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A Ressurreição de uma Nação Morta

 
Ezequiel 37:1-14
Introdução
O livro de Ezequiel foi escrito pelo profeta do mesmo nome, que significa “Deus fortalece”. Hebreu da tribo de Levi, ele estava entre a elite de Judá, que foi capturada por Nabucodonosor e levada para a Babilónia. Ezequiel profetizou entre os anos 600 e 570 aC e foi contemporâneo do profeta Daniel.
Esta fascinante profecia dos ossos secos de Ezequiel tem algo para todos. Primeiro de tudo, ele estava falando principalmente para os seus companheiros cativos entre os filhos de Israel. Por esta altura da história, as 10 tribos de Israel tinham sido tão amplamente dispersas entre as nações vizinhas, que pareciam quase perdidas como um povo. As tribos de Judá, Benjamin e Levi tinham acabado de ser conquistadas e levadas cativas para a Babilónia. Era como se a sua identidade nacional estivesse perdida para sempre e nunca mais voltassem à sua Terra Prometida. Assim, um propósito desta visão era o de inspirá-los com a esperança de que Deus um dia os ressuscitaria como uma nação.
Ezequiel começa seu relato com estas palavras: “A mão do Senhor estava sobre mim, e por seu Espírito ele me levou a um vale cheio de ossos” (Ez. 37:1).
O capítulo 37 é provavelmente o mais conhecido do livro de Ezequiel. Nesse maravilhoso capítulo, a visão é surpreendentemente clara. Trata-se de uma imagem fantástica. O tempo não diminui a sua significação. Na verdade muitos sinais indicam a proximidade do seu cumprimento. Durante muito tempo, a nação judaica se assemelhou a esses ossos secos e brancos; e o estado dos pecadores também pode ser descrito nos mesmos termos. A condição em que se encontram muitas almas e localidades pode ser comparada às horríveis cenas de um campo de batalha.
Esse capítulo responde a uma pergunta feita pela nação de Israel no capítulo 33, verso 10: “Assim falais vós: Visto que as nossas prevaricações e os nossos pecados estão sobre nós, e nós desfalecemos neles, como, pois, viveremos”? A resposta é dada por Deus, de uma maneira intrigante. Ezequiel havia enfatizado a “desolação” que havia ocorrido na terra prometida (Ez. 5:14; 12:20; 23:33; 36:34). Como, então, poderia esta nação morta reviver novamente?
É possível que nós preguemos e consigamos uma revolução externa, mas enquanto o sopro divino não passar sobre eles não haverá vida. Devemos pregar a Palavra, a tempo e fora de tempo; mas devemos, também, invocar o Espirito de Vida. Os que estão nas sepulturas precisam de ouvir a voz do Filho de Deus. As promessas dos versículos 13 e 14 ainda estão para se cumprir, no que diz respeito aos judeus, mas roguemos para que elas venham a realizar-se em nossa própria igreja e cidade. O avivamento, com certeza, trará unidade.
O profeta Ezequiel foi tomado pelo Espírito e levado para um obscuro vale, agora cheio de esqueletos, formado no deserto por um longo tempo. A Terra Prometida abriga o ponto mais baixo da terra. Localizado abaixo do Vale do Jordão, perto do Mar Morto, este vale fica a mais de 1.300 metros abaixo do nível do mar. Talvez Ezequiel tenha sido levado em visão para esta área muito baixa e muito quente, onde costumava ficar Sodoma e Gomorra. Neste cemitério, os corpos perderam as suas peles e as suas carnes. Eram agora apenas ossos, ossos secos e brancos. Ezequiel, que não era apenas um profeta de Deus, mas que também era um sacerdote, foi colocado no meio deste vale de ossos, e ele disse que o Senhor o “…fez andar ao redor deles…” (Ez. 37:2). Provavelmente fez o profeta sentir-se extremamente desconfortável. Tocar um corpo morto poderia tornar, especialmente um sacerdote, imundo. Quão desagradável deve ter sido para Ezequiel ser colocado, mesmo em visão, neste horrível campo de morte! Ainda assim, no meio do vale, não é o profeta quem pergunta a Deus, mas Deus ao profeta: “Ezequiel, porventura viverão esses ossos? Mais improvável que a pergunta de Deus é a resposta do profeta: “Senhor Deus, Tu o sabes” (Ez. 37:3).
Uma das mensagens desse texto é, portanto, a esperança baseada no poder de Deus. Ezequiel, em sua visão macabra, cercado por um número incontável de ossos secos de uma grande multidão de mortos, observou que o Espírito de Deus reconstruiria os ossos mortos da nação, dando-lhes tendões, carne, pele e, finalmente, o sopro da vida. Se Deus enviasse o profeta para o meio de pessoas doentes, Ezequiel talvez pudesse sugerir tratamento para elas, porém, Deus o coloca diante de um vale de ossos secos. Ezequiel depara-se com um quadro horrível, de ossos espalhados, que um dia fizeram parte de corpos humanos vivos, que mostra o fim dos recursos naturais e humanos. Aparentemente é o fim de tudo. Mas os recursos divinos ainda não se esgotaram. Aleluia!
O profeta Ezequiel, após ouvir a palavra de Deus por muitas vezes, é levado a esse vale e desafiado a profetizar o retorno da vida para aqueles ossos. Quando o profeta atende a direção de Deus, o vale fica repleto de vivos, um numeroso exército em pé. Deus diz ao profeta: “estes ossos são toda a casa de Israel. Eis que eles dizem: os nossos ossos secaram-se e pereceu a nossa esperança; estamos de todo cortados”.
Importa destacar que estes versículos devem ser lidos e interpretados em conjunto com a mensagem que se iniciou no capítulo 34 do livro de Ezequiel. A partir deste capítulo, o Senhor falou de um novo pastor (liderança) e novas oportunidades na terra de Israel (capítulo 35), com a esperança renovada para o crescimento e prosperidade (capítulo 36).
Estas promessas tão esplêndidas foram recebidas, logicamente, com dúvidas e incredulidade pelo povo de Israel. Vários exilados tinham testemunhado a total devastação de suas cidades. Além disso, estavam vivendo sob o punho de ferro dos babilónios, um país tão poderoso que uma mudança de dominação mundial parecia impossível nos próximos séculos. Esse povo via muitos aspectos negativos que os impedia de terem uma esperança de uma nação renovada. Como poderia vir, então, a restauração? A resposta é: somente pelo poder de Deus! Deus regeneraria a nação de Israel, tornando-a forte e poderosa.
1.     A Necessidade da Restauração
Profetiza sobre esses ossos e diz: Ossos secos ouvi a Palavra do Senhor” (Ez. 37:4).
O povo de Deus estava disperso, desprovido de vida espiritual e também com falta de comunhão. O pecado separa, divide, afasta as pessoas. O povo de Deus estava como um vale de ossos secos. Esta era a condição de Israel: ausência de vida, de entusiasmo, de prazer na Casa de Deus, de deleite na oração. Todos os profetas quando contemplaram a condição espiritual de Israel chamaram o povo ao arrependimento, mas ele não quis ouvir. Então, Deus mandou o cativeiro. Agora, Ezequiel vê o progresso do mal, os resultados da desobediência e os frutos da rebeldia, já não é apenas um povo doente. A enfermidade dá lugar à morte e a morte à desintegração orgânica. O monte de ossos secos, sem vida, sem esperança é toda a casa de Israel (v. 11). O versículo 13 diz que eles estavam em sepulturas existenciais. Haviam antecipado a morte por não terem tomado posse da vida.
Esse vale descrito em Ezequiel, recebe várias interpretações, uma delas, seria a morte espiritual. O grande exército tombado e ressequido, representava vidas, secas, afastadas de Deus, mortas em pecados, imersas no tenebroso vale que em vida, sempre foi festejado. O sabor da morte que corroía os ossos era mais atrativo que a repreensão de Deus e seu incondicional amor. Amaram o vale, por isso, o sombrio lugar os acolheu, devorando sem piedade cada possibilidade de vida.
Essa é a situação de muitos crentes hoje. Esta visão foi dada como uma lição, não só para uma nação ou para a igreja, mas também para nós como indivíduos. Estes ossos secos representam o povo. A vida abundante que Cristo oferece parece estar ausente. O poder do Espírito Santo parece ser algo desconhecido. Muitos crentes estão dormindo. Outros estão imitando e amando o mundo. Outros estão flertando com o pecado. Outros estão apáticos às coisas de Deus. A Bíblia diz: “Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida” (1 Jo. 5:12). Se uma pessoa não tem Jesus, seus ossos estão esbranquiçados e secos. Espiritualmente falando, ela não têm vida. E um morto não tem apetite, não tem ação nem vida. Uma pessoa morta espiritualmente não tem fome e sede de Deus. Ela não tem prazer na leitura da Bíblia, nem no culto, não busca em primeiro lugar as coisas do alto. O que a atrai são os prazeres do mundo. Deus fala, chama, exorta, mas ela não escuta. Não se constrange com o amor de Deus nem se abala com o fogo do inferno. Não se importa com a condição dos perdidos. O morto não se levanta, não trabalha para Deus, não tem tempo para Deus. Ele se deteriora. Israel já era como um monte de ossos secos. Talvez haja pessoas espiritualmente mortas aqui. Há maridos, esposas, filhos e pais mortos espiritualmente.
Para onde quer que nos viremos, nos depararemos com um “vale de ossos sequíssimos”. O que fazer? Triturar os ossos a fim de encharcar o vale com mais ossos? Aterrar o vale com ossos e tudo? Esquecê-los? Afinal, nunca poderão tornar à vida... O que fazer?
Assim como a água traz vida à terra ressecada, a Palavra de Deus e a água viva do Seu Espírito trará nova vida às almas secas. Isaías 44:3 diz: “Porque derramarei água sobre o sedento, e correntes sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade, e a minha bênção sobre a tua descendência”. Deus quer restaurar a nação de Israel, como também quer restaurar e capacitar a sua igreja, todos aqueles que frequentam os nossos cultos mas que estão mortos por dentro, que não apresentam qualquer sinal de avivamento, o seu interior é cheio de tristeza, de desânimo, não conseguem mais se entusiasmar quando ouvem a Palavra de Deus, levando uma vida sem propósitos, sem transformação de vida, de caráter, parecem até esqueletos ambulantes, que vem e vão para a igreja com a bíblia debaixo do braço e que não se importam com a sua vida espiritual. O corpo está ali, juntos os músculos, os tendões, os nervos, no entanto o coração está longe de Deus.
É Deus quem toma a iniciativa da restauração. Tudo provém de Deus. Ele é quem nos escolheu; quem nos chama; quem nos justifica; quem nos transforma; quem nos levanta da morte. Efésios 2:1 diz: “Ele vos vivificou, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados”. A iniciativa da restauração vem de Deus. É Deus quem faz Ezequiel andar no meio do vale (v. 2); quem pergunta ao profeta (v. 3); quem manda o profeta profetizar (v. 4). Toda a ação para levantar da morte é iniciativa divina (vs. 5-6).
Porque este meu filho estava morto”, disse o pai do filho pródigo “e reviveu, estava perdido e foi achado” (Lc. 15:24). Quando esteve o filho rebelde morto? Quando estava vivendo uma vida desregrada. Espiritualmente, estava morto como uma múmia seca, mas então, Deus o trouxe de joelhos e lhe restituiu aos seus sentidos.
Se o pecado ainda reina em nossas vidas, se ainda somos controlados por uma vida de pecado, então estamos mortos espiritualmente. Somos tão bons como ossos secos. Felizmente, a esperança nesta história é que Deus pode reviver os ossos secos. É Deus quem age milagrosamente levantando os mortos da sepultura espiritual.
2.     É uma Missão Possível!
Na visão, Deus perguntou ao profeta: “Filho do homem poderão esses ossos reviver”? O profeta respondeu: “Senhor Deus, tu o sabes”. Deus sabe tudo. Ele não nos questiona porque está perplexo, mas sim para nos fazer pensar. Assim como o antigo filósofo Sócrates fazia para ensinar através de perguntas, assim também Deus faz perguntas às pessoas a fim de despertar os seus processos de pensamento e levá-las a analisar a situação. “Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor” (Is. 1:18).
Se Ezequiel tivesse respondido à pergunta de Deus com base na evidência de seus sentidos, ele teria respondido “não”. Os ossos secos de mortos não podem voltar à vida …
O que Deus quer que nós aprendamos com esta história é que nada é demasiado difícil para Ele. O que pode parecer impossível e morto para si e para mim é um campo cheio de possibilidades para o Senhor. Se Deus quiser, os mortos se levantam. Se Deus quiser o leproso fica limpo. Se Deus quiser, o paralítico anda. Se Deus quiser, o bêbedo se torna sóbrio. Se Deus quiser, o drogado fica livre. Se Deus quiser, o feiticeiro corre arrependido para os braços de Jesus. Deus pergunta hoje: é possível à igreja receber uma poderosa restauração? É possível que ela seja cheia do Espírito Santo? É possível aos nossos pastores serem tochas acesas nas mãos do Senhor? É possível termos líderes cheios da unção do alto? É possível termos jovens santos? É possível termos famílias piedosas? É possível à igreja ser uma igreja de oração? É possível à igreja ser uma ganhadora de almas? É possível à Igreja entender a visão que Deus tem dado? Ezequiel respondeu: “Senhor Deus tu o sabes”! Se Deus quiser ele pode fazer dos pastores homens cheios de intrepidez, fortalecer os fracos, levantar os caídos. Se Deus quiser, ele pode inflamar a igreja
Como? Impossível! O profeta não duvidou, apenas obedeceu, exerceu a fé. A Bíblia diz: “Nunca desista! Quando Maria perguntou: “Como pode ser isso”? O anjo Gabriel lhe disse: “Nada é impossível para Deus”. E quando os discípulos perguntaram: “Quem pode ser salvo”? Jesus disse: “Para o homem é impossível, mas para Deus todas as coisas são possíveis”. A Bíblia está dizendo que sem Cristo não podemos fazer nada, mas através de Cristo todas as coisas são possíveis. Deus não quer que percamos a fé de que Ele pode dar vida, mesmo que pareça que a situação é desesperadora. Todos nós já ouvimos o provérbio: “Para aquele que está entre os vivos há esperança” (Ec. 9:4). Contudo, com Deus, há esperança, mesmo quando parece haver nenhuma vida!
A verdadeira fé, não consiste em apalpar o visível, mas, em acreditar no impossível, no invisível, de outra maneira, não seria fé. Aquilo que é verdadeiramente feito pela fé é realizado para a glória de Deus. Ezequiel estava acostumado a profetizar para o caos. Já no segundo capítulo do livro, Deus o comissiona: “...Eu te envio às nações rebeldes, que se rebelaram contra mim...” (Ez. 2:3).
3.     Os Instrumentos da Restauração
A afirmação: “Veio a mim a mão do Senhor e me levou pelo Espírito”, do versículo 1, indica que Ezequiel estava tendo uma visão. A expressão “a mão do Senhor” sobre o profeta aparece sete vezes em todo o livro (cf. Ez 1:3; 3:14, 22; 8:1; 33:22; 40:1). Esta expressão indica uma experiência estática quando Deus se manifestava ao profeta Ezequiel.
O Espírito do Senhor pôs Ezequiel “no meio de um vale”. Este vale havia sido o cenário de uma grande batalha. Havia ocorrido um enorme massacre: “o vale estava cheio de ossos”. Os mortos foram deixados onde caíram e ninguém se preocupou em sepultá-los. De início a visão já deixa bem claro, para o profeta, que Deus não toleraria mais o pecado e com o tempo traria juízo sobre a nação de Israel.
Deus fez Ezequiel “andar ao redor dos ossos” (v. 2). Ele queria que o profeta tivesse uma ideia do número de vítimas e entendesse que ali não havia mais esperança de vida. Entretanto, Deus reafirma ao Seu povo, através desta visão, que Ele tem o poder de dar vida ao que está morto e que para Ele nada é impossível (cf. Mc. 10:27).
Deus explicou a Ezequiel que “estes ossos eram toda a nação de Israel”. Representavam a multidão de Seu povo. A aplicação havia de ser a toda casa de Israel, que incluía tanto o Reino do Norte como o Reino do Sul.
Alguns eruditos acham que Ezequiel teve a visão do “vale dos ossos secos” por volta de 585 a.C. Isto indica que a maioria dos cativos levados para a Babilónia com o rei Joaquim havia estado no exílio por mais de uma década. Todavia, muitos outros, a exemplo de Daniel e outros reféns reais que os precederam, já estavam no cativeiro há cerca de 20 anos (desde a primeira deportação em 606 a.C.).
A destruição de Samaria em 722 a.C, e mais tarde a de Jerusalém, no ano 587 a.C, foram experiências dramáticas e traumáticas. Muitos israelitas “perderam a fé”, ou pelo menos viram as suas esperanças reduzidas a pedaços por um Deus que parecia ter abandonado o Seu povo à triste sorte (cf. Is. 49:14). Os falsos profetas haviam anunciado uma breve estadia de dois anos na Babilónia, pelo que o povo esperava um retorno em breve. Mas essa esperança foi dissipada não só pela pregação de Jeremias e Ezequiel, como também pelos anos no exílio. Com o passar dos anos, a esperança dos exilados foram frustradas. Desvanecera-se toda a esperança de um exílio de pouca duração. O tempo que o povo havia passado no cativeiro tinha destruído a esperança de que seriam restaurados. Desalentados, os judeus consideravam-se como ossos mortos, branqueados pelo tempo, e espalhados à entrada da sepultura, incapazes de viver outra vez. Segundo o profeta Ezequiel, muitos deportados estavam mais do que desanimados. Esta situação levou os exilados Israelitas a dizerem: “Nossos ossos se secaram e nossa esperança desvaneceu-se; fomos exterminados” (v. 11). Como se evidencia nos livros de Jeremias e 2 Reis, o povo foi esparramado por todas as nações e foram isolados uns dos outros. A situação frustrou-lhes qualquer visão de ser uma “nação restaurada”.
O povo não tinha mais esperança de um futuro melhor. A esperança é essencial à sanidade mental das pessoas. Por isso o sábio declarou: “A esperança que se adia faz adoecer o coração” (Pv. 13:12). Além do mais, a perda da esperança produz cada vez mais a separação de Deus. Por isso, o Senhor tomou a iniciativa e deu ao profeta Ezequiel uma visão maravilhosa – uma mensagem de esperança para o povo: “profetiza a esses ossos: ossos secos ouvi a Palavra do Senhor!
4.     Quando Deus Fala, Algo Acontece
Assim Assim diz o Senhor Deus a estes ossos: Eis que farei entrar em vós o espírito, e vivereis. E porei nervos sobre vós e farei crescer carne sobre vós, e sobre vós estenderei pele, e porei em vós o espírito, e vivereis, e sabereis que eu sou o Senhor (Ez. 37:5-6).
Se um dia estivesse andando na rua e visse um pregador de pé sobre um caixote pregando para um esqueleto, o que acharia? Iria telefonar para o hospício mais próximo, não é? Assumiria que o homem era uma ameaça à sociedade.
Pregar aos ossos secos parece ser uma perda de tempo. Um esqueleto não estaria ouvindo! Mas às vezes nos esquecemos do incrível poder vital da Palavra de Deus. Se Deus pôde trazer a matéria à existência com apenas uma palavra e se Ele pôde fazer um homem da argila e uma mulher de uma costela, então é lógico que Ele também pode fazer os espiritualmente mortos ouvirem.
Ezequiel profetizou, não no sentido de prever o futuro, mas no sentido de anunciar, proclamar a Palavra do Senhor. Isso vai muito além de confissão positiva, crença vazia, em palavras humanas. Ele creu, por isso falou. O princípio é Deus, o fim (ou começo de tudo) é o milagre. Ezequiel obedeceu à ordem de Deus e este foi o resultado: “E eu profetizei conforme a ordem recebida. E, enquanto profetizava, houve um barulho, um som de chocalho, e os ossos se juntaram, osso com osso. Olhei, e os ossos foram cobertos de tendões e de carne, e depois de pele, mas não havia espírito neles. A seguir ele me disse: Profetize ao espírito; profetize, filho do homem, e diga-lhe: Assim diz o Soberano Senhor: Venha desde os quatro ventos, ó espírito, e sopre dentro desses mortos, para que vivam. Profetizei conforme a ordem recebida, e o espírito entrou neles; eles receberam vida e se puseram de pé. Era um exército enorme” (Ez. 37:7-10)!
Então não perca a esperança, especialmente aqueles que são pastores e evangelistas! Vocês podem pregar aos ossos secos e verem os resultados. A Palavra de Deus é tão potente e tão poderosa que infunde vida nova naqueles que parecem mortos.
Ezequiel foi confrontado com uma realidade duríssima. Tão dura, tão pesada, que ele, repita-se, sequer cogitou imaginar alguma solução. E, diante da orientação de Deus, simplesmente anunciou a Palavra.
Sempre que o Senhor fala, as coisas acontecem. A Bíblia nos diz que quando Cristo disse ao leproso, fique limpo, ele foi imediatamente limpo (Mc. 1:40-42). Quando Jesus disse: Levanta-te e anda a um homem que não andava havia 38 anos, o homem andou (Jo. 5:5-9). Há sempre poder inerente à Palavra de Deus para nos capacitar a fazer o que Ele manda.
Deus chama os mortos pela Palavra. A Palavra de Deus é poderosa e é mais do que suficiente! Não há outro instrumento. Ela não pode ser substituída pelas nossas teorias. Não pode ser trocada pelos nossos “achismos”. Não pode ser sufocada pelas nossas “brilhantes estratégias” de evangelismo e ensino (elas são muito importantes, sim, mas nunca poderão receber mais destaque do que a Palavra). Não pode ser relativizada para “atrair as pessoas”. Não pode ser distorcida para se encaixar nas nossas preferências pessoais.
Muitas igrejas nos dias de hoje têm abandonado a Palavra, têm pregado outro evangelho, têm pregado doutrinas de homens, têm pregado o que o povo quer ouvir. Mas se queremos ver os mortos recebendo vida, se queremos ver conversões verdadeiras, precisamos de pregar a Palavra. Há poder na Palavra! A Palavra é o poder de Deus para a salvação. A Palavra deve ser pregada com lágrimas e no poder do Espírito. “Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda Palavra que sai da boca de Deus” (Mt. 4:4).
A Palavra é viva e eficaz, mais afiada que qualquer espada de dois gumes, penetra ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e intenções do coração (Hb- 4:12); é útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça (2 Tm. 3:16); é lâmpada que ilumina os passos e luz que clareia o caminho (Sl. 119:105); é alimento (Mt. 4:4); nunca passará, mesmo quando os céus e a terra passarem (Mt. 24:35), entre outras características.
A falta de ouvir a Palavra gera morte. Rejeitar a Palavra, desobedecê-la, desconhecê-la, é caminhar para “o vale de ossos secos”. Creio que é porque não temos a correta noção acerca da situação do mundo em que vivemos. Foi assim com Adão e Eva, escolheram a mentira do diabo, desobedeceram, mesmo conhecendo. Não estavam num terrível vale, mas num belo e rico jardim, mas, o vale os atraiu, enlaçou suas almas, a partir de então, reinaria a mentira, a inveja, a dor, a ira, os homicídios, um grande vale começou a se formar. Ezequiel, por outro lado, foi colocado diante de uma realidade tão perturbadora que não teve outra alternativa a não ser recorrer ao poder da Palavra.
Somente depois de conhecermos a Palavra de Deus é que haverá condição de enfrentarmos as situações que antes nos pareciam insuperáveis. Precisamos de ser vivificados pela Palavra. Deus não quer ressuscitar aqueles ossos para que cada um cuide de seus próprios interesses, de seus negócios como muitos pregam por aí. Deus os ressuscita para que se tornem um exército de guerreiros na casa do Senhor. Uma vez salvos, serão usados para alcançar outros. Esse é o plano de Deus! A partir daí, passamos a ter um relacionamento íntimo com Ele, e que um dia, todos possamos viver na Glória, com Ele.
O profeta fez da Palavra de Deus instrumento de geração de vida para o seu povo que estava arruinado. Aquele vale representava para muitos, um cemitério, um depósito de “ossos secos” e nada mais! Havia ossos em sepulturas e ossos fora das sepulturas. Não havia qualquer sinal de que um dia neles houvera vida. Esses ossos – que o profeta via – era toda a casa de Israel. Os cadáveres jaziam ali há muito tempo, comidos pelas aves, expostos as chuvas e ao calor do sol.
Ezequiel estava sendo confrontado com uma cena de morte. A visão do profeta é perfeita para descrever a própria natureza humana. Significa dizer que sem Cristo, somos cadáveres, corpos sem vida, um monte de ossos secos sem valor algum. Sem Cristo, somos condenados a viver no cansaço e no desânimo. A visão também mostra a nossa fragilidade, a nossa natureza, como também nos ensina que não podemos viver por nós mesmos. Aquele vale cheio de ossos espalhados e misturados mostra a desorganização total de uma vida sem Deus.
Desorganização nos sentimentos, nos negócios, nos objetivos, no casamento, na família e até na igreja. “Mortos vivos” que estão vivendo uma vida onde os sonhos e os projetos já foram sepultados há muito tempo. Se estivéssemos no lugar do profeta qual seria a nossa visão? Por certo, a nossa visão nos mostraria que havia chegado o fim dos recursos naturais e humanos, “aparentando o fim de tudo”, o que para muitos, a morte significa o fim de tudo.
Possivelmente é assim que muitos se veem hoje! Olham para a sua família achando que está destruída, que chegou ao fim, que não passa de um monte de ossos secos. Olham para o trabalho e não veem mais esperança, nenhuma de melhoria. Olham para a igreja e não acham motivação para estar lá! Olham para dentro de si e não encontram razão de continuar vivendo. Se acha que tudo morreu, que a sua vida já se encontra sepultada, saiba que sozinho não poderá sair mais dela. Aquele que quiser ficar na sepultura, Deus o deixa lá. O Senhor respeita a sua triste escolha.
Preste atenção ao que Palavra do Senhor diz: “Portanto profetiza, e dizes-lhes: Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu vos abrirei as vossas sepulturas, sim, das vossas sepulturas vos farei sair, ó povo meu, e vos trarei à terra de Israel. E quando eu vos abrir as sepulturas, e delas vos fizer sair, ó povo meu, sabereis que eu sou o Senhor. E porei em vós o meu Espírito, e vivereis, e vos porei na vossa terra; e sabereis que eu, o Senhor, o farei e o cumpri”.
Quando o Espírito Santo (v. 5-10) vem, assopra e entra nesses ossos é que eles recebem vida; quando Ele entrou neles, eles se levantaram como um exército. Precisamos do sopro do Espírito Santo trazendo vida, levantando os caídos, ressuscitando os mortos espirituais. É o Espírito Santo quem regenera quem convence de pecado, quem nos batiza no corpo, quem nos dá nova vida.
Deus, em sua infinita misericórdia, envia um profeta para o caos, Jesus, que quando morreu e venceu a morte naquela manhã de domingo, nos recriou, e a partir daquele momento passamos a ter um relacionamento profundo com o Mestre, por isso ele nos chama pelo nosso nome, e se nós escutarmos a sua voz, o Senhor nos tira de lá rapidamente. Todos que ouvirem de bom agrado a sua voz, serão por ela novamente transformados, vivificados. “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha Palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida” (Jo. 5:29). Estaríamos para sempre, livres do “vale de ossos”.
O impiedoso vale, tentou devorar também a Jesus, mas, Ele não pôde ser transportado para lá, porque, onde Ele encosta, os mortos revivem, aleluia! Tentaram, quebrar os seus ossos, mas, não o conseguiram, estava escrito: “Nenhum dos seus ossos será quebrado” (Sl. 34:20). Jesus, mesmo morto, ainda representava a Vida, Ele era a própria vida. Como entender isso, se não através da fé? Da mesma fé que fez Ezequiel enxergar vida, mesmo rodeado de morte!
Jesus foi e é o profeta do caos, tocou leprosos, dialogou com samaritanos, escolheu os pequeninos, rejeitou os influentes hipócritas, pereceu com malfeitores. Profetizou, “no meio do vale”, na ingrata Jerusalém, sabendo que ali o matariam: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados...” (Mt. 23:37). Ah! Amável Mestre, onde estão os profetas do caos? Porque não se põem no “meio dos ossos secos”?
Por Ele ter escolhido o caos da cruz, é que eu vivo, é que o mundo permanece, sem isso, todos, mas todos, já teriam perecido. Quando Deus o enviou ao mundo, nascido humildemente, filho de carpinteiro, desprovido de realeza, perseguido, injuriado e rejeitado, falou como Ezequiel: “Senhor Deus, Tu o sabes”. Oh Glória! Ele venceu o vale! “Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno a tua vitória”? (I  Co. 15:55).
Quando tudo parece perdido, Deus ainda tem a solução. Veja o caso de Lázaro. Jesus chegou quatro dias depois do seu sepultamento. Parecia tarde demais, mas para Jesus não era, e Lázaro foi ressuscitado (Jo. 11). A ressurreição de Lázaro não foi uma visão, foi uma realidade! Foi o poder de Deus que o tirou de lá, ele não saiu sozinho, pois um morto não pode fazer mais nada, mas Deus pode fazer um morto viver. Então comece a enxergar Deus como Aquele que fala e faz, porque o Senhor tem o poder para fazer acontecer. Hoje, Deus vai descer o Vale para te ressuscitar, Ele sabe que se está sentindo um lixo, um monte de ossos secos, sem vida, sem esperança, desesperado, desanimado com a vida que está levando. Mas o Senhor o quer renovar, restaurar, fazer de si uma nova criatura, dar-lhe novas forças, um novo ser.
Ele quer dar-lhe uma nova vida, transformar o seu coração, reviver os seus sentimentos, o seu afeto, o seu entusiasmo, a sua emoção, acabar com a sua tristeza, com o seu pesar, com as suas mágoas, com os seus ressentimentos e com os maus pressentimentos. Mas quem faz esse milagre? É Deus! Somente Deus! É necessário reconhecer que sem Deus, somos um monte de ossos secos. Foi para essas pessoas que Jesus deixou o seu Espírito consolador. Para restituir em cada um, a alegria de viver na Sua presença e se alegrar com a Sua salvação. Comece recebendo a Palavra do Senhor e o vale onde foram jogados os seus mais significativos planos, alegrias, virtudes, sentimentos, valores, dons, se tornarão um Vale cheio de Bênçãos!
Deus sabia que muitos daqueles ossos tinham sido de pessoas felizes, de famílias unidas, de amigos sinceros, de pessoas honestas, de pais, mães e filhos abençoados. Por amor de todos eles, Deus não os abandonaria. Deus quer entrar na nossa vida e nos dar prioridades. Prioridades de quê? De pessoas e de vidas. Para que não possamos mais pensar num Deus distante, num céu difícil de alcançar, num Deus que oramos, mas que não acontece nada, num Deus que só aparece para consertar o que estragamos, num Deus que parece alheio a tudo, num Deus que não entende nada de nossos sentimentos, num Deus que não se importa com a nossa vida.
Hoje, Deus quer soprar sobre a sua vida, o Seu Espírito, para que possa receber o renovo, a restauração espiritual, uma nova vida. Às vezes fico pensando, se Ezequiel olhasse para as nossas igrejas nos dias de hoje, que visão teria ele? Creio que veria corpos vivos e saudáveis, mas também veria esqueletos, ossos secos! Veria pessoas rebeldes, desinteressadas em viver a Palavra de Deus, veria pessoas dominadas pelo ódio, pelo desânimo, pelo medo, pela tristeza, pelos interesses, pela soberba, pela mentira e pelo engano.
 Em Ezequiel 37:9, Deus manda o profeta profetizar ao espírito e assoprar sobre aqueles ossos para que vivam. Deus está garantindo ao profeta que irá pôr nos ossos secos, o fôlego da vida. O “fôlego” é enviado por Deus, que simboliza o Espírito Santo, que trará renovação, regeneração e renascimento para todos os corpos sem vida. O Espírito do Senhor é como um vento, sopro, fôlego, ar, ou mente, porque não pode ser visto nem detido, mas pode se mover por todo o mundo. O sopro de Deus é a vida de Deus. E a vida de Deus é vida que sempre continua, o poder de viver eternamente. Já que Deus soprou o Seu Espírito em cada um de nós, devemos ansiar por Sua presença a cada respiração (Sl. 42:1).
Eu creio Senhor, Tu tens poder para fazer reviver qualquer “vale de ossos sequíssimos”, creio que ao som da tua voz, nada resiste, creio que a Tua vontade é de que um grande exército de “ossos secos” torne à vida por ouvir a Tua Palavra, reconhecendo que em Cristo Jesus, há salvação. Por ter sido Ele o Único, a se por no meio do “vale” e a derramar o seu sangue para, através dele, tornar à vida os “ossos secos”, creio que a qualquer que crer, e profetizar, se fará, “um reboliço, vindo dos quatro cantos, assoprando sobre esses mortos para que vivam” (Ez. 37:7-9).
Quando achamos que vale a pena servir ao Senhor, mesmo que venham as mais desastrosas pressões do mundo e o desânimo a falar mais alto, saiba que a nossa esperança nunca será frustrada sempre que esteja focada em Deus. Quando aprendemos a pôr em Deus a nossa esperança, sabemos resistir às pressões e às circunstâncias. Tudo pode estar desfavorável na nossa vida, mas se a nossa esperança está em Deus, saiba que já mora no coração do Senhor, e Ele nunca nos deixará envergonhados. Infelizmente é cada vez maior o número de pessoas nas nossas igrejas que já não tem mais esperança nas suas vidas.
Isso as torna amargas, deprimidas, angustiadas, ansiosas, abatidas, confusas, pessimistas, imobilizadas diante das crises. Para elas é como se o sol nas brilhasse mais. A Palavra de Deus é para nos alimentarmos quando estivermos atravessando por um oceano de incertezas. A fé e a esperança em Deus são a nossa saída do vale de ossos secos. O Senhor nos diz que há esperança para a nossa vida, para o nosso casamento, para o marido ou aquela mulher que estão separados, para o filho que está nas drogas, para o viciado, para o alcoólatra, para o homossexual, para a prostituta, para o desempregado, para a nossa luta que não chega ao fim, e até para aqueles problemas impossíveis de resolver.
Ponha a sua fé em ação e profetize para que todas as barreiras, todos os impedimentos venham a cair por terra. Deus está falando consigo! O Senhor está dizendo que onde há morte declara vida, onde existe inimizade, declara amizade; onde existe tristeza, declara ânimo; onde existe frieza, declara fervor; onde existe guerra, declara paz; onde existe separação, declara união; onde existe ódio, declara amor, onde existe morte, declara vida!
5.  O Agente da Restauração
Deus perguntou a Ezequiel: “Filho do homem, acaso, poderão reviver estes ossos” (v. 3)? O que é que Ezequiel lhe poderia responder? A resposta para aquela pergunta parecia óbvia. O que é que nós responderíamos? Humanamente falando, deveríamos responder com um sonoro “não” àquela pergunta divina. O que responderíamos diante daquela situação? Os céticos diriam: Isso é impossível! Os incrédulos diriam: Jamais! No entanto, Ezequiel conhecia o incrível poder de Deus, de modo que respondeu, dizendo: “Eu não sei, mas Tu o sabes”. Essa é a resposta de um homem de Deus. A visão de Ezequiel ilustra a promessa no capítulo 36:25-27, onde lemos que Deus restaurará a nação de Israel, dando uma nova vida, tanto fisicamente como espiritualmente. O senso comum lhe dizia que era impossível; mas por reverência a Deus, respondeu: “Senhor Deus, tu o sabes”.
Preston A. Taylor afirma que o profeta Ezequiel deixou a pergunta em aberto, por três razões:
Em primeiro lugar, ele sabia muito bem que Deus tem o poder da criação e que Ele pode fazer qualquer coisa a partir do nada. Aliás, Deus usa o “nada absoluto” como matéria-prima para fazer tudo. Deus tem o poder para fazer o que Ele quiser. É por esta razão que o profeta Jeremias disse: “Nada há que te seja demasiado difícil” (Jr. 32:17). Deus é o Deus do impossível, portanto o Senhor não pretende remendar a vida do seu povo, Ele quer dar um novo coração e pôr o seu Espírito dentro de cada um.
Em segundo lugar, os ossos secos, que retratam não só uma nação em ruinas, podem reviver por causa das promessas de Deus. Ele prometeu vivificar, reformar e restaurar como antecipação da vinda do messias, como também, alertar a todo o povo de hoje que Ele Deus, é potente para avivar aqueles que estão mortos espiritualmente. Todos nós sabemos que as promessas feitas por Deus nunca falharão. É por isso que Paulo disse: “Pois tantas quantas forem as promessas feitas por Deus, todas elas têm em Cristo o sim. Por isso, por meio dele, o Amém é pronunciado por nós para a glória de Deus” (2 Co. 1:20). Deus havia advertido aos israelitas de que seriam levados para o cativeiro séculos antes que isso acontecesse, mas também fez promessas de que os traria de volta das terras estrangeiras (Dt. 4:27-29; 30:1-3; 2 Cr. 6:36-38; Is. 10:22; Os 3:5; Jr. 30:10, etc.).
Em terceiro lugar, os ossos secos podem reviver por causa do plano e do propósito de Deus para o Seu povo. A confortante mensagem para Ezequiel era que os ossos secos poderiam viver novamente, porque esse era o plano de Deus. Sobre isso, Deus falou por meio do profeta Jeremias: “Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz e não de mal para vos dar o fim que desejais. Então, me invocareis, passareis a orar a mim, e eu vos ouvirei. Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração. Serei achado por vós, diz o Senhor, e farei mudar a vossa sorte; congregar-vos-ei de todas as nações e de todos os lugares para onde vos lancei, diz o Senhor, e tornarei a trazer-vos ao lugar donde vos mandei para o exílio” (Jr. 29:11-14).
6.     Há Vida nos Ossos
Em Ezequiel 37:5, Deus diz: “Eis que vou fazer entrar em vós o fôlego da vida, e vivereis”.
Os ossos estão quase sempre associados à morte, mas a Escritura fala de uma história em que os ossos eram uma fonte de vida. Em 2 Reis 13:20-21 vemos que o profeta Eliseu, que foi enchido com uma porção dobrada do espírito de Elias, ficou tão cheio do Espírito Santo que seus ossos irradiavam vida, mesmo depois de morto!
 A Bíblia diz que depois que Eliseu morreu e foi sepultado, alguns homens de Israel estavam realizando uma cerimónia fúnebre para um de seus amigos. Como eles estavam carregando seus restos mortais para fora para enterrá-lo, avistaram invasores moabitas a cavalo, estes piratas do campo, eram saqueadores, e os homens de Israel sabiam que eles precisavam de sair de lá rapidamente, ou eles seriam as próximas vítimas. Não queriam ser desrespeitosos para com o amigo que estavam a enterrar, mas eles tinham que correr para preservarem as suas vidas. Então, a Bíblia diz que “lançaram o homem na sepultura de Eliseu. Logo que ele tocou os ossos de Eliseu, reviveu e se levantou sobre os seus pés” (v. 21).
Há também muitos exemplos modernos de como ossos podem dar vida. Na sua edição de junho de 1997, a Reader’s Digest contou sobre uma família em que a filha contraiu uma forma de leucemia, que acabaria por matá-la a não ser que ela recebesse um transplante de medula óssea. Por ela ter um tipo sanguíneo raro, era muito difícil encontrar um doador. Então, seus pais fizeram algo que era quase inacreditável. Eles começaram a orar para terem outro filho com o mesmo tipo de sangue raro. Eles esperavam que este segundo filho, após um curto período de tempo, seria capaz de fornecer a medula óssea necessária para a sua filha com leucemia.
As coisas estavam um tanto complicadas pelo facto de que este era um casal mais velho e o homem já tinha feito uma vasectomia. Não só os médicos precisam reverter isso, que é um procedimento muito duvidoso em si, mas seu novo bebé precisaria de ter o mesmo tipo de sangue raro como o de sua irmã mais velha.
Funcionou. O homem fez a cirurgia e foi um sucesso, o casal foi capaz de engravidar novamente, e deu à luz uma segunda filha, que tinha o tipo de sangue adequado. Após 14 meses, a menina proveu medula óssea suficiente, a partir de seu quadril, possibilitando um transplante que salvou a vida de sua irmã mais velha. Há vida nos ossos.
O que Deus planeou pode tardar por causa das rebeliões humanas, mas os Seus planos jamais podem ser frustrados: “Bem sei que tudo podes, e que nenhum dos teus planos pode ser frustrado” (Jó 42:2). Ele levará adiante os planos que tem para com o seu povo ao longo da história.
O que Deus fala cumpre! Então faça barulho clamando ao Senhor, orando para Deus acabar com sua fraqueza, sua debilidade, seu desânimo, sua tristeza, sua apatia, sua indiferença, sua falta de coragem, seu cansaço, seu desinteresse. “Um exército grande em extremo ficou de pé” (v.10). É interessante que Ezequiel foi orientado por Deus a não parar de profetizar.
Se o profeta tivesse parado de profetizar quando viu os ossos, a carne, os tendões e a pele se juntando novamente, o vale ficaria apenas repleto de cadáveres, corpos sem vida. Deus levou o profeta para ver aquele cemitério de ossos, para lhe mostrar as limitações do homem, que embora tenha vontade de mudar alguma coisa, a realidade o impede. Deus mostrou ao profeta que só Ele é capaz de dar vida ao que já está morto. Só Deus é o Deus do impossível, pois não existe nada que o impeça de realizar uma grande obra. A bíblia diz que Deus tem reservado para si e para mim, aquilo que os ouvidos não ouviram e nem olhos viram. Tudo isso, Deus preparou para nós, porque Ele nos ama. Deus tem projetos para a sua vida. Levante a sua voz profética, e comece a declarar vitórias, mudanças, transformações, vida nova!
Deus quer colocar todas as coisas no seu devido lugar. No versículo 6 Deus diz que porá nervos e fará crescer carne - isso significa forças para lutar. Depois diz que estenderá a pele - isso significa uma nova forma de vida que Deus lhe quer dar. No versículo 10 vemos Ezequiel profetizando para aqueles corpos ficarem em pé. Estar de pé - significa estar disposto, disponível, organizado, animado, preparado. Quem fica de pé, profetiza, frutifica. Quem está de pé pode ver Deus operando os milagres
O que antes era um monte de ossos secos, agora surge um grande exército na frente do profeta. Temos a promessa de Deus, que Ele vai cumprir! A promessa de Deus inclui também que você vai deixar esse vale agora! Pois você foi chamado para andar na presença do Senhor. O Senhor não quer que faça parte de um monte de ossos. Deus está formando um grande exército através de si! As coisas eram ruins, quando estava no vale? Agora não é mais! Deus vai cumprir o que prometeu para a sua vida. Vai voltar a ter o agir do Espírito Santo fazendo parte da sua vida.
O profeta viu o reboliço que Deus fez para juntar aqueles ossos. Era o agir de Deus. O Senhor também tem um reboliço para fazer na sua vida, na sua casa, na sua família, no seu casamento, nas suas finanças, no seu trabalho, no seu ministério, na sua igreja. O reboliço de Deus é para organizar a sua vida, como você jamais viu! Quem diz é Deus, não sou eu! Se Deus falou, Ele cumpre!
7.     O Processo da Restauração
Ezequiel 37:7 diz: “E eu profetizei conforme a ordem recebida. Enquanto profetizava, houve um barulho, um som de chocalho, e os ossos se juntaram, osso com osso”.
Houve um ruído, um barulho, uma agitação. Quando o povo de Deus prega a verdade, isso causa um chocalho. Coisas começam a acontecer. Mas isso ainda não é vida. Restauração não é barulho, agitação, estardalhaço, gritaria, emocionalismo. Ezequiel não confundiu barulho com criação, nem atividade com unção, nem agitação com avivamento.
Houve um processo. Imagine o profeta estando neste vale, com seus pés sobre milhares de esqueletos banhados pelo sol. Meses depois de serem devastados por abutres e outros animais, este mar virtual de ossos atabalhoados haviam sido espalhados por todo o lugar. Então, como Ezequiel começou a pregar, houve um barulho. De repente, como se desenhados por algum poderoso ímã invisível começaram a voar pelo ar, sendo puxados de volta às suas origens e Deus começou o surpreendente processo de remontagem. Ficaram em ordem. Mas ainda eram ossos secos, sem vida, sem fôlego. Talvez ficássemos satisfeitos com isto. Ezequiel não. De que vale um bando de esqueletos? Eles poderiam por acaso lutar as guerras do Senhor?
Depois de os ossos se achegaram às suas posições adequadas e Ezequiel continuar a pregação, a Bíblia diz que nervos e tendões começaram a tomar os seus lugares. Em seguida a pele foi colocada na posição. Deus trabalha sempre através de um processo e faz as coisas em sua devida ordem, seja reconstruindo a Sua igreja, ou reavivando-nos individualmente. “Tudo, porém, seja feito com decência e ordem” (1 Co. 14:40).
Pedro nos diz que o crescimento em Cristo é também um processo com ordem. ”acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência, e à ciência o domínio próprio, e ao domínio próprio a perseverança, e à perseverança a piedade, e à piedade a fraternidade, e à fraternidade o amor” (2 Pe. 1:5-7).
Neste ponto todas as partes do corpo estavam em seu devido lugar. Eles agora estavam de pé. Agora tinham uma estrutura. Agora pareciam seres humanos. Os ossos, músculos e pele estavam em posição, mas ainda não havia vida, pois ainda estavam mortos. O cérebro estava na cabeça, mas não estava pensando. Os pulmões estavam lá, mas o corpo não estava respirando. O coração estava no lugar, mas ele não estava batendo. Como Adão antes do Senhor inflá-lo com o sopro da vida, cada soldado era um corpo perfeito sem vida.
Então agora Ezequiel está cercado não por milhares de ossos desconexos, mas por um exército de corpos frios. Eles eram provavelmente cadáveres muito bonitos, mas no entanto, estavam mortos. Essa condição descreve exatamente algumas igrejas. Elas podem ter tudo no lugar. Podem ter estrutura, doutrina, preceitos, mas não há vida espiritual nelas. Podemos ter religião, podemos frequentar a igreja, mas precisamos de vida! Jesus em Apocalipse 3:1 diz: “Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives, e estás morto”. Exteriormente os membros parecem realmente bons. Eles acham que têm aparência, beleza e formosura, que são ricos, abastados e não precisam de coisa alguma (Ap. 3:17), mas eles não têm o sopro da vida. São, ainda, cadáveres. Nós podemos parecer filhos de Deus, podemos aprender um vocabulário evangélico e ter aparência de filhos de Deus e ainda não estarmos vivos.
Ezequiel 37:10 diz: “Profetizei conforme a ordem recebida, e o espírito entrou neles; eles receberam vida e se puseram em pé. Era um exército enorme”!
Deus deu-lhes vida para lutarem. O Espírito entrou neles e viveram e se puseram em pé, um exército sobremodo numeroso. Da mesma forma, só o Espírito pode regenerar a sua alma, só o Espírito pode transformar a sua vida, só o Espírito pode trazer restauração em nosso meio, só o Espírito pode fazer jorrar rios de águas vivas dentro de nós, só o Espírito Santo pode nos dar poder e fazer com que a igreja se levante como um poderoso e numeroso exército! Deus nos dá vida espiritual de modo a que nos possamos tornar soldados em seu exército. Zacarias 4:6 descreve o plano de batalha: “Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito”.
8. Creiamos, Porque Ainda Há Esperança Para os Que Estão Sem Esperança
Após a Segunda Guerra Mundial, dezenas de milhares de soldados japoneses e civis foram mortos em Saipan. E hoje, algumas dezenas de anos mais tarde, equipas de voluntários ainda estão vasculhando a região, à procura de ossos de pessoas desaparecidas. É muito importante para os sobreviventes identificarem os seus parentes desaparecidos. Até agora eles encontraram menos da metade dessas pessoas. Este tem sido um trabalho muito deprimente, não acham? Quão melhor é estar envolvido em trazer vida aos ossos que realmente podem viver, para as pessoas que podem experimentar uma nova vida em virtude da Palavra de Deus e do Espírito de Deus.
No versículo 11, Deus diz a Ezequiel: “Filho do homem, estes ossos são toda a casa de Israel. Eis que dizem: Os nossos ossos se secaram, e pereceu a nossa esperança; nós mesmos estamos cortados”.
Já alguma vez se sentiu cortado, seco, ou até mesmo sem esperança?
Ezequiel 37:1-14 é uma visão de esperança. É uma mensagem maravilhosa de que a Palavra de Deus e o Seu Espírito podem trazer vida em qualquer situação e para qualquer alma, não importando quão morto e sem esperança possa estar. Talvez se lembre da história, onde a vara seca e morta de Aarão voltou à vida. Após ser colocada na arca de Deus durante a noite, ela brotou, floresceu e produziu amêndoas (Nm. 17:8)! Se Deus pode fazer uma vara velha e morta florescer, então Ele pode fazer o mesmo por nós.
Como Igreja, Deus pode nos despertar e nos fazer um exército que fará parte do Seu remanescente do tempo do fim. Ezequiel 37:12-14 nos diz que o povo de Deus será ressuscitado e levado para a Terra Prometida. Haverá uma ressurreição dos justos, em breve, e teremos que viver nessa nova terra, a Nova Jerusalém. Mas antes disso, o Senhor quer levantar um exército de pessoas cheias do Espírito que irão expandir o Seu reino.
Alguns de nós fazem um bom trabalho de encobrir os nossos ossos secos. Talvez os nossos casamentos estejam secos e estéreis. Ou talvez tenha havido uma perda de vitalidade em nossas relações familiares ou de trabalho. Alguns de nós têm contas bancárias que são como ossos secos. Outros têm problemas de saúde. Seja qual for a causa, a mensagem deste estudo é que Deus pode enviar nova vida para a sua situação de osso seco. Deus pode infundir vitalidade em nossas vidas através do Seu Espírito e através da Sua Palavra.
Conclusão
Os ossos secos passaram a viver e se puseram em pé como um exército (v. 10). Deus pode levantar-nos. Deus pode unir-nos. Deus pode dar-nos um só coração, um só propósito, para sermos na igreja como um exército do Senhor, a nos levantarmos em nome do Senhor, para fazer a obra do Senhor. Os ossos secos saíram da sepultura existencial (v. 12-13) Hoje, o Espírito Santo pode quebrar o poder da morte em sua vida, desatá-lo das vestes mortuárias e fazer de si uma pessoa livre, cheia de vida! Como consequência da renovação haveria uma experiência profunda com Deus (v. 6, 13-14), numa nova unidade espiritual (v. 22-25).
Deus restaura relacionamentos quando o Espírito Santo sopra sobre nós. Teremos comunhão contínua com Deus, tornando-nos parceiros íntimos de Deus comungando os mesmos segredos e as mesmas proezas. (v. 26-28). Deus porá o seu santuário no meio do seu povo para sempre. Ele será nosso Deus e nós seu povo. O santuário estará no meio do seu povo para sempre. Isso significa comunhão. A nossa maior recompensa é Deus. Nossa maior herança é Deus. A vida eterna é conhecer a Deus. O céu é comunhão com Deus. O Espírito nos tira da morte e nos restaura para termos comunhão com Deus. Profetiza, Igreja do Senhor e todos nós vamos ouvir a Palavra de Deus. Ouvindo a Palavra estaremos no centro de um poderoso avivamento pelo poder do Espírito Santo.
Não existe nada que Deus não possa transformar. Nem a morte é definitiva para Deus. Ossos secos podem se tornar ossos vivos. Talvez já tenha experimentado o amor de Deus na sua vida, mas agora se encontra fraco e sem esperança. Você pode estar dentro da igreja, mas quem sabe está vivendo um esgotamento espiritual, uma frieza, desanimado. Perdeu a sua fé em Deus, por isso está se sentindo desencorajado, enterrado no meio do vale de ossos secos. Lembre-se: não podemos voltar a viver, senão for por Deus. Ele é o único caminho! Não se contente em viver uma vida espiritual de superfície, pois logo os seus ossos se tornarão secos. Vá mais fundo, mergulhe nas águas do Espírito, e ressuscite para a glória de Deus! Deus o quer longe do vale de ossos secos. Então receba uma nova vida com Cristo, em nome de Jesus. Amém.
 
 

2 comentários:

  1. muito edificante vou ministrar em uma residência e Deus tem falado muito de pessoas frias ,mortas amei seu blog

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  2. Esse estudo é esclarecedor, tirou dúvidas, fez meu coração arder me trouxe lágrimas aos olhos

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