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O Despertamento Espiritual da Igreja


Testo: Isaías 44:3-5
Introdução
Despertamento Espiritual – é despertar do sono do comodismo; é despertar do sono da indiferença para com os perdidos; é despertar do sono do desânimo e da prostração espiritual; é despertar do sono do abatimento e da depressão; é despertar do sono da indefinição espiritual; é despertar do sono da negligência espiritual; é despertar do sono do descuido e da insensibilidade; é tornar à vida, despertar, ressurgir. É retornar a um princípio que foi estabelecido de uma profunda comunhão com Deus, de uma profunda prática da palavra e da vontade de Deus.
Habacuque 3:2 diz: “Aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos; faz que ela seja conhecida no meio dos anos…” Por que o profeta fala “no meio dos anos” e não no “início”? Porque no início tudo é flor, tudo é força, tudo é bênção, mas com o passar do tempo nos acostumamos. Quando se chega no meio, na metade, temos a mesma distância para voltar ou para prosseguir. Quando se chega na metade de um caminho, já conhecemos um bom pedaço. Então, o despertamento Espiritual tem esse objetivo, que é o de trazer uma renovação, de trazer de volta a igreja e o povo de Deus para o propósito pelo qual Deus nos constituiu aqui nesta terra. É uma reciclagem espiritual, um despertar espiritual para uma obediência a Deus, para uma vida profunda com Deus e para se cumprir o ide de Jesus. Em termos bem gerais, bem genéricos, é isso o despertamento espiritual.
Deus em toda a história humana visita o seu povo e o restaura no meio das dificuldades. Deus ainda hoje sopra no vale de ossos secos e faz levantar um exército. Deus continua derramando do seu Espírito como fez na Reforma do Século16 na Inglaterra.
As últimas palavras de Jacó foram: “Deus visitará o seu povo” Precisamos deste derramar, deste toque, deste poder, da sua presença em nós... É possível este derramar espiritual?
Sim, é possível! O despertamento espiritual é o mover do Espírito Santo na vida de cada um na Igreja, em contrição, em arrependimento, confissão de pecados e vida de santidade. Ele é, portanto, a intensa busca de vida de santidade na presença do Senhor. É pagar o preço de ser chamado de fanático, louco e outros adjetivos mais.
Depois de lermos a passagem de Isaías acima citada verificamos que ele desejava muito que o seu povo se reconciliasse com Deus. Que deixasse de lado toda a idolatria e se arrependessem de seus pecados.
Ele queria que o povo participasse da visão que influenciou tanto a sua vida, como relatado em Isaías 6. Ele queria levar a esperança ao povo durante os dias difíceis da ameaça assíria descrevendo a cena da vinda do Messias, uma cena tão emocionante que anelariam presenciar, que traria novo ânimo ao povo e os ajudaria a viver a sua crença nEle no dia-a-dia.
Que o nosso coração possa arder pela possibilidade de hoje podermos ouvir a voz de Deus. Esta voz que é poderosa, que faz tremer o deserto e despede chamas de fogo.
Que o nosso coração tenha sempre a grande expectativa de que Deus possa se manifestar a nós neste dia. Porque quando Deus age ninguém pode deter a sua mão.
Que o nosso coração anseie ardentemente que a Palavra de Deus seja o bastão profético na mão de Eliseu, a fim de que aqueles que hoje dormem o sono da morte possam ser despertados.
Oh! Que o nosso mais profundo desejo seja que nós não sejamos apenas um eco, mas uma voz. Que os céus se rasguem, que Deus desça, que ele inflame o nosso coração como o fogo inflama os gravetos.
1. O Despertamento Espiritual da Igreja é Uma Promessa de Deus
a) É uma promessa segura de Deus
O versículo 3 diz: “Porque derramarei água sobre o sedento e torrentes, sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade e a minha bênção, sobre os teus descendentes”.
Quando Deus diz em Atos 2:17 - “Derramarei do meu Espírito sobre toda a carne” precisamos entender que há três áreas específicas onde o Espírito Santo atua: a) - Há conversões em grande escala. b) - O Espírito Santo convencendo o homem do pecado, do juízo e da justiça. c) - Essa é uma prova, porque onde há despertamento, há evangelização, há conquista de almas.
O Espírito Santo reveste com poder, com o batismo no Espírito. O Espírito Santo também atua na área dos dons citados em 1 Coríntios 12: cura divina, operação de maravilhas, palavra de ciência, profecia etc. Isso envolve a operação das coisas sobrenaturais do mundo de Deus no mundo humano. Eu acredito nisso, e isso está acontecendo hoje, mas Deus tem mais. Vai depender da postura da igreja, se queremos de facto um despertamento global, total, que possa atingir a vontade de Deus para nós.
Há pessoas que ficam satisfeitas com a metade, mas tenho aprendido que Deus não é um Deus de metades. No vale de ossos secos descritos em Ezequiel 37, os ossos que estavam sequíssimos, receberam carne, nervos e pele. Há pessoas que ficariam satisfeitas com isso. “Bom, era um osso seco, já tem carne, já tem pele, já tem nervo, está bom assim.” Mas não, ainda falta alguma coisa, falta a vida. Então não podemos ficar satisfeitos apena com a metade. De facto é um milagre – onde havia apenas ossos sequíssimos, agora já têm carne, nervo e pele, mas ainda não é tudo. O nosso Deus não é Deus de metade, Ele é Deus de tudo, é um Deus que faz uma obra completa.
Então eu creio que Deus ainda vai fazer muito, muito mais em Portugal e no mundo. Creio que Deus vai fazer coisas maravilhosas neste país, que ainda não estão acontecendo. Muitas igrejas em Portugal não estão vivendo o despertamento espiritual, estão vivendo apenas como um grupinho, satisfeitos com meia dúzia de crentes. “Nós estamos batizando – olha, nós éramos uns 20 e terminamos o ano com 21 – estamos contentes.” Essas pessoas não vislumbram aquilo que Deus quer fazer.
Temos que buscar mais e o segredo para obter coisas de Deus é a obediência. Deus honra muito a obediência e a submissão à sua vontade. Creio que chegaremos lá, sem vaidade, sem presunção e sem pensar que somos os melhores.
 É Deus quem vai atuar, é Deus quem faz a obra, não é promessa de homens, não é uma decisão feita na terra, não é pela vontade humana. Esta promessa é uma promessa segura porque quem está fazendo esta promessa é o próprio Deus.
Duas figuras ilustram o derramamento do Espírito Santo: Abundante, que significa profundo, caudaloso; e torrentes, que significa que é algo grandioso, que não podemos limitar o agir de Deus pela nossa experiência.
Deus é infinito, é maior do que o universo. O versículo 20 diz: – “Ora, aquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós”.
 Deus é capaz de derramar sobre nós algo tão maravilhoso que não somos capazes de imaginar. Deus prometeu. Ele não é homem para mentir. Ele vela pela sua palavra e a faz cumprir.
Muitos no passado quiseram impedir a igreja de crescer: ameaçaram, prenderam, açoitaram. Mas a igreja de Deus cresceu explosivamente, ela se espalhou
b) É uma promessa abundante de Deus – “derramarei água” (v. 3)
Pelo “derramarei água” se estabelece a própria restauração da vida de Jesus no meio de seu povo - o despertamento espiritual da Igreja. O que aconteceu nos livros de Esdras e Neemias foi a descoberta da Palavra, um profundo arrependimento e o envio de porções para aqueles que não estavam ali. O que ocorreu com Ezequias foi algo parecido: uma descoberta da Lei e o envio de mensageiros para chamar o povo para celebrar ao Senhor.
 Podemos ter tudo, mas se não tivermos água, estaremos mortos, sem vida. Pois onde não há água não há vida
Por isso entendo que esta promessa abundante de água derramada sobre o seu povo vai muito além de forma ou fórmulas, pois envolve conteúdo. Não tem muita relação com as formas dos cultos, mas com o seu conteúdo. Não é a renovação de métodos, mas a restauração de princípios… É quando o Senhor Jesus se revela e passa a fazer parte da vida e prática da igreja.
Os principais efeitos daquela promessa são: Restauração de santidade na vida do povo e proclamação do nome de Jesus aos povos da terra, porque a água limpa e remove o pecado que está no nosso meio.  
 “se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra” (2 Cr. 7:14).
 Que promessas tão gloriosas que as Escrituras contêm, não somente para os filhos de Deus, mas também para os seus descendentes! Deus promete provisão abundante à alma sedenta, que anseia por Deus, pelo seu amor e compaixão. Deus pode se manifestar poderosamente ainda hoje. O mesmo Espírito que foi derramado no Pentecostes e que está sempre connosco pode ser derramado outra vez poderosamente.
O derramamento é quando Deus desce. Veja o clamor do profeta Isaías: “Oh Se fendesses os céus e descesses, se os montes tremessem diante da tua face! Como quando o fogo inflama os gravetos, e faz ferver água, desce para fazeres notório o teu nome aos teus adversários, e fazer que as nações tremam na tua presença! Pois quando fizeste coisas terríveis que não esperávamos, desceste, e os montes tremeram diante da tua face” (Is. 64:1-3). As águas podem subir dos artelhos, aos joelhos, aos lombos até se tornar num rio caudaloso (Ez. 47).
Deus desceu no dia de Pentecoste e a igreja de Jesus Cristo nasceu. Logo depois, o apóstolo Pedro pregando, declarou: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos de refrigério pela presença do Senhor” (At. 3.19). E assim tem havido “tempos de refrigério pela presença do Senhor”, ou despertamentos, através de toda a história da igreja.
O mundo está para ver o que Deus pode fazer com, por meio de e em um homem totalmente entregue a ele.
A igreja hoje precisa de experimentar essa vida abundante. Ela é prometida a todo aquele que crê em Jesus, como diz a Escritura (Jo. 7:38). Precisamos de ser canal da vida de Deus na vida das pessoas.
c)     “Porei um caminho no deserto, e rios no ermo”.
Sempre cri que Deus tinha algo especial, reservado no seu depósito espiritual, para nós nos dias de hoje. Esqueçamos as coisas do passado, e busquemos algo novo: “um caminho no deserto e rios no ermo”. “Um caminho” significa uma nova reforma, uma restauração da palavra viva, a “doutrina apostólica” de Atos 2:42, a palavra de Deus que cresce e multiplica (At. 12:12; 19:20). “Rios no ermo” significa o último grande despertamento profetizado em Joel 2:28, 29, e citado por Pedro no dia de Pentecostes (At. 2:17, 18). O Pentecostes foi um cumprimento parcial desta profecia na história e produziu a igreja descrita em Atos 2 a 4. Mas haverá uma consumação desta profecia que podemos chamar de Festa dos Tabernáculos na história, e que trará a “igreja gloriosa” que Jesus voltará para receber. Creio que o povo de Deus nos dias de hoje tem um papel significativo para desempenhar nos atos finais do drama cósmico.
O verdadeiro despertamento espiritual tem como resultado, primeiramente, a transformação da Igreja de Cristo, e, como consequência, a transformação de um povo. Se isso não ocorrer na Igreja e na Nação então não é Avivamento Espiritual genuíno.
2. O Despertamento Espiritual da Igreja é Uma Necessidade Vital Para os Nossos Dias
Nos anos 60 tivemos muitos movimentos como resultado do mover de Deus que ocorreu. Naquele tempo muita gente e igrejas inteiras descobriram uma nova forma de viver e de se relacionar com Deus.
Depois disso o mover de Deus foi “encaixotado” em denominações e o vinho se perdeu, em grande medida. No começo houve uma busca de santidade e evangelismo, mas me parece que faltou a manifestação de outros ministérios que ensinassem o povo a caminhar numa renovação constante.
Agora estamos precisando de um grande derramamento de águas que agite toda a igreja, não só em Portugal, mas também no restante do mundo. Que o Senhor nos ajude a discernir o que vem dele. 
Precisamos de uma intervenção divina dentro da igreja, que a leve a arrepender-se dos seus pecados; por se ter desviado dos mandamentos do Senhor; por ter perdido o primeiro amor; por ter tolerado heresias, perdido a garra evangelística ou o caminho da santidade.
A intervenção divina é um ministério profético dentro da igreja cujo resultado é arrependimento, quebrantamento e renovação de pactos e compromissos com Deus.
O despertamento espiritual é uma presença de Deus tão poderosa que faz as pessoas se quebrantarem e voltarem à palavra e à oração. Leva as pessoas ao arrependimento, à conversão, ao conserto de vida, à restauração da família, à consagração e ao serviço. Isso para mim é despertamento espiritual.
Ele é vital para a Igreja, no sentido de ter um avivamento de caráter, da pessoa ser íntegra, um homem de Deus de verdade, uma mulher de Deus de verdade, porque hoje há ainda pessoas que ficam vibrando com a mensagem e continuam a passar cheques sem provisão; vibrando com o louvor e continuam destratando a esposa; vibrando com o pastor que prega, mas ainda insubmisso ao pastor local.
O derramamento espiritual leva a Igreja de volta à palavra. Por exemplo, no tempo de Josias, a primeira coisa que ele fez foi encontrar o rolo da lei e logo começou a ler o rolo e foi impactado pela palavra. Depois restaurou o altar, restaurou as ordens sagradas, restaurou a páscoa, restaurou o jejum, restaurou tudo o que estava quebrado. Ele se arrependeu, ele chorou, ele derrubou os postes ídolos. Sem dúvida alguma que estamos precisando que o Senhor derrame sobre nós as suas águas, porque quando isso acontece, a pessoa começar a ler a palavra e a ficar com aquela fome da palavra, sede da palavra e sede de oração. Para ver que esse derramamento não está acontecendo, basta olhar para as reuniões de oração. As reuniões que estão cheias são as de cura, de prosperidade, mas as de oração ainda estão vazias. O derramamento que não enche a sala de oração ainda não é derramamento. O derramamento que não leva as pessoas à escola dominical, ainda não é derramamento, porque quando se recebe o derramamento, a sede da palavra, a sede de orar é muitíssimo grande e ainda está faltando esta sede no nosso povo.
Se o despertamento é a renovação do relacionamento correto com Deus e o homem, se o despertamento é vivificador do Espírito no coração dos cristãos, se o despertamento é reabastecer a paixão pelos perdidos, se o despertamento é o refrescante do Senhor -, então que necessidade poderia ser mais urgente do que a necessidade de despertamento?
Se o despertamento espiritual significa renovação de relacionamento e compromisso, se isso significa uma nova visão de Cristo e como a vida pode ser maravilhosa se vive dentro da Sua vontade, se isso significa o reforço das razões do coração - então o despertamento é absolutamente necessário se esperamos manter nossos padrões de santidade.
Isaías menciona a água como símbolo do Espírito Santo; Isso tem algumas implicações profundas e vitais no entendimento desse importante assunto. Vejamos:
a) A água (símbolo do Espirito Santo) é absolutamente necessária à vida
Neste momento, estamos vendo gotas do que Deus pode fazer, mas se analisarmos hoje até as igrejas que estão crescendo muito, vamos perceber que todas elas estão crescendo em cima de técnicas, ou de marketing, ou de televisão ou de metodologias, mas não vemos ainda igrejas crescendo só pelo poder do Espírito Santo. Quando começarmos a ver igrejas que não têm nem placa, que não têm divulgação, que não fazem marketing, que não fazem nada, começarem a crescer e a se expandir, então podemos ter a certeza de que alguma coisa está acontecendo. Os rios de água viva estão fluindo.
A água (simbolizando o Espirito Santo) é um mover sobrenatural de Deus. As pessoas que estão no centro do mover desta água percebem claramente que não são elas que estão fazendo as coisas acontecerem. Deus acendeu um fogo nelas, e onde elas vão o fogo é passado para outros. Mas essas pessoas sabem que é Deus quem está fazendo. Não são elas. Por isso, o verdadeiro despertamento espiritual traz consigo um mover de humildade. As pessoas envolvidas fogem de elogios, louvores pessoais, posições de destaque. Elas querem se esconder. Ficam com temor de chamar para si a glória, e parar o que Deus está fazendo. O verdadeiro despertamento espiritual traz choro, lágrimas, quebrantamento, confissão de pecados, busca de santificação. Há conversões, libertação, cura física e emocional. É a melhor coisa que pode acontecer com a Igreja, em qualquer época e em qualquer lugar.
Sem água não há vida física, assim como não há vida espiritual sem o Espírito Santo. Foi o sopro, o ruach de Deus que nos deu vida. É o Espírito do Senhor que renova a face da terra e faz tudo florescer e frutificar (Sl. 103.30). É o Espírito de Deus quem nos regenera e nos dá nova vida em Cristo (Tt. 3.5).
O versículo 3 diz: “sobre o sedento”. Um solo onde não chove, com o passar do tempo fica com rachaduras. Não produz nada, ainda que se mecanize. Assim é o coração do homem sedento, é como uma terra seca, não tem valor e ninguém a valoriza. Ela sofre abandono e se torna um deserto. Para o mundo, o homem sem Cristo não tem valor. Para o inimigo você não tem valor. Mas para Deus você tem muito valor.
A terra seca devido à falta de água rompe-se em fendas ou brechas, e com pouca água não resolve, porque desaparece nas fendas ou nas brechas. Mas Deus deseja fechar todas as brechas que há em sua vida fluindo dentro de si, de maneira abundante, como um rio de água viva.
A terra seca só se torna fértil com fartura de água. Quando existir um rio à sua disposição. E a terra seca pode ser você, porém, Deus convida-o para inundar a sua alma com as águas do Espírito Santo.
 Do mesmo modo que terra seca anseia pela chuva, também nós devemos ansiar por despertamento. A sede, diferente da fome, é implacável, acaba com as nossas forças. No dia em que a igreja desejar o despertamento desse modo, ele chegará. Porque, despertamento espiritual é estar interessado em Deus; é ter sede de Deus; é orar buscando a Deus; é ter Deus como a nossa primeira prioridade; é ter Deus como mais importante do que as pessoas e as coisas.
No mundo agrícola podemos ter a melhor terra, a melhor semente, os melhores insumos e a melhor tecnologia, mas sem água a semente morre mirrada no ventre da terra, não há flores nem frutos. Assim, também, sem a chuva serôdia do Espírito, sem o derramamento do Espírito, sem a plenitude do Espírito, nossa vida ficará árida, seca, desertificada. Não haverá frutos. Nosso esforço será inútil. Nosso trabalho, inócuo.
A igreja não pode avançar, prevalecer, saquear o reino das trevas e abalar o inferno sem a dinâmica do Espírito. Não é por força nem por violência, mas pelo Espírito de Deus que a igreja triunfa (Zc. 4:6). Nossas organizações e nossos métodos não geram vida. Só o Espírito Santo pode produzir vida. Podemos ter boa estrutura, modernas organizações, teologia ortodoxa, boa música, mas, se o Espírito não for derramado, a vida não brotará em toda a sua plenitude.
O deserto do Sinai – “onde há água, toda a terra é terra boa”. O seu coração pode estar seco, mas ele vai florescer. Se Deus pode fazer a vara seca de Arão florescer, muito mais fará consigo. Nossa vida pode ser um deserto. Nosso coração pode estar árido e seco. A morte pode estar instalada em tudo o que somos e fazemos, mas, se o Espírito de Deus descer sobre nós, nossa vida será restaurada como as torrentes no Neguebe. Nosso deserto vai florescer. Nossa vida, então, será um jardim regado e um manancial.
Isaías escolheu a água como símbolo do Espírito Santo... por quê? Porque não há vida sem a água. Não existe vida espiritual sem o Espírito Santo. Nem há sequer uma conversão na terra sem a ação do Espírito Santo. Precisamos dele!
C.Spurgeon disse: “É mais fácil ensinar um leão a ser vegetariano do que converter uma alma sem o poder do Espirito Santo.” Porque a água é necessária para limpar e só há convicção de pecado com a ação do Espirito Santo. Só estes é que buscam a purificação no Sangue de Cristo. Só estes é que buscam a Santidade...
Uma Igreja pode ter um templo bonito, cultos, membros influentes, mas sem poder, a máquina emperra.
Onde há água, há vida. Onde há água, não reina a morte. Onde há água, a semente brota com vigor e frutifica com abundância. É assim também no reino espiritual. Muitas vezes nossa vida se parece com o deserto do Saara. Tudo fica seco, murcho e sem vitalidade. Ficamos áridos e estéreis. Perdemos a alegria indizível e cheia de glória, assim como o deleite com as coisas celestiais. Ficamos com o coração frio e endurecido. Precisamos, então, com grande urgência, que o rio de águas vivas flua, também, do nosso interior. Onde os rios de Deus jorram, aí brota a vida plena e abundante.
b) A água é absolutamente necessário para limpar e purificar
Quando os nossos corações estão aquecidos, há uma intensidade definitiva na forma como se sente sobre as coisas que dizemos que acreditamos. Mas quando há um declínio na piedade, no calor, na devoção e há um declínio correspondente na ênfase sobre a doutrina, a água nos lava e refrigera. Ela é absolutamente necessária à vida e Deus nos dá em abundância. Assim é o Espírito Santo.
Vamos destacar um pouco mais a água como símbolo do Espírito, segundo lemos em João 7:37 a 39. Jesus assistia a uma das três grandes festas dos judeus em Jerusalém, a Festa dos Tabernáculos. Em cada um dos dias dessa festa, aos primeiros raios da aurora e no meio do som de trombetas, um sacerdote trazia ao templo uma ânfora com água da fonte de Gion. Erguendo alto o vaso, ele o conduzia ao templo e derramava numa bacia de prata, junto ao altar do holocausto, de onde ela corria, através de canos de drenagem, para o ribeiro de Cedrom. Essa representação de água consagrada representava a fonte que, a mando de Deus, brotara da rocha para saciar a sede dos filhos de Israel no deserto. Então, irrompiam os júbilos acentos: “Eis que o Senhor Jeová é a minha força e o meu cântico; com alegria tirareis águas das fontes da salvação” (Is. 12:2 e 3).
No último dia dessa festa, quando se realizava essa cerimónia, Jesus chamou a atenção do povo para o facto de que trazia para eles a água da vida. Lemos: “... levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a Mim e beba. Quem crer em Mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. Isto Ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nEle cressem” (Jo. 7:37-39).
Note: “Quem crer em Mim... do seu interior fluirão rios de água viva”. Cremos nós, realmente, em Jesus? Se cremos, então devemos mostrar a obra do Espírito em nós, expressa num reto viver e fluir de bênçãos para os outros.
O maior obstáculo ao despertamento espiritual é o nosso pecado. Deus diz: “Santificai-vos porque amanhã, farei maravilhas no meio de vós” (Js. 3:5). Deus diz: “Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, orar, buscar a minha face, arrepender-se dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, perdoarei o seu pecado e sararei a sua terra” (2 Cr. 7:14).
O problema é que o homem é perfeitamente capaz de imitar a Deus e produzir ele mesmo o “despertameento”. O homem é um ser tripartido (espírito, alma e corpo), pois foi criado à imagem do Deus trino. Quando o homem faz as coisas na alma e acha que está no espírito, temos um avivamento falso, uma imitação que produz resultados tais como números e popularidade.
A alma do homem, quando não controlado pelo Espírito de Deus, é capaz de confessar a Cristo e participar de manifestações do “Espírito Santo”, ao mesmo tempo que vive em pecado. Mas a transformação de vidas e a verdadeira santidade só vêm quando Deus intervém pelo seu Espírito e desta forma toca o espírito do homem, dando-lhe poder para controlar a vida da alma. “O mesmo Deus de paz vos santifique completamente. E todo o vosso espírito, alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts. 5:23).
Por causa do pecado da frieza, muitos crentes estão apáticos, sem poder, sem vida de oração, são analfabetos da Palavra de Deus. Por causa do pecado da omissão, muitos crentes não têm frutos. Por causa do pecado da conformação, muitos estão satisfeitos; não choram pelos seus pecados; amam o mundo. Por causa do pecado da impureza – Oh! Quantos deslizes, quantos fracassos, quantas quedas, quantos escândalos! Por causa do pecado da mágoa – Há muitas feridas abertas. Muitos corações entupidos de mágoa.
O pecado deixa a igreja vazia, fraca – O despertamento espiritual vem quando choramos pelo pecado. Quando sentimos tristeza segundo Deus. Quando contemplamos a santidade de Deus.
A água vem sobre o sedento. As Torrentes sobre a terra seca. Quanto mais sede a igreja tiver de Deus, mais ela experimentará o derramamento... mas, não há chuva do céu sem a oração da igreja. Antes do Espírito descer, precisamos de subir à presença de Deus através da oração...(Elias no monte orou sete vezes, e só depois é que a chuva veio sobre terra), e Jesus orou no Jordão e o Espírito desceu. Os discípulos oravam no cenáculo, o Pentecostes aconteceu...
Quando o Espírito é derramado sobre a igreja, ela frutifica e o mundo todo é abençoado (Sl. 67). Não há outra esperança para o mundo. O homem sem Cristo está morto. Só o Espírito de Deus pode comunicar vida e só a igreja é o veículo do Senhor para alcançar os que jazem nas trevas da morte. Então é imperativo que a igreja esteja revestida do Espírito!
O verdadeiro despertamento precisa de ser movido pela palavra viva de Deus. “No princípio era o Verbo… Nele estava a vida” (Jo. 1:1, 4). Quando o Espírito Santo vem e vivifica a palavra escrita de Deus, temos uma palavra viva, que é a base para o despertamento.
Permita que o Espírito Santo ocupe completamente a sua vida e passe a ser uma fonte que jorre para a vida eterna.
c) A água é absolutamente necessária para refrescar e revitalizar
Muitas vezes a vida da igreja fica murcha. Passam-se anos e décadas e os crentes não saem do lugar. Não crescem. Não se santificam. Não produzem frutos. Não declaram guerra ao pecado. Não despovoam o reino das trevas. Não geram filhos espirituais. Não oram. Não meditam na Palavra. Não são cheios do Espírito. Vivem uma vida estéril, sem que jamais sejam despertados, estão sempre áridos, secos: não oram, não ganham uma pessoa para Cristo. São como a figueira murcha, só folhas, mas nenhum fruto. Carregam fardos pesados, gemem sob o peso dos mesmos problemas, não encontram vida abundante, não sabem o que é intimidade com Deus, não têm fome do maná do céu, não têm sede de Deus, não têm paixão pelas almas, não priorizam o reino nem investem nele.
Ah! Como é triste ver que a igreja está como uma vinha murcha, como uma noiva amarrotada e cheia de máculas. A igreja precisa de receber um novo alento, precisa de óleo fresco sobre a sua cabeça, precisa do orvalho do Hermon, que vindo céu, cai sem alarde, cai à noite, após o calor da tarde e nas horas mais escuras, traz restauração, e é abundante trazendo-lhe a vida e a bênção de Deus. O orvalho é um símbolo do próprio Deus (Os. 14:5: “Serei para Israel como orvalho...”). O orvalho é um símbolo glorioso da restauração do Senhor sobre o seu povo! Eis algumas lições que o texto de Oseias 14.5-8 nos mostra:
1) O orvalho vem sem alarde.
Ele não é precedido por trovões bombásticos nem por relâmpagos serpenteantes. O orvalho desce mansamente e, onde cai, tudo se renova. As plantas murchas recebem novo alento. Assim também é a visitação do Espírito de Deus. Assim como o orvalho traz restauração para as plantas depois de um dia sob o sol escaldante, assim também a união entre os irmãos traz vida, alento e restauração. Onde há união, Deus se manifesta no meio do seu povo, tirando a aridez e trazendo novo alento, novo brilho, novo vigor e restauração.
Só seremos uma igreja abençoada e cheia de vida de Deus, se andarmos em união. Deus ordena a sua bênção sobre uma família unida. Deus ordena a sua bênção sobre uma igreja que tem um só coração e uma só alma. A bênção do Senhor não é desvinculada da vida de Deus. A presença de Deus, a pessoa de Deus é a maior de todas as bênçãos.
A nossa restauração não vem da terra, mas do Céu. A fonte de nossa cura, da nossa paz, das nossas vitórias, da nossa alegria, da nossa satisfação vem do alto (Tg. 1:17)
Com isso afirmamos que não precisamos da chamada “alto ajuda”, mas nos precisamos é da ajuda do alto. Podemos dizer como o Salmista: “Todas as minhas fontes estão em ti” (Sl. 87:7)
2) O orvalho cai à noite.
É quando os homens menos percebem que Deus está agindo em nosso favor. É quando a noite parece mais escura, quando a crise é maior, as trevas são mais espessas e os vales mais profundos, quando as estrelas não brilham, quando os horizontes se tornam turvos e os perigos mais ameaçadores nos atemorizam, que o orvalho desce para banhar a terra com o seu frescor. Assim, também, o Eterno vem sobre nós com mais intensidade, nas noites escuras das provações, nas madrugas insones e geladas da nossa dor, trazendo-nos Seu refrigério e restauração, transformando nossos vales em mananciais e cobrindo-os com as primeiras chuvas (Sl. 84:5-7). Deus nunca desampara aqueles que Nele esperam. Ele nos assiste em nossas fraquezas, nos carrega em seus braços e enxuga nossas lágrimas. Quando nos faltam os recursos da terra, nas noites mais escuras da nossa dor, vem do céu o nosso socorro e a nossa provisão (Sl 121).
Quando as nossas forças se esgotam e os nossos recursos chegam à falência, Deus, então, derrama sobre nós o seu óleo fresco e nos vivifica.
O orvalho é uma fonte de refrigério. É a provisão da natureza para a renovação da face da terra. Ele cai de noite, e sem ele a vegetação morreria. É esse grande valor do orvalho que é tantas vezes reconhecido nas Escrituras.
O orvalho não cai enquanto há calor ou vento. A temperatura precisa de baixar e o vento cessar, e o ar precisa de estar fresco e calmo - de uma completa quietude, para que possa produzir as suas invisíveis partículas de humidade para orvalhar a erva e a flor. Assim também, a graça de Deus não pode trazer refrigério ao homem enquanto ele não estiver naquele necessário “ponto quieto”.
A quietude e a absorção são as atitudes propícias para recebermos o orvalho. À noite, quando a vegetação repousa, os poros das plantas estão abertos para receber o banho refrescante e revigorador; assim, na quietude aos pés do Senhor, vem-nos o orvalho espiritual. Coloquemo-nos quietos diante dele. A pressa impede que recebamos o orvalho. Esperemos diante de Deus, até estarmos impregnados da sua presença: então entraremos no serviço de Rei, na certeza de que temos o vigor de Jesus Cristo.
3) O orvalho vem do céu.
A nossa restauração não vem da terra, mas do céu; não é produzida pelos homens, mas por Deus. A fonte de nossa cura, da nossa paz, das nossas vitórias, da nossa alegria, da nossa satisfação e da realização não é projetada da terra, mas das regiões celestiais. Podemos dizer como o salmista: “.... todas as minhas fontes estão em Ti” (Sl. 87:7). Os livros de autoajuda pregam que o homem é um gigante adormecido, e que basta fazer cócegas em seu interior para ele se levantar, cheio de força e de vigor. Contudo, a nossa força não vem de dentro, mas do alto. Não precisamos de autoajuda, mas sim, da ajuda do Alto.
Muitos cristãos não reconhecem a importância do orvalho celeste em suas vidas, e como resultado, falta-lhes frescor e vitalidade. Têm o espírito desfalecido, por falta de orvalho.
Não basta recebermos alimento de vez em quando. Precisamos de receber a cada dia a renovação do Espírito Santo. Nós bem sabemos quando estamos cheios de vigor espiritual e quando nos sentimos exaustos e desgastados. O orvalho cai das alturas de Deus para a terra sedenta e ressequida. Também só do Senhor pode vir o nosso alento. É do céu que emerge a nossa restauração. É do trono de Deus que vem a nossa cura.
4) O orvalho é abundante.
O orvalho é abundante e vital, sobretudo na região árida da Palestina. Sem ele, a terra se tornaria estéril. Ao cair da noite, o monte Hermon que é congelado em seu cume, começa a derreter e aquela água desce e refresca a terra, dando vida às plantas, à terra, à produção do agricultor. A terra é restaurada, as plantas recebem nova vida e o agricultor tem a esperança de uma boa colheita. Da mesma forma, Deus age connosco. Ele nos traz sua graça, dando-nos uma vida abundante. Como bálsamo celestial, Ele derrama sobre nós a sua unção, o seu poder, a sua restauradora presença. O orvalho é símbolo do Espírito Santo. Ele foi dado à igreja de forma abundante. Joel falou de um derramamento sobre toda carne (Jl. 2:28). Isaías falou de torrentes caindo sobre a terra seca e do Espírito sendo derramado sobre os descendentes de Abraão (Is. 44:3).
Ele não é periódico, mas diário. Na Palestina o orvalho é abundante, sobretudo para compensar a ausência de chuvas. Deus também renova as suas misericórdias em nosso favor a cada manhã (Lm. 3:22). Quando Deus vem sobre o seu povo, manifesta-se poderosamente. Quando o orvalho do Senhor cai sobre a igreja, ela espalha essa influência para as regiões longínquas e a cada manhã, vivemos um milagre, pois Deus renova o seu amor, cuidado, e misericórdia em nosso favor. O amor de Deus por nós é incansável, perseverante. Deus sempre está connosco. Quando enfrentamos as tempestades da vida, Ele está connosco. Quando passamos pelas fornalhas, Ele caminha connosco. Quando atravessamos o vale da sombra da morte, Ele nos toma pela mão, e diz: “Não temas, pois estou contigo” (Is. 41:10).
O Salmo 133 fala que, quando o orvalho do Hermon cai no extremo norte da Palestina, o monte Sião, plantado no coração de Jerusalém, há quase 200 km que é beneficiado. Assim também, quando a igreja é impactada por Deus, ela se torna bênção para o mundo inteiro. Quando a igreja sai do seu marasmo e recebe vida em abundância, ela distribui essa fragrância de Deus com fartura para as multidões.
3. Quando Deus, pelo despertamento espiritual, renova a igreja com esse orvalho do Espírito, algumas coisas maravilhosas acontecem no seu meio:
a) Crescimento
Eu serei para Israel como o orvalho. Ele florescerá como o lírio e lançará as suas raízes como o Líbano” (Os. 14:5).
O que é que isso tudo significa? É muito bonito e poético mas vamos pensar um pouco no que Deus nos quis dizer com essas palavras. O título do capítulo é “Perdão de Israel”, o povo estava cheio de pecado e desprezaram a lei de Deus, fazendo o que Ele reprova. O livro de Oseias fala sobre os erros que o povo de Israel cometia, mas no último capítulo Deus fala sobre o perdão e a restituição para aqueles que se voltarem para Ele e se arrependerem de seus pecados, e então Deus fala “Eu serei para Israel como orvalho”. Isso significa provisão do Senhor para aqueles que nele confiam e se arrependem das coisas mal feitas!
O Senhor trás o que cada um precisa quando ninguém está vendo, assim como o orvalho que cai de madrugada! Deus já lhe está preparando tudo o que necessita tanto espiritualmente quanto materialmente. Antes de você acordar Ele já programou tudo para que tenha condições de viver, de resolver os seus problemas. Deus está cuidando de si, todos os dias! Ele lhe dá a provisão mesmo que não a veja, mesmo que não encontre a solução, mesmo que tudo diga que não - várias portas fechadas, dúvidas, indecisões, aflições, falta de dinheiro -, de tudo isso é Ele quem cuida!
Ele é o Deus da provisão! Acalma-se! Confie no orvalho que está chegando sobre si! Nós somos as plantas e Ele traz o orvalho! Deus cuida de nós, Ele nos ama e se preocupa com a nossa vida! Ele não nos pôs nesta terra para vivermos em aflição e sofrimento sem provisão e sem a ajuda Dele! Está escrito amados! O Senhor será para nós (meros pecadores) como o orvalho! Ele nos fará florescer, ou seja crescer, Ele vai firmar os nossos pés como uma rocha! Ele nos faz crescer, florescer, viver sobre a provisão divina Dele todos os dias! Somos totalmente dependentes do orvalho dele! E o que seria de nós sem ele! Amados vamos crer no cuidado e na provisão do Senhor para nós! Ele nos prometeu que nada nos iria faltar… o Criador se preocupa consigo! Creia que Ele já preparou o seu orvalho e vai dar-lho ainda essa madrugada em nome de Jesus!
Quando a igreja é banhada pelo orvalho do Espírito, ela floresce, cresce, desabrocha, sai do casulo, das quatro paredes e alarga o espaço da sua tenda.
b) Estabilidade
“...lançará as suas raízes como o cedro do Líbano”. (Os. 14:5). O crescimento desta árvore é lento e progressivo, em três anos ela cresce apenas 5 centímetros, e 20 centimetros ao ano. O desenvolvimento do justo também é progressivo, vâo conhecendo a palavra e crescendo na graça a cada dia. Mas nos dias atuais, a pessoa se torna crente hoje, “amanhã já é pastor ou obreiro”. Por essa razão vêm surgindo as seitas, herezias e muito escádalo. A Bíblia diz: O justo crescerá como o cedro no Líbano. Um crescimento lento, mas com estabilidade. Conhecida como árvore da vida ou da eternidade podemos ver que o processo de crescimento deu-lhe o poder de durabilidade na fase adulta. Tudo o que começa do modo certo, no final termirá certo.
A raiz do cedro é profunda, quando ele tem apenas 5 centímetro de altura, a raiz tem um metro e meio de profundidade. Isso nos ensina que a nossa vida não pode ser apenas algo exterior, mas interior. A raiz garante firmeza, nutrição e sobrevivência para a planta (Is. 40:24). Muitas vezes, enfatizamos o que a árvore produz, o fruto, mas nos esquecemos das raízes. Nos mais variados aspectos da nossa vida, valorizamos mais o que é aparente e menosprezamos o que está oculto. O fruto é muito importante, mas a sua falta pode indicar um problema na raiz. Deus diz que sem raízes não há fruto.
Em Jeremias 17:7-8 lemos: “Bendito o homem que confia no Senhor, e cuja esperança é o senhor. Ele será como a árvore plantada junto as águas, que estende as suas raízes para o ribeiro, não receia quando vem o calor, suas folhas são sempre verdes, no ano de sequidão não se perturba, nem deixa de dar fruto”. Obviamente é preciso ter boas raízes para dar fruto. A falta de raiz leva à morte, conforme observamos nas palavras de Jesus: “E os que estão sobre pedra, estes são os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria, mas, como não têm raiz, apenas creem por algum tempo, e no tempo da tentação se desviam” (Lc. 8:13).
A igreja, quando é restaurada por Deus, não só cresce para o alto - em comunhão com Deus, ou para os lados — crescimento numérico, mas cresce também em profundidade. Torna-se firme, arraigada, madura e consciente. Suporta com bravura e fidelidade inabalável os vendavais furiosos que conspiram contra ela. Não se deixa arrastar pelos ventos de doutrinas estranhas à Palavra, nem vive atrás de experiencialismos sensacionalistas.
c) Beleza e esplendor
“...o seu esplendor será como o da oliveira...” (Os. 14:6). O esplendor da natureza oferece a magia do orvalho, que desce das alturas para florir de viço as plantas, nada mais belo e nada mais sedutor do que o frescor das manhãs, ver como as folhas se cobrem de uma colcha unida, onde vão refletir os raios avermelhados do sol que traz luz.
Por que é citada a oliveira? Aos olhos dos homens, uma oliveira não tem beleza. Contudo, a Bíblia mostra que a beleza aos olhos de Deus não é a beleza superficial, mas o fruto na realidade. A oliveira é uma árvore que gera um fruto que produz óleo - sua beleza está no seu fruto. A beleza de um cristão está em gerar o fruto do Espírito. Isto pode ser adquirido apenas lançando e fixando raízes nas profundezas. Portanto, é dito que a sua beleza é como o da oliveira e o seu aroma como o do Líbano.
Quando a igreja recebe novo alento pelo orvalho de Deus, ela se renova, se revigora. Brota-lhe um entusiasmo contagiante. A oliveira é uma das árvores mais resistentes. Ela suporta todas as intempéries, sem perder a beleza. Nasce e floresce em lugares áridos e pedregosos. Quando parece que já está morrendo, brota das raízes um novo rebento e forma-se novamente uma árvore bela e frondosa. Assim é a igreja despertada espiritualmente por Deus. Quando o orvalho cai sobre ela, ela se ergue do chão, das cinzas, da desonra, e veste-se de beleza como uma bela noiva, adornada para o seu esposo.
d) Fragrância
“... sua fragrância, como a do Líbano” (Os. 14:6). A igreja restaurada por Deus é o bom perfume de Cristo. Ela exala o cheiro do céu e espalha essa santa influência do Deus vivo. Como o perfume, ela produz impacto, contagia, atrai e torna o ambiente mais agradável.
Exale o bom perfume de Cristo e embeleze o ambiente onde convive com seus irmãos em Cristo, mesmo com aqueles que ainda nem ganhou para Jesus!
e) Refrigério para os cansados
Os que se assentam de novo à sua sombra voltarão; serão vivificados...” (Os. 14:7). O orvalho cai no silêncio da noite, regando a terra com o seu frescor. Da mesma forma, o Espírito Santo rega as nossas almas com a Sua unção, trazendo refrigério para as nossas vidas. Quando a natureza se cala e descansa na soberania do Criador, o orvalho desce como um manto para abençoar toda a criação. Talvez, seja este o motivo por que tantas pessoas estão vivendo inquietas e atormentadas. Elas vivem sem o orvalho de Deus. São pessoas ansiosas, impacientes, agitadas e cansadas. Elas não foram orvalhadas ou ungidas com o refrigério do Espírito Santo, porque não se calam e nem descansam. Mas assim diz o Senhor: “Aquietai-vos e sabei que Eu sou Deus”. Jó disse: “Quem gerou as gotas do orvalho”? (Jó 38:28). Você não pode produzir o orvalho, mas pode recebê-lo. Embora ele desça silenciosamente durante a noite, seu benefício para a terra é fundamental.
Assim é a nossa vida, quando estamos vivendo pela fé na da Palavra de Deus. A noite pode ser escura e cheia de lágrimas, mas nós sabemos que o Sol nascerá (Sl. 30:5). Mesmo que o trabalho de Deus seja silencioso, não o despreze. “Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti que trabalha para aquele que nele espera” (Is. 64:4).
Pare de murmurar e deixe Deus trabalhar. Ouça a profecia de Oseias e deixe Deus ser como o orvalho para si! Enquanto a noite não chega, o orvalho não desce. Creia que ele trará consigo a palavra viva, o maná da manhã. “E, quando o orvalho descia de noite sobre o arraial, o maná descia sobre ele” (Nm. 11:9) Esta Palavra ungida de provisão já está sobre a sua vida! “Porque haverá semente de prosperidade; a vide dará o seu fruto, e a terra dará a sua novidade, e os céus darão o seu orvalho; e farei que o restante deste povo herde tudo isto” (Zc. 8:12)
A igreja, quando é banhada pelo orvalho do céu, não só recebe um novo alento, mas torna-se um instrumento de Deus para restaurar outras pessoas. Ela torna-se um lugar de cura, de refrigério, de abrigo. Deixa de ser um deserto, para ser um oásis. Deixa de ser um lugar de atar fardos sobre as pessoas, para ser um lugar de alívio. Deixa de ser um lugar de legalismo neurotizante, para ser uma comunidade terapêutica. Deixa de ser um gueto fechado, para ser uma comunidade que acolhe os sem-abrigo, abraça os abandonados e recebe os escorraçados por toda sorte de preconceito, oferecendo-lhes vida nova e abundante em Jesus.
f) Frutificação
“... de mim se acha o teu fruto” (Os. 14:8.) Quando Deus desce com poder sobre a sua igreja, ela é curada da sua esterilidade. O fruto da igreja não é resultado de seu labor e ativismo. Ele vem de Deus. É obra dele. Nosso trabalho, como dizia Lutero, “vão será, se Deus não for connosco”. Sem Cristo, nada podemos fazer. Nosso esforço, sem a ação de Deus, não produz fruto. Precisamos depender mais do Senhor se queremos mais eficácia em nosso trabalho.
Que sejamos encorajados a buscar com sofreguidão esse orvalho do céu, essas torrentes restauradoras de Deus. Então, um milagre tremendo acontecerá: “A areia esbraseada se transformará em lagos, e a terra sedenta, em mananciais de águas...” (Is. 35:7). Quando Deus nos restaurar, “O deserto e a terra se alegrarão; o ermo exultará e florescerá como o narciso. Florescerá abundantemente, jubilará de alegria e exultará...” (Is. 35:1, 2a). Sacudiremos, então, a desonra de sobre nós e saltaremos de alegria. “... os montes e os outeiros romperão em cânticos diante de vós, e todas as árvores do campo baterão palmas” (Is. 55:12). Nossa sorte será mudada: “Em lugar do espinheiro, crescerá o cipreste, e em lugar da sarça crescerá a murta; e será isto glória para o Senhor e memorial eterno, que jamais será extinto” (Is. 55:13.)
É hora, portanto, de clamarmos como o salmista: “Restaura, Senhor, a nossa sorte, como as torrentes no Neguebe” (Sl. 126:4.) O Neguebe é o maior deserto da Judeia. É arenoso e pedregoso, cheio de montes e vales. Quando chega o período do inverno, as correntes de águas descongeladas descem dos montes, rasgando o ventre do deserto, abrindo sulcos nas areias estéreis. Ali formam-se os wadis ou oásis, onde crescem as palmeiras e farta vegetação. Ali no coração do deserto, onde as águas fluem, tudo reverdece e frutifica. Ali os beduínos encontram repouso e descanso. Ali os viajantes encontram direção. Ali os animais matam a sede. Assim como as águas fluem do deserto, levando vida, assim também os rios de água viva podem fluir do nosso coração, levando vida a outras pessoas.
Onde os rios de Deus brotam, tudo se faz novo: a sequidão transforma-se em correntes caudalosas, a vida estéril frutifica, a fraqueza converte-se em poder. Quando Deus intervém, a restauração é completa.
d) A água é absolutamente necessária para matar a sede
Quando John Hyde estava a bordo do navio, navegando para a índia, para ali consagrar a sua vida como missionário, recebeu um telegrama. Abriu-o com ansiedade, esperando encontrar alguma palavra encorajadora. Ficou perplexo e aborrecido ao ler a frase concisa que lhe fuzilou o peito: “John Hyde, você está cheio do Espírito Santo”?
Ele, irritado, amassou o telegrama, enfiou-o no bolso e pensou: “Isto é uma afronta. Eu sou um pastor consagrado. Sou um pregador de renome. Estou indo dedicar minha vida como missionário. É claro que estou cheio do Espírito”!
Desceu ao convés e deitou-se, tentando desligar-se da inquietante pergunta. Mas a questão bradava em seu coração: “Você está cheio do Espírito Santo”? Nessa hora, John Hyde começou a chorar, prostrou-se de rosto no chão e começou a clamar: “Ó Deus, eu preciso de ser cheio do Espírito. Derrama sobre mim o teu Espírito. Eu não posso ir para a Índia sem o teu revestimento de poder”.
Quebrantado, sedento, ele buscou a plenitude do Espírito. Chegou à Índia com o coração ardendo de paixão pelas almas. O poder de Deus invadiu a sua vida e, com ousadia, fez-lhe um pedido: “Senhor, eu quero ganhar uma vida para Jesus por dia”. No final do primeiro ano, ele batizou mais de 400 pessoas regeneradas pelo Espírito Santo. No segundo ano, pediu duas pessoas para Jesus por dia e, no final daquele ano, recebeu mais de 700. Depois, pediu três pessoas por dia, e Deus lhe deu. Pediu quatro por dia, e o Senhor lhe concedeu. Esse missionário presbiteriano compreendeu que a sua capacidade, os seus títulos e a sua fama não podiam conseguir nada sem o enchimento do Espírito.
Não foi assim também com John Wesley? Ele trabalhou ardentemente como missionário na Geórgia, Estados Unidos, mas só depois que foi revestido do poder do Espírito, sua vida foi satisfeita e seu ministério passou a ser bênção para a Inglaterra e para o mundo.
Sem a plenitude do Espírito, os pregadores só têm palha a oferecer ao povo. Sem a plenitude do Espírito, nossas pregações tornam-se discursos vazios, que enchem os ouvintes de cansaço e tédio. Sem a unção do Espírito, os sermões são mortos; e sermões mortos matam. Pregações sem unção do Espírito endurecem o coração. Nossos púlpitos hoje estão sem poder. Nossos pregadores estão vazios de Deus. Nossos seminários estão mais preocupados em formar pensadores e filósofos do que homens que dependam do Senhor. O povo está faminto. Muitos estão como ovelhas irrequietas, procurando pastos mais verdes. Muitos pastores estão dando comida velha para as ovelhas. É preciso dar ao povo maná fresco todos os dias. Para isso, é necessário que os pastores estejam aos pés do Senhor, com os ouvidos afinados para ouvirem a sua voz, e que conheçam a intimidade de Deus em oração. Só assim nosso povo será conduzido aos pastos verdejantes. Só assim as almas famintas vão se fartar. Só assim nosso povo vai deixar as cisternas rotas e voltar-se para o Senhor, verdadeiro manancial de águas vivas.
Podemos ter projeção, influência, conhecimento, mas sem uma vida plena do Espírito nosso coração fica vazio, insatisfeito.
4. O Despertamento da Igreja Virá Quando a Igreja Tiver Sede de Deus
O despertamento não é auto-glorificação – O Senhor só derrama a chuva sobre os sedentos e sobre a terra seca. Hoje muitos correm atrás de sinais – Mas o despertamento só acontece quando a igreja tem sede de Deus e não de milagres.
Jonathan Edwards disse: “Uma vez, quando cavalgava nas matas pela minha saúde, em 1737, tendo apeado do meu cavalo num lugar retirado, como tem sido o meu costume comumente, para buscar a contemplação divina e oração, tive uma visão, para mim extraordinária, da glória do Filho de Deus, como mediador entre Deus e os homens, e a sua maravilhosa, grande, plena, pura e suave graça e amor, e o seu terno e gentil amparo; o que me manteve a maior parte do tempo num mar de lágrimas, e chorando em voz alta. Senti uma ardência na alma, um anseio de ser esvaziado e aniquilado, jazer-me no pó e ser cheio unicamente de Cristo.”
A experiência do jovem Evan Roberts em Lagour em 1904 numa reunião de oração que durou uma semana e espalhou-se para todo o país e em seis meses 100.000 pessoas estavam convertidas a Cristo.
No despertamento as pessoas desejam Deus mais do que as bênçãos de Deus.
O derramamento do Espírito é para os sedentos. O Salmo 42:1 diz: “A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo”. Precisamos de ser despertados para orar! Oh! Como a igreja precisa de sentir sede de Deus, saudade de Deus. Oh! Como precisamos de nos extasiar diante da glória de Deus. Oh! Como precisamos de sentir deleite na adoração!
5. O Despertamento da Igreja produz resultados Gloriosos
a) Conversões abundantes
Quando Deus fende os céus e inflama a igreja e põe fogo nos gravetos secos, a lenha verde começa a arder. Os corações mais duros se derretem.
No Pentecostes quando Pedro se levantou para pregar, cheio do Espírito Santo, quase três mil pessoas foram convertidas e agregadas à igreja.
O evangelho é o poder de Deus. É dinamite que explode a pedra mais dura. Quando Deus age não existe um único caso difícil para Deus. Saulo era o maior perseguidor da igreja; Jesus o transformou no maior apóstolo!
Quando George Whitefield pregava, multidões se acotovelavam para ouvi-lo e milhares de pessoas eram convertidas.
Quando João Wesley pregava nas minas de carvão, só se via um filete branco de lágrimas descendo dos rostos encarvoados.
Quando Jonathan Edwards pregou, depois de orar e jejuar alguns dias “Pecadores nas mãos de um Deus irado”, 500 pessoas foram salvas!
b) Testemunho ousado da Palavra
Ah! Como anseio ver essa igreja como um exército cheio do Espírito a testemunhar do nome de Cristo! Cada médico, cada engenheiro, cada professor, cada enfermeiro, cada advogado, cada professor, cada comerciante, cada profissional liberal, cada estudante, cada dona de casa, cada aposentado. Cada crente dizendo: “Eu sou do Senhor”!
Levante-se! Abra a sua boca! O Evangelho é o poder de Deus.
c) Testemunho ousado pela vida
Um dirá: Eu sou do Senhor; outro se chamará do nome de Jacó; o outro ainda escreverá na própria mão: Eu sou do Senhor, e por sobrenome tomará o nome de Israel” (v. 5).
Muitos professam que são de Cristo, mas a sua vida nega essa profissão de fé. Há um abismo entre o que se diz e o que se faz, entre fé e vida. Moody dizia: “nada fecha tanto os lábios como a vida”.
Todos se devem levantar para testemunhar as grandezas de Deus. O evangelho é poder de Deus para todo aquele que nele crê.
Conclusão
Estamos vendo tantos escândalos no meio evangélico: pastores e líderes caindo. Estamos vendo tantas pessoas mercadejando o evangelho, vendendo a graça de Deus. Estamos vendo tantas pessoas se desviando da sã doutrina. Estamos vendo tantas pessoas abraçando uma ortodoxia morta. Estamos vendo tantos crentes sendo amigos do mundo. Estamos vendo a sociedade transtornada, de cabeça para baixo: corrupção, injustiça, violência. Não há esperança para a nação a não ser que Deus sopre sobre nós o seu Espírito e levante a igreja como voz profética.
Precisamos de um despertamento espiritual para a Igreja!

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