Introdução
Por
milénios Deus se revelou ao homem através de suas obras, isto é, a Criação (Rm.
1:20; Sl. 19:1-6). Porém, segundo o seu propósito, chegou o tempo em que Ele
desejou alcançar o homem com uma revelação maior, o que fez em forma dupla: a)
através da Bíblia - A Palavra Escrita, e b) através de Jesus Cristo - A Palavra
Viva (Jo. 1:1). Esta dupla revelação é muito especial e tornou-se necessária
devido à queda do homem.
Portanto, o estudo das Escrituras
se impõe como o principal meio do homem natural vir a conhecer a Deus e a Sua
vontade para com a sua vida, bem como do crente conhecer o propósito
santificador de Deus para si e para com todos os salvos.
Desse
modo, procure
aprofundar-se nas Sagradas Escrituras. Faça do estudo bíblico a coisa mais
importante da vida. Cultive e promova uma vida espiritual sadia, livre de
fanatismo e costumes sem qualquer base na Palavra de Deus. Procure adquirir
um conhecimento geral das doutrinas fundamentais da Bíblia; domine bem o manuseio
do Santo Livro. Isto é um dever. A sua não-observância é pecado contra Deus. O
descuido nessa parte pode ocasionar desvio (Is. 5:13).
1. Por Que Razão Devemos Conhecer a
Palavra de Deus?
Como a Majestade de Deus ultrapassa em si a capacidade
do entendimento humano e inclusive é incompreensível para este, devemos adorar
sua grandeza antes que examiná-la para não sermos completamente abrumados com
tão grande claridade.
Por isso devemos buscar e considerar a Deus em suas
obras, às quais a Escritura chama, por esta razão, “manifestações das coisas invisíveis”,
pois nos manifestam o que, de outro modo, não podemos conhecer do Senhor.
Temos, pois, que nos determos na Palavra de Deus que
nos descreve a Deus de um modo perfeito pelas suas obras. Nela se julgam as suas
obras não segundo a perversidade de nosso juízo, senão segundo a regra da eterna
verdade. Ali aprendemos que nosso único e eterno Deus é a origem e a fonte de
toda a vida, justiça, sabedoria, poder, bondade e clemência; que dEle procede,
sem exceção alguma, todo o bem; e que, portanto, a Ele se deve com justiça todo
o louvor.
Jesus
disse “conhecereis a verdade e a verdade
vos libertará” e que devemos adorar em espírito e em verdade, mas você não
pode adorar ao Deus verdadeiro se não conhecer a verdade a respeito de Deus.
Aliás, quando Jesus disse que devemos adorar em verdade, Ele está dizendo que a
não ser que digamos a verdade a respeito de Deus, não o adoramos
verdadeiramente. Nós não podemos honrar e adorar a Deus dizendo coisas falsas
as respeito dele.
Em nenhuma parte podemos achar a vida eterna e
imortal, se não for em Deus. Portanto, o principal cuidado e preocupação de
nossa vida deve consistir em buscar a Deus e aspirar a Ele com todo o afeto de
nosso coração e encontrar o único repouso somente nEle.
A
coisa mais importante a nosso respeito é aquilo que nós sabemos a respeito de
Deus, seu conhecimento de Deus. Eu quero dar-vos várias razões por que o crente
deve conhecer a Palavra de Deus, destacando as seguintes:
a)
A Bíblia é o manual do crente. A bíblia é
indispensável à vida de cada filho de Deus neste mundo. Ela deve ser lida
diariamente, Devemos examiná-la, estudá-la e amá-la profundamente. Ela é nosso
manual para todas as situações.
A
bíblia contém a mente de Deus, o estado do homem, o caminho da salvação, a
condenação dos pecadores, a felicidade dos cristãos.
A
bíblia é o mapa do viajante e o bordão do peregrino, a bússola do piloto, a
espada do soldado e o manual do cristão. A Bíblia deve ser sempre o ponto de
partida. Porque todas as demais coisas mudam, como os argumentos políticos e
históricos, mas a Palavra de Deus permanece para sempre.
Sendo
a Bíblia o livro-texto do cristão, é imperioso que este a maneje bem para o
eficiente desempenho de sua missão (2 Tm. 2:15). Um bom profissional sabe
empregar bem as ferramentas de seu ofício. Essa eficiência não é automática;
vem pelo estudo e pela prática. Assim deve ser o crente em relação à Bíblia
Sagrada. Entre as promessas de Deus àqueles que conhecem devidamente a sua
Palavra, temos a de Isaías 55:11: “Assim
será a palavra que sair da minha boca: ela não voltará para mim vazia, antes
fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei”.
b)
A Bíblia alimenta as nossas almas (Mt. 4:4; Jr. 15:16; l
Pe. 2:2). Por sua falta o estado de desnutrição espiritual do povo de Deus é
patente. São multidões e multidões que buscam por prosperidade material,
enquanto as suas almas, em estado de calamidade, clamam por qualquer alimento. Muitos
estão fracos e com a saúde espiritual comprometida. Recebamos diariamente a
santa Palavra de Deus, leiamos a Bíblia, estudamo-la, meditando sempre acerca
dos seus divinos ensinamentos, pois ela é poderosa para renovar a nossa mente
mediante a operação do Espírito Santo. Não há dúvida que o estudo da Palavra de
Deus traz nutrição e crescimento espiritual. Ela é tão indispensável à alma,
como o pão é ao corpo. Nas passagens citadas, ela é comparada ao alimento,
porém, este só nutre o corpo quando é absorvido pelo organismo. O texto de l
Pedro 2:2 fala do intenso apetite do recém-nascido; assim deve ser o nosso
apetite pela Palavra divina. Bom apetite pela Bíblia é sinal de crescimento
e de saúde espiritual. Portanto, assim como a vida natural requer o crescimento
e o desenvolvimento, fase após fase, desde o estágio de recém-nascido até a
maturidade, assim também é a vida espiritual, o novo nascimento.
Não
podemos continuar na sequência de nossa existência espiritual tomando apenas o
leitinho, pois “todo aquele que se
alimenta de leite é inexperiente na palavra da justiça, porque é criança”
(Hb. 5:13). É necessário buscarmos o crescimento que nos levará à maturidade
(Hb. 5:14), “até que todos cheguemos à
unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita
varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais
sejamos como meninos, agitados de um lado para o outro e levados ao redor por
todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia dos que induzem
ao erro” (Ef. 4:13-14).
c)
A Bíblia é o instrumento do Espírito (Ef. 6:17). A Palavra
de Deus é uma espada, uma espada afiada de dois gumes, mas a sua eficácia
depende do Espírito Santo. Sem a obra do Espírito Santo na Palavra, Ela não é
eficaz. A iluminação interior do Espírito de Deus se faz necessária para que
haja compreensão salvadora das coisas que são reveladas na Bíblia. Não podemos
chegar a qualquer compreensão adequada da palavra sem essa obra do Espírito
Santo. O Espírito Santo faz com que a Palavra de Deus seja eficaz e poderosa.
O
Espírito Santo usa a Bíblia, que é a verdadeira e completa revelação de
Deus, para
transformar um homem, longe de seu pecado, para o Salvador, que é capaz de
salvar da pena do pecado (Jo. 5:24, Rm. 8:1), capaz de purificar da
contaminação do pecado (Zc. 13:1 e 1 Jo. 1:7). Como maravilhosamente o Espírito
Santo usou “a Palavra de Deus”, na boca de Pedro no Dia de Pentecostes, para
convencer os pecadores e, em seguida, converter buscadores!
O
Espírito Santo usa a Bíblia para confortar aqueles que amam e pertencem ao Senhor, e que
são descritos por Deus como Seus santos (Dt. 33:3; 1 Sm. 2:9; Sl. 50:5; At.
9:13; Rm. 12:13; Ef. 1:01; Ap. 15:3).
O
Espírito Santo usa a Bíblia para revelar Cristo ao seu povo: Cristo, que é em todas as
escrituras, o tema de todas as escrituras, e que o Espírito Santo sozinho
procura glorificar.
O
Espírito Santo usa a Bíblia para fazer com que o coração se disponha a aceitar
a verdade e os deveres ensinados pelas Escrituras. Pois, Deus não tem nada mais
a dizer ao homem debaixo do céu que não possa ser achado na Bíblia. Quando
ficamos fortemente comovidos a testemunhar a alguém sobre o Senhor Jesus
Cristo, é porque o Espírito Santo está implementando a Palavra de Deus que nos
manda pregar o Evangelho a toda criatura. Num tempo ou outro, lemos ou recebemos
essa instrução da Palavra de Deus e Ele impressiona essa verdade em nossos
corações, em relação a algum indivíduo particular.
O
Espírito Santo usa a Bíblia para iluminar o nosso entendimento e conduzir a
nossa vontade para que façamos o que agrada a Deus. O Espírito Santo opera na
palavra e pela palavra, abrindo o nosso entendimento aos ensinos, às
advertências, às condenações e a convites da Palavra de Deus. Deus fala hoje
pela operação iluminadora do Espírito Santo, abrindo a compreensão daqueles em
quem Ele trabalha, para que façam a sua vontade como é revelado na Sua Palavra.
Se
em nós houver abundância da Palavra de Deus, o Espírito Santo terá o
instrumento com que operar, livrando nossas mentes da escuridão, ignorância e
preconceitos, permitindo-nos discernir as coisas espirituais da maneira
correta. Esse trabalho educador que tem o Espírito Santo, a eficácia da palavra
do Espírito, que é a Palavra de Deus, é aquilo a que normalmente nos referimos
como a obra iluminadora do Espírito Santo ou a obra de iluminação pelo Espírito
Santo. É preciso pois meditar nela (Sl. 1:2; Js. 1:8). É preciso deixar que ela
domine todas as esferas da nossa vida, nossos pensamentos, nosso coração, e
assim molde todo o nosso viver diário. Em suma: precisamos ficar saturados da
Palavra de Deus.
d)
A Bíblia enriquece a vida do cristão (Sl. 119.72). A Maravilhosa Bíblia oferece a
oportunidade de enriquecer a vida espiritual através de uma revolução na
relação com a Palavra de Deus. A força da mensagem do livro está no ensinamento
de que a leitura do texto bíblico ganha contornos surpreendentes à medida que
aprendemos a ler a Bíblia deixando-a falar por si mesma. Além de conhecer a
história do povo de Deus, a leitura feita com os olhos do espírito oferece um
inesperado caminho de volta, pois se abre uma oportunidade para que a Palavra
leia para nós a nossa história.
Essas
riquezas vêm pela revelação do Espírito Santo, primeiramente (Ef 1:17). A
pessoa que procurar entendimento bíblico somente através da capacidade
intelectual, muito cedo desistirá. Só o Espírito de Deus conhece as coisas de
Deus (l Co. 2:10).
O
homem frutífero do Salmo 1 medita na Palavra de Deus “de dia e de noite”, não por um sentido de obrigação, mas porque
tem nela o seu “prazer”. Em sua
mente e em seu coração, continuamente, a Palavra de Deus o guarda, o guia e o
vivifica. Ela lhe vai revelando Deus, o verbo que se fez carne, e habitou entre
nós, e que essa palavra tem poder, tem poder de transformação, porque a bíblia
é o poder de Deus revelado à igreja. Por isso é que toda a nossa vida tem que
estar de acordo com a palavra de Deus. Como isso é essencial! Lógica e bom
senso são úteis. No entanto, sem a Palavra de Deus (que transcende a sabedoria
humana) para nos guardar e guiar, somos suscetíveis a tentações e a erros,
especialmente quando esses últimos são apresentados convincentemente “em nome
de Deus” por aqueles que são respeitados como líderes cristãos.
2. Como Conhecer a Palavra de Deus?
O
conhecimento da Palavra de Deus leva com naturalidade ao acolhimento de Deus
que nos fala. Não se trata de sentimentalismo, mas de verdadeiro encontro entre
pessoas: Deus, que conhece cada um de nós e nos é mais íntimo do que nós
mesmos, e o crente, que se vai adentrando, lentamente, no mistério de Deus e,
pelo desejo e pela ação do Espírito Santo, se vai esvaziando de tudo quanto
impede Deus de fazer n’Ele a sua morada.
Conhecer
a Palavra para viver a Palavra, ou seja, conhecer Deus para viver com Ele,
melhor ainda, viver n’Ele, d’Ele e para Ele. Quando assim acontece, a relação
do crente com a Palavra de Deus muda radicalmente. Não se trata mais de um
texto lido ou escutado distraidamente, com enfado, como quem cumpre uma rotina.
Há nele uma originalidade primeva, impondo-se ao leitor ou ouvinte,
surpreendendo-o, convidando-o ou forçando-o a mudar o seu estilo de viver, de
abundância e alegria.
Como
a divina e inspirada Palavra de Deus, a Bíblia, é um livro singular, do qual
maior proveito tirará aquele que melhor souber estudá-lo e melhor souber ser
responsável pela guarda dos oráculos de Deus. E é exatamente com o propósito de
ajudá-lo a tirar o máximo de proveito do estudo da Bíblia que lhe damos os seis
passos seguintes a serem seguidos:
a)
Leia a Bíblia conhecendo o seu Autor. Isto é de
suprema importância. O
primeiro passo para entender as Escrituras é conhecer o autor delas - Deus.
Assim sendo, Ele no-las explicará (Sl. 119:18, 125; Lc. 24:32, 45; Jo. 16:13). É
a melhor maneira de estudar a Bíblia. Um dos segredos da vitória espiritual (Js. 1:8b) é a leitura sistemática
e constante da Bíblia, ano após ano, pois constitui o contato direto e pessoal com a Palavra
de Deus. Nada pode substituir esse aspecto da vida devocional do cristão, (vide
Dt. 17:19: Is. 34:16: Ap. 1:3). A leitura ocasional, irregular, não basta.
A
Bíblia é o único livro cujo Autor está presente quando o lemos. O autor de um
livro pode explicá-lo como ninguém. A Bíblia é um livro fácil e ao mesmo tempo
difícil; simples e ao mesmo tempo complexo. Não basta ler suas palavras e
analisar detidamente as suas declarações. É preciso conhecer e amar a Deus, o
seu Autor.
Quando
andamos de acordo com a luz que recebemos de Deus, através de Sua Palavra, mais
e mais seremos iluminados nesse conhecimento, e mais belezas da Sua Palavra nos
são reveladas.
Ninguém fique preocupado,
pensando que por ler muito a Bíblia vai esgotar seu conteúdo... Ela vem sendo
lida por milhões de leitores através de milénios e nunca ficou esgotada. Seu
conteúdo é inesgotável! Não há ninguém “formado” na Bíblia. Isto é uma das grandes
evidências de sua origem divina.
b)
Leia a Bíblia diariamente (Dt. 17:19). Esta
regra é excelente. A Bíblia é
a Palavra de Deus inspirada. Além de anunciar as Boas Novas do perdão e da vida
eterna, ela também responderá às várias dúvidas que você terá à medida que
tentar viver de maneira a agradar a Deus. Ela o capacitará a estar “perfeitamente preparado para toda a boa obra”
(2 Tm. 3:17). É estimado que noventa
por cento dos crentes não leem a Bíblia diariamente; portanto não é de admirar
haver tantos deles frios e infrutíferos no testemunho e no serviço cristão.
Mais do que isto: são anões, raquíticos, mundanos, carnais e indiferentes,
nervosos e iracundos.
Não
basta assistir aos cultos, ouvir sermões e testemunhos, assistir aos estudos
bíblicos, e ler as boas obras de literatura cristã. É preciso ler a Bíblia
individualmente. Há crentes que só comem espiritualmente quando lhe dão comida
na boca. É a colher do pastor, do mestre, do professor da Escola Dominical,
etc. Não comem por si
mesmos. Se
ninguém lhes der comida, eles morrerão de inanição espiritual.
Se
negligenciarmos a leitura da Bíblia, estamos perdendo as melhores coisas da
vida. As coisas terrenas não satisfazem o coração. A Bíblia é o Livro do
coração. Ela nos mostra como podemos possuir e gozar a vida real. Uma
vida que vale a pena, e a satisfação na vida, são encontrados através da
leitura e do recebimento da Palavra de Vida em nossos corações. “As palavras que eu vos disse são espírito e
são vida” (Jo. 6:63). Woodrow Wilson disse: “Lamento pelos homens que não
leem a Bíblia todos os dias. Eu me pergunto por que privarem-se da força e do
prazer”? Em outra ocasião, escreveu: “A Bíblia é a Palavra de Vida. Eu imploro
que você a leia e descubra por si mesmo o prazer de ler, não apenas fragmentos
aqui e ali, mas longas passagens que realmente vão ser o caminho para a coração
dela. E ele continuou: “Quando lê a Bíblia, você vai saber que Ela é a Palavra
de Deus, porque nela vai encontrar a chave para o seu próprio coração, para a sua
própria felicidade e para o seu próprio dever”.
A Bíblia abrange toda a gama da vida humana. Segue-nos nas profundezas e nos
leva às alturas. Ela nos fala sobre os homens e mulheres reais e revela Deus em
relação à vida humana. Herbert Hoover disse: “O
estudo deste Livro (a Bíblia)... é um curso de pós-graduação na biblioteca mais
rica da experiência humana”. Um professor de educação declarou: “Eu preferiria
ter meu filho familiarizado com a Bíblia do que tê-lo familiarizado com todas
as outras literaturas e ignorante da Bíblia”.
O
hábito de ler a Palavra de Deus diariamente trás mais estabilidade, pureza,
paz, alegria e fecundidade na vida de um cristão do que qualquer outra coisa. E
muitos outros que ainda não foram salvos são levados a aceitar a Cristo através
da leitura da Sua Palavra. Meu amigo, Ele é o seu Salvador? Se
assim for, é Ele o Senhor da sua vida? Se assim for, você pode dizer: Bíblia
Sagrada, Livro Divino, Tesouro precioso, Tu és meu?
A
Bíblia se torna nossa, não apenas por possuir uma cópia, mas, armazenando-o em
nossa mente e coração. Que tragédia é envelhecer sem Cristo, ou, se salvo, conhecer
muito pouco dos tesouros da Palavra de Deus. “Que a Palavra de Cristo habite em vós abundantemente” (Cl. 3:16).
Quando este tesouro celestial, a Bíblia, é realmente nosso, valorizamos as
Palavras de Deus como fez Davi, quando disse: “Mais desejáveis são do que o ouro, sim, do que muito ouro fino”
(Sl. 19:10). O ouro não pode comprar felicidade, mas Deus nos dá a felicidade
permanente através da Sua Palavra.
c)
Leia a Bíblia com a melhor atitude. É de máxima importância que o estudante da Bíblia
estude o Santo Livro com reverente atitude mental, tendo-a como a Palavra de
Deus e não como uma obra literária comum. O autor da Bíblia é Deus. Seu assunto
central é Cristo. Seu real intérprete é o Espírito Santo. Considerando-a sob
esses pontos de vista, ela é o único livro cujo autor está sempre presente
quando o lemos. Estude-a pois com espírito sequioso, devocional, receptivo,
aberto, buscando conhecer mais de Deus e de seu amor. A atitude de que
tratamos aqui inclui o prazer (Mc. 12:37).
Ler
a Bíblia com a melhor atitude mental e espiritual é de capital importância para
o êxito no estudo bíblico. A atitude correta é estudar a Bíblia como a Palavra
de Deus, se alegrar no Seu amor, na vontade do todo-sábio e confiar nele, e não
como uma obra literária qualquer; é estudar a Bíblia com o coração e em atitude
devocional, e não apenas com o intelecto.
“As tuas palavras foram encontradas, e eu as
comi; e a Tua Palavra é para mim o gozo e alegria do meu coração, porque eu sou
chamado pelo Teu Nome, ó Senhor Deus dos Exércitos” (Jr. 15:16). Muitas
pessoas nem sequer leem a Bíblia. Alguns leem a Bíblia mas não a estudam. Se
deixarmos a Bíblia passar através de nossas mentes como a água através de uma
peneira, não vai fazer-nos muito bem. Precisamos estudar cuidadosamente a
Palavra de Deus (leia 2 Tm. 2:15). E é possível ler e estudar a Bíblia e ainda mesmo
assim não “comer” a Palavra de Deus. Para “comer” a Palavra significa meditá-la
(mastigar), ponderar a sua mensagem para o nosso próprio coração (digeri-lo) e
aplicá-la à nossa própria vida (viva). Sabe o que é “comer” a Palavra de Deus?
Queira Deus que você saiba. Será então o gozo e alegria do seu coração. Leia a
Bíblia, livro por livro. Embora cada livro tenha uma mensagem distinta, eles
formam uma maravilhosa unidade. Evite o “gafanhoto” método de pular para cá e
para lá. Em cada capítulo do livro que está lendo, escreva num caderno três
coisas: primeiro, o principal assunto, em segundo lugar, a melhor lição para o seu
próprio coração, e em terceiro, o melhor verso se você puder ter apenas um.
Memorize este versículo. Leia a Bíblia toda de uma e outra vez.
d)
Leia a Bíblia meditando. Assim fez Davi, no que foi grandemente abençoado por
Deus (Sl. 119:12, 40, 64, 68). É na presença do Senhor em oração, que as coisas
secretas divinas são reveladas (Sl. 73:16,17). Daniel orou e as Escrituras lhe
foram reveladas (Dn. 9). Não convém ler depressa, sem prestar atenção ao
sentido, que às vezes é bem claro, mas outras vezes demanda uma meditação mais
demorada e profunda. Também é infrutífero fazer concorrência para estabelecer
recorde de leitura. É melhor ler pouco, meditando, do que ler às pressas, sem
meditar. Quem lê às pressas não pode dizer como Samuel: “Fala, porque o teu servo ouve” (1 Sm. 3:10).
A
meditação é uma função da mente e do coração. É o que pensamos em nossos corações e é algo que cada
um de nós faz todos os dias. Quer percebamos ou não, todos nós gastamos uma
grande parte do nosso tempo, em alguma forma de meditação. A questão é, se no
que meditamos pode ou não valer a pena. Na verdade, o que habitualmente
pensamos é frequentemente insalubre para o nosso crescimento como cristãos.
A
meditação cristã é a mais elevada de todas as formas de meditação. Ela se
processa dentro do homem, na mente e no coração, a partir de dados bíblicos ou
outros que evidenciem a revelação de Deus. Estes dados externos são a
matéria-prima que deve ser trabalhada na meditação. Sem dúvida alguma que a
nossa matéria-prima fundamental é a Bíblia Sagrada, todavia meditamos também
sobre a beleza e magnitude da criação e outros factos espontâneos que acontecem
em nossa vida e que nos trazem uma lição divina.
A
meditação bíblica significa o aprofundamento da reflexão sobre a verdade
bíblica, e envolve todo o processo de leitura e observação de uma porção das
Escrituras, a fim de buscar tanto o seu significado como a sua aplicação.
Portanto, a
meditação é o pensamento reflexivo com vistas a viver a vontade de Deus
revelada nas Escrituras. Ela é a chave mestra que abre a maior arrecadação na
casa de provisões de Deus para o cristão. Embora a meditação bíblica
exija muito tempo e esforço, muitos crentes testemunham que é uma das formas
mais rentáveis de usar as Escrituras para seu benefício pessoal, e que, por
isso, também é um dos métodos mais eficazes disponíveis para a restauração e
reforço da confiança
na Palavra.
“Ler sem meditar é comer sem mastigar”
A
meditação aprofunda o sentido. Muitos leem a Bíblia para estabelecer recorde de
leitura somente. Ao ler a Bíblia, aplique-a primeiro a si próprio, senão não
haverá virtude nenhuma.
Meditar,
no sentido cristão, significa considerar, mastigar, refletir, imaginar, estudar,
ter comunhão. Se você perseverar este hábito enriquecerá a sua vida Cristã mais
do que imagina.
A
raiz da palavra meditação implica um processo ruminativo de uma digestão
vagarosa das verdades de Deus. Isso envolve um pensamento concentrado, dirigido.
Meditação nas leis, obras, preceitos, palavra e pessoa de Deus.
A
meditação é uma habilidade que pode ser treinada e praticada no sentido de
aprendermos mais de Deus, sem grandes esforços, descansando.
Ela pode ser um excelente momento relaxante, de repouso, sem perder o estado de alerta. Além dos grandes benefícios que a meditação proporciona ao homem, tais como o desenvolvimento do raciocínio e da concentração, nela aprendemos a ficar a sós com Deus. É um processo espiritual e mental de se digerir textos bíblicos de tal maneira que eles se tornem parte ativa na vida da pessoa.
Ela pode ser um excelente momento relaxante, de repouso, sem perder o estado de alerta. Além dos grandes benefícios que a meditação proporciona ao homem, tais como o desenvolvimento do raciocínio e da concentração, nela aprendemos a ficar a sós com Deus. É um processo espiritual e mental de se digerir textos bíblicos de tal maneira que eles se tornem parte ativa na vida da pessoa.
Muitas
pessoas recomendam a meditação, mas não a de conteúdo bíblico. A meditação
mundana, esotérica ou oriental, visa esvaziar a mente, o que é muito perigoso,
pois baixa a nossa guarda e abre as portas para os espíritos malignos. A nossa
meditação precisa de ser bíblica, genuinamente cristã.
A
meditação bíblica inicialmente enche a nossa mente, depois o coração, com a
palavra de Deus. Sempre têm sido uma parte importante na vida cristã.
O
alvo da meditação cristã são o cultivo constante de um relacionamento de amor e
dependência do homem limitado com o seu único Deus – Maravilhoso, Criador, Omnipresente,
Omnipotente, Omnisciente e Ilimitado - o entendimento das Revelações do Espírito
Santo – Sabedoria, orientação, discernimento.
A
meditação bíblica tem os seus benefícios, pois ela é um ponto de encontro com
Deus e através dela podemos esperar revelações, crescimento espiritual,
estímulo, coragem e discernimento que nos ajudarão também a inserirmos a
verdade em nós. Com a prática da meditação bíblica, a Palavra será acolhida com
entendimento e passará a habitar em nós. Josué 1.8; Salmos 1.2,3; 119.99; Tiago
1.25; Mateus 12.35
A
meditação bíblica não pode ser feita como uma leitura rápida ou apressada. A
pessoa tem que parar em cada frase ou até mesmo em cada palavra e deixar a
mente embeber-se do que Deus está dizendo. Tem de concentrar-se - ter atenção
nos pensamentos – silêncio e lugar tranquilo são os acessórios importantes.
A
meditação cristã não aceita esvaziar a mente. Mente vazia é alvo fácil para a
possessão demoníaca. Quando alguém deixa a mente passiva, como ocorre com a
meditação esotérica, a guarda da vontade (Livre arbítrio) diminui
consideravelmente o poder de resistência a qualquer tipo de força invasora. A
mente vazia torna-se local privilegiado de ataques malignos.
A
meditação cristã e bíblica jamais é direcionada a uma contemplação vazia de
algum aspeto da natureza e, tampouco, direcionada à nossa própria intuição, pois
o coração do homem é enganoso (Jr. 17:9). O povo de Deus deve caminhar o mais possível distante
do mundo.
Faça
uma meditação consciente, lúcida e num clima de muita espiritualidade. A
meditação cristã é sempre direcionada a Deus, Seus atributos, promessas, às
Suas obras maravilhosas, aos Seus sábios preceitos e à Sua Palavra Sagrada.
Na
meditação bíblica, o indivíduo deve não apenas ler a Bíblia, mas decorar,
aplicar e repetir a leitura diversas vezes e pensar repetidamente nas
afirmações de Deus a nosso respeito. Quando saturamos a mente com as verdades
encontradas na Bíblia, adquirimos um novo modo de pensar e uma nova forma de
viver. Existe também o factor fé que vem sobrenaturalmente ao estarmos em
contato com a Palavra.
Todo
o poder de transformação começará a se desenvolver em nossa mente, e um novo e
maravilhoso modo de pensar se transformará num novo estilo de vida.
Por
último deverá haver o esforço consciente de não apenas adquirir novos
conhecimentos, mas de vivê-los.
“Quanto amo a tua lei! Nela medito o dia todo”
(Sl. 119:97). “Na minha cama, lembro-me
de ti; medito em ti nas vigílias da noite” (Sl. 63:6). “Tenho mais entendimento do que todos os meus
mestres, pois medito nos teus estatutos” (Sl. 119:99). “Lembro-me dos dias antigos; medito em todos
os teus feitos e considero a obra das tuas mãos” (Sl. 143:5).
Não
há dúvida de que um dos melhores meios de vencermos uma tensão interior seja a
mentalização de textos bíblicos relacionados com a paz, serenidade,
tranquilidade, calma, quietude e segurança. Pastos verdejantes, águas
tranquilas e refrigério para a alma.
A
opção espiritualmente correta é meditar na Santa Palavra de Deus, que conduzirá
o ser humano pelo único e verdadeiro caminho para a cura interior e vida eterna
– Jesus Cristo. Você está cansado? Jesus disse: “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos
aliviarei” (Mt. 11:28). Em Jesus encontramos paz e tranquilidade, e
aprendemos a ouvir a voz do Espírito.
Quanto
mais tempo passarmos na presença do Senhor, mais nos assemelhamos a Ele. Nós
cristãos estamos 24 horas na presença de Deus, mas para que possamos senti-lo,
experimentá-lo e conhecê-lo em proximidade e comunhão, precisamos de separar
tempo específico para Ele e aprendermos a contemplá-lo.
Sempre
que for ler a Bíblia meditando, aproxime-se do Senhor com reverência, respeito
e temor; aquiete-se, e concentre-se nEle e deseje vê-lo; ouça o Espírito de
Deus; contemple seus grandes feitos, sua muita grandeza, seus atributos e
caráter; admire-se de sua beleza e perfeição; comungue espírito com Espírito. Sinta
o gozo da comunhão; não perca a sintonia espiritual, nem desvie a atenção. Ouça
a voz divina.
Meditação
é abrir a Palavra e esquadrinhar as Escrituras em busca do tesouro; é ponderar
cada palavra; é relembrar e experimentar a ação do Espírito sobre nosso
espírito e mente; é segurar a Palavra de Deus em seu coração até que tenha
afetado todas as fases de sua vida... esta é a verdadeira meditação.
e)
Leia a Bíblia toda. Ler a bíblia toda, de Gênesis ao Apocalipse, é o sonho
de muitos cristãos, mas, poucos conseguem este feito. A bíblia sagrada nem no
tamanho é um livro comum, ela é composta por 66 livros, sendo 39 livros no
Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento. O Livro Sagrado contem livros
extensos como o livro profético de Isaias, ou o poético de Salmos, com 150
capítulos. Possui também livros pequenos, como II João, com apenas 13
versículos, levando o título de menor livro da Bíblia.
A Bíblia é a revelação progressiva da verdade. Isto é,
nada é dito duma vez, nem uma vez por todas. É comum um assunto começar num
livro e daí prosseguir através de muitos outros, até que o assunto se
complete. Por exemplo: a doutrina da Redenção, vai do livro de Gênesis ao de
Apocalipse. Não podemos entender uma carta recebida, lendo-a um pouco aqui, um
pouco ali, mas, de modo completo. A Bíblia é a carta de Deus para humanidade.
Estudando-a toda, conhecemos todo o plano divino através dos séculos.
Não espere compreender a Bíblia toda. Leia Dt. 29:29;
1 Co. 13:12. Na Bíblia há dificuldades e mistérios insondáveis, isto porque,
sendo ela a Palavra de Deus, é inesgotável. É de se esperar que Deus saiba mais
que o homem... Um Deus sobrenatural deve ter um livro sobrenatural. Uma mente
finita, limitada e deficiente como a nossa, não pode abranger as coisas
infinitas de Deus (Rm. 11:33, 34).
Muitos deixam de ler a Bíblia, e outros perdem o
interesse nela só porque não compreendem tudo o que lêem. Ora, quando na
refeição, encontramos um osso, espinha ou qualquer coisa estranha, deixamos
isso de lado e continuamos a comer. Façamos assim no tocante à Bíblia. Deixemos
as dificuldades de lado e continuemos a comer. Quanto a este particular,
tenha-se em mente o Salmo 25:14 e 1 Corínrios 2:9-14.
Há
uma riqueza insondável em ler a Bíblia toda! É a única maneira de conhecermos a
verdade completa dos assuntos tratados na Bíblia, visto que a revelação de Deus
mediante ela é progressiva. Como pensa compreender um livro que nem sequer leu
ainda? Podemos ler a Bíblia toda, porém jamais a compreenderemos toda. Sendo a
Palavra de Deus, ela é infinita. Mesmo as mentes mais férteis do mundo são
incapazes de abarca-la completamente. Não há no mundo ninguém capaz de esgotar
ou dissecar a Bíblia.
f)
Porque ler a Bíblia toda?
Vivendo
numa época em que as riquezas estão acima de conhecer a Deus, apesar da Bíblia
dizer o contrário, ou seja, não é pelo facto de buscarmos riquezas que o
conhecimento de Deus é revelado, ler a Bíblia toda para conhecer a Deus é a
chave para prosperar e recebermos provisão para todas as nossas necessidades. O
Senhor Jesus conta a parábola do rico e Lázaro. O homem rico vivia de maneira
abastada, sem preocupações com outras coisas, e à sua porta vivia um mendigo
chamado Lázaro. Um dia os dois morrem, sendo que Lázaro vai para o seio de
Abraão e o rico para o sofrimento eterno. O homem rico então pede para voltar,
para avisar aos seus irmãos para não seguirem o seu caminho em vida e serem
salvos. Aí o Senhor Jesus diz de uma maneira bem clara que eles têm a Palavra
de Deus para lhes fazer isso, seria necessário apenas ler e praticar (Lc.
16:19-31). É meditando na Palavra que nós prosperamos (Js. 1:8).
Finalizando,
devemos ler a Bíblia toda, porque Jesus diz: “Vós estais limpos pela Palavra que vos tenho dado” (Jo. 15:3). Se
eu não leio a Bíblia toda, se não a examino, pratico ou a vivo, conforme Jesus
ensina, se não alimento a minha vida dela todos os dias, como poderei crescer
(Sl. 119:105)? Por isso Jesus vencendo a tentação do diabo, quando este queria
que Ele lhe fizesse muitas coisas, o Senhor lhe respondeu dizendo: “Não só de pão viverá o homem, mas de toda
Palavra que sai da boca de Deus” (Lc. 4:4). A Palavra que sai da Boca de
Deus está escrita na Bíblia Sagrada, porque foi Deus quem mandou escrevê-la (2
Pe. 1:21)
Vamos
ler a Bíblia toda, pois é a única maneira de não sermos enganados, não
enganarmos, não sermos prejudicados, não prejudicar e com isso agradarmos a
Deus e mantermos uma vida equilibrada, com uma fé equilibrada e podermos operar
o sobrenatural diante da Glória de Deus.
3. Alcance do Conhecimento da Palavra
de Deus
O
estudo da Palavra de Deus é uma necessidade que se impõe ao crente por causa do
grande alcance divino que ela tem. O seu estudo determinará nossa conduta no
relacionamento com Deus, não só em conhece-lo, mas também para preservarmos
nossa salvação nestes últimos dias, visto que muitas heresias têm surgido mesmo
no meio evangélico, enganando até aos que servem a Deus, mas que não desfrutam
de um conhecimento bíblico maior. O seu estudo preparará o crente para
responder àqueles que lhe pedem a razão da fé que nele há (l Pe. 3:15). Isto
implica no facto de que o testemunho cristão só é válido quando fundamentado no
conhecimento e prática da Palavra de Deus. Faz o obreiro aprovado quanto ao
correto manejo da palavra da verdade (2 Tm. 2:15). Homens e mulheres que
manejam bem a Palavra de Deus! Eis uma das grandes necessidades da Igreja do
Senhor neste século! Acresce a fé do crente quanto ao facto de que as
Escrituras são a infalível Palavra de Deus (Is. 34:16).
O
valor espiritual das Escrituras tende a arreigar-se em nossa convicção á medida
da nossa aplicação à sua leitura. Dá luz e entendimento aos simples (Sl.
119:130). A ignorância espiritual do crente não se dá pela ausência de formação
académica, mas pela falta de apego à revelação divina manifesta nas Escrituras.
Todas
as pessoas têm fé, porém a fé verdadeira que traz à existência o impossível, só
pode existir através do conhecimento da Palavra de Deus. Deus opera por meio de
Sua Palavra: “A palavra que sair da minha boca, não voltará para mim vazia” (Is.
55:11a); “Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti” (Sl.
119:11).
É
só estudando e orando por nós mesmos que seremos capazes de realmente saber qual
é a vontade de Deus para as nossas vidas. Ninguém é tão sábio como pensa quando ignora o valor da Palavra de
Deus, nem tão indouto como possa imaginar quando ama o livro da lei do Senhor.
O
alcance do estudo da Palavra de Deus, não é
“dominar as escrituras” ao ganhar grandes quantidades de conhecimento sobre
Deus, mas sim permitir que “as escrituras nos dominem” através da aplicação de las em
todas as áreas de nossas vidas
4. A Aplicação da Palavra de Deus
Nunca leia somente para instruir o próximo. Tome a
Bíblia primeiro para a sua edificação. Há pessoas que, na leitura da Bíblia,
tudo o que é bênção, conforto, promessas, aplicam a si mesmas; tudo o que é
ameaça, exortação, avisos, repreensão, castigo, aplicam aos outros. Quando ler
a Bíblia, pergunte sempre a Deus, como fez Josué diante do mensageiro
celestial: “Que diz o meu Senhor ao seu
servo” (Js. 5:14) ?
A
Palavra de Deus é como um espelho. Devemos usar esse espelho para examinar a
nós mesmos. Devemos permitir que a Palavra de Deus nos afete. Ela deve afetar cada aspeto de nossas vidas diárias. Ela deve
afetar o nosso modo de agir, falar e tratar os outros, e deve afetar as
decisões que tomamos. Ela fará a diferença em nossas
vidas, se a aplicarmos.
Há
uma diferença no saber e no fazer. A fim de termos um andar mais perto de Deus,
devemos fazer as duas coisas. Devemos ler e estudar a Palavra, e depois devemos
aplica-la às nossas vidas. Devemos permitir que a Palavra nos transforme.
Devemos viver a Palavra. Somos a luz do mundo e sal da terra. Não devemos
esconder a luz debaixo do alqueire, ou atropelar o sal sob os pés. Devemos ler
e estudar a Palavra para encontrar o que Deus quer que façamos, e, em seguida,
devemos avaliar a nós mesmos de acordo com a Palavra. Depois de sabermos o que
a passagem bíblica significa (interpretação), nós somos responsáveis por
colocá-la em prática na nossa própria vida.
A
diferença básica entre a Bíblia e os outros livros que lemos ao longo da vida,
é que não temos nenhuma obrigação moral de obedecer ao que estes ensinam,
enquanto que a Bíblia é um livro escrito não apenas para ser lido, mas também,
e principalmente, para ser obedecido e aplicado.
a)
Aplique a Bíblia à sua vida. A leitura da Bíblia dia após dia faz com que seu
conteúdo se torne extremamente familiar para nós. A memorização de versículos
bíblicos faz com que eles se tornem parte da nossa maneira de pensar e estejam
prontos para uso tanto na vida pessoal como ministerial. No entanto, devemos ir
além da leitura e da memorização. A Bíblia é um livro sobre o qual devemos nos
debruçar em estudo, aplicando o coração e nossas habilidades, munidos de
ferramentas apropriadas para extrair as verdades que devem guiar o viver
cristão e precisam ser comunicadas no processo de discipulado e aconselhamento
bíblico.
Quanto
mais lermos a Bíblia, mais seremos capazes de discernir as diferenças entre
quem somos e o que Deus quer que sejamos. Em Tiago 1:22-25 a Palavra de Deus é
comparada a um espelho. Quando olhamos para a Bíblia com atenção, nós vemos um
reflexo de nós mesmos, que permite identificar as áreas onde precisamos fazer
alterações. Tiago adverte, no entanto, que não devemos ser como as pessoas que
andam longe de um espelho e imediatamente esquecem como se parecem, mas devemos
continuar a olhar e continuar a fazer aquilo que ouvimos olhando para ele. Você
tem que substituir os seus velhos hábitos destrutivos por novos e construtivos.
Aplicação
é o passo entre saber o que a Bíblia diz e fazer o que diz.
A
aplicação é profundamente pessoal - única para cada indivíduo. Ele está fazendo
de uma verdade relevante uma verdade pessoal, e que envolve o desenvolvimento
de uma estratégia e de um plano de ação para viver a sua vida em harmonia com a
Bíblia.
Esta
transformação pessoal quase sempre requer um esforço de equipe, é provável que
se tentar voar sozinho falhe. Sabia que é de nenhum valor conhecer a letra das
Escrituras, se contudo não se dispor a obedecê-la? Satanás conhece a Bíblia e é
capaz de citá-la decoradamente como fez diante de Jesus enquanto o tentava no
deserto (Mt. 4:6). Acontece que esse conhecimento do tentador não é capaz de
diminuir, ainda que por um pouco, a impiedade e a maldade do seu vil coração.
Aplique
a Bíblia na sua vida. Conhecer a Bíblia sem aplicá-la á nossa vida não nos dá
proveito algum. A Bíblia aplicada em nossas vidas nos separa do pecado (Sl.
119:11). Aplicando a Bíblia à nossa vida, sem dúvida poderemos dizer como disse
o salmista Davi: “Escondi a tua palavra
no meu coração, para eu não pecar contra ti” (Sl. 119:11).
b)
Aplique a Bíblia às necessidades do mundo.
A verdadeira beleza de caráter; a verdadeira paz, alegria e felicidade; o
verdadeiro propósito e significado na vida encontram-se somente em ser um
discípulo voluntário e que ama o Senhor Jesus Cristo e que aplica a Bíblia às
necessidades do mundo. Isso requer um compromisso diário da sua parte. Cada dia
você precisa colocar no seu coração o propósito de seguir fielmente o exemplo de
Cristo e permitir que o “fruto do Espírito” (Gl. 5:22, 23) encha a sua vida. Se
seguir com fidelidade diariamente, tornar-se-á cada vez mais parecido com o seu
Mestre e Senhor. Certamente, o objetivo de todo o cristão é ser conformado com
a imagem de Cristo (veja 2 Coríntios 3:18). Que Deus o abençoe na sua caminhada
e, como Cristo, tenha seus olhos nos objetivos celestiais, sabendo que após a
cruz, vem a coroa.
O conhecimento académico tem ajudado os
estudiosos do comportamento humano a detetar os problemas que afligem a nossa
sociedade. No entanto, têm fracassado na análise das causas e na aplicação de
soluções nestes problemas. Por exemplo: é impressionante ver como homens que
ignoram a Bíblia atribuem a violência e outras anomalias que afligem a sociedade
contemporânea, a causas, como a pobreza e o analfabetismo. Eles não conseguem
olhar o mundo e ver as pessoas como Deus as vê: caídas, espiritualmente pobres
e carentes de Deus.
No
contexto de toda esta confusão, o crente e estudioso da Bíblia tem grande
vantagem sobre as demais pessoas. Com o jornal da cidade numa das mãos e a
Bíblia na outra, ele é capaz de detetar tanto os problemas quanto de aplicar
eventuais soluções a eles. Ele vê o mundo moribundo, espiritualmente enfermo. “Toda a cabeça está enferma e todo o corpo
fraco. Desde a planta do pé até à cabeça não há nele coisa sã, senão feridas, e
inchaços, e chagas podres, não espremidas, nem ligadas, nem nenhuma delas
amolecida com óleo” (Is. 1:5, 6). Tudo isto porque, como disse João: “...todo o mundo está no maligno” (l Jo.
5:19).
5. A Bíblia é Tudo Quanto Diz Ser
Para
além de a Bíblia afirmar ser inspirada e inerrante, ser de Deus e sem erro em
tudo o que aborda, ser o relato do trabalho de Deus na história. Suas
declarações proféticas a respeito de Jesus, conter
as palavras de Deus e ser a fonte da religião cristã, é também o que diz ser a
seguir:
a)
A Bíblia é poder eterno. Quanto a isto, diz o salmista: “Para sempre, ó Senhor, a tua palavra
permanece no céu” (Sl. 119:89). Outros escritores da Bíblia corroboram esta
declaração (Is. 40:8; l Pe. 1:25). Sendo a Palavra de Deus, esta verdade tem
sido confirmada através da preservação sobrenatural deste livro singular.
A Bíblia fornece o caminho que nos conduz à paz e à
felicidade nesta vida e vida eterna com o nosso Pai Celestial.
Então Paulo declarou
corajosamente que não se
envergonhava do “Evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus
para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego.
Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o
justo viverá da fé. Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade
e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça. Porquanto o que de
Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as
suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder,
como a sua divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão
criadas, para que eles fiquem inescusáveis” (Rm. 1:16-20).
E este poder tem sido
manifesto em nossas vidas! Todos os que estão salvos podem afirmar que mudança
que o poder do Evangelho operou em suas vidas! Quando estávamos sem Cristo,
destituídos da promessa, sem esperança e sem Deus no mundo, Ele nos vivificou e
nos fez participantes da família de Deus. Por este poder eterno!
b)
A Bíblia é poder salvador (Rm. 1:16). Os estudiosos
chegaram à conclusão de que o conhecimento humano, nestes últimos vinte anos,
tem dobrado a cada cinco anos. A sofisticação do mundo hodierno é algo com que
jamais sonharam os nossos pais. Cumpre-se fielmente o vaticínio de Daniel 12:4,
segundo o qual “o saber se multiplicará”. Mas, o que de concreto isto trouxe
para a humanidade? Muito pouco, uma vez que a necessidade do homem é algo afeto
à sua alma. Deste modo, onde quer que as boas-novas de salvação sejam pregadas,
homens e mulheres, dos mais diferentes níveis sociais, aceitam a Jesus e se
convertem dos seus pecados a Deus.
A
Bíblia, por incorporar o Evangelho, é o “poder de Deus para salvação” (Rm. 1:16).
Este poder está no
evangelho, a palavra de Deus. O evangelho de Deus não é apenas a história de
Jesus na terra, mas é tudo aquilo que Deus falou em todas as eras. Tudo o que
Deus fala é a verdade, é puro, e estas são as características do evangelho, a
verdade e a pureza. Este evangelho tem um poder, um potencial para operar a
salvação. Neste versículo acima, Paulo começa a esboçar o assunto da salvação
que será esmiuçado no restante da carta aos Romanos, e ele já começa dizendo
que a salvação tem inicio no evangelho, na palavra de Deus. Salvar um homem,
resumindo, é transformá-lo de tal maneira, da forma que Deus planejou para que
os homens sejam: mansos e humildes, pessoas boas segundo o padrão divino e não
segundo o padrão humano.
A
Bíblia é poder Salvador, porque faz seu apelo ao nosso amor, revelando que Deus
nos ama, apesar de sermos indignos disso; porque nos apresenta um ideal
perfeito, que a nossa consciência aprova e que o nosso entendimento renovado
deseja imitar; porque nos ocupa constantemente com o bem, e com tudo o que é
santo e puro; porque nos traz novidade de vida no poder do Espírito Santo; porque
nos fala de um futuro galardão, do qual o nosso atual gozo espiritual é o
penhor; porque nos dá garantias da fidelidade de Deus em conceder a salvação, porém,
muitos ignoram que o evangelho é dirigido ao homem na forma dum édito. É
pregado a todos para ser crido e obedecido, (At. 5:32; Rm. 2:8; 10:16; 2 Tm. 1:8;
Hb. 5:9; l Pe. 4:17).
c)
A Bíblia é poder santificador (Sl. 119:9). Nenhum livro
do mundo tem igual poder de conduzir o homem à comunhão com Deus e à
santificação, como a Bíblia. Na verdade, é impossível ler o Livro Santo de Deus,
de todo o coração, e não se desejar que as bem-aventuranças do evangelho façam
parte da nossa vida. Um certo homem de Deus percebeu tão bem isto, que foi
levado a dizer: “Ou a Bíblia o afasta do pecado, ou o pecado o afasta da Bíblia”.
Nas
suas páginas discorrem a trajetória do pecado na vida do homem, a ação eficaz
da obra redentora de Jesus e o poder santificador do Espírito Santo na
pós-justificação. A sua relevante autoridade não se limita somente em
demonstrar conceitos teológicos, mas também como eles podem se tornar efetivos
na vida do ser humano. Assim, seu escopo final revela-se como um livro
teológico que busca a transformação evidente na vida do homem que rejeitará o
pecado, passando a aceitar a verdadeira
vida de santidade que implica, sobretudo,
na transformação pessoal operadas pelo poder do Espírito Santo, que ocorre efetivamente depois que nos
rendemos à vontade de Deus e que é refletida nas atitudes da vida
quotidiana, a fim de expor a veracidade das obras de justificação, perdão,
reconciliação, santificação no “modus
vivendi”.
Vemos
deste modo, que a verdadeira santificação não consiste em ritos e cerimónias
religiosas, mas em vida e bênçãos de procedência sobrenatural e divina.
A
autoridade da Bíblia no que respeita ao conceito de santificação que significa
tornar santo; e ser santo significa ser separado ou consagrado para uso
exclusivo de Deus, é afirmada e demonstrada pelo seu poder santificador. O
Senhor orou pelos seus discípulos: “Santifica-os
na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo. 17:17). A nação de Israel ainda
há-de ser santificada pela ação da Palavra da verdade. O próprio Deus declara: “Mas este é o concerto que farei com a casa
de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu
interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o
meu povo” (Jr. 31:33).
Tudo
o que as Escrituras ensinam acerca da união entre o crente e Cristo, e da
habitação do Espírito Santo, revela o caráter sobrenatural de nossa
santificação. Os homens não se podem fazer santos a si mesmos; sua santidade e
seu crescimento na graça não se devem à sua própria fidelidade, nem à sua
firmeza de propósito, nem à sua vigilância e diligência, embora tudo isso seja
exigido, mas devem-se à influência sobrenatural de Deus pela qual eles se
tornam assim fiéis, vigilantes e diligentes, e a qual produz neles os frutos do
Espírito Santo. “Sem mim”, disse nosso Senhor, “nada podeis fazer”. Assim como
o ramo não pode por si mesmo produzir fruto, a não ser que permaneça na
videira, tampouco podeis vós, a não ser que permaneceis em mim. A mão não
depende menos da cabeça para manter sua vitalidade, do que o crente de Cristo
para manter a vida espiritual na alma.
d)
A Bíblia é poder restaurador (Lc. 4:18, 19).
Para muitos a Bíblia é um livro cuja mensagem nada tem de singular ou especial.
Evidentemente existem aqueles que pregam a Bíblia e o fazem com pouco ou nenhum
poder de convencimento. Deste modo os seus ouvintes não auferem toda a riqueza
e favor divinos oferecidos pelo Evangelho. Mas, quanto à sua natureza, não é
assim a Bíblia. Como Palavra de Deus ela é capaz de tirar o miserável do meio das
cinzas, soerguê-lo e levá-lo a se assentar nas regiões celestiais em Cristo Jesus
(Ef. 1:3)
Os
capítulos 36 e 37 do livro do profeta Ezequiel resumem a destruição e
restauração de Israel. Na sua assolação, Israel é assemelhado a um vale de
ossos secos. Do que depende então a sua completa restauração? Depende da ação
poderosa da Palavra de Deus. Quanto a isto, regista o profeta: “Então me disse: Profetiza sobre estes ossos,
e dize- lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do Senhor. Assim diz o Senhor Jeová a
estes ossos: Eis que farei entrar em vós o espírito, e vivereis” (Ez. 37:4,
5).
A
Bíblia dizendo que o mesmo poder que ressuscitou Jesus dos mortos, o mesmo
poder que tirou Cristo da sepultura e O exaltou, fazendo com que se sentasse no
trono, o poder do Espírito Santo, está dizendo que o mesmo poder pode agir em
nós, operar em nós, se manifestar em nós! Aleluia!
A
Palavra de Deus é o remédio para o problema do homem. É através da palavra de
Deus, a Bíblia, pregada e ensinada, que os mortos espirituais viverão. A
Palavra de Deus é viva (Hb. 4:12) e comunica vida. Aqueles que receberem de bom
grado essa Palavra serão por ela transformados, vivificados.
A
Palavra de Deus tem poder não apenas para influenciar, inspirar, mas para
transformar uma vida em frangalhos em obra-prima novamente. O melhor
restaurador de vidas é o Senhor Criador dos céus e da terra, que com suas
“pinceladas” tira toda a poeira acumulada por um viver de correr atrás do
vento, de auto-suficiencia, de errar o alvo, e nos faz novos de novo. E o sopro
renovador do Espírito pode ser experimentado quando lemos Sua Palavra. Uma
Bíblia amarrotada é sinal de que tem sido utilizada, e aquele que se alimenta
da Palavra da Vida está sempre revigorado.
A
Palavra de Deus é a grande profecia, e para acioná-la é preciso estar
conectado, ligado em comunhão com Aquele que é o nosso criador e Senhor.
e)
A Bíblia é poder revelador (2 Pe. 1:19). Só Deus conhece
o futuro e só a sua Palavra, a Bíblia Sagrada, regista esse conhecimento de Deus
quanto ao porvir. Só a Bíblia regista com detalhes vivos qual o destino das
nações, o triunfo futuro da Igreja, a bem-aventurança dos santos e a maldição
eterna a ser derramada sobre os ímpios. (Dn. 2:19-44; Mt. 25:31-41; Ap. 20:10, 15).
“E o Senhor disse-me: Viste bem: porque eu
velo sobre a minha palavra para a cumprir” (Jr. 1:12). A fidelidade de Deus
determina a infalibilidade da Sua Palavra e o cumprimento da profecia.
Há
um poder revelador na Bíblia. Ela nos ensina tudo referente a Deus. Ela nos
apresenta tudo o que é necessário, não só para uma reta e elevada conceção de
Deus, como também tudo o que devemos conhecer a respeito dos nossos deveres
para com Ele e para com o nosso próximo.
Ela
testifica e prova a sua autoridade de ser uma revelação dada aos homens. Como
diz o salmista, a exposição da Palavra de Deus dá luz; dá entendimento aos
simples (Sl. 119:130). Todas as revelações de coisas celestiais e terrenas, do
tempo e da eternidade, do bem e do mau, são derivadas da Palavra de Deus.
Como
diz o escritor da Epístola aos Hebreus, na verdade a Palavra de Deus, viva,
eficaz e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, é apta para
revelar o escondido e até mesmo as intenções do coração do homem.
Seca-se
a erva e caem as flores, mas a palavra de nosso Deus subsiste eternamente (Is
40:8).
Assim
como, as misericórdias do Senhor, a sua Palavra é nova a cada manhã.
f)
A Bíblia é Poder Capacitador (At. 1:8). Certo irmão
indagou se o trabalho espiritual cansa o obreiro de Deus. Ele esperou que a
resposta fosse dada negativamente. Porém, a que ouviu é que sim, o ministério
cristão cansa. Os evangelhos nos mostram vários exemplos. João 4:6, diz que Jesus,
cansado do caminho, assentou-se junto ao poço de Jacó. De facto, aqueles que
dão tempo integral para o Evangelho, sabem que quando estão desanimados e as
forças lhes faltam, o apego à Palavra de Deus, seja pela leitura ou pela
simples meditação, torna as suas forças inteiramente renovadas,
impulsionando-os a andar e a cumprir mais uma etapa da longa caminhada. O
capítulo 10 de Daniel nos informa que esse servo de Deus passou por
experiências semelhantes no meio de intenso trabalho, secular e espiritual, e
por causa das contínuas visões e revelações divinas. Só a Palavra do Senhor lhe
recobrava o ânimo “lhe restaurava as forças”.
g)
A Bíblia é poder de esperança (2 Pe. 3:9).
O vazio da alma humana, gerado pelo pecado, que afasta o homem de Deus, tem
sido ocupado pelo pavor e pelo desespero (Gn. 3:6-10; Is. 48:22; 59:2). Apesar
dos esforços dos estadistas bem-intencionados, o futuro da humanidade é pouco
animador. Os conflitos políticos e raciais destroem os povos. Moléstias sem
conta desafiam as pesquisas no campo da medicina. Há um vazio no coração do
homem que não atenta para o Seu Criador (Jó 8:13; Sl. 106:19-21). A Bíblia,
porém, tem uma mensagem de esperança para aqueles que estão aprisionados nas
garras destruidoras do desespero e do medo. O homem pode confiar no socorro e
livramento de Deus desde que O busque de todo o coração (Is. 55:6, 7; Sl. 121).
Tinha razão Agostinho quando disse que o homem foi feito por Deus e para Deus,
e não encontrará a completa felicidade enquanto não repousar em Deus.
6. A Bíblia na Vida da Família
Cristã
Uma
vez que a família é uma instituição divina, é de se esperar que ela dê lugar à
operação da Palavra de Deus nas vidas dos seus membros. Desde os mais remotos
tempos da história do povo de Israel, a bênção e a prosperidade estão
condicionadas à observância da Palavra de Deus. Veja Deuteronómio 6.1-9:
a)
A Bíblia é a constituição divina (Dt. 6:1, 2).
A Bíblia inteira, do Gênesis ao Apocalipse, regista os mandamentos, os
estatutos e os juízos promulgados por Deus. Deste modo a Bíblia se constitui na
carta magna da família temente a Deus, que deseja atravessar incólume as
borrascas morais e espirituais que se abatem sobre a ímpia sociedade.
b)
A Bíblia deve ser obedecida (Dt. 6:2, 3). Todos os
membros da família (pais, filhos e netos) são desafiados a guardar os estatutos
e os mandamentos do Senhor. Multiplicadas bênçãos são prometidas à família que
lê e observa a Bíblia, o compêndio das leis divinas.
A
vontade de Deus foi e sempre será a melhor alternativa para a vida. Quando se
toma decisões com base na vontade de Deus, pode-se descansar com a certeza de
que os resultados contribuirão para o verdadeiro sucesso. Entretanto, descobrir
a vontade de Deus não é um desafio pequeno e, por isso será muito importante
analisarmos, ainda que de forma resumida, alguns meios de detetar a vontade
específica de Deus para a vida.
Na
busca da direção de Deus para determinadas decisões, é importante ter em mente
alguns princípios. O primeiro é que deve-se ter total disposição em obedecer às
orientações de Deus, pois de que valerá Ele revelar-nos Sua vontade se não
estivermos dispostos a obedecê-la? A vontade de Deus deve ser obedecida
incondicionalmente!
c)
A Bíblia inspira amor a Deus (Dt. 6:4, 5).
As pessoas tendem a se amar menos à medida que desconhecem a Bíblia e o Deus
que as criou. A família cristã, porém, é chamada a se constituir num modelo de
amor e de obediência a Deus. Ao Israel dos seus dias, e a nós hoje, escreve o
profeta Moisés: “Amarás pois o Senhor teu
Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder”
(Dt. 6:5).
A
Bíblia é uma fonte incrível de encorajamento e inspiração. Um cristão que se está
sentindo em baixo pode pesquisar as escrituras para uma mudança de atitude. Um
dos assuntos mais inspiradores e edificantes na Bíblia é o amor de Deus por nós
que ele demonstrou, enviando Jesus para morrer pelos nossos pecados. Se você
está fazendo um estudo bíblico sobre este assunto, tente memorizar as
escrituras e deixe o amor de Deus brilhar através de si.
A
Bíblia nos inspira a amar a Deus e Seus termos, de acordo com a forma como ele
define o amor. Jesus quer de nós o amor que lhe permite assumir as nossas
vidas.
d) A Bíblia deve afetar todo o
nosso ser (Dt. 6:6). “E estas
palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração”. A palavra “coração”,
aqui empregada, não se refere àquele músculo propulsor do sangue que pulsa em
nosso peito. No sentido bíblico, o vocábulo coração refere-se à totalidade do
nosso ser. Paulo compreendia assim, quando disse: “A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria,
ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos
espirituais; cantando ao Senhor com graça em vosso coração” (Cl. 3:16). Para
ser fiel à vocação que Deus lhe deu a viver no mundo, a família cristã deve
permitir que a Palavra de Deus exerça influência sobre cada um de seus membros,
em seu viver diário.
Como
Palavra de Deus, a Bíblia exerce poderosa e benéfica influência que afeta todo
o nosso ser onde quer que seja difundida. “Porque
a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de
dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e
medulas, e apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração” (Hb.
4:12, 13). Deus mesmo afirma – “Assim
será a palavra que sair da minha boca; não voltará para mim vazia” (Is. 55:11),
e o apóstolo Paulo fala do evangelho como o “poder de Deus” e da transformação
gerada por este mesmo evangelho na vida do que o aceita – “É nova criatura: as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram
novas” (2 Co. 5:17).
A
Bíblia apresenta-se a si mesmo como alimento (Am. 8:11), como fogo (Jr. 23:29),
como luz (Sl. 119:105), como leite (1 Pe. 2:2), como mel e como ouro (Sl. 19:10),
como espelho (Tg. 1:23-25), como martelo que esmiúça a penha (Jr. 23:29), como
espada (Ef. 6:17) e como semente (1 Pe. 1:23).
Estas
passagens da Bíblia, se postas em prática, modificarão completamente não só a
situação do mundo, eliminando a corrupção e as injustiças sociais, como também
a nossa vida.
e)
A Bíblia deve ser o tema da família (Dt. 6:7, 8).
A ordem divina quanto à observância da Palavra de Deus dada aos pais era: “E as
intimarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo
caminho, e deitando-te e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão e
te serão por testeiras entre os teus olhos”. Dentre as boas lembranças da minha
vida cristã destacam-se, evidentemente, os momentos em que alguém passava com a
Bíblia aberta diante de mim e de meus irmãos, expondo a Palavra de Deus.
Famílias
precisam de apoio. Existem muitas situações que colocam em risco uma vida
familiar saudável. Quando famílias ficam desamparadas, o efeito se nota não
apenas dentro do lar, mas também na sociedade. É bom para a sociedade que as famílias
sejam amparadas.
Esses
princípios da vida em família, para servirem de apoio às famílias, devem ser
ensinados. Por isso é que ressaltamos o valor da Bíblia na família. Quando
marido e esposa procuram na Bíblia como viver uma vida matrimonial agradável a
Deus, eles recebem esse apoio. Quando pais e filhos procuram na Bíblia como
viver uma vida agradável a Deus, eles recebem esse apoio. Quando irmãos e irmãs
procuram na Bíblia como viver uma vida agradável a Deus, eles recebem esse
apoio.
No
entanto, se as pessoas buscarem em outras fontes o fundamento de sua vida familiar, elas
perdem esse apoio tão necessário para uma vida abençoada e feliz.
Uma
boa família cristã é aquela que se alinha com os princípios bíblicos e na qual
cada membro compreende e cumpre o seu papel dado por Deus. A família não é uma
instituição concebida pelo homem. Ela foi criada por Deus, e ao homem foi dada
a responsabilidade de administração sobre ela. A unidade básica da família
bíblica é composta por um homem, uma mulher - a esposa e os seus descendentes
ou filhos adotivos. A família estendida pode incluir parentes por sangue ou
casamento, tais como avós, sobrinhas, sobrinhos, primos, tias e tios. Um dos
princípios básicos da unidade familiar é que envolve um compromisso ordenado
por Deus para a vida dos membros. O marido e a esposa são responsáveis
por segurá-lo em conjunto, a atitude atual de nossa cultura, não obstante.
Embora o divórcio seja solicitado e concedido muito facilmente em nossa
sociedade, a Bíblia nos diz que Deus odeia o divórcio (Ml. 2:16).
Conclusão
Se
a Bíblia é o que dizemos ser para a nossa vida, guardemo-nos da atitude
farisaica de lê-la e, inclusive, proferi-la sem que ela seja parte inseparável
do nosso caráter.
No
princípio da Obra Pentecostal em Portugal e noutras partes do mundo, era muito
comum ouvir-se pessoas não-crentes se referirem aos pentecostais como “os
Bíblias”, decorrente do apego ao livro e à prática da Bíblia. Deveríamos nos
penitenciar diante de Deus pelo nosso gradual afastamento das verdades e
virtudes do Evangelho propugnadas na Bíblia.
Que
Deus nos ajude a ler e a amar a Sua Palavra, que é o poder de Deus que nos leva
a conhecer dia a dia mais de Deus e de seu propósito. Que Deus nos ajude a
meditar e a chorar sobre a palavra de dia e de noite, a obedecê-la em nossa
vida diária, e a lutarmos firmemente contra a perversão dessa Palavra pelos
falsos mestres e falsos profetas de nossos dias. Que a Sua Palavra seja de facto,
nosso guarda e guia! Essa palavra está aí à nossa disposição, nas nossas casas,
na nossa mesa de trabalho, no nosso computador. Essa palavra é o poder de Deus
revelado ao homem.
“Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e
luz para o meu caminho” (Sl. 119:105.
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