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segunda-feira, 27 de maio de 2013

A Pesca Maravilhosa e Milagrosa - Uma Nova Rede

 
        Introdução
        A Pesca Maravilhosa e Milagrosa ocorreu no célebre lago chamado de Mar da Galileia. Um local muito importante na vida pública de Jesus.
        Pescar no Mar da Galileia era de vital importância económica para as nove cidades nas suas margens e para os discípulos de Jesus. As cidades da Galileia refletiam a importância da pesca na vida económica da época. Tiberíades enviava carregamentos de peixe para Jerusalém e exportava para Roma. Em Betsaida (casa da pesca, em hebraico), a maior parte das pessoas trabalhava com a pesca.
        Os grandes cardumes, encontrados perto da costa, eram o paraíso dos pescadores. No tempo de Jesus, centenas de barcos jogavam suas redes. O pescado era sempre salgado, pois não havia outra forma de conservar o alimento.
        As condições de pesca mudavam muito, de acordo com as variações do lago. Os pescadores eram geralmente, pessoas simples e de pouca instrução. Homens fortes, queimados pelo sol e vento. Viviam para esse ofício, noites inteiras sem dormir, contínuo lançar de redes, preparados para as repentinas tempestades, navegavam sobre as ondas.
        Durante a pesca, eles se alimentavam de pão, peixe e água (bebendo diretamente do lago). As redes usadas na pesca eram penduradas dentro d'água num complexo de três redes, lançadas em alto mar.
Eram necessários quatro homens para que as redes fossem jogadas ao mar. Os pescadores afastavam-se da rede e se reaproximavam um tempo depois, agitavam as águas com os remos para tocar os peixes para dentro delas.
        Os pescadores penduravam as redes, agitavam os remos, suspendiam as redes e viam que não haviam apanhado nada! Voltam a procurar em outros lugares, onde tiveram mais sorte anteriormente. Novamente lançavam as redes e, ao levantá-las, experimentavam a mesma decepção.
        Somente a paciência lhes dava a força necessária para aguentar noites inteiras de insucesso. Cansados, abatidos no corpo e na alma, desciam na praia para limpar as redes e consertar os rasgos.
        O dia de trabalho dos pescadores não terminava com o retorno à costa. Os homens ainda precisavam de consertar e lavar as redes do lodo e galhos que nelas se prendiam, salgar o peixe, fazer manutenção nos barcos e equipamentos e negociar com os mercadores. Uma atividade que exigia muitas e cansativas horas.
        E quando Jesus estava caminhando pelas margens do Mar da Galileia, foi rodeado por uma grande multidão, ávida por voltar a escutá-lo. Dois barcos estavam amarrados na praia. Os pescadores lavavam e limpavam as suas redes. Os donos eram Simão Pedro e Zebedeu, pai de Tiago e João.
        O Mestre observa aqueles desanimados pescadores, cansados de uma noite inteira de trabalho. Já se fazia dia e eles ainda trabalhavam retirando ervas e lodo das malhas de suas redes para poderem jogá-las ao mar. Além do próprio barco, as redes eram o seu instrumento de trabalho mais importante. Jesus pregando à multidão, não deixou de notar a dificuldade que seus discípulos passavam.
         “E, entrando num dos barcos, que era o de Simão, pediu-lhe que o afastasse um pouco da terra; e, assentando-se, ensinava do barco a multidão” (Lc. 5:3)
1.     A Pesca Maravilhosa e Milagrosa
        Jesus espremido pelo povo, ensinando, sobe no barco de Pedro e se distancia um pouco da margem, senta-se e fala à multidão daquele púlpito improvisado, num lindo cenário que balançava suavemente sobre as ondas.
        Ao término disse a Pedro: “Vai ao mar alto e lançai as vossas redes para pescar”. Esta ordem era literal e ao mesmo tempo alegórica, pois tinha também a finalidade de ilustrar uma verdade espiritual que Pedro aprenderia em seguida.
        Há neste registo sobre a pesca dois eventos separados que envolvem o uso de uma rede no mundo natural e que ilustra uma grande verdade espiritual.
        a) O primeiro evento ocorreu ao princípio do ministério terreno de Cristo e está registado em Lucas 5.
        Pedro e seus companheiros haviam estado a pescar durante toda a noite, o melhor período para a pesca, e não conseguiram apanhar nada. Jesus lhes disse: “Entra mar adentro, e lançai as vossas redes para pescar” (Lc. 5:4). Naquele momento da ordem de Jesus, as circunstâncias não eram favoráveis para se pescar.
        E Pedro, um pescador profissional, acostumado a seguir seus instintos de exímio pescador, de um experimentado trabalhador do mar, num esforço, deixa de lado toda a sua percepção humana e passa a confiar somente na palavra de Jesus. “E, respondendo Simão, disse-lhe: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos; mas, sobre a tua palavra, lançarei a rede” (Lc. 5:5).
        Pedro inicia a sua aprendizagem no crer e confiar na providência de Deus. Ele que sempre prometeu que nunca nos deixaria sós, mas sim que estaria connosco nas horas mais difíceis de nossas vidas.
        No ponto desejado pela ciência divina de Jesus, foi lançada a rede. Apanharam tantos peixes que ao tentar retirar a rede da água, as malhas começaram a se romper e eles tiveram que chamar seus companheiros, que estavam num outro barco próximo, para que viessem ajudá-los.
        “E, fazendo assim, colheram uma grande quantidade de peixes, e rompia-se-lhes a rede. E fizeram sinal aos companheiros que estavam no outro barco, para que os fossem ajudar. E foram, e encheram ambos os barcos, de maneira tal que quase iam a pique” (Lc. 5:6-7).
        A pesca foi tão grande que encheu os barcos de tal forma que o peso ameaçava naufragá-los. Por mais acostumados que estivessem com boas pescas, eles não hesitaram em reconhecer a pesca milagrosa como um extraordinário e raro acontecimento. Pedro estava assombrado quanto a isto, lançando-se aos pés do mestre, movido de temor diante daquele que se mostrava como o filho do homem. Pedro reconheceu a obra de Deus por meio de Jesus, e na condição de pecador, confessa a sua incapacidade de estar diante do mestre, pois Jesus era santo. Mas Jesus lhe disse: “Não temas; daqui em diante estarás pescando homens” (Lc. 5:10).
        A pesca que Pedro havia experimentado no mundo natural não era nada comparada à grande colheita que ele segaria no mundo espiritual quando ele se fez pescador de homens.
        Deixe Jesus entrar no seu barco. Jesus entrou no barco de Simão e pediu educadamente para que afastasse o barco um pouco mais para o fundo. Aparentemente Jesus só queria um lugar para se sentar e pregar, mas acima de tudo queria uma posição ideal para realizar um milagre.
        O que significa deixar Jesus entrar em nosso barco? Ao deixar Jesus entrar no barco, Simão teve a oportunidade de: obedecer a Jesus, que direcionou para onde o barco deveria ir; aprender de Jesus, que estava pregando do barco como se fosse seu púlpito e Simão ouvia.
        Muitas pessoas querem que Jesus entre no seu barco somente para acalmar as tempestades. Não querem obedecer nem aprender. Mas quando Jesus entra em nosso barco devemos deixá-lo dirigir nossas vidas para onde quiser e principalmente ouvir sua Palavra.
        b) O segundo evento similar se regista no final do ministério de Cristo em João 21.
        Os discípulos pescaram toda a noite e não pegaram nada. À ordem de Cristo lançaram a rede e, uma vez mais, ela estava cheia com peixes. Mas desta vez foi diferente da primeira. A rede não se rompeu: “Simão Pedro subiu e puxou a rede para terra, cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes e, sendo tantos, não se rompeu a rede” (Jo. 21:11).
        Estes dos eventos realmente aconteceram no mundo natural, mas eles foram parábolas de uma grande verdade espiritual. Na primeira vez a rede se rompeu, mas na segunda não. O que terá feito a diferença?
        A primeira rede foi um exemplo dos esforços do homem. Pedro era um pescador por profissão. Ele conhecia os métodos naturais e as tradições dos pescadores. Através da rede quebrada Jesus mostrou que os esforços do homem sozinho não poderiam cumprir a visão e a obra de Deus. Quando Pedro compreendeu o grande trabalho para o qual Deus o estava chamando, ele clamou: “E vendo isto Simão Pedro, prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, ausenta-te de mim, que sou um homem pecador” (Lc. 5:8).
        Pedro se tornaria pescador de homens. A pessoa simplesmente não se enquadra mais ao antigo modo de pensar! A rede velha não poderia acomodar a grande colheita espiritual que ele segaria. Pedro teria que abandonar as tradições dos homens. Ele tinha de cruzar a línea de separação entre o judeu e o gentio. A rede velha deve romper-se e ele deve tornar-se parte de uma nova rede. Ninguém que tenha um encontro com o Senhor Jesus permanece nos seus antigos planos ou projetos de vida.
        Seguir a Jesus requer da pessoa rompimento total com o passado. Jesus não quer remendar a nossa vida. Ele quer fazer tudo novo! Não pode haver “furos” em nossa vida. Não adianta remendar o que não tem mais conserto.
        Entre a primeira e a segunda pesca, uma nova rede foi criada. Estes eventos da pesca natural foram parábolas do que se passou no mundo do espírito. Deus estava levantando uma nova rede. Acabar-se-ia a divisão entre os judeus e gentios, o rico e o pobre, o escravo e o livre. Ela se estenderia para incluir a Paulo, Barnabé, Silas, Tito e uma multidão de outras pessoas, e se expandiria de Jerusalém a Judeia e Samaria, para alcançar até ou último da terra.
        O desafio da Grande Comissão não pode alcançar-se com nada menos que uma nova “rede” no mundo espiritual. Deus disse que nos últimos dias Ele verteria seu Espírito sobre toda a carne. Os profetas do Antigo Testamento profetizaram que nos últimos dias da colheita espiritual o ciclo seria tão grande que o arador alcançaria ao segador.
        Um homem, uma organização, ou uma denominação não podem segar esta grande colheita espiritual. Por isto Deus disse que, nestes últimos dias, verteria seu Espírito em toda a carne. O trabalho responsável de equipa deve aplicar-se a nossos esforços de evangelização se desejarmos alcançar a colheita a tempo. O exemplo apostólico do Novo Testamento requer uma equipa de pessoas dedicadas que laborem eficazmente para com a singular meta de evangelização. Isto é necessário muito mais agora uma vez que a sombra da noite começa a cair pelos campos espirituais das nações deste mundo.
        Lembra-se de como João e seu irmão estavam remendando as suas redes quando Jesus os chamou? Eles estavam tentando reparar algo que estava roto. Jesus os chamou para deixarem as suas redes rotas e as substituíssem por uma grande rede espiritual. Eles foram chamados para se transformarem em pescadores de homens. Ao responderem ao chamado de Cristo eles se tornaram parte da nova rede para a evangelização.
        Como é lindo ver que Jesus não afasta o pecador que reconhece a sua condição e o seu vazio espiritual. O Mestre aceita o pecador confesso e oferece a oportunidade de reconciliação. Deus manda o pecador perdoado a executar a sua obra.
        Mais do que isso, Jesus mostra a Pedro a vontade do Pai para a sua nova missão: Te farei pescador de homens.
        Não há profissão mais nobre do que esta, a de Pescador de Homens, que significa lançar a palavra de um Pai amoroso, que muito anseia pela volta dos seus filhos queridos. É um grande e tremendo privilégio que até os anjos desejaram fazer.
        Essa é a vontade de Deus. Jesus nos chamou para crer e confiar na sua palavra. Ele tem cuidado de nós. Ainda que estejamos cansados, abatidos com o labor desta terra. O Pai nos chamou para sermos pescadores de homens. Há uma chamada, há uma convocação divina. Muito nos perguntamos, quando, como, com que tempo e onde?
        E fica a pergunta: Mas não vejo o momento propício para lançar minha rede, não sei onde, qual o local?
        A pesca milagrosa é onde você estiver! Quando jogamos nossas redes para pescar almas, há verdades importantes que precisamos de ser aplicadas – como vemos nas redes desses pescadores. Sob a palavra de Jesus lance a sua rede! Use de estratégias, estude a palavra de Deus, se lance ao mar da vida e pesque homens para Deus, porque é maravilhoso unir coração e mãos com as pessoas ao redor do mundo e amar esse mundo para Jesus Cristo. Mas para fazer isso cada pessoa deve adotar as características de um pescador, tendo compaixão daquelas almas que estão perdidas e coragem para dar o primeiro passo e jogar a rede. Confie, creia que ele mesmo lhe dará a direção.
        Certa vez um homem sábio disse: “Quando pescamos peixes, os tiramos de uma linda vida e os trazemos para a morte; mas quando pescamos homens, os tiramos da morte e lhes apresentamos uma linda vida”.
       

2 comentários:

  1. é fato que existia dois mares da galileia?
    e que a pesca registrada em lucas 5 foi em um mar e em joão 21 foi em outro mar?
    tipo mar da galileia alta e mar da galileia baixa!

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  2. Me ajudou muito a entender sobre as duas pescas! O texto está incrível. Deus abençoe!

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