Texto: Lucas 19:1-10
Zaqueu é um nome grego, que significa: puro, limpo. Só pelo facto do seu nome ser grego podemos ver que
Zaqueu era um judeu que temia a Deus, mas estava se helenizando em busca de aceitação.
Ele era um homem rico, um colector de impostos para o governo de Roma em
Jericó.
Os judeus consideravam os publicanos como
traidores e desprezíveis pelo facto de estarem ajudando Roma a extorquir
Israel. O carácter dos publicanos não era dos mais confiáveis, porque, geralmente,
cobravam grandes somas de dinheiro, além do estipulado por Roma em benefício
próprio, e por esta razão eram taxados de imundos cerimonialmente e pecadores
(Lc. 3:12-13 e Mt. 9:11).
O
sistema de recolhimento de impostos era um sistema sujeito a abusos. Roma
franqueava ao publicano uma determinada área, pela qual ele seria responsável
para arrecadar impostos, e lhe era estipulada a quantia anual que deveria ser
recolhida, mas os colectores cobravam taxas bem superiores ficando com o
excedente. Alguns colectores aceitavam suborno dos ricos diminuindo a taxa
deles e sobrecarregando os pobres para compensar. Em Lucas 19:2 está escrito:
“Eis que um homem chamado Zaqueu, maioral dos publicanos e rico,
procurava ver quem era Jesus...”
O povo se sentia massacrado com tantos
impostos. Para alimentar a realização de seus sonhos ambiciosos o Império
Romano precisava de uma grande soma de dinheiro. A manutenção dos exércitos, a
construção de anfiteatros, estradas, era altamente dispendioso para alimentar
as ambições de Roma, e para encher seus cofres os romanos cobravam pesados
impostos. Além dos tributos cobrados por Roma, o Rei Herodes impunha pesadas
taxas para satisfazer a sua sede de construir. Além destas taxas o povo contribuía
com o dízimo para a manutenção do Templo.
Zaqueu era o publicano mais importante de
Jericó, estes homens responsáveis por determinadas regiões poderiam empregar
outros publicanos ou seja sublocar a região (mediante uma taxa), pela qual era
responsável, Zaqueu era o maioral de Jericó, ele recebia uma grande quantia de
dinheiro. Os judeus não aceitavam o facto de que um irmão estivesse trabalhando
para usurpadores. “Existe uma linha fina entre a nossa convivência com o mundo
e a assimilação, a carência ou a sede pelo poder pode nos levar a uma total
assimilação com a forma de pensar e agir do mundo”. No Egito, os capatazes que
chicoteavam os escravos eram judeus (Êx. 5:14 a 18). Quando irmão começa a
oprimir irmão por causa da ganância esta é a síndrome do esfriamento do amor.
O ódio que os judeus sentiam pelos
publicanos é o mesmo que sentiam os franceses por seus compatriotas que
recolhiam impostos para Hitler, quando a França estava ocupada pelos Nazistas.
Zaqueu por ter baixa estatura, o que para
ele o incomodava, tentava compensar tentando sobressair em outras áreas da sua
vida. Sendo judeu ele estava exercendo uma das posições mais odiadas pelo seu
povo. Ele tentou ser aceito ganhando posição e dinheiro, mas logo descobriu que
continuava a ser rejeitado, porque por ser judeu não era aceito pelos romanos e
por estar ajudando a Roma não era amado pelos judeus. Na ânsia de buscar
aceitação de ambos grupos terminou encontrando o desprezo total.
Zaqueu se sentia rejeitado na vida social
e religiosa, este isolamento provocou feridas profundas. Ele também precisou de
enfrentar problemas familiares, porque seus filhos e sua mulher também se
sentiam rejeitados, todos sabiam que ele era rico, porque estava oprimindo o
povo de Israel. No seu interior Zaqueu sofria com o conflito do isolamento, ele
descobriu que o dinheiro não podia comprar o amor. “Foi neste contexto, que
Zaqueu começou a ouvir sobre um homem que amava de forma incondicional, um
homem que tocava em leprosos, conversava com mulheres, dava atenção às crianças,
restaurava prostitutas”. Tenho a certeza que Zaqueu pensou no seu interior: “Como seria bom se Jesus pudesse vir a minha
casa conversar comigo, como seria bom sentir este amor e aceitação”!
Zaqueu não tentou ganhar a atenção ou
impressionar Jesus com o seu dinheiro, ele queria só ver aquele que todos
diziam saber amar. Na verdade Zaqueu estava pedindo amor, mas não se aproximou
de Jesus, por temer a dor da rejeição uma vez mais, dor profunda e tão
conhecida.
Sendo homem rico e conhecido em Jericó não
temeu o ridículo, diante de uma limitação física (a sua baixa estatura) ele
subiu em uma árvore para ao menos ver aquele que amava de forma incondicional. Não
foi pequeno o esforço de Zaqueu, pois um sicômoro é uma espécie de figueira de
oito a quinze metros de altura. Com tronco curto e galhos que se espalham
muito. Zaqueu não desistiu diante da impossibilidade, ele se valeu do que
estava ao seu alcance para superar este impedimento. “Ele se despojou do
orgulho e usou algo simples como uma árvore, para encontrar o verdadeiro amor,
às vezes ficamos pensando que precisamos de muitos diplomas, muito conhecimento
teológico para termos intimidade e conhecimento profundo de Jesus, mas para
conhecê-Lo basta darmos um passo a mais além da multidão”.
A multidão queria a bênção, mas Zaqueu
desejava conhecer Aquele que abençoa, mais do que as bênçãos, ele desejava
simplesmente a Sua atenção e o Seu amor.
Ao subir na árvore Zaqueu estava
confessando diante de todos, que reconhecia que Jesus era mais importante do que
o seu dinheiro e a sua posição. Você teria a coragem de se expor e de se
despojar desta forma diante de todos? Jesus disse, que se não nos tornássemos
como crianças não entraríamos no Reino dos céus. Uma criança não se importa com
a opinião dos outros, uma criança age com naturalidade e não teme o ridículo,
uma criança é simples, pura, perdoadora, aberta para aprender.
Uma criança confia de forma plena em seus
pais e é espontânea em seus sentimentos. Zaqueu subiu na árvore com o coração
simples de uma criança. A sua atitude foi a mesma de uma criança ao se atirar
no colo do pai para receber um abraço. “Os nossos esforços e a nossa busca não
passam desapercebidos aos olhos de Jesus, pois Ele é amor, esta é a Sua
natureza e Ele não rejeita ninguém que Dele se aproxima”. Ao passar por aquela
árvore Jesus levantou os olhos em direcção a Zaqueu e disse: “Olhando
para cima, disse-lhe: Zaqueu desce depressa, pois me convém hoje ficar em tua
casa. Ele desceu a toda a pressa e O recebeu com alegria” (Lc. 19:5-6)
Jesus o chamou pelo nome e esta foi uma
forma de começar a curá-lo, pois todos o conheciam como o cobrador de impostos,
o publicano, mas Jesus não chamou Zaqueu pelo rótulo imposto pela sociedade,
Ele o chamou pelo nome, honrando-o diante dos olhos de todos.
Tenho a certeza de que quando Jesus
levantou seus olhos, que este não foi um olhar qualquer, mas um olhar cheio de
amor e aceitação, que transmitia exactamente tudo o que Zaqueu vinha procurando
há tanto tempo. Foi este olhar cheio de amor que levou o publicano a descer tão
depressa daquela árvore.
Jesus foi a casa de Zaqueu, que o recebeu
como convidado de honra e com muita alegria. “A atitude de amor e a aceitação
de Jesus gerou em Zaqueu um verdadeiro arrependimento ou seja uma mudança de
caminho”. Zaqueu era um homem que temia a Deus e conhecia a Sua Palavra, mas
precisava simplesmente de cura emocional e amor. Algumas vezes homens poderosos
e inflexíveis são desarmados com a simples arma do amor, muitas vezes uma busca
desenfreada pelo poder mostra fome por amor.
Eu disse que Zaqueu conhecia a Palavra de
Deus, porque quando declarou a Jesus, que daria a metade dos seus bens e
restituiria quatro vezes mais a todos os que ele tivesse prejudicado, ele
estava citando o que está escrito na Bíblia sobre restituição, portanto ele
tinha temor no seu coração: “Se um homem ou uma mulher prejudicar alguém
essa pessoa estará ofendendo ao Deus eterno e por isso será culpada. Terá que
confessar o pecado, devolver tudo e pagar mais vinte por cento para a pessoa
que foi prejudicada..." (Nm. 5:7; leia também Êx. 22:1)
O amor faz desabrochar o nosso potencial,
a bondade de Zaqueu estava enterrada debaixo de camadas de feridas de rejeição,
bastou o amor de Jesus para que tudo viesse à tona. Zaqueu na verdade deu muito
além do que a lei manda, ele tinha um coração doador, que estava amarrado pela
dor da rejeição.
Recentemente alguns pesquisadores
encontraram numa das pirâmides do Egito um pouco de semente de trigo que datava
da época de Faraó. Para surpresa de todos, quando estas sementes foram
plantadas elas frutificaram. Estas sementes estavam guardadas, escondidas há
séculos esperando simplesmente um lugar propício para que frutificassem,
durante todo este tempo, a vida estava no interior da semente. Da mesma forma o
nosso potencial pode ficar enterrado por muito tempo à espera de um ambiente
propício para frutificar. O amor é esta terra fértil que faz com que a vida que
está em nosso interior desabroche diante dos olhos de todos.
Resumo:
O interesse de Zaqueu
em ver Jesus
a) Havia ouvido
falar de Jesus.
b) Havia ouvido
falar dos milagres.
c) Havia ouvido falar das maravilhas.
d) Havia ouvido falar do poder de Jesus.
Assim como Zaqueu, as pessoas
buscam por novidade para preencher o vazio do seu interior. Muitos buscam em
religiões, seitas, ocultismo, drogas, bebidas, violência, etc.
A condição de
Zaqueu
1.
Cobrador
de impostos.
2.
Rico
e ladrão
3.
Vazio
4.
Rejeitado.
Apesar de tudo, não estava
conformado com sua vida vazia, sem alvos, sem amigos, porque sendo cobrador de
impostos dos próprios compatriotas judeus, era odiado. Quase sempre as riquezas
distanciam o homem de Deus (Lc. 18:24-25).
O encontro de
Zaqueu com Jesus
1.
Ele
se preparou para se encontrar com Jesus – correu para a pessoa certa.
2.
Jesus
vai ao seu encontro – sempre o Senhor se deixa achar por aqueles que querem ter
um encontro com Ele.
3.
Jesus
faz o maravilho convite – “Desce depressa. Hoje me convém pousar em tua casa”.
Foi um convite Imperativo! Hoje
Ele faz o mesmo convite para si! Jesus quer passar e repousar em nossas vidas,
em nossa casa. (Somos morada do Espírito Santo).
Jesus também queria ter esse
encontro. Pronta resposta – “Zaqueu desce depressa”: Acção imediata. Jesus quer
operar uma transformação rápida na vida da pessoa.
Jesus na casa de
Zaqueu
1.
Zaqueu
recebeu Jesus em sua casa.
2.
Recebeu-O
com alegria, solícito, estava pronto.
3.
Deu
sinais de arrependimento. Ele restituiu às pessoas o que lhes devia e que havia
defraudado.
4.
Jesus
Liberou a salvação na vida de Zaqueu e em sua casa
Aplicação
O que faria se Jesus fosse hoje à
sua casa?
Abra o coração com alegria. Ele
quer entrar hoje, a fim de ficar para sempre consigo. Talvez haja obstáculos a
considerar, mas veja os obstáculos enfrentados por Zaqueu. Murmuravam contra
Zaqueu:
1.
Homem
imundo pecador.
2.
Homem
ladrão (roubava os judeus).
3.
Mesmo
diante das murmurações Zaqueu não recuou.
4.
Ficou
firme na decisão de encontrar-se com Jesus.
5.
Havia
ouvido falar das maravilhas que Ele operara
No encontro com Deus vai
Confrontar seus pecados. Quando Jesus nos confronta os pecados, não o faz para
condenação, mas para salvação. O Caminho é estreito:
1.
Quando
tem que descer da árvore.
2.
Quando
se enfrenta a murmuração.
3.
Quando
se enfrenta a zombaria.
4.
Quando
se leva Jesus para casa.
5.
Quando
somos confrontados por Ele quanto aos nossos pecados.
O que você
roubou?
O que é devido a Deus, tempo da
família, dos pais, dos filhos, dos amigos em tempo, obediência, etc.
O que Deus
espera de si:
1.
Primeira
coisa: Arrependimento.
2.
Segunda
coisa: Restituição.
3.
Terceira
coisa: Entrar no caminho da Salvação
Salvação é
arrependimento e restituição
1.
Zaqueu
precisava de se encontrar com Jesus.
2.
Hoje
você também necessita desse encontro com Deus.
Que Deus o abençoe muito em nome
de Jesus Cristo!