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Quatro Âncoras Fortes para os Mares Tempestuosos da Vida

Texto: Atos 27:27-29
Introdução
Um escritor inglês, do século passado, conta numa de suas obras que na praia perto de sua casa, uma coisa muito interessante podia ser vista com frequência: um navio lançando a sua âncora no mar enfurecido. Dificilmente existe uma coisa mais interessante ou sugestiva do que essa. Parece estar sob o poder e à mercê delas. O navio dança sobre as ondas. O vento e a água se combinam para fazer do navio o seu brinquedo. Parece que vai haver destruição; pois se o casco do navio for lançado sobre as rochas, será despedaçado. Mas observamos que o navio mantém a sua posição. Embora à primeira vista parecesse um brinquedo desamparado à mercê dos elementos, o navio não é vencido. Qual é o segredo da segurança deste navio? Como pode resistir às forças da natureza com tanta tranquilidade? A corda à qual ele está amarrado não depende das águas, nem de qualquer outra coisa que flutue dentro delas. Ela as atravessa e está fixada no fundo sólido do mar. Existe segurança para o navio no meio da tempestade porque ele está ancorado! Não importa quão forte o vento sopre ou quão altas sejam as ondas do mar… A sua segurança depende da âncora que está imóvel no fundo do oceano.
Neste evento assustador que ocorreu na viagem de Paulo a Roma para ser julgado perante César, existem vários paralelos que podemos tirar deste texto e que podem ser aplicados nas nossas vidas hoje. Poucos duvidariam que vivemos “tempos trabalhosos” (2 Tm. 3:1) em praticamente todas as áreas de nossas vidas. Muitos na sociedade de hoje enfrentam uma variedade de perigos.
Aqueles bravos marinheiros estavam numa tempestade que parecia ser esmagadora. Num esforço para salvar o navio e as suas vidas, lançaram quatro âncoras no mar, numa tentativa de estabilizar o navio. Infelizmente, essas âncoras foram ineficazes contra a tempestade e o navio ficou à deriva.
A bordo do navio estava um homem chamado Paulo. Ele era um homem especial por diversos motivos: Ele era um filho de Deus, era um homem com uma missão, era um homem de fé e estava em comunhão com Deus. Por causa de quem ele era, Paulo foi ancorado no meio daquela tempestade, apesar de o navio não estar ancorado!
Enquanto meditava neste texto, descobri que Paulo tinha quatro âncoras também. Essas âncoras firmaram-no durante a tempestade. Ainda que o navio tenha sido sacudido e abalado, Paulo foi capaz de permanecer firme e forte.
Antes de compartilhar convosco as âncoras que mantiveram Paulo firme durante a tempestade, e que são as mesmas âncoras que estão disponíveis para si e para mim nos dias de hoje, gostaria de por alguns momentos responder à seguinte pergunta:
O que é uma âncora?
Eu tenho a certeza de que todos sabem que uma âncora é uma peça de ferro forjado, de grande resistência e peso, composta de uma barra com dois ou mais braços, suspensa por uma corrente, assim como conhecem a sua finalidade, de firmar os navios com segurança, seja no porto, seja no mar ou no rio para impedir que o barco fique à deriva. 
Todos os navios têm as suas âncoras. Todas as embarcações, desde os simples barcos pesqueiros até aos gigantescos super-petroleiros, são equipadas com esse indispensável dispositivo de segurança.
O símbolo da âncora é, às vezes, usado num outro sentido. Sabemos que, em muitos dos mares interiores dos tempos antigos, havia grandes rochas no fundo, ao longo da praia, onde as embarcações menores geralmente atracavam. Mas, com frequência, por causa dos ventos adversos, os barcos maiores não podiam atingir o porto. Era costume, então, abaixar um barquinho e enviar um precursor à praia, com um cabo forte, que ele fixava a uma dessas pedras e, bem seguro por aquele cabo, o navio podia ser conduzido salvo à ancoragem.
Assim como a âncora pesada de ferro afunda nos grandes mares e fixa-se entre as rochas inabaláveis, mantendo o barco seguro e firme, também a esperança, a âncora do cristão, é lançada e penetra até o interior do véu. Mas o que está além do véu, dentro do Santo dos Santos do templo terreno, que era apenas um símbolo do celestial? O trono da autoridade e poder, onde Jesus (o nosso Sumo-Sacerdote) se encontra assentado à destra do Pai, após ter-se tornado a nossa Oferta propiciatória, purificando o povo dos pecados com o Seu próprio sangue sacrificial.
Deste modo, a âncora com suas características de segurança e firmeza, é uma bela imagem de nossa esperança fundamentada em Cristo. Tal esperança mantém-nos ancorados na rocha de Sua imutável fidelidade. A Bíblia diz que Jesus é o nosso precursor, e o que é que isto significa?
Precursor era o significativo nome que se dava ao pequeno barco que levava a âncora a um lugar seguro, o porto, afim, de garantir a segurança de toda a tripulação do navio. Foi isto o que Jesus fez por mim e por si.
Jesus foi o primeiro a entrar na presença de Deus a fim de nos preparar lugar e, como a corrente da âncora, nossa fé nos une a Ele.
O Senhor é o nosso lugar seguro, é o lugar onde podemos nos esconder, é o lugar de proteção, é a nossa âncora! Jesus é a nossa âncora firme que segura o barco da nossa vida quando chega a tempestade. Ele é a nossa âncora firme quando o mar está agitado e bravio.
A Bíblia diz: “Pelo que, querendo Deus mostrar mais abundantemente a imutabilidade do seu conselho aos herdeiros da promessa, se interpôs com juramento; para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos firme a consolação, nós, os que pomos o nosso refúgio em reter a esperança proposta; a qual temos como âncora da alma segura e firme, e que penetra até o interior do véu, onde Jesus nosso precursor, entrou por nós...” (Hb. 6:17-20). Aleluia!
Jesus é o poderoso filho de Deus que nos leva ao porto seguro. E onde é este lugar? Este lugar está nos braços do Pai! Nos braços do Pai, este é o porto seguro de todos nós! Aleluia!
Permitam-me agora compartilhar consigo as quatro âncoras fortes para os mares tempestuosos da vida:
1. A âncora forte da presença de Deus (V. 23).
Mesmo no meio da tempestade, Paulo descobriu que não estava sozinho. O Senhor veio até ele para ministrar a paz ao seu coração.
É que, assim como os navios, expostos às grandes ameaças do mar, o ser humano também é vulnerável e impotente, tornando-se muitas vezes uma presa fácil das investidas do mal. Se não nos fixamos em algo consistente, mais precisamente em alguém, que nos dê amparo e segurança, nossa existência corre o risco de, qual um frágil barco de madeira, despedaçar-se contra os rochedos do pecado, da violência, da doença e de tantos fatores capazes de colocarem em risco a nossa vida material, psíquica e espiritual.
Nós não podemos ter a certeza do que o amanhã nos reserva... mas sabemos que o nosso amanhã está nas mãos de Deus (Rm. 8:28). Podemos encontrar recifes invisíveis da falsa doutrina; filosofias vãs de descrentes que não sabem de onde vêm ou para onde vão; teorias da evolução que nega o Criador, e tira do homem o sentido de onde vem; filosofias do humanismo que nega a existência de Deus, e tira do homem a sua esperança da eternidade; relativismo que nega os absolutos de moralidade e ética, e deixa o homem sem leme nem âncora no meio de um mar tempestuoso; cardumes traiçoeiros de desânimo; rochas perigosas de orgulho, avareza, dúvidas e medos; podemos ser, de igual modo como um navio, tomados de surpresa com uma crise após outra, uma tempestade após outra: é a perda do emprego, problemas de saúde na família, desentendimento com os filhos, conflitos com o cônjuge ou a hostilidade no ambiente de trabalho; podemos até sentirmo-nos no meio de uma tormenta, sendo jogados pelas ondas da vida para cima e para baixo e açoitados pelo vento da adversidade, parecendo-nos, às vezes, que não conseguiremos sobreviver; mas independentemente da tempestade que chocalha a sua vida e a minha, se tivermos a mesma confiança que Paulo tinha em seu relacionamento com o Senhor (v.23), o Deus invisível, podemos então ter fé em sua promessa de que estará sempre connosco (Mt. 28:20; Hb. 13:05; Sl. 23:4), estará sempre ao nosso lado, nos amparando e velando por nós. Sempre!
Sem uma vida espiritual, a nossa vida é como um navio sacudido pelo mar enraivecido das circunstâncias incontroláveis da vida, mas, confiando em Deus, experimentamos a sua presença e amor como âncora da nossa vida. Nos sentimos encorajados e esperançosos. Essa esperança mantém segura e firme a nossa vida, assim como a âncora mantém seguro o barco, pois cada passo, cada vale, cada montanha, cada tempestade será agraciado por Sua presença! Os pés abençoados de Deus, o Todo-Poderoso, a bondade e a misericórdia nos seguirão todos os dias da nossa vida (Sl. 23:6)! É encorajador saber que nunca iremos enfrentar sozinhos um instante da vida!
O descanso no Senhor é uma âncora da alma, que nos mantém longe de naufragar nos mares das circunstâncias. Seria uma bênção se todos contássemos sempre com a presença manifesta do Senhor, como fez Paulo, porque, mesmo quando não conseguimos vê-Lo, Ele ainda está lá, onde mais precisamos: observando, conduzindo, protegendo, sendo Deus.
Aqueles que experimentaram e vivenciaram a proteção de Deus o Todo-Poderoso e a segurança de Sua presença devem fazer o que Ele manda, inclusive tratar os outros com justiça e afastarem-se do mal, pois, os que cumprem os mandamentos do Senhor, amam a Sua Palavra, e procuram apresentarem-se como pessoas fiéis diante de Deus, recebem a promessa de segurança e de felicidade.
Somos senhores do nosso destino, capitães da vida, que lembra um grande navio, ou que de tão modesta, parece um barquinho. Não importa o tamanho, importa sim a qualidade, importa sim o valor que se dá a si mesmo, pois o mar é o mesmo para todos. Busque a forte âncora da presença do Senhor!
2. A forte âncora das promessas de Deus (Vs. 24-25).
Enquanto Paulo resistia à terrível tempestade, o Senhor veio a ele com uma promessa preciosa. Ele lembrou-o de que ele estaria diante de César, e que todos a bordo do navio seriam poupados também. Para Paulo, apenas ter uma palavra de Deus foi suficiente para ancorá-lo e dar-lhe uma segurança abençoada. Por quê? Ele sabia que Deus é tão bom quanto a Sua Palavra, Romanos 4:21.
A promessa do Senhor Deus, a esperança de reconciliação para o homem que estava morto na maldição do pecado, surge desde a antiguidade no livro de Ezequiel 34:22, 23, onde o Senhor censura a conduta dos pastores e diz: Eu livrarei as minhas ovelhas para que não sirvam mais de rapina aos pastores, e levantarei sobre elas um só pastor, e ele as apascentará; o meu servo Davi é que as há de apascentar; ele lhes servirá de Pastor.
Evidentemente que a promessa do único Pastor para apascentar as suas ovelhas, não se tratava exatamente da pessoa de Davi, mas pela promessa  e pelo amor de Deus a esse servo, Ele faz uma alusão, referindo-se à promessa de salvação pelo seu Filho Jesus Cristo, o qual veio da geração de Davi (Mt. 1.1) para salvar o homem das trevas e do pecado, transportando-o para a Sua maravilhosa luz. Jesus é a âncora de nossa alma, o nosso porto seguro. NEle devemos confiar! NEle devemos apostar a nossa eternidade! Entregue o barco de sua vida a Jesus Cristo.
Quantas vezes, devido às tempestades económicas, fisiológicas, psicológicas e filosóficas que encontramos ao longo de nossa vida, sentimos que nos estamos afundando no meio das tempestades no mar desta vida. São tantas as adversidades que parece que o barco vai afundar, e sentimos vontade de abandonar o navio e nadar até chegar a um porto seguro. Mas é nestas horas em que o nosso barco está prestes a afundar que se faz necessário lançar âncoras, ficar firme e atracar o barco até a tempestade passar e até que o mar esteja novamente favorável para continuar a viagem rumo às promessas de Deus para a nossa vida.
No meio das tribulações, contendas ou dificuldades, é necessário olhar para fora da tempestade. Contudo, normalmente estamos desorientados, perturbados, com os pensamentos confusos e emoções distorcidas. A realidade do mundo físico se comporta como espinhos que chamam a atenção, algo distraindo a nossa alma.
É neste momento que devemos buscar uma âncora, um ponto imutável, um ponto estável para recomeçar e visualizar as coisas de modo diferente, na verdade, precisamos ver a Realidade (a verdade do Reino) para a situação. Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia.  Pelo que não temeremos, ainda que a terra se mude, ainda que os montes se transportem para o meio dos mares, ainda que as águas rujam e se perturbem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza. O Senhor dos Exércitos está conosco, o Deus de Jacó é o nosso refúgio (Sl. 46:1-4, 11).
O autor de Hebreus nos descreve do que consiste a Âncora da nossa alma, ou, o que realmente pode dar orientação segura para uma alma que está sem direção.
Pois os homens juram por quem é maior do que eles, e o juramento para confirmação é, para eles, o fim de toda contenda. Assim que, querendo Deus mostrar mais abundantemente aos herdeiros da promessa a imutabilidade do seu conselho, se interpôs com juramento; para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos poderosa consolação, nós, os que nos refugiamos em lançar mão da esperança proposta; a qual temos como Âncora da alma, segura e firme, e que penetra até o interior do véu; aonde Jesus, como precursor, entrou por nós, feito sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque” (Hb. 6:16-20).
O que estabiliza nossa alma é a promessa de Deus. E toda a promessa de Deus tem dois grandes fundamentos:
1) Mas Deus não é semelhante aos homens que mentem, ele jurou por si mesmo e Ele honra a sua palavra: Então me disse o Senhor: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para a cumprir (Jr 1:12).
2) A esperança proposta que penetra até ao Santo dos Santos, na presença de Deus. É uma ardente expectativa pelas coisas celestiais, que fundamentam uma posição de cabeça erguida agora!
Devemos erguer nossos olhos com a esperança prometida, ouvir a voz de Deus, tanto no Santo dos Santos quanto a promessa escrita em sua palavra, e criar a expectativa ardente a respeito da nossa situação atual.
Aquele que consegue isso vislumbra a saída, a alma se acalma na paz de Deus, e agradece antecipadamente pela vitória que está à frente. A peculiaridade da esperança cristã, pois, reside nisto: que ela não encontra ancoragem nas águas rasas deste mundo, mas penetra o véu e, mediante os fortes cordames da graça e da verdade, prende-se à ancoragem celestial, o trono eterno de Deus.
A promessa, portanto, repousa seguramente na aliança com Cristo, o qual, como nossa Oferta propiciatória, tornou possível a Deus ser justo Juiz e (ao mesmo tempo) Justificador do que crê em Jesus. Deste modo, Deus concedeu aos herdeiros da promessa a dupla confirmação da validade da aliança e da infalibilidade de Sua administração. E os herdeiros não são meramente os descendentes naturais de Abraão, mas a sua prole espiritual, visto que, em Cristo, Semente de Abraão e Herdeiro de todas as coisas, foram benditas todas as nações da terra.
A Sua promessa é fiel e verdadeira (Rm. 3:4; Hb. 6:18)! Observe o que Ele promete que teremos e que garante a segurança total: 1) Dias melhores (Sl. 30:5); 2) Livramento (Sl. 34:19); 3) Tudo é para o nosso bem (Rm. 8:18, 28, 32; 2 Co. 4:17); 4) Graça Divina (2 Co. 12:9); 5) Glória final (Ap. 21:4).
As Suas promessas são baseadas em e sobre a Sua Palavra, que é pura, inspirada e vai permanecer quando o mundo estiver em chamas (Sl. 119:89)!
Reivindique as promessas de Deus como uma forte âncora para a sua alma enquanto navega pelos mares tempestuosos da vida! Elas vão desbloquear as prisões de desespero nas quais o diabo procura prendê-lo!
3. A forte âncora da Providência de Deus. V. 24
O Senhor diz a Paulo que a tempestade é da Sua parte para trabalhar o Seu plano na vida dele (Paulo). Naquele momento, a tempestade era o lugar mais seguro do mundo para Paulo estar! Por quê? Porque ela era a vontade do Senhor e Deus estava trabalhando de uma maneira poderosa na situação para trazer a Sua vontade para a vida de Paulo.
Você sabia que Deus pode estar fazendo a mesma coisa em sua vida também? Pode ser uma fé simples, mas eu ainda acredito que Deus é soberano! Isto significa que Ele está no controle absoluto de tudo o que acontece na vida! Ele é o Senhor Soberano (Is. 45:7). Ouça o testemunho de Tiago sobre este soberano Senhor (Tg. 1:17). Se eu não soubesse que Deus está no trono, eu não quereria viver neste mundo um segundo, mas enquanto eu sei que Ele ordena as tempestades (Discípulos e tempestade (Mc. 6:45-50), eu posso confiar nEle. Ele sabe o que é melhor e isso é tudo o que Ele envia à sua vida (Rm. 8:28). A melhor coisa que podemos fazer quando a tempestade vier sobre nós é correr para Ele em busca de refúgio e nos agarrarmos a ele até que a tempestade passe (Sl. 57:1; Is. 25:4).
Esse é o tipo de confiança que lhe vai permitir bater na cara do Diabo, mesmo quando a tempestade continua a fazer estragos (Jó 1:20-21)!
Observe que: mesmo depois de Paulo receber a grande promessa do Senhor para si e para todos a bordo do navio, os homens ainda tentaram cuidar dos assuntos por conta própria (vs. 28-39), e alguns até tentaram sair do navio (vs. 30-31). Mesmo diante da promessa de Deus (vs. 21-26), os homens no navio, lutavam, temiam e lançavam os trastes no meio da tempestade. Havia apenas um a bordo que estava gostando da viagem: Paulo! Por quê? Porque ele acreditava em Deus! Ele sabia que Deus estava trabalhando e ele usou essa verdade como uma âncora!
Há muitas vezes momentos de Calamidade na nossa vida, e sentimos que as nossas forças e os nossos recursos se estão esgotando e por vezes temos até a sensação de que seremos derrotados, mas é exatamente neste momento tão difícil que precisamos manter a nossa esperança, a nossa confiança e convicção.
A cada dia que passa fico mais surpreendido com o amor e o cuidado de Deus por nossas vidas, pois descubro nesses momentos o quanto é especial prestar atenção nos detalhes e compreender a voz de Deus, aquilo que Ele realmente deseja nos revelar e providenciar.
Deus tem trabalhado na minha vida e na vida da minha família de forma intensa e profunda. Já enfrentamos dias de fortes ventos e tempestades, mas posso dizer que em tudo o Senhor nos deu completa vitória!
Então, a forte âncora da Providência de Deus é a Âncora que providência a manutenção curativa para enfrentarmos os nossos principais problemas de maneira vitoriosa, que fazem parte de nossa evolução. Em nossa alma, quando sintonizamos Aquele que é o nosso Âncora, grande parte das nossas tempestades e dificuldades internas e também externas são minimizadas.
Nada é tão radicalmente eficaz como a âncora que Deus nos oferece a cada instante. E não se trata de algo miraculoso que desce dos céus nos momentos aziagos. Não! Os grandes navios têm motores potentes, rádio, radar e âncora. Então porque naufragam? Por imperícia e imprudência do comandante, que deixa de utilizar aqueles instrumentos de apoio na hora certa. Na nossa vida também ocorre, muitas vezes, algo parecido. Na hora que o vendaval das tentações aparece, só a âncora de Deus, a oração e a inserção na comunidade são capazes de mudar as coisas e nos defender do naufrágio. Se confiarmos apenas em nossos recursos humanos, a coisa complica.
Jesus diz que quando o homem constrói sobre a areia, é grande a ruína da sua casa. Não leva a nada construir uma vida sobre o luxo, a riqueza, a posição social, as bajulações dos cargos e a superficialidade da vida mundana. Assim também, quando deixamos de usar os instrumentos à nossa disposição, o radar, o rádio, o motor, o desastre com a embarcação da nossa vida é inevitável. O radar é o nosso senso crítico; o rádio, a oração; o motor potente indica o dom da fortaleza agindo em nós, pelo poder do Espírito Santo; a âncora é a mão de Deus. Qual um comandante experiente, o homem que sabe manejar eficientemente essas ferramentas, mesmo que ameaçado pelos perigos mais cruciais, jamais experimentará a derrota de um naufrágio. As âncoras estão à nossa disposição. Se naufragamos é porque não soubemos ou não as utilizamos na hora adequada.
Há pessoas que mantêm um contato com Deus da seguinte maneira: Temem-no sem amá-lo; respeitam-no sem se entregarem, e por isso não o conhecem, por que a relação não progride, não dá frutos e permanece como que estéril. “Eu oro, oro, oro – dizem – e Deus não me atende... parece que não me escuta!”, ou “eu pedi tanto e não adiantou: meu pai morreu”!
Amigos, vivemos numa época em que os homens estão abandonando o navio a um ritmo alarmante, têm dificuldade em entender a graça e a misericórdia de Deus, porque, em muitos casos, pedem coisas que não são importantes para a sua salvação. Pedem pelos outros, às vezes coisas fora de contexto. E como pedem demais, decepcionam-se quando alguns pedidos não logram receber o atendimento imediato, como esperavam. Não sendo atendidos, julgam-se preteridos, esquecidos, desprezados, e isto gera um bloqueio que pode investir até contra os fundamentos de sua fé. A tempestade da vida ataca-os e eles abandonam a igreja, o velho barco de Sião. Quero lembrar-vos que o melhor lugar onde podem estar nas tempestades da vida, é no barco, onde o Senhor quer que você esteja. Se você deixar o barco, pode enfrentar a fúria da tempestade com as suas próprias forças. Se ficar onde o Senhor o plantou, pode ter a certeza de que a Sua obra providencial na sua vida será realizada até à conclusão!
4. A forte âncora do agir de Deus. V. 44
O que o Senhor disse a Paulo, e que Paulo acreditava que iria acontecer aconteceu: todos com segurança chegaram à praia. Deus manteve a Sua Palavra! Ele poupou a vida de todos e provou ser tão bom quanto a Sua Palavra!
Às vezes só uma âncora de ferro ou uma mão poderosa é capaz de impedir as tragédias em nossa vida. Em muitas ocasiões chegamos a desesperar, achando que não existe saída para as nossas aflições, que tudo se vai por água abaixo. Não é assim? É esse desespero, essa sensação de “sem saída” que inspira os suicidas ao gesto derradeiro.
Deus é capaz de resolver tudo! O futuro está na mão de Deus. As tempestades surgem quando menos esperamos. Quando a tempestade chega traz com ela o medo, os temores, as incertezas, mas não deve ser motivo para desespero, afinal Jesus está no barco (cf. Mc. 4:37); ele ainda anda sobre o mar (cf. Mt. 14:25-31). Ele vai conduzi-lo através da tempestade e chegará a terra com segurança! Pode parecer que o barco vai se afundar, que as tempestades da vida vão prevalecer, no entanto, quando as ondas se acalmarem, quando os ventos cessarem o seu sopro, quando as chuvas diminuírem, quando as nuvens de tempestade se afastarem do horizonte, você vai ver que Deus estava no controle o tempo todo! Eu posso garantir-lhe que nenhuma tempestade nesta vida será capaz de surpreendê-lo fora do curso que Deus determinou para a sua vida! Ele vai protegê-lo durante a tempestade e vai conseguir levá-lo ao porto seguro da sua glória!
Gostaria apenas de lembrá-lo que o nosso Deus é um Deus forte e poderoso (Lc. 1:37; Jó 42:2). Ele é capaz de fazer qualquer coisa que precisa de ser feito (Ef. 3:20). A verdade é que, Ele não o salvou para perder completamente o controle sobre si numa tempestade. Não! Ele salvou-o para o levar para casa, para a glória e isso é exatamente o que Ele vai fazer (Jo. 6:37-40)!
Para encerrar esta reflexão, vou recorrer a Paulo, naquilo que reputo como um conjunto de espiritualidade, a maior âncora capaz de fixar o cristão junto ao projeto de Deus: Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, o amor, dessas três, porém, a maior é o amor (1 Co. 13:13).
Estas são as chamadas “virtudes teologais” que formatam nossa vida na direção de Cristo. Elas são as âncoras que sustentam a nossa caminhada e orientam a nossa atitude nos momentos de perigo. Quem recorre a elas jamais será confundido nem experimentará naufrágios.
a) A âncora da fé.
Onde está ancorada a sua fé? No meio da tormenta, quando as ondas gigantes se levantam contra o seu pequeno barco, onde ancorar? Por que não lançar a sua âncora nas firmes promessas da Palavra de Deus, na riqueza de Sua graça, de Seu cuidado e amor?
Jesus é a âncora segura contra as ondas do pecado, da dúvida e da morte. A fé do cristão se ancora em Jesus, que lhe dá força e resistência contra as investidas do mal. Ela nos ajuda a vencer todas as dificuldades. Jeremias fala que infeliz (ele chega a dizer “maldito”) é o homem que coloca sua confiança no homem (cf. 17:15) ao invés de colocá-la em Deus, principalmente, quando este outro em quem lhe é depositada a confiança não anda nos caminhos do Senhor. A confiança no ser humano apesar de solidária, deve ser encarada com algumas reservas. Aproveitando ainda o que foi dito por Jeremias, Jesus também pergunta se Pode um cego guiar outro cego (Lc. 6:39)?
Pois bem, mesmo que um homem caminhe nos caminhos de Deus ele pode cair, porque somos humanos e todos pecadores. Agora imagine uma pessoa que não conhece a Deus e nós depositamos nossa confiança nela? Certamente nos afastaremos de Deus e perderemos nossa vida. Na vida confiamos nos amigos, nos parentes, no marido e na esposa, nos professores. Essa confiança, no entanto, traz em si a característica do provisório, pois é depositada em pessoas humanas. Só a confiança em Deus nunca engana nem defrauda nossa esperança (Rm. 16:18).
Sejam vigilantes, permaneçam firmes na fé! Sejam homens, sejam fortes (1 Co. 16:13).
A fé é um modo de já possuir aquilo que se espera; é um meio de conhecer realidades que não se veem (Hb. 11:1).
b) A âncora da esperança.
Paulo diz que a esperança é a âncora da alma (cf. Hb. 6:19s). O salmista afirma que esperou com paciência no Senhor (cf. Sl. 40:1).
Assim como a fé, a esperança precisa ser praticada sem garantia dos olhos. Diz a Palavra: “ora, a esperança que se vê, não é esperança; quem espera o que não vê, com segurança espera”. O mesmo ocorre com a fé; “quem diz que crê no que vê, isto não é fé, é incredulidade, mas se crê no que não vê, com segurança crê”. A esperança é como uma “liminar” das bênçãos de Deus, ou seja, a antecipação daquilo que já temos direito. Nem todos têm o direito de esperar, mas o cristão tem e se alguém espera algo a que não tem direito, em vão espera (leia Ef. 2:11-13). Há pessoas que desistem de esperar quando esperar é a melhor coisa a fazer, porque antes de aceitarmos Jesus como nosso Salvador, não éramos povo de Deus, não estávamos reconciliados com Ele, não fazíamos parte do Seu plano e Suas promessas não nos alcançavam. Portanto, se estivéssemos esperando algo de Deus, isto era totalmente sem valor (releia o v. 12). O agricultor espera com paciência o fruto da semente que plantou. Os que servem ao Senhor devem esperar em Deus para serem recompensados; os que oram têm o direito de esperar em Deus e serem atendidos a qualquer momento, mas os que não oram, nem creem, não têm o direito de esperar algo grandioso de Deus porque tudo o que Ele realiza é por sua infinita graça e misericórdia, por meio da nossa fé.
Do ponto de vista humano esperar é sempre maçante, enfadonho, algo que não traz nada de bom porque somos imediatistas. Gostamos de tudo muito rápido, mas Deus nos ensina que primeiro plantamos e depois colhemos; primeiro vamos crer e esperar e depois receberemos. O texto de Lamentações 3:22-26 (leia) nos mostra que esperar não é somente um direito, mas também é correto, benigno, porque aquele que espera no Senhor está depositando sua confiança no caráter de Deus. Foi Ele quem disse: espere, aguarde, seja fiel e fez uma promessa. Este trecho nos mostra que Deus é misericordioso e carinhoso (v. 22), fiel (v. 23), bondoso (v. 25), salvador (v. 26) e que é bom esperar tranquilo pela Sua salvação. Primeiramente adquirimos o direito de esperar; a seguir vemos que esperar é bom. Em Provérbios 13:12 lemos: “A esperança que se retarda deixa o coração doente...” Por isso vemos no mundo tanta desesperança; as pessoas se desesperam em todos os sentidos: como indivíduos, família, sociedade, nação. Vemos a falência na educação, na ciência, na vida; os valores estão abalados e parece não haver onde apoiar a alma. Se ouvirmos a Palavra de Deus, se meditarmos nela e mantivermos firme a nossa esperança em Deus, a nossa alma estará seguramente ancorada. Mas é necessário programar: eu quero trazer à minha memória somente aquilo que me pode dar esperança. Um desportista sabe o nome de muitos jogadores, a posição de cada equipe na tabela, quanto custou o passe dos principais jogadores do mundo, conhece os melhores de cada campeonato e são todas informações fiéis; elas existem e são verdadeiras, mas no que é que isto o abençoa? Onde ele poderá usar esta ferramenta? Onde isto poderá dar-lhe esperança? Podemos saber o nome de dezenas de cantores, algumas dezenas de músicas decoradas, os nomes dos principais artistas, conhecer os melhores da moda, os carros mais velozes, as melhores marcas e tantas outras coisas que procedem, mas devemos trazer à nossa memória aquilo que nos pode abençoar. No momento em que a minha alma (como um ser emotivo, sentimental, racional) necessitar de uma ferramenta dentro da racionalidade, da emoção, do sentimento, estes conhecimentos podem nos trazer esperança? Será que não teremos que nos desprogramar e trocar estas informações por outras?
Na primeira carta aos tessalonicenses (leia 3:13), Paulo estava falando a respeito da morte, de perdas dos entes queridos e percebeu nas pessoas o desconhecimento sobre a vida, o relacionamento com Cristo, a vida eterna, que elas não tinham esperança na ressurreição e nem na salvação, ficando desesperadas diante da morte. Paulo então fala aos irmãos: “não quero que se entristeçam como os demais que não têm esperança”.
Em Romanos 12:12, Paulo nos dá três conselhos: “Alegrem-se na esperança; sejam pacientes na tribulação, perseverem na oração”. Como o apóstolo Paulo era um homem que tinha uma firme esperança em Deus, escrevendo aos Romanos 15:8-13 (leia), cita várias passagens do Antigo Testamento para explicar aos seus irmãos que Deus já havia preparado promessas para os gentios que as aceitariam, esperariam e seriam enriquecidos nelas. A Bíblia, a santa Palavra de Deus, é a fonte da esperança e se esperamos qualquer coisa fora da Palavra de Deus, não esperamos em Deus; logo a nossa esperança não deve estar em outra coisa (na política, nas pessoas, etc).
A esperança que é abençoadora tem a sua base na Palavra de Deus. Vejam: Rm. 15:4 diz: “Pois tudo o que foi escrito no passado, foi escrito para nos ensinar, de forma que, por meio da perseverança e do bom ânimo procedentes das Escrituras, mantenhamos a nossa esperança”. Romanos 4:18 (leia) nos mostra que quem espera é candidato em potencial para ser um vencedor. Não existe, na Bíblia, um só vencedor que não tenha iniciado sua jornada com esperança. Abraão esperou contra a esperança, pois quando recebeu a promessa de Deus de ter uma grande descendência, já era avançado em idade, bem como sua esposa Sara que também era estéril. Ele foi próspero, vitorioso, vencedor, porque creu e andou de acordo com a promessa. Esperou por quase vinte e cinco anos o cumprimento da promessa de ter um filho do qual sairia sua descendência. Abraão foi um homem muito rico financeira e espiritualmente, muito sábio, apesar de ser um homem falível, pecador. Iniciou sua jornada após ouvir um chamado e uma promessa de Deus aos setenta e cinco anos; creu e esperou contra a esperança. Ele viu muito das promessas de Deus se cumprirem; algumas não, como a sua descendência que existe até hoje. O apóstolo Paulo, pela revelação do Espírito, cita Abraão como exemplo de alguém que esperou.
Lendo Romanos 8:24-25 vemos que quem crê na salvação de Deus providenciada em Cristo Jesus, espera esta salvação, e nesta esperança é salvo, apesar de jamais ter visto Jesus. Em Hebreus 6:13-20 temos uma promessa e um juramento feitos por Deus, apesar dEle nunca precisar de jurar pois Sua palavra é um facto sólido; mas em concessão aos homens instáveis, Deus acrescentou o juramento à Sua promessa. Nossa alma tem duas coisas imutáveis:
1) A impossibilidade de Deus mentir, pois Ele não faz bluff, não brinca com os sentimentos, com as emoções, com a razão, e nem tampouco com a fé das pessoas.
2) O juramento de Deus. Paulo nos estimula a sermos firmemente encorajados a fim de tomarmos posse da esperança a nós proposta, que é como âncora da alma, firme e segura como a promessa de Deus, forte como a Sua palavra e penetrante a ponto de nos levar com Cristo para o Santo dos Santos celestial, garantindo assim nossa entrada no céu.
Uma alma sem âncora é como uma vida levada em toda direção. Por isso vemos pessoas tranquilas “nas mesmas águas” que muitas outras estão desesperadas. Neste mundo de tantas incertezas e tantos medos, precisamos trazer para a nossa memória aquilo que nos dá esperança; enquanto vemos revistas, lemos jornais, assistimos TV, muitas coisas que não nos trazem esperança querem entrar em nosso coração. Em I Pedro 1:3 lemos que Jesus Cristo nos regenerou para uma esperança viva, por meio de Sua ressurreição dentre os mortos, e I Pedro 3:15 nos orienta a estarmos sempre preparados para responder às pessoas que nos pedem a razão da esperança que há em nós. A esperança é boa, abençoadora, enriquecedora, próspera e nos fortalece; só tem direito de esperar, quem tem a promessa de Deus e cumprida a nossa parte, podemos esperar confiantes porque Deus jamais deixará de cumprir com a Sua. “Bom é ter esperança e aguardar em silêncio a salvação do Senhor” (Lm.3:26).
John Maxwell, autor de vários livros na área de liderança cristã, escreveu:
 “A esperança brilha mais quando a hora é mais escura. A esperança motiva quando o desânimo aparece. [...] A esperança canta quando todas as melodias silenciaram. [...] A esperança escuta respostas quando ninguém está falando. A esperança supera os obstáculos quando ninguém está ajudando. A esperança enfrenta dificuldades quando ninguém está se preocupando. A esperança sorri confiantemente quando ninguém está sorrindo. A esperança tem as respostas quando ninguém está perguntando. [...] A esperança ousa dar quando ninguém está repartindo. A esperança traz a vitória quando todos estão perdendo.”
A esperança em Cristo, como uma âncora para a alma, é fundamental para uma vida segura e equilibrada. A bíblia diz que antes de conhecermos a Cristo, nossa vida era sem esperança e sem Deus no mundo, vagando separados de Deus (Ef. 2:12).
Cada um de nós, seres humanos, somos comparados a um navio, e cada navio por sua vez possui as suas âncoras. Diante das circunstâncias e situações adversas que surgem em nosso viver diário buscamos nos firmar em vários tipos de âncoras para aliviar as nossas almas das tempestades que surgem no mar da vida que navegamos.
E podemos identificar vários tipos de âncoras da alma, tais como: as drogas, entorpecentes, onde muitos jovens buscam na tentativa de se firmarem no ambiente no qual convivem e demonstrarem a sua independência e liderança estereotipada através das roupas que vestem, da gíria que usam na comunicação, dos ambientes que frequentam, sem saberem que esta âncora nunca servirá para lhe dar firmeza e sustentação.
A religiosidade e confiança em falsos deuses é outra âncora da alma que muitos usam para garantirem a sua tranquilidade quando os ventos sopram a uma velocidade assustadora, causando medo e pavor ao viajante que está em alto mar.
O amor e a confiança no dinheiro têm sido a âncora de muitos ingénuos e incautos que pensam que o ouro e a prata resolvem todos os problemas da vida, esquecendo-se que com ele se compra o remédio mas não se compra a vida, compra o colchão mas não compra o sono, compra os prazeres mas não a felicidade, compra o melhor ataúde e o melhor mausoléu, mas não pode comprar a vida eterna com Cristo Jesus.
Nenhuma dessas âncoras poderá oferecer real segurança à alma, elas apenas produzem falsa sensação de estabilidade e paz. A Bíblia diz em Isaías 40:31 que aqueles que esperam e confiam no Senhor, renovarão as suas forças, correrão e não se cansarão, caminharão e não se fatigarão. Você crê nisso?
As pessoas que depositam sua esperança em âncoras falíveis e corruptíveis estão fadadas ao naufrágio físico e espiritual, tanto quanto os que não tem nenhuma esperança. Nas catacumbas de Roma, lugar onde os cristãos se reuniam escondidos para adorar a Deus foram encontradas pelo menos 66 figuras de âncoras como prova da confiança deles em Deus e em suas promessas. O filósofo grego Estoico Epíteto escreveu: “Não se deve prender o navio a uma só âncora nem a vida a uma só esperança”. Mas os cristãos têm somente uma âncora, “Jesus Cristo, nossa esperança” (Cl. 1:5; 1 Tm. 1:1).
Em Hebreus 6:13-15 está escrito que Deus fez sua promessa a Abraão e jurou por si mesmo que as cumpriria. A confiança do patriarca nas promessas de Deus o capacitou a suportar pacientemente todas as dificuldades até alcança-las. No verso 16 podemos entender que o homem poderia ter uma esperança maior quando havia um juramento por alguém superior, capaz de fazer cumprir as promessas feitas uns aos outros. O povo hebreu tinha esse hábito de juramento, e tomavam Deus por testemunha nos seus acordos e promessas mútuas (Jz. 11:10). No verso 17 observamos que Deus se interpôs com juramento, Ele queria assegurar aos herdeiros da promessa feita a Abraão que com toda a certeza as cumpriria, o seu objetivo era mostrar aos seus servos que Ele estava oferecendo a segurança eterna da salvação. No verso 18 Deus evidencia o seu atributo natural de imutabilidade, ou seja, Ele jamais muda, Ele cumpre e vela por suas promessas. Devemos firmar nossa esperança em um Deus verdadeiro, o Todo-poderoso, Ele está dizendo: “aceitem a minha proposta de segurança absoluta e infalível, lancem vossas âncoras em meu filho unigénito! Nos versos 19-20, vemos que em Cristo, nossas âncoras podem ter acesso até o Santo dos Santos, isto é, os céus onde Jesus está entronizado à destra de Deus, e Ele é o nosso único mediador eterno, que se compadece de nossas fraquezas pelo qual alcançamos graça e misericórdia, a fim de sermos ajudados no tempo oportuno. Não adianta procurarmos outro caminho, outro nome, outra maneira para alcançarmos a salvação, pois a Bíblia diz em Atos 4:12: Em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há dado entre os homens, pelo qual podemos ser salvos.
Precisamos de examinar a futilidade. Ela é tudo o que pode desviar seus olhos da Rocha, da promessa do lugar seguro. A futilidade também é maquiada pela rotina frenética, pela sobrevivência. Poucas coisas podem deixar a pessoa mais exausta do que esse ritmo apressado pela realização própria. Vale mesmo a pena esses excessivos arrancos rumo ao sucesso, excessivos dias de tarefas que o distanciam de Deus? Isso tudo acaba cobrando o seu preço, e é um alto preço. Não vale a pena ancorar o nosso barco nas expectativas do sucesso desta vida, mas sim buscar em primeiro lugar o Reino de Deus.
Nós temos a segurança eterna, a rocha da salvação, Jesus Cristo o filho de Deus, o qual é a nossa esperança e âncora de nossas almas, por isso não tenhamos medo das tempestades da vida, pois sabemos em quem temos crido, o qual é poderoso para nos guardar de todo o mal.
Na esperança nós já fomos salvos (Rm. 8:24). Que o Deus da esperança vos encha da mais completa alegria e paz na fé, para que transbordem de esperança pela força do Espírito Santo (Rm. 15:13).
c) A âncora do amor.
As minhas âncoras são fortalezas durante a minha caminhada. São alicerces da minha estrutura. São alimentos que nutrem meu espírito. São energias que impulsionam minhas ações. Estou muito grato ao Senhor porque aprendi desde cedo a cultivar âncoras fortes que me acompanham por todos os passos.
Eu creio que a essência da fé é o amor, e que o amor é a semente que se desmembra em muitos frutos. O amor é um sentimento universal expresso nas mais variadas relações humanas. A espiritualidade é um caminho de amor e de aprendizagem que nos conduz a aceitar, respeitar e amar as diferenças.
Toda a pessoa é única e experimenta as suas âncoras ao seu modo. Nossa comunhão interior é sagrada e acontece quando verdadeiramente nos conectamos com a nossa natureza. Não há palavras que descrevam com exatidão as sensações. É pureza de sentir. E sentir é divino. A alegria do louvor, a gratidão da bênção, o acolhimento da proteção, a voz do espírito cantando a música de Deus e a presença do amor que perdoa, liberta, transforma, motiva, ensina e nos guia como um farol iluminado de graças.
Nossa história é pontuada de muitos capítulos. Algumas passagens são doloridas, mas, quando nos apoiamos em âncoras de amor e fé, somos capazes de enfrentar os desafios e assimilar as lições de cada situação. Deus nos concedeu a bênção de sermos capazes de aprimorar as nossas habilidades, de evoluir com cada etapa e de seguir adiante, mesmo diante de obstáculos. Exercitar a superação é praticar o nosso dom de melhorar continuamente.
Minhas âncoras são luzes guias de amor e fé. Minhas orações são diálogos de todos os dias. A fé tem muitos símbolos e cada pessoa faz as suas escolhas. Seja como for, cada ser humano vivencia a fé recriando a sua simbologia exclusiva. O amor de Deus está presente no legado de muitas histórias. Tenho como referência o grandíssimo amor de Jesus, cujo maior mandamento é uma lição atemporal: amai... O amor é fonte eterna.
O evangelista João nos ensina que “Deus é amor” (1 Jo. 4:8,16). Ora, se pretendemos “ancorar” nossa vida em Deus, devemos faze-lo a partir do amor, cuja inspiração vem de Seu Santo Espírito. Em Paulo vamos encontrar diversos trechos que se referem a esse amor:
Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? (Rm. 8:35).
Nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor (v. 39).
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o címbalo que retine (1 Co. 13:1).
O amor é paciente, o amor é prestativo; não é invejoso; não se ostenta, não se incha de orgulho (1 Co. 13:4).
E acima de tudo, vistam-se com o amor, que é o laço da perfeição (Cl. 3:14).
O amor jamais haverá de passar (1 Co. 13:8).
Por fim, se tem colocado sua esperança em Jesus, saiba que ele é poderoso para realizar seus sonhos, seus projetos, e até muito mais do que isso (Ef. 3:20). Lance a âncora da sua esperança naquele que pode todas as coisas, o Deus Todo-poderoso, da Palavra eficaz e cheia de Vida. Nele há recursos inesgotáveis para solucionar qualquer problema de nossas vidas.
Conclusão
Já lançou as suas âncoras profundas no Senhor? Se já o fez, então pode resistir às tempestades da vida. Se ainda não as lançou, prepare-se para ser soprado pelos ventos da adversidade. Eu aconselho-o a vir diante do Senhor e dizer algo como: “Senhor, eu não posso resolver a minha situação, não posso acalmar a fúria dos mares da minha vida e não aguento mais os ventos a soprarem contra mim. Preciso imediatamente de ajuda. Pela fé, coloco as âncoras da Sua presença, da Sua promessa, da Sua providência e do Seu agir no meu mar revolto. Estou decidido a confiar no Senhor para andar na minha tempestade e falar de paz quando for da Sua vontade fazê-lo. Vou confiar no Senhor, na certeza de que vai fazer o que é melhor para mim”. Quando jogamos a toalha e chegamos a um lugar de total confiança diante do Senhor na nossa tempestade, ele recebe a nossa atenção e podemos ter a certeza de que ele vai fazer alguma coisa sobre a sua situação!
Somente o poder de Deus é forte o suficiente para ser a nossa âncora no meio da tempestade.
Que o Poderoso Deus de esperança, paz, consolação e misericórdia seja eternamente glorificado e exaltado, e a sua glória permaneça para sempre, por nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Pr. Manuel Rodrigues