ela é vencida pelo governo do
Senhor e a glória de Deus é manifesta. Ela insiste em que deixemos a nossa
postura espiritualmente correta, de resistência aos seus relatórios adversos,
para descermos ao nível do entendimento humano, emoções e sentimentos.
Sim, por causa da alma, muitos
saem do lugar da vitória e vão para o lugar da acomodação, dúvida, desistência
e derrota espiritual. Precisamos ser determinados e perseverantes e jamais
descermos do nosso monte Carmelo, enquanto o sobrenatural de Deus não se
manifestar. Não permita que a sua alma lhe faça descer do monte da fé e da
esperança e provoque o aborto dos projetos de Deus em sua vida.
Resista e posicione-se como um
discípulo da vitória, que discerne as questões espirituais pelo espírito.
Exerça autoridade sobre a sua alma, levando-a a proclamar aquilo que já está
estabelecido no reino do espírito, até que a realidade espiritual se torne uma
realidade no plano físico.
Recuse-se a agir com base nas
visões e leituras carnais, almáticas, porque elas são fatais para a fé e para a
manifestação do sobrenatural de Deus. Creia que o Senhor hoje nos chama para
rompermos os limites da alma, para sairmos do nível das emoções, sentimentos e
razão humanas e entrarmos na esfera da verdade, do é possível de Deus. Afinal,
nosso Senhor é Fiel e nEle não há variação, nem sombra de dúvida.
Hoje mesmo, o Senhor poderá
liberar copiosas chuvas de bênçãos sobre sua vida, família, ministério,
liderança, finanças, saúde etc. Basta crer, ser determinado e perseverante,
apoiando-se na Palavra e nas promessas daquele que vive e reina para todo o
sempre. Aleluia!
A experiência de Elias no Carmelo
foi algo assombroso diante daqueles que foram testemunhas oculares do poder e
glória do Senhor, pois um fogo devorador caiu do céu e tudo foi
consumido.
Assim também acontece em nossa jornada cristã quando passamos por
experiências similares onde o Senhor nos concede momentos de bonança e livramentos miraculosos; estes podem ser
considerados o monte Carmelo, são os momentos do “lugar florido”.
Quando tudo corre bem somos audaciosos,
corajosos, enfrentamos situações, não importa o que venha pela frente, basta
tão somente o lugar estar florido, belo e com manifestação de poder. Até
proclamamos “O Senhor está comigo, pois o meu jardim está florido, sinal de que
Ele verdadeiramente está.”.
Sim! Verdadeiramente Ele está. É quando ouvimos muitas das vezes em nossas
experiências de batalha a famosa expressão “O Senhor está no barco, fique tranquilo!”.
Vejamos agora de outra perspectiva. E se o Senhor não estiver no barco,
muda alguma coisa? Ele deixa de ser Deus? Deixa de ser soberano? A resposta de
todo filho é enfática: Não!
Às vezes Ele pode estar na areia da praia e os discípulos passarem uma
noite inteira no barco e, não pescarem nada; todavia Ele tem um braseiro sobre
a areia da praia com um pequeno peixe sobre ele e um pequeno pedaço de pão. Ele é Senhor e Deus da provisão. Ele é Senhor
dentro ou fora do barco, Ele tem controle de tudo. Ele é totalmente Soberano.
Ele permite gastarmos por completo nossa
própria força, mesmo que tenha que ser por uma longa noite, mas quando começa a
despontar a luz da aurora, Ele surge, mesmo que tenhamos dificuldade de
reconhecê-lo, Ele nos socorre e nos alimenta ( Jo.21).
Ele fez o mesmo com Jacó quando lutou com ele no vale. Jacó era muito
forte, tinha muita força em si mesmo, então
foi necessário ferir a sua coxa, o músculo de maior resistência e força,
e mais uma vez quando rompe a luz da aurora, aparece outro homem: já não é mais Jacó e sim Israel. E nascia o
sol, quando ele passou de Peniel (face de Deus); e coxeava de uma perna (Gn.32:31).
Creio que toda a vez que Jacó manquejasse daquela perna, com certeza se lembraria
daquela noite de luta no vale do
Jaboque, e do quão forte ele era em si mesmo. Quanta estratégia, quanto engano, quanta força no velho homem, mas
certamente se lembraria também do seu novo nome: Israel. “Ao vencedor darei do maná escondido e lhe darei também uma pedra
branca, e nesta pedra um novo nome escrito, o qual ninguém sabe senão quem o recebe”
(Ap. 2:17).
O Senhor precisa ferir a nossa própria força, para que reconhecendo a nossa fraqueza, possamos aprender a confiar e a depender totalmente
Nele e Dele.
No entanto na experiência do Monte Carmelo, não se passa muito tempo, e Elias é ameaçado por Jezabel. E o que ele faz? Foge com medo, e ainda assim pede a morte
sobre ele, uma atitude de fraqueza e com perdão da palavra, “covardia”.
Às vezes pensamos que é uma atitude espiritual
pedir a morte, como mártires do próprio ego, tudo isso para fugir dos problemas; homens e mulheres em profunda
depressão, a doença do século, ousam até dizer: “Gostaria tanto de estar contigo Senhor!”
Isto não passa de uma atitude
covarde, uma fuga das provas, que o Senhor nos concede para podermos
entrar no Seu reino. O que nos falta é
intimidade com o Senhor, leitura da palavra, oração e confiança nas promessas
do Senhor, não como aquelas famosas caixinhas de promessas que você só retira
passagens de benções; precisamos também de todas as demais passagens, até mesmo
as de tribulações.
Então vemos nessa cena, mais uma vez o amor e a misericórdia do Senhor, quando em um braseiro Ele oferece provisão
para Elias.
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