Há inimigos da liberdade à solta
hoje. Os inimigos do cristianismo e da liberdade estão se movendo contra nós
como nunca antes para controlar tudo o que fazemos, até mesmo o que podemos
pensar e dizer. O problema é que nós não os conhecemos só de olhar. Eles não
usam pequenos botões de identificação, nem levam cartazes advertindo a todos
que fiquem à distância. Pelo contrário, vários deles carregam Bíblias e parecem
ser cidadãos respeitáveis, simpáticos, obedientes à Palavra do Senhor. A
maioria passa muito tempo nas igrejas, alguns em posições de liderança
religiosa. Muitos são respeitados na comunidade, seus vizinhos jamais poderiam
imaginar que estão vivendo ao lado de assassinos.
Eles destroem a liberdade, a espontaneidade, a criatividade
e a alegria, assim como a produtividade.
Eles destroem com as suas palavras, suas canetas, e seus
olhares. Eles matam com as suas atitudes muito mais do que com o seu
comportamento. Quase não existe uma igreja, uma organização cristã, uma escola
cristã, um grupo missionário ou ministério na midia, onde esse perigo não
esteja à espreita. O surpreendente é que eles conseguem seus intentos,
diariamente, sem serem confrontados ou expostos. De modo estranho, os mesmos ministérios
que não iriam tolerar a heresia durante dez minutos, ficam de lado e dão a
esses destruidores todo o espaço que precisam para manobrar e manipular outros
da maneira mais insidiosa imaginável. Sua intolerância é tolerada. Seus espíritos
críticos permanecem sem serem julgados. Suas tácticas agressivas não são
detidas. E a sua estreiteza de espírito é justificada ou rapidamente defendida.
A escravidão resultante seria criminosa se não fosse tão subtil e envolvida em
roupagem espiritual.
Neste dia - neste momento - milhares que estão vivendo com
sentimentos de vergonha, medo e intimidação deveriam
ser indivíduos livres e produtivos.
A tragédia é que eles pensam que as coisas são como deveriam
ser. Essas pessoas jamais conheceram a verdade que poderia libertá-los. São vítimas,
vivendo como se estivessem na cela da morte em lugar de gozarem a beleza e o frescor
da vida abundante que Cristo modelou e tornou possível a todos os seus
seguidores. Infelizmente, muitos não têm sequer ideia do que estão perdendo.
Tudo isso, numa só palavra, liberdade. É isso que está sendo
atacado tão continuamente, tão violentamente. Os que não se sentem confortáveis
em negá-la, decidiram debatê-la. De maneira semelhante aos dias da Reforma Protestante,
a liberdade se tornou novamente uma bola de futebol teológica chutada de um
lado para outro do campo enquanto os pregadores, os eruditos e os estudantes discutem
a respeito de termos, como treinadores frustrados em lados opostos tentando
ganhar vantagem, um sobre o outro. É o clássico debate sem ganhadores, que trivializa
o assunto e deixa a massa que observa a luta das arquibancadas confusa,
polarizada ou, pior de tudo, aborrecida. A liberdade existe para ser recebida e
vivida em sua plenitude, e não para ser dissecada e analisada por aqueles que
preferem discutir do que comer. Chega! Está na hora da verdadeira liberdade ser
despertada e libertada, e não negada... ser gozada e dada livremente, e não debatida.
A liberdade recebida mas não manifestada está morta.
Passar o tempo debatendo a forma coma a liberdade é recebida
ou como é necessário muito esforço para a salvação, sem entrar no mérito do que
significa viver pela graça e gozar da magnífica liberdade que ela oferece, leva
em breve a um argumento contraproducente. Ela se torna pouco mais do que uma
busca tediosa e trivial onde a maioria do povo de Deus passa dias olhando para trás
e perguntando, “Como a recebemos”? Em lugar de olhar para a frente e anunciar: a
liberdade é nossa... vamos vivê-la com criatividade verdadeira, bíblica,
santificada e dinâmica! Se a negarmos ou debatermos iremos destrui-la. Meu apelo
é que nós a reivindiquemos e permitamos que ela nos liberte. Quando fizermos
isso, a liberdade se tornará aquilo que deveria ser - realmente uma surpresa! Quando
isso acontece, todo o nosso semblante muda.
É bom frisar que uma pessoa liberta deve viver como alguém
que foi liberto. Paulo ao explicar como o andar no Espírito é o segredo da
vitória contra a carne, conclui: “Se
vivemos no Espírito, andemos também no Espírito” (Gl. 5:25). Talvez esteja
querendo dizer-nos: “Viva aquilo que você agora é”.
Há pessoas com personalidade negativa.
Esse é o tipo que diz não a praticamente tudo. São pessoas
tristes. Elas jamais fizeram um empréstimo que não fosse seguro, jamais votaram
a favor de uma causa liberal, ou patrocinaram quaisquer extravagâncias. Por quê?
Por não terem permitido a si mesmas o prazer de serem livres. Em termos vividos
são: indivíduos rígidos, cronicamente infelizes, amargos, inseguros, e muitas
vezes suicidas.
Eu acrescentaria mais uma descrição - eles jamais se
permitiram ser livres. Ainda aprisionados por trás das barras de preocupações mesquinhas
e suspeitas críticas, aprenderam a existir no cativeiro que prejudicou sua
capacidade de ver além das demandas da vida. Por lhes faltar liberdade,
reduziram a vida a regras e regulamentos essenciais para a sua sobrevivência. O
seu Deus é pequeno demais, seu mundo excessivamente rígido e, portanto, sem
rostos gritam: “Não”!
Francamente, não sei de nada que tenha o poder de
modificar-nos de dentro para fora como a liberdade que vem através da graça.
Ela é tão surpreendente que muda não só o nosso coração, mas também as nossas
faces.
A liberdade dá às pessoas uma face “Sim”.
Tenho a certeza de que Jesus tinha um rosto “Sim”. Jamais o
vi, mas cheguei à conclusão por aquilo que li a Seu respeito que isso é
verdade. Que contraste Ele deve ter sido! Estava cercado por eruditos, homens
religiosos, togados, justos, que citavam a lei, profissionais cujo comportamento
já anunciava “Não”! Piedosos por fora, destruidores por dentro... todavia, nada
do seu veneno insinuou-se em Sua vida, pelo contrário, Ele revolucionou toda a direcção
religiosa por ter anunciado “Sim” enquanto os profissionais ao seu redor estavam
dizendo “Não”, com o cenho franzido.
Enquanto reflecte sobre os seus dias passados com Jesus, João
(um dos Doze) lembra-se de que havia algo sobre Ele que o distinguia de todos
os demais, durante cujo período os Seus discípulos “viram a Sua glória”. A sua singularidade era essa incrível “glória”,
uma glória que representava a própria essência de Deus. Além disso, esse ente
glorioso era “cheio de graça e verdade”. Faça uma pausa e deixe que essas
ideias penetrem no seu coração. A sua glória combinada com a liberdade e a
verdade é que o tornavam diferente. Num mundo de escuridão e demandas, regras e
regulamentos, exigências e expectativas requeridas pelos líderes religiosos hipócritas
- só Ele, cheio de graça e cheio de verdade introduziu um estilo de vida
revolucionário, diferente.
João escreveu, “e
vimos a sua glória”, e depois acrescentou, com efeito, “Recebemos da sua plenitude”. João e os
outros discípulos tornaram-se homens marcados em consequência disso. Graça e
verdade foram transmitidas a eles, tornando-os diferentes. O estilo do Senhor tornou-se
o estilo deles. A sua tolerância também. A Sua aceitação, amor, calor e compaixão
foram absorvidos por esses homens, de forma a transformar finalmente as suas
vidas. No final do primeiro século, o ministério desses mesmos homens havia
enviado ondas de choque de liberdade através do mundo romano.
João inclui o seguinte em seus comentários
introdutórios, resumindo a diferença entre os estilos contrastantes de ministério:
“Porque a Lei foi dada por meio de Moisés;
a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo” (Jo. 1:17).
Com a Lei Mosaica vieram, as exigências, regras, regulamentos.
Essas demandas estritas foram
acompanhadas de expectativas mordentes que alimentaram o fogo dos fariseus. Ao
fazer acréscimos às leis, os fariseus não só aumentaram a lista, mas
intensificaram a culpa e a vergonha de cada um. Obcecados com o dever, comportamento
exterior, e concentrando-se constantemente apenas no que é certo ou errado
(especialmente na vida de outros, eles divulgaram um sistema tão rígido que não
deixou espaço para a alegria. Isto levou a pronunciamentos duros, críticos e até
prejudiciais, quando o sistema religioso promovido por eles degenerou em
desempenho externo em lugar de autenticidade interna, A obediência tornou-se
uma questão de obrigação penosa e não um transbordar alegre incitado pelo amor.
Quando a verdade e a liberdade vieram por Jesus Cristo,
uma revolução interior há muito aguardada
começou a liberar os cativos religiosos.
A escravidão medrosa, motivada pela
culpa, foi substituída por uma nova motivação para seguir Jesus em verdade,
simplesmente por devoção e prazer. Em vez de focalizar as obras da carne, Ele
falou do coração. Em vez de exigir que o pecador preenchesse uma longa lista de
exigências, Ele enfatizou a fé, mesmo que fosse do tamanho de um grão de
mostarda.
A mudança representava liberdade,
como o próprio Senhor ensinara, “...conhecereis
a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo. 8:32). A religião rígida, estéril,
foi finalmente substituída por um relacionamento orientado pela graça - a graça
libertadora. Seus seguidores ficaram felizes. Seus inimigos odiaram... e a Ele.
Sem dúvida, os primeiros assassinos da liberdade foram os fariseus.
Algumas Expectativas
Práticas da Liberdade
Muitos de nós estamos adormecidos sob o soporífero opressivo
daqueles que querem impedir-nos de experimentar a vida maravilhosa e cheia de liberdade
à disposição daqueles dentre nós que querem tornar-se plenamente vivos para o
seu potencial libertador. Acorde! Não durma mais! O despertar da liberdade está
sobre nós. E o que pode você esperar depois de sair do seu estupor
desinformado? Dou quatro expectativas práticas que você pode esperar ao
apoiar-se solidamente na liberdade de Cristo.
Primeiro, pode esperar sentir uma apreciação maior pelos
dons concedidos por Deus a si e a outros. Que dons? Lembramo-nos de vários. O
dom livre da salvação. O dom da vida. O dom do riso, da música, da beleza, da
amizade, do perdão. Os que reivindicam a liberdade oferecida por Deus passam a
apreciar os dons que acompanham a vida.
Segundo, pode esperar gastar menos tempo e energia
criticando os outros e se preocupando com as escolhas dos outros. Que alivio!
Quando se apoia na liberdade de Cristo – quando começa a operar no contexto da
liberdade – se torna cada vez menos mesquinho. Você concede espaço a outros
para tomarem as suas próprias decisões na vida, embora a sua escolha possa ser
diferente.
Terceiro, pode esperar tornar-se mais tolerante e julgar
menos as pessoas. As coisas externas não irão significar tanto para si quando
tiver acabado de ler esta apostila. Começará a cultivar o desejo de uma fé
autêntica, em vez de suportar uma religião baseada no desempenho superficial. Ficará
tão envolvido em sua busca da liberdade, que não irá mais jogar a culpa sobre
aqueles de quem discorda.
Quarto, pode estar dando um passo gigantesco em direcção à
maturidade. À medida que o seu mundo se expande, graças ao despertar da sua
compreensão da liberdade, a sua maturidade aumentará. Novos horizontes surgirão
diante de seus olhos. Essa vai ser uma experiência tão transformadora, que jamais
você voltará a ser o mesmo.
Pode crer, uma vez que tenha provado a liberdade máxima que
a graça oferece, nunca mais ficará satisfeito com a vida no areal… e repito,
nunca.
Enquanto a maioria das pessoas no mundo está ocupada
construindo torres, com a esperança de fazer um nome e ganhar
fama, a verdade de Deus coloca tudo em seus devidos lugares.
Com base no Livro de Deus, a Sua Santa Palavra, peço que
simplesmente admitamos a nossa necessidade e clamemos pela graça libertadora de
Deus.
Quando examinamos as cenas da vida de Abraão (ou qualquer
vida) descobrimos que era um homem ímpio. Bem no fundo do coração de Abraão
havia um vazio. Morte espiritual. Por trás de todos os bens materiais e grandeza
humana havia um fundamento de idolatria (segundo o livro de Josué no Antigo
Testamento, capítulo 24). Ele foi criado por um idólatra. Casara com uma mulher
da mesma região de idolatria. Por nascimento, por natureza e por escolha, era
um pecador. Todavia, Deus, em graça soberana, penetrara através disso tudo. E
quando ouviu Abraão dizer, “Eu creio”, Deus, em graça, imputou justiça perfeita
a esse homem. As Escrituras chamam a isto de “justificação”.
Justificação é o acto soberano de Deus através do qual Ele
declara justo o crente pecador – enquanto se acha ainda em estado de pecado.
Ao sermos justificados por fé e não por obras, obtemos
aquilo que desejamos – paz com Deus. Será através de nossos méritos? De maneira
alguma. O versículo 1 do capítulo 5 de Romanos afirma que fomos justificados
pela fé e isso acontece através de Jesus Cristo, nosso Senhor, que fez o
pagamento absoluto e final pelo pecado ao morrer em nosso lugar na cruz. O
pecado contra Deus exigia como pagamento a morte. E Jesus Cristo, o Substituto
perfeito, fez o pagamento final, de uma vez para sempre, a nosso favor. Ele lhe
custou a vida. Como resultado, Deus dá o dom gratuito da salvação a todos os
que crêem em Seu Filho.
Onde transbordou o pecado, a graça penetrou como inundação.
Onde o pecado aumentou
mensuravelmente, a graça cresceu desmedidamente. Onde o pecado era finito, a
graça era infinita. Onde o pecado era colossal, a graça era super-colossal.
Onde o pecado abunda, a graça super-abunda. O pecado identificado pela lei de
forma alguma deteve o fluxo da graça de Deus. A morte de Jesus na cruz foi
pagamento suficiente para o pecado, colocando a graça em uma actividade que não
era simplesmente adequada, mas abundante.
Só existe uma senha para entrar no céu: Graça.
Um rápido olhar através do tempo
será benéfico. Jesus se viu de pé diante de legalistas, os fariseus. Estavam
também ali, ouvindo, muitos que criam nele. Jesus vinha apresentando a Sua
mensagem para a multidão, era uma mensagem de esperança, de perdão, de
liberdade.
“Dizendo Ele estas coisas, muitos creram nele. Jesus dizia pois aos
judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente
sereis meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”
(Jo. 8:30-32).
É comum ouvirmos o “conhecereis a verdade e a verdade vos
libertará”, mas é espiritualmente saudável prestarmos atenção à condicional
que antecede tal afirmação. A condição para ser livre é permanecer no evangelho
para ser discípulo, e assim ser livre pela graça de Deus. Ao crente nascido de
novo está reservado pertencer ao corpo de Cristo. Ele falou do poder libertador
exclusivo da Sua Palavra, que Jesus Cristo é o único que
pode libertar o ser humano das garras de Satanás. Embora os destruidores
oficiais da liberdade rejeitassem a Sua mensagem, Ele lhes assegurou que por causa do Seu eterno e perfeito amor
poderia livrá-los. Todos os que abraçam a graça se tornam “verdadeiramente
livres”.
Livre de quê? Livre do
medo, da ansiedade e dos cuidados desta vida. Livre de si mesmo, da culpa e da
vergonha. Livre dos impulsos condenáveis que eu não podia impedir quando era
escravo do pecado. Livre da tirania das opiniões de outros, de suas
expectativas e exigências.
E livre para quê? Livre para amar, para perdoar outros como perdoo
a mim mesmo, para permitir que os outros sejam como são diferentes de mim!
Livre para viver além dos limites do esforço humano, para servir e glorificar a
Cristo. Livre para ser elevado a um nível de consciência que extrapola os
pensamentos e os caminhos humanos. Livre para desfrutar da paz que excede todo
o entendimento. Livre para através do evangelho entendermos que o verdadeiro
“cristianismo” não é mais uma religião criada pelo homem para cauterizar a
consciência e exaltar a si mesmo com uma vida de falsa piedade. Em termos muito
claros, Ele assegurou aos que eram seus que a Sua verdade podia libertá-los de
quaisquer restrições desnecessárias: Se
pois o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres (Jo.8:36).
Quando estávamos sem Cristo, éramos
como os antigos escravos no pelourinho, consumidos pelo desespero da nossa
depravação, perdidos, algemados ao pecado, sem alegria, vazios, espiritualmente
falidos. Tudo o que podíamos fazer era pedir a Deus, “Tende misericórdia”. Sou
culpado conforme a acusação. Sou escravo de minhas paixões. Não tenho liberdade
para obedecer ao meu Salvador. Mas uma vez que Cristo passou a dominar, Ele
derrotou nosso velho dono e nos libertou para obedecer. Depois da conversão,
fomos libertados… livres para obedecer.
Por causa da liberdade em Cristo ficamos livres do pecado,
da sua escravidão, da sua sujeição quanto às nossas atitudes,
anseios e actos.
Mas, tendo sido libertos e estando vivendo agora pela graça,
podemos na verdade ir longe demais, colocar de lado todo o auto-controle e
levar nossa liberdade a um tal extremo que passemos a servir novamente o
pecado. Mas isso não é absolutamente liberdade, isso é desregramento.
Gosto da maneira como um santo da antiguidade colocou a
coisa certa vez: “Ame a Deus de todo o
coração… e depois faça o que quiser”. A repressão sadia está na primeira
frase, a liberdade na segunda. É assim que se vive uma vida orientada pela
graça, liberada. Alguns dos benefícios alegres dessa vida são:
Não é mais escravizado por impulsos,
paixões violentas, pensamentos voláteis, imaginação ingovernável e por desejos
selvagens. É livre para fazer suas próprias escolhas. Tem capacidade para
pensar independentemente, sem a tirania da comparação ou da necessidade de controlo.
Poderá crescer mais rapidamente em direcção a uma maturidade e flexibilidade
maiores, tornando-se a pessoa que deve ser.
Sugestões práticas para
evitar extremos
Três sugestões se apresentam quando
penso em viver sujeito a riscos e adequar tudo isto a uma vida equilibrada.
Primeiro, evite os extremos se
quiser gozar da liberdade provida pelo Senhor. É essencial que tenhamos um bom
senso de valores. Faça o máximo para manter-se equilibrado, depois aproveite.
Não há razão para sentir culpa. Nenhuma razão para ter medo. Tente isto
primeiro. Simplesmente permita a si mesmo ser livre. Não enlouqueça… mas também
não passe o tempo olhando por sobre o ombro, se preocupando com quem possa
estar “espiando a sua liberdade” e imaginando o que pensarão e dirão.
Segundo, trate a liberdade que o Senhor lhe concedeu como um
privilégio imerecido em vez de um direito exclusivo. Isto o ajudará a manter o
equilíbrio. Viva com gratidão e não com arrogância. Divirta-se, mas não faça
alarde. Tudo depende da atitude da pessoa, não é? Não tem nada a ver com a
posição financeira ou onde você mora, ou que roupas prefere, ou que carro
conduz. Tudo está ligado à sua atitude.
Terceiro, lembre-se de que embora a liberdade tenha sido
concedida a si, ela custou a vida do Salvador. Ela pode parecer grátis, mas foi
tremendamente dispendiosa quando Ele a comprou para nós. E quem não quer ser
livre, desde que fomos comprados dos horrores da servidão?
A Liberdade em Cristo é a boa-nova universal
da salvação de Deus.
A tragédia é que alguns continuam a viver no pântano da
morte por ficarem desanimados diante de uma mensagem cheia de restrições,
exigências, negativismos e legalismos. Você pode ser um daqueles que está sendo
escravizado, vitimado por um sistema que roubou a sua alegria e afogou as suas
esperanças. Caso seja assim, tenho algumas notícias maravilhosas. Você chegou
bem perto da fronteira. Há uma bandeira flutuando ao vento e nessa bandeira há
uma cruz. Se você entrar nesse campo da liberdade e chegar ao pé da cruz,
jamais terá de entrar novamente naquele pântano terrível. Você estará livre…
Finalmente Livre.
Tome uma posição. Sempre
vale a pena lutar pela liberdade. Se você jamais esteve sob o peso do legalismo
é uma pessoa rara… não sabe como tem sido abençoado. Se já foi escravo e
libertou-se (como aconteceu comigo) sabe melhor do que ninguém que tesouro
privilegiado é realmente a liberdade. Vale a pena lutar por ela!
Tenho a Bíblia ao meu lado, aberta no quinto capítulo da
carta aos Gálatas. O livro de Gálatas é o que alguns chamaram correctamente de
Carta Magna da liberdade cristã. De facto, o primeiro verso neste capítulo
contém um único mandamento que, se crido e obedecido, faria muito para pôr um
ponto final no legalismo.
“Estai pois firmes na
liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a submeter-vos debaixo do jugo
da escravidão” (v.1).
Nada perturba mais o legalismo do que a verdade libertadora
da graça. Paulo, em data remota no passado, está escrevendo a cristãos que
sabiam o que aconteceria, mas se deixaram cair sob a magia paralisante dos destruidores
da liberdade.
Não desistam e percam a liberdade… Plantem então com firmeza
os pés na liberdade que Cristo conquistou para nós e não se deixem prender
novamente nos grilhões da escravidão.
O cristão deve ter a coragem de dizer, “Dêem-me liberdade
por causa de Cristo”. Escravidão é sempre escravidão, quer ela seja política ou
espiritual. “Dêem-me a liberdade que Ele conquistou no Calvário, caso contrário
contínuo escravo. A morte é preferível ao cativeiro… concedam-me então a
liberdade obtida por Ele ou morrerei! Viver na escravidão é anular a graça de
Deus”.
Definidos dois termos
significativos
Em primeiro lugar, o que quero dizer quando declaro que o
cristão tem liberdade? E, segundo, o que significa dizer que o legalismo torna
as pessoas escravas?
Liberdade
Quando a Bíblia fala em liberdade, uma escravidão ou um
encarceramento anterior é sempre subentendido. Essencialmente, liberdade é
libertação… libertação de algo e para fazer algo. Liberdade é libertação da
escravidão ou cativeiro. É inicialmente libertação do poder da culpa do pecado.
Libertação da ira de Deus. Libertação da autoridade satânica e demoníaca. Libertação
para pensar e até para discordar; libertação para servir os outros e para dar
entusiasticamente. E, igualmente importante, liberdade da vergonha que poderia
facilmente prender-me e também libertação da tirania das opiniões, obrigações e
expectativas alheias. Liberdade é libertação para viver pela fé, andar no
Espírito, renovar a mente, controlar as emoções e desfazer os traumas
emocionais do passado mediante a fé.
Houve uma época em minha vida sem
Cristo quando eu não tinha liberdade dos desejos e impulsos íntimos. Estava à
mercê de Satanás e o pecado era o meu estilo de vida. Quando os desejos
cresciam em mim, nada podia conter-me, nada havia para restringir-me. Era um
cativeiro medonho.
Por exemplo, em minha vida pessoal
fui impelido durante vários anos pela inveja deplorável. Era um sentimento
consumidor. Eu o servia como o escravo serve ao seu senhor. Chegou então um dia
em que fui despertado espiritualmente para a liberdade amável de Deus e permiti
que ela tomasse pleno controlo e, quase sem perceber, a inveja morreu. Senti
pela primeira vez, talvez em toda a minha vida, o amor verdadeiro; a alegria, o
romance, a espontaneidade, uma criatividade livre e natural produzida pela
graça de uma esposa fiel; que me ama sem restrições, que se dedicara a mim
fielmente por toda a sua vida. Esse amor e essa dedicação me motivaram a amar
em troca mais livremente do que nunca. Eu não amava mais por medo de perdê-la,
mas amava pela alegria e bênção ligadas ao amor incondicional e irrestrito que
recebia.
Agora que Cristo entrou em minha
vida e fui despertado por Sua maravilhosa graça, Ele proveu libertação para
esse tipo de escravidão ao pecado. Junto com isso está a liberdade que traz
destemor, - o destemor é a marca da Divindade – ousadia e tenacidade, quase uma
sensação de invencibilidade na presença da adversidade. Este poder, fique
certo, é por causa de Cristo, que vive em mim.
Além disso, Ele trouxe também uma
gloriosa liberdade da maldição da Lei. Quero dizer com isso libertação da
constância das suas exigências para cumprir ordens, a fim de agradar a Deus
e/ou outros. É a liberdade do medo da condenação diante de Deus, assim como de
uma consciência acusadora. Liberdade das demandas de outras pessoas, de todos
os deve e pode do público em geral.
Tal liberdade é motivada – motivada
pelo amor incondicional. Quando a liberdade de Cristo estiver plenamente
desperta em sua vida, descobrirá que não está fazendo algo devido ao medo ou
vergonha por causa da culpa., mas age por causa do amor. A terrível tirania do
desempenho forçado, a fim de agradar a alguém, já passou… para sempre.
A libertação também traz liberdade
para fazer outra coisa – liberdade para gozar os direitos e privilégios por ter
saído da escravidão e permitir a outros tal liberdade. É liberdade para
experimentar e gozar um novo tipo de poder que só Cristo pode dar. É liberdade
para tornar-me tudo o que Ele quer que eu seja, sem levar em conta como Ele
orienta os outros. Eu posso ser eu – plena e livremente. É liberdade para
conhecê-lo de maneira independente e pessoal. E essa liberdade é então liberada
para outros, a fim de que eles possam ser o que devem ser – de um modo
diferente do meu!
Veja bem, Deus não está fabricando
pequenos cristãos com um cortador de biscoitos em todo o mundo, de modo que
todos pensemos do mesmo modo, sejamos parecidos uns com os outros, falemos do
mesmo modo e nossos actos sejam iguais. O corpo é variado. Não fomos criados com
o mesmo temperamento, nem usamos o mesmo vocabulário, ou o mesmo sorriso, nem
vestimos do mesmo modo, ou temos o mesmo ministério. Eu repito: Deus gosta da
variedade. Esta liberdade para sermos o que somos é praticamente magnífica. É
liberdade para fazer escolhas, para conhecer a Sua vontade, para andar nela,
para obedecer à Sua orientação para a minha vida e a sua. Uma vez que tenha
experimentado essa liberdade vibrante, espontânea e criativa, que é aquele
estado feliz de quem foi libertado da servidão para desfrutar de uma vida de
gozo e de beleza e satisfação do frescor da vida abundante em Cristo que não
lhe era possível antes, nada mais satisfaz. A liberdade não é dos escravos, mas
dos filhos. "Se, portanto, o Filho
vos libertar, sereis verdadeiramente livres" (Jo. 8,35).
Eu talvez deva enfatizar que se trata de uma liberdade pela
qual terá de lutar. Por quê? Porque as fileiras do cristianismo estão cheias
daqueles que fazem comparações e gostariam de o controlar e manipular de modo
que venha a tornar-se tão miserável quanto eles. Afinal de contas, se estão
decididos a ser “rígidos, sombrios, tediosos e indiferentes”, esperam então que
você também seja assim. “A miséria gosta de companhia”, é o lema legalista não
mencionado, embora não admitam isso.
Legalismo
Está na hora de conhecermos melhor o forte inimigo da
liberdade. O legalismo é uma atitude, uma mentalidade baseada no orgulho. É uma
conformidade obsessiva a um padrão artificial com o propósito de exaltar a si
mesmo. O legalista assume o lugar de autoridade e o leva a extremos
injustificados. Daniel Taylor afirma muito bem que ele termina em controlo
ilegítimo, exigindo unanimidade e não unidade.
O legalismo diz na verdade, “Faço isto ou não faço aquilo e,
portanto, estou agradando a Deus” ou “Se eu pudesse apenas fazer isto ou não
fazer aquilo, estaria agradando a Deus”. Ou talvez, “essas coisas que estou
fazendo ou deixando de fazer são aquelas que pratico para ganhar o favor de
Deus”. Compreenda que essas coisas não são expressas na Escritura. Elas foram
transmitidas ou ditadas ao legalista e se tornaram uma obsessão para ele ou
ela. O legalismo é austero, exigente e semelhante à lei por natureza. O
orgulho, que está no âmago do legalismo, opera em sincronia com outros
elementos motivadores. Como a culpa, com o medo e com a vergonha. Ele leva a
uma ênfase sobre o que não deve ser, e o que não se deve fazer. Ele desabrocha
num contexto pouco atraente de negativismo.
Poucas pessoas já descreveram o legalismo melhor do que
Eugene Peterson em seu excelente livro Viajando Sem Bagagem, onde contrasta o
andar sadio da fé com o legalismo:
O termo cristão significa coisas diferentes para pessoas
diferentes. Para uns representa um estilo de vida, rígido, inflexível,
descolorido e irredutível. Para outros significa uma aventura arriscada, cheia
de surpresas, vivida na ponta dos pés, em expectativa ansiosa.
Qualquer dessas descrições pode ser apoiada por evidências.
Existem inúmeros exemplos de ambas as posições nas congregações em todo o
mundo. Mas se nos restringirmos à evidência bíblica, só a segunda imagem pode
ser defendida: a imagem da pessoa que vive com prazer, explorando cada
experiência - sofrimento e alegria, mistério e intuição, plenitude e frustração
- como uma dimensão da liberdade humana, buscando senso e graça em cada
circunstância. Se obtivermos nossa informação do material bíblico, não há
dúvida de que a vida cristã é uma vida de danças e saltos, ousadia.
Como então este outro quadro chega a ser pintado em tantas
imaginações? Como alguém consegue associar a vida de fé com monotonia, cautela,
inibição, enfado? Podemos praticamente supor que uma congregação de cristãos,
bem provida de histórias de liberdade – histórias de Abraão, Moisés, Davi,
Sansão, Débora, Daniel – não iria nem por um momento aprovar qualquer ensino
que suprisse a liberdade. Podemos razoavelmente esperar que um grupo de pessoas
que desde a infância tivesse aprendido histórias de Jesus libertando as pessoas
e que mantém esse Jesus no centro da sua atenção nos cultos semanais de adoração,
seja sensível a qualquer restrição da sua liberdade. Podemos pensar que um povo
que tem no centro da sua experiência a libertação da culpa do pecado e a
entrada na liberdade do Espírito, um povo que não vive mais sob a tirania das
emoções ou da opinião pública ou de memórias desagradáveis, mas é livre em
esperança, fé e amor – iria ficar criticamente atento a qualquer indivíduo ou
qualquer coisa que suprimisse sua recém-adquirida espontaneidade.
Mas, infelizmente, a comunidade de fé, exactamente o lugar
onde deveríamos mais provavelmente experimentar a vida de liberdade, é também o
lugar onde corremos mais risco de perdê-la.
Seja sincero, quantas congregações conhece que sejam
congregações do tipo “dança, salta, ousa” – congregações cujo despertamento
individuais para a graça estão motivando as pessoas a viverem a sua liberdade
em Cristo? Tenho medo que o número seja muito menor do que possamos imaginar.
Vamos ser específicos. Quantos cristãos conhece que praticam a alegria e a
liberdade para se tornarem pessoas cheias de vida, vivendo na ponta dos pés,
gozando de espontaneidade em seu dia-a-dia – em comparação com as infindáveis
centenas de milhares que seguem os legalistas e vivem segundo eles? Não
surpreendente para o indivíduo que foi libertado que alguém queira voltar ao
cativeiro? O único lugar da terra onde mais esperamos ser libertados é, de
facto, justamente o lugar onde seremos mais provavelmente colocados sob o jugo:
a igreja. Isso deve certamente entristecer o nosso Deus.
Perdi o desejo premente de agradar a um grupo de homens. Meu
único alvo é agradar a Deus. Fui libertado das garras terríveis do esforço para
agradar a homens. Os que permitem que a liberdade lhes seja tirada, não só
abraçam a heresia, mas vivem sob o domínio dos destruidores da liberdade que
gostam de controlar e intimidar.
Há pessoas que não querem nossa liberdade.
Elas não querem que sejamos livres diante de Deus, aceitos
como somos pela sua graça. Elas não querem nossa liberdade para expressar nossa
fé de modo original e criativo no mundo. Elas querem controlar-nos; querem
usar-nos para os seus propósitos. Elas se recusam a viver árdua e abertamente
na fé, mas se juntam a alguns outros e tentam obter um senso de aprovação,
insistindo que todos se pareçam, falem e ajam do mesmo modo, validando assim
seu mérito mútuo. Esses indivíduos tentam aumentar em número apenas sob a
condição de que os novos membros ajam, falem e se comportem como eles. Os tais
se infiltram nas comunidades de fé para “espreitar a nossa liberdade que temos
em Cristo Jesus” e com frequência encontram meios de controlar, restringir e
reduzir a vida dos cristãos livres. Sem perceber, ficamos ansiosos sobre o que
os outros acham que devemos fazer. Não vivemos mais as boas-novas, mas tentamos
ansiosamente memorizar e recitar o roteiro que alguém nos designou. Numa
circunstância dessas podemos nos sentir seguros, mas não seremos livres.
Podemos sobreviver como uma comunidade religiosa, mas não experimentaremos o
que significa ser humanos, vivendo em fé e amor, expansivos em nossa esperança.
O comportamento conformado e auto-congratulatório não é livre. Mas Paulo diz: “nem ainda por uma hora cedemos com sujeição,
para que a verdade do evangelho permanecesse entre vós”. Cada indivíduo
livre, que se beneficia da coragem de Paulo, irá continuar vigilante no
movimento de resistência formada por ele.
Mantenha-se firme em sua liberdade. Lembro-me do que Paulo
escreveu em Gálatas 5:1: “Estai pois
firme na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a meter-vos debaixo
do jugo da servidão”. Não perca terreno. Peça ao Senhor para dar-lhe
coragem.
Comece a recusar-se a ser escravo.
Chame isso pelo nome: escravidão. É trabalhoso ser
“espiritual” através do desempenho. Pense em como seria delicioso livrar-se de
toda a ansiedade que acompanha a escravidão à qual você se submeteu, pense em
como se sentiria leve ao tornar-se autêntico novamente, ou talvez real pela
primeira vez em sua vida adulta. Retenhamos firmemente a nossa liberdade. Somos
livres, porque o Filho nos libertou, e, verdadeiramente somos livres.
Continue sendo sincero quanto à verdade. Isso significa
viver de modo honesto. Se não concordar com alguém, diga isso com bondade e
firmeza. Se for o único, seja sincero consigo mesmo e permaneça sozinho. Quando
fizer algo errado admita, diga: “Errei”. Se não souber algo, admita a verdade.
Não faz mal senão souber. E da próxima vez em que seus filhos perceberem a
hipocrisia da sua parte, embora fique embaraçado, concorde com eles, “Sabem de
uma coisa, filhos? Vocês estão certos. Fui um completo hipócrita. O que viram e
apontaram é verdade”.
Precisamos de afirmação e encorajamento para ser tudo o que
devemos ser e porque tantas pessoas são muito sensíveis interiormente, elas
precisam dos fortes para ajudá-las em sua luta pela liberdade. Desse modo, se
não for por qualquer outra razão, vale a pena lutar pela liberdade para que
outros possam respirar livremente.
Caso o conceito de lutar pela liberdade pareça demasiado
agressivo para si, talvez egoísta demais, pense então nele como lutar a fim de
que outros possam ser libertados – a fim de que outros possam ser despertados
para as alegrias e os privilégios da liberdade pessoal. Os que fazem isso em
campos de batalha reais são chamados de patriotas ou heróis. De todo o coração,
eu creio que aqueles que lutam contra o legalismo também deveriam ser assim
considerados.
Há muitos cristãos vivendo hoje como escravos.
Embora o nosso Grande Emancipador, Cristo o Senhor, tenha
pago o preço máximo para abolir a escravidão de uma vez para sempre, a maior
parte dos cristãos agem como se eles ainda fossem escravos. De facto, por mais
estranho que pareça, muitos preferem a segurança da escravidão aos riscos da
liberdade. E nosso feitor de escravos, Satanás, gosta disso. Ele fica deliciado
ao ver que tantos compraram essa mentira e vivem sob a sombra escura da
ignorância. Ele fica sentado como o gordo gato proverbial e sorri, “Óptimo!
Continue vivendo na escravidão”! Mesmo que saiba que fomos libertados do seu
controle. Mais do que a maior parte das pessoas na família de Deus, o
adversário sabe que somos livres, mas odeia isso. E faz então tudo o que está ao
seu poder para manter-nos presos na vergonha, culpa, ignorância e intimidação.
Encontrei em Romanos pelo menos três analogias com relação à
escravatura. A primeira é severa: Todos nós nascemos escravos do pecado. Você
já pensou como era na verdade a nossa escravidão de perdidos? Examine estas
palavras e observe por si mesmo:
Nem um justo sequer. Não há entendimento espiritual. Não há
empreendimentos valiosos diante de Deus. Não há pureza, inocência, paz ou
esperança.
Acima de tudo isso, não tínhamos meios para fugir… éramos
incapazes de mudar nossa escravidão ao pecado. Nessa condição de não salva a
pessoa perdida não sabe realmente nada a respeito de liberdade.
A segunda analogia é gloriosa: Chegou o dia em que Cristo
nos libertou. Veio um dia em que uma Proclamação de Emancipação eterna foi
tornada conhecida em todo o céu e até nos abismos do inferno – “o pecador foi
oficialmente libertado”! Foi essa a notícia que teve origem no túmulo vazio de
Cristo naquela primeira Páscoa, o dia em que o nosso Grande Emancipador,
Cristo, nos libertou. Doutrinariamente, a palavra é redenção. Ele nos remiu.
“Mas agora, se
manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos
profetas; isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos os que
crêem; porque não há diferença” (Rm. 3:21-22).
Aprecio muitíssimo essas três últimas palavras – “não há
distinção”. A fim de qualificar-se para a liberdade você não precisa nascer em
um determinado pais. Não precisa falar um certo idioma. A sua pele não precisa
ser de uma cor determinada. Não precisa ser educado ou culto ou ganhar uma
certa quantia em dinheiro, ou preencher uma lista de exigências. Não existe
absolutamente distinção. Por quê? Porque somos todos escravos, escravos do
nosso dono e escravos do pecado. “Porque
todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (v.23). Assim sendo,
todos os pecadores são “salváveis”, se é que posso usar essa palavra. Como? “Sendo justificados gratuitamente pela sua
graça, pela redenção que há em Cristo Jesus” (v.24).
Quero explicar isto em termos comuns, continuando a usar a
nossa ideia de escravidão. Cristo entrou em cena e viu cada um de nós no tronco
de escravos – perdidos, miseráveis, espiritualmente inúteis e incapazes de
mudar a nós mesmos ou escapar da escravidão de nosso dono. Movido pela compaixão
e impelido pelo amor, Ele, em graça, pagou o preço para livrar-nos. O preço era
a Sua morte. Agindo assim, Ele disse com efeito a cada um de nós, “Você não tem
mais de viver submisso ao seu dono. Está livre. Está livre para servir-Me
durante o resto da sua vida”.
Antes de Cristo entrar em nossa
vida, estávamos irremediavelmente perdidos em nossa luxúria, incapazes de
restringir nossa profanidade, nossos impulsos glandulares, nossa cobiça
insaciável, nosso egoísmo contínuo, ou nossas compulsões para agradar as
pessoas ou controlar e manipular outros. Enquanto algumas dessas coisas talvez
nos tenham trazido sentimentos de prazer e satisfação periódica, nossa
incapacidade para controlá-las tinha suas complicações. Éramos escravos!
Estávamos presos ao tronco de escravos e tínhamos de servir ao velho dono. Não
havia força suficiente em nós para viver de qualquer outro modo. Todavia, por
causa da obra de Cristo na cruz, o poder do pecado sobre nós quebrou-se.
Satanás não tem mais direito nenhum de propriedade, nem autoridade. Ao nos
redimir, Jesus libertou-nos. Quando Deus levantou Jesus dentre os mortos (o
acto crucial do triunfo sobre Satanás), Ele disse com efeito, “Ninguém mais
precisa viver como uma vítima do pecado. Todos os que crerem em Jesus Cristo,
Meu Filho, terão vida eterna e poder para viver em Mim”.
Como escravos perversos puderam
conseguir posição diante de Deus? Para usar palavras que todos possam
compreender, o Presidente Graça nos libertou legalmente do mestre Pecado e sua
mulher Vergonha, que foram nossos proprietários a vida inteira. Teoricamente,
fomos libertados quando passamos a crer em Cristo; mas praticamente, os donos
da nossa plantação fazem todo o possível para nos manter ignorantes,
amedrontados e pensando como escravos.
A terceira analogia que encontro em
Romanos 3 é trágica: Muitos cristãos continuam vivendo como escravos. Quando
avisados de que são livres, alguns talvez respondam como o escravo de Alabama:
“Não sei nada sobre a liberdade, excepto que dizem que ela nos libertou. E não
sei nada disso também”. Como resultado da escolha de ignorar a liberdade que
Cristo conquistou para os que são seus, muitos continuam vivendo com a mente
orientada para o pecado. A maioria faz isso, sem dúvida.
Essa atitude mental se manifesta em
frases como esta: Sabe, não consigo mudar. Não tenho mesmo força de vontade;
sou apenas humano. Em vez de viver acima dessas constantes referências ao
fracasso, imperfeição e vergonha, os cristãos com frequência parecem escravos
religiosos amedrontados e inseguros. Algumas vezes isso surge em outras manifestações.
Racionalizamos o nosso pecado, agimos com hipocrisia, mentimos, enganamos e
roubamos ocasionalmente. Depois encolhemos os ombros e dizemos: Como sabe, meu
amigo, ninguém é perfeito. Estamos com efeito dizendo: “Continuo escravizado. O
pecado ainda me domina. Estou envergonhado, mas não posso fazer nada”.
Estupidez! Quando começaremos a viver como aqueles que são livres? Deus diz a
cada um de nós, “Onde abundava o pecado, a graça super-abundou. Você estava
escravizado a uma paixão, é verdade, mas não está mais… está agora livre disso.
Pode viver acima do pecado”. A graça de Deus desperta, vivifica e nos capacita
para dominar o pecado.
Está pronto para um pensamento
diferente? Uma vez que nos apossemos verdadeiramente da liberdade pela Graça,
podemos passar longos períodos de nossa vida sem pecar ou sentirmo-nos envergonhados.
É sim, podemos! E por que não? Por que devemos permitir que o pecado nos
domine? Quem diz que nada nos cabe fazer senão submeter-nos a ele? Que
pensamento pouco bíblico! Veja bem, a maioria de nós é de tal maneira
programada para pecar que esperamos que isso aconteça.
Para falar a verdade, muitos
cristãos foram mais bem treinados para esperar e tratar com o seu pecado do que
esperar e gozar da sua liberdade. A vergonha - um sentimento intenso de
angústia, que faz com que você queira desaparecer; extrema humilhação e
remorso; um desespero intenso devido a um constrangimento miserável, que é mais
cortante do que a condenação, onde a realidade do julgamento é mentalmente
temida, mas vem de um árbitro externo - e a culpa auto-imposta que isto traz
são enormes, para não dizer nada da mensagem “estou derrotado” que é reforçada.
Começamos o dia com medo de pecar. Vivemos envergonhados. Quando temos
vergonha, sentimos tangivelmente nossa própria depravação, em uma
auto-percepção intensa. Vamos para a cama com uma longa lista, prontos para
confessar. Se não for muito longa, tememos ter esquecido vários “pecados
ocultos”. Talvez tenhamos ficado orgulhosos.
Eu posso assegurar-lhe que o seu
antigo dono não quer que leia ou pense desse modo. Ele quer que exista na
cabana da ignorância, vestido de farrapos de culpa e vergonha e com medo dele e
do seu chicote. Como cruel dono de escravos, ele quer que “leve uns açoites de
vez em quando” para que não saia da linha. Em vista do nosso Salvador nos ter libertado,
o antigo dono – o supremo destruidor da liberdade em Cristo – não tem qualquer
direito de aplicar um chicote nas suas costas. Esses dias terminaram, meu
amigo. Você está livre. Aqueles dentre nós que fazem parte do Despertar da Liberdade
se recusam a viver como escravos. Fomos emancipados!
Compreendendo os temas da Liberdade
Virando mais algumas páginas na carta de libertação aos
Romanos, chegamos a Romanos 6, um dos grandes capítulos da Palavra de Deus.
Depois de passar meses a estudar unicamente este capítulo (e apreciando cada
minuto!), compreendi que ele contém a Proclamação da Emancipação do Cristão.
Aqui, como em nenhuma outra secção da Escritura, encontra-se a verdade
fundamental da nossa liberdade – liberdade da intimidação de Satanás e do
domínio do pecado. É aqui que todos os jovens cristãos devem passar as suas
primeiras horas com a Bíblia… não são passagens que nos digam o que devemos
fazer uma vez que pequemos (como 1 João 1:9) ou como restaurar nossa comunhão,
por mais importantes que esses trechos sejam. Não, é aqui que o crente descobre
a sua libertação do controle do pecado e como viver naquele nível vitorioso
acima do medo, da culpa, da vergonha e da derrota.
Pela graça de Cristo, vou viver como um vencedor e não como
uma vítima. Você pode viver desse modo. Como seria tremendo começar cada dia
pensando em vitória e não em derrota; acordar para a Liberdade e não para a
vergonha; enfrentar cada tentação com pensamentos deste tipo, Jesus, tu és meu
Senhor e Salvador. Sou Teu filho – libertado e dependente do Teu poder.
Portanto, Cristo, este é o Teu dia, a ser vivido para a Tua glória. Opera
através dos meus olhos, minha boca e através de pensamentos e acções a fim de
realizar a Tua vitória. E Senhor, faça isso o dia inteiro. Quando enfrentar
tentações, irei apresentar-me diante de Ti e reclamar a força que Tu dás para
vencê-las. O pecado não tem mais autoridade sobre mim.
Sem compreender o efeito, muitos cristãos colocam o velho
homem numa caixa e o cumprimentam todas as manhãs, cuidando dele cada dia de
suas vidas. Vivemos como se o nosso velho homem estivesse vivo, embora
estejamos mortos para ele. Ele não tem o direito de estar em nosso pensamento
consciente. Servimos um novo Mestre, em quem encontramos misericórdia e graça
diante de Deus, libertando-nos do peso do velho homem, que nos carregou pela
porta, que nos acordou para uma nova vida, um novo amor, um novo relacionamento,
uma nova unção profética, uma nova unção de discernimento espiritual, uma nova
unção de sabedoria, uma nova intimidade em um nível tão enriquecedor e um
futuro inteiramente diverso. Deus quer levantar um povo que esteja atento, a
fim de liberara sobre ele um espírito de militância espiritual.
Reclamando a nossa liberdade do controle do pecado
No belíssimo capitulo 6 de Romanos, Paulo apresenta três
técnicas para viver pela graça, acima do domínio do pecado. Para mim, cada uma
está ligada a um termo específico usado por ele:
Saber – “Ou porventura, ignorais (não sabeis) que
todos os que fomos batizados em Cristo Jesus, fomos batizados na sua morte?...
Sabendo isso, que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo
do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos: …sabedores que
havendo Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte já não tem
domínio sobre ele” (vv. 3, 6, 9).
Considerar - “Assim também vós considerai-vos mortos para
o pecado; mas vivos para Deus em Cristo Jesus” (v.11).
Oferecer – “Nem tão pouco apresenteis os vossos membros
ao pecado por instrumentos de iniquidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos
dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça”
(v.13).
A fim de vivermos livres do controle do pecado, livres do
antigo senhor, com poder para andar em um novo estilo de vida, temos de saber
alguma coisa, temos de considerar alguma coisa e temos de oferecer alguma
coisa.
Para compreender o sentido disto
tudo, temos de deixar de lado o conceito do batismo na água e compreender que
se trata de uma referência ao batismo seco. Alguns batismos no Novo Testamento
são molhados e outros secos. Este pertence à última categoria.
A palavra baptizo está
principalmente ligada com a identificação. Esse era um termo usado no primeiro
século para mergulhar uma roupa de cor clara numa tinta que fosse, digamos,
vermelha. Uma vez mergulhado o tecido na tinta vermelha, ele mudaria sua
identidade da cor original para o vermelho. O acto de mergulhar, resultando na
mudança da sua identidade, era chamado baptizo. É um termo grego do qual
obtemos nossa palavra portuguesa batismo.
Cristo morreu por nós na cruz. Ele
foi levantado dentre os mortos na sepultura, por nossa causa. Quando cremos na
morte e ressurreição do Salvador, somos mergulhados na mesma situação. Nossa
identidade mudou. Não sentimos, não vimos, não ouvimos, mas isso ocorreu de
todo o modo. Quando nos entregamos a Cristo, fomos colocados nele quando a sua
morte se tornou a nossa, Sua ressurreição vitoriosa se tornou a nossa, Seu
despertamento, para um a nova vida se tornou o nosso despertamento, Seu andar
poderoso se tornou o nosso andar poderoso. Antes de podermos experimentar os
benefícios de tudo isso, precisamos saber: A vida cristã não consiste em ir
tropeçando por ela, esperando manter-se junto do Salvador. Ele vive em mim e eu
vivo nele. E nesta identificação com Ele, o Seu poder se torna meu. Sua própria
vida se torna a minha vida, garantindo que a Sua vitória sobre o pecado possa
ser reclamada por mim. Não preciso mais viver como escravo do pecado, porque
sou pessoa nova, que não procura o pecado com o propósito do seu resultado.
Ora,
se já vivemos com Cristo, cremos que também com Ele viveremos; sabendo que,
havendo Cristo ressuscitado dos mortos, já não morre; a morte não mais terá
domínio sobre ele. Pois, quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado,
mas, quanto a viver, vive para Deus” (vv. 8-10).
Você está em Cristo. Ele foi
crucificado de uma vez para sempre. Ele morreu por si e, portanto, não precisa
morrer de novo. Por estarmos identificados com Ele, temos todo o poder
necessário para viver o resto da nossa vida acima dos empecilhos da escravidão.
Morte para o pecado é um acto terminado, um facto definitivo. Teoricamente,
todas as providências foram tomadas. A Proclamação de Emancipação de Cristo fez
morrer toda a ideia de escravidão ao pecado. Tendo morrido para o poder do
pecado, estamos agora livres para servir ao nosso novo Mestre.
Levando outros à
liberdade
Quando se trata de compartilhar e
falar sobre o amor e a providência de Deus para a salvação de um perdido, os
caminhos sábios e amorosos de Deus para salvação de um pecador ou de prover
libertação pessoal para que outros possam respirar livremente e gozar um oceano
de possibilidades infinitas, não colaboramos tanto assim. Não é estranho? A
maioria prefere restringir e opor resistência para impedir que alguém ganhe
liberdade em vez de ajudar a pessoa. As nações estão dispostas a pôr de lado
enormes diferenças ideológicas e colaborar num esforço conjunto para fazer o
que for necessário para ajudar o mundo natural a respirar livremente, mas
quando se trata da comunidade cristã ajudar um dos seus a encontrar a
verdadeira liberdade, essa é outra história. Por mais cruel que possa parecer,
existem destruidores da liberdade no mundo inteiro, que estão fechando os
buracos de respiração e prendendo as pessoas sob a camada de gelo das suas
manipulações e rígidos controlos. O que é tão terrivelmente trágico é que eles
continuam agindo assim, mesmo que isso mutile ou mate o espírito de um
semelhante. Nós libertamos as baleias, mas não uns aos outros.
Com toda esta conversa sobre a liberdade, talvez esteja na hora
de esclarecer uma coisa. Alguns podem estar perguntando: A liberdade não tem os
seus limites? As pessoas não devem restringir a sua liberdade e ocasionalmente
encurtar as rédeas? Sim, sem dúvida. A liberdade pode ser, e algumas vezes é,
abusada. Quero dizer com isso que não devemos exercer a nossa liberdade sem
sabedoria… sem nos preocuparmos se ela ofende ou fere um crente jovem e
impressionável. Mas devo apressar-me a acrescentar que tal restrição seja um
problema individual. Não deve ser legislada, nunca ser forçada sobre alguém. As
limitações são apropriadas e necessárias, mas não consigo encontrar na
Escritura qualquer passagem em que alguém deva exigir tal restrição por parte
de outrem. Fazer isso é legalismo. É fechar os respiradores. É matar a liberdade.
A melhor restrição é auto-restrição que vem do estímulo interior do Espírito
Santo através da pessoa e da presença de Jesus Cristo em cada vida. Nosso
trabalho é libertar as pessoas; o de Deus é restringi-las. Deus está fazendo
muito melhor o Seu trabalho do que fazemos o nosso.
Verdades maravilhosas sobre a liberdade
Gosto de pensar que certos versículos bíblicos nos ajudam a
respirar. Com isso quero dizer que eles encorajam a verdadeira liberdade. Eles
libertam! Sugiro que todos os que desejarem ser livres, verdadeiramente livres
das armadilhas do cativeiro e das prisões legalistas, leiam repetidamente esses
versículos. Gostaria de sugerir que os dactilografasse em cartões e os
prendesse no espelho da casa de banho. Leia os versos em voz alta todas as
manhãs. Eles ajudarão a despertar a liberdade em seu íntimo diariamente. Eis
alguns versículos que costumo citar e dos quais me aproprio:
Estai pois firmes na liberdade com que Cristo nos libertou…
(Gl. 5:1).
Porque aquele que está morto está justificado do pecado (Rm.
6:7).
Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me
livrou… (Rm. 8:2)
“Que diremos, pois, a
estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que nem mesmo a
Seu próprio Filho poupou, antes o entregou, por todos nós como nos não dará
também com ele todas as coisas?” (Rm. 8:31-32).
“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo.
8:32).
“Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis
livres” (Jo. 8:36).
Muitos mais versículos como esses vão chamar sua atenção
quando começar a ver o tema da liberdade surgindo nas Escrituras. Por exemplo,
Paulo escreve a Timóteo que “… Deus, que
abundantemente nos dá todas as coisas para dela gozarmos”; (1 Tm. 6:17).
Não posso pensar em uma missão maior na vida do que ajudar outros a saberem
como ter prazer na vida que Deus lhes deu. Para ser sincero, esse é um de meus
objectivos …ajudar os outros a gozarem a vida.
Deus deu a seus filhos uma liberdade maravilhosa em Cristo,
que significa não só liberdade do pecado e da vergonha como também liberdade no
estilo de vida, a fim de que possamos tornar-nos modelos da Sua graça. Ser
livre, gozar da sua liberdade e permitir que outros gozem também é uma coisa
difícil de fazer quando se é inseguro. É especialmente difícil se você foi
criado por pais legalistas e orientado por pastores legalistas, com uma
consciência super-sensível no sentido de agradar a todos.
Você tem um poder em seu íntimo que nunca teve antes,
chamado o Espírito Santo. E tem um jogo de chaves chamado Bíblia. Quando
colocar a chave na ignição corretamente, poderá gozar uma vida que nunca gozou
antes.
Quando a liberdade desperta, a esperança e a alegria dominam
os nossos dias. Uma verdade realmente maravilhosa! Ao escolher a justiça, nosso
estilo de vida será marcado pelas bênçãos, estabilidade e força de Deus. E
todas essas coisas parecem multiplicar-se.
A liberdade não significa viver segundo a nossa vontade, sem
levar em conta as consequências. Não significa que Deus vai sorrir para mim e
pronto. Ela significa que sou livre para escolher a justiça ou a desobediência.
Se escolher esta última terei de aguentar as consequências:
angústia mental, consciência culpada, magoar e ofender outros na comunidade
cristã e promover censura ao nome do cristão. Se a justiça for rejeitada, o
pecado pode multiplicar-se como acontecia nos dias em não éramos salvos.
Quando começamos a esticar as nossas asas na graça, gozando
de nova liberdade, novas profundidades e novas alturas, seremos sábios se não
esquecermos nosso alvo principal na vida: glorificar e agradar a Deus. Deus lhe
conceda graça…
“Para que possais
andar dignamente diante do Senhor, agradando-Lhe em tudo, frutificando em toda
a boa obra, e crescendo em toda a fortaleza, segundo a força da sua glória em
toda a paciência, e longanimidade com gozo; dando graças ao Pai que nos fez
idóneos para participar da herança dos santos na luz”. (Col. 1:10-12).
Antes de chegarmos à Cruz pela fé, não tínhamos condição de
agradar a Deus. Agora que a Cruz lançou a sua sombra sobre a nossa vida e o
sangue de Cristo nos purificou de nosso pecado, somos gloriosamente livres –
livres para agradar ao Senhor. Quando não o fazemos, talvez venhamos a ficar
presos nas cordas do nosso pecado.
A vida é como o cardápio (ementa) do Restaurante da Graça.
Neste novo estabelecimento você tem liberdade para escolher o que quiser. Mas o
que quer que escolha lhe será servido e terá de comê-lo. Se escolher a comida
errada e compreender mais tarde como o seu corpo reagiu mal a ela, não pense
que a liberdade irá protegê-lo para que não fique doente. E o Pai só o irá
colhê-lo de volta em Sua comunhão se você tratar com o erro, arrepender-se dele
e voltar ao caminho certo.
Entendimento Importante
Quando lemos Romanos 6:19-23, compreendemos coisas
importantes para o cultivo deste estado mental da liberdade.
Em primeiro lugar descobrimos o facto indiscutível de que
precisamos de um mestre. Cristo é o Senhor ideal a ser escolhido. Não temos um
bom desempenho quando não estamos sob a autoridade de alguém. Não podemos
enfrentar as pressões da vida nem as tentações por nós memos. Deus não nos
criou para vivermos isolados sem um mestre. Precisamos que Ele tome as rédeas.
Leia vagarosamente Romanos 6:19-23: “…Assim como apresentastes os vossos membros para servirem à imundície,
e à maldade, para a maldade, assim apresentai agora os vossos membros para
servirem à justiça para santificação. Porque quando éreis servos do pecado,
estáveis livres da justiça. E que fruto tínheis então das coisas de que agora
vos envergonhais? porque o fim delas é a morte. Mas agora, libertados do
pecado, e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por
fim a vida eterna. Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de
Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor”.
Enquanto leio essas palavras e tento colocar em termos
simples o seu sentido, encontro duas afirmações. Primeira (vv. 19-21), esta
passagem nos ensina a fazer a escolha certa.
E, segunda (vv. 22-23), creio que a passagem fala-nos para
enfocar os benefícios de nossa posição actual na graça – liberdade. Leia com
atenção oo seguintes versículos na linguagem de hoje: “Mas agora vós fostes libertados do pecado e são escravos de Deus. Por
isso a vossa vida está completamente dedicada a ele, e como resultado terão a
vida eterna. Porque o salário do pecado é a morte, mas o presente de Deus é a
vida eterna para quem está unido com Cristo Jesus, o nosso Senhor”.
Que benefícios? Posso pensar em pelo menos três: um processo
vibrante de crescimento e amadurecimento como cristão; um estilo de vida livre
de culpa e caracterizado pela criatividade e liberdade: e, finalmente, o gozo
do resultado – a vida eterna.
É verdade, na graça você tem
liberdade para escolher um dos caminhos. É sábio escolher o da justiça. Se for
essa a sua seleção, poderá gozar de uma vida de qualidade… chamada aqui de
“vida eterna”. Os benefícios são inúmeros e todos maravilhosos. Mas pode
escolher também o caminho da desobediência e começar a receber uma parte do
“salário da morte”, sempre terrível.
A graça de facto nos liberta para
escolher. Podemos decidir andar com Deus e tirar dele forças para enfrentar o
que a vida nos traz. Ou podemos decidir afastar-nos de Deus, como nosso amigo,
e enfrentar as consequências inevitáveis.
Apesar das terríveis consequências
que os pecados podem trazer, devo ainda enfatizar que a graça significa que
outros tenham liberdade de escolha. Agir de outro modo seria um abuso
semelhante ao daqueles que usam a sua liberdade como licença para fazerem o que
quiserem, para pecar. Creio firmemente na responsabilidade mútua, mas liberdade
significa que eu não vou forçar, manipular, julgar ou tentar controlar a si,
nem devo fazer isso comigo. Ela significa que iremos continuar ajudando outros
a se libertarem, providenciando respiradores. Significa que deliberadamente
soltamos as rédeas, a fim de que cada um de nós possa crescer e aprender por si
mesmo; caso contrário, jamais gozaremos da liberdade do mar aberto. Para a
maioria de nós, soltar os outros não é natural nem fácil. Pelo facto de nos
interessarmos, nossa tendência é fazer sugestões ou aconselhar as pessoas. A
ideia de permitir que fracassem ou caiam é extremamente penosa para nós, mas
Deus nos trata assim virtualmente todos os dias de nossas vidas. Tendemos a prender
e não a soltar… a colocar as pessoas na nossa estrutura e não permitir
quaisquer respiros a não ser, e até, que elas aceitem a forma de nossos moldes.
Chega de coisas que anulam a liberdade. O que mais devemos
querer é exaltá-la… promovê-la. Ao dar liberdade a outros, se liberta também
para dar completa atenção ao que Deus está tentando fazer de si. Goze da sua
liberdade com descrição.
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