Número total de visualizações de páginas

segunda-feira, 11 de março de 2013

Zaqueu, O Chefe Dos Publicanos


Texto: Lucas 19:1-10

Zaqueu é um nome grego, que significa: puro, limpo. Só pelo facto do seu nome ser grego podemos ver que Zaqueu era um judeu que temia a Deus, mas estava se helenizando em busca de aceitação. Ele era um homem rico, um colector de impostos para o governo de Roma em Jericó.  
Os judeus consideravam os publicanos como traidores e desprezíveis pelo facto de estarem ajudando Roma a extorquir Israel. O carácter dos publicanos não era dos mais confiáveis, porque, geralmente, cobravam grandes somas de dinheiro, além do estipulado por Roma em benefício próprio, e por esta razão eram taxados de imundos cerimonialmente e pecadores (Lc. 3:12-13 e Mt. 9:11).
 O sistema de recolhimento de impostos era um sistema sujeito a abusos. Roma franqueava ao publicano uma determinada área, pela qual ele seria responsável para arrecadar impostos, e lhe era estipulada a quantia anual que deveria ser recolhida, mas os colectores cobravam taxas bem superiores ficando com o excedente. Alguns colectores aceitavam suborno dos ricos diminuindo a taxa deles e sobrecarregando os pobres para compensar. Em Lucas 19:2 está escrito:  “Eis que um homem chamado Zaqueu, maioral dos publicanos e rico, procurava ver quem era Jesus...” 
O povo se sentia massacrado com tantos impostos. Para alimentar a realização de seus sonhos ambiciosos o Império Romano precisava de uma grande soma de dinheiro. A manutenção dos exércitos, a construção de anfiteatros, estradas, era altamente dispendioso para alimentar as ambições de Roma, e para encher seus cofres os romanos cobravam pesados impostos. Além dos tributos cobrados por Roma, o Rei Herodes impunha pesadas taxas para satisfazer a sua sede de construir. Além destas taxas o povo contribuía com o dízimo para a manutenção do Templo.  
Zaqueu era o publicano mais importante de Jericó, estes homens responsáveis por determinadas regiões poderiam empregar outros publicanos ou seja sublocar a região (mediante uma taxa), pela qual era responsável, Zaqueu era o maioral de Jericó, ele recebia uma grande quantia de dinheiro. Os judeus não aceitavam o facto de que um irmão estivesse trabalhando para usurpadores. “Existe uma linha fina entre a nossa convivência com o mundo e a assimilação, a carência ou a sede pelo poder pode nos levar a uma total assimilação com a forma de pensar e agir do mundo”. No Egito, os capatazes que chicoteavam os escravos eram judeus (Êx. 5:14 a 18). Quando irmão começa a oprimir irmão por causa da ganância esta é a síndrome do esfriamento do amor.
O ódio que os judeus sentiam pelos publicanos é o mesmo que sentiam os franceses por seus compatriotas que recolhiam impostos para Hitler, quando a França estava ocupada pelos Nazistas.
Zaqueu por ter baixa estatura, o que para ele o incomodava, tentava compensar tentando sobressair em outras áreas da sua vida. Sendo judeu ele estava exercendo uma das posições mais odiadas pelo seu povo. Ele tentou ser aceito ganhando posição e dinheiro, mas logo descobriu que continuava a ser rejeitado, porque por ser judeu não era aceito pelos romanos e por estar ajudando a Roma não era amado pelos judeus. Na ânsia de buscar aceitação de ambos grupos terminou encontrando o desprezo total.
Zaqueu se sentia rejeitado na vida social e religiosa, este isolamento provocou feridas profundas. Ele também precisou de enfrentar problemas familiares, porque seus filhos e sua mulher também se sentiam rejeitados, todos sabiam que ele era rico, porque estava oprimindo o povo de Israel. No seu interior Zaqueu sofria com o conflito do isolamento, ele descobriu que o dinheiro não podia comprar o amor. “Foi neste contexto, que Zaqueu começou a ouvir sobre um homem que amava de forma incondicional, um homem que tocava em leprosos, conversava com mulheres, dava atenção às crianças, restaurava prostitutas”. Tenho a certeza que Zaqueu pensou no seu interior: “Como seria bom se Jesus pudesse vir a minha casa conversar comigo, como seria bom sentir este amor e aceitação”!  
Zaqueu não tentou ganhar a atenção ou impressionar Jesus com o seu dinheiro, ele queria só ver aquele que todos diziam saber amar. Na verdade Zaqueu estava pedindo amor, mas não se aproximou de Jesus, por temer a dor da rejeição uma vez mais, dor profunda e tão conhecida.
Sendo homem rico e conhecido em Jericó não temeu o ridículo, diante de uma limitação física (a sua baixa estatura) ele subiu em uma árvore para ao menos ver aquele que amava de forma incondicional. Não foi pequeno o esforço de Zaqueu, pois um sicômoro é uma espécie de figueira de oito a quinze metros de altura. Com tronco curto e galhos que se espalham muito. Zaqueu não desistiu diante da impossibilidade, ele se valeu do que estava ao seu alcance para superar este impedimento. “Ele se despojou do orgulho e usou algo simples como uma árvore, para encontrar o verdadeiro amor, às vezes ficamos pensando que precisamos de muitos diplomas, muito conhecimento teológico para termos intimidade e conhecimento profundo de Jesus, mas para conhecê-Lo basta darmos um passo a mais além da multidão”.  
A multidão queria a bênção, mas Zaqueu desejava conhecer Aquele que abençoa, mais do que as bênçãos, ele desejava simplesmente a Sua atenção e o Seu amor.
Ao subir na árvore Zaqueu estava confessando diante de todos, que reconhecia que Jesus era mais importante do que o seu dinheiro e a sua posição. Você teria a coragem de se expor e de se despojar desta forma diante de todos? Jesus disse, que se não nos tornássemos como crianças não entraríamos no Reino dos céus. Uma criança não se importa com a opinião dos outros, uma criança age com naturalidade e não teme o ridículo, uma criança é simples, pura, perdoadora, aberta para aprender.
Uma criança confia de forma plena em seus pais e é espontânea em seus sentimentos. Zaqueu subiu na árvore com o coração simples de uma criança. A sua atitude foi a mesma de uma criança ao se atirar no colo do pai para receber um abraço. “Os nossos esforços e a nossa busca não passam desapercebidos aos olhos de Jesus, pois Ele é amor, esta é a Sua natureza e Ele não rejeita ninguém que Dele se aproxima”. Ao passar por aquela árvore Jesus levantou os olhos em direcção a Zaqueu e disse: “Olhando para cima, disse-lhe: Zaqueu desce depressa, pois me convém hoje ficar em tua casa. Ele desceu a toda a pressa e O recebeu com alegria” (Lc. 19:5-6)  
Jesus o chamou pelo nome e esta foi uma forma de começar a curá-lo, pois todos o conheciam como o cobrador de impostos, o publicano, mas Jesus não chamou Zaqueu pelo rótulo imposto pela sociedade, Ele o chamou pelo nome, honrando-o diante dos olhos de todos.
Tenho a certeza de que quando Jesus levantou seus olhos, que este não foi um olhar qualquer, mas um olhar cheio de amor e aceitação, que transmitia exactamente tudo o que Zaqueu vinha procurando há tanto tempo. Foi este olhar cheio de amor que levou o publicano a descer tão depressa daquela árvore.  
Jesus foi a casa de Zaqueu, que o recebeu como convidado de honra e com muita alegria. “A atitude de amor e a aceitação de Jesus gerou em Zaqueu um verdadeiro arrependimento ou seja uma mudança de caminho”. Zaqueu era um homem que temia a Deus e conhecia a Sua Palavra, mas precisava simplesmente de cura emocional e amor. Algumas vezes homens poderosos e inflexíveis são desarmados com a simples arma do amor, muitas vezes uma busca desenfreada pelo poder mostra fome por amor.  
Eu disse que Zaqueu conhecia a Palavra de Deus, porque quando declarou a Jesus, que daria a metade dos seus bens e restituiria quatro vezes mais a todos os que ele tivesse prejudicado, ele estava citando o que está escrito na Bíblia sobre restituição, portanto ele tinha temor no seu coração: “Se um homem ou uma mulher prejudicar alguém essa pessoa estará ofendendo ao Deus eterno e por isso será culpada. Terá que confessar o pecado, devolver tudo e pagar mais vinte por cento para a pessoa que foi prejudicada..." (Nm. 5:7; leia também Êx. 22:1)   
O amor faz desabrochar o nosso potencial, a bondade de Zaqueu estava enterrada debaixo de camadas de feridas de rejeição, bastou o amor de Jesus para que tudo viesse à tona. Zaqueu na verdade deu muito além do que a lei manda, ele tinha um coração doador, que estava amarrado pela dor da rejeição.  
Recentemente alguns pesquisadores encontraram numa das pirâmides do Egito um pouco de semente de trigo que datava da época de Faraó. Para surpresa de todos, quando estas sementes foram plantadas elas frutificaram. Estas sementes estavam guardadas, escondidas há séculos esperando simplesmente um lugar propício para que frutificassem, durante todo este tempo, a vida estava no interior da semente. Da mesma forma o nosso potencial pode ficar enterrado por muito tempo à espera de um ambiente propício para frutificar. O amor é esta terra fértil que faz com que a vida que está em nosso interior desabroche diante dos olhos de todos.
Resumo:
O interesse de Zaqueu em ver Jesus
a)  Havia ouvido falar de Jesus.
b)  Havia ouvido falar dos milagres.
c) Havia ouvido falar das maravilhas.
d) Havia ouvido falar do poder de Jesus.
Assim como Zaqueu, as pessoas buscam por novidade para preencher o vazio do seu interior. Muitos buscam em religiões, seitas, ocultismo, drogas, bebidas, violência, etc.
A condição de Zaqueu
1.     Cobrador de impostos.
2.     Rico e ladrão
3.     Vazio
4.     Rejeitado.
Apesar de tudo, não estava conformado com sua vida vazia, sem alvos, sem amigos, porque sendo cobrador de impostos dos próprios compatriotas judeus, era odiado. Quase sempre as riquezas distanciam o homem de Deus (Lc. 18:24-25).
O encontro de Zaqueu com Jesus
1.     Ele se preparou para se encontrar com Jesus – correu para a pessoa certa.
2.     Jesus vai ao seu encontro – sempre o Senhor se deixa achar por aqueles que querem ter um encontro com Ele.
3.     Jesus faz o maravilho convite – “Desce depressa. Hoje me convém pousar em tua casa”.
Foi um convite Imperativo! Hoje Ele faz o mesmo convite para si! Jesus quer passar e repousar em nossas vidas, em nossa casa. (Somos morada do Espírito Santo).
Jesus também queria ter esse encontro. Pronta resposta – “Zaqueu desce depressa”: Acção imediata. Jesus quer operar uma transformação rápida na vida da pessoa.
Jesus na casa de Zaqueu
1.     Zaqueu recebeu Jesus em sua casa.
2.     Recebeu-O com alegria, solícito, estava pronto.
3.     Deu sinais de arrependimento. Ele restituiu às pessoas o que lhes devia e que havia defraudado.
4.     Jesus Liberou a salvação na vida de Zaqueu e em sua casa
Aplicação
O que faria se Jesus fosse hoje à sua casa?
Abra o coração com alegria. Ele quer entrar hoje, a fim de ficar para sempre consigo. Talvez haja obstáculos a considerar, mas veja os obstáculos enfrentados por Zaqueu. Murmuravam contra Zaqueu:
1.     Homem imundo pecador.
2.     Homem ladrão (roubava os judeus).
3.     Mesmo diante das murmurações Zaqueu não recuou.
4.     Ficou firme na decisão de encontrar-se com Jesus.
5.     Havia ouvido falar das maravilhas que Ele operara
No encontro com Deus vai Confrontar seus pecados. Quando Jesus nos confronta os pecados, não o faz para condenação, mas para salvação. O Caminho é estreito:
1.     Quando tem que descer da árvore.
2.     Quando se enfrenta a murmuração.
3.     Quando se enfrenta a zombaria.
4.     Quando se leva Jesus para casa.
5.     Quando somos confrontados por Ele quanto aos nossos pecados.
O que você roubou?
O que é devido a Deus, tempo da família, dos pais, dos filhos, dos amigos em tempo, obediência, etc.
O que Deus espera de si:
1.     Primeira coisa: Arrependimento.
2.     Segunda coisa: Restituição.
3.     Terceira coisa: Entrar no caminho da Salvação
Salvação é arrependimento e restituição
1.     Zaqueu precisava de se encontrar com Jesus.
2.     Hoje você também necessita desse encontro com Deus.
Que Deus o abençoe muito em nome de Jesus Cristo!