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Saltando pelos Montes

Vem depressa, amado meu, faz-te semelhante ao gamo ou ao filho da gazela, que saltam sobre os montes aromáticos” (Ct. 8:14)
Os Montes na Bíblia falam-nos de poder e autoridade, mas também nos fazem lembrar de experiências e situações tanto negativas quanto positivas. Todos nós temos passado pelos vales e pelos montes da vida, assim como pelos desertos e jardins. Todas as experiências que passamos têm um propósito só – fazer-nos crescer e levar-nos à imagem do Filho de Deus.
Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogénito entre muitos irmãos” (Rm. 8:28, 29).
Muitas vezes nos lembramos mais facilmente dos montes de provações do que dos de bênçãos. Sentimos como Davi quando fugia de Saul e encontrou-se cercado por montes. Não havia outra saída senão aquela por onde ele e seus homens entraram. E, agora, Saul e seu exército estavam entrando atrás deles. Havia uma rocha no meio por onde eles podiam correr e se esconder, mas faltava pouco para serem presos por Saul. Neste instante Davi pôde dizer: “Levantarei meus olhos para os montes (que me cercam), de onde me virá o socorro?” Ainda bem que ele pôde levantar os olhos mais para o alto e ver Alguém maior que as montanhas da vida e, então, disse, “o meu socorro vem do Senhor que fez os céus e a terra!” (Sl. 121:1, 2). Quantas vezes nos deparamos com montes de provas, problemas e crises!
Por outro lado há também os montes abençoados e aromáticos que deixam uma doce lembrança de momentos de livramento, suprimento, avivamento e crescimento espiritual. Às vezes descobrimos estes montes logo após um longo vale difícil! Ou, às vezes quando cercado pelas ameaças do inimigo, surge à nossa frente o monte de salvação, e podemos dizer como o profeta Miqueias:
Mas, nos últimos dias, acontecerá que o monte da Casa do Senhor será estabelecido no cimo dos montes e se elevará sobre os outeiros, e para ele afluirão os povos. Irão muitas nações e dirão: Vinde, e subamos ao monte do Senhor e à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos pelas suas veredas; porque de Sião procederá a lei, e a palavra do Senhor, de Jerusalém. Ele julgará entre muitos povos e corrigirá nações poderosas e longínquas; estes converterão as suas espadas em relhas de arados e suas lanças, em podadeiras; uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra. Mas assentar-se-á cada um debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, e não haverá quem os espante, porque a boca do Senhor dos Exércitos o disse” (4:1-4). 
A Palavra de Deus nos mostra que a Igreja do Senhor deve ser como um monte alto, como Jesus disse:
Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt. 5:14-16).
Montes na Bíblia
Monte Seir – Dt. 2:1-3
Por muitos dias Deus fez o povo de Israel rodear o Monte Seir. Com que finalidade? A palavra Seir significa áspero, e estar em lugar áspero não é nada bom, mas se o Senhor estiver no controle, tudo vai bem!
O que é que Deus nos revela? Revela-nos que estar no monte Seir é estar em desorientação, rodando, circulando, virando no lugar áspero, pois muitas vezes é assim que nos encontramos e enquanto não reconhecemos a dependência total de Deus, continuaremos a rodear o Monte Seir. Cada um de nós tem os seus momentos de desorientação, e é nesses momentos que precisamos de nos voltarmos para Deus e pedirmos socorro, pois Seir está em terra estranha, como sabe Israel saiu do Egito sem pátria, sem terra, sem lar, “sem era e nem bera” e num lugar estranho começam a rodar. Tenho a certeza que o Monte Seir é lugar de Desorientação. Não fique desorientado, busque o Senhor, clame a Ele, pois ainda que esteja no Monte Seir Ele é capaz de o ajudar, de o livrar. Seir não é lugar para o cristão ficar; podemos até passar por lá, mas ficar lá jamais. Jeová é o seu Deus.
O Monte Moriah – “O Monte Onde se Vê Com os Olhos de Deus”
O Monte Moriah, que desafiava a fé, significa o “Escolhido por Deus”. Deus pediu a Abraão que levasse o seu filho, o seu único filho, Isaque e o sacrificasse sobre o Monte Moriá (Gn. 22:1-13). Levaram três dias de jornada para chegar até lá. E, quando chegaram Abraão disse aos servos, “ficai aqui, até que eu e o menino adoremos e voltemos!” Quando chegaram ao topo do Monte, Isaque disse a seu pai, “Pai, aqui está a lenha e o fogo, mas onde está o sacrifício?” Abraão respondeu, “O Senhor proverá!” E quando estava prestes a imolar o seu filho, Abraão ouviu um brado angelical do céu, dizendo que Deus havia visto a sua fé e obediência e que havia provido um substituto. Olhando para o lado viu um carneiro preso numa moita e o ofereceu no lugar de seu filho. E após o Senhor ter provido o cordeiro para o holocausto Abrão chamou aquele lugar de Jeová Jirêh (“No monte do Senhor se proverá”!) (Gn. 22:14). Quando estamos no monte somos provados pelo Senhor e quando somos aprovados ele nos provê todas as coisas. O Deus de Abraão é o mesmo ontem, hoje e sempre, portanto esse monte que está enfrentando é para que passe por ele e veja que Deus é quem provê. Sempre há uma batalha para chegar ao Monte Moriá, o lugar alto onde se vê com os olhos de Deus. Exerça a sua fé e saia vencedor. É nos montes que parecem mais difíceis, nos quais parece não haver nenhuma solução, que descobrimos o suprimento do Senhor!
Adore e aproxime-se dele. Descubra o poder da proximidade e poderá aproximar-se o bastante de sua presença para ver o seu monte com os olhos de Deus. Então, poderá ver os dois lados do monte e o cruzamento divino preordenado lá no cume. Ele se assenta no alto e vê tudo de cima. “Ele se assenta no seu trono, acima da cúpula da terra, cujos habitantes são pequenos como gafanhotos”.
O Monte Sinai - O Encontro Entre Deus e Israel
O Monte Sinai (ou Horebe que significa, espinhoso, seco.), para o povo de Israel parecia o mais assustador e tenebroso. Era este o lugar onde Deus falou com Moisés. Enquanto acampavam ao pé do monte, conta a Torá que a Revelação de Deus diante do povo judeu foi um evento dramático e estarrecedor, pois eles ouviam trovões, viam relâmpagos e sentiram o chão a estremecer. Toques de Shofar ressoavam enquanto uma nuvem pesada de fumaça cobria o monte. Está no livro Êxodo: O Monte Sinai estava todo em fumaça por causa da Presença que tinha descido sobre ele (19:18).
Revela o Midrash que “quando o Santo, Bendito Seja, ofereceu a Torá no Sinai, ave alguma piou, nem voo levantou; boi algum mugiu; anjo algum ascendeu aos Céus e não se ouviu serafim algum proclamar louvores a Deus. Absoluto silêncio reinava no universo. Foi então que a Voz adiantou-se, proclamando: ‘Eu sou o Senhor, teu Deus...’ (Shemot Rabá 29:9).
No entanto, do meio da fumaça que cobria o monte, Deus chamou Moisés e um grupo representativo dos anciãos de Israel para subir ao monte. Lá no monte, eles se sentaram, comeram e viram a glória do Senhor! Saiba que este lugar é onde a Glória do Senhor se manifesta, onde o Senhor revela a Sua Glória sobrenatural.
Quando pensamos que está tudo acabado, então Deus entra em ação. Quando estiver em lugares espinhosos, vivendo na sequidão, cercado por problemas, relativamente aos quais não tem forças para resolver, lembre-se de Jeová, Ele é a solução para a sua vida. O Senhor quer levá-lo a uma dimensão de trespassar os montes até chegar ao Monte de Deus para lhe entregar as bênçãos. No Monte Sinai (Horebe) o Senhor entregou poderes a Moisés, é assim também que ele quer fazer consigo. Ele quer se mostrar para si, ele quer entregar-lhe poderes, ele quer dar-lhe a vitória. Horebe é o lugar onde Deus fala, sim Deus fala nos lugares espinhosos. Para Moisés não foi fácil, mas ele recebeu a vitória. Para Deus o que importa é que você esteja disposto a ouvi-lo, mesmo estando em situações críticas. Quando todos olharem para si e acharem que está tudo acabado, Deus ainda o espera para colocar um brilho no seu rosto. Creia e receberá!
Suba ao monte e a Glória de Deus irá manifestar-se na sua vida. A Glória do Senhor o envolverá de tal modo que não poderá ficar em pé, pois o natural é tomado pelo sobrenatural, aí é arrebatado, tem visões, recebe dons, é batizado com o Espírito Santo. Isto é a manifestação da Glória de Deus na sua vida, e os nossos montes de medo, de decepções, de doenças e enfermidades, de tristezas, angustias, solidão e todo o tipo de sofrimento, de tribulação e dificuldades são transformados em doce comunhão!
Com Jesus saltamos esses montes para alcançarmos o Monte do Senhor e se não o conseguirmos saltar usemos poder que nos foi dado para mudá-los de lugar (Mc. 11:23).
Outros montes bíblicos incluiriam o Abarim, que, na verdade, era uma região montanhosa no caminho de Canaã. Era do alto de um destes picos, o Monte Pisga - o Monte da Visão - (Dt. 34.1), que Moisés vislumbrou a terra prometida. Abarim significa “passagem”, e devemos de nos lembrar que através dos montes não apenas avistaremos a terra prometida, mas também chegaremos lá!
Monte Ebal x Monte Gerizim
O Monte Ebal era o Monte das Maldições, mas, Logo ao Lado Estava o Monte Gerizim, o Monte das bênçãos.
Moisés colocou diante de Israel uma bênção e uma maldição. Para simbolizá-las, escolheu duas das mais altas montanhas da parte central de Canaã. O monte Gerizim seria o monte da bênção e o monte Ebal o da maldição.
As duas montanhas mencionadas foram sem dúvidas escolhidas porque ambas se encontravam em lugares opostos, tendo cada uma delas cerca de 900 metros de altura e estavam situadas bem no centro da terra de Canaã, não somente de oeste para leste, como também do norte para o sul.
Segundo as instruções dadas por Moisés, um monumento de grandes pedras foi construído no Monte Ebal, separado do Monte Gerizim, por um estreito vale. Na saída deste vale, razoavelmente elevado, fértil, atraente, regado por muitos rios, situa-se a importante cidade de Siquém. atualmente Noblus. Este vale vai do sudeste a noroeste, do monte Gerizim a Ebal, e tem 500 metros de extensão. Sobre essas pedras, previamente preparadas por uma cobertura de argamassa, foi inscrita a lei - não somente os dez preceitos proferidos no Sinai e gravados em tábuas de pedras, mas as leis comunicadas a Moisés, e por ele escritas em um livro. Ao lado deste monumento foi construído um altar de pedras não lavradas, sobre o qual foram oferecidos sacrifícios ao Senhor. O facto de ter construído o altar no Monte Ebal, monte este sobre o qual fora posta a maldição, era significativo, denotando que, por causa de sua transgressão à lei de Deus, Israel incorrera com justiça em Sua ira, e que esta cairia de pronto sobre eles, não fosse a obra expiatória de Cristo, representada pelo altar de sacrifício.
Moisés ordenou que, depois que os israelitas atravessassem o Jordão, se dirigissem aos Montes Ebal e Gerizim e que seis das suas tribos (Simeão, Levi, Judá, Issacar, José e Benjamim) permanecessem nas encostas do Monte Gerizim, pronunciando, a seguir, as bênçãos para aqueles que guardassem a lei de Deus (Dt. 11:29; Dt. 27:12, 13), de igual modo pediu que as tribos restantes (Rúben, Gade, Aser, Zebulom, Dã e Naftali), permanecessem na encosta do Monte Ebal, só que desta vez proferiu as maldições para os que não guardassem a lei (Dt. 27:13-26; Dt. 28:15-68; etc.). Depois que os Israelitas invadiram Canaã, cumpriram esta ordem de Moisés (Js. 8:33-35). O Pentateuco Samaritano lê “Gerizim” em vez de “Ebal”, em Deuteronómio 27:4, uma vez que Gerizim era a montanha sagrada dos samaritanos que quando os judeus regressaram do exílio, construíram aí um templo. João Hircano destruiu este templo de Gerizim em 128 AC, mas os samaritanos continuaram a utilizar este monte como o seu local de sacrifício e adoração, ainda o usando hoje em dia. Este culto foi mencionado pela mulher samaritana na conversa com Jesus junto ao poço de Jacó (Jo 4:20, 21).
Imagine dois montes altos e extensos, um em frente ao outro e bem ao meio dessa imensidão o povo de Israel. Moisés, inspirado pelo Senhor, divide o povo e profere maldições em direcção a um monte e bênçãos em direção a outro, toda essa “dinâmica de grupo” para fixar na mente o povo a seguinte mensagem: “há dois lados espirituais, e ambos têm seu ponto de partida na palavra.
Obedecer significa subir o monte das bênçãos, enquanto que desobedecer significa subir o das maldições; A palavra é o vale, não existe meio de se chegar aos montes sem passar pelo vale, ou seja, tudo em nossas vidas depende de como nós temos andado em relação à palavra (lei) de Deus.” Lindo é entender esse sentido, podemos ter tudo na vida e estarmos no monte das maldições, ou, por outro lado, podemos ter somente o essencial para viver e estar no monte das bênçãos. Jesus disse que só há um grupo que ama realmente a Deus, que são aqueles que guardam seus mandamentos, vejamos João 14:21 que diz: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, este é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai”.
Infelizmente temos notado nos dias de hoje pessoas que não entendem o significado de servir a Deus, pessoas que estão fazendo do culto um ato simbólico, pessoas que vêem à igreja e acham que por estar em local de bênçãos elas as alcançarão pelo simples facto de sua presença. Não! Não é esse o sentido do culto, entenda que não adianta estar sob o monte de bênçãos e transgredir a palavra, pois fisicamente, estará sim em local abençoado, porém espiritualmente em monte de maldições. O sentido de servir a Deus é exatamente o que a palavra diz, Servir. Imagine um servo que, além de não fazer nada do que lhe é recomendado, só faz pedidos ao seu senhor. Agora, imagine se esse servo não é você? Quando abandonamos o sentido de servir, começamos a simbolizar a igreja, começamos a ver a igreja como local que simboliza as bênçãos, e isso está errado. A igreja é local de comunhão e adoração, local onde Deus está inclinado para receber nossas orações, as bênçãos são consequências de uma adoração agradável a Deus, Davi entendeu bem o sentido de ir à casa do Senhor e escreveu em Salmos 5:7 uma dica perfeita para o entendimento da servidão a Deus, ele disse: “Mas eu entrarei em tua casa pela grandeza da tua benignidade; e em teu temor me inclinarei para o teu santo templo”. Que frase linda, aqui está o sentido de vir à casa do Senhor para o adorar, é agradecer, é temer, é adorar a quem lhe sustenta a vida. Aceite a Jesus e leia a palavra de Deus, você estará como que no vale de Siquém, no ponto de partida de tudo, pratique a palavra e estará subindo o Monte Gerizim espiritual, o monte das bênçãos, onde sendo fiel chegará ao topo, e lá encontrará a maior de todos as bênçãos que Deus deu à humanidade, a salvação de nossas almas.
O Monte Ebal era o monte das maldições, mas, logo ao lado estava o monte Gerizim, o monte das bênçãos. O Monte Ebal (atualmente Jebel Eslamîyeh) é escarpado e rochoso e hoje em dia está quase desprovido de vegetação. Deus quer que vejamos toda a topografia e não apenas o lado negativo das coisas. Em grande parte do norte de Israel se podia ver num dia claro o Monte Hermom, majestoso, sempre coberto de neve. E, em qualquer lugar da nossa peregrinação terrestre por mais árida que seja a nossa experiência, podemos divisar com nosso majestoso Rei que nos traz refrigério. Assim como era visível de longe o monte Tabor, provavelmente o chamado Monte da Transfiguração. Vamos nos encher de alento. Vamos subir ao Monte do Senhor. Vamos contemplar a glória do nosso Rei!
Queira estar no Monte Gerizim a partir de hoje e saia logo do monte Ebal.
O Monte Quiriate Arba - “Cidade do Gigante” ou “Herói de Baal”
Da mesma forma, a verdadeira unidade e comunhão dos irmãos trazem a bênção da montanha alta sobre as congregações: “Oh! Como é bom e agradável que os irmãos vivam unidos! É como o óleo precioso derramado sobre a cabeça, o qual desce para a barba, a barba de Arão, e desce para a gola de suas vestes. É como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião. Ali, ordena o Senhor a sua bênção e a vida para sempre” (Sl. 133:1-3).
Arba, quando dizemos que “todas as coisas cooperam para o bem…”, devemos de nos lembrar que Deus pode transformar os montes mais íngremes e árduos em montes de bênçãos! Encontramos um vivido exemplo disso na vida de Calebe. Ele era um dos doze homens que Moisés enviou para espiar a terra de Canaã. E agora depois que toda uma geração tombara no deserto devido à sua incredulidade, Calebe se apresentou a Josué, o General, e disse:
“…Tu sabes o que o Senhor falou a Moisés, homem de Deus, em Cades-Barneia, a respeito de mim e de ti. Tinha eu quarenta anos quando Moisés, servo do Senhor, me enviou de Cades-Barneia para espiar a terra; e eu lhe relatei como sentia no coração. Mas meus irmãos que subiram comigo desesperaram o povo; eu, porém, perseverei em seguir o Senhor, meu Deus. Então, Moisés, naquele dia, jurou, dizendo: Certamente, a terra em que puseres o pé será tua e de teus filhos, em herança perpetuamente, pois perseveraste em seguir o Senhor, meu Deus. Eis, agora, o Senhor me conservou em vida, como prometeu; quarenta e cinco anos há desde que o Senhor falou esta palavra a Moisés, andando Israel ainda no deserto; e, já agora, sou de oitenta e cinco anos. Estou forte ainda hoje como no dia em que Moisés me enviou; qual era a minha força naquele dia, tal ainda agora para o combate, tanto para sair a ele como para voltar. Agora, pois, dá-me este monte de que o Senhor falou naquele dia, pois, naquele dia, ouviste que lá estavam os anaquins e grandes e fortes cidades; o Senhor, porventura, será comigo, para os desapossar, como prometeu” (Js. 14:6-12).
O monte que Calebe queria chamava-se Quiriate Arba, e quer dizer “Cidade do Gigante” ou “Herói de Baal”, porque nele moravam os gigantes descendentes de Arba. Mas, quando Calebe os confrontou e os venceu, ele tomou posse do monte e mudou o nome para Hebrom que significa “União”. Deus lhe deu forças e graça para vencer e mudar o monte de dificuldade em bênção! O Senhor também o quer ajudar a vencer os gigantes que estão no monte que está enfrentando.
Monte Jebus
Quando todos os povos antigos de Canaã haviam sido derrotados por Israel, quedava-se um reduto do inimigo bem no coração da nova nação, o monte Jebus (era o monte dos Jebuseus) que ficava bem no centro da terra de Jerusalém e que complicava a vida do povo de Deus, pois o povo de Israel não conseguiu expulsá-los de lá. (Jz. 1:21). Era um povo obstinado, que não puderam desalojar. Contudo quando Davi foi coroado rei sobre todo o Israel, a primeira coisa que ele empreendeu foi dar a volta no monte por um canal de água subterrâneo para remover os jebuseus e após ter conquistado o Monte de Jebus, ao vencer os Jebuseus, mudou o seu nome para Sião, cidade de Davi! (2 Sm. 5:6-10). Ninguém conseguiu vencer os Jebuseus até ao momento do pedido de auxílio ao Senhor. Davi pediu e venceu. Eis ai o que faz toda a diferença. O Senhor quer que peça a ajuda dele para vencer aqueles que consideras impossível, ele quer eliminar os Jebuseus da sua vida. Para conquistá-la seus homens tiveram que subir pela entrada das águas. É só assim que se vence estes redutos em nosso coração – pelo rio de Deus – o poder do Seu Espírito Santo!
Monte da Transfiguração – Mt. 17:01
Neste texto vemos que Jesus leva três testemunhas para presenciarem o que estaria para acontecer, e naquele local aparecem Moisés e Elias conversando com Jesus. Se atentarmos para Moisés, ele havia feito um pedido ao próprio Deus em Êxodo 33:18 em diante, dizendo que gostaria de ver Deus face a face, mas Jeová não o atendeu para que ele não morresse, mas a vontade de Moisés não morreu. Passados alguns anos, Deus diz a Moisés que Ele não entraria na terra prometida, ele somente a viria com os olhos, mas lá não entraria, então Moisés morre.
Seria triste pensar que sendo Moisés amigo íntimo de Deus e o próprio Deus deixá-lo morrer assim, sem ter alguns sonhos realizados era demais. Mas o monte da transfiguração é o Monte de realizar sonhos, pois passados dois dias da morte de Moisés, pois um dia para Deus são mil anos e mil anos para Deus é um dia, Moisés aparece vendo Deus face a face e dentro da terra prometida que mana leite e mel.
Não desanime, a última palavra ainda não foi dada, e quem dá a última palavra é Jeová, o Senhor Todo-poderoso, Ele próprio realizará os seus sonhos.
Monte do Senhor – Sl. 24:03
Neste versículo Davi faz uma pergunta que ainda hoje é muito boa para se fazer a alguém. Quem subirá ao Monte Santo do Senhor?
O monte santo do Senhor é lugar de descanso. Quantas vezes nos sentimos cansados, pois a vida nos reserva momentos diferenciados, que consomem nossas energias no dia-a-dia, pois o homem tem buscado descanso na bebida, na prostituição, no pecado, e ao invés de descansar acaba se cansando ainda mais.
Só existe um bom lugar para se deleitar, e esse lugar é o monte santo do Senhor, o único lugar onde você conseguirá se sentir bem, mas lave as suas mãos do pecado, purifique o seu coração das vaidades e não jure enganosamente (Sl. 24:4). Assim, você subirá no Monte santo do Senhor, o monte do verdadeiro descanso.
Monte SiãoLugar de Bênçãos (Hb. 12:22)
Sião significa ensolarado. Por ai já dá para sentirmos o calor dos braços de Jeová. O escritor de Hebreus fala sobre uma visão terribilíssima de Moisés, que viu a cidade Quadrangular, a Jerusalém de Deus, um lugar que não tem noite, pois a glória de Deus estará inundando aquele lugar, clareando nossas vidas. Sião é ensolarado e ensolarado é o lugar onde vamos morar. Creia na palavra de Deus, ela pode muito em sua vida.
O Monte de Sião, também chamado de Cidade superior, foi um termo usado pelos profetas para designar o Templo do Senhor ou a parte da cidade ocupada por este Templo.
Sião é lugar de Confiança e Segurança (Sl. 125:1, 2).  Não se abala, está cercado de montes. E o Senhor está em volta do Seu povo, proporcionando proteção e segurança desde aquela época e para sempre, incluindo-nos nesse contexto, estendendo a bênção até nós.
Sião é lugar de Bênçãos (Sl. 133:3; 134:3; 51:18; 128:5). Ali o Senhor ordenou a bênção e a vida. Não importa o que aconteça, que lutas ou problemas ou tribulações venham, pois hão-de passar, porque ali é lugar de bênçãos.
Sião é Morada de Deus (Is. 8:18: Sf. 3:16, 17; Sl. 9:11; 76:2; 135:21). Se Deus mora e está presente nesse lugar não há promessa maior e mais segura que esta. Ele vive ali, Sua glória se manifesta. Não há lugar para o mal.
Sião é lugar de alegria (Sl. 48:2, 11; 147:12). Se o Senhor mora nesse lugar, se já ordenou a bênção e a vida, se prometeu proteção e segurança, esse lugar é um lugar feliz. É lugar de alegria.
Mas o que é que Sião tem a haver connosco? Pode-se pensar. O escritor aos Hebreus responde: “Mas vós chegastes ao Monte de Sião, e à Cidade do Deus Vivo, à Jerusalém Celestial e aos muitos milhares de anjos” (Hb. 6:22).
O cristão salvo e lavado pelo Sangue do Cordeiro mora num novo endereço: Jerusalém Celestial. E nesse novo endereço encontramos as mesmas bênçãos destinadas a Sião: confiança, segurança, presença constante do Deus Vivo e alegria.
Aqui se diferencia o cristão pelo seu “endereço”, pois muitos ainda insistem em viver em “outros” endereços, não querendo viver ao lado do Deus Vivo.
Não importa em qual monte você está neste momento, o importante é que deixe Deus administrar a sua vida, os seus negócios, o seu trabalho, o seu dia-a-dia, o seu tempo, pois só Ele tem poder para o conduzir e o levar ao monte Sião, lugar onde não há solidão, tristeza, prova, medo desorientação. Reivindique o novo endereço e mude-se para o Sião celestial e verá como vai ser diferente, aqui mesmo na terra.
E disse Jesus: Marta, já não te disse que se creres verás a glória de Deus.
É isso meu amado, Jeová quer mostrar-nos a sua glória.
“O Senhor que fez o céu e a terra, o abençoe desde Sião” (Sl. 134:3)
Montes nas Nossas Vidas
A topografia de nossas circunstâncias pode prover toda uma variedade de montes até cordilheiras, tão negativos como “doenças”, “decepções”, “perdas”, “medo”, “quebra de relacionamentos” e etc. Mas, também pode haver muitos montes de bênção tais como, “cura”, “salvação”, “batismo no Espírito Santo”, “chamado de Deus”, “restauração da família” e etc. Assim como, Jesus pode andar sobre as águas agitadas, Ele também pode vir saltando sobre todos estes montes da nossa vida, os ruins e os bons. E, assim como Pedro disse, “Se és tu, chama-me para que eu vá ter contigo andando sobre as águas”, nós podemos dizer, “chama-me Senhor para que contigo eu salte sobre todos estes montes da minha vida”! Assim como Jesus disse a Pedro, “Vem!”, Ele nos convida, “Venham, e saltem comigo sobre os montes!”
Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações. Portanto, não temeremos ainda que a terra se transtorne e os montes se abalem no seio dos mares; ainda que as águas tumultuem e espumem e na sua fúria os montes se estremeçam. Há um rio, cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo. Deus está no meio dela; jamais será abalada; Deus a ajudará desde antemanhã  (Sl. 46:1-5)
Além de terramotos e maremotos, há ainda outra força maior que pode sacudir os montes – a fé! Jesus disse que, se tivermos fé, podemos dizer a este monte, “Ergue-te e lança-te no mar (onde cabe), tal sucederá…”! (Mc. 11:23) Em Zacarias 4:7, diz que o monte será removido pelo Espírito do Senhor e por aclamações de “graça, graça”!
Temos muitas promessas de que Deus nos capacitará a pisarmos os montes da vida: “Todo o monte será nivelado…”, (Is. 40:4); “Eis que vos dou poder para pisar serpentes, e escorpiões, e toda a força do Inimigo, e nada vos fará dano algum” (Lc. 10:19); “O Deus de paz esmagará em breve Satanás debaixo dos vossos pés. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja convosco. Amém”! (Rm. 16:20). Até os montes hereditários não resistem, “… as coisas velhas passaram…!” (2 Co. 5:17).
Os montes virão – “… No mundo tereis aflições (montes), mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”! (Jo. 16:33b). Sim, eles virão, mas sempre serão menores que o nosso Deus!
Foi sobre um monte que Jesus foi crucificado. E quando estamos unidos com Ele na sua morte e ressurreição é que surge a verdadeira fé. Deus dá a cada um de nós uma alavanca. Ela se chama a fé, e é só com ela que sempre “saltamos sobre os montes!”

Pr. Manuel Rodrigues