Número total de visualizações de páginas

sábado, 1 de junho de 2013

Conhecendo a Voz de Deus

As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem” (Jo. 10:27).
Introdução
O ser humano foi criado para se relacionar com Deus. O relacionamento que o Criador propõe é prazeroso, completo e, por isso, Ele não se contenta com algo superficial, por isso, as ovelhas a quem Deus fala com clareza e certeza, e que não seguem falsos mestres, mas que conhecem a voz do seu Senhor, vivem pela sua voz, são guiadas por sua voz, consoladas por sua voz e orientadas em todas as coisas por sua voz! Esta é uma grande característica do povo santo: não se deixa confundir quanto à voz de Deus. Eles a conhecem - ouvem-na; são governados por ela. Ela é certa, constante e inconfundível.
Génesis 3:8 diz que Adão e Eva “ouviram a voz do Senhor Deus”, o que significa que Deus sempre teve um povo guiado exclusivamente pela sua voz. Abraão veio a ser o pai de muitas nações porque ouvia e obedecia à voz de Deus. “E em tua descendência (de Abraão) serão benditas todas nações da terra; porque obedeceste à minha voz” (Gn. 22:18). “Porque Abraão obedeceu à minha voz, e guardou o meu mandamento, os meus preceitos, os meus estatutos e as minhas leis” (Gn. 26:5).
Moisés não fazia nada sem ouvir a voz de Deus:E o clangor da buzina ia aumentando cada vez mais: Então Moisés falava, e Deus lhe respondia por uma voz” (Êx. 19:19). “E o Senhor lhe disse” (Êx. 19:21). “Então disse Moisés ao Senhor” (Êx. 19:23). “Então falou Deus” (Êx. 20:1). Moisés e Deus falavam um com o outro como amigos íntimos.
Deus sempre buscou um povo que honrasse e temesse a sua voz. Deus disse a Moisés: “Ajunta-me o povo, para que eu os faça ouvir as minhas palavras, e aprendam a temer-me todo o tempo em que viverem na terra, e as ensinem a seus filhos” (Dt. 4:10). “Então o Senhor vos falou do meio do fogo. Vós ouvistes as palavras, mas além da voz, não vistes figura nenhuma” (Dt. 4:12). “Ou se algum outro povo ouviu a voz de Deus falar do meio do fogo, como tu a ouviste, e tenha ficado vivo” (Dt. 4:33). “Desde os céus ele te fez ouvir a sua voz para te ensinar... ouvistes as suas palavras” (Dt. 4:36). “E dissestes... ouvimos a sua voz... hoje vimos que Deus fala com o homem, e que este permanece vivo” (Dt. 5:24).
Samuel ouviu de modo claro a voz de Deus. Quando ele a ouviu, ela era tão clara que “nenhuma de todas as suas palavras deixou cair em terra” (1 Sm. 3:19). “Continuou o Senhor a aparecer em Silo, e aí se manifestava a Samuel pela sua palavra. Veio a palavra de Samuel a todo o Israel” (1 Sm. 3:21; 4:1).
Davi ouvia Deus falar; e ele, por sua vez, falava com Deus. A voz de Deus era a sua alegria e vida. Disse Davi: “Disse Deus do seu santuário: Eu me regozijarei” (Sl. 60:6). “O Espírito do Senhor fala por mim, e a sua palavra está na minha boca... a Rocha de Israel a mim me falou” (2 Sm. 23:2-3).
Sabemos que Deus falou com os homens em tempos passados no Antigo Testamento, mas nestes últimos dias “falou-nos pelo Filho” (Hb. 1:1-2). E seu Filho ainda está falando com os seus filhos! Ele disse que as suas ovelhas conhecem a sua voz, e não atenderão à voz de estranhos.
Deus falou com Saulo na estrada de Damasco:subitamente o cercou um resplendor de luz do céu. E, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues” (At. 9: 3-4)? Pelo resto da vida Paulo testificou: “Ouvi a sua voz”. Diante do rei Agripa disse: “ouvi uma voz que me falava, em língua hebraica... respondeu ele... levanta-te... eu te apareci por isto” (At. 26: 14-16).
Pedro ouviu a voz de Deus e obedeceu a ela. Em oração, ouviu Deus falar: “Ouvi também uma voz que me dizia: Levanta-te, Pedro. Mata e come. Mas eu respondi: De maneira nenhuma, Senhor... Mas a voz respondeu-me do céu Segunda vez... Sucedeu isto três vezes” (At. 11:7-10).
Jesus chama a última igreja de Laodiceia para ouvir a sua voz e abrir a porta:Eis que estou à porta, e bato: se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo” (Ap. 3:20).
A voz de Deus só é ouvida pelos que se fecham com ele em oração secreta. Deus é muito cuidadoso para selecionar as pessoas com as quais fala. Fala apenas aos que dão valor à sua voz, a ponto de se isolarem do mundo inteiro para ficar a sós com ele, e esperar por ele. A voz de Deus vinha a Moisés quando ele se encontrava com Deus. A voz de Deus veio a João Batista quando estava sozinho no deserto. A voz de Deus veio a Jacó no deserto de Harã. Deus falava com Josué quando este saia do acampamento, sozinho, diante de Jericó. A voz de Deus veio a Paulo, sozinho no deserto. A voz do Pai veio a Jesus, sozinho no monte em oração.
A voz de Deus é uma voz para hoje. Conhecer a voz de Deus deve ser algo almejado por todos nós, porque o verdadeiro crente que ouve a palavra de Deus, que verdadeiramente conhece a Deus que reconhece a sua voz acima de todas as outras, nunca será escandalizado por ela. Ele sabe que ela vem de Deus e a recebe como fonte de vida e crescimento que ele dá. Na verdade, Deus quer que escutemos e reconheçamos a Sua voz! Ele deseja que estejamos absolutamente convencidos de que Ele quer conversar connosco - contando-nos coisas que nunca vimos ou ouvimos antes! Ele não fala connosco através de um frio no estômago ou por meio de vibrações ou médiuns. Ouvir e reconhecer a voz de Deus é tão natural quanto ouvir o melhor amigo conversar connosco. Além do mais, podemos ouvi-lO todos os dias e não apenas em ocasiões especiais ou ao recitar encantamentos especiais. Ele fala connosco nos momentos naturais da vida. Você quer ouvir a voz de Deus? Então você tem que estar pronto para escutá-la.
O amor é a base de todo o relacionamento de Deus para com os Seus filhos. Sendo assim, o Senhor deseja nos ensinar a reconhecermos a Sua voz, com o objetivo de que alcancemos maior intimidade com Ele.
Uma das maiores bênçãos do verdadeiro crente é ouvir e conhecer a voz de Deus. É possível ouvir a voz de Deus hoje tão certa e claramente quanto ouviram Abraão e Moisés - tão claro como a ouviram Samuel e Davi - tão nítida como a ouviram Paulo, Pedro, os apóstolos, e João na ilha de Patmos! Deus prometeu fazer a sua voz conhecida de modo inconfundível pela última vez durante estes dias do fim. Ele nos fez uma promessa e uma advertência quanto a ouvir a sua voz. Deus vai reunir um remanescente santo, separado, numa Sião espiritual e fazer sua voz conhecida a esse remanescente. “Mas tendes chegado ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial e aos muitos milhares de anjos” (Hb. 12:22).
Para conhecermos a voz de Deus, precisamos de passar tempo com Ele todos os dias, em oração, estudo da Bíblia e meditação em Sua Palavra. Quanto mais tempo passarmos intimamente com Deus e Sua palavra, mais fácil será reconhecer a Sua voz e liderança em nossa vida. Os empregados de um banco são treinados para reconhecer falsificações, pois estudam tão de perto as notas verdadeiras que se torna fácil reconhecer uma nota falsa. Devemos estar tão familiarizados com a Palavra de Deus, que saiu de Sua boca, que quando Ele nos falar ou nos guiar, saberemos de modo claro se tratar de Deus. Deus fala-nos de forma a que possamos entender a verdade. Apesar de poder falar e realmente falar audivelmente às pessoas, Ele fala principalmente através de Sua Palavra; mas às vezes através do Espírito Santo a nossas consciências, através de circunstâncias e através de outras pessoas. Ao aplicarmos o que ouvimos às verdades da Escritura, podemos aprender a reconhecer a Sua voz.
A voz de Deus que abalou a terra em gerações passadas será ouvida novamente em poder, num último abalo!Então a sua voz abalou a terra, mas agora ele prometeu dizendo: Ainda uma vez abalarei, não só a terra, mas também o céu” (Hb. 12:26). Aqui Deus está advertindo seus filhos santos, crentes. “Vede que não rejeiteis ao que fala. Se não escaparam aqueles que rejeitaram o que sobre a terra os advertia, quanto menos escaparemos nós, se nos desviarmos daquele que nos adverte lá dos céus” (Hb. 12:25).
Precisamos de estar sensíveis à voz de Deus, assim como Samuel esteve. Precisamos de ouvir a sua voz, antes de ministrar, antes de compor uma canção, antes de tomarmos qualquer decisão, precisamos de pedir a direção dele (Pv. 1, 5, 6).
 Há um Deus que se revela ao homem através do registo escrito de Sua Palavra, a Bíblia. Ela é o registo escrito inspirado da comunicação de Deus com o homem. Ela mostra em detalhes os modos pelos quais Deus fala ao homem e a resposta de indivíduos e nações à voz de Deus. A Bíblia, frequentemente, repete a frase “... assim diz o Senhor” e incidentes onde Ele falou ao homem. Isto confirma que Deus se comunica com o homem e a mulher.
Por exemplo, leia a história de Balaão em Números, capítulo 22. Deus falou a Balaão, porém ele recusou ouvir. Deus quis tanto se comunicar com aquele homem que Ele realmente recorreu ao uso de um asno. Balaão “recebeu, porém, castigo da sua transgressão, a saber, um mudo animal de carga, falando com voz humana, refreou a insensatez do profeta” (2 Pe. 2:16).
A Bíblia assegura que os crentes podem conhecer a voz de Deus. Jesus disse: “Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim... Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a mim me convém conduzi-las; elas ouvirão a minha voz; então, haverá um rebanho e um pastor... As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem” (Jo. 10:14, 16, 27).
Deus sempre tem alguma coisa importante para dizer à humanidade. Nós somos advertidos: “Assim, pois, como diz o Espírito Santo: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração como foi na provocação, no dia da tentação no deserto... Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração, como foi na provocação” (Hb. 3:7-8, 15).
A frase “hoje, se ouvirdes a sua voz”, confirma que Deus ainda fala aos homens em nossos dias assim como Ele fez nos tempos passados. A advertência para ouvir confirma que o que Ele tem para dizer é importante.
1.     A Sua Voz é “Como o som de muitas águas”
Eu vi a glória do Deus de Israel que vinha do oriente. A sua voz era como a voz de muitas águas, e a terra resplandeceu por causa da sua glória” (Ez. 43:2
O profeta Ezequiel ouviu a voz do Senhor e foi este o testemunho acerca dela: era como a voz de muitas águas! Mas esta não foi a única ocasião em que ele a ouviu desta forma. Logo no início de seu livro encontramos um relato de uma visão que o Senhor lhe dera, e nela ele comenta acerca da voz do Senhor: “Andando eles ouvi o ruído das suas asas, como o ruído de muitas águas, como a voz do Omnipotente, a voz de um estrondo, como o estrépito de um exército; parando eles, abaixavam suas asas” (Ez. 1:24).
Vale ressaltar expressões como “ruído” e “estrondo” ao se falar da voz do Senhor como a voz de muitas águas, pois neste paralelo, a verdade que se quer transmitir não está necessariamente ligada à água, mas ao barulho que ela faz. Além do profeta Ezequiel, também temos o profeta Jeremias dando testemunho disto: “Fazendo ele [Deus] ouvir a sua voz, grande estrondo de águas há nos céus, e sobem os vapores desde os confins da terra. Envia os relâmpagos com a chuva, e tira o vento dos seus tesouros” (Jr. 51:16).
Tal qual os dois profetas, o apóstolo João em seu exílio na ilha de Patmos também teve uma profunda experiência com Deus, na qual viu o Senhor ressuscitado e ouviu a sua voz; e o seu relato é idêntico aos que já vimos, mostrando ser esta uma característica pertencente à voz de Deus: “Os seus pés eram semelhantes a latão reluzente, como que refinado numa fornalha, e a sua voz como a voz de muitas águas” (Ap. 1:15).
Temos três testemunhos: o de Ezequiel, o de Jeremias e o de João. E a Bíblia diz que pela boca de duas ou três testemunhas se estabelece toda questão (2 Co. 13:1). Portanto, isto não é apenas um exemplo ou alegoria, é uma doutrina. Não é um mero detalhe em relação a uma descrição, e sim uma ênfase das Escrituras. A voz do Senhor é como a voz de muitas águas!
Deus quer que entendamos e vivamos esta verdade. Sua voz em nossas vidas deve ser como a voz de muitas águas.
2.     O Significado da “voz como de muitas águas”
Se a expressão “voz como de muitas águas” não é apenas uma menção ou detalhe, mas uma ênfase e doutrina escriturística, então é de suma importância que compreendamos o significado da terminologia bíblica. O que é ter voz como de muitas águas? Não é a quantidade de água em si que oferece o exemplo utilizado nas Escrituras, mas vimos que a expressão aparece ligada a outros termos como “ruído” e “estrondo”; o exemplo, na verdade, está ligado ao barulho das águas. Alguém pode estar no meio do oceano, olhar à sua volta e ver muitas águas, mas ainda assim estar tudo em silêncio; não é da quantidade de água em si que a Bíblia fala, mas sim de seu ruído. Embora no caso de uma queda d’água, quanto maior for o volume de água maior será também o ruído...
Eu creio que o paralelo que Deus oferece é este, o de quedas de água, cascatas, cataratas, ou qualquer outro nome que aponte para o ruído de águas, como as ondas bravias do mar, por exemplo. Até mesmo as chuvas (tempestades) são apresentadas assim neste exemplo bíblico, pois a ideia é esta: ressaltar a intensidade da voz divina.
Quando nos aproximamos de quedas de águas, podemos observar que quanto maior é o volume de água, maior será o ruído que ouviremos. Mas quando os visitantes não têm como se aproximar tanto das cataratas, podemos ouvir o ruído das águas sem que ele impeça a nossa conversa, pois é possível ouvirmos uns aos outros.
Contudo, se formos a uma catarata de menor volume de água e de queda também menor, e nos colocarmos debaixo dela ou mesmo bem próximo às pedras onde ela cai, poderemos experimentar o barulho dela encobrindo a nossa voz e impedindo até mesmo conversas, pois o provável é que ninguém ouvirá ninguém.
O ruído de muitas águas é, em outras palavras, um ruído que encobre os outros ruídos. Assim também é a voz do Senhor: Uma voz que encobre as outras vozes! E aqui deparamo-nos com um princípio poderoso: Deus quer que a sua voz chegue com tamanha intensidade em nossas vidas que cheguemos a ponto de não ouvir mais nenhuma outra voz. Ele quer que a sua Palavra prevaleça sobre toda e qualquer voz neste mundo, a ponto de se poder dizer de nossas vidas o que se disse em Éfeso: “Assim a palavra do Senhor crescia poderosamente, e prevalecia” (At. 19:20).
O que aconteceu nesta cidade da Ásia pode (e deve) acontecer connosco! Afinal não foi na cidade em si que a Palavra cresceu, mas na vida dos habitantes dela; e se ocorreu a eles pode nos ocorrer também. Quando a Bíblia fala sobre o crescimento da Palavra, fala de como ela cresce na vida das pessoas. À medida que damos espaço à Palavra do Senhor, inclinando nosso coração para ela, experimentamos uma intensidade maior de sua operação em nossas vidas.
Mas note que a Palavra não apenas crescia, mas prevalecia. E prevalecia sobre o quê? Sobre outras vozes e ruídos. Isto é que é experimentar a voz do Senhor como voz de muitas águas. É ouvi-la tão intensa e fortemente que não ouvimos mais nenhuma outra voz!
Por outro lado, há pessoas que experimentam justamente o contrário: outras vozes que vivem encobrindo a voz do Senhor em suas vidas.
Creio que há um factor determinante que diferencia um grupo do outro. A palavra de Deus não iria prevalecer na vida de um e de outro sem um motivo. O que determina esta diferença?
a)    A Distância Influencia
 Como exemplo de ruído de águas, posso citar as Cataratas, onde podemos perceber o barulho das águas sem deixarmos de conversar uma vez que, pela distância, o ruído não chega a atrapalhar-nos. E ao comentar sobre uma catarata barulhenta (mas não o suficiente para encobrir todos os outros ruídos), o faço com o propósito de chamar a sua atenção para uma outra verdade: a distância a que permanecemos da água influencia muito!
Quando nos aproximamos das quedas da água começamos a ouvir o ruído delas. Mas quando estamos no ponto de observação mais próximo, ainda podemos conversar. Porém, se houvesse um meio (seguro!) de nos aproximarmos tanto de uma das quedas, a ponto de quase nos colocarmos debaixo dela, então seria impossível conversar ou ouvir outro som, pois o barulho da água prevaleceria sobre todos os outros.
Assim se dá também com a voz de Deus. Se nos aproximarmos de sua Palavra, ela encobre as outras vozes. Mas se nos distanciarmos, podemos chegar a um ponto onde os outros ruídos acabam sendo mais altos que a Palavra de Deus em nossas vidas.
O propósito divino é que estejamos tão próximos da Palavra que ela prevaleça sobre toda e qualquer voz, abafando-a por completo.
Não estou falando do quanto você conhece ou lê a Bíblia, mas do quanto está (ou não) perto! A quantidade de água não afeta tanto como a proximidade dela... Mencionei que é possível conversar sem que o ruído da água abafe completamente a nossa voz. Mas se nos aproximarmos de uma catarata e nos colocarmos debaixo do véu de água... descobriremos que mal conseguiremos ouvir uns aos outros enquanto permanecermos debaixo daquela queda d’água.
A lição que podemos aprender com este exemplo é que o que faz a diferença não é o tanto da água que cai, mas sim se eu estou ou não próximo dela!
Semelhantemente há crentes que conhecem a Bíblia já há muitos anos, e o muito que a leram e estudaram é semelhante ao volume de águas duma grande catarata, é muita coisa! Mas não vivem próximos da Palavra, e ela não é suficiente para abafar as outras vozes em suas vidas!
Por outro lado, temos irmãos que pelo pouco tempo que servem ao Senhor, suas águas (conhecimento da Palavra) são de um volume tão menor a essa grande catarata, mas como vivem tão próximos da luz, que possuem da Palavra, ela é suficiente para prevalecer em suas vidas e abafar as outras vozes.
Portanto, não é o estar na foz da queda de águas que determina a diferença, mas é a distância a que cada um se encontra das suas águas! Se o mais novo na fé e o de menor conhecimento entram debaixo da sua catarata, e o mais velho na fé e o de maior conhecimento permanecem longe de sua catarata, em quem a Voz de Deus está chegando mais alto? É óbvio que nos que estão próximos daquilo que já possuem. É naquele que se aproxima mais, e não no que conhece mais.
A voz do Senhor será como a voz de muitas águas, encobrindo as outras vozes e ruídos, somente quando nos colocarmos próximos dela.
b)    O Que é Estar Próximo?
O estar próximo não é apenas ler e conhecer as Escrituras, mas sim permitir que o Espírito Santo trabalhe em nós com a Palavra. Por exemplo, eu posso ser um profundo conhecedor (e até ensinador) da fé bíblica; dizer às pessoas: as Escrituras dizem isto, isto e aquilo... mas na minha vida cristã, na hora em que eu precisar de exercitar a minha própria fé, posso ser vencido pela voz da dúvida. Já um cristão, novo convertido, que não tenha nenhuma bagagem tão profunda de Bíblia e nem saiba explicar a fé, pode ler uma porção da Palavra, uma promessa, e permitir que o Espírito Santo trabalhe em seu íntimo revelando a Palavra, o que fará com que ela se torne “voz como de muitas águas” em sua vida. Terá então provado o poder da Palavra do Senhor abafando a voz da incredulidade e dando-lhe vitória no combate da fé.
Não estou dizendo que não há valor em estudar e conhecer as Escrituras; todos devem dedicar-se a isto o máximo que puderem (2 Tm. 2:5). Quem dera que cada crente lutasse contra a ignorância na busca de mais e mais da Palavra de Deus. Seria uma verdadeira revolução! Mas o que quero dizer é que apenas isto não basta e nem tampouco determina o sucesso de nossa vida cristã. Precisamos de conhecer e de nos mantermos próximos da Palavra; não podemos nos distanciar.
Distanciar-se não é deixar de saber, mas sim deixar de ser sensível, viver e experimentar aquilo que conhecemos. Trata-se de perder a consciência espiritual daquela verdade e, consequentemente, impedir que o Espírito Santo prossiga trabalhando naquela área de nossas vidas.
Nestes dias o Pai Celeste está nos convocando para que nos aproximemos novamente das águas e permitamos que elas abafem as outras vozes e ruídos em nossas vidas.
3.     Há Diferentes Tipos de Vozes
 A voz é necessária para a comunicação e, no dia-a-dia, há diversas vozes que tentam alcançar nossos ouvidos.
A Bíblia revela que há muitas vozes no mundo clamando por atenção… Ouvimos muitas espécies de vozes em nossa vida espiritual. Ao escrever aos coríntios, Paulo mostrou nos capítulos 12 e 14 de sua primeira epístola, que Deus é um Deus que fala. Diz que já não mais servimos aos ídolos do mudo (1 Co. 12:2), mas ao Deus vivo que fala com cada um de nós; e então cita os dons do Espírito como um dos diferentes meios pelos quais Deus fala. Mas ao mostrar que podemos ouvir a voz do Senhor, ele também deixou claro que podemos ouvir outros tipos de vozes: “Há, por exemplo, muitas espécies de vozes no mundo, e nenhuma delas é sem significado” (1 Co. 14:10).
Lemos que não somente há línguas diferentes, mas vozes diferentes. Ouvimos muitas espécies de vozes em nossa vida espiritual; o diabo, o mundo e a carne. Nossos cruéis inimigos, tentarão de todas as formas abafar a voz de Deus em nós para que lhes demos ouvidos. Mas, por outro lado, se deixarmos a Palavra de Deus se manifestar com “voz como de muitas águas”, então as demais vozes é que serão encobertas e a Palavra do Senhor prevalecerá.
Há muitos tipos de vozes no mundo. Às vezes sentimo-nos pressionados a dar ouvidos a uma voz que não se harmoniza com a de Deus. Reconhecemos que a voz do Senhor diz o oposto, sabemos que estamos errando, mas ainda assim, ficamos de tal maneira presos que acabamos por seguir na direção errada. E depois nos frustramos, condenamos e lamentamos.
1)    Quais são estas vozes no mundo?
a)  A Voz do Homem - A voz do homem é fácil de reconhecer. A voz do homem pode parecer bonita, mas não significa que fale a vontade de Deus. Por isso, temos de tomar cuidado. Há muitas vozes que falam connosco dizendo ser de Deus, mas não são. São vozes humanas que manifestam o desejo do coração humano. É a voz audível de outro ser humano: “Então, Pedro e os demais apóstolos afirmaram: Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens” (At. 5:29).
Um exemplo disso ocorreu com Davi. Reinou em Israel, construiu palácios, teve descanso temporário das guerras e desejou construir uma casa para Deus. O profeta Natã disse para fazê-lo de acordo com o seu coração, (2 Sm. 7:3), mas Deus não o deixou dormir. Ele teve de voltar ao palácio e, agora, tinha de falar a Davi as exatas palavras de Deus.
De facto, temos de ter cuidado, pois em muitos momentos, ouvimos vozes de homem e não de Deus. Algumas vezes a voz do homem pode dar um conselho sábio, porém em qualquer momento em que a voz do homem entrar em conflito com a voz de Deus, devemos obedecer à voz de Deus e à do homem.
b) A Voz de Satanás - A voz do diabo é mansa, mas destruidora. Há várias situações, no contexto bíblico, em que pessoas deram ouvido à voz de Satanás e o resultado foi trágico. A voz de Satanás foi ouvida pela primeira vez pelo homem quando ele falou aos ouvidos de Eva no Jardim do Éden, e ela pecou (Gn. 3:1, 4-5). A voz de Satanás mente, engana, e sempre tenta levar o homem a pecar e a distanciar-se de Deus. Você pode facilmente reconhecer isto quando ler em Mateus 4:1-13 sobre a tentação de Jesus no deserto, onde Cristo o venceu pela Palavra de Deus. Ele sempre fala para destruir, nunca para edificar a vida de alguém. Você ainda pode estudar exemplos de conversas que Satanás teve com Deus em Jó 1:7-12 e 2:1-6.
Espíritos malignos também têm vozes: “Achava-se na sinagoga um homem possesso de um espírito de demónio imundo, e bradou em alta voz: Ah! Que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste para destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus” (Lc. 4.33-34)!
Algumas vezes a voz de Satanás é realmente audível quando os demónios usam as cordas vocais de um homem (ou mulher) possesso. Com muita frequência, contudo, Satanás fala com uma voz audível. Ele fala mentira, engano, e pensamentos pecaminosos para sua mente.
Temos de estar com os ouvidos ligados no Espírito Santo para discernir entre a voz de Deus e a do inimigo. Tenhamos cuidado, porque o diabo tenta falar aos nossos ouvidos, mas em lugar de dar atenção à sua voz, é necessário repreendê-lo em o nome de Jesus e pela Palavra de Deus. Só assim será possível evitar desastres na vida cristã.
c) A Voz do Ego - A voz do ego é o homem falando a si mesmo. Você pode ler os exemplos disto em Lucas 16:3 e 18:4, e em Jonas 4:8 onde o profeta desejou morrer. A Bíblia adverte o seguinte sobre a voz de ego: “Eu sei, ó Senhor, que não cabe ao homem determinar o seu caminho, nem ao que caminha o dirigir os seus passos” (Jr. 10:23).
4.     Precisamos de Aprender a Ouvir a Voz de Deus.
A voz de Deus nem sempre diz o que queremos ouvir, mas habitualmente diz o que precisamos escutar. Basta haver disposição para ouvi-la e, principalmente, colocá-la em prática. Precisamos de estar preparados e o discernimento é um pré-requisito fundamental para percebermos que Ele está realmente falando connosco. O Espírito Santo sempre fala aos nossos ouvidos: “Quem têm ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas” (Ap. 2:7).
Deus fala de diversas maneiras. Pode ser pela pregação, pela leitura bíblica, pela palavra profética. Ou através de uma criança, da natureza, da experiência de pessoas idosas; enfim, o Senhor fala da forma que julgar necessário. Isso porque Ele conhece cada pessoa: suas características pessoais, seu caráter, sua personalidade, seu temperamento. Quando quer, fala diretamente ao nosso coração. Por isso é importante aprendermos a ouvir a voz de Deus (1 Sm. 3:4).
Jesus disse que os crentes poderiam conhecer a voz de Deus e diferenciá-la de outras vozes: “Para este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome as suas próprias ovelhas e as conduz para fora. Depois de fazer sair todas as que lhe pertencem, vai adiante delas, e elas o seguem, porque lhe reconhecem a voz; mas de modo nenhum seguirão o estranho; antes, fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos” (Jo. 10:3-5).
Como precisamos de aprender a ouvir a voz de Deus, a receber dEle uma orientação direta e clara para as nossas vidas! Precisamos de ouvir a voz de Deus para nos dar força, para vencer, para continuarmos lutando, para sermos consolados e confortados. No desespero de ouvir a voz de Deus, muitos procuram horóscopos, adivinhos, cartomantes, necromantes, feiticeiros, tarô, etc. Mas essas são vozes de engano e morte, são vozes do “ladrão e salteador”, daquele que não é o nosso Pastor (Jo. 10:1). Hoje, como nunca, precisamos de aprender a ouvir a voz de Deus, que é uma voz audível, mansa, suave e que traz direção, proteção e salvação para a nossa vida!
É importante adquirir a prática de ouvir a voz de Deus. Ouvir não com o ouvido, mas com o coração. Ouvir a Deus é colher no coração o que Ele inspira. A resposta do Senhor é semeada no nosso coração, no mais íntimo do nosso ser, no mais profundo de nós mesmos, no cerne de nós mesmos, lá onde Deus habita, lá onde Deus mora.
Precisamos de aprender a ouvir a voz de Deus. Se não tivermos a facilidade de ouvir a Deus, se não tivermos habilidade de ouvi-Lo, arriscaremos em primeiro lugar a nossa vida, e depois a vida de muita gente.
A sabedoria de Deus está ao nosso alcance. Precisamos de captá-la, e a verdade é que a sabedoria divina é posta em nós, lá no centro de nós mesmos, mas rodeada de muito barulho, de muito ruído. Não que Deus não queira, mas porque já há muito ruído dentro de nós: mil vozes, mil coisas, mil preocupações a nosso redor. É difícil nós podermos fazer silêncio, podermos parar e entrar dentro de si mesmo. O mundo nos solicita o tempo todo.
É barulho de rádio, de televisão, de carro, de rua, de máquina, e nós nesse torvelinho. E por causa disso, o barulho está na nossa cabeça. Parece que nos acostumamos com aquele barulho, com aqueles sons, e a nossa cabeça vai no mesmo ritmo dos barulhos ao nosso redor. Temos de treinar a entrar em nós mesmos, e é por isso que Deus vem em nosso auxilio e nos dá Seus dons.
Precisamos de estar atentos à voz de Deus que é uma voz audível, mansa, suave e que traz direção para as nossas vidas, que nos dá força para vencer, proteção e salvação!
a)    A Voz de Deus é Audível (Jo. 10:3, 27).
Todos podem ouvir a voz de Deus. Todas as ovelhas escutam e identificam a voz de Deus. As ovelhas de Jesus o seguem porque ouvem e conhecem a Sua voz (Jo. 10:4). Na experiência do profeta Elias, quando fugia de Jezabel e se escondeu numa caverna, Deus falou com ele. E a voz de Deus foi audível, clara e nítida, mas também foi uma voz “mansa e delicada” (I Rs. 19:12). Deus tem falado ao homem desde a sua criação. Abra a Sua Bíblia em Génesis e leia os capítulos 1 a 3. Estes capítulos registam a criação do mundo e dos primeiros seres humanos, Adão e Eva. Desde o tempo da criação, Deus comunicou Sua vontade para o homem. Ele deu instruções específicas a Adão e Eva. Eles deveriam dar nomes aos animais, cuidar do jardim, ter amizade um com o outro, e reproduzir-se para povoar a terra. O mais importante de tudo é que eles deveriam manter uma íntima comunhão com Deus. Esta comunhão íntima com Deus os capacitou a conhecer a voz de Deus. Quando Deus falou, Ele comunicou Seu plano a eles: “E o Senhor Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn. 2:16-17).
Pela voz de Deus a Sua vontade foi revelada a Adão e Eva. Eles poderiam comer livremente de toda a árvore no Jardim, com a excepção da árvore do conhecimento do bem e do mal. “Quando ouviram a voz do Senhor Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim. E chamou o Senhor Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estás” (Gn. 3:8-9)?
É o pecado que separa o homem de Deus. Deus não retira a Sua presença do homem. Por causa do pecado, o homem saiu da presença de Deus. O pecado resulta em um coração endurecido. A Bíblia adverte: “Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração, como foi na provocação” (Hb. 3:15).
Deus deseja se comunicar com o homem, porém a comunicação requer reciprocidade. Deus nos fala de um modo ou de outro, em sonhos, visões... (Jó 33:14-18), mas nós é que não temos parado para ouvir a Sua voz e obedecê-Lo. Abra o seu coração e o seu entendimento para poder ouvir e obedecer a voz de Deus!
b)    A Voz de Deus Traz Direção (Jo. 10:3-4 e 27).
O pastor é aquele que dirige as suas ovelhas ao aprisco, às águas, ao alimento e à segurança. Aquele que é o pastor das ovelhas tem o interesse e o cuidado para, através da sua voz, oferecer direção segura para o seu rebanho. E instruções e ensinamentos em cada situação da nossa vida e tudo isso é maravilhoso, incomparável. Se tem ouvido alguma voz que tenta dirigir a sua vida para o mal, para a destruição, para o pecado, então essa voz não vem de Deus! As ovelhas de Jesus jamais ouvirão esse tipo de voz, pois elas sabem perfeitamente que não é a voz do seu bom pastor.
Qual tem sido a voz a que tem dado ouvidos? Tem sido a voz que o conduz ao mal, ao pecado ou a voz que dirige a sua vida para o bem e para afastá-lo do pecado? Ouça a voz de Deus e mude a sua vida, tome uma nova direção!
c)     A voz de Deus traz salvação (Jo. 10:28).
Em nossos dias, muitas são as vozes que se levantam para anunciar caminhos de salvação! Vozes que afirmam existir salvação pela prática de boas obras, salvação por voltar a viver inúmeras vezes, salvação através dos ET´S, salvação pelas meditações, vozes que anunciam salvação até para quem já morreu, bastando apenas passar por um calorzinho e aí será salvo. Tem vozes que anunciam não existir salvação ou vida após a morte. Outras vozes anunciam que não precisamos de nos preocupar com isso agora, que devemos deixar isso para depois. São todas as vozes de engano e mentira! A voz do nosso bom pastor, Jesus, anuncia que a salvação está exclusivamente e unicamente em ouvi-Lo, obedecê-Lo e segui-Lo fielmente! Só Jesus é o único caminho para a salvação (Jo. 14:6)!
A Voz de Deus nos convida para receber gratuitamente a Salvação que só Jesus nos oferece (Jo. 10:28 “eu lhes dou a vida eterna...”). Se ainda não tomou a sua decisão ao lado de Jesus, então chegou a sua vez! A voz de Deus o convida, mansamente, para receber Jesus em seu coração como seu Senhor e Salvador. Diga sim para essa voz de Deus! E se já é salvo, cuide em ouvir somente a voz de Deus, para não perder a salvação, pois o adversário das almas anda ao derredor procurando a quem possa devorar (1 Pe. 5:8).
É fundamental ouvir a voz de Deus se quisermos desfrutar do seu plano eterno para nossas vidas. Ouvir a Deus é uma decisão pessoal; ninguém pode tomá-la por nós. Deus não irá nos obrigar a escolher a Sua vontade, mas fará tudo o que puder para nos encorajar a dizer sim aos Seus caminhos.
Ele deseja se envolver nos mínimos detalhes de nossas vidas. A Palavra de Deus diz que devemos reconhecê-lo em todos os nossos caminhos e Ele endireitará as nossas veredas. Reconhecer a Deus significa simplesmente nos importarmos com o que Ele pensa e pedir a Sua opinião. Não pense que é capaz de governar a sua vida e fazer um bom trabalho sem a ajuda e a direção de Deus. A maioria de nós demora tempo demais para aprender esta importante lição.
Através da leitura da Palavra, aprendi que Deus realmente quer falar connosco e que Ele tem um plano para as nossas vidas que nos levará a um lugar de paz e contentamento. É da vontade Dele que tenhamos conhecimento de Seu plano através da Sua direção divina.
Deus é paciente, benigno, gentil, simpático, bondoso, seguro, confiante, simples, não é orgulhoso, não é rude, não se ira com facilidade, não é melindroso, não se lembra dos erros por nós cometidos, não se alegra com derrotas e mentiras, é protector, confia sempre, tem esperança, nunca desiste, Ele nunca falha.
 Se O conhece, certamente ouvirá a voz de Deus! Se O ouve, certamente saberá qual a real vontade de Deus para a sua vida!
Jesus disse que as suas ovelhas reconhecem a sua voz e a seguem (Jo. 10:27), pois ela é a única voz que apazigua o nosso coração ao ouvi-la é a voz de Nosso Senhor Jesus Cristo, a voz do coração. Mas isso requer uma aprendizagem, como aconteceu com Samuel 3:1-14. Vamos tirar algumas lições desse texto, que podem nos levar a ouvir e a entender a voz do Senhor.
1) Precisamos de Ter Revelação da Palavra de Deus (v. 7).
É diferente conhecer as coisas do Senhor e conhecer o Senhor, assim como é diferente conhecer a palavra e ter a palavra manifestada (revelada) em nossa vida.
A primeira ferramenta que Deus usa para nos mudar é a Sua Palavra. Por meio da Palavra temos todas as instruções, conselhos e direção para nossas vidas. Devemos repetir que a Palavra que gera transformação é a Palavra Rhema, ou seja, a palavra revelada. Palavra revelada é aquela que eu consigo aplicar na minha vida. São os “rhemas” de Deus os que nos alentam, exortam-nos, edificam-nos. São as respostas de Deus, procedentes de Sua Palavra, que nos enchem o coração de certeza, gozo e paz. A igreja é purificada das impurezas do mundo pela lavagem da água pela palavra “rhema”, (Ef. 5:26).
Jesus disse que as Suas palavras são espírito e vida (Jo. 6:63), e que o Espírito Santo nos ensinaria todas as coisas (Jo. 14:26), nos guiaria a toda a verdade (Jo. 16:13) e nos faria lembrar de tudo (Jo. 14:26). A Palavra de Deus é um tesouro insondável de sabedoria e conhecimento (Rm. 11:33) e o Senhor nos concedeu o Seu Espírito, que penetra até mesmo as profundezas de Deus (1 Co. 2:10), para que O conheçamos e prossigamos em conhecê-Lo (Os. 6:3). O Espírito Santo derrama sobre nós a unção para realizarmos a obra de Deus. Esta unção em nós é que nos revela a Palavra de Deus para que a possamos pregar, ministrar ou ensinar de modo que essa Palavra revelada gere vida, transformação, saúde, libertação e tudo o mais que o Senhor queira realizar através dela.
A Palavra de Deus nos compara a ramos que precisam permanecer na videira, para serem alimentados de sua seiva (Jo. 15:1-5). O Espírito Santo opera para que a vida de Jesus domine a nossa vida cada vez mais (2 Co. 3:18; 4:10; Ef. 4:13). Ele é a Videira Verdadeira e Seu Espírito conduz à Verdade revelada da Palavra (Jo. 16:13-14), aperfeiçoando-nos (Jo. 15:2), levando-nos a usufruir de intimidade com o Pai. Quando o espírito e a alma se expõem à Palavra revelada, ela opera ensinando, corrigindo, aperfeiçoando para um ministério frutífero (Cl. 3:16; Pv. 6:23).
Precisamos de ter revelação da Palavra de Deus. Para isto é preciso aprender a conviver com o Espírito Santo, pois Ele faz fluir em nós, e por nós, a água viva (Jo. 7:37-39), que procede do trono de Deus. A Palavra revelada resulta em vida abundante para nós e para os outros (Jo. 10:9-10; 2 Co. 9:6; At. 4:33).
De diversas maneiras e em muitas situações, o Espírito Santo vai usar a Palavra revelada de Deus para gerar vida em nós: A Palavra revelada conduz o homem à salvação (Rm. 10:13-15; At. 10:1-48; At. 2:36-41) porque ela é o poder de Deus para salvação (Rm. 1:16). A Palavra de Deus revelada no coração do homem gera fé para salvação (Rm. 10:17). Ela nos revela o Salvador (Jo. 20:31).
2) Podemos Confundir a Voz de Deus Com a Voz Humana (vs. 4-5).
Assim como Samuel achou que era Eli quem o chamava, muitas vezes Deus está falando ao nosso coração e achamos que é pensamento humano. Outras vezes, Ele está usando alguém para falar connosco e tratamos como palavra de homens.
É importante saber que Deus nos deu a Sua Palavra como vara de medir e regra de fé e vida prática. Deus não é homem para mentir nem filho de homem para ter que se arrepender. Ele é fiel à Sua Palavra e vela para que esta se cumpra. Então, a voz de Deus jamais poderá contrariar a Sua Palavra, a Bíblia Sagrada. Deus revela através da Bíblia toda a Sua vontade e jamais fará algo contra Sua própria vontade, que é boa, perfeita e agradável. A voz de Deus é incofundível. O filho de Deus, a ovelha do Senhor conhece a Sua voz e Lhe obedece; jamais será confundido, pois está firmado, alimentado e vivificado pela Palavra.
Se qualquer outra voz tenta confundi-lo, defenda-se com a Palavra. Não se deixe levar por vozes estranhas, mas ouça a voz de Deus no coração e seja submisso à Sua Palavra.
3) Os Mais Experientes Podem nos Ajudar a Reconhecer a Voz de Deus (vs. 8-9).
Assim como Eli, em sua experiência, ajudou o menino Samuel a ouvir o Senhor, devemos ser humildes e acatar o conselho daqueles que nos lideram na fé.
Chega um momento na nossa vida em que Deus quer falar connosco de uma forma especial, ele nos deu dons e talentos, que para desenvolvermos precisamos da orientação de uma pessoa mais velha. Os mais velhos já ouviram a voz que estamos ouvindo mas não compreendemos quem é que chama.
Samuel não compreendeu por ele mesmo que era a voz de Deus quem lhe falava. Eli compreendeu por Samuel e o direcionou.
4) Ouvir a Voz de Deus Requer de nós Atenção e Consagração (v. 10).
Temos que parar com tudo, nos reservar só para Deus, a fim de que ele nos fale. Daí a importância de termos diariamente um tempo pessoal de busca ao Senhor. Samuel teve que aprender a parar e dar atenção ao que o Senhor lhe queria falar. Na agitação, correndo de um lado para o outro e preocupados com nossos problemas, não conseguiremos discernir a Palavra.
A Bíblia ensina que Deus espera que nos consagremos inteiramente a Ele – tudo o que temos e o que somos. Isto inclui dedicar a Ele o nosso corpo, tempo, recursos, dons e talentos; como também ter a atitude de nos afastar do pecado e renunciar a tudo quanto desagrada ao Senhor.
Com a nossa consagração nós realmente honramos a Deus e podemos ter a certeza de ouvir a voz de Deus e de que não há impedimentos para a ação do Senhor Deus todo-poderoso na vida de alguém que pertence totalmente a Ele, e do cumprimento de Suas promessas em nossas vidas.
5) Quando levamos a sério o que Deus nos fala, Ele passa a usar-nos como seus porta-vozes (vs. 19-21).
Aos que ouvem a voz de Deus e proclamam a sua palavra, Ele respalda e usa como profetas.
Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim... Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a mim me convém conduzi-las; elas ouvirão a minha voz; então, haverá um rebanho e um pastor... As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem” (Jo. 10:14, 16, 27).
Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou” (Jo. 6:38).
5.     A Voz e a Vontade
A maior honra e o maior privilégio do homem é ouvir a voz de Deus e fazer a Sua vontade. Isso é que o Senhor Jesus ensinou aos seus discípulos. Houve uma ocasião em que ele disse que somente aqueles que fizessem a vontade de seu Pai é que entrariam no reino dos céus (ver Mt. 7:21). Semelhantemente, declarou que seus verdadeiros irmãos são aqueles que fazem a vontade de Deus (ver Mt. 12:5).
Os crentes frequentemente perguntam: “qual é a vontade de Deus para mim?” Porém, o que é que nós realmente queremos dizer quando dizemos que desejamos conhecer a vontade de Deus? Isto significa que queremos conhecer Seu plano geral para as nossas vidas. Nós queremos a Sua direcção nas decisões específicas para que façamos escolhas sábias. Nós desejamos Sua direcção nas circunstâncias da vida. A questão que nós devemos estar perguntando é “Como podemos conhecer a voz de Deus?” Conhecer a voz de Deus resulta em descobrir a vontade de Deus.
Essa ênfase foi devidamente transmitida pelos apóstolos à sua própria geração. Pedro declarou que Deus liberta os homens do pecado para que possam fazer a Soa vontade (Ver 1 Pe. 4:1-2). Paulo asseverou que os crentes foram novamente criados, em Cristo Jesus, a fim de que possam andar na vereda que Deus já havia traçado para eles. Por essa mesma razão exortou ele os crentes de Éfeso para que não fossem insensatos, mas que compreendessem qual era a vontade do Senhor para as suas vidas (ver Ef. 2:10 e 5:17). Também orou pelos crentes colossenses no sentido de que ficassem cheios do conhecimento da vontade de Deus. E revelou-lhes que o seu cooperador, Epáfras, também estava orando em favor deles, para que pudessem cumprir toda a vontade de Deus (ver Cl. 1:9 e 4:12). E o apóstolo João ensinou que somente aqueles que fizessem a vontade de Deus permaneceriam para sempre (Ver 1 Jo. 2:17).
Infelizmente, em nossos dias e nesta geração, essa verdade não é salientada senão raramente. Isso explica a superficialidade e a falta de poder dos crentes comuns de nossa época. Os homens são exortados a virem a Jesus meramente para receberem perdão. Mas nos tempos apostólicos dizia-se a todos que o perdão de pecados era apenas o prelúdio de uma vida dedicado ao cumprimento de todo a vontade de Deus.
Deus quer que conheça a Sua vontade: “Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor” (Ef. 5:17).
O trecho de Atos 13:22 parece dar a entender que Davi era chamado “homem segundo o próprio coração de Deus” porque desejava fazer exclusivamente a vontade de Deus. O próprio Davi, em outra porção bíblica, diz-nos que ele se deleitava em fazer a vontade de Deus (ver Sl. 40:8). Davi não foi um homem perfeito. Cometeu muitos pecados, alguns bastante sérios, por causa dos quais Deus teve de castigá-lo severamente. No entanto, Deus o perdoou e nele tinha prazer porque, basicamente, Davi queria fazer toda a vontade de Deus. Isso nos anima a crer que, apesar de todas as nossas imperfeições, também nós podemos ser homens e mulheres Segundo o próprio coração de Deus, contanto que nossos corações estejam resolvidos a fazer a Sua vontade.
Se conhece a voz, então, compreenderá qual é a Sua vontade quando Ele falar consigo. Aprender a receber direcção divina é aprender a caminhar em íntima comunhão com Deus. A Bíblia diz: “Jesus, porém, respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Mt. 4:4).
A expressão “que procede” fala de uma função contínua. Significa alguma coisa que aconteceu no passado, está acontecendo no presente e continuará no futuro. Deus fala para comunicar Sua vontade à humanidade. Por isso é importante conhecer a voz de Deus e a Sua vontade.
Quão fácil é orarmos: “Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu”, para logo em seguida fazermos o que nos agrada, sem buscar a orientação de Deus para a nossa vida diária.
Mas, tal como anelamos por alimento, para a nutrição de nosso corpo, assim também devemos ter essa mesma fome de cumprir toda a vontade de Deus. Não há dúvida que Deus usará qualquer vida que seja entregue em Suas mãos, em qualquer ponto ao longo da vereda da vida, estejamos apenas entre aqueles que têm buscado a vontade divina e Lhe têm rendido a vida,
6.     Quando Deus Fala
No passado, Deus falou muitas vezes e de várias maneiras. Por meio de sonhos, visões e profecias. Ele usou servos dedicados e separados do pecado para transmitir a Sua vontade.
Por intermédio de Seu Filho Jesus, Ele não só confirmou as profecias antigas, mas também anunciou a chegada do Reino de Deus e como entrar nele.
Deus continua falando de diferentes maneiras (Hb. 1:1-2). É necessário manter a alma preparada para ouvir o que Deus fala. Deus está presente na vida do crente. Lembrarmo-nos de Deus somente quando está com outros cristãos é sinal de vida espiritual fraca.
Para ouvir a voz de Deus é necessário comunhão com Ele e seguir os passos de Jesus. Porque Deus nos fala por Sua Palavra, pela oração e por nossas experiências.
Há duas palavras gregas traduzidas como “palavra” na Bíblia. As palavras gregas são “logos” e “rhema:”. “Logos” é a Palavra escrita de Deus. “Rhema” é a Palavra Viva (que dá vida) de Deus. Sobre os crentes de Bereia foi dito: “Ora, estes de Bereia eram mais nobres que os de Tessalónica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de facto, assim” (At. 17:11).
Estes versículos ilustram a relação das palavras “logos” e “rhema”. A Palavra “rhema” de Deus, a Palavra falada ou que dá vida sempre está de acordo com o “logos” ou a Palavra Escrita. Assim, você pode conhecer se a voz que você ouve é do Senhor ou não. A Palavra “rhema” de Deus normalmente é aplicada a uma situação específica, encontra uma necessidade pessoal e ministra a direcção individual a tal situação. Posto que reconhece a Palavra quando aplicada à necessidade ou situação específica, ela se torna uma Palavra doadora de vida para si.
A Palavra “rhema” pode ser comunicada através de um sermão ou um versículo da Bíblia que repentinamente impressiona você com um grande significado. Ela pode ser falada para você por Deus através do uso de dons espirituais. Ela pode ser falada em espírito, no interior, pelo Senhor. (Você aprenderá mais sobre como Deus fala através dos dons espirituais e em seu espírito nos capítulos posteriores).
Porém, lembre-se: a Palavra “rhema” sempre estará de acordo com a Palavra escrita de Deus. A Palavra escrita de Deus é completa. Nada pode ser adicionado ou retirado dela (Ap. 22:18-19). Quando Deus falar através da Palavra “rhema” ela sempre estará em harmonia com Sua Palavra escrita.
Quando Deus fala, conseguimos entendê-lo (At. 9:4). Saulo no caminho de Damasco ouviu nitidamente a voz do Senhor Jesus e entendeu quem estava falando com ele.
Quando Deus fala connosco, ele fala de forma que possamos entendê-lo, Deus não é de confusão. A voz de Deus nos trás paz.
Quando Deus fala, ele é objetivo (At. 9:5). Quando Saulo perguntou quem falava com ele, recebeu imediatamente a resposta de que era Jesus quem estava ali.
Deus não precisa de rodear nada para nos falar, ele fala diretamente o que precisa ser falado, precisamos entendê-lo. Fuja das enrolações.
Quando Deus fala, ele revela a Sua vontade (At. 9:6). Saulo recebe a orientação do que ele precisaria fazer depois de ter ouvido Jesus falar.
Todas as vezes que Deus fala connosco ele está revelando a sua vontade para a nossa vida. Colocar sua vontade em prática é vital para todo cristão.
7.     Tipos de Ouvintes
Há muitos tipos de ouvintes, pessoas que ouvem o que contamos. Umas aumentam, outras distorcem, outras não ligam, mas há outras que se preocupam. Também Jesus teve muitos tipos de ouvintes, muitos mesmo. Uns queriam apanhá-lo, outros queriam ver o que fazia, e não ligavam ao que dizia, outros gostavam de O ouvir porque dizia palavras bonitas, mas havia outros tinham sede de o ouvir.
A Bíblia fala de duas divisões principais de ouvintes: “Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha. E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia” (Mt. 7:24-26).
Um crente néscio ouve a voz de Deus, porém não actua segundo ela. Um ouvinte sábio escuta e actua segundo a mensagem de Deus. Um é só “ouvinte da Palavra”. O outro é “ouvinte e fazedor”.
Você deve não somente conhecer a voz de Deus, porém deve também aprender a responder em obediência à voz de Deus. “Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade, acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a vossa alma. Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não é praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência. Mas aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar” (Tg. 1:21-22).
Jesus também contou uma história sobre semear em diversos tipos de solos que ilustram vários tipos de ouvintes. Na Bíblia em Mateus 13:1-9, Jesus fala de 4 tipos de ouvintes. Jesus explica a parábola em Mateus 13:18-23. Ele compara os diferentes solos com ouvintes e suas respostas à Palavra de Deus.
1)    A Semente à Beira do Caminho.
Algumas sementes caíram à beira do caminho e foram arrebatadas pelas aves antes delas criarem raízes. Isto é um exemplo de um homem que ouve a voz de Deus, porém as palavras não criam raízes em seu coração. Satanás arrebata o que lhe foi semeado no coração - a Palavra de Deus.
Estes são os piores ouvintes da Palavra de Deus, e infelizmente são muitos os que têm este tipo de atitude. Não querem saber da Palavra de Deus e de tudo o que se relacione com Deus, não acreditam em Deus, blasfemam de Deus e da sua Santa Palavra, ou são possessos por satanás e não podem ouvir falar de Deus e de Jesus, do Seu amor, da sua Palavra. Ou ainda simplesmente não ligam a estas coisas. Deus diz na sua Palavra:
Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis. Engorda o coração deste povo, e faz-lhe pesados os ouvidos, e fecha-lhe os olhos; para que ele não veja com os seus olhos, e não ouça com os seus ouvidos, nem entenda com o seu coração, nem se converta e seja sarado” (Is. 6:9-10). “Porque o coração deste povo está endurecido, E ouviram de mau grado com seus ouvidos, E fecharam seus olhos; Para que não vejam com os olhos, E ouçam com os ouvidos, E compreendam com o coração, E se convertam, E eu os cure” (Mt. 13:15).
Mas ainda hoje, mesmo para esses, Deus diz: “Hoje, se ouvirdes a sua voz, Não endureçais os vossos corações” (Hb. 4:7).
2)    A Semente Nos Lugares Pedregosos.
Algumas sementes caíram nos lugares pedregosos e brotaram rapidamente. Porém, quando o calor do sol veio, a planta murchou e morreu porque não tinha nenhuma raiz. Este é o ouvinte que ouve a Palavra de Deus e a recebe com alegria, porém realmente não tem raiz em sua vida. Quando as circunstâncias se tornam difíceis, ele se ofende e deixa de responder à voz de Deus.
Há muitos ouvintes deste tipo, e infelizmente nós conhecemos tantos nesta situação: Ouviram a Palavra e gostaram, aceitaram a Cristo, ficaram tão felizes, experimentaram o poder de Deus nas suas vidas, mas são imaturos. Jesus aplicou a palavra temporãos, que significa imaturos, inconstantes, sem maturidade ou firmeza. Debaixo de emoção, reconhecem que estão errados e querem mudar, mas depois vem a provação, as dificuldades. Talvez pensassem que o Evangelho é só facilidades, talvez ouvissem que com Deus tudo é maravilhoso, e é mas o próprio Jesus disse: “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (Jo. 16:33).
Nos nossos dias têm sido muitos os que pregando a Palavra, ensinam que o crente não pode sofrer, mas isso é errado! Mesmo para os servos de Deus, a Palavra diz: “Mas tu sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faz a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério” (2 Tm. 4:5).
Mas de Deus temos o conselho e o ensino: “Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes” (Ef. 6:13).
3)    A Semente Entre os Espinhos.
Algumas sementes caíram entre os espinhos que sufocaram o crescimento das plantas. Este é um exemplo da voz de Deus sendo sufocada pelos cuidados do mundo, do materialismo, etc.
Este é o tipo de ouvinte da Palavra, que ouve e recebe com alegria, mas troca as prioridades. A ambição, a ganância do dinheiro, o desejo de subir na vida, ultrapassa tudo e todos e até a pessoa de Jesus. Na Bíblia vemos exemplos maravilhosos de pessoas que souberam por Deus, no lugar certo, em primeiro lugar: “Então edificou ali um altar, e invocou o nome do Senhor, e armou ali a sua tenda; e os servos de Isaque cavaram ali um poço” (Gn. 26:25).
Jesus foi bem claro acerca disto: “Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt. 6:33).
Temos que ser muito firmes nisto, pois nos nossos dias muitos têm caído por causa de não porem em prática as prioridades certas.
4)    A Semente na Boa Terra.
Algumas sementes caíram na boa terra e trouxe uma colheita muito rica. Este é um exemplo do ouvinte que ouvem a Palavra de Deus, que recebe, que escuta a Sua voz e que enraíza nessa revelação, pois ele não apenas a recebe mas deixa a Palavra operar, transformar e mudar a sua vida. Estes ouvintes amadurecem espiritualmente e se tornam crentes reprodutivos e frutíferos, porque põem a Palavra em primeiro lugar, acima de tudo e todos. E por isso recebem a recompensa de Deus: “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo” (Ap. 3:20).
Quando a Palavra de Deus vem à nossa vida então acontecem coisas maravilhosas. Cristo vem e habita em nós, e ceia connosco, ou seja há uma comunhão (como uma família à volta da mesa).
Mas ouvir e receber a palavra também implica outro aspecto muito importante, que é dar fruto. “Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo. 15:5).
Está pronto para deixar a semente germinar e dar fruto? Venha ouvir, e ponha em prática a Palavra de Deus e verá o fruto das bênçãos surgir em sua vida.
8.     Para Conhecer a Voz de Deus São Necessários Alguns Requisitos
Você quer conhecer a vontade de Deus? Quer conhecer a vontade Dele para a sua vida? Para isso precisamos de aprender os requisitos que nos prepararão para ouvir a voz de Deus e descobrir a Sua vontade para a nossa vida. Apenas permitamos que a nossa atitude seja igual à do Salmista Davi que era um bom ouvinte: “Escutarei o que Deus, o Senhor, disser, pois falará de paz ao seu povo e aos seus santos; e que jamais caiam em insensatez” (Sl. 85:8).
Se deseja conhecer a voz de Deus há alguns pré-requisitos que são necessários. Um pré-requisito é algo que se deve fazer antes que possamos fazer algo mais. É algo requerido antes que possamos alcançar uma certa meta.
A nossa meta deve ser a de conhecer a voz de Deus, mas primeiramente precisamos de compreender os pré-requisitos (as coisas espirituais) antes que possamos alcançar este objetivo. Jesus disse: “Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus, ou se eu falo de mim mesmo” (Jo. 7:17).
Romanos 12:1-2, listam algumas coisas que são a vontade de Deus para nós fazermos. Se cumprirmos estes pré-requisitos, então viremos a conhecer a voz de Deus e a Sua vontade para a nossa vida.
a)    A Experiência do Novo Nascimento
Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm. 12:1).
Como já sabemos, o pecado nos separa da presença de Deus. Devido ao pecado, temos dificuldade de ouvir e responder positivamente à voz de Deus. No mundo natural não reconhecemos a voz de um estranho. Nós reconhecemos as vozes daqueles que conhecemos e com quem desenvolvemos um relacionamento. O mesmo é verdade no mundo espiritual. Se desejamos conhecer a voz de Deus, então devemos procurar conhecer a Deus, pois com pecado em nossa vida jamais poderemos desenvolver um relacionamento íntimo com Ele.
Romanos 12:1 requer que caminhemos com Deus, entregando a nossa vida a Ele. Através de Sua Palavra escrita Deus nos fala e nos revela a Sua vontade para nós desenvolvermos tal relacionamento: “Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento” (2 Pe. 3:9).
Deus não quer que gastemos a nossa vida no pecado. Ele quer que vivamos segundo o Seu plano: “Para que, no tempo que vos resta na carne, já não vivais de acordo com as paixões dos homens, mas segundo a vontade de Deus” (1 Pe. 4:2).
Deus é visualizado como estando em pé à porta de sua vida, desejando entrar para que Ele possa desenvolver um relacionamento consigo: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo” (Ap. 3:20).
O propósito declarado de Deus desde o princípio do mundo é levar todos os homens ao conhecimento de Cristo Jesus: “Desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu, como as da terra” (Ef. 1:9-10).
Nós fomos “reunidos em Cristo” tornando-nos parte da família de Deus. Assim como nascemos em uma família natural, também devemos “nascer de novo” espiritualmente nesta família espiritual.
Leia o capítulo 3 de João. Este capítulo explica em detalhe o que significa ser nascido de novo. Para experimentar o novo nascimento deve:
1) Reconhecer que é um pecador: “Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm. 2:23).
2) Reconhecer que a penalidade do pecado é a morte: Deus advertiu Adão e Eva que se eles pecassem, eles morreriam. Isto significava ambas as mortes: morte espiritual (a separação da presença de Deus) e a morte física. Quando Jesus morreu na cruz Ele morreu em nosso lugar. Ele morreu por nossos pecados para que pudessemos ter a vida eterna: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm. 6:23).
Se aceita o Seu sacrifício pelo pecado, então não está mais debaixo da penalidade da morte.
3) Confesse seus pecados, peça perdão e creia que Jesus morreu por si:Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo. 1:7-9).
Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo. 3:16).
Quando apresentamos a nossa vida a Deus desta maneira, “nascemos de novo” espiritualmente: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Co. 5:17).
Quando nascemos de novo, nos tornamos parte da família espiritual de Deus, e de maneira alguma estamos separados da presença de Deus. Quando morrermos fisicamente, viveremos eternamente com Ele.
Tem estabelecido um relacionamento com Deus através de Jesus Cristo? Tem ouvido e tem respondido à verdade do Evangelho? Se sim, então está agora em posição de aprender a reconhecer a voz de Deus: “Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz” (Jo. 17:37).
b)    A Morada do Espírito Santo
Há outro pré-requisito que o ajudará a conhecer a voz de Deus. A Bíblia como de uma experiência chamada do “Batismo do Espírito Santo”. Esta experiência resulta no Espírito Santo morando em sua vida e capacitando-o a viver uma vida santa que é aceitável a Deus.
Um dos ministérios mais importantes da habitação do Espírito Santo é guiar o crente na vontade de Deus: “Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir. Ele me glorificará, porque há-de receber do que é meu e vo-lo há-de anunciar” (Jo. 16:13-14).
A Bíblia diz: “Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus” (Rm. 8:14).
Há um relacionamento definido entre ser um filho de Deus (nascido de novo) e ser guiado pelo Espírito Santo.
O homem natural (aquele que não é nascido de novo) não recebe nem segue a direção do Espírito Santo. Porque Ele não se tornou um “homem espiritual” através da experiência do novo nascimento, Ele não reconhece a voz de Deus: “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (1 Co. 2:14).
Os seguintes exemplos do livro de Atos demonstram a direção do Espírito Santo nas vidas dos crentes:
1)  Felipe - Um diácono da igreja por nome Filipe foi levado pelo Espírito para unir-se a um carro que ele viu numa estrada do deserto para Gaza: “Então, disse o Espírito a Filipe: Aproxima-te desse carro e acompanha-o” (At. 8:29).
As tarefas dadas por Deus requerem as fontes do Espírito Santo e somente n’Ele e através d’Ele poderemos encontrar o que necessitamos para servir a Deus. O Espírito Santo tem uma precisão, um planeamento a longo prazo e uma habilidade para nos guiar que não temos. Permita-O falar. Tire tempo para estar com ele e então ouvirá a Sua voz. Este será o maior recurso que terá na sua vida.
Felipe obedeceu à direção do Espírito Santo. Isto produziu salvação e batismo nas águas de um homem etíope que estava no carro.
O Espírito Santo fala a Filipe que deve ir até o carro. Então, ele corre na direção do carro do etíope. Filipe ouve o etíope lendo do livro de Isaías e pergunta se ele entende o que está lendo. O etíope convida Filipe para subir no carro para lhe explicar as Escrituras. Ambos querem seguir a Deus. Filipe deixa um ministério bem-sucedido para obedecer a Deus e corre para obedece-Lo. O etíope tinha feito uma longa viagem para louvar a Deus, está lendo a sua Bíblia e está ansioso para entendê-la. Deus junta os dois: um buscador e um pregador.
2) Pedro - O Espírito Santo disse a Pedro para ir com três homens que vieram de Cesareia. Pedro disse: “Então, o Espírito me disse que eu fosse com eles, sem hesitar. Foram comigo também estes seis irmãos; e entramos na casa daquele homem” (At. 11:12).
De forma obediente, Pedro desceu e conversou com os homens (21). Eles lhe contaram sobre a visão de Cornélio, que tinha sido avisado (22) — ou “instruído, orientado” — a mandar buscar Pedro. O apóstolo, chamando-os para dentro, os recebeu em casa (23), apesar de serem gentios. A visão de Pedro já estava produzindo resultados.
Pedro reconheceu a direção do Espírito Santo. Ele não teve nenhuma dúvida quando o Espírito falou em seu ser interior e lhe revelou a vontade de Deus. Ele obedeceu e produziu o primeiro ministério transcultural aos gentios.
3) Paulo - Paulo frequentemente mudou sua agenda evangelística segundo o impulso do Espírito Santo: “Defrontando Mísia, tentavam ir para Bitínia, mas o Espírito de Jesus não o permitiu” (At. 16:7).
Paulo planeou ir a Mísia, porém o Espírito Santo lhe deu uma direção diferente.
A experiência de Paulo serve de ensinamento para nós. Sempre devemos aprender com a experiência dos outros, e este apóstolo do Senhor reúne um rol de experiências enriquecedoras, sendo esta uma delas. Jamais desperdicemos os ensinamentos da vida quotidiana, quer seja nossa ou dos outros. Quando estamos sob a orientação do Espírito Santo, tanto pode permitir como impedir a realização de certas actividades. É desta forma que procede na Sua liderança.
Tendo planeado ir para Bitínia testemunhar do Senhor, o Espírito não lho permitiu visto haver alguém noutro lugar com interesse especial na Palavra de Deus. Foi então enviado um mensageiro com o convite para viajarem até à Macedónia. Chegaram então a Filipos, primeira cidade europeia naquele distrito, onde estava uma negociante interessada no evangelho de Cristo. O Espírito do Senhor estava guiando os seus servos às pessoas certas, no tempo certo, e com a mensagem certa.
Estes três exemplos simplesmente são alguns de muitos na Bíblia que ilustram como o Espírito Santo nos permite que ouçamos a voz de Deus. Como Jesus prometeu, o Espírito Santo toma a vontade de Deus e a revela a cada um de nós.
Eles foram sensíveis à direcção do Espírito Santo e colheram o fruto da sua sementeira.
c)     Maturidade Espiritual
A maturidade espiritual é um processo que começa quando uma pessoa aceita a Jesus Cristo como Salvador. Ele ou ela nasce de novo do Espírito Santo e, em seguida, escolhe viver “em Cristo”. O apóstolo Paulo disse que o crescimento espiritual é um processo contínuo. “Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, Prossigo para o alvo, pelo prémio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp. 3:12-14). Nem mesmo o apóstolo Paulo tinha alcançado o alvo final, mas ele constantemente seguia adiante rumo ao prémio.
Portanto, para que a maturidade cristã se desenvolva em sua vida, você deve fazer uma escolha de aprender a Palavra de Deus, permitir que Deus renove a sua mente, e em seguida, ser obediente ao que você aprendeu. “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm. 12:2).
No mundo natural quando um bebé nasce, ele deve alcançar um certo nível de maturidade antes que ele comece a reconhecer a voz de seus pais. O mesmo é verdade no mundo espiritual. Quando nasce de novo, você pode não reconhecer a voz de Deus quando Ele fala. Quando recebe o Espírito Santo, nem sempre você pode entender quando é que o Espírito lhe revela a vontade de Deus. Porém, o Espírito Santo continuará revelando a vontade de Deus e a guiá-lo. Enquanto amadurece espiritualmente, você reconhece esta voz dentro do seu espírito.
A Bíblia fala deste paralelo entre o natural e o espiritual: “Ora, todo aquele que se alimenta de leite é inexperiente na palavra da justiça, porque é criança. Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal” (Hb. 5:13-14).
O “leite” e a “carne”, nestes versículos, se referem à Palavra escrita de Deus, a Bíblia. Quando nasce de novo, você começa a aprendizagem de algumas das verdades mais simples (o leite) da Palavra de Deus. Quando amadurece, você pode dominar as verdades mais profundas (a carne) da Palavra de Deus. Enquanto você continuar estudando a Palavra escrita de Deus, seus sentidos espirituais amadurecerão, podendo exercer o discernimento do bem e do mal. Isto significa que poderá distinguir a vontade de Deus e Seu caminho dos estilos de vida errados. É por isso que é importante para si estudar a Palavra escrita de Deus.
A maturidade espiritual é aprender a caminhar em obediência a Deus. É fazer a escolha de viver pelo ponto de vista de Deus ao invés do seu ponto de vista humano. Gálatas 5:16 e 25 nos ensinam: “Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne. Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito”. A palavra “andar” no versículo 16 vem da palavra grega peripateo, que significa “andar com um propósito em vista”. A palavra “andar” no versículo 25 é traduzido de uma outra palavra grega stoicheo e significa “passo a passo, um passo de cada vez”. É aprender a andar sob a instrução de outra pessoa. Essa pessoa é o Espírito Santo. Já que os crentes são habitados pelo Espírito, eles também devem andar sob o Seu controle.
Enquanto amadurece espiritualmente, você não desejará, nem de longe, “conformar-se” ao mundo. Ser conformado significa ser formado ou modelado segundo uma norma fixa. A maturidade espiritual o conformará à imagem de Cristo em lugar das formas mundanas.
A maturidade espiritual também o ajuda a alcançar a maturidade emocional. Se lhe falta a maturidade emocional, decisões importantes podem ser feitas numa explosão de ira ou autopiedade. Isto pode ter resultados desastrosos de grande alcance.
Enquanto amadurece espiritualmente, você desenvolverá “O Fruto do Espírito Santo”, evidências da maturidade espiritual que resulta da maturidade emocional: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei” (Gl. 5:22-23).
d)    Transformação
E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm. 12:2).
A maturidade espiritual leva finalmente à transformação, outro pré-requisito que lhe permite conhecer a voz de Deus. O que o homem natural (natureza humana) deseja fazer e o que Deus deseja para sua vida é diferente. Isto cria um conflito entre a carne (o homem natural) e o espírito (o homem espiritual).
Paulo escreveu sobre este conflito: “Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer” (Gl. 5:17).
Paulo reconheceu que há uma contínua luta da carne contra o Espírito em questões que se relacionam ao cumprimento da vontade de Deus. Ele identificou esta luta como tendo lugar na mente: “Mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros” (Rm. 7:23).
Devido a isto ele instou: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm. 12:1-2).
A Palavra “rogar” significar suplicar, implorar ou pedir. A frase “que apresenteis os vossos corpos” como sacrifício vivo “indica uma entrega sem reservas a Deus”. Oferecer algo para um sacrifício significa abandoná-lo completamente. No Antigo Testamento, quando um sacrifício era feito, ele era dado completamente a Deus para ser queimado com fogo, consumido pelo sacerdote, ou ambos, segundo a lei indicava. O doador do sacrifício não poderia mais fazer nenhuma demanda quanto a ele.
Assim é que deve ser nossa entrega a Deus. O homem natural, a velha natureza deve morrer para o mundo e para a carne. Isto é o que significa “transformação”. É ser mudado para uma outra imagem, modelada segundo o Senhor Jesus cristo: “E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências” (Gl. 5:24).
Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado” (1 Co. 9:27).
Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões” (Rm. 6:12).
Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus” (2 Co. 7:1).
Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus” (Rm. 6:11).
A crucificação física real, a qual Jesus experimentou, é uma morte antinatural. Há importância no facto de que a morte prescrita para a natureza carnal é a crucificação. A natureza carnal do homem nunca morrerá uma morte natural. Não morrerá voluntariamente. Deve ser levada à morte pela força assim como na crucificação real no mundo natural. Segundo Romanos 12:1-2, tal entrega precede o conhecimento da vontade de Deus. Se quer conhecer a voz de Deus e a Sua vontade, deve entregar-se primeiro. Nós frequentemente queremos inverter o processo. Nós queremos conhecer a Sua vontade, depois decidir se nos renderemos a ele ou não. Porém Romanos 12:1-2 indica que a entrega vem primeiro.
A razão porque somos vacilantes sobre a entrega é porque nós não entendemos que a vontade de Deus sempre é aceitável, boa, e perfeita. Nós temos medo de nos render a Deus totalmente porque não temos apreendido este conceito básico: “Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais” (Jr. 29:11).
e)     Renovando a Sua Mente
Sua mente se conforma naturalmente aos princípios do mundo ao redor de si. Isto acontece devido à sua natureza básica do pecado. Também acontece através da influência da sua cultura.
Porém Deus diz que não se deve conformar ao mundo, mas sim ser transformado. A palavra “transformar” significa ser mudado para uma nova imagem. O modelo para essa imagem é o Senhor Jesus Cristo: “E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito” (2 Co. 3:18).
Segundo Romanos 12:2, a transformação acontece por renovar sua mente. Isto significa que deve livrar-se das normas e princípios mundanos, e deve conformar-se aos princípios revelados na Palavra escrita de Deus.
A sua mente se transforma em conformidade como desenvolve a mente de Cristo: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Fp. 2:5).
A expressão “haja em voz” indica que você tem que fazer uma opção para ter a mente de Cristo. Você deve permitir que a transformação da mente aconteça. Você tem uma responsabilidade no desenvolvimento da mente transformada. Não é algo que Deus faz automaticamente para você: “Por isso, cingindo o vosso entendimento...” (1 Pe. 1:13).
“Cingir a mente” significa vestir ou proteger suas faculdades mentais. Para transformar ou cingir sua mente, é necessário submergi-la na Palavra de Deus. Investigue a Bíblia para descobrir que tipo de mente estava em cristo. (A seção “Para Estudo Adicional” deste capítulo lhe ajudará a fazer isso).
A sua mente é transformada segundo o estabelecimento por Deus de suas leis nela: “... na sua mente imprimirei as minhas leis... ” (Hb. 8:10).
Use a faculdade da mente para lançar por terra e levar à escravidão os pensamentos maus: “E toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2 Co. 10:5).
Você tem a responsabilidade de controlar a sua vida de pensamentos: “Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento” (Fp. 4:8).
Então, você pode dizer com Paulo: “Entretanto, expomos sabedoria entre os experimentados; não, porém, a sabedoria deste século, nem a dos poderosos desta época, que se reduzem a nada” (1 Co. 2:6).
A mente de Cristo estava fixa e determinada em fazer a vontade de Deus.
f)      Experimentando a Vontade de Deus
Você descobrirá que cada pré-requisito discutido neste estudo está incluído em Romanos 12.1-2: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm. 12:1-2).
O que é experimentar a vontade de Deus? Para isso precisamos de mudar nossa maneira de ver a vida. É tanto assim que Paulo começa rogando, pedindo, suplicando, para que tenhamos atitudes condizentes com a vontade de Deus. Esse rogar é mais que um pedido do apóstolo, é um chamado do próprio Deus a nós, dizendo: “Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos se agradem dos meus caminhos” (Pv. 23:26). Devemos chegar ao ponto de vivenciar a coincidência da nossa vontade com a vontade de Deus. Experimentar a vontade de Deus acontece quando sempre damos razão a Deus, é amar sua vontade como sendo nossa própria vontade. Sem essa disposição, nada feito quanto a experimentar a vontade de Deus.
O sacrifício de nosso corpo deve ser santo, ou seja, separado para Deus. Nossa presença, nossas ações, nossa agenda, nosso trabalho, enfim, tudo o que fizermos, seja em palavras ou em ação, deve ser para a glória de Deus. Aqui não há nenhum puritanismo doente, igrejeiro, religioso, pelo contrário, estou falando de viver de modo normal, mas viver para o agrado de Deus. Nosso corpo deve ser uma oferta santa a Deus cada dia de nossa vida. O sacrifício que Deus nos pede não é aquele estado de penitência doída como um jejum existencial, mas sim, um sacrifício agradável a Deus e a nós. E isso só acontece quando casamos nossa vontade com a de Deus. Essa junção da vontade de Deus com a nossa vai ficando tão acasalada, que o prazer de Deus em nós se torna o nosso próprio prazer. Não é possível fazer uma dicotomia entre nosso corpo e nosso espírito, como se fosse possível servir a Deus no espírito e usar o corpo para os nossos próprios prazeres. Não. Nosso corpo e nossa mente devem ser conservados separados para Deus e somente para ele na oferenda da vida. O culto racional não é apenas separar um tempo do dia ou da semana para pensar em Deus, mas é dar comandos concretos a nós mesmos, comandos esses que se expressam na vida comum como fruto de nossa confissão de fé. Esse é o sacrifício agradável a Deus.
Experimentar a vontade de Deus implica em não se conformar com este mundo, pois ele jaz no maligno. O sistema deste mundo é mau, sua consciência coletiva não quer nada com Deus; seu modus operandi é contrário aos valores do evangelho de Jesus. O que importa para este mundo é a competição, o egoísmo, o culto de si mesmo, a vaidade dos pensamentos. Como uma pessoa que confessa Jesus Cristo como meu Senhor, não me posso conformar com este mundo, não posso tomar a sua forma. Isso está para além de estereótipos, aparências, de vestimentas corpóreas, de maquiagens. Não se conformar com este mundo é não ser formatado na mentalidade deste mundo, no espírito que atua nos filhos da desobediência, no seu modo comportamental. Essa inconformidade se dá com a renovação constante de nossa mente, andando diariamente em novidade de vida.
Fazendo assim, é que podemos provar, experimentar, e usufruir, a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Isso não acontecerá sem dor, sem arrependimentos, sem lágrimas, e sem tribulações, mas, certamente acontecerá quando satisfizermos as condições que o próprio Deus nos apresenta em sua palavra.
g)    Experimentado a Vontade de Deus
Rogo-vos pelas misericórdias de Deus - Você veio a Deus através de Sua misericórdia que Ele estendeu por meio do sacrifício de Jesus por seus pecados.
Essa entrega incondicional a Deus deve ser a nossa resposta grata por suas misericórdias que não têm fim e que se renovam cada manhã em nosso favor, sendo elas a causa de não sermos consumidos. É por causa das misericórdias de Deus que nos tornamos filhos e herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo; as misericórdias de Deus fazem com que todas as coisas cooperem para o nosso bem; por elas é que nada poderá nos separar do seu amor. Quando conhecemos o Senhor como nosso pastor, não temos mais desejos que nos incomodem, porque ele se torna o nosso contentamento. Ainda nos cansamos, mas ele nos dá repouso; por nos conhecer perfeitamente ele nos conduz às águas tranquilas e refrigera a nossa alma, guia-nos em caminhos retos. Estamos sujeitos aos vales próximos da morte, mas ele está sempre presente. Quando necessário ele nos corrige, outras vezes nos consola. Ele sabe cuidar de nós nos enchendo de alegria. A bondade e a misericórdia de Deus certamente nos acompanham todos os dias e por fim habitaremos em seu lar eterno para todo o sempre. Tudo isso e infinitamente mais, são expressões de suas misericórdias.
Que apresenteis os vossos corpos por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional - Maturidade espiritual capacitada pela operação do Espírito Santo em sua vida.
Por causa das misericórdias de Deus é que devemos casar nossa vontade com a dele. Quando assim procedemos certamente experimentamos a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Isso não acontece automaticamente, e sim quando tomamos duas atitudes objetivas. Primeiro, devemos oferecer nossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, o que nada mais é, senão a lógica racional da vida. Uma vez que confesso acreditar nas misericórdias de Deus por mim, não há outra coisa a pensar, a não ser a de me oferecer a Deus de forma concreta, palpável e existencial. É por isso que ele fala em “sacrifício vivo”, pois os sacrifícios de animais na antiga aliança eram com sacrifícios de animais mortos. Nós somos sacrifícios vivos, ambulantes. A tentação é sempre querer pular fora do altar do Senhor. Devemos viver para Deus com todas as energias de nosso ser, na idade que temos e nas condições em que estamos – dando o nosso corpo totalmente para Deus com a visibilidade que o corpo tem. Dias virão quando diremos: “não tenho neles prazer”. Hoje é o dia de nos darmos a Deus fazendo a sua vontade em todo o nosso estilo de vida.
Não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente - Transformação pela Palavra; renovação da mente. 
A experiência do novo nascimento, a habitação do Espírito Santo, a maturidade espiritual, e a transformação da mente - como estas coisas se relaciona com o conhecer a vontade de Deus? Segundo Romanos 12:1-2, elas são pré-requisitos que levam ao conhecimento de Sua vontade: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm. 12:2).
A palavra “experimentar” significa conhecer de primeira mão, confirmar e estar seguro. Estes pré-requisitos levam à convicção da vontade de Deus.



























1 comentário: