“O
céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão-de passar” (Mt.
24:35). “Seca-se a erva, e caem as
flores, porém a palavra de nosso Deus subsiste eternamente” (Is. 40:8).
Dá ouvidos, ó meu povo, à minha lei, inclina os teus ouvidos às palavras da
minha boca... O que temos ouvido e sabido, e nossos pais nos têm contado. Não
vamos escondê-los aos seus filhos, mostrando à geração futura os louvores do
Senhor, e sua força, e suas obras maravilhosas que ele tem feito” (Sl. 78:1, 3-4).
1. A Bíblia é a Palavra de Deus
A Bíblia, o livro mais notável jamais
visto no mundo, é a Palavra de Deus para todas as gerações. Desde o início dos
tempos, ao longo dos séculos, e agora para nós, o povo do século 21, que a
mensagem de Deus é relevante. Através dessas palavras, temos uma revelação de
quem Deus é e do Seu plano eterno para a humanidade. Da primeira à última
página, revela-nos a forma como Deus lida com o Seu povo.
Este Livro é que impede que sejamos
profundamente desconhecedores do nosso Criador, da criação do mundo que
habitamos, da origem e dos progenitores da raça, como também do nosso futuro
destino. Sem ele estaríamos, portanto, subordinados para sempre ao domínio do
capricho, das dúvidas e da concepção visionária.
Este Livro é que impede que sejamos
privados da religião cristã, com todos os seus confortos espirituais,
esperanças e perspectivas animadoras. Sem ele nada nos restaria a não ser a
penumbra triste da infidelidade e das monstruosas sombras do paganismo. Sem ele
o céu ficaria despovoado, e fecharia para sempre as suas portas contra a
miserável posteridade de Adão, restaurando ao rei dos terrores o seu aguilhão; seriam
enterrados, no mesmo túmulo que recebe os nossos corpos, todos os que antes de
nós morreram, e deixando a nós o mesmo triste destino.
Este Livro é que impede que sejamos roubados
de tudo quanto evita que a nossa existência se torne a maior das maldições. Sem
ele o sol seria coberto; o oceano secaria e a atmosfera do mundo moral seria removida,
e o homem se degradaria a ponto de o mesmo ter ciúmes da posição dos próprios
animais.
O verdadeiro propósito, a verdadeira
felicidade, a verdadeira sabedoria, o verdadeiro conhecimento, a verdadeira
orientação e o amor verdadeiro, estão à espera de descoberta da Palavra de Deus
para nós hoje.
Na Bíblia, encontramos a vontade de Deus,
as orientações e instruções de Deus. Encontramos as respostas a cada problema
que vem à nossa vida. É a nossa luz, o nosso pão e a nossa vida.
Existem momentos
em nossas vidas que sentimos vontade de desistir, pois encontramos dificuldades
em nossos caminhos que nos tornam fracos, Deus sempre está do nosso lado nos
encaminhando para o melhor e nunca nos abandona, pois ele é Deus que perdoa
todos os nossos pecados e nos ajuda em nossas dificuldades. A mensagem de Deus
pela bíblia nos dá força para prosseguir e tentar superar todas as dificuldades
apresentadas. Deus nos deixou uma mensagem de conforto e paz para que assim nós
possamos aproveitar a mesma para seguir a caminho da vida prospera hoje e
sempre.
1.1 A Harmonia Bíblica
A harmonia da Bíblia se constitui num
milagre inigualável. Nunca, em qualquer outro lugar e em tão diversas
circunstâncias, se juntaram tantos tratados diferentes contendo história,
biografia, ética e poesia, para perfazer um livro. É algo semelhante a ossos,
músculos e ligamentos que se combinam na forma do corpo humano. Quanto à sua
harmonia a Bíblia não tem nenhum paralelo com a literatura humana, visto que
todas as condições, humanamente falando, não apenas são desfavoráveis, mas
fatais a tal combinação.
Em qualquer assunto ao longo de toda a
Bíblia, encontramos harmonia. A despeito de toda a diversidade presente na
Bíblia, é impossível deixar de perceber toda a unidade que se encontra em suas
páginas. A forma como cada capítulo bíblico contribui para o seguinte, de como
cada livro contextualiza o próximo, e como o Antigo Testamento lança as ideias
centrais para o Novo Testamento. As profecias do Messias vindouro e o seu
cumprimento são exemplos maravilhosos. No Antigo Testamento, há 330 profecias sobre
a vinda do Messias cumpridas no Novo Testamento. Tudo isso é prova,
incontestável que a Bíblia só poderia ser de origem divina.
Se a Bíblia fosse um livro resultante de
esforços puramente humanos, certamente que a sua composição seria algo
extremamente confuso e indecifrável. Seria uma verdadeira Babel.
A perfeita harmonia da Bíblia, é para a
mente humilde e sincera, uma prova incontestável da origem divina da mesma. É
uma prova insofismável de que uma única Mente via tudo e guiava os seus
escritores.
A Bíblia tem uma harmonia no seu conteúdo
que é inigualável. O paraíso que é perdido em Génesis é recuperado no
Apocalipse, e entre os dois livros, é revelado o método para que houvesse esta
recuperação e restauração. É a história desenrolando-se e Deus redimindo o
Homem. Se dez pessoas, da mesma origem e condições, tivessem a tarefa de
escrever sobre um mesmo assunto, certamente elas não escreveriam com tamanha
harmonia e precisão que a Bíblia possui em condições tão diversas e adversas.
1.2 Confirmação
A Bíblia tem sido ridicularizada e
rejeitada nos últimos tempos como imprecisa e não confiável. No entanto, os
alunos de Arqueologia Bíblica descobriram que, como a ciência da arqueologia se
torna mais sofisticada, muito mais evidência está vindo à tona regularmente que
diz exatamente o oposto!
A autenticidade da Bíblia também é
evidenciada pelas escavações arqueológicas que comprovam a existência de nomes
de pessoas e cidades encontradas na Bíblia. A descoberta da cidade de Petra,
por exemplo, ajudou a confirmar a autenticidade do registo da Bíblia.
O testemunho da arqueologia confirma constantemente
que a Bíblia é verdade em muitos pormenores, mostrando que a fé do cristão assenta
em factos históricos, reais. Está em harmonia com a verdadeira ciência.
A arqueologia, tem esclarecido e corroborado
a Bíblia de várias maneiras. Escavações arqueológicas efetuadas em numerosos
locais da Palestina, da Síria e de outras terras bíblicas têm trazido à
superfície muitas evidências que tem feito contribuições para uma melhor
compreensão ou averiguação dos relatos bíblicos. O intérprete encontra na
arqueologia um bom amigo, para o entendimento e comprovação das Escrituras.
1.3 Indestrutibilidade
A Bíblia tem sido mais atacada do que
qualquer outra obra que o mundo conhece. O imperador romano Deocleciano
(301-304 d.C.) pensou que tinha destruído a Bíblia por meio de uma terrível
perseguição. Entretanto, sua grandiosa tumba vem sendo ironicamente usada como
igreja há mais de mil anos!
Voltaire, conhecido agnóstico francês,
afirmou no século XVIII que no decorrer de cem anos a Bíblia seria um Livro
esquecido. A Sociedade Bíblica de Genebra ocupa hoje a casa que foi dele e a
Bíblia é o Livro mais vendido do mundo. Em 1981, a Academia Francesa de Ciência
apresentou 51 “factos” que supostamente refutavam a Bíblia, mas hoje não se
considera verdadeiro nenhum desses factos.
A Bíblia já foi publicamente queimada,
banida, odiada, vilipendiado, ridicularizada, criticada, restrita, proibida, destruída
e a sua posse significava a morte. Essas foram algumas das tentativas para
destruir a Bíblia e contudo tem sido preservada na sua integridade. Banida para
todos menos para os crentes ao longo de séculos de escuridão da história da
humanidade. Foi o primeiro livro a ser impresso. Ainda hoje existem cinco
dessas Bíblias de Gutenberg. Ela já foi examinada, criticada e atacada
severamente de todas as direções, mas o tempo continua a provar que cada golpe
é injusto, falso e vão como disse Pedro “a
Palavra do Senhor, porém, permanece eternamente” (1 Pe. 1:25).
O próprio Senhor Jesus afirmou que
passaria o céu e a terra, “mas as minhas
palavras não passarão” (Mt. 24:35). Vê-se, na introdução deste tratado, que
apesar de todas as tentativas, os inimigos das Sagradas Escrituras não
conseguiram eliminar sua influência, nem no passado, nem nos dias atuais. Os
cépticos têm lançado dúvidas sobre a confiabilidade da Bíblia; todavia, mais
pessoas hoje se convencem de suas verdades do que em toda a história. Prosseguem
os ataques da parte de alguns cientistas, de alguns psicólogos e de alguns
líderes políticos, mas a Bíblia permanece ilesa, indestrutível… A Bíblia
continua mais forte do que nunca, depois destes ataques.
Ao longo dos anos, a Bíblia tem sido uma
poderosa bigorna que tem consumido os franzinos martelos dos escarnecedores. Foi
dito: “Tentar parar a circulação da Bíblia é como colocar o nosso ombro contra
o ardente e chamejante círculo do sol e tentar pará-lo em seu curso de fogo”.
Nenhum outro livro provocou uma oposição
tão feroz como a Bíblia, e sua preservação é, talvez, o milagre mais
surpreendente conectado com ele. Mas há 2500 anos atrás, Deus declarou: “seca-se a
erva, e cai a flor, mas a palavra de nosso Deus habitará para sempre”. Eu
acredito que nós podemos manter as Escrituras em nossas mãos e dizer: A Bíblia
é merecedora de toda a nossa confiança e é historicamente (absolutamente)
confiável.
1.4 Proliferação
Nos últimos 50 anos, a Bíblia ocupou o
primeiro lugar entre os livros mais vendidos. As Escrituras existem em quase
2.800 das 6.877 línguas ainda em uso hoje e todos os anos imprimem-se mais de
30 milhões de exemplares. Estatísticas reveladas mostram que cerca de 209
milhões de pessoas que falam 1967 línguas podem ter necessidade que se comece a
tradução da Bíblia de modo que esteja ao seu alcance a Palavra de Deus.
É o livro mais vendido do mundo, por
algumas razões significativas! Porque é o livro dos milagres! O milagre da sua
formação – são 66 livros, 40 autores de profissões diferentes, escrito num
período de 1.600 anos. Mas há na Bíblia um só plano, uma só unidade e um só
autor divino guiando os humanos.
O milagre da sobrevivência – tudo foi
escrito sobre papiro e pergaminho, materiais frágeis. O milagre das traduções –
num mundo com mais de 6 mil línguas e dialetos, podemos afirmar que 99% da
população mundial pode ler a Bíblia em sua própria língua.
O milagre do interesse – a Bíblia e sua
mensagem são facilmente entendidas pelas pessoas de qualquer idade e nível
intelectual. A Bíblia fascina as pessoas.
O milagre da idade – já se passaram mais
de 3.500 anos desde que Moisés e os demais autores escreveram. Nenhum outro
livro foi tão picado, fatiado, peneirado, devassado, investigado, criticado e
perseguido durante séculos, mas sobreviveu. A Bíblia continua amada e estudada
e lida por milhões de pessoas.
O milagre de vendas – é o livro mais
traduzido, mais impresso, mais vendido e mais lido. O milagre da transformação
– a principal razão porque creio que a Bíblia é a Palavra de Deus é por causa
do seu poder transformador. Ela analisa nossas características pessoais e dá a
convicção do pecado. Não importa quantas evidências da credibilidade da Bíblia
sejam acumuladas, ainda assim, Cristo deve ser aceite pela fé, que é a porta
para a vida eterna.
A Bíblia oferece à humanidade a educação
mais elevada – o conhecimento de Deus. A educação adquirida pelo estudo da
Bíblia produz vigor intelectual e moral. A pessoa que se dedica a conhecer este
santo livro obtém benefícios em todas as áreas da vida. Encontra a grande
esperança!
1.5 Relevância
A Bíblia é relevante para os dias de hoje,
“Porque a palavra de Deus é viva e
eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à
divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir
os pensamentos e intenções do coração” (Hb. 4:12). Mesmo tendo sido escrita
por mais de 40 autores por um período de mais de 1500 anos, sua verdade e
relevância para os dias de hoje não mudou. A Bíblia é a única fonte objetiva de
toda a revelação que Deus nos deu a respeito de Si mesmo e Seu plano para a
humanidade. Ela revela quem é o Criador, quem é Satanás, exibe o plano de Deus
para a salvação dos perdidos e expõe os erros que vão surgindo, fruto do pecado
e das imperfeições humanas. A Palavra de Deus – viva, infalível, eterna – é
totalmente fidedigna.
A Bíblia contém grande quantidade de
informações sobre o mundo natural que foi confirmada por observações e pesquisas
científicas. Algumas dessas passagens incluem Levítico 17:11, Eclesiastes
1:6-7, Jó 36:27-29, Salmos 102:25-27 e Colossenses 1:16-17. Conforme se vai desdobrando
a história bíblica do plano redentor de Deus, muitos personagens diferentes são
vividamente descritos. Fazendo assim, a Bíblia fornece muitas informações sobre
o comportamento e tendências humanas. Nossas próprias experiências quotidianas
nos mostram que tais informações são mais exatas e descritivas da condição
humana do que qualquer livro de psicologia. Muitos factos históricos registados
na Bíblia foram confirmados por fontes não-bíblicas. Frequentemente, a pesquisa
histórica demonstra um alto grau de concordância entre os relatos bíblicos e
não-bíblicos, a respeito dos mesmos acontecimentos. Em muitos casos, a Bíblia
tem sido considerada mais correta em termos históricos.
A Bíblia é a mensagem de Deus para o
Homem, através do qual Deus se revela ao homem, revela a Sua vontade para ele,
e dá resposta a todas as dúvidas existenciais do homem. Ela contém uma grande
quantidade de informações precisas e relevantes. A mensagem mais importante da
Bíblia, a redenção, é universalmente e perpetuamente aplicável à humanidade. A
Palavra de Deus nunca ficará ultrapassada, suplantada ou necessitando de melhorias.
Mudam as culturas, as leis, as gerações vêm e vão, mas a Palavra de Deus é tão
relevante hoje quanto o era quando começou a ser escrita. Nem todas as
Escrituras necessariamente se aplicam explicitamente a nós hoje, mas todas
contêm verdades que podemos e devemos aplicar em nossas vidas.
A bíblia no seu todo é uma palavra geral
de conhecimento que quando revelada de forma específica a cada cristão pela
pessoa do Espírito Santo, torna-se numa palavra viva e poderosa, que transforma
vidas e se torna num veículo de cura, libertação e poder de Deus (Hb. 4:12; Sl.
107:20).
Não admira que Jesus tenha dito que as
suas palavras eram espírito e vida e que todos os que permanecessem na sua
palavra se tornariam seus discípulos, conheceriam a Verdade e a Verdade os
libertaria (Jo. 6:63; 8:31-32)!
A Bíblia tem moldado a história das
civilizações mais do que qualquer outro livro. A Bíblia tem tido mais
influência no mundo do que qualquer outro livro.
Somente
a Bíblia tem uma Pessoa específica (centrada em Cristo) como assunto em cada um
de seus 66 livros, detalhando a vida dessa Pessoa através de profecias e tipos,
por um período de 400 – 1500 anos antes dela nascer.
Somente a Bíblia proclama a ressurreição
de sua figura central (Jesus Cristo), provada na história.
A Bíblia ainda modifica a vida dos que a
lêem e ainda produz milagres na vida dos que crêem nela.
David
escreveu sobre a Palavra de Deus: “Lâmpada
para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho” (Sl. 119:105).
Isaías declarou: “Porque, assim como a chuva e a neve descem dos céus e para lá não
tornam, mas regam a terra, e a fazem produzir e brotar, para que dê semente ao
semeador, e pão ao que come, assim será a palavra que sair da minha boca: ela
não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo
para que a enviei” (Is. 55:10-11).
Jesus afirmou: “Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que
sai da boca de Deus” (Mt. 4:4).
1.6 A Palavra de Deus é Proveitosa
Paulo escreveu a Timóteo, dizendo que toda
a escritura é proveitosa na nossa vida. “Toda
Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender,
para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja
perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra” (2 Tm. 3:16-17).
Estas palavras, em 2 Timóteo 3:16,
identificam a Deus, como o Autor e o Inspirador das Escrituras Sagradas. Quão
satisfatoriamente deleitosas são as Escrituras inspiradas! Que cabedal
surpreendente de verdadeiro conhecimento elas proporcionam! São deveras “o
próprio conhecimento de Deus”, procurado e prezado em todas as eras pelos que
amam a justiça (Pv. 2:5).
A expressão completa do apóstolo Paulo em
2 Timóteo 3:16-17 dá a resposta: “Toda a
Escritura é inspirada por Deus e proveitosa para ensinar, para repreender, para
endireitar as coisas, para disciplinar em justiça, a fim de que o homem de Deus
seja plenamente competente, completamente equipado para toda boa obra.” As
Escrituras inspiradas são, pois, proveitosas para ensinar a doutrina certa e a
conduta correta, endireitando as coisas na nossa mente e na nossa vida,
repreendendo-nos e disciplinando-nos, para que andemos humildemente em verdade
e justiça. Submetendo-nos ao ensino da Palavra de Deus, podemos tornar-nos
“colaboradores de Deus”. (1 Co. 3:9). Não há hoje na terra maior privilégio do
que a pessoa estar ocupada na obra de Deus como ‘homem de Deus, plenamente
competente e completamente equipado’ para a boa obra.
As Escrituras constituem uma dádiva
incomparável de Deus à humanidade, um depósito de tesouros espirituais, cuja
profundeza de sabedoria é insondável, e cujo poder de esclarecer e estimular
para a justiça excede ao de todos os demais livros que já se escreveram. Ao
pesquisarmos para obter conhecimento da Palavra de Deus, seremos levados a
exclamar como o apóstolo Paulo: “Ó profundidade
das riquezas, e da sabedoria, e do conhecimento de Deus!” Conhecer as
Escrituras inspiradas e seu Autor é entrar no caminho da eterna alegria e
deleite (Rm. 11:33; Sl. 16:11).
As declarações preservadas na
Bíblia são as comunicações de Deus, faladas sempre em língua viva para o
proveito dos humildes e dos que na terra amam a verdade.
Precisamos de saber o que é a
Palavra de Deus, donde veio, qual é a sua autoridade e seu propósito, bem como
o seu poder em favor da salvação. Adquirindo apreço pela sua gloriosa mensagem,
teremos fé. Ademais, chegaremos a amar a Bíblia e seu Autor tão ardentemente
que nada poderá jamais sufocar tal fé e amor. São as Escrituras, que incluem as
declarações de Jesus Cristo, que edificam um fundamento sólido para fé. A verdadeira
fé será da espécie que resistirá a testes, a duras provas, a perseguições e às
propostas materialistas e filosofias duma sociedade ateísta. Triunfará
gloriosamente, perdurando até a eternidade. “A vitória que venceu o mundo é
esta: a nossa fé” (1 Jo. 5:4).
As Escrituras são o nosso padrão
infalível e inerrante em assuntos de fé e de prática. A Palavra de Deus é perfeita
e restaura a alma; é fiel e dá sabedoria aos símplices; é correta e alegra o
coração; é pura e ilumina os olhos. Seus ensinos são “mais desejáveis do que o ouro, mais do que muito ouro depurado”. Por
meio deles, o povo de Deus é advertido, protegido do erro e de angústias, e, “em os guardar, há grande recompensa”
(Sl. 19:7-11).
Que bênção é possuirmos o ensino
infalível do Deus infinito e inerrante, desfrutando deste ensino como um guia
para nossa vida e um auxílio para entendermos nossos problemas e as soluções
para eles!
Quando uma pessoa reconhece que os ensinos da Bíblia
foram inspirados por Deus, e tal pessoa entende, crê e aplica esses ensinos à
sua vida, ela possui os fundamentos sólidos para desfrutar de paz, confiança,
certeza, contentamento, ousadia, coragem, gozo, gentileza, bondade,
amabilidade, autocontrole e dignidade.
2. A Bíblia Inspirada Por Deus
A característica mais importante da Bíblia
não é a sua estrutura e a sua forma, mas o facto de ter sido inspirada por
Deus. Quando falamos de inspiração, não se trata de inspiração poética, mas de
autoridade divina. A Bíblia é singular; ela foi literalmente “soprada por
Deus”.
Por inspiração das Escrituras queremos
dizer que os escritos foram de tal modo capacitados e dominados pelo Espírito
Santo, na produção das Escrituras, que estas receberam autoridade divina e
infalível.
Os
escritores da Bíblia “falaram da parte de
Deus conforme eram movidos por espírito santo”, disse o apóstolo Pedro (1:21).
Por isso, o apóstolo Paulo também podia descrever os livros da Bíblia como “os escritos sagrados, que te podem fazer
sábio para a salvação, por intermédio da fé em conexão com Cristo Jesus” (2
Tm. 3:15).
Quarenta homens, trinta e um no Antigo
Testamento e nove no Novo, escreveram as palavras da Bíblia durante um período
de cerca de 1500 anos. Estes homens eram reis, fazendeiros, mecânicos,
cientistas, advogados, médicos, pescadores, sacerdotes e pastores, uns ricos,
outros pobres, uns da cidade e outros do campo usando cada forma de literatura
conhecida e tocando a vida humana e sentimento em centenas pontos diferentes
sem nenhum erro absoluto no seu trato. Obviamente, muitos deles não se
conheciam e eram de diferentes épocas históricas. Contudo, não estão em
conflito uns com os outros. Isto só podia ter acontecido porque a Bíblia foi
escrita por homens sob a inspiração do Espírito Santo.
Em referência à afirmativa da inspiração,
as Escrituras afirmam ser a Palavra de Deus no sentido de que as suas palavras,
embora escritas por homens e trazendo as marcas indeléveis de sua autoria
humana, foram escritas, não obstante, sob a influência do Espirito Santo a
ponto de serem também as palavras de Deus, a expressão adequada e infalível de
Sua mente e vontade para connosco. Embora o Espirito Santo não tenha escolhido
as palavras para os escritores, é evidente que Ele as escolheu por intermédio
dos escritores.
A Bíblia é uma majestosa catedral. Muitos
edificadores humanos, cada um por sua vez, contribuíram para a estrutura. Mas o
arquiteto, cuja mente una foi aquela que planeou e enxergou o edifício completo,
antes que Moisés tivesse escrito aquelas primeiras palavras do Génesis, as
quais, não por acidente, mas tendo o propósito de gravar o nome do arquiteto no
vestíbulo, são estas: “No princípio Deus…” (Pierson).
O que as Escrituras têm a dizer sobre
todos os seus temas principais é tão contrário aos pensamentos e ideais de
todas as classes de homens que somos obrigados a concluir que é “impossível que
a mente humana as tenha inventado” (Pink).
2.1 Foi Deus Que Inspirou
O apóstolo Paulo disse que toda a
Escritura foi dada por inspiração. “Toda a
Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender,
para corrigir, para instruir com justiça.” (2 Tm. 3:16).
A expressão “inspirada por Deus” é
traduzida do grego the·ó·pneu·stos, que significa ‘soprado por Deus’. (Veja 2 Tm.
3:16, primeira nota.) Foi o próprio Espírito de Deus, que ‘soprou’ sobre homens
fiéis, fazendo com que compilassem e escrevessem as Escrituras Sagradas. Tal
processo é conhecido como inspiração. Os profetas e outros servos fiéis de Deus,
submetidos à inspiração, tiveram a mente conduzida pelo Espirito Santo. Isto
significa que receberam mensagens de Deus, incluindo quadros que revelavam
propósitos, e estes fixaram-se firmemente nos circuitos de sua mente. Assim as
mentes dos homens que Deus escolhera sabiam o que Ele queria que eles escrevessem
e fizessem de maneira que até as palavras usadas no original foram só as que
Deus quis. “Porque a profecia nunca foi
produzida pela vontade do homem, mas os homens falaram da parte de Deus
conforme eram movidos pelo Espírito Santo” (2 Pe. 1:21; Jo. 20:21-22.
Enquanto esses homens de Deus estavam
acordados e plenamente conscientes, ou enquanto dormiam e sonhavam, o Espírito
de Deus implantava firmemente as mensagens que emanavam da fonte divina. Ao
receber a mensagem, cabia ao profeta o dever de transmiti-la a outros em forma de
palavras. Quando Moisés e outros profetas fiéis voltarem na ressurreição, eles
sem dúvida poderão confirmar a exatidão dos registos preservados de seus
escritos, pois a sua recriada mente apreciativa provavelmente terá clara
lembrança das comunicações originais. Da mesma forma, o apóstolo Pedro ficou
tão profundamente impressionado com a visão que teve da transfiguração, que
pôde escrever vividamente a respeito de sua magnificência mais de 30 anos
depois (Mt. 17:1-9; 2 Pe. 1:16-21).
Quando Deus usou homens para escreverem os
diversos livros da Bíblia Sagrada, o Seu dedo simbólico, ou Espírito, era
também o Poder que movia a pena desses homens. O Espírito Santo de Deus é
invisível, mas, tem estado maravilhosamente presente, com o resultado visível e
tangível de a humanidade receber a prezada dádiva da Palavra da verdade de
Deus, Sua Bíblia. É incontestável que o Autor da Bíblia é Deus, o Comunicador
celestial.
A palavra grega traduzida por “inspiração
de Deus” significa “soprada divinamente”. É o único lugar na Bíblia em que é
utilizada.
Tal como Deus soprou vida em Adão, Deus
filho, a Palavra viva, soprou a Sua vida nas Escrituras. A Palavra está viva
porque contém a vida do próprio Deus.
O apóstolo João explicou isto. “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava
com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo. 1:1).
2.2 Inspiração Confirmada
Por ser Deus todo-poderoso, cheio de
sabedoria e completamente perfeito, a Sua Palavra, por sua própria natureza,
terá as mesmas características. Os mesmos versos que estabelecem a inspiração
das Escrituras também estabelecem que são tanto livres de erro quanto
revestidas de autoridade. Sem dúvidas, a Bíblia é o que afirma ser: a inegável
e autorizada Palavra de Deus para a humanidade.
A Bíblia é inspirada por Deus não só no
tocante ao tema, mas em cada palavra até ao mínimo pormenor cada “jota e til”.
Isto é confirmado pelo profeta Jeremias e pelos apóstolos Mateus e João.
Jesus confirmou a autoridade da Bíblia. Ele confirmou a
inspiração do Antigo Testamento. Afirmou, também, que tudo quanto Ele disse foi
recebido da parte do Pai e é verdadeiro (Jo. 5:19, 30-31; 7:16; 8:26). Muitas
vezes, ao referir-se às Escrituras, disse: “não lestes...”? ou “está escrito”.
Ele disse que a Escritura não podia falhar (Jo. 10:35), e nem mesmo um i ou um
til jamais passaria da lei até que tudo se cumprisse (Mt. 5:18).
Jesus afirmou a autoridade dos apóstolos. Ele prometeu enviar o
Espírito Santo, o qual os guiaria para revelar toda a verdade (Jo. 14:26; 15:26-27;
16:12-13). Enviou os apóstolos com a missão de lhe servirem como porta-vozes e
representantes (Jo. 20:21; Mt. 28:19-20; At. 1:8). Os próprios apóstolos
afirmaram ter recebido a sua mensagem por revelação de Deus (Ef. 3:3-5; 1 Ts. 4:2;
1 Co. 2:10-13).
A mensagem dos apóstolos é registada na
Bíblia. Isso significa que as palavras das Escrituras são os mandamentos de
Deus (1 Co. 14:37). A Bíblia é a revelação de Deus para o homem; é a nossa
autoridade. As suas palavras são as palavras de vida eterna, as quais nos
julgarão no último dia (Jo. 6:68; 12:48).
A inspiração da Bíblia é confirmada pelas
profecias cumpridas. Daniel predisse a ascensão e a queda de potências
mundiais, bem como a época em que o Messias viria e seria morto (Dn. 2:8;
9:24-27). Hoje se cumprem ainda outras profecias, identificando os tempos
atuais como os “últimos dias”. (2 Tm. 3:1-5; Mt. 24). Tal presciência está além
da capacidade humana (Is. 41:23).
Jeremias revela alguns dos processos de
inspiração ao falar das instruções que recebe de Deus. “Toma o rolo dum livro, e escreve nele todas as palavras que te hei
falado contra Israel, contra Judá e contra todas as nações, desde o dia em que
eu te falei, desde os dias de Josias até o dia de hoje” (Jr. 36:2).
Os escritores das Escrituras deviam
escrever no rolo de um livro todas as palavras que Deus lhes falava através do
Espírito Santo. Portanto, cada palavra, nas escrituras originais, foram
inspiradas directamente por Deus.
O apóstolo Mateus escreveu: “Porque em verdade vos digo que, até que o
céu e a terra passem, de modo nenhum passará da lei um só i ou um só til, até
que tudo seja cumprido” (Mt.
5:18).
O apóstolo João afirmou: “...escreve, pois, as coisas que tens visto,
e as que são, e as que depois destas hão-de suceder” (Ap. 1:19).
O apóstolo Paulo afirma que toda a
Escritura é inspirada por Deus. A palavra “inspirada” (gr. theopneustos) provém
de duas palavras gregas: Theos, que significa “Deus”, e pneuo, que significa
“respirar”. Sendo assim, “inspirado” significa “respirado por Deus”. Toda a
Escritora, portanto, é respirada por Deus; é a própria vida e Palavra de Deus.
A Bíblia, nas palavras dos seus manuscritos originais, não contém erro; sendo
absolutamente verdadeira, fidedigna e infalível. Esta verdade permanece
inabalável, não somente quando a Bíblia trata da salvação, dos valores éticos e
da moral, como também está isenta de erro em tudo aquilo que ela trata,
inclusive a história e o cosmos (cf. 2 Pe. 1:20-21; note também a atitude do
salmista para com as Escrituras no Salmo 119).
Os escritores das Escrituras deviam escrever
as verdades que lhes foram reveladas pelo Espírito Santo. Ele inspirava-os a
escrever cada palavra das coisas que viam no Espírito, as coisas que existiam
ao tempo em que escreveram e as coisas que Ele lhes revelava e que iam ocorrer
no futuro.
O processo de inspiração vinha como
pensamentos que eram expressos segundo as palavras exactas dadas por meio de
visões e revelações sobrenaturais. Embora utilizando a personalidade de autores
humanos, cada Palavra das Escrituras originais foi inspirada (ou soprada) pela
acção sobrenatural do Espírito Santo.
A inspirada Palavra de Deus é a expressão da sabedoria
e do caráter de Deus e pode, portanto, transmitir sabedoria e vida espiritual
através da fé em Cristo (Mt. 4.4; Jo. 6:63; 2 Tm. 3:15; 1 Pe. 2:2).
3. A Absoluta Infalibilidade
da Bíblia
A “Infalibilidade” pode ser chamada de
consequência subjetiva da inspiração divina, isto é, define a Escritura como
confiável e fidedigna para aquele que se volta para ela em busca da verdade de
Deus. Como fonte da verdade, a Bíblia é “indefectível” (ou seja, não pode
falhar ou insurgir-se contra o padrão da verdade). Consequentemente, nunca
falhará ou decepcionará qualquer um que confie nela.
A “infalibilidade” é um termo teológico
usado por muitos cristãos para definir a singularidade da Bíblia. Os cristãos
acreditam que Deus comunicou as Boas Novas de salvação não só “em pessoa”,
através de Jesus Cristo, mas também “por escrito”, através da Bíblia. Por
conseguinte, os cristãos sempre consideram a Bíblia uma obra incomparável e
qualitativamente diferente em relação aos outros livros.
A infalibilidade da Bíblia acompanha
necessariamente a Sua inspiração e unidade. A Bíblia não contém erros, Ela está
certa em todas as suas afirmações. Visto que Deus não mente nem erra, e a
Bíblia é a Sua Palavra, segue-se que tudo o que Ela afirma tem que ser verdade (Jo.
10:35 Lc. 16:17 2 Tm. 3:16-17).
A infalibilidade das Escrituras é revelada
na Palavra ao referir-se à fidedignidade da Palavra de Deus. Foi-nos ela
entregue, a fim de que reconheçamos a Deus como o Ser Supremo por excelência e
a seu Filho Unigénito como o nosso Salvador.
Afirmou Thomas Brown que a Bíblia Sagrada,
além de ser a Palavra de Deus, é a mais sublime obra literária já produzida.
Somos constrangidos a concordar com Brown. Tudo nela é singular: estilo,
correção, graça e proposta. Sua singularidade, porém, acha-se no facto de ela
ser a Palavra de Deus. Que outro livro pode fazer semelhante reivindicação?
Embora produzida no contexto histórico e cultural judaico, ninguém haverá de
negar-lhe a universalidade. É o único livro contemporâneo de toda a humanidade;
sua mensagem não se perde com o tempo.
A infalibilidade da Bíblia decorre do facto
de ser um livro de origem divina, pela inspiração e revelação do Espírito
Santo; e por ser um livro cuja mensagem, em termos de história, profecia, e
escatologia, têm a supervisão divina. Diz a Palavra: “E disse-me o Senhor: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra
para a cumprir” (Jr. 1:12). A Bíblia é infalível porque é Deus quem garante
a sua veracidade e cumprimento. Deus vela por Ela. Ainda que, por permissão do
próprio Deus, há tantos adversários da Bíblia, o Senhor vela para que a
mensagem bíblica se cumpra de modo cabal e perfeito. Deus, Soberano do
universo, tem o pleno controle dos factos e dos homens, de tal forma que,
queiram ou não, os acontecimentos confirmam as afirmações e previsões,
constantes da Bíblia.
A Palavra de Deus é considerada “mais
segura” do que a maior experiência que Pedro teve no monte da Transfiguração com
Jesus. Depois de descrever esta grande experiência, Pedro afirmou: “E temos ainda mais firme a palavra
profética à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma candeia que alumia em
lugar escuro...” (2 Pe. 1:19).
A certeza das Escrituras foi atestada por
Lucas. Começou o seu relato evangelístico escrevendo a palavra que lhe foi
entregue. Continua dizendo que estas coisas foram escritas para teres a
certeza das coisas em que foste instruído (Lc. 1:4).
O Apóstolo João escreveu sobre a verdade
absoluta de toda a Escritura. “E é quem
viu isso que dá testemunho, e o seu testemunho é verdadeiro; e sabe que diz a
verdade, para que também vós creiais” (Jo. 19:35).
As Escrituras são dignas da nossa aceitação. O Apóstolo Paulo diz em 1 Timóteo 4:9: “Fiel é esta palavra e digna de toda
aceitação”.
4. A Absoluta Autoridade da
Bíblia
A autoridade da Bíblia
significa que todas as palavras dela são palavras de Deus de tal modo que
descrer ou desobedecer a qualquer palavra da Bíblia é descrer ou desobedecer a
Deus. A Bíblia é a autoridade absoluta, é a autoridade final em todas as
questões de fé e prática porque a Bíblia é inspirada por Deus e tem a
autoridade absoluta de Deus em si mesma. A Bíblia não é simplesmente como um
livro de bons conselhos que o homem pode adotar livremente, se assim o
considera conveniente, ou rejeitar se assim lhe parece mais oportuno. A Bíblia
é uma norma absoluta à qual deve submeter-se totalmente. A Bíblia lhe dita o
que deve crer e o que deve fazer; fala com força imperativa. Se a Bíblia fala,
somente há uma alternativa: obedecer.
Angus-Green disse que “os melhores homens
e os melhores sábios têm testemunhado de seu poder como instrumento de
iluminação e santidade, e, visto que foi preparada por homens que “falaram da
parte de Deus movidos pelo Espírito santo”, a fim de revelar o “único Deus
verdadeiro e Jesus Cristo a quem Ele enviou”, ela possui por isso os mais
fortes direitos à nossa consideração atenciosa e reverente”.
Nossa fonte de
conhecimento é a Palavra de Deus. Através dela o Senhor se dá a conhecer de um
modo especial. Ela é o nosso objeto de estudo para conhecermos verdadeiramente
quem é o nosso Deus, e qual a Sua vontade para todo ser humano. Para isso é
necessário sabermos o que é a Bíblia. É indispensável termos a convicção do que
estaremos aprendendo.
Não obstante
haver diferentes fontes da verdade, nós podemos afirmar que somente a Bíblia
possui autoridade final e absoluta. A razão de sua absoluta autoridade deve-se
ao facto dela ser a única a nos dar a verdade absoluta, uma vez que é a única
inspirada por Aquele que é a fonte da verdade, Deus. Podemos até afirmar
também, com base em João 17:17, que ela é a verdade.
É impossível
interpretar a Bíblia corretamente sem a convicção de que toda a Bíblia é a
Palavra de Deus. Nós não temos o direito de rejeitar certas partes da Bíblia
porque elas se opõem às nossas tradições, opiniões, ou estilos de vida.
Definitivamente
a Bíblia é o padrão da verdade, uma vez que orienta o homem em tudo o que ele
precisa saber; inclusive quanto à vontade de seu Criador. Por se tratar da
autoridade final, nela nós julgamos todas as coisas.
4.1 Distinguindo o Certo do Errado
A história de Daniel na cova dos leões é
por certo uma das mais conhecidas da Bíblia. Daniel se achava com 85 anos aproximadamente
quando Deus o livrou dos leões famintos. Esse facto nos faz recordar que o Deus
que libertou a Daniel daquela probante experiência, é o mesmo que nos resgata
das perplexidades que temos de enfrentar na vida. A Babilónia cai e cede seu
domínio aos medos e persas. O novo rei, Dario, constituiu uma estrutura
bastante avantajada para administrar os interesses do reino. Ela consistia de
120 sátrapas (governadores), e sobre estes, três presidentes, dos quais Daniel
era o principal. O rei Dario achou em Daniel um homem íntegro e o constituiu
como homem de confiança no primeiro escalão de seu governo. Um exemplo de
servidor público que exerceu as suas funções exemplarmente. A sua fé em Deus o
fez honesto e fidedigno em suas responsabilidades profissionais. Ele é um dos
poucos personagens sobre quem a Bíblia não regista nada de negativo. Mas isso
não o impediu de ser lançado à cova dos leões. Em certo sentido o capítulo 6 de
Daniel fornece um esboço claro do que é certo e errado, descreve a trajetória
de um grande homem de Deus e seu final feliz. “A boca dos que seguem Deus fala com a sabedoria, distinguindo o certo
do errado. A lei de Deus está nos seus corações; os seus passos serão sempre
direitos” (Sl. 37:30-31).
Deus revelou a verdade como certa e absoluta.
Deus não nos deu meramente ideias subjetivas para serem moldadas de modo a se
ajustarem às nossas situações. Ele não aprova distorções ou modificações das
Escrituras para que se ajustem aos nossos caprichos. Deus certamente não nos
deixou num mar de dúvidas onde nada podemos saber com certeza.
Devemos escolher como responder a esta
revelação de Deus. Nós podemos obedecê-la ou rejeitá-la. Temos a liberdade de
aceitar tudo o que Deus disse, ou somente as partes que nos interessam. Mas
quando decidirmos como responder a ela, devemos de nos lembrar de que nada do
que fizermos irá mudar a veracidade de suas palavras. Três mil anos atrás aproximadamente
o escritor de Salmos disse: “Para sempre,
ó Senhor está firmada a tua palavra no céu” (Sl. 119:89).
Jesus acrescentou: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo. 8:32). Jesus não
mostra a “verdade” como um objetivo ilusório e inatingível. Ele diz: “Conhecereis
a verdade”. Jesus plenamente ensinou que podemos e devemos conhecer a verdade.
Podemos conhecer a verdade hoje do mesmo jeito que o povo de Bereia o fez no
primeiro século: Eles procuraram por ela nas Escrituras (veja At. 17:11).
Podemos distinguir o certo do errado. Paulo instruiu os Tessalonicenses: “Julgai todas as coisas, retende o que é bom;
abstende-vos de toda a forma de mal” (1 Ts. 5:21-22). Ainda hoje é verdade
que a “lâmpada para os meus pés é a tua
palavra, e luz para os meus caminhos” (Sl. 119:105).
As pessoas que escreveram o Novo
Testamento confidentemente declaram que é possível saber a verdade. Em Hebreus
10:26, o escritor fala das pessoas que tinham “recebido o pleno conhecimento da
verdade”. João falou com pessoas que receberam este conhecimento da verdade (1
Jo. 2:21). Paulo condenou aqueles que estão “sempre aprendendo mas que jamais podem chegar ao conhecimento da
verdade” (2 Tm. 3:7). Por que receberam tão severa crítica? Porque eles
fracassaram em aprender a verdade, resistindo assim à palavra de Deus. Eles não
compreenderam a verdade porque assim não a quiseram (veja 2 Tm. 3:8). Nós
podemos saber a verdade.
Contrariamente ao ensino da moderna
filosofia há verdades, valores, éticas e autoridade absolutas no universo.
Esses absolutos estão revelados na Palavra de Deus. É através destes absolutos
que podemos distinguir o certo do errado. A Bíblia é a única autoridade
absoluta para a nossa vida. “Escondi a
tua palavra no meu coração, para não pecar contra ti” (Sl. 119:11).
4.2 Um Único Evangelho Verdadeiro
Há uma unidade no evangelho pregado por
Paulo, Pedro, Tiago ou João. De facto, eles tinham diferentes círculos de
atuação, ênfases, personalidades e culturas. Afinal, abordar pagãos requeria um
outro tipo de abordagem, distinto da abordagem de Tiago, por exemplo, que
pregava aos judeus. Porém, a essência da mensagem não sofria alterações.
Lutero, em certa ocasião, revoltado com a maneira como o evangelho do Senhor
Jesus Cristo estava sendo adulterado, escreve aquelas 95 teses e prega numa
catedral, com o intuito de demonstrar que a fé na obra graciosa de Deus era o
único caminho para a salvação.
A Bíblia não dá margem para alterações no
evangelho e, infelizmente, nos nossos dias, são inúmeras as mensagens que não
enfocam as Escrituras, mas uma falsa prosperidade – se você crer não ficará
doente, ou enriquecerá. Nós vivemos dias em que, por conta do consumismo, a
teologia tem sido adaptada para nos satisfazer. Entenda que não temos essa
liberdade de adaptar e mudar a mensagem pregada pelos apóstolos. Leia o
seguinte texto e reflita sobre o que é o verdadeiro evangelho:
“Vivemos tempos em que ‘tolerância’ é a
palavra-chave. Se pensarmos da perspectiva do amor, devemos ‘tudo sofrer, tudo
crer, tudo suportar, tudo esperar’. No campo do amor, nossa tolerância,
paciência, socorro, e cuidado devem se destacar, fazer parte de nossas vidas, e
por isso sermos conhecidos, como disse o Senhor: ‘Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns
para com os outros..’ Seremos verdadeiros discípulos de Jesus se pudermos
amar ainda com nossos limites, mas tendo sempre o autêntico desejo de amar como
o Senhor nos amou. Afinal, este é o Seu maior mandamento: que nos amemos uns
aos outros, como Ele nos amou. Ele é, portanto, o espelho que devemos ter.
Quanto à fé, porém, não há tolerância e
nem negociação. Atitudes de tolerância, gestos mesquinhos e falta de
sensibilidade têm marcado o relacionamento humano que anda cada vez mais longe
da vontade do Pai celestial. Não vamos nos curvar diante de radicalismos ou liberalismos,
que propõem acrescentar, ignorar ou retirar parte do evangelho. Não vamos
tolerar sacrificar a verdade do evangelho, isto é: Jesus morreu pagando
cabalmente os nossos pecados exclusivamente por graça, e que pela fé somente
somos salvos”.
Devemos estar prontos a perder, vida,
família, bens, mulher, como disse Lutero; mas jamais abrir mão do único, puro,
divino, e verdadeiro evangelho da graça de Deus, proposto por Jesus em sua
morte e ressurreição.
Podemos por isso ser tachados de radicais
ou liberais; podemos ser desprezados ou mortos como tantos já o foram; mas
jamais negociaremos a verdade proposta por Deus Pai, realizada por Seu Filho
Jesus, e desfrutada exclusivamente pela fé, por todos aqueles que crêem que
Jesus, o Cristo, deixou sua glória celestial, para vergonhosamente, por amor,
morrer por nós, sofrendo assim eficientemente pelos nossos pecados.
É tempo de se posicionar! Deve-se romper
com a confiança no aperfeiçoamento pessoal, no legalismo que busca cumprir
preceitos para ser aceito por Deus.
Deve-se romper com a confiança em
santinhos e toda a forma de ídolos, como se fossem intermediários entre nós e
Deus. É tempo de se posicionar confiantemente na obra suficiente do nosso
Senhor Jesus Cristo. Ele abriu a porta para que incondicionalmente possamos nos
achegar a Deus com a certeza de sermos acolhidos.
É tempo de, também, os que já são
cristãos, não nominais, mas os que já aceitaram a Cristo como único e
suficiente salvador, de se sujeitarem a Ele, e dele aprenderem sem os filtros
humanistas que anulam a graça e a autoridade de nosso Deus. Aquele Cordeiro que
foi morto é também o Leão, o Rei perante quem haveremos de prestar contas pelo
que fizermos com tão grande salvação que nos foi estendida. Não há nada mais a
priorizar e anunciar além desta mensagem.
Não há outro evangelho verdadeiro a não
ser o revelado na Palavra de Deus. “Mas,
ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregasse outro evangelho além do que
já vos pregamos, seja anátema” (Gl. 1:8).
4.3 Autoridade Absoluta
Deus é o foco central no Seu Reino e está
acima de tudo e de todos, não estando sujeito a nenhuma forma de governo, poder
e autoridade. A Palavra de Deus é Lei que não se pode revogar! Deus é a
autoridade absoluta e única, porque Ele é o Rei de todo o universo. O Senhor é
Rei e seu Reino vive debaixo de sua Palavra que é a Lei do Reino. O que Ele
diz, simplesmente é! Tanto a Sua Palavra como a Sua vontade são perfeitas,
soberanas e indiscutíveis. Tudo o que o Senhor Jesus dizia e fazia eram actos
soberanos do Rei e fluíam segundo a Sua própria autoridade.
A palavra de Deus é a autoridade
independente se crermos nela ou não. A autoridade de Deus é a verdade e a
verdade é o próprio Deus. (Jo. 14:6; 1:17; Dt. 32:4) Quem não gostaria de ser bem-sucedido
na vida? Quem não gostaria de estar no caminho certo? Para alcançar esta bênção
precisamos de crer nela e obedecê-la. Nossa vontade precisa estar alinhada à de
Deus. É quando nos submetemos à Palavra que demonstramos o nosso amor a Deus.
Cristo afirmou: “Aquele que tem os meus
mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de
meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele.” (Jo. 14:21)
A Palavra de Deus é a autoridade suprema
em que todas as questões doutrinárias e eclesiásticas devem ser decididas (Dt.
4:2). Esta doutrina é importantíssima para a purificação da Igreja. Tudo o que
nela não se lê, nem por ela se pode provar, não deve ser exigido de pessoa
alguma que seja crido como artigo de Fé ou, julgado como exigência ou,
necessário para a salvação. Na Bíblia o homem encontra tudo o que precisa
saber, e tudo o que necessita fazer a fim de que seja salvo, e viva de modo
agradável a Deus, servindo e adorando-O (2 Tm. 3:16-17; 1 Jo. 4:1; Ap. 22:18).
Somente a Palavra de Deus é autoridade absoluta para definir as nossas
convicções, porque apenas nela encontramos a verdadeira sabedoria do alto. Ela
rege as nossas decisões e molda o nosso comportamento, como também determina a
qualidade dos nossos relacionamentos.
A Palavra de Deus é a autoridade absoluta
porque é a verdade absoluta. Jesus disse: “Santifica-os
na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo. 17:17).
4.4 Exige Obediência
Para manter a autoridade da Palavra de
Deus temos de nos submeter a ela com todo o nosso coração. É absolutamente
necessário que reconheçamos a autoridade da Palavra de Deus e que possuamos uma
noção básica do que ela significa. A autoridade absoluta da Palavra de Deus
exige a nossa obediência.
A maior das exigências que Deus faz ao
homem não é a de carregar a cruz, servir, fazer ofertas, ou negar-se a si
mesmo. A maior das exigências é que obedeça de modo a tornar visível os traços
característicos de Jesus. Para que a autoridade se expresse é preciso que haja
submissão. Se é preciso que haja submissão, o ego precisa ficar excluído. “Mas, se alguém não obedecer à nossa palavra
por esta carta, notai-o e não tenhais relações com ele, para que se envergonhe”
(2 Ts. 3:14). É impossível edificar uma vida se ela não estiver debaixo de
autoridade. Para se edificar as vidas é necessário que haja submissão.
Por causa da autoridade absoluta da
Palavra de Deus, só podemos ser abençoados se lermos, ouvirmos e guardarmos as
suas verdades. “Não se aparte da tua boca
o livro desta lei, antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de
fazer conforme tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o
teu caminho, e serás bem-sucedido” (Js. 1:8).
Deus quer a nossa obediência, e exige de
nós o cumprimento de algumas condições para receber o benefício do sangue de Jesus.
Para ser salvo, é necessário respeitar a palavra do Senhor, fazendo a vontade
do Pai que está nos céus.
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