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Teologia: Curso - Batismo nas águas


INDICE
1.     Introdução
2.     As Sombras de Purificação do Pecado do Velho Testamento
3.     Lavagem/Ablução ou Banho
4.     Batismo de Jesus
5.     Jesus é batizado
6.     O Simbolismo do Batismo
7.     Nós Somos Batizados na Sua Morte
8.     O Sepultamento: a Prova da Morte
9.     A Morte Física não Apaga o Pecado
10.   Responsabilidade do Crente Após o Batismo
11.   O Batismo é Um Sacramento
12.   A Forma de se Realizar o Batismo
13.   O Resultado do Batismo na Vida do Crente
14.   Conclusão
O Lugar do Batismo nas Águas no Processo da Salvação
1.     Fundamento Bíblico
a)       A Palavra de Jesus
b)      Selo da Fé
2.     A Natureza Bíblica do Batismo nas Águas
A)  Como é que a Bíblia Define o Batismo na Águas?
1)    O Paralelo do Batismo nas Águas com a Aliança com Noé
2)    O Paralelo do Batismo nas Águas, que é a circuncisão do coração, com a Aliança Abrâmica
a)     O Sinal do Pacto: A Circuncisão
3)    O Paralelo do Batismo nas Águas com a Aliança Mosaica que ocorre em 1 Cor. 10:1-6
4)    O Batismo nas Águas é o Despojamento do Corpo da Carne
5)    O Batismo nas Águas é o Sepultamento e Ressurreição de Cristo
6)    O Batismo nas Águas é para a Remissão dos Pecados
7)    O Batismo nas Águas Faz Parte da nossa Entrada no Reino de Deus
3.     A Urgência do Batismo nas Águas na Igreja Primitiva
a.     O Dia de Pentecostes
b.     Os samaritanos
c.      Filipe e Eunuco
1)    Quem Formulou Esta Questão: “Que Impede Que eu Seja Batizado?
2)    O Que Instigou Essa Questão?
3)    Porque Havia Tal Urgência Para Essa Questão?
4)    Qual é a resposta para essa questão?
A)  Quatro Aspetos Vitais da Fé Requerida Daqueles Que Desejam o Batismo
1º. A Fé Pré-requisitada Para o Batismo é Somente a Fé
2º. A Fé Pré-requisitada para o Batismo é a Fé Individual
3º. O Pré-requisito Para a Fé é a Fé de Coração
4º. A Fé Pré-requisitada para o Batismo é a Fé de Todo o Coração
d.     A Conversão de Paulo de Tarso
e.      Cornélio e seus Amigos
f.       Os Doze Discípulos em Éfeso
4.     A Função da Água na Salvação
1)    1 João 5:8
2)    1Coríntios 12:13
3)    João 3:5
4)    Marcos 16:15-16
5.     As Bênçãos Associadas ao Batismo
a)     Remissão dos Pecados
b)    Novo Nascimento e Entrada no Reino de Deus
c)     União com Deus, Participação na Obra de Cristo e
d)    Incorporação no Seu Corpo
6.     Resumo






Teologia:
Curso - Batismo nas águas

1.     Introdução
A nossa vida é como uma árvore que tem que ter raízes bem profundas para não cair ao chão quando o vento sopra mais forte. Assim, é muito importante estarmos bem enraizados nas doutrinas rudimentares de Cristo, para não sermos derrotados na vida, quando o diabo nos atacar com ventos de problemas.
Hebreus 6:1, 2 – “Pelo que deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até à perfeição, não lançando de novo o fundamento de obras mortas e de fé em Deus, e da doutrina dos batismos e da imposição das mãos, e da ressurreição dos mortos e do juízo eterno
A palavra “batismos” no grego significa: “imergir; mergulhar; colocar para dentro de”. No curso da história, por várias razões, apareceram outras formas de batismo, como aspersão e ablução (banho); entretanto, como o batismo é uma identificação com Cristo em sua morte e ressurreição, e é exatamente isto que a imersão significa, não praticamos outras formas de batismo.
O batismo é um assunto muito importante nas Escrituras. Muitos textos mostram que o batismo está intimamente relacionado com outros temas fundamentais do evangelho. Quando Jesus encarregou os apóstolos da Grande Comissão, um elemento central da mensagem que eles deveriam pregar ao mundo era o batismo: “Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt. 28:18-20). Quando Paulo apresentou os sete fundamentos da unidade cristã, o batismo era um deles: “Há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos” (Ef. 4:4-6). Podemos assim, deste modo, perceber a importância do batismo por causa da sua ligação com aqueles outros elementos vitais do cristianismo. Infelizmente, são poucos os que entendem o que a Bíblia afirma acerca da relação entre batismo e a salvação. O objetivo deste curso é mostrar que o batismo é um requisito para a salvação.
As Escrituras ensinam que há vários requisitos para a salvação: a graça de Deus, o amor de Deus, o sangue de Cristo, o ouvir a palavra, o arrependimento, a confissão, a fé, a obediência, etc. Nenhum dos elementos acima salva sozinho; todos são, no entanto, imprescindíveis. No meio de tudo o que o homem tem que fazer para ser salvo está o batismo. Ninguém pode ser salvo sem fé, sem a graça de Deus, sem o sangue de Cristo, sem o arrependimento e etc., mas também não pode ser salvo sem o batismo. O batismo é um dos vários requisitos indispensáveis para a salvação.
A Bíblia é, sem sombra de dúvida, um livro fascinante, pois é a Palavra do Deus Todo-Poderoso que criou o universo. Portanto, é a autoridade suprema e absoluta em qualquer assunto nela abordado. Ela é a fonte de toda a verdade e digna de toda a confiança.
2.     As sombras de purificação do pecado do Antigo Testamento
Para entendermos e apreciarmos o verdadeiro significado do batismo nós devemos começar pelo Antigo Testamento, onde as bases foram plantadas para nos preparar para o batismo do Novo Testamento em diversas maneiras.
3.     Lavagem/ablução ou banho
Uma figura ou símbolo empregado por Deus em relação à limpeza do pecado é que ambos – lavagem/ablução ou banho – são realizados com água.
Consideremos o mais alto sacerdote do Antigo Testamento ao oferecer um sacrifício. Fora do mais sagrado lugar no qual a arca estava havia um vaso de abluções com água, como indicado no Livro do Êxodo, capítulo 30:17 a 21: E falou o Senhor a Moisés, dizendo: Fará também uma pia de cobre com a sua base de cobre, para lavar; e a porás entre a tenda da congregação e o altar, e deitarás água nela. E Arão e seus filhos nela lavarão as suas mãos e os seus pés. Quando entrarem na tenda da congregação, lavar-se-ão com água, para que não morram, ou quando se chegarem ao altar para ministrar, para acender a oferta queimada ao Senhor. Lavarão pois as suas mãos e os seus pés, para que não morram; e isto lhes será por estatuto perpétuo a ele e à sua semente nas suas gerações.
Essa purificação das mãos e pés dos sacerdotes era necessária, pois os sacerdotes eram culpados. Ao se lavar, o sacerdote estava limpo, de acordo com o cerimonial, podendo, assim, vir à presença do Senhor e oferecer o seu sacrifício.
Um exemplo conclusivo do uso da água para purificação no Antigo Testamento é dado no capítulo 8, versículos 6 e 7, do Livro de Números: “Toma os levitas do meio dos filhos de Israel, e purifica-os. E assim lhes farás, para os purificar: esparge sobre eles a água da expiação; e sobre toda a sua carne farão passar a navalha, e lavarão os seus vestidos, e se purificarão”.
Essa purificação pela água era seguida pelo holocausto e uma de expiação do pecado (Nm. 8:8-13). Assim, notamos que Deus usou o derramamento de sangue, o holocausto e a purificação pela água significando a limpeza espiritual.
Após revermos esses modos de purificação do Antigo Testamento, a próxima questão a ser discutida é: como João Batista se insere nessa imagem? O batismo realizado por ele fazia parte das purificações do Antigo Testamento ou é algo novo sendo introduzido?
Os judeus já se haviam acostumado com as liturgias, e se limitavam às cerimónias como a circuncisão, o batismo de prosélitos, os rituais de purificação, para pensarem que estavam bem com Deus. Até que surgiu João Batista no deserto, chamado de “Batista” ou o “emergidor” por causa do batismo que Deus lhe mandara realizar. Este batismo, conhecido como batismo de João ou de arrependimento para remissão de pecados (Mt. 3:5-8; Mc. 1:1-5 e At. 19:1-5), era temporário, pois visava em preparar o povo para receber Jesus, fazendo a transição da lei e dos profetas do Antigo Testamento, para o Evangelho de Cristo no Novo Testamento. João pregava a respeito daquilo que fazia com que Deus perdoasse e purificasse o pecado do ser humano, o arrependimento.
O batismo de João Batista era para quem queria arrepender-se e ser salvo. O batismo cristão é para quem já se arrependeu e já está salvo. Jesus não necessitava de batismo, mas batizou-se, dando-nos o supremo exemplo como Homem (Mt. 3:13-17).
Portanto, os judeus já praticavam o batismo (também neste caso chamado de Ablução) antes de Cristo. Quando os judeus de Jerusalém enviaram os sacerdotes e os levitas para interrogar a João Batista quando ele estava batizando, não lhe perguntaram “Que mandamento novo ou diferente é este”?, ao contrário, o interrogaram dizendo: “Porque batizas tu se não és Elias, nem o Cristo, nem o profeta”? (Jo. 1:19-26). Com este texto fica mais fácil compreender a prática do batismo no Antigo testamento.
O Batismo era usado pelos israelitas com muita frequência conforme as prescrições encontradas em Êxodo 19:14 e 30:17-21; Levíticos 16:26-28 e 17:15 e Números 19:8. Para os judeus, lavar-se conforme a Lei era símbolo de purificação religiosa ou consagração a Deus. Praticavam ainda o batismo como uso e costumes sociais (Mc. 7:1-8).
O batismo de João Batista era conhecido como batismo do arrependimento para remissão de pecados (Mc. 1:4) e acredita-se que nos tempos de Cristo e tempos posteriores, os prosélitos do judaísmo eram batizados; da mesma forma quando João Batista foi enviado por Deus para pregar o arrependimento a Israel, batizava-se todo aquele que acreditava em sua mensagem.
Naquele tempo, a estranha figura de João, chamado o Batista, é vista pelo rio Jordão, chamando os judeus para se arrependerem e batizando-os no rio como um sinal desta purificação. Que batismo era esse? Pode ele ser relacionado com a água do batismo dos crentes surgidos depois de Pentecostes? Ou ele possui uma relação próxima às purificações do Antigo Testamento que, como já vimos, faziam parte das leis cerimoniais do Antigo Testamento? Desde que ele foi chamado de “batismo”, nós sabemos que ele é relacionado com a limpeza ou com a purificação.
Nós podemos encontrar a resposta para essas questões se considerarmos, por um momento, o tempo do batizado de João Batista. Observemos, cuidadosamente, o batismo de Jesus por João Batista.
O tempo das leis cerimoniais havia quase chegado ao fim, o vaso de Aarão, e o templo como o lugar onde Deus desceu até o homem. O sumo-sacerdote, Jesus, que se ofereceu a sim mesmo como o Cordeiro do sacrifício, apareceriam a qualquer momento. Ele cumpriria todas as leis do Antigo Testamento, que aguardavam a Sua vinda.
O sacerdócio de Aarão em breve se tornaria obsoleto. O capítulo 8, v. 13 do Livro aos Hebreus afirma: Dizendo Novo Concerto, envelheceu o primeiro. Ora, o que foi tornado velho, e se envelhece, perto está de acabar.
Assim, Deus escreve-nos no Livro aos Hebreus a respeito do fim do sacerdócio de Aarão e em relação à promessa divina. Um novo sacerdócio estava sendo estabelecido.
4.     O batismo de Jesus
Mas, sendo Jesus livre do pecado, o que a ablução realizada por sacerdotes pecadores acrescentaria a Ele? Muito, se nos recordarmos dos papéis que Jesus desempenhou no drama da salvação que se estava desenrolando.
Em primeiro lugar, Ele veio como o sumo-sacerdote que foi oferecido em sacrifício. Depois, Ele foi o Cordeiro sacrificado. Isso é narrado tão graciosamente nas palavras de João Batista, no capítulo 1, versículo 29, do Livro de João: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”.
Ele veio para salvar a humanidade, e para fazer isto, Ele teve que se identificar completamente com o homem pecador. Ele, totalmente desprovido do pecado, tornou-se pecador por nossa causa. Ele estava carregado de toda a sujeira e dos podres pecados realizados por aqueles que Ele veio salvar. Portanto, Ele, diante de Deus, apresentou-se como culpado. Ele se transformou num daqueles que precisavam ser limpo dos seus pecados.
Certamente, que nos lembrarmos que o Seu sacerdócio era, na verdade, totalmente diferente do sacerdócio de Arão, pois que era eterno antes da ordem de Melquizedeque (Hb. 5:6; Hb. 7). Em outro sentido, isso foi ordenado antes do sacerdócio de Arão (Hb. 9:24; Hb. 10:1). Portanto, Ele teve que ser batizado, de acordo com o cerimonial, antes do sacrifício do Cordeiro.
Como Ele poderia ser batizado? Ele não poderia se lavar na pia do templo, pois ela somente podia ser utilizada pelos Levitas. Jesus era da tribo de Judá. Além disso, a pia era relacionada ao altar do templo e aos lugares sagrados. O altar de Jesus era a cruz e o lugar sagrado era o céu em si mesmo (Hb. 8:1-2; Hb. 9:24). Assim, algo muito diferente da pia do templo era exigido para a Sua purificação cerimonial.
E assim Deus nos apresenta a João Batista, que despontou como um personagem destinado a ser um elo entre a lei do Antigo Testamento numa das mãos, e na outra, a nova promessa divina estabelecida por Jesus. O pai de João, Zacarias, era um sacerdote descendente de Aarão e a sua mãe, Elisabete, era descendente de Aarão. Entretanto, João era um sacerdote de alta posição. Ele estava naturalmente qualificado para administrar a cerimónia de purificação com água. Além disso, ele foi mandado por Deus especificamente para batizar com água. Em Mateus, capítulo 3, vs. 13 a 15, lemos: “Então veio Jesus da Galileia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele. Mas João opunha-se-lhe, dizendo: Eu careço de ser batizado por ti, e vens tu a mim? Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então ele o permitiu”.
O ponto de convergência do sacerdócio divino de João Batista era claramente relacionado ao sacerdócio de Aarão, que já estava no fim. A missão de João Batista era ser aquele que preparou o caminho para a cerimónia de purificação de Jesus e anunciá-Lo como o Messias. Contudo, apesar do clero de Jesus não ser da tribo de Levi, João teve que cumprir a sua tarefa em outro lugar, fora do templo.
Assim, João estava no Rio Jordão, batizando e clamando ao povo para o arrependimento. Em Mateus 3:7, 8 João deixou bem claro que o batismo não é um ato formal, pois para alguém ser batizado tem que provar que produz frutos dignos de arrependimento. O batismo de João – uma novidade entre os judeus - foi uma “ponte” entre a Antiga e a Nova Aliança. O rito de batismo que ele apresentava não poderia ter menos significado do que as cerimónias de ablução descritas no Antigo Testamento e, certamente, eram adequadas às cerimónias de purificação de um sacerdote.
As cerimónias de purificação e sacrifício do Antigo Testamento eram sombras turvas de limpeza a serem estabelecidas pela redenção de Cristo e que assinalava para a salvação a ser estabelecida pela vinda do Messias. O batismo realizado por João assinalava também a purificação a ser estabelecida pela expiação de Cristo.
5.     Jesus é batizado
Agora o sumo-sacerdote, o Senhor Jesus, chegou. Mas antes que Ele possa oficialmente iniciar o seu trabalho como sumo-sacerdote, como já aprendemos anteriormente, para cumprir a promessa com toda a equidade, Ele tem de ser limpo cerimonialmente, exatamente como Aarão foi limpo de acordo com a lei antes de começar as suas atividades como sumo-sacerdote. João Batista chegara para aplicar em Jesus o cerimonial da purificação com água. A limpeza prevista pelas sombras do cerimonial está prestes a se tornar um facto histórico.
Isso se tornaria um facto histórico tal como Deus despejou a Sua ira quando Jesus foi crucificado. O vestígio da purificação ou do batismo deixado por João Batista está forte e intensamente em evidência, embora ainda seja uma sombra. O batismo com água feito por João não tinha valor de limpeza em si, assim como a sombra de uma árvore não tem substância em si mesma. A árvore pode existir sem a sombra, mas a sombra não é nada sem a árvore. Quanto mais perto da árvore a sombra estiver, mais claramente esta reflectirá a verdadeira substância da árvore.
Por isso, João, que era parente de Jesus, uma vez que suas mães eram primas (cf. Lc. 1:36), prega o arrependimento; ele fala de batismo ou do batismo de arrependimento para o perdão dos pecados. Em Marcos capítulo 1, v. 4, lemos: “Apareceu João batizando no deserto, e pregando o batismo de arrependimento, para remissão dos pecados”. Era como se a crucificação já tivesse acontecido.
O batismo de João, assim como o batismo realizado pelos apóstolos antes da crucificação, seguia os mesmos preceitos daquele realizado no Antigo Testamento, quando era somente um prenúncio de um evento futuro, mas eles seriam muito mais intensos, vibrantes e significativos. Esses batismos assinalavam a necessidade de sermos limpos dos nossos pecados. Tanto o arrependimento como a purificação dos pecados poderiam ser consumados somente pela ação de Deus ao nos proporcionar a purificação por meio de Jesus.
Assim, o drama segue adiante. O Cordeiro do sacrifício (Jesus) está inserido no cenário. O sumo-sacerdote (também Jesus) que oferece o sacrifício está presente.
Talvez João Batista tenha escolhido o Rio Jordão por ter sido onde Naamã foi curado de lepra. Vocês se lembram quando Naamã, o sírio leproso, veio a Eliseu buscar a cura? Eliseu disse-lhe para se lavar sete vezes no Rio Jordão e ele seria curado. No capítulo 5, vs. 9 e 10, do Segundo Livro dos Reis, lemos: “Veio, pois, Naamã com os seus cavalos, e com o seu carro, e parou à porta da casa de Eliseu. Então Eliseu lhe mandou um mensageiro, dizendo: Vai, e lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne te tornará, e ficarás purificado”.
Deus usou a lepra como um exemplo de pecado. A cura de Naamã, lavando-se no Rio Jordão, era um sinal apontando para a purificação do pecado.
6.     O simbolismo do Batismo
Para os judeus no Antigo Testamento, o batismo era realizado para simbolizar a purificação das pessoas quanto às suas impurezas (Êx. 40:12). Cristo institui através da instrução aos apóstolos antes de sua ascensão (Mt. 28:19), o batismo como mandamento de iniciação na sua igreja sendo administrado ao convertido, significando a confissão de fé e a união do crente com Cristo através de seu arrependimento pelos pecados outrora cometidos em face de uma vida longe de Deus; simboliza o perdão dos pecados pela morte de Cristo e a porta para a atuação do Espírito Santo diretamente em sua vida (Rm. 6:4; Gl. 3:27; Cl. 2:11-12 e I Pe. 3:21).
É acrescentado em nossos dias também como símbolo do batismo o seguinte significado: “Quando se desce as águas, significa morte para o mundo (do homem carnal), quando se é imergido, significa sepultado para o mundo e quando se sai da água significa ressurgido para uma nova vida (homem espiritual)“.
7.     Nós somos batizados em Sua morte
Agora podemos entender o que diz o capítulo 6, vs. 3 a 6, do Livro aos Romanos: “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo, fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo ressuscitou dos mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição. Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado”.
Nós somos batizados em Jesus Cristo. Isto é, em Sua morte, pois dentre os pecados que foram Nele lançados estavam os meus pecados. Ele foi limpo ou purificado deles enfrentando a segunda morte, a condenação às penas eternas. Portanto, já que os pecados eram meus, fui eu batizado (purificado) ou limpo deles.
8.     O sepultamento: a prova da morte
O versículo 4 afirma: fomos sepultados com ele pelo batismo na morte. Qual é o significado da palavra sepultamento? Vamos examinar esta questão.
Quando Adão e Eva estavam no Jardim do Éden, foi-lhes dito que no dia em que comessem do fruto proibido, com certeza, morreriam (Gn. 2:17). No dia em que eles comeram do fruto, eles não morreram fisicamente, pois depois disso, Adão teve muitos filhos e morreu com a idade de 930 anos.
Entretanto, no dia em que eles comeram do fruto proibido, eles morreram espiritualmente. Naquele momento, eles se tornaram o alvo da maldição de Deus, ficando, assim, sujeitos à morte física. Na verdade, toda a criação estava sob a maldição de Deus, portanto a morte física atinge tanto animais quanto ao homem.
 Por ter sido o homem criado à imagem de Deus, e, portanto, responsável pelos seus atos perante Deus, a maldição trouxe a Sua ira sobre a humanidade.
9.     A morte física não apaga o pecado
É verdade que a morte física do homem e o seu sepultamento não apagam a punição do pecado? A Bíblia, no Livro aos Hebreus, capítulo 9, versículo 27, diz: “E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez vindo depois disso o juízo”.
Quando chegar a hora de nossa morte não deveremos pensar na morte física. A morte à qual a humanidade está destinada é aquela “vivida” por Adão quando ele pecou. No capítulo 15, versículo 22, do Primeiro Livro aos Coríntios, nós lemos: “Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo”. Como já vimos anteriormente, Adão morreu espiritualmente ao ser submetido à maldição de Deus.
... bilhões de pessoas nunca experimentarão a morte física...
O facto de que a morte física não pode ser um objetivo no Livro aos Hebreus, capítulo 9, versículo 27, e que ela não é parte do pagamento pelo pecado, pode ser visto por, pelo menos, em três razões muito fortes.
A primeira delas é o facto de que bilhões de pessoas nunca experimentarão a morte física. Quando Cristo vier no último dia, e cada um olhar para Ele, os bilhões de pessoas que deixarão a terra naquele momento serão levadas diante do trono do julgamento de Deus para responder pelos seus pecados. Elas não terão experimentado a morte física e além de serem punidas pelos seus pecados, elas passarão a eternidade no inferno.
A segunda razão pela qual sabemos que a morte física não faz parte do nosso pagamento pelos nossos pecados pode ser vista quando nós examinamos a salvação de um indivíduo. Deus insiste que todo o trabalho para a redenção era desempenhado por Cristo. No Segundo Livro aos Coríntios, capítulo 5, versículo 21, nós lemos: Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.
A Bíblia afirma no Livro aos Efésios, capítulo 2, versículos 8 a 10: Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie. Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.
Com base nesses versículos, assim como em muitos outros, nós percebemos que ao sermos salvos, a punição que a justa lei de Deus exige tem que ser totalmente paga. Não há nada que possamos fazer para ajudar na punição.
Se a morte física fosse parte do pagamento pelo pecado, os cristãos não poderiam morrer fisicamente. A justiça divina seria inteiramente violada se todos aqueles pecados encobertos por Cristo devessem mesmo a menor parte da punição pelo pecado.
O que acontece ao evangélico após a sua salvação? Durante milhares de anos, os cristãos têm morrido fisicamente. Desde que a punição pelos seus pecados estivesse inteiramente cumprida antes de sua morte, é óbvio que a sua morte física não tinha nada a ver com a punição pelos seus pecados. Ou melhor, a sua morte física é a evidência ou a prova de que eles estiveram sob a maldição de Deus, e, consequentemente, sob a Sua ira.
Na verdade, enquanto judicialmente a punição pelos seus pecados está cem por cento completa, a aplicação em suas vidas é apenas parcial. Eles receberam a vida eterna em suas novas almas ressuscitadas. Eles devem continuar a sobreviver em um corpo que ainda carrega a evidência da maldição de Deus. Isso está provado, pois eles morrem fisicamente, e os seus corpos decadentes devem ser queimados.
Quando refletimos sobre a redenção, nós observamos uma terceira razão pela qual a morte física não pode ser uma parte da punição ao pecado. Nós percebemos que a punição ao pecado estava totalmente paga antes de Jesus morrer fisicamente. Este é um facto muito importante, e, portanto, nós o examinaremos com muito cuidado.
A Bíblia mostra, claramente, a necessidade de uma purificação permanente, estabelecida de modo permanente por meio da Sua morte na cruz.
Além disso, há muito tempo nós aprendemos que as ações das assembleias do Antigo Testamento, que aguardavam a vinda do Messias para a purificação dos pecados, incluíram as ofertas de sangue, os holocaustos e a purificação com água. Purificar com água incluía aspersão, lavagem das mãos e pés e até mesmo do corpo inteiro.
10.                 Responsabilidades do crente após o batismo - Efésios 4:14:
Para que não sejamos mais meninos, inconstantes, levados ao redor por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia induzem ao erro.
Destacamos neste tópico, compromissos que devem ser assumidos pelo cristão para agradar ao Senhor:
Ler a palavra (Js. 1:8). É estranha a postura de alguns crentes que dizem conhecer por completo a verdade da palavra, sem ter contacto ou melhor dizendo intimidade com a palavra do Senhor (e não estou falando de quem não sabe ler, porque os que não o sabem, compensam através da fé viva e inabalável em Cristo Jesus). Quando, de coração aberto, se tem contacto com a palavra, damos frutos pela palavra (At. 8:26-40), vencemos pelo poder da palavra, somos guiados pela palavra (Sl. 119:105), vivemos pela palavra (Mt. 4:4 e Cl. 3:16).
Praticar a palavra (Dn. 6:10 e I Rs. 8:44-48). Não estamos falando de ler a bíblia e sim de praticar seus ensinamentos, pois quando o fazemos, vencemos a religiosidade que infelizmente tem estado presente de forma ativa na vida de muitos crentes (Tg. 1:26-27).
Vida de oração. A maneira mais evidente do cristão falar com Deus é através da oração. Alguns personagens bíblicos nos deixaram o exemplo de que através da oração, temos contacto com Deus, vejamos: Abraão (Gn. 15:2 e 17:17-18); Daniel (Dn. 9:4-19); Davi (2 Sm. 7:18-29; Sl. 51); Elias (1 Rs. 17:20); Eliseu (2 Rs. 6:17), e outros. É importante lembrar que sua oração deve ser sincera e com inteira certeza de fé (Hb. 10:22).
Santificação (ato ou efeito de santificar). O batismo faz parte de um processo de Cristo para purificar o cristão enquanto ele está nesta vida terrena. O próprio Deus quer a nossa santificação (Rm. 12:1 e 1 Ts. 4:3-5).
A vida do cristão após o batismo precisa ser conduzida pelo Espírito Santo, havendo a necessidade de fazer valer as palavras do Apóstolo Paulo que fez uma entrega tão evidente de sua vida, chegando a dizer: “não sou eu que vivo, mas sim é Cristo que vive em mim” (Gl. 2:20), entendendo perfeitamente o que Cristo espera de sua igreja (Jo. 17:6-26).
A partir do batismo o cristão deve se apresentar morto para o pecado, isto é, não controlado pelo amor ao pecado ou pelo seu poder dominante. Morto para o poder escravizador do pecado, lembrando também que não estaremos livres de toda a sua influência (Rm. 6:12-18).
É importante vigiar e orar, pois satanás continuará a oferecer seus banquetes sedutores, mesmo após a sua confissão de fé e arrependimento dos pecados; não pense que estar fazendo parte do corpo de Cristo, o fará intocável ou “super-homem”, pois o nosso adversário é tão astuto que até a Jesus ele tentou (Mt. 4:1-11), portanto, precisamos de ter a mente de Cristo para reconhecer e recusar estes banquetes que podem levar à morte espiritual (1 Timóteo 4:1-2 e Ap. 3:14-20).
Para si meu irmão, que tem como o próximo passo da conversão o batismo, que possa acontecer de forma consciente sabendo que a partir deste ato, terá a responsabilidade de examinar-se a si mesmo (1 Co. 11:28-32), com a consciência purificada (Gn. 3:8 e 4:10) em relação a suas atitudes nesta nova maneira de viver.
O cristão precisa de ter convicção da sua confissão de fé através da plena consciência de suas atitudes (At. 24:10-16 e Rm. 9:1).
Apresentaremos algumas instruções básicas acerca do Batismo nas águas com base nas Escrituras Sagradas, na Santa Ceia e responsabilidades como cristão. Certamente que ainda não alcançará todos os requisitos que com o estudo sistemático da Palavra de Deus com certeza serão alcançados.
11.                 O Batismo é um sacramento (rito religioso)? (Mt. 28:19)
Vamos observar estas passagens bíblicas: Atos 8:16 e 19:1-4; Romanos 6:3 e I Coríntios 1:13.
Analisando estas passagens, notamos que estava sendo colocado em prática a ordem que Jesus havia deixado aos seus discípulos. Para nós portanto, líderes e membros da igreja local, fica uma grande responsabilidade em se fazer cumprir este mandamento importante ordenado por Cristo Jesus.
O batismo cristão não é um sacramento como ensina a Igreja Católica. A palavra sacramento não existe no Novo Testamento; provém do latim e significa: “o meio de alcançar a graça divina”. Jesus não nos deixou nenhum sacramento. Jesus deixou-nos duas ordenanças: “O Batismo é a primeira ordenança, e a Ceia do Senhor é a segunda”. Convém que todo o salvo seja primeiro batizado, para depois participar da Ceia. O batismo cristão começou com o Senhor Jesus. Ele foi o primeiro, ao ser batizado por João Batista.
A igreja local deve estar sempre preocupada em conscientizar seus mais recentes membros da necessidade do batismo para que haja o ajuste do corpo cuja cabeça é Cristo (Ef. 4:15-16).
12.                 A forma de se realizar o Batismo
Encontramos desde os tempos primitivos algumas diferenças de opiniões dos cristãos quanto à forma de se realizar o batismo. Hoje existem duas maneiras mais evidentes, são elas: imersão, quando a pessoa é mergulhada por completo e aspersão, ato de espalhar líquido em forma de chuva. A palavra batismo deriva do verbo grego “batizo” que significa etimologicamente (uma origem da palavra) imergir, porém isto não prova que o batismo por imersão seja o único modo indispensável e necessário para se realizar.
É importante lembrar que o ministério apostólico, adota em seu regimento interno, o batismo por imersão, fazendo-o em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo de Deus, conforme o evangelho segundo Mateus no capítulo 28, verso 19.
13.                 O resultado do Batismo na vida do crente e da igreja
O resultado é de pleno conhecimento espiritual. Acontece algo como se sentisse o ciclo da vida passar, e como recém-nascido você estará pronto a trilhar o caminho para a maturidade espiritual, e para isso, passará por fases, e em todas elas com certeza, vai sentir o nosso Pai Celeste através do seu Espírito Santo a guiá-lo, no objetivo de o levar ao pleno conhecimento de sua verdade, afim de que o conheça como Ele é, assentar-se à mesa com Ele naquele grande dia para participar da grande ceia do Senhor e participar da sua eterna glória. Amém.
14.                 Conclusão
Meu amado irmão, o batismo deve ser muito mais do que um rito material e religioso; seu significado espiritual é muito forte para nos prender tão-somente à confissão pública de fé. Precisamos de nos lembrarmos deste ato consciente diariamente, pois é um compromisso assumido com a igreja do Senhor e principalmente com o Senhor da igreja.













O Lugar do Batismo nas Águas
no Processo da Salvação

1.     Fundamento Bíblico
Este é outro passo que está associado à porta do reino. Não é um passo do caminho. Não é para depois de algum tempo de vida cristã. Está na Porta. Quando falamos sobre arrependimento necessitamos esclarecer a diferença entre o que a Bíblia ensina e alguns conceitos errados que a igreja tem abraçado. Agora, ao falar sobre o batismo, também necessitamos de este esclarecimento, porque este assunto do batismo, também está carregado de conceitos humanos que retiraram do batismo a sua tremenda importância e o rebaixaram a um plano inferior, afirmando que não passa de um mero “símbolo” de nossa morte com Cristo, ou, pior ainda, um simples testemunho público de nossa fé.
Mas o batismo é mais do que isto? Afirmamos que sim. O batismo está revestido de sentido e de realidade espiritual. Isto é o que nos afirma Jesus e os apóstolos. Vejamos passo a passo o que as escrituras nos ensinam:
a)    A Palavra de Jesus
E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28.18-20).
Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” (Mc. 16:16).
No texto de Mateus, Jesus colocou o batismo no início da vida com Ele. Primeiro batizar e depois ensinar a guardar as coisas que Ele ordenou. Não diz que é para primeiro ensinar e depois batizar. O batismo é uma ordenança clara de Jesus para todo aquele que crê: Portanto, ide e fazei discípulos de todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt. 28:19).
b)    Selo da Fé
O batismo deve ser visto como um selo da justiça que vem pela fé, e evidentemente deve seguir a fé, como determinam as palavras finais de Jesus que se encontram registadas no evangelho de Marcos: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado” (Mc. 16:15, 16).
Esta é a razão porque não batizamos e nem tampouco validamos o batismo de crianças; é necessário crer primeiro, para depois se batizar. Obedecemos o princípio bíblico de consagrar os filhos ao Senhor, mas só os batizamos depois que puderem crer e professar a sua fé.
A última página de todos os evangelhos apresenta um convite. Você que chegou até aqui é convidado agora a continuar, prolongando a palavra e a ação de Jesus.
Assim Jesus continua presente e atuante em nosso meio. E os evangelhos foram escritos exatamente para isso: Produzir a conversão e o compromisso com Jesus e seu projeto. Para nós, então, o convite se transforma em ordem que leva à missão. Poderíamos dizer que a última linha dos evangelhos está sempre em branco.
O que quer fazer com ela? Escrever aí o seu nome, selando um termo de compromisso: eu, fulano de tal, aceito o compromisso com Jesus e com sua causa… Vou continuar o anúncio e a prática da justiça que ele começou.
Jesus agora está sentado à direita do trono do Pai e, portanto, tem autoridade sobre o céu e a terra. É o triunfo do homem que obedece ao projeto de Deus. Este homem pode agora julgar a todos (Mt. 25:31-46).
E o que Jesus tem a dizer àqueles que desejam segui-lo? Simplesmente continuar a sua missão.
Ela começou com o batismo, onde ele recebeu o Espírito que o levou ao anúncio e à prática da justiça. Pelo batismo todos nós nos tornamos filhos de Deus e irmãos de Jesus, continuando a missão de Jesus, iluminados pelo Espírito que ensinará tudo o que dizer e fazer (cf. Mt. l0:19-20).
Portanto, ide e fazei discípulos de todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado. E certamente estou convosco todos os dias, até à consumação do século”.
A continuação da ordem é “ensinar a observar tudo o que Jesus ordenou aos discípulos”. Em outras palavras, tudo o que Jesus mostrou e ensinou sobre a prática da Justiça. É através dela que o Reino de Deus vem até à humanidade, trazendo liberdade e vida para todos.
Tratando da experiência cristã apostólica e profética, é mister abordar o assunto do batismo nas águas, pois ele se coloca entre o arrependimento dos pecados e o recebimento do dom do Espírito Santo.
A base do batismo o foi claramente definida por Pedro no dia de Pentecostes quando lhe perguntaram, “Que faremos”? “Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados e recebereis o dom do Espírito Santo” (At. 2:38).
Durante muitos anos, as igrejas, havendo perdido a visão duma igreja apostólica e profética, consideraram o batismo nas águas como um testemunho; meramente “um ato exterior de uma obra interior”. Há uma modificação desta doutrina acontecendo hoje em muitas igrejas alicerçadas nos fundamentos do ministério Apostólico e Profético. O Espírito Santo está nos ensinando o lugar estratégico do batismo nas águas, tanto no que respeita ao arrependimento, como ao recebimento do batismo no Espírito Santo.
Falaremos primeiro da natureza do batismo nas águas, segundo as Escrituras. Passaremos a examinar os exemplos registados nos Atos dos Apóstolos que indicam a urgência e as implicações deste batismo. Terminaremos por relacionar o batismo nas águas ao processo total de regeneração.
2.  A Natureza Bíblica do Batismo nas Águas
Assim como nossa crença no batismo no Espírito Santo se baseia em textos e narrativas bíblicas, também o batismo nas águas depende destes fundamentos. Um dos erros de interpretação bíblica é formar uma doutrina baseada em um versículo apenas. Queremos evitar isto.
Há vários textos nas cartas dos apóstolos que nos dão indicações e ensino sobre o batismo. A maioria destes textos fala das realidades espirituais que estão associadas ao batismo, sem dizer claramente o que é o batismo. Mas o texto de Gálatas 3:27 lança uma luz sobre o assunto: “Porque todos quanto fostes batizados em Cristo, de Cristo vos revestistes”.
Os apóstolos não viam apenas um batismo nas águas, mas um batismo em Cristo. Era mais que um símbolo, porque aquele que se batizava, pela fé era unido a Cristo, mergulhado em Cristo, enxertado em Cristo e revestido de Cristo.
Para ser breve (pois este estudo não tem a pretensão de ser exaustivo), usaremos as passagens que falam diretamente sobre este batismo. Observaremos então que as implicações deste ato são bastante importantes.
A)  Como é que a Bíblia Define o Batismo nas Águas?
Uma evidência importante de salvação é um desejo sério e contínuo para obedecer a toda e qualquer ordem que Deus nos dá. E Deus ordena para batizar com água.
O ato do batismo é um momento de alegria no Céu. É um ato solene, festivo e de grande importância para a vida da pessoa que se batiza e da Igreja que o recebe. Quando o salvo desce às águas batismais e é coberto por elas, declara que, ao crer em Jesus, morreu para o mundo de pecado e foi sepultado com Cristo.
Simbolicamente, quando ele sai das águas, está declarando que ressurgiu para viver uma nova vida em Cristo (Rm. 6:6-14; Cl. 2:12).
Assim, o significado do batismo é morte, sepultamento e ressurreição. Quando somos batizados, declaramos que Cristo morreu na cruz pelos nossos pecados para que nós morrêssemos para o pecado. Declaramos, ainda, que nos arrependemos, cremos pela fé e aceitamos a Cristo e Seu sacrifício como único meio de salvação, que recebemos o perdão, estamos salvos e seguros em Cristo e dispostos a servi-Lo e segui-Lo todos os dias da nossa vida.
Portanto, a finalidade do batismo é dar testemunho público da fé e salvação em Jesus Cristo. Com o ato do batismo, proclamamos sem palavras e publicamente, e especialmente diante da Igreja, a salvação e a transformação que Jesus realizou em nosso interior. Isto glorifica ao Senhor (1 Co. 6:20).  
A razão por que nós, entusiástica e prazerosamente, tomamos parte em todas essas atividades é porque Deus assim nos ordenou. Uma evidência importante de salvação é um contínuo e sério desejo de obedecer a qualquer e a todas as ordens que Deus nos dá. Deus ordena o ato de batismo com água.
Como sabemos, o sinal de circuncisão do Antigo Testamento foi substituído no Novo Testamento pelo batismo nas águas. Portanto, nós não ficamos surpresos ao ler em Atos capítulo 10, versículos 47 e 48, em relação ao romano Cornélio e àqueles que foram salvos com ele: “Respondeu então Pedro: Pode alguém porventura recusar a água, para que não sejam batizados estes, que também receberam como nós o Espírito Santo? E mandou que fossem batizados em nome do Senhor. Então rogaram-lhe que ficasse com eles por alguns dias”.
Pedro estava falando sob a inspiração do Espírito Santo de Deus. Portanto, a ordem na era da igreja para batizar, era do próprio Deus.
Se tivermos de entender plenamente a doutrina do batismo, a mesma deve ser vista como parte integral do plano único da salvação, traçado por Deus. Portanto devemos primeiramente colocar o batismo dentro da moldura da aliança. Nessa conexão, notamos como o Novo Testamento encontra no batismo paralelos fundamentais com as três maiores administrações do pacto do Antigo Testamento.
1) O Paralelo do Batismo nas Águas com a Aliança com Noé
Abençoou Deus a Noé e a seus filhos, e lhes disse: Frutificai, multiplicai-vos e enchei a terra. O pavor e o medo de vós virão sobre todos os animais da terra, e sobre todas as aves dos céus; tudo o que se move sobre a terra, e todos os peixes do mar, nas vossas mãos são entregues. Tudo o que se move e vive será para vosso mantimento. Assim como vos dei as ervas verdes, tudo vos dou agora. A carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis. Certamente requererei o vosso sangue, o sangue das vossas vidas; de todo o animal requererei, como também das mãos do homem, sim, das mãos do irmão de cada um requererei a vida do homem. Quem derramar sangue de homem, pelo homem o seu sangue será derramado; pois Deus fez o homem à sua imagem. Mas vós frutificai, e multiplicai-vos; povoai abundantemente a terra, e multiplicai-vos nela. Então disse Deus a Noé, e a seus filhos. Agora estabeleço a minha aliança convosco e com a vossa descendência depois de vós, e com todos os seres viventes que convosco estão; assim as aves, os animais domésticos e os animais selvagens que saíram da arca, como todos os animais da terra. Estabeleço convosco a minha aliança: Não mais será destruído tudo o que tem vida pelo dilúvio; não haverá mais dilúvio para destruir a terra. E disse Deus: Esse é o sinal da aliança que ponho entre mim e vós e entre todos os seres viventes que estão convosco, por gerações perpétuas: O meu arco tenho posto nas nuvens, e ele será por sinal de haver uma aliança entre mim e a terra. Sempre que eu trouxer nuvens sobre a terra, e aparecer o arco nas nuvens, Eu me lembrarei da minha aliança, que está entre mim e vós e todos os seres viventes de toda a carne. As águas não se tornarão mais em dilúvio, para destruir tudo o que tem vida. O arco está nas nuvens, e eu o verei, para me lembrar da aliança eterna entre Deus e todos os seres viventes de todas as espécies, que estão sobre a terra. Disse Deus a Noé: Este é o sinal da aliança que tenho estabelecido entre mim e tudo o que tem vida que está sobre a terra” (Gn. 9:1-17)
Como instrumento do juízo de Deus foi que pela primeira vez a chuva caiu sobre a terra. E todas as chuvas futuras haveriam de trazer com elas o medo à destruição. Foi por isso que, como um sinal de sua aliança, para sossegar o espírito do homem e lembrar-lhe a promessa, Deus colocou no céu um arco-íris.
O mesmo arco-íris que circunda o trono em Apocalipse 4:3 e se relaciona com a graça divina. Este sinal significa que Deus trata com o seu povo conforme as promessas da aliança.
Este sinal é profético de outro sinal mencionado por Pedro: o batismo nas águas como sinal da Nova Aliança. “Os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava, nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca. Nela poucas (isto é, oito) almas se salvaram através da água, que também agora, por uma verdadeira figura – o batismo – vos salva, o qual não é o despojamento da imundície para com Deus, por meio da ressurreição de Jesus Cristo” (1 Pe. 3:20-21).
Noé e sua família, seguros na arca, foram postos num mundo novo pelas águas que afogaram os ímpios. Passaram incólumes pelo juízo, e o próprio modo do julgamento contra o pecado, paradoxalmente garantiu seu livramento.
Semelhantemente, o crente passa pelo julgamento contra o pecado, seguro em Cristo. Assim como as águas do dilúvio batiam na arca mas não podiam fazer qualquer mal àqueles que estavam em seu interior, semelhante juízo de Deus caiu contra o Senhor Jesus Cristo, que morreu como o Justo em lugar do injusto, servindo assim de escudo para o crente. Sendo desse modo levado a Deus, o crente agora vive na esfera onde reina o Cristo ressurreto. 
O dilúvio foi o tipo: o batismo é o antitipo. Aqui temos a passagem do crente para a nova ordem, mas não como Pedro adverte, pelo batismo como tal, o qual é importante para lavar a imundície da carne.
O poder reside na morte e na ressurreição de Cristo, apropriado por um apelo pessoal a Deus. O batismo por conseguinte, representa para nós o estabelecimento do novo pacto e da entrada pessoal nos seus benefícios.
2) O Paralelo do Batismo nas Águas, que é a Circuncisão do Coração, com a Aliança Abrâmica
Nós temos absoluta certeza que a circuncisão, em si, não era um ato de iniciação ou a garantia de salvação por, pelo menos, duas razões.
A primeira delas é a declaração expressa em Efésios, no capítulo 2, versículos 8 a 10: Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie. Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.
Esses versículos concordam totalmente com as palavras lidas no capítulo 30, versículo 6, do Livro do Deuteronómio, onde Deus afirma que Ele circuncidará os corações de todos a quem Ele salvará. Se a circuncisão fosse uma exigência para a salvação, nenhuma mulher do Antigo Testamento teria sido salva, pois elas não eram submetidas a esse procedimento. A circuncisão era privilégio somente dos homens porque havia o derramamento de sangue e o corte de carne, que significavam o corte, a expulsão dos nossos pecados e a nossa natureza pecaminosa deve ser removida.
Ismael foi circuncidado aos treze anos, no mesmo dia em que o seu pai, Abraão, também foi circuncidado.
Além disso, a circuncisão envolve o órgão reprodutivo que apontou para a semente, o Senhor Jesus Cristo, que deve vir derramar o Seu sangue, isto é, dar a Sua vida em punição pelos nossos pecados.
A segunda razão para que a circuncisão não seja encarada como iniciação ou garantia da salvação é que, quando Abraão foi circuncidado, todos os nascidos em sua casa foram circuncidados também. Isso incluiu o seu filho Ismael, que ainda não estava salvo nem poderia nunca ser salvo. E, por três vezes, em Génesis capítulo 17, Deus enfatiza que Ismael foi circuncidado. Nos versículos 23, 25 e 26, lê-se: “Então tomou Abraão a seu filho Ismael, e a todos os nascidos na sua casa, e a todos os comprados por seu dinheiro, todo o macho entre os homens da casa de Abraão, e circuncidou a carne do seu prepúcio, naquele mesmo dia, como Deus falara com ele. E Ismael, seu filho, era da idade de treze anos, quando lhe foi circuncidada a carne do seu prepúcio”.
Nós sabemos que após a ressurreição de Jesus, a circuncisão não mais foi usada como um sinal no relacionamento para uma família cristã. A circuncisão, assim como cerimónias tais como holocaustos e sacrifícios de sangue têm sido completadas em Cristo, e, portanto, não mais foram cumpridas.
No Antigo Testamento, os judeus tinham como selo de sua fé a circuncisão; no Novo Testamento a circuncisão foi suprimida, sendo vista simbolicamente no batismo: Nele também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo; tendo sido sepultados juntamente com ele no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos” (Cl. 2:11, 12).
Hoje, esta circuncisão acontece no coração (Rm. 2:28, 29), e Paulo a relaciona com o batismo.
a)    O Sinal do Pacto: a Circuncisão
Quando Deus ordenou que Abraão fosse circuncidado, Ele disse: “circuncidareis a carne do vosso prepúcio; será isso por sinal de aliança entre mim e vós” (Gn. 17:11). Para enfatizar, Deus acrescentou: “O incircunciso, que não for circuncidado na carne do prepúcio, essa vida será eliminada do seu povo; quebrou a minha aliança” (Gn. 17:14).
Quando a Bíblia falar sobre uma convenção de perpétuo, e o dar de aterrissar como uma possessão de perpétuo, pode estar falando somente do Evangelho e a salvação o Evangelho traz.
Os versículos 10 e 14 identificam a convenção com circuncisão física. De facto, o verso 13 acrescenta mais crença para a necessidade aparente de circuncisão física como uma parte integral da convenção.
Génesis 17:13: Com efeito será circuncidado o nascido em tua casa, e o comprado por teu dinheiro; e estará o meu concerto na vossa carne por concerto perpétuo.
Realmente, com base nesses versículos, por um grau alto, a nação de Israel ficou segura, isto porque eles estavam fisicamente circuncidados e sua relação eterna com Deus se tornou segura. Deste modo os versículos neste capítulo se tornaram uma prova muito severa para Israel.
Estes versículos não são só prova muito severa para Israel mas também o são para os cristãos de nossos dias. Quando este capítulo é ligado a Romanos 4:11, que parece instruir que aquela circuncisão física é um selo, grande garantia recebemos que as afirmações nas Confissões, que as leis cerimoniais do batismo com água e a Ceia do Senhor, são um selo como também um sinal e são completamente verdades.
Porém, como nós já aprendemos, circuncisão ou batismo da água física ou a Páscoa ou a Ceia do Senhor podem ser selos. Isto é muito importante porque não pode haver nenhuma substância espiritual em qualquer trabalho que nós fazemos para tentar ficar salvos. Deus deve fazer todo a obra.
Como então vamos nós entender estes versos? Vamos olhar muito cuidadosamente para eles. Deus declara para nós em Génesis 17:9-11: “Disse mais Deus a Abraão: Tu, porém, guardarás o meu concerto, tu, e a tua semente depois de ti, nas suas gerações. Este é o meu concerto, que guardareis entre mim e vós, e a tua semente depois de ti: Que todo o macho será circuncidado. E circuncidareis a carne do vosso prepúcio; e isto será por sinal do concerto entre mim e vós”.
A informação mais importante oferecida por esses versículos é que a circuncisão física é “e isto será por sinal do concerto entre mim e vós”. Imediatamente, nós somos fixados para a vontade. Deus definiu a circuncisão física como uma ficha ou um sinal do Evangelho.
No Novo Testamento a mesma palavra, “circuncisão”, é usada. “Digo, pois, que Cristo foi constituído ministro da circuncisão, em prol da verdade de Deus, para confirmar as promessas feitas aos nossos pais” (Rm. 15:8). É necessário compreender a palavra “circuncisão” em termos de nova aliança.
Eis o que Paulo escreveu sobre este assunto: “Porque não é judeu quem o é apenas exteriormente, nem é circuncisão a que é somente na carne. Porém judeu é aquele que o é interiormente, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede dos homens, mas de Deus” (Rm. 2:28,29).
A circuncisão do coração pelo batismo nas águas é o momento no qual o recém-nascido na fé entra em laços de aliança com Deus.
3) O Paralelo do Batismo nas Águas com a Aliança Mosaica que Ocorre em 1 Coríntios 10:1-6:
Irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem, e todos passaram pelo mar. Todos eles comeram da mesma comida espiritual, e beberam da mesma bebida espiritual; pois bebiam da pedra espiritual que os seguia, e a pedra era Cristo. Mas Deus não se agradou da maior parte deles, razão porque seus corpos foram espalhados pelo deserto. Ora, estas coisas aconteceram como exemplos, para que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram”.
Este texto indica que, fisicamente, todos os Israelitas estavam sob a mesma nuvem com Moisés e, portanto, estavam frente ao Juízo de Deus assim como Moisés. A nuvem de dia e a coluna de fogo à noite, que permaneceram com Israel por quarenta anos durante a travessia do deserto, foi uma constante lembrança que eles tiveram de responder a Deus por causa dos seus pecados. A protetora presença do Juízo de Deus foi revelada pela presença da nuvem. Neste trecho, Moisés é uma imagem de Cristo que, por causa dos nossos pecados, ficou sob o julgamento de Deus. Israel, que aqui representa todos os cristãos, neste trecho está, em princípio, também sob o julgamento de Deus, pois somos identificados com Cristo que suportou a ira de Deus por causa dos nossos pecados. Por essa razão, nós somos lavados (purificados) em Cristo, assim como Israel foi identificado com Moisés na nuvem.
Do mesmo modo, todos os Israelitas atravessaram o Mar Vermelho com Moisés. O Mar Vermelho era uma imagem do inferno. Moisés, por sua vez, é também uma imagem de Cristo, e atravessou o Mar Vermelho com o povo de Israel. Isto é, Cristo resistiu à ira de Deus pelos nossos pecados (atravessou o Mar Vermelho), e, consequentemente, nós fomos salvos (simbolizados por Israel), fomos lavados e purificados em Cristo (Moisés) porque com Ele nós, também, atravessamos o Mar Vermelho (o inferno).
Os egípcios, que simbolizavam os não cristãos, foram afogados no Mar Vermelho, simbolizando, assim, a segunda morte, a condenação eterna. Mas Israel foi batizado (purificado) em Moisés, na nuvem e no mar (1 Co. 10:2). Eles não foram destruídos por Deus, nem pelo Mar como os egípcios, porque Cristo estava com eles e, verdadeiramente, suportando a ira de Deus.
Ao sermos purificados dos nossos pecados, nós somos identificados com Cristo assim como Ele defrontou-se com o Juízo de Deus e como Ele, com êxito, voltou da condenação eterna, pois Ele cumpriu totalmente a punição pelos nossos pecados, determinada pela lei de Deus.
Nós aprendemos que a palavra “batizar” significa lavar, limpar, purificar. Essas palavras são sinónimas de muitas afirmações bíblicas que associam lavagem ou limpeza com a purificação dos nossos pecados ao sermos salvos. Ezequiel, capítulo 36, versículo 25, diz isto muito bem: “Então espalharei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícies e de todos os vossos ídolos vos purificarei”.
Nós também aprendemos que, geralmente, ao lermos a palavra “batizar” na Bíblia, o significado é de purificação dos nossos pecados. Portanto, o que Paulo aceita de forma subentendida é que o Antigo pacto possuía paralelos aos do novo, quanto às ordenanças.
A Ceia do Senhor foi prefigurada no beber da Rocha (v 4: e beberam da mesma bebida espiritual; pois bebiam da pedra espiritual que os seguia, e a pedra era Cristo), e o batismo foi prefigurado nas experiências da orientação dada pela nuvem, e da passagem pelo Mar Vermelho (Ex. 14) que tiveram o efeito de unir o povo a Moisés de maneira tal, que se diz que foram batizados... com respeito a Moisés.
Pedro apresenta o batismo como escape do crente do julgamento e a transição do mesmo para o reino de Deus.
Paulo ligando-o com a circuncisão mostrou que o batismo é a entrada no desfrutamento dos poderes do novo século; e a seguir faz uma profunda advertência contra o depender do sinal externo.
Deve haver uma vida de obediência. O batismo Israelita simbolizava a separação: a passagem pelo mar separou-os dos egípcios; a nuvem separou-os para Deus.
Mas nenhuma dessas separações foi exibida em sua vida subsequente, pois desagradaram a Deus por sua desobediência e mundanismo. Sendo assim, os sinais externos não podiam salvá-los, e assim pereceram no deserto. Isso, diz Paulo, serve para admoestação nossa.
Não importando quão maravilhoso sejam as verdades do batismo, ou como o Novo Testamento associe o sinal com a coisa simbolizada como se fossem coisas inevitavelmente ligadas, não devemos depender do simbolismo com tal.
O simbolismo aponta atrás para os poderosos atos de nosso Deus Salvador, e aponta para a frente, para uma nova vida de fé obediente.
Na aliança única de Deus, agora finalmente expressa, o batismo cumpre tudo o que era simbolizado pelas anteriores ministrações iniciatórias.
4) O Batismo nas Águas é o Despojamento do Corpo da Carne
O batismo nas águas é um acontecimento de suma importância na vida de todo o crente em Jesus Cristo. Através do batismo é que nós testificamos, que somos salvos, e que não vivemos mais para o mundo, pois o batismo nas águas é um símbolo de sepultamento, isto é, o batismo é um símbolo de sepultura, ali enterramos o nosso velho homem, a nossa velha vida e ressurgimos com um corpo novo, pois o velho ficou lá na sepultura, digo no batismo.
Nele também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo, tendo sido sepultado juntamente com ele no batismo” (Cl. 2:11, 12).
No processo da salvação o pecador trata do problema de pecado e pecados, isto é, da sua natureza pecaminosa e da sua conduta pecaminosa. A Bíblia descreve em frases expressivas exatamente como o poder do Evangelho resolve esta situação.
O corpo do pecado é destruído pelo poder do sangue de Jesus. “Sabendo isto, que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos” (Rm. 6:6). Depois, o novo filho de Deus passa a tratar do outro aspeto do mesmo problema, a saber: “o corpo da carne”. Pelas águas batismais este corpo da carne (os pecados) é despojado.
Foi justamente isto que Ananias falou a Paulo: “"E agora, por que te demoras? Levanta-te, recebe o batismo e lava os teus pecados, invocando o nome dele” (At. 22:16).
A água do batismo não tem poder, se não houver antes o arrependimento e a aplicação do sangue de Jesus. O poder do sangue que Jesus derramou na cruz destrói o corpo do pecado. O processo da salvação continua quando nas águas do batismo sucede o despojamento do corpo da carne.
5) O Batismo nas águas é o Sepultamento e Ressurreição com Cristo
Ou, porventura, ignorais que todos os que fomos batizados em Cristo Jesus, fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida” (Rm. 6:3, 4).
O valor intrínseco da água é apenas simbólico, assim como uma caderneta de cem euros só representa um valor que o governo estipula. O símbolo, entretanto, é importante. Quando, pela imersão total nas águas, o candidato é sepultado, ele está sendo batizado em Cristo. Logo, ele ressuscita como uma nova criatura. A velha natureza fica sob as águas. O resultado desta identificação com Cristo é uma nova capacidade de “andar em novidade de vida” (Rm. 6:4).
6) O Batismo nas Águas é para a Remissão dos Pecados
Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” (At. 2:38).
Agora entendemos porque Jesus, no Livro de Marcos, capítulo 16, versículo 16, afirma: “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado”.
Obviamente, o batismo é a condição, a qual deve ser encontrada para que nós possamos ser salvos. Portanto, a condição do batismo (purificação) tem sido o encontro para aquele indivíduo, e quando o Espírito Santo aplica a salvação de Deus à vida de alguém, ele está salvo. A evidência da salvação é a presença da fé na vida do evangélico. Essa fé é um resultado da nossa fé em Deus.
Mas aqueles foram salvos porque Jesus abraçou os seus pecados.
Do mesmo modo, o batismo citado em Atos, capítulo 2, versículo 38, é exatamente o mesmo citado em Marcos, capítulo 16, versículo 16. O Livro de Atos, capítulo 2, versículo 38 registou: “E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo”.
Portanto, acreditar, ser batizado (purificado de todos os pecados), arrepender-se, são ações exclusivas de Deus. Ele purifica os nossos pecados; Ele nos concede uma nova alma ressuscitada para que a nossa vida seja dedicada a servir a Deus; Ele nos dá a fé para que, doravante, acreditemos em Deus, isto é, unidos em toda a nossa vida por Deus, acreditando que tudo o que a Bíblia diz é a mais pura e definitiva verdade.
Esta tem sido uma frase difícil para muitos pregadores do Evangelho. Queremos evitar o erro da doutrina de “regeneração batismal” que nega a eficácia do sangue e focaliza tudo no ato do batismo nas águas.
Jesus incluiu este batismo no processo da salvação quando Ele disse: “quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado” (Mc. 16:16).
Na medida em que entendemos o lugar do batismo nas águas na experiência total da salvação, compreenderemos o valor bíblico deste ato.
7) O Batismo nas Águas faz parte da nossa Entrada no Reino de Deus
Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: Quem não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus” (Jo. 3:5). Obviamente, o novo nascimento não é completo se o pecador apenas “tomar uma decisão para Cristo”.
O novo nascimento é, de facto, uma experiência que envolve a água e o Espírito. Se alguém disser: “Para entrar no Reino de Deus é necessário morrer”, nós responderemos, “Pelo contrário: é necessário nascer”! Este nascimento espiritual é pela água e pelo Espírito.
3. A Urgência do Batismo nas Águas na Igreja Primitiva
A mais superficial leitura do livro dos Atos dos Apóstolos mostrará que os vários casos de batismo nas águas não foi “facultativo”, mas um assunto de grande urgência. Analisando todos estes casos nós podemos perceber um facto muito significativo. É algo comum a todos eles: em todos os casos o batismo foi imediatamente após receberem a palavra. Os apóstolos não esperavam nem sequer um dia. Nos casos que vamos mencionar, notaremos a urgência do ato, a relação direta do batismo com, o arrependimento e a preparação para o recebimento do dom do Espírito Santo.
a.     O Dia de Pentecostes (At. 2:38-41
Na igreja primitiva cada pessoa que se arrependia dos seus pecados era batizada. No dia de Pentecostes três mil pessoas foram convertidas. “Então os que aceitaram a palavra foram batizados; havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas” (At. 2:41). Por que isto? Por que não foram batizando aos poucos? Por que não procuraram primeiro conhecer toda aquela gente? (havia muitos que eram de outras cidades)
Quem já batizou um grupo de pessoas sabe que não é um ato rápido. Mas a Bíblia faz questão de nos informar que este batismo foi realizado “naquele dia”. Eles não esperaram ocasião mais conveniente, segundo a prática da Igreja nos dias atuais. Houve uma urgência no dia de Pentecostes de batizar todos os novos convertidos.
b.    Os Samaritanos (At. 8:4-12)
Filipe foi para a cidade de Samaria e “anunciava-lhes a Cristo, e os evangelizava a respeito do Reino de Deus e do nome de Jesus Cristo” (vs. 5, 12).
Não sabemos o conteúdo das mensagens que por ele foram pregadas, mas é evidente que, no meio da sua pregação, Filipe acentuou a necessidade do batismo nas águas, pois Lucas regista: “Iam sendo batizados, assim homens como mulheres” (v. 12).
Neste caso a experiência apostólica e profética seguiu a sequência que Pedro mencionou no dia de Pentecostes. Os Samaritanos ouviram e deram crédito à pregação do Evangelho do Reino e ao nome de Jesus. Em seguida foram batizados nas águas. Depois, recebiam o batismo no Espírito Santo por intermédio da imposição das mãos dos apóstolos. Um, dois, três: arrependimento, batismo nas águas e batismo no Espírito. A experiência completa da salvação. Não era necessário passar por provas nem necessitavam de meses de estudos bíblicos.
c.      Filipe e o eunuco (At. 8:26-40)
Ao estudar a profecia de Isaías sobre o Salvador, o eunuco recebeu a interpretação das Escrituras pelo evangelista. “Então Filipe explicou: e, começando por esta passagem da Escritura, anunciou-lhe a Jesus” (v. 35).
Mais uma vez nós descobrimos na pregação de Jesus uma orientação sobre o batismo nas águas que foge da prática nos dias atuais. Depois de ser evangelizado, a primeira pergunta do eunuco foi: “Eis aqui água, que impede que seja eu batizado”? (vs. 36).
Este batismo nas águas não foi sacramental, mas envolveu um ato consciente de fé do candidato. Filipe lhe disse: “É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus” (v. 37).
1) Quem formulou esta questão: “Que impede que eu seja batizado”? Ele é identificado, no verso 27, como “um homem Etíope”. Isso o situa como uma das primeiras pessoas fora da Judeia e da Samaria a procurar o batismo como cumprimento da profecia em Sofonias 3:10: “Dalém dos rios da Etiópia os meus zelosos adoradores, o meu povo disperso, me trarão sacrifício”, e a promessa em Atos 1:8.
Era “um eunuco”, e, por isso, um dos primeiros a cumprir a profecia de Isaías 56:3-5: “Não diga o estrangeiro que se houver chegado ao Senhor: De todo me apartará o Senhor do seu povo. Nem tão pouco diga o eunuco: Eu não passo de uma árvore seca. Pois assim diz o Senhor: Aos eunucos que guardam os meus sábados, e escolhem aquilo que me agrada, e abraçam a minha aliança, darei na minha casa e dentro dos meus muros um lugar e um nome, melhor do que o de filhos e filhas; um nome eterno darei e cada um deles, que nunca se apagará”.
Era “mordomo-mor de Candace, rainha dos Etíopes, o qual era superintendente de todos os seus tesouros”. Isso o distingue como uma das pessoas mais eminentes a buscar o batismo no Novo Testamento. “Tinha ido a Jerusalém para adoração”. Isso o identifica tanto como um judeu da diáspora residindo na Etiópia quanto como um Etíope prosélito convertido à fé judaica.
2) O que instigou essa questão? O Etíope tinha acabado de ouvir o evangelho de Jesus Cristo através de um fiel pregador do evangelho (vs. 28-35). Enquanto regressava à Etiópia em sua carruagem, lia o quinquagésimo terceiro capítulo da profecia do “profeta Isaías” (v. 28). Enquanto fazia isso, foi acostado por um pregador do evangelho, chamado Filipe, que lhe perguntou: “Entendes tu o que lês”? (v. 29f). O Etíope respondeu: “Como poderei entender, se alguém não me ensinar”?, e então pediu que o pregador do evangelho se juntasse a ele em sua carruagem (v. 31). Então Filipe direcionou-o para a passagem que estava lendo e perguntou: “... De quem diz isto o profeta? De si mesmo, ou de algum outro”? (vs. 32-34). “Então Filipe, abrindo a sua boca [um significado hebraico de que estava prestes a falar deliberadamente], e começando nesta Escritura, lhe anunciou a Jesus”.
 O fiel pregador do evangelho enfatiza a necessidade de obediência a Cristo. Sabemos que Felipe fez isso a partir da pergunta do Etíope “Que impede que eu seja batizado”? O contexto não revela que Felipe tenha mencionado o batismo a ele. Mas creio que, na realização do Grande Mandamento, que Cristo apresentou a Seus pregadores (Mt. 28:18-20; Mc. 16:15f), Felipe tinha pregado fielmente o evangelho e enfatizado a necessidade daqueles que se tornam discípulos de Cristo de segui-lo obedientemente no batismo. A pergunta do Etíope evidencia o desejo dele de obedecer ao evangelho.
3) Por que havia tal urgência para essa questão? Porque o Etíope reconheceu que o batismo na época do evangelho era uma exigência, não uma opção. Cristo claramente requer o batismo de Seus discípulos (Mt. 28:19). Portanto, ele declara: “Quem crer e for batizado será salvo” (Mc. 16:16). O crente declarado que se recusa a se submeter ao batismo não deve ser considerado um verdadeiro crente. O crente verdadeiramente regenerado obedecerá à exortação, “E agora por que te deténs? Levanta-te, e batiza-te” (At. 22:16).
4) Qual é a resposta para essa questão? Então Felipe disse? É lícito, se crês de todo o coração”? O pré-requisito para o batismo é a fé, pois “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb. 11:6). O objetivo dessa requerida fé é a encarnação do Filho de Deus em Sua pessoa, natureza e missão divina. O Etíope evidencia que a crença dele é correta quando declara: “Eu creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus”. Isso aprendeu, evidentemente, a partir da mensagem de Felipe, do capítulo 53 de Isaías: que o filho de Deus tinha aceitado a humanidade a fim de ser Jesus, o Salvador do povo de Deus, e Cristo, o seu profeta ungido, sacerdote, e rei. Ninguém é solicitado para ser catequizado ou instruído até compreender qual é o propósito de ter conhecimento suficiente das Sagradas Escrituras ou da doutrina cristã. A exigência para o batismo não é o quanto se sabe, mas em quem se acredita.
A)  Observemos Agora quais são os Quatro Aspetos Vitais da fé Requerida Daqueles que Desejam o Batismo.
1º. A fé pré-requisitada para o batismo é somente a fé: “È licito, se crês de todo o coração”. Felipe não requer fé e algo mais. Nenhum pregador em toda Sagrada Escritura disse isso, como muitos beatos fazem: “Tu deves primeiro crer, depois deves arrepender-te, depois deves confessar-te, então deves...” Tudo o que Deus exige para o batismo é encontrado quando alguém cumpre a exigência “Se crês”.
2º. A fé pré-requisitada para o batismo é a fé individual: “É lícito, se crês de todo o coração”. Uma vez eu fui abordado por alguém que me perguntou se nós batizaríamos seu filho. Disse-lhe que faria isso somente quando a criança pudesse satisfazer o requerimento expresso em Atos 8:37: “É lícito, se crês de todo o coração”. Substituições não têm espaço na manutenção da fé e do batismo cristão.
3º. O pré-requisito para a fé é a fé de coração: “É lícito, se crês com de todo o coração”. A fé racional não é suficiente. Esse tipo de fé oferece somente a concordância mental para o facto de que Jesus Cristo é o Filho de Deus. Satanás e seus demónios fazem muito isso. Creem que “há um só Deus” (Tg. 2:19). Creem na divindade de Cristo, que Ele é Jesus, Filho de Deus (Mt. 8:29) e “O Santo de Deus” (Lc. 4:34). Acreditam no julgamento futuro (Mt. 8:29b). Provavelmente sabem mais sobre Deus e Seu Cristo do que qualquer um de nós. Isso, no entanto, não os qualifica para o batismo. A fé deles é uma fé mental. Deus exige que em nossos corações nós creiamos de coração “creres...visto que com o coração se crê para a justiça” (Rm. 10:9f, 10).
4º. A fé pré-requisitada para o batismo é fé de todo o coração: “É lícito, se crês de todo o coração”. Essa fé não deixa espaço nem mesmo para a menor ponta de dúvida. Cristo deve possuir todo o coração, ou Ele não terá nada dele. Não ficará confinado a uma parte dele, por isso, restrito ao restante dele. Nem o dividirá com o satanás.
Aquele que crê com essa fé é salvo (At. 16:31) e, portanto, um candidato apropriado para o batismo.
O que te impede de ser batizado?
d. A Conversão de Paulo de Tarso (At. 9:1-19)
Paulo se rendeu ao Senhor Jesus ainda na estrada para Damasco, pois Ananias chamou-o de “irmão Saulo”, em seu primeiro encontro.
Ananias impôs as suas mãos na cabeça de Saulo, e ele ficou cheio do Espírito Santo. A sua cegueira foi curada e “a seguir levantou-se e foi batizado. E depois de ter-se alimentado, sentiu-se fortalecido” (vs. 18, 19).
Três dias em jejum e cegueira total. A entrada do discípulo Ananías. Imposição das mãos. Batismo no Espírito Santo. Batismo nas águas. Batismo este que teve tal urgência que Saulo se alimentou somente depois de completar o processo da sua salvação.
A prova de ser este o momento em que Deus salvou-o pode ser lido no capítulo 9, v. 18, do Livro de Atos: E logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista; e, levantando-se, foi batizado.
As escamas que caídas dos seus olhos lembram-nos a linguagem do Segundo Livro aos Coríntios, capítulo 3, versículos 14 a 16: “Mas os seus sentidos foram endurecidos. Porque até hoje o mesmo véu está por levantar na lição do velho testamento, o qual foi por Cristo abolido. E até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles. Mas, quando se converterem ao Senhor, então o véu se tirará”.
Em outras palavras, a queda das escamas dos olhos de Paulo significa a abertura dos seus olhos espirituais. Ele foi salvo e os seus pecados foram purificados.
e.      Cornélio e seus Amigos (At. 10:44-48)
Quando caiu o Espírito Santo sobre esse grupo de pessoas na casa de Cornélio, elas começaram a falar em línguas e a engrandecer a Deus. Que problema para Pedro! Jamais havia entrado uma pessoa na igreja primitiva, senão judeus. Apesar da sua declaração apostólica e profética que (evidentemente) nem o próprio Pedro entendeu, o dom do Espírito Santo não havia sido recebido por ninguém, além dos da casa de Israel.
A maior preocupação, porém, não foi sobre o batismo no Espírito Santo, mas sim, a respeito do batismo nas águas. Logo Pedro perguntou: “Porventura pode alguém recusar a água, para que não sejam batizados estes que, assim como nós, receberam o Espírito Santo”? (v. 47)
Pedro bem sabia que para entrar em relação de aliança com Deus, a circuncisão era importante. A sua sequência pentecostal tinha sido invertida, mas Pedro resolveu o problema, pois, “ordenou que fossem batizados em nome de Jesus Cristo” (vers. 48)
Há outras referências nos Atos dos Apóstolos que destacam o batismo nas águas como parte da totalidade da experiência cristã, assim como: “Também muitos dos coríntios, ouvindo, criam e eram batizados” (At. 18:8); e o carcereiro que, de madrugada, creu no Senhor e foi batizado nas águas (At. 16:33). Trataremos apenas de mais um exemplo.
f.      Os Doze Discípulos em Éfeso (At. 19:1-7)
O problema nesta cidade onde o pastor Apolo tinha “ensinado com precisão a respeito de Jesus, conhecendo apenas o batismo de João” (At. 18:25), foi justamente o batismo nas águas.
A falta de poder e entusiasmo foi logo notado por Paulo, e ele perguntou: “Recebestes, porventura, o Espírito Santo quando crestes”? (v. 2). Ao certificar-se que eles não ouviram falar do Espírito Santo, Paulo perguntou: “Em que, pois, fostes batizados”? (v. 3).
À primeira vista nos parece que não tem conexão sequer uma coisa com a outra. O âmago do problema efesiano, entretanto, foi justamente a falta de sequência em sua experiência com Cristo.
Ao reformular o batismo, sendo este em nome do Senhor Jesus, Paulo partiu logo para a terceira parte do processo da salvação, a saber: o batismo no Espírito Santo “E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e tanto falavam em línguas como profetizavam” (v. 6).
Em resumo, confessamos que a prática da maioria das igrejas, atualmente, deixa muito a desejar em relação à prática da igreja primitiva. É evidente que o batismo nas águas na igreja primitiva foi algo de urgência e que este batismo foi praticado após o arrependimento do pecador.
4.  A Função da Água na Salvação
Há três erros praticados pelas igrejas em relação ao batismo nas águas. Primeiro, o ato é considerado como um símbolo, e sem valor em si. Outros exageram a importância do batismo e chegam a dizer que a redenção da alma acontece quando uma pessoa é batizada. Ainda outros afirmam que todo o processo da salvação se resume neste único ato, e que independentemente do arrependimento, o batismo nas águas é a salvação dos pescados. Dizem ainda as mesmas pessoas que o batismo nas águas é o batismo no Espírito Santo.
Não vemos nestas três posições, justificação nas Escrituras. Cremos, entretanto, no relacionamento entre arrependimento, o batismo nas águas e o batismo no Espírito Santo como partes integrantes do mesmo processo. Para a sua edificação neste sentido, consideraremos estas declarações bíblicas:
1) I João 5:8:E três são os que testificam na terra: o Espírito, a água e o sangue, e os três são unânimes num só propósito”.
Aqui temos a experiência apostólica e profética definida por João. O sangue de Jesus nos purifica de todos os nossos pecados. A remissão destes pecados se faz pelas águas batismais. O fogo do Espírito Santo coopera no mesmo processo de tirar o pecador do império das trevas e transportá-lo para o Reino do Filho de Deus, preparando o novo crente para uma vida abundante em Cristo Jesus.
2) 1 Coríntios 12:13:Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo.  E a todos nós foi dado beber de um só Espírito”.
Este, versículo, em uma mistura gloriosa (quanto à sequência), fala da totalidade da nossa experiência da salvação: beber a água da salvação pelo Espírito (Jo. 7:37-39) e a união com os membros num só Corpo de Cristo pelo batismo.
Cremos que “há um só Senhor, uma só fé, um só batismo” (Ef. 4:5), e que este batismo assim como a Santíssima Trindade se expressa pelo sangue, a água e o fogo, tudo sendo a operação do Espírito Santo.
3) João 3:5:Respondeu Jesus: Em verdade em verdade te digo: Quem não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus”.
Já comentamos sobre esta afirmação a respeito do novo nascimento. A relação entre a água e o Espírito neste versículo está muito clara como também é claro o facto de que a nossa entrada no Reino de Deus depende destes elementos para completar a nossa experiência cristã.
4) Marcos 16:15-16:E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado”.
Por que Jesus incluiu o batismo nas águas como condição para sermos salvos, e evitou-o na sentença de condenação? A resposta é óbvia. Para ser condenado, é suficiente deixar de crer em Jesus Cristo como Salvador. Mas para ser salvo, esta crença está vinculada ao batismo nas águas.
Esta declaração (uma das últimas que Jesus deu aos seus discípulos), não é difícil de entender quando se compreende a natureza da salvação em termos neotestamentários. Tomar uma decisão para Cristo e unir-se com uma igreja, certamente não é a fórmula bíblica. O batismo nas águas é um passo importante no processo da salvação.
Deus tem uma grande obra para fazer em nós. Mas Ele não faz nada em nós separados de Cristo Jesus. Deus não nos trata isoladamente. Toda a obra que Deus tem para fazer em nossas vidas é em Cristo. Ele nos colocou em Cristo e toda a experiência dele se tornou a nossa experiência.
Como podemos aniquilar a velha natureza? Não podemos. Mas Deus crucificou o nosso velho homem com Cristo. Como podemos produzir uma nova vida? Não podemos. Mas Deus nos deu a vida juntamente com Cristo. Como podemos vencer a Satanás? Em nós mesmos é impossível, mas Deus nos colocou assentados nos lugares celestiais (acima de Satanás) em Cristo Jesus. Toda essa tremenda vitória é possível porque nós fomos Batizados em Cristo Jesus.
5.     As Bênçãos Associadas ao Batismo
João Batista conclamava o povo a se arrepender, prometendo a remissão de pecados e a selagem da promessa mediante seu batismo de arrependimento para remissão de pecados (Mt. 3:2, 6; Mc. l:4).
Ele apontava para alguém que haveria de batizar com o Espírito Santo, cujo sinal do seu advento foi a descida do Espírito (Jo. 1:30-34).
Por ocasião do batismo do Senhor Jesus, foram unidos o batismo de água com o batismo com o Espírito Santo, e nisso jaz o padrão das bênçãos batismais do Novo Testamento.
A outra ideia principal no batismo de nosso Senhor é a ideia de filiação. Após isso, não só a própria filiação (G1. 3:26-27), mas todas as bênçãos necessárias para a filiação são associadas ao Batismo:
a)     Remissão de pecados (At. 2:38; Tt. 3:5; Hb. l0:22);
b)    Novo nascimento e entrada no Reino de Deus (Jo. 3:3, 5; Tit. 3:5);
c)     Designadamente para união com Deus, participação na obra de Cristo, e
d)     Incorporação no seu corpo (Mt. 28:19; At. 8:16; 19:5; Rm. 6:1-11; 1 Co. 12:13; Gl. 3:27).
Quando o Senhor estabeleceu o pacto, selou os benefícios concedidos aos seus seguidores mediante o batismo.
6.       RESUMO
Temos que voltar à pergunta de Paulo aos Efésios: “Recebestes, porventura, o Espírito Santo quando crestes”? Se a resposta for não, então temos de perguntar ainda: “Em que, pois, fostes batizados”
O ato de arrependimento leva o crente às águas de batismo onde ele ganha a remissão dos seus pecados, preparando-se para receber o dom do Espírito Santo. Esta é a fórmula bíblica. Esta é a nossa crença.
Pr. Manuel Rodrigues