Texto:
Atos 27:27-29
Introdução
Um
escritor inglês, do século passado, conta numa de suas obras que na praia perto
de sua casa, uma coisa muito interessante podia ser vista com frequência: um
navio lançando a sua âncora no mar enfurecido. Dificilmente existe uma coisa
mais interessante ou sugestiva do que essa. Parece estar sob o poder e à mercê
delas. O navio dança sobre as ondas. O vento e a água se combinam para fazer do
navio o seu brinquedo. Parece que vai haver destruição; pois se o casco do
navio for lançado sobre as rochas, será despedaçado. Mas observamos que o navio
mantém a sua posição. Embora à primeira vista parecesse um brinquedo
desamparado à mercê dos elementos, o navio não é vencido. Qual é o segredo da
segurança deste navio? Como pode resistir às forças da natureza com tanta tranquilidade?
A corda à qual ele está amarrado não depende das águas, nem de qualquer outra
coisa que flutue dentro delas. Ela as atravessa e está fixada no fundo sólido
do mar. Existe segurança para o navio no meio da tempestade porque ele está
ancorado! Não importa quão forte o vento sopre ou quão altas sejam as ondas do
mar… A sua segurança depende da âncora que está imóvel no fundo do oceano.
Neste
evento assustador que ocorreu na viagem de Paulo a Roma para ser julgado
perante César, existem vários paralelos que podemos tirar deste texto e que
podem ser aplicados nas nossas vidas hoje. Poucos duvidariam que vivemos
“tempos trabalhosos” (2 Tm. 3:1) em praticamente todas as áreas de nossas
vidas. Muitos na sociedade de hoje enfrentam uma variedade de perigos.
Aqueles
bravos marinheiros estavam numa tempestade que parecia ser esmagadora. Num
esforço para salvar o navio e as suas vidas, lançaram quatro âncoras no mar,
numa tentativa de estabilizar o navio. Infelizmente, essas âncoras foram
ineficazes contra a tempestade e o navio ficou à deriva.
A
bordo do navio estava um homem chamado Paulo. Ele era um homem especial por
diversos motivos: Ele era um filho de Deus, era um homem com uma missão, era um
homem de fé e estava em comunhão com Deus. Por causa de quem ele era, Paulo foi
ancorado no meio daquela tempestade, apesar de o navio não estar ancorado!
Enquanto
meditava neste texto, descobri que Paulo tinha quatro âncoras também. Essas
âncoras firmaram-no durante a tempestade. Ainda que o navio tenha sido sacudido
e abalado, Paulo foi capaz de permanecer firme e forte.
Antes
de compartilhar convosco as âncoras que mantiveram Paulo firme durante a
tempestade, e que são as mesmas âncoras que estão disponíveis para si e para
mim nos dias de hoje, gostaria de por alguns momentos responder à seguinte
pergunta:
O
que é uma âncora?
Eu
tenho a certeza de que todos sabem que uma âncora é uma peça de ferro forjado,
de grande resistência e peso, composta de uma barra com dois ou mais braços,
suspensa por uma corrente, assim como conhecem a sua finalidade, de firmar os
navios com segurança, seja no porto, seja no mar ou no rio para impedir que o
barco fique à deriva.
Todos
os navios têm as suas âncoras. Todas as embarcações, desde os simples barcos
pesqueiros até aos gigantescos super-petroleiros, são equipadas com esse
indispensável dispositivo de segurança.
O
símbolo da âncora é, às vezes, usado num outro sentido. Sabemos que, em muitos
dos mares interiores dos tempos antigos, havia grandes rochas no fundo, ao
longo da praia, onde as embarcações menores geralmente atracavam. Mas, com
frequência, por causa dos ventos adversos, os barcos maiores não podiam atingir
o porto. Era costume, então, abaixar um barquinho e enviar um precursor à
praia, com um cabo forte, que ele fixava a uma dessas pedras e, bem seguro por
aquele cabo, o navio podia ser conduzido salvo à ancoragem.
Assim
como a âncora pesada de ferro afunda nos grandes mares e fixa-se entre as
rochas inabaláveis, mantendo o barco seguro e firme, também a esperança, a âncora
do cristão, é lançada e penetra até o interior do véu. Mas o que está além do
véu, dentro do Santo dos Santos do templo terreno, que era apenas um símbolo do
celestial? O trono da autoridade e poder, onde Jesus (o nosso Sumo-Sacerdote)
se encontra assentado à destra do Pai, após ter-se tornado a nossa Oferta
propiciatória, purificando o povo dos pecados com o Seu próprio sangue
sacrificial.
Deste
modo, a âncora com suas características de segurança e firmeza, é uma bela
imagem de nossa esperança fundamentada em Cristo. Tal esperança mantém-nos
ancorados na rocha de Sua imutável fidelidade. A Bíblia diz que Jesus é o nosso
precursor, e o que é que isto significa?
Precursor
era o significativo nome que se dava ao pequeno barco que levava a âncora a um
lugar seguro, o porto, afim, de garantir a segurança de toda a tripulação do
navio. Foi isto o que Jesus fez por mim e por si.
Jesus
foi o primeiro a entrar na presença de Deus a fim de nos preparar lugar e, como
a corrente da âncora, nossa fé nos une a Ele.
O
Senhor é o nosso lugar seguro, é o lugar onde podemos nos esconder, é o lugar
de proteção, é a nossa âncora! Jesus é a nossa âncora firme que segura o barco
da nossa vida quando chega a tempestade. Ele é a nossa âncora firme quando o
mar está agitado e bravio.
A
Bíblia diz: “Pelo que, querendo Deus mostrar mais abundantemente a
imutabilidade do seu conselho aos herdeiros da promessa, se interpôs com
juramento; para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus
minta, tenhamos firme a consolação, nós, os que pomos o nosso refúgio em reter
a esperança proposta; a qual temos como âncora da alma segura e firme, e que
penetra até o interior do véu, onde Jesus nosso precursor, entrou por nós...”
(Hb. 6:17-20). Aleluia!
Jesus
é o poderoso filho de Deus que nos leva ao porto seguro. E onde é este lugar?
Este lugar está nos braços do Pai! Nos braços do Pai, este é o porto seguro de
todos nós! Aleluia!
Permitam-me
agora compartilhar consigo as quatro âncoras fortes para os mares tempestuosos
da vida:
1.
A âncora forte da presença de Deus (V. 23).
Mesmo
no meio da tempestade, Paulo descobriu que não estava sozinho. O Senhor veio
até ele para ministrar a paz ao seu coração.
É
que, assim como os navios, expostos às grandes ameaças do mar, o ser humano
também é vulnerável e impotente, tornando-se muitas vezes uma presa fácil das
investidas do mal. Se não nos fixamos em algo consistente, mais precisamente em
alguém, que nos dê amparo e segurança, nossa existência corre o risco de, qual
um frágil barco de madeira, despedaçar-se contra os rochedos do pecado, da
violência, da doença e de tantos fatores capazes de colocarem em risco a nossa
vida material, psíquica e espiritual.
Nós
não podemos ter a certeza do que o amanhã nos reserva... mas sabemos que o
nosso amanhã está nas mãos de Deus (Rm. 8:28). Podemos encontrar recifes
invisíveis da falsa doutrina; filosofias vãs de descrentes que não sabem de
onde vêm ou para onde vão; teorias da evolução que nega o Criador, e tira do
homem o sentido de onde vem; filosofias do humanismo que nega a existência de
Deus, e tira do homem a sua esperança da eternidade; relativismo que nega os
absolutos de moralidade e ética, e deixa o homem sem leme nem âncora no meio de
um mar tempestuoso; cardumes traiçoeiros de desânimo; rochas perigosas de
orgulho, avareza, dúvidas e medos; podemos ser, de igual modo como um navio,
tomados de surpresa com uma crise após outra, uma tempestade após outra: é a perda
do emprego, problemas de saúde na família, desentendimento com os filhos,
conflitos com o cônjuge ou a hostilidade no ambiente de trabalho; podemos até
sentirmo-nos no meio de uma tormenta, sendo jogados pelas ondas da vida para
cima e para baixo e açoitados pelo vento da adversidade, parecendo-nos, às
vezes, que não conseguiremos sobreviver; mas independentemente da tempestade
que chocalha a sua vida e a minha, se tivermos a mesma confiança que Paulo
tinha em seu relacionamento com o Senhor (v.23), o Deus invisível, podemos
então ter fé em sua promessa de que estará sempre connosco (Mt. 28:20; Hb.
13:05; Sl. 23:4), estará sempre ao nosso lado, nos amparando e velando por nós.
Sempre!
Sem
uma vida espiritual, a nossa vida é como um navio sacudido pelo mar enraivecido
das circunstâncias incontroláveis da vida, mas, confiando em Deus,
experimentamos a sua presença e amor como âncora da nossa vida. Nos sentimos
encorajados e esperançosos. Essa esperança mantém segura e firme a nossa vida,
assim como a âncora mantém seguro o barco, pois cada passo, cada vale, cada
montanha, cada tempestade será agraciado por Sua presença! Os pés abençoados de
Deus, o Todo-Poderoso, a bondade e a misericórdia nos seguirão todos os dias da
nossa vida (Sl. 23:6)! É encorajador saber que nunca iremos enfrentar sozinhos
um instante da vida!
O
descanso no Senhor é uma âncora da alma, que nos mantém longe de naufragar nos
mares das circunstâncias. Seria uma bênção se todos contássemos sempre com a
presença manifesta do Senhor, como fez Paulo, porque, mesmo quando não
conseguimos vê-Lo, Ele ainda está lá, onde mais precisamos: observando,
conduzindo, protegendo, sendo Deus.
Aqueles
que experimentaram e vivenciaram a proteção de Deus o Todo-Poderoso e a
segurança de Sua presença devem fazer o que Ele manda, inclusive tratar os
outros com justiça e afastarem-se do mal, pois, os que cumprem os mandamentos
do Senhor, amam a Sua Palavra, e procuram apresentarem-se como pessoas fiéis
diante de Deus, recebem a promessa de segurança e de felicidade.
Somos
senhores do nosso destino, capitães da vida, que lembra um grande navio, ou que
de tão modesta, parece um barquinho. Não importa o tamanho, importa sim a
qualidade, importa sim o valor que se dá a si mesmo, pois o mar é o mesmo para
todos. Busque a forte âncora da presença do Senhor!
2.
A forte âncora das promessas de Deus (Vs. 24-25).
Enquanto
Paulo resistia à terrível tempestade, o Senhor veio a ele com uma promessa
preciosa. Ele lembrou-o de que ele estaria diante de César, e que todos a bordo
do navio seriam poupados também. Para Paulo, apenas ter uma palavra de Deus foi
suficiente para ancorá-lo e dar-lhe uma segurança abençoada. Por quê? Ele sabia
que Deus é tão bom quanto a Sua Palavra, Romanos 4:21.
A promessa do Senhor Deus, a esperança de
reconciliação para o homem que estava morto na maldição do pecado, surge desde
a antiguidade no livro de Ezequiel 34:22, 23, onde o Senhor censura a conduta
dos pastores e diz: Eu livrarei as minhas ovelhas para que não sirvam mais de
rapina aos pastores, e levantarei sobre elas um só pastor, e ele as
apascentará; o meu servo Davi é que as há de apascentar; ele lhes servirá de
Pastor.
Evidentemente que a promessa do único Pastor para
apascentar as suas ovelhas, não se tratava exatamente da pessoa de Davi, mas
pela promessa e pelo amor de Deus a esse servo, Ele faz uma alusão,
referindo-se à promessa de salvação pelo seu Filho Jesus Cristo, o qual veio da
geração de Davi (Mt. 1.1) para salvar o homem das trevas e do pecado,
transportando-o para a Sua maravilhosa luz. Jesus é a âncora
de nossa alma, o nosso porto seguro. NEle devemos confiar! NEle devemos apostar
a nossa eternidade! Entregue o barco de sua vida a Jesus Cristo.
Quantas
vezes, devido às tempestades económicas, fisiológicas, psicológicas e filosóficas
que encontramos ao longo de nossa vida, sentimos que nos estamos afundando no
meio das tempestades no mar desta vida. São tantas as adversidades que parece
que o barco vai afundar, e sentimos vontade de abandonar o navio e nadar até
chegar a um porto seguro. Mas é nestas horas em que o nosso barco está prestes
a afundar que se faz necessário lançar âncoras, ficar firme e atracar o barco
até a tempestade passar e até que o mar esteja novamente favorável para
continuar a viagem rumo às promessas de Deus para a nossa vida.
No
meio das tribulações, contendas ou dificuldades, é necessário olhar para fora
da tempestade. Contudo, normalmente estamos desorientados, perturbados, com os
pensamentos confusos e emoções distorcidas. A realidade do mundo físico se
comporta como espinhos que chamam a atenção, algo distraindo a nossa alma.
É
neste momento que devemos buscar uma âncora, um ponto imutável, um ponto
estável para recomeçar e visualizar as coisas de modo diferente, na verdade,
precisamos ver a Realidade (a verdade do Reino) para a situação. Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem
presente na angústia. Pelo que não temeremos, ainda que a terra se
mude, ainda que os montes se transportem para o meio dos mares, ainda que as
águas rujam e se perturbem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza. O
Senhor dos Exércitos está conosco, o Deus de Jacó é o nosso refúgio (Sl.
46:1-4, 11).
O
autor de Hebreus nos descreve do que consiste a Âncora da nossa alma, ou, o que
realmente pode dar orientação segura para uma alma que está sem direção.
“Pois
os homens juram por quem é maior do que eles, e o juramento para confirmação é,
para eles, o fim de toda contenda. Assim que, querendo Deus mostrar mais
abundantemente aos herdeiros da promessa a imutabilidade do seu conselho, se
interpôs com juramento; para que por duas coisas imutáveis, nas quais é
impossível que Deus minta, tenhamos poderosa consolação, nós, os que nos
refugiamos em lançar mão da esperança proposta; a qual temos como Âncora da
alma, segura e firme, e que penetra até o interior do véu; aonde Jesus, como
precursor, entrou por nós, feito sacerdote para sempre, segundo a ordem de
Melquisedeque” (Hb. 6:16-20).
O
que estabiliza nossa alma é a promessa de Deus. E toda a promessa de Deus tem
dois grandes fundamentos:
1)
Mas Deus não é semelhante aos homens que mentem, ele jurou por si mesmo e Ele
honra a sua palavra: Então me disse o Senhor: Viste bem; porque eu velo
sobre a minha palavra para a cumprir (Jr 1:12).
2)
A esperança proposta que penetra até ao Santo dos Santos, na presença de Deus.
É uma ardente expectativa pelas coisas celestiais, que fundamentam uma posição
de cabeça erguida agora!
Devemos
erguer nossos olhos com a esperança prometida, ouvir a voz de Deus, tanto no
Santo dos Santos quanto a promessa escrita em sua palavra, e criar a
expectativa ardente a respeito da nossa situação atual.
Aquele
que consegue isso vislumbra a saída, a alma se acalma na paz de Deus, e
agradece antecipadamente pela vitória que está à frente. A peculiaridade da esperança
cristã, pois, reside nisto: que ela não encontra ancoragem nas águas rasas
deste mundo, mas penetra o véu e, mediante os fortes cordames da graça e da
verdade, prende-se à ancoragem celestial, o trono eterno de Deus.
A
promessa, portanto, repousa seguramente na aliança com Cristo, o qual, como
nossa Oferta propiciatória, tornou possível a Deus ser justo Juiz e (ao mesmo
tempo) Justificador do que crê em Jesus. Deste modo, Deus concedeu aos
herdeiros da promessa a dupla confirmação da validade da aliança e da
infalibilidade de Sua administração. E os herdeiros não são meramente os
descendentes naturais de Abraão, mas a sua prole espiritual, visto que, em
Cristo, Semente de Abraão e Herdeiro de todas as coisas, foram benditas todas
as nações da terra.
A
Sua promessa é fiel e verdadeira (Rm. 3:4; Hb. 6:18)! Observe o que Ele promete
que teremos e que garante a segurança total: 1) Dias melhores (Sl. 30:5); 2)
Livramento (Sl. 34:19); 3) Tudo é para o nosso bem (Rm. 8:18, 28, 32; 2 Co.
4:17); 4) Graça Divina (2 Co. 12:9); 5) Glória final (Ap. 21:4).
As
Suas promessas são baseadas em e sobre a Sua Palavra, que é pura, inspirada e
vai permanecer quando o mundo estiver em chamas (Sl. 119:89)!
Reivindique
as promessas de Deus como uma forte âncora para a sua alma enquanto navega
pelos mares tempestuosos da vida! Elas vão desbloquear as prisões de desespero
nas quais o diabo procura prendê-lo!
3.
A forte âncora da Providência de Deus. V. 24
O
Senhor diz a Paulo que a tempestade é da Sua parte para trabalhar o Seu plano
na vida dele (Paulo). Naquele momento, a tempestade era o lugar mais seguro do
mundo para Paulo estar! Por quê? Porque ela era a vontade do Senhor e Deus
estava trabalhando de uma maneira poderosa na situação para trazer a Sua
vontade para a vida de Paulo.
Você
sabia que Deus pode estar fazendo a mesma coisa em sua vida também? Pode ser
uma fé simples, mas eu ainda acredito que Deus é soberano! Isto significa que
Ele está no controle absoluto de tudo o que acontece na vida! Ele é o Senhor
Soberano (Is. 45:7). Ouça o testemunho de Tiago sobre este soberano Senhor (Tg.
1:17). Se eu não soubesse que Deus está no trono, eu não quereria viver neste
mundo um segundo, mas enquanto eu sei que Ele ordena as tempestades (Discípulos
e tempestade (Mc. 6:45-50), eu posso confiar nEle. Ele sabe o que é melhor e
isso é tudo o que Ele envia à sua vida (Rm. 8:28). A melhor coisa que podemos
fazer quando a tempestade vier sobre nós é correr para Ele em busca de refúgio
e nos agarrarmos a ele até que a tempestade passe (Sl. 57:1; Is. 25:4).
Esse
é o tipo de confiança que lhe vai permitir bater na cara do Diabo, mesmo quando
a tempestade continua a fazer estragos (Jó 1:20-21)!
Observe
que: mesmo depois de Paulo receber a grande promessa do Senhor para si e para
todos a bordo do navio, os homens ainda tentaram cuidar dos assuntos por conta
própria (vs. 28-39), e alguns até tentaram sair do navio (vs. 30-31). Mesmo
diante da promessa de Deus (vs. 21-26), os homens no navio, lutavam, temiam e
lançavam os trastes no meio da tempestade. Havia apenas um a bordo que estava
gostando da viagem: Paulo! Por quê? Porque ele acreditava em Deus! Ele sabia
que Deus estava trabalhando e ele usou essa verdade como uma âncora!
Há
muitas vezes momentos de Calamidade na nossa vida, e sentimos que as nossas
forças e os nossos recursos se estão esgotando e por vezes temos até a sensação
de que seremos derrotados, mas é exatamente neste momento tão difícil que
precisamos manter a nossa esperança, a nossa confiança e convicção.
A
cada dia que passa fico mais surpreendido com o amor e o cuidado de Deus por
nossas vidas, pois descubro nesses momentos o quanto é especial prestar atenção
nos detalhes e compreender a voz de Deus, aquilo que Ele realmente deseja nos
revelar e providenciar.
Deus
tem trabalhado na minha vida e na vida da minha família de forma intensa e
profunda. Já enfrentamos dias de fortes ventos e tempestades, mas posso dizer
que em tudo o Senhor nos deu completa vitória!
Então,
a forte âncora da Providência de Deus é a Âncora que providência a manutenção
curativa para enfrentarmos os nossos principais problemas de maneira vitoriosa,
que fazem parte de nossa evolução. Em nossa alma, quando sintonizamos Aquele
que é o nosso Âncora, grande parte das nossas tempestades e dificuldades
internas e também externas são minimizadas.
Nada
é tão radicalmente eficaz como a âncora que Deus nos oferece a cada instante. E
não se trata de algo miraculoso que desce dos céus nos momentos aziagos. Não!
Os grandes navios têm motores potentes, rádio, radar e âncora. Então porque
naufragam? Por imperícia e imprudência do comandante, que deixa de utilizar
aqueles instrumentos de apoio na hora certa. Na nossa vida também ocorre,
muitas vezes, algo parecido. Na hora que o vendaval das tentações aparece, só a
âncora de Deus, a oração e a inserção na comunidade são capazes de mudar as
coisas e nos defender do naufrágio. Se confiarmos apenas em nossos recursos
humanos, a coisa complica.
Jesus
diz que quando o homem constrói sobre a areia, é grande a ruína da sua casa.
Não leva a nada construir uma vida sobre o luxo, a riqueza, a posição social,
as bajulações dos cargos e a superficialidade da vida mundana. Assim também,
quando deixamos de usar os instrumentos à nossa disposição, o radar, o rádio, o
motor, o desastre com a embarcação da nossa vida é inevitável. O radar é o
nosso senso crítico; o rádio, a oração; o motor potente indica o dom da
fortaleza agindo em nós, pelo poder do Espírito Santo; a âncora é a mão de
Deus. Qual um comandante experiente, o homem que sabe manejar eficientemente
essas ferramentas, mesmo que ameaçado pelos perigos mais cruciais, jamais
experimentará a derrota de um naufrágio. As âncoras estão à nossa disposição.
Se naufragamos é porque não soubemos ou não as utilizamos na hora adequada.
Há
pessoas que mantêm um contato com Deus da seguinte maneira: Temem-no sem
amá-lo; respeitam-no sem se entregarem, e por isso não o conhecem, por que a
relação não progride, não dá frutos e permanece como que estéril. “Eu oro, oro,
oro – dizem – e Deus não me atende... parece que não me escuta!”, ou “eu pedi
tanto e não adiantou: meu pai morreu”!
Amigos,
vivemos numa época em que os homens estão abandonando o navio a um ritmo
alarmante, têm dificuldade em entender a graça e a misericórdia de Deus,
porque, em muitos casos, pedem coisas que não são importantes para a sua
salvação. Pedem pelos outros, às vezes coisas fora de contexto. E como pedem
demais, decepcionam-se quando alguns pedidos não logram receber o atendimento
imediato, como esperavam. Não sendo atendidos, julgam-se preteridos,
esquecidos, desprezados, e isto gera um bloqueio que pode investir até contra
os fundamentos de sua fé. A tempestade da vida ataca-os e eles abandonam a
igreja, o velho barco de Sião. Quero lembrar-vos que o melhor lugar onde podem
estar nas tempestades da vida, é no barco, onde o Senhor quer que você esteja.
Se você deixar o barco, pode enfrentar a fúria da tempestade com as suas
próprias forças. Se ficar onde o Senhor o plantou, pode ter a certeza de que a
Sua obra providencial na sua vida será realizada até à conclusão!
4.
A forte âncora do agir de Deus. V. 44
O
que o Senhor disse a Paulo, e que Paulo acreditava que iria acontecer
aconteceu: todos com segurança chegaram à praia. Deus manteve a Sua Palavra!
Ele poupou a vida de todos e provou ser tão bom quanto a Sua Palavra!
Às
vezes só uma âncora de ferro ou uma mão poderosa é capaz de impedir as
tragédias em nossa vida. Em muitas ocasiões chegamos a desesperar, achando que
não existe saída para as nossas aflições, que tudo se vai por água abaixo. Não
é assim? É esse desespero, essa sensação de “sem saída” que inspira os suicidas
ao gesto derradeiro.
Deus
é capaz de resolver tudo! O futuro está na mão de Deus. As tempestades surgem
quando menos esperamos. Quando a tempestade chega traz com ela o medo, os
temores, as incertezas, mas não deve ser motivo para desespero, afinal Jesus
está no barco (cf. Mc. 4:37); ele ainda anda sobre o mar (cf. Mt. 14:25-31).
Ele vai conduzi-lo através da tempestade e chegará a terra com segurança! Pode
parecer que o barco vai se afundar, que as tempestades da vida vão prevalecer,
no entanto, quando as ondas se acalmarem, quando os ventos cessarem o seu
sopro, quando as chuvas diminuírem, quando as nuvens de tempestade se afastarem
do horizonte, você vai ver que Deus estava no controle o tempo todo! Eu posso
garantir-lhe que nenhuma tempestade nesta vida será capaz de surpreendê-lo fora
do curso que Deus determinou para a sua vida! Ele vai protegê-lo durante a
tempestade e vai conseguir levá-lo ao porto seguro da sua glória!
Gostaria
apenas de lembrá-lo que o nosso Deus é um Deus forte e poderoso (Lc. 1:37; Jó
42:2). Ele é capaz de fazer qualquer coisa que precisa de ser feito (Ef. 3:20).
A verdade é que, Ele não o salvou para perder completamente o controle sobre si
numa tempestade. Não! Ele salvou-o para o levar para casa, para a glória e isso
é exatamente o que Ele vai fazer (Jo. 6:37-40)!
Para
encerrar esta reflexão, vou recorrer a Paulo, naquilo que reputo como um
conjunto de espiritualidade, a maior âncora capaz de fixar o cristão junto ao
projeto de Deus: Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, o amor,
dessas três, porém, a maior é o amor (1 Co. 13:13).
Estas
são as chamadas “virtudes teologais” que formatam nossa vida na direção de
Cristo. Elas são as âncoras que sustentam a nossa caminhada e orientam a nossa
atitude nos momentos de perigo. Quem recorre a elas jamais será confundido nem
experimentará naufrágios.
a)
A âncora da fé.
Onde
está ancorada a sua fé? No meio da tormenta, quando as ondas gigantes se
levantam contra o seu pequeno barco, onde ancorar? Por que não lançar a sua
âncora nas firmes promessas da Palavra de Deus, na riqueza de Sua graça, de Seu
cuidado e amor?
Jesus
é a âncora segura contra as ondas do pecado, da dúvida e da morte. A fé do cristão
se ancora em Jesus, que lhe dá força e resistência contra as investidas do mal.
Ela nos ajuda a vencer todas as dificuldades. Jeremias fala que infeliz (ele
chega a dizer “maldito”) é o homem que coloca sua confiança no homem (cf.
17:15) ao invés de colocá-la em Deus, principalmente, quando este outro em quem
lhe é depositada a confiança não anda nos caminhos do Senhor. A confiança no
ser humano apesar de solidária, deve ser encarada com algumas reservas.
Aproveitando ainda o que foi dito por Jeremias, Jesus também pergunta se Pode
um cego guiar outro cego (Lc. 6:39)?
Pois
bem, mesmo que um homem caminhe nos caminhos de Deus ele pode cair, porque
somos humanos e todos pecadores. Agora imagine uma pessoa que não conhece a
Deus e nós depositamos nossa confiança nela? Certamente nos afastaremos de Deus
e perderemos nossa vida. Na vida confiamos nos amigos, nos parentes, no marido
e na esposa, nos professores. Essa confiança, no entanto, traz em si a
característica do provisório, pois é depositada em pessoas humanas. Só a
confiança em Deus nunca engana nem defrauda nossa esperança (Rm. 16:18).
Sejam
vigilantes, permaneçam firmes na fé! Sejam homens, sejam fortes (1 Co. 16:13).
A
fé é um modo de já possuir aquilo que se espera; é um meio de conhecer realidades
que não se veem (Hb. 11:1).
b)
A âncora da esperança.
Paulo
diz que a esperança é a âncora da alma (cf. Hb. 6:19s). O salmista afirma que
esperou com paciência no Senhor (cf. Sl. 40:1).
Assim
como a fé, a esperança precisa ser praticada sem garantia dos olhos. Diz a
Palavra: “ora, a esperança que se vê, não é esperança; quem espera o que não
vê, com segurança espera”. O mesmo ocorre com a fé; “quem diz que crê no que
vê, isto não é fé, é incredulidade, mas se crê no que não vê, com segurança
crê”. A esperança é como uma “liminar” das bênçãos de Deus, ou seja, a
antecipação daquilo que já temos direito. Nem todos têm o direito de esperar,
mas o cristão tem e se alguém espera algo a que não tem direito, em vão espera
(leia Ef. 2:11-13). Há pessoas que desistem de esperar quando esperar é a
melhor coisa a fazer, porque antes de aceitarmos Jesus como nosso Salvador, não
éramos povo de Deus, não estávamos reconciliados com Ele, não fazíamos parte do
Seu plano e Suas promessas não nos alcançavam. Portanto, se estivéssemos
esperando algo de Deus, isto era totalmente sem valor (releia o v. 12). O
agricultor espera com paciência o fruto da semente que plantou. Os que servem
ao Senhor devem esperar em Deus para serem recompensados; os que oram têm o
direito de esperar em Deus e serem atendidos a qualquer momento, mas os que não
oram, nem creem, não têm o direito de esperar algo grandioso de Deus porque
tudo o que Ele realiza é por sua infinita graça e misericórdia, por meio da
nossa fé.
Do
ponto de vista humano esperar é sempre maçante, enfadonho, algo que não traz
nada de bom porque somos imediatistas. Gostamos de tudo muito rápido, mas Deus
nos ensina que primeiro plantamos e depois colhemos; primeiro vamos crer e
esperar e depois receberemos. O texto de Lamentações 3:22-26 (leia) nos mostra
que esperar não é somente um direito, mas também é correto, benigno, porque
aquele que espera no Senhor está depositando sua confiança no caráter de Deus.
Foi Ele quem disse: espere, aguarde, seja fiel e fez uma promessa. Este trecho
nos mostra que Deus é misericordioso e carinhoso (v. 22), fiel (v. 23), bondoso
(v. 25), salvador (v. 26) e que é bom esperar tranquilo pela Sua salvação.
Primeiramente adquirimos o direito de esperar; a seguir vemos que esperar é
bom. Em Provérbios 13:12 lemos: “A esperança que se retarda deixa o coração
doente...” Por isso vemos no mundo tanta desesperança; as pessoas se
desesperam em todos os sentidos: como indivíduos, família, sociedade, nação.
Vemos a falência na educação, na ciência, na vida; os valores estão abalados e
parece não haver onde apoiar a alma. Se ouvirmos a Palavra de Deus, se
meditarmos nela e mantivermos firme a nossa esperança em Deus, a nossa alma
estará seguramente ancorada. Mas é necessário programar: eu quero trazer à
minha memória somente aquilo que me pode dar esperança. Um desportista sabe o
nome de muitos jogadores, a posição de cada equipe na tabela, quanto custou o
passe dos principais jogadores do mundo, conhece os melhores de cada campeonato
e são todas informações fiéis; elas existem e são verdadeiras, mas no que é que
isto o abençoa? Onde ele poderá usar esta ferramenta? Onde isto poderá dar-lhe
esperança? Podemos saber o nome de dezenas de cantores, algumas dezenas de
músicas decoradas, os nomes dos principais artistas, conhecer os melhores da
moda, os carros mais velozes, as melhores marcas e tantas outras coisas que
procedem, mas devemos trazer à nossa memória aquilo que nos pode abençoar. No
momento em que a minha alma (como um ser emotivo, sentimental, racional)
necessitar de uma ferramenta dentro da racionalidade, da emoção, do sentimento,
estes conhecimentos podem nos trazer esperança? Será que não teremos que nos
desprogramar e trocar estas informações por outras?
Na
primeira carta aos tessalonicenses (leia 3:13), Paulo estava falando a respeito
da morte, de perdas dos entes queridos e percebeu nas pessoas o desconhecimento
sobre a vida, o relacionamento com Cristo, a vida eterna, que elas não tinham
esperança na ressurreição e nem na salvação, ficando desesperadas diante da
morte. Paulo então fala aos irmãos: “não quero que se entristeçam como os
demais que não têm esperança”.
Em
Romanos 12:12, Paulo nos dá três conselhos: “Alegrem-se na esperança; sejam
pacientes na tribulação, perseverem na oração”. Como o apóstolo Paulo era
um homem que tinha uma firme esperança em Deus, escrevendo aos Romanos 15:8-13
(leia), cita várias passagens do Antigo Testamento para explicar aos seus
irmãos que Deus já havia preparado promessas para os gentios que as aceitariam,
esperariam e seriam enriquecidos nelas. A Bíblia, a santa Palavra de Deus, é a
fonte da esperança e se esperamos qualquer coisa fora da Palavra de Deus, não
esperamos em Deus; logo a nossa esperança não deve estar em outra coisa (na
política, nas pessoas, etc).
A
esperança que é abençoadora tem a sua base na Palavra de Deus. Vejam: Rm. 15:4
diz: “Pois tudo o que foi escrito no passado, foi escrito para nos ensinar,
de forma que, por meio da perseverança e do bom ânimo procedentes das
Escrituras, mantenhamos a nossa esperança”. Romanos 4:18 (leia) nos mostra
que quem espera é candidato em potencial para ser um vencedor. Não existe, na
Bíblia, um só vencedor que não tenha iniciado sua jornada com esperança. Abraão
esperou contra a esperança, pois quando recebeu a promessa de Deus de ter uma
grande descendência, já era avançado em idade, bem como sua esposa Sara que
também era estéril. Ele foi próspero, vitorioso, vencedor, porque creu e andou
de acordo com a promessa. Esperou por quase vinte e cinco anos o cumprimento da
promessa de ter um filho do qual sairia sua descendência. Abraão foi um homem
muito rico financeira e espiritualmente, muito sábio, apesar de ser um homem
falível, pecador. Iniciou sua jornada após ouvir um chamado e uma promessa de
Deus aos setenta e cinco anos; creu e esperou contra a esperança. Ele viu muito
das promessas de Deus se cumprirem; algumas não, como a sua descendência que
existe até hoje. O apóstolo Paulo, pela revelação do Espírito, cita Abraão como
exemplo de alguém que esperou.
Lendo
Romanos 8:24-25 vemos que quem crê na salvação de Deus providenciada em Cristo
Jesus, espera esta salvação, e nesta esperança é salvo, apesar de jamais ter
visto Jesus. Em Hebreus 6:13-20 temos uma promessa e um juramento feitos por
Deus, apesar dEle nunca precisar de jurar pois Sua palavra é um facto sólido;
mas em concessão aos homens instáveis, Deus acrescentou o juramento à Sua
promessa. Nossa alma tem duas coisas imutáveis:
1)
A impossibilidade de Deus mentir, pois Ele não faz bluff, não brinca com os
sentimentos, com as emoções, com a razão, e nem tampouco com a fé das pessoas.
2)
O juramento de Deus. Paulo nos estimula a sermos firmemente encorajados a fim
de tomarmos posse da esperança a nós proposta, que é como âncora da alma, firme
e segura como a promessa de Deus, forte como a Sua palavra e penetrante a ponto
de nos levar com Cristo para o Santo dos Santos celestial, garantindo assim
nossa entrada no céu.
Uma
alma sem âncora é como uma vida levada em toda direção. Por isso vemos pessoas
tranquilas “nas mesmas águas” que muitas outras estão desesperadas. Neste mundo
de tantas incertezas e tantos medos, precisamos trazer para a nossa memória
aquilo que nos dá esperança; enquanto vemos revistas, lemos jornais, assistimos
TV, muitas coisas que não nos trazem esperança querem entrar em nosso coração.
Em I Pedro 1:3 lemos que Jesus Cristo nos regenerou para uma esperança viva,
por meio de Sua ressurreição dentre os mortos, e I Pedro 3:15 nos orienta a
estarmos sempre preparados para responder às pessoas que nos pedem a razão da
esperança que há em nós. A esperança é boa, abençoadora, enriquecedora,
próspera e nos fortalece; só tem direito de esperar, quem tem a promessa de
Deus e cumprida a nossa parte, podemos esperar confiantes porque Deus jamais
deixará de cumprir com a Sua. “Bom é ter esperança e aguardar em silêncio a
salvação do Senhor” (Lm.3:26).
John
Maxwell, autor de vários livros na área de liderança cristã, escreveu:
“A
esperança brilha mais quando a hora é mais escura. A esperança motiva quando o
desânimo aparece. [...] A esperança canta quando todas as melodias silenciaram.
[...] A esperança escuta respostas quando ninguém está falando. A esperança
supera os obstáculos quando ninguém está ajudando. A esperança enfrenta
dificuldades quando ninguém está se preocupando. A esperança sorri
confiantemente quando ninguém está sorrindo. A esperança tem as respostas
quando ninguém está perguntando. [...] A esperança ousa dar quando ninguém está
repartindo. A esperança traz a vitória quando todos estão perdendo.”
A
esperança em Cristo, como uma âncora para a alma, é fundamental para uma vida
segura e equilibrada. A bíblia diz que antes de conhecermos a Cristo, nossa
vida era sem esperança e sem Deus no mundo, vagando separados de Deus (Ef.
2:12).
Cada
um de nós, seres humanos, somos comparados a um navio, e cada navio por sua vez
possui as suas âncoras. Diante das circunstâncias e situações adversas que
surgem em nosso viver diário buscamos nos firmar em vários tipos de âncoras
para aliviar as nossas almas das tempestades que surgem no mar da vida que
navegamos.
E
podemos identificar vários tipos de âncoras da alma, tais como: as drogas,
entorpecentes, onde muitos jovens buscam na tentativa de se firmarem no ambiente
no qual convivem e demonstrarem a sua independência e liderança estereotipada
através das roupas que vestem, da gíria que usam na comunicação, dos ambientes
que frequentam, sem saberem que esta âncora nunca servirá para lhe dar firmeza
e sustentação.
A
religiosidade e confiança em falsos deuses é outra âncora da alma que muitos
usam para garantirem a sua tranquilidade quando os ventos sopram a uma
velocidade assustadora, causando medo e pavor ao viajante que está em alto mar.
O
amor e a confiança no dinheiro têm sido a âncora de muitos ingénuos e incautos
que pensam que o ouro e a prata resolvem todos os problemas da vida,
esquecendo-se que com ele se compra o remédio mas não se compra a vida, compra
o colchão mas não compra o sono, compra os prazeres mas não a felicidade,
compra o melhor ataúde e o melhor mausoléu, mas não pode comprar a vida eterna
com Cristo Jesus.
Nenhuma
dessas âncoras poderá oferecer real segurança à alma, elas apenas produzem
falsa sensação de estabilidade e paz. A Bíblia diz em Isaías 40:31 que aqueles
que esperam e confiam no Senhor, renovarão as suas forças, correrão e não se
cansarão, caminharão e não se fatigarão. Você crê nisso?
As
pessoas que depositam sua esperança em âncoras falíveis e corruptíveis estão
fadadas ao naufrágio físico e espiritual, tanto quanto os que não tem nenhuma
esperança. Nas catacumbas de Roma, lugar onde os cristãos se reuniam escondidos
para adorar a Deus foram encontradas pelo menos 66 figuras de âncoras como
prova da confiança deles em Deus e em suas promessas. O filósofo grego Estoico
Epíteto escreveu: “Não se deve prender o navio a uma só âncora nem a vida a uma
só esperança”. Mas os cristãos têm somente uma âncora, “Jesus Cristo, nossa
esperança” (Cl. 1:5; 1 Tm. 1:1).
Em
Hebreus 6:13-15 está escrito que Deus fez sua promessa a Abraão e jurou por si
mesmo que as cumpriria. A confiança do patriarca nas promessas de Deus o
capacitou a suportar pacientemente todas as dificuldades até alcança-las. No
verso 16 podemos entender que o homem poderia ter uma esperança maior quando
havia um juramento por alguém superior, capaz de fazer cumprir as promessas
feitas uns aos outros. O povo hebreu tinha esse hábito de juramento, e tomavam
Deus por testemunha nos seus acordos e promessas mútuas (Jz. 11:10). No verso 17
observamos que Deus se interpôs com juramento, Ele queria assegurar aos
herdeiros da promessa feita a Abraão que com toda a certeza as cumpriria, o seu
objetivo era mostrar aos seus servos que Ele estava oferecendo a segurança
eterna da salvação. No verso 18 Deus evidencia o seu atributo natural de
imutabilidade, ou seja, Ele jamais muda, Ele cumpre e vela por suas promessas.
Devemos firmar nossa esperança em um Deus verdadeiro, o Todo-poderoso, Ele está
dizendo: “aceitem a minha proposta de segurança absoluta e infalível, lancem
vossas âncoras em meu filho unigénito! Nos versos 19-20, vemos que em Cristo,
nossas âncoras podem ter acesso até o Santo dos Santos, isto é, os céus onde
Jesus está entronizado à destra de Deus, e Ele é o nosso único mediador eterno,
que se compadece de nossas fraquezas pelo qual alcançamos graça e misericórdia,
a fim de sermos ajudados no tempo oportuno. Não adianta procurarmos outro
caminho, outro nome, outra maneira para alcançarmos a salvação, pois a Bíblia
diz em Atos 4:12: Em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu
nenhum outro nome há dado entre os homens, pelo qual podemos ser salvos.
Precisamos
de examinar a futilidade. Ela é tudo o que pode desviar seus olhos da Rocha, da
promessa do lugar seguro. A futilidade também é maquiada pela rotina frenética,
pela sobrevivência. Poucas coisas podem deixar a pessoa mais exausta do que
esse ritmo apressado pela realização própria. Vale mesmo a pena esses
excessivos arrancos rumo ao sucesso, excessivos dias de tarefas que o
distanciam de Deus? Isso tudo acaba cobrando o seu preço, e é um alto preço.
Não vale a pena ancorar o nosso barco nas expectativas do sucesso desta vida,
mas sim buscar em primeiro lugar o Reino de Deus.
Nós
temos a segurança eterna, a rocha da salvação, Jesus Cristo o filho de Deus, o
qual é a nossa esperança e âncora de nossas almas, por isso não tenhamos medo
das tempestades da vida, pois sabemos em quem temos crido, o qual é poderoso
para nos guardar de todo o mal.
Na
esperança nós já fomos salvos (Rm. 8:24). Que o Deus da esperança vos encha da
mais completa alegria e paz na fé, para que transbordem de esperança pela força
do Espírito Santo (Rm. 15:13).
c)
A âncora do amor.
As
minhas âncoras são fortalezas durante a minha caminhada. São alicerces da minha
estrutura. São alimentos que nutrem meu espírito. São energias que impulsionam
minhas ações. Estou muito grato ao Senhor porque aprendi desde cedo a cultivar
âncoras fortes que me acompanham por todos os passos.
Eu
creio que a essência da fé é o amor, e que o amor é a semente que se desmembra
em muitos frutos. O amor é um sentimento universal expresso nas mais variadas
relações humanas. A espiritualidade é um caminho de amor e de aprendizagem que
nos conduz a aceitar, respeitar e amar as diferenças.
Toda
a pessoa é única e experimenta as suas âncoras ao seu modo. Nossa comunhão
interior é sagrada e acontece quando verdadeiramente nos conectamos com a nossa
natureza. Não há palavras que descrevam com exatidão as sensações. É pureza de
sentir. E sentir é divino. A alegria do louvor, a gratidão da bênção, o
acolhimento da proteção, a voz do espírito cantando a música de Deus e a
presença do amor que perdoa, liberta, transforma, motiva, ensina e nos guia
como um farol iluminado de graças.
Nossa
história é pontuada de muitos capítulos. Algumas passagens são doloridas, mas,
quando nos apoiamos em âncoras de amor e fé, somos capazes de enfrentar os
desafios e assimilar as lições de cada situação. Deus nos concedeu a bênção de
sermos capazes de aprimorar as nossas habilidades, de evoluir com cada etapa e
de seguir adiante, mesmo diante de obstáculos. Exercitar a superação é praticar
o nosso dom de melhorar continuamente.
Minhas
âncoras são luzes guias de amor e fé. Minhas orações são diálogos de todos os
dias. A fé tem muitos símbolos e cada pessoa faz as suas escolhas. Seja como
for, cada ser humano vivencia a fé recriando a sua simbologia exclusiva. O amor
de Deus está presente no legado de muitas histórias. Tenho como referência o
grandíssimo amor de Jesus, cujo maior mandamento é uma lição atemporal: amai...
O amor é fonte eterna.
O
evangelista João nos ensina que “Deus é amor” (1 Jo. 4:8,16). Ora, se
pretendemos “ancorar” nossa vida em Deus, devemos faze-lo a partir do amor,
cuja inspiração vem de Seu Santo Espírito. Em Paulo vamos encontrar diversos
trechos que se referem a esse amor:
Quem
nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição,
ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? (Rm.
8:35).
Nem
a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do
amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor
(v. 39).
Ainda
que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria
como o metal que soa ou como o címbalo que retine (1
Co. 13:1).
O
amor é paciente, o amor é prestativo; não é invejoso; não se ostenta, não se
incha de orgulho (1 Co. 13:4).
E
acima de tudo, vistam-se com o amor, que é o laço da perfeição (Cl.
3:14).
O
amor jamais haverá de passar (1 Co. 13:8).
Por
fim, se tem colocado sua esperança em Jesus, saiba que ele é poderoso para
realizar seus sonhos, seus projetos, e até muito mais do que isso (Ef. 3:20).
Lance a âncora da sua esperança naquele que pode todas as coisas, o Deus
Todo-poderoso, da Palavra eficaz e cheia de Vida. Nele há recursos inesgotáveis
para solucionar qualquer problema de nossas vidas.
Conclusão
Já
lançou as suas âncoras profundas no Senhor? Se já o fez, então pode resistir às
tempestades da vida. Se ainda não as lançou, prepare-se para ser soprado pelos
ventos da adversidade. Eu aconselho-o a vir diante do Senhor e dizer algo como:
“Senhor, eu não posso resolver a minha situação, não posso acalmar a fúria dos
mares da minha vida e não aguento mais os ventos a soprarem contra mim. Preciso
imediatamente de ajuda. Pela fé, coloco as âncoras da Sua presença, da Sua
promessa, da Sua providência e do Seu agir no meu mar revolto. Estou decidido a
confiar no Senhor para andar na minha tempestade e falar de paz quando for da
Sua vontade fazê-lo. Vou confiar no Senhor, na certeza de que vai fazer o que é
melhor para mim”. Quando jogamos a toalha e chegamos a um lugar de total confiança
diante do Senhor na nossa tempestade, ele recebe a nossa atenção e podemos ter
a certeza de que ele vai fazer alguma coisa sobre a sua situação!
Somente
o poder de Deus é forte o suficiente para ser a nossa âncora no meio da
tempestade.
Que o Poderoso Deus de esperança, paz, consolação e
misericórdia seja eternamente glorificado e exaltado, e a sua glória permaneça
para sempre, por nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Pr.
Manuel Rodrigues