Introdução
As árvores são um dos temas simbólicos
mais ricos e mais generalizados de todos os tempos e civilizações: símbolo de
verticalidade estabelecendo a comunicação entre o mundo subterrâneo (pelas suas
raízes), a superfície da terra (pelo tronco) e as alturas (através dos ramos e
da copa); símbolo da vida; símbolo da transformação e evolução (ciclos anuais,
morte e regeneração). Elas são um dom precioso do Senhor. Nos providenciam não
somente oxigénio, mas, também comida, madeira, papel, combustível e sombra. Na
sua grande variedade providenciam beleza natural para os nossos olhos. Algumas
espécies de árvores são conhecidas por suas qualidades especiais: a grande
cerejeira é conhecida por sua força e durabilidade; O pinheiro traz um calmo
sussurro com o soprar do vento em seus galhos; O salgueiro (chorão) exibe seus
galhos que balançam com a brisa que sopra, pendendo geralmente sobre um lago
tranquilo; O carvalho representa solidez, potência, longevidade, força,
majestade, sabedoria e hospitalidade; O castanheiro, previdência; A oliveira
simboliza a paz, fecundidade, purificação.
1. A importância
da Oliveira
A
oliveira (em hebraico zayit que significa oliveira, azeitona), que é da família
oléaceas e se originou na região do mediterrâneo, é uma das árvores mais impressionantes
da terra e uma das árvores mais importantes citadas na Escritura por sua
conexão direta com o povo de Israel e também pela riqueza de figuras por ela
representada. Ainda hoje as oliveiras rodeando as montanhas na Galileia, Judeia
e Samaria fascinam os que visitam Israel pela primeira vez. Elas são lindas!
Com seus troncos torcidos e velhos, e com as suas folhas sempre verdes. Dizem
que quem olha para elas, sente que têm um caráter e graça que as separam das
outras árvores. Como outros símbolos em Israel, as características da oliveira
foram usadas pelos escritores da Bíblia para que nos ensinassem mais sobre
Deus, Israel e a nossa relação com ambos. Seu uso era muito variado no Oriente
Médio, pois ela era famosa por seu fruto, seu óleo e sua madeira.
Os
povos orientais reputavam-na como um símbolo de beleza, força, da bênção divina
e da prosperidade! Uma das características mais impressionantes da oliveira é a
sua perenidade! Elas crescem e vivem bem em qualquer solo mesmo pobre e seco,
praticamente sob quaisquer condições, nas montanhas ou nos vales, nas pedras ou
na terra fértil, contando que suas raízes possam enterrar-se em profundidade.
Crescem otimamente sob o intenso calor e temperatura elevada, com pouca água e
são quase indestrutíveis, resiste muito bem a todas estações! Seu
desenvolvimento é lento, porém contínuo. Quando é bem cuidada, pode atingir um
grande porte chegando aos 7 metros de altura. A Sua copa não é alta, mas têm
alto poder de regeneração. Se cortar a copa, rapidamente acontece o brotamento.
Até as oliveiras doentes continuam a lançar novos ramos! Algumas árvores têm
troncos torcidos e velhos, mas sempre com folhas verdes. Ainda que estejam
velhas, as oliveiras não deixam de lançar de si novos ramos e dar frutos! A
folha que a pomba trouxe de volta a Noé, em Génesis 8:11, era uma folha de
oliveira: “Quando a pomba voltou para ele à tarde, no seu bico havia uma folha
verde de oliveira. Assim soube Noé que as águas tinham minguado de sobre a
terra”. Tudo se rendera às águas do dilúvio, mas a forte oliveira ainda vivia.
Desde os tempos de Júlio César, um dos símbolos universais da Paz tem sido um
ramo da oliveira.
Em
Israel existem oliveiras de 2.500 anos e que provavelmente presenciaram a
passagem de Jesus na terra. Até 10 ou mais mudas brotam da raiz envolta da
árvore. Ainda que cortada e queimada novos ramos emergirão de sua raiz. Algumas
brotam e crescem num sistema de raízes com mais de 2.000 anos de idade, mas o
lavrador tem que esperar 15 anos para a colheita de uma árvore nova. A maioria
de nós não está familiarizada com as oliveiras porque elas não crescem onde
moramos. Entretanto, na terra da Bíblia, foi e ainda é a árvore mais importante
de todas as árvores por ser uma fonte de alimento, luz, higiene e cura.
Cada árvore pode produzir até 80 litros
de azeite por ano. A oliveira é um produto necessário à vida, portanto a
azeitona é valiosa. Não é notável que Deus nos tenha comparado justamente a
esta tão significativa árvore? Notemos como metaforicamente nos parecemos com
esta árvore. Assim como a oliveira nós fomos chamados pelo Eterno para darmos
frutos independentemente do local onde formos plantados! Não importam as
condições do terreno, mas sim a nossa perseverança em frutificar ali! O Eterno
nos chamou justamente para que sejamos “plantados” em solos hostis para ali
darmos os frutos necessários naquela situação. E se porventura formos
momentaneamente vencidos, não nos desanimaremos! Assim como a oliveira que é
queimada, lançaremos novos ramos de nossas raízes e continuaremos vivendo e
frutificando! Há também connosco um período de amadurecimento até que possamos
frutificar abundantemente! Durante esse período vamos crescendo em estatura
(até atingirmos os 7 metros necessários, que representam nossa maturidade
plena) e finalmente produzimos a quantidade desejada de frutos e
consequentemente o azeite, tão fundamental para a vida...
2. O produto da
Oliveira
A
Oliveira é tão impressionante em seu desenvolvimento, como o é também quanto
aos frutos que produz e as suas utilidades. O azeite era tão abundante em
Israel que era um dos produtos regularmente exportados. Salomão enviou ao rei
de Tiro 4.391.064 litros de azeite: “e
Salomão dava a Hirão vinte mil coros de trigo, para sustento da sua casa, e
vinte mil coros de azeite batido. Isso fazia de ano em ano” (I Rs. 5:11).
Mil anos depois, nos tempos de Jesus, o azeite é mencionado como o único
produto de exportação da região de Jerusalém. O Monte das Oliveiras, localizado
logo a leste da Cidade Velha de Jerusalém, testemunha a presença da Oliveira ao
redor da cidade. Também foi no Jardim do Getsêmani (Gat Shemen, em hebraico -
literalmente, o lugar da prensa de azeite) onde Jesus passou muito do seu tempo
em Jerusalém com os seus discípulos: “Jesus
saiu e, como de costume, foi para o Monte das Oliveiras, e os seus discípulos o
seguiram” (Lc. 22:39).
As
oliveiras, os seus frutos e o azeite do seu fruto sempre tiveram um papel
importante na vida quotidiana de Israel. Sabemos que, graças às suas
propriedades singulares este óleo ganhou destaque e importância na sociedade
humana à medida que se percebeu a sua excelência como alimento, curativo,
combustível, lubrificante, cosmético, desinfetante, e cura.
Por
quase 8.000 anos, as azeitonas têm sido um alimento básico do Mediterrâneo e o
azeite tem sido usado para cozinhar, para iluminar e como combustível: “Ordenarás aos filhos de Israel que te tragam
azeite puro de oliveira, batido para o candeeiro, para manter a lâmpada acesa
continuamente” (Êx. 27:20). “Ordena
aos filhos de Israel que te tragam azeite puro de azeitonas batidas, para o
candelabro, a fim de alimentar as lâmpadas continuamente” (Lv. 24:2), para
medicar, e para ser óleo de unção em cerimónias religiosas: “... e de acácia quinhentos siclos, segundo o
siclo do santuário, e de azeite de oliveira um him. Disto farás o óleo sagrado
para a unção, um perfume composto segundo a arte do perfumista. Este será o
óleo sagrado da unção” (Êx. 30:24-25). Jacó, em suas experiências com Deus
em Betel, por duas vezes ergueu altares de pedra, sobre os quais deitou azeite
(Gn. 28:18; 35:14).
Aqui
há algo tremendo e de grande significado profético. Prática comum no meio do
povo hebreu desde os primórdios, o uso do azeite (O nome foi legado pelos
árabes e quer dizer sumo de azeitona, az+zait) o tornou num dos mais completos
símbolos para diversos dos maiores valores do contexto bíblico. O sentido
espiritual do azeite é frequente até os dias atuais para povos como os judeus e
os cristãos. O azeite simboliza a presença do Senhor, também representando o Espírito
Santo. Com ele, eram ungidos reis e sacerdotes, conforme a vontade de Deus. Em
uma das famosas parábolas contadas por Jesus, um samaritano encontra um judeu
vitimado por agressão e piedosamente trata as suas feridas com vinho
(desinfeção, por causa do álcool) e azeite (com propriedades cicatrizantes).
Este uso terapêutico também aparece em Isaías 1:6 (amolecimento de chagas para
tratamento), além da cura espiritual (Mc. 6:13 e Tg. 5:14).
Isso
nos mostra que nós temos de produzir justamente estas coisas! Ou seja, devemos
estar sempre prontos, sempre que as pessoas se cheguem a nós, para lhes
fornecermos alimento (através da Palavra que nos tem sido confiada), luz (que
emana de nossas vidas como o sinal da presença do Eterno em nós), higiene (a unção
que nos foi confiada e que limpa e purifica a todos os que por ela são
alcançados) e por fim a cura (que é fruto desta mesma unção, que além de
libertar, também traz cura da alma e do corpo)!
Imagine
só que estas coisas acontecerão como produto do nosso relacionamento com o
Eterno! Não existem fórmulas mágicas ou mirabolantes para que o azeite flua de
nossas vidas!
Na antiguidade
as azeitonas eram postas na prensa, para que, pelo peso da alavanca mais o peso
das pedras que imprensavam a azeitona, o azeite pudesse ser produzido. O
processo era assim: o peso da primeira pedra produz o primeiro e mais puro
azeite, que era usado para cerimónias de unção e consagração; outras pedras
acrescidas produzem azeite de qualidade inferior para uso doméstico, iluminação,
sabão (Dt. 8:8; Ex. 27:20; Ml. 3:2). Portanto faz-se necessário o uso da prensa
para que o azeite possa ser produzido! Não se engane, somente quando nossas
vidas são “prensadas” pelo Eterno é que somos habilitados a produzirmos o “puro
azeite para unção”!
Este
azeite não procede de qualquer um, mas somente daquelas azeitonas que foram
previamente escolhidas e depois prensadas a fim de liberarem de si este azeite
para a unção dos reis, sacerdotes e profetas conforme a vontade de Deus. Muitas
vezes somos “prensados” pelo Eterno e este ato nos causa muitas dores! Para
alguns chega a ser quase insuportável e chegamos até mesmo a dizer: “Senhor,
por favor, pare, pois a dor me está massacrando”! Mas, quando o Senhor acaba de
nos “prensar” sai o azeite fresco que ungirá a muitos para a seara do Deus
vivo! Agora somos os receptáculos de onde sai o azeite a fim de ungir aqueles
que o Senhor determinar, pois a obra não pode parar e muitos obreiros tem sido
chamados a se engajarem neste exército. Os receptáculos do azeite também servem
para curar, pois o azeite era conhecido na antiguidade por seus efeitos
terapêuticos. Nós fomos comissionados pelo Senhor a trazer cura às nações,
povos, tribos e homens em toda a terra! Isaías profetizou isso quando disse: “O Espírito do Senhor Deus está sobre mim;
porque o Senhor me ungiu para pregar as boas novas aos mansos, enviou-me a
restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos e a
abertura de prisão aos presos” (Is. 61:1).
Não deixe a sua unção de cura envelhecer,
pois a unção de ontem já ficou velha! Use-a a cada dia e ela se renovará! O
azeite também traz luz e alimenta o fogo (que é o símbolo da vida) e esta é
justamente nossa função primordial: iluminar um mundo em trevas, trazendo-lhes
a vida de Jesus que está em nós! O próprio Jesus nos disse: “Vós sois a luz do mundo” (Mt 5.14) e
quando a luz chega em qualquer lugar, imediatamente as trevas tem de recuar! O
poder da luz é muito superior ao das trevas! E nós temos esta luz que deve ser
levada aos lugares onde estão as mais densas trevas para ali serem iluminados
aqueles que haverão de crer em Jesus e receberem a salvação! Enquanto o azeite
for necessário para cumprir qualquer propósito de Deus ele estará fluindo, mas
quando não for mais necessário, então ele parará! Assim como aconteceu com o
azeite da viúva que, enquanto tinha os vasos para enchê-los houve azeite.
Quando os vasos acabaram, a Escritura diz: “Então
o azeite parou” (II Rs. 4:6)! Veja como é maravilhoso, o azeite não acabou
e nem poderia, pois a sua fonte é o próprio Deus, mas simplesmente parou, pois
já tinha cumprido o seu propósito! Aleluia! O Espírito nunca se extinguirá em
nós (desde que não o magoemos) e só parará quando seus propósitos eternos forem
plenamente cumpridos através de nós!
3. O resultado
da Oliveira
Dadas
as suas características, a oliveira simboliza principalmente fidelidade e
perseverança. Estas duas características são principalmente resultados de nosso
relacionamento com o Deus Eterno. A fidelidade é parte da personalidade do
Senhor, que se mantém o mesmo independentemente dos acontecimentos! O Eterno
não se deixa levar por nossas instabilidades e por nossas recaídas. Isso
demonstra o quanto precisamos de ser restaurados em nossa alma para podermos
nos relacionar de forma plena com os nossos semelhantes e também com o Eterno.
Por isso o Espírito Santo gera em nós a fidelidade, para que sejamos como Ele
é.
A
perseverança é também uma característica forjada no homem pelo Espírito Santo.
Essa característica é fundamental e é ela que distingue os vencedores dos
demais. Está escrito em Apocalipse: “O
que vencer...” A vitória é dada somente aqueles que perseveram e o céu é o
único lugar do universo que abriga os homens e mulheres que perseveraram até o
fim e venceram! Ali estarão aqueles que cultivaram esta qualidade de tal forma
e em tão grande intensidade que, como prémio por sua perseverança estarão para
sempre ao lado de Jesus para servi-lo e adorá-lo...
O próprio Jesus teve de ser provado em
sua perseverança quando verteu suor que se tornou em gotas de sangue quando
estava no Getsêmani (prensa de óleo), no Monte das Oliveiras. Isso nos relembra
que ali é o lugar de saída do azeite para abençoar! (Lc. 22:44). A “prensa de
azeite” foi utilizada por Deus para fazer com que, através da concessão de sua
própria vida, Jesus pudesse liberar para nós a vida e o Espírito Santo que nos
tem auxiliado desde então. Mas para que isso acontecesse Ele teve de dar a sua
vida, que foi prensada e esmagada para que o resultado pudesse ser visto até os
dias de hoje...
4. A oliveira
verdadeira
Mas
a quem se refere a Oliveira? Como já vimos anteriormente a menção da oliveira
aponta para a nação de Israel! Vejamos alguns versos que nos falam sobre isso:
a)
Em Génesis 8:11 está escrito: “À tardinha
a pomba voltou para ele, e eis no seu bico uma folha verde de oliveira; assim
soube Noé que as águas tinham minguado de sobre a terra”. Note que a
oliveira é a primeira árvore mencionada após o dilúvio! Parece ser ela a mais
forte, pois além de resistir ao dilúvio ela foi a primeira a brotar quando as
águas baixaram...
b)
Numa parábola contada no livro de Juízes as árvores pedem à oliveira que reine
sobre elas... “Foram uma vez as árvores a
ungir para si um rei; e disseram à oliveira: Reina tu sobre nós” (Jz. 9:8).
Esta parábola nos fala que um dia as árvores (que simbolizam os homens)
solicitarão a Israel que reine sobre eles...
c)
O profeta Isaías fala da oliveira sendo colocada “no deserto” (mundo): “Plantarei no deserto o cedro, a acácia, a
murta, e a oliveira; e porei no ermo juntamente a faia, o olmeiro e o buxo”
(Is. 41:19). Juntamente no meio das outras árvores, a oliveira seria plantada
no deserto para ali ser provada quanto à sua resistência...
d)
Mas como é esta oliveira? “Denominou-te o
Senhor oliveira verde, formosa por seus deliciosos frutos; mas agora, à voz dum
grande tumulto, acendeu fogo nela, e se quebraram os seus ramos” (Jr.
11:16). Veja que esta oliveira é verde (está viva) e formosa (é bela) e dá a
todos que se achegarem a ela “deliciosos frutos”! Assim acontece com todos os
que se aproximam de Israel!
e) Agora, o profeta Zacarias tem uma
visão do futuro desta oliveira: dividida em dois ramos! “Segunda vez falei-lhe, perguntando: O que são aqueles dois ramos de
oliveira, que estão junto aos dois tubos de ouro, e que vertem de si azeite
dourado” (Zc. 4:12)? Deus mostra ao profeta que Israel estaria dividido em
dois, mas sempre à sombra da menorá! Temos aqui um percurso bíblico sobre o
destino de Israel: um povo que resistiria ao dilúvio das nações. Já estava
profetizada a dispersão da nação de Israel e de seus filhos sendo “provados” no
deserto impiedoso do mundo! Mas mesmo ali, eles dariam frutos deliciosos,
seriam formosos à vista, porém seus ramos seriam quebrados!
5. A oliveira “brava”
No
Novo Testamento existe um capítulo no livro de Romanos que nos dá a chave e nos
informa quem são os dois ramos da oliveira! Paulo aqui nos apresenta um facto
(que Israel foi “dividido” em pedaços - confirmando Jr. 11:16) e também nos
informa o que acontecerá com estes ramos: “E
se alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo zambujeiro, foste enxertado no
lugar deles e feito participante da raiz e da seiva da oliveira” (Rm.
11:17). De quem Paulo nos fala aqui? O “zambujeiro” ou a oliveira brava é a
igreja! Todos os crentes em Jesus são considerados como enxertados na oliveira
boa (Israel).
Vejamos
que o zambujeiro ou oliveira brava são árvores da mesma espécie da oliveira,
porém com uma diferença: na língua grega, a palavra que designa oliveira (e
fala de Israel) diz respeito a uma planta cultivada, tratada. Já quando se
refere ao zambujeiro ou oliveira brava, está se referindo a uma planta
silvestre ou selvagem! Sabemos então que o enxerto (a Igreja) é que recebe a
seiva da oliveira para se manter viva e que o enxerto foi ali colocado por Deus
para ser aperfeiçoado através da oliveira! Nunca na natureza ocorre o
contrário, ou seja, a planta mãe ser aperfeiçoada pelo enxerto!
Nós precisamos de entender, que se nós
fomos enxertados na oliveira (Israel), então existe algo que nos liga a ela
fisicamente! A igreja recebeu de Israel várias coisas, tais como: a) - A
Palavra de Deus; b) - As promessas; c) - O concerto; d) - Jesus; e) - O modelo
que fez de si Igreja; f) - Os apóstolos; g) - Etc... É por isso que devemos trazer
em nosso coração um sentimento de amor, gratidão, felicidade, pois por causa de
um judeu hoje nós temos o privilégio de sermos chamados “filhos de Deus”.
6.
Lições dos Salmos
A
oliveira simboliza para os cristãos, principalmente, a fidelidade e a
determinação. O Salmo 52:8 nos diz: “Eu,
porém, sou como uma Oliveira que floresce na casa de Deus; confio no constante
amor de Deus para sempre e eternamente”.
Independentemente
das condições: quente, seco, frio, húmido, rochoso ou arenoso, a oliveira
viverá e produzirá fruto. Diz-se que, não é possível matar uma oliveira. Ainda
que cortada e queimada, novos ramos emergirão da raiz. Estes versículos nos
lembram que independentemente das situações da vida, devemos perseverar como a
oliveira na presença de Deus. O Salmo 128:3 diz: “A tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa; os
teus filhos como plantas de oliveira à roda da tua mesa”.
A analogia de seus filhos sendo “como
plantas da oliveira à roda da tua mesa” diria ao leitor antigo da Bíblia que
seus descendentes seriam abundantes, fortes e fiéis aos pais. Quando tiver a
chance, observe que quase toda a oliveira tem até dez ou mais mudas brotando da
raiz, em volta da árvore. O Salmo 128:3 é uma promessa de consolo e fidelidade do
Senhor!
7. A Oliveira,
Israel e a igreja
Existem
quatro pontos principais neste texto da Escritura que são relevantes para o
nosso tópico:
1)
A oliveira cultivada é o Israel natural.
2)
Os ramos naturais que foram cortados são os judeus incrédulos.
3)
Os ramos bons que permanecem são os judeus crentes.
4)
Os ramos bravos que são enxertados na oliveira boa são os gentios crentes.
O
uso mais forte da imagem da oliveira na Bíblia está em Romanos 11, onde Paulo
explica a relação entre Israel (o povo judeu e a antiga e contínua aliança de
Deus) e a Igreja. Na verdade, os capítulos de 9-11 do livro de Romanos, são
focalizados neste assunto e culminam com a imagem da oliveira. (Por favor,
reserve um tempo para ler esta passagem). Paulo nos diz que a oliveira representa
Israel na mais pura expressão de fidelidade e perseverança - ambas relacionadas
ao compromisso de Deus com as Suas alianças e as Suas promessas feitas ao Seu
povo, e o compromisso e as alianças do povo para com Ele. A coisa mais
importante a ser observada aqui é que existe apenas uma oliveira boa. No Antigo
Testamento ela tinha contido tanto judeus incrédulos quanto crentes. Mas quando
Cristo veio, como o Apóstolo Paulo deixa claro, foi que houve sim uma rejeição
da parte de Deus de indivíduos judeus, que como qualquer um que não crê na
justiça de Deus em Cristo, não pode ter seus pecados lavados e apagados, mas
jamais rejeitou a descendência de seu amigo Abraão. Jamais rejeitou os judeus
como povo e a terra de Israel, prometida por Ele para o patriarca e sua
descendência para sempre! Os crentes gentios estavam então, e ainda estão agora
sendo enxertados nessa oliveira boa – o remanescente crente – o Israel
verdadeiro “...feito participante da raiz
e da seiva da oliveira...”, que Deus estabeleceu (Rm. 11:17).
É
evidente nas Escrituras, como também na natureza, que a raiz sustenta os ramos
e não ao contrário (Rm. 11:18). Portanto, Paulo não diz que Deus plantou uma
oliveira completamente nova, na qual ele agora enxerta judeus e gentios
crentes. Não, os judeus crentes continuaram ali onde estavam em sua relação
pactual com Deus. Deus trouxe os crentes gentios para essa relação pactual já
existente. O remanescente crente de Israel, o Israel verdadeiro, e a Igreja do
Novo Testamento são um e o mesmo corpo de crentes. Esses crentes judeus e
gentios são a oliveira boa. Por isso, não há lugar para orgulho ou a ideia de
que nós, cristãos, substituímos Israel (o povo Judeu), ou que Deus rejeitou Sua
própria Palavra das Escrituras Hebraicas (Antigo Testamento). Não há lugar para
arrogância ou soberba, como a Igreja tem a tendência de fazer, sendo que ambos
os ramos, os naturais e os enxertados, permanecem somente pela fé (Rm
11:18-21). Ao invés disso, deveria existir somente temor a Deus (Rm. 11:20) e
gratidão pelas grandes misericórdias do Senhor para connosco (Rm. 11:33-36),
como também uma atitude de amor e misericórdia para com o povo judeu que são
amados por causa da consideração pelos seus pais. Afinal de contas, é através
de Israel, o povo da aliança, que Deus nos deu tudo o que nós, cristãos,
valorizamos espiritualmente! Há apenas uma árvore e não duas, e nós, “ramos
bravos”, temos o privilégio de beber, depois de salvos, da árvore plantada e
estabelecida.
Historicamente,
a igreja não tem honrado estes versículos. Não somente se ensoberbeceu contra o
povo judeu (ramos naturais), bem como os perseguiu até a morte.
Muitas vezes, faltou à Igreja
entendimento básico sobre as nossas raízes hebraicas. E não tem sido
reconhecido que não podemos compreender quem na realidade somos, sem reconhecer
estas raízes. Como resultado, a Igreja histórica tem, infelizmente, praticado
atos horríveis contra os “ramos naturais” (o povo judeu) durante as Cruzadas, a
Inquisição, os “Pogroms” (perseguição russa aos judeus), e até na formulação
dos ensinos que se tornaram a justificação religiosa para a solução final de
Hitler para o chamado “problema dos Judeus” no holocausto. Ao invés de
misericórdia, mostramos desprezo.
8. Honrando
nossas raízes.
A
referência à raiz e aos ramos leva Paulo a desenvolver sua parábola da oliveira
(11:17-24) — parábola frequentemente citada contra ele para mostrar que era um
típico habitante de cidade, não afeito aos mais elementares fenómenos do campo.
Pois um jardineiro não faz enxerto de uma fruteira silvestre numa fruteira
cultivada; é um renovo ou broto tirado de uma árvore cultivada que deve ser
enxertado no tronco de uma planta da mesma espécie. Sir William Ramsay, com
efeito, cita Teobaldo Fischer, que teria dito que era costume na Palestina, há
60 anos, “revigorar uma oliveira que já está cessando de frutificar, enxertando
nela um broto de oliveira silvestre, e assim a seiva da árvore enobrece este
broto selvagem, e a árvore recomeça a dar fruto”. Um processo parecido era comum
nos tempos romanos. Columella, contemporâneo de Paulo, evidencia isso pois,
segundo ele, quando uma oliveira está produzindo mal, faz-se nela o enxerto de
uma oliveira silvestre, o que dá novo vigor à árvore.
De
qualquer forma, a parábola de Paulo é clara. Eis duas oliveiras — uma cultivada
e a outra silvestre. Esta produzia frutas pobres, com pouco óleo; a primeira
normalmente produzia bons frutos. A oliveira é Israel, o povo de Deus; a
oliveira silvestre é o mundo gentílico. Mas a oliveira foi-se enfraquecendo e
ficando improdutiva. Portanto, os ramos velhos foram cortados e foi feito um
enxerto da oliveira silvestre. “A poda dos ramos velhos era necessária para
permitir que o ar e a luz atingissem o enxerto, e também para impedir que a
vitalidade da árvore se difundisse demais por um grande número de galhos” (W.
M. Ramsay, op. cit., p. 224). O enxerto tirado da oliveira silvestre é a soma
total dos crentes gentios, agora incorporados no povo de Deus; os galhos velhos
cortados são os judeus que rejeitaram o Evangelho.
É-nos
dito que esse enxerto incomum afeta o renovo enxertado e o tronco que o
recebeu. O tronco velho é revigorado pelo enxerto novo e, por seu turno, o
enxerto novo, alimentado pela seiva do tronco da oliveira, pode produzir frutos
que a oliveira silvestre jamais poderia produzir.
O
profeta Isaías diz: “Ouvi-me vós, os que
seguis a retidão, os que buscais ao Senhor: Olhai para a rocha de onde fostes
cortados, e para a caverna do poço de onde fostes cavados. Olhai para Abraão,
vosso pai, e para Sara, que vos deu à luz. Sendo ele só, eu o chamei, o
abençoei e o multipliquei” (Is. 51:1-2).
O
cristianismo não nasceu num vácuo. Brotou da mais alta e desenvolvida tradição
religiosa e da cultura do antigo Israel. Sem dúvida, a principal matriz do
cristianismo foi o judaísmo, em cujo seio nasceu. É muito fácil para nós,
gentios, esquecermos este facto tão importante.
Por exemplo, se Jesus nos fosse
apresentado hoje como um judeu tradicional, inclusive nos seus trajes, a
maioria ficaria chocada. Entretanto, sabemos das Escrituras que uma mulher
chegou até Ele e tocou a “tzitzi” ou franjas de suas vestes (Lc. 8:44). Ele se
vestia como um judeu tradicional, como muitos judeus ortodoxos hoje, cumprindo
os mandamentos da Lei (Dt. 22:12).
O que encontramos prescrito na Bíblia
está muito longe daquilo que encontramos na Igreja hoje. Vemos que Deus tinha
como parte do Seu propósito que os gentios fossem parte do Seu plano desde o
início, mas não seriam os únicos a fazerem parte do Seu plano. Temos breves
revelações do plano de Deus desde os tempos de Abraão. Deus prometeu ao
patriarca que ele seria o pai de multidões de “Goyim” (povos, nações, gentios)
(Gn. 17:4), e que todas as nações seriam abençoadas nele (Gn. 12:3). Este tema
continua nos descendentes de Abraão. Podemos ver especificamente em José, que
se casou com uma mulher gentia no Egipto. Um dos seus filhos, Efraim, foi
destinado a se tornar uma das tribos mais numerosas e forte das tribos do Reino
do Norte. A bênção sobre a cabeça deste pequeno rapaz foi esta, que ele seria o
pai de multidões de Gentios (Gn. 48:19). Bem depois, Efraim foi disperso pelas
nações junto com as outras nove “Tribos perdidas”. A dispersão desses Judeus
entre as nações, seu efeito sobre as nações e o seu redescobrimento e
restauração à sua terra, ainda permanece um mistério grande demais para
compreendermos.
Vemos o tema de novo com a mulher Raabe,
que foi salva da cidade condenada de Jericó com a permissão de se juntar com o
povo de Israel; e de novo quando o profeta Isaías fala do Messias de Israel
chamado de a “Raiz de Jessé”. É dito que o Messias seria “posto por estandarte
dos povos (gentios); As nações se juntarão n'Ele, e seu lugar de repouso será
glorioso” (Is. 11:10). Mas talvez possamos ver este tema dos gentios sendo
juntado a Israel mais claramente com Rute, a Moabita, que não só foi permitida
a se juntar a Israel, mas também se tornou a bisavó do Rei Davi.
A
linda história de Rute expressa para nós com muita clareza o que deveria ser a
atitude correta em relação a Israel. Em verdade, esta mulher ilustra, na sua
vida, a maioria dos frutos do espírito mencionados por Paulo em Gálatas
5:22-23. Ela, verdadeiramente, se comprometeu com a sua sogra israelita. Ela a
amou com amor profundo e verdadeiro que a levou a abandonar sua cultura e sua
nação para estar com Noemi. Quando Rute chegou em Israel não tinha uma atitude
de superioridade como muitos cristãos hoje. Ao contrário, “Inclinando-se e prostrando-se com o rosto em terra...” (Rt. 2:10).
Ela estava pronta para se humilhar até o nível de uma criada (2:13). Sua
atitude foi de misericórdia e generosidade constante enquanto compartilhava com
Noemi (2:18).
A
vida de Rute foi marcada por obediência (3:5), bondade (3:10), santidade
(3:10), discrição (3:14), verdadeiro amor, fidelidade e compromisso a Israel
(4:15). Rute disse a Noemi, “Onde quer
que fores irei, e onde quer que pousares, ali pousarei. O Teu povo será o meu
povo, e o teu Deus será o meu Deus” (Rt. 1:16).
Talvez
na vida de Rute tenhamos um exemplo visível do que significa “ser enxertado na
oliveira” de Romanos 11. Chegou a hora de nós, a Igreja, deixarmos de lado
nossa arrogância e com humildade compreendermos o que significa ser um ramo
bravo enxertado graciosamente por Deus para receber de Israel aquelas alianças,
promessas e esperanças eternas à qual fomos aproximados (Ef. 2:1-13), caso
contrário, seremos cortados por causa de nossa arrogância e orgulho.
Vamos
honrar nossa raiz e demonstrar amor e misericórdia aos ramos naturais de Deus?
Este
estudo foi compilado e adaptado de “Bridges for Peace” (Pontes para Paz).
excelente!
ResponderEliminarexcelente!
ResponderEliminarMaravilha!!
ResponderEliminarMuito interessante.
ResponderEliminarOliveira poderia ser o simbolo da Paz para todo mundo, assim como a planta quem tem as condições de ser cultivada em qualquer situação física do solo - para que ela fosse incorporada à cultura social como "árvore da vida" para que desse modo a humanidade, ao conhece-la como árvore sagrada, desde o Getsemany - continuasse sendo respeitada, estimada e talvez, adorada de formas coerente ou espiritual, assim como fez Jesus.
ResponderEliminarHoje em dia, não entendemos como o RN-Brasil - sendo terra do calcário, com muita luz solar e poucas chuvas, Nunca abriu seus olhos para que a Oliveira seja cultivada e reconhecida no campo e nas cidades, sendo ao mesmo tempo, ujma fonte de renda permanente - anual para os produtores rurais que, em vez disso, preferem
a cultura do milho depois de plantado em cada ano, com forte dependência de chuvas que, normalmente não correm a cada ano!!!!!!!!!!!!!!!
O azeite vem como uma forma de edificar a vida,ilumina,cura,ungi pois o senhor nos deu a fórmula da vida basta sabermos nos cuidar com amor a Deus.
ResponderEliminarÓtimo
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