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terça-feira, 11 de junho de 2013

Vinho Novo – Odres Novos

O Senhor Jesus disse: Ninguém deita remendo de pano novo em roupa velha, porque semelhante remendo rompe a roupa, e faz-se maior a rotura. Nem se deita vinho novo em odres velhos; aliás rompem-se os odres, e entorna-se o vinho, e os odres estragam-se; mas deita-se vinho novo em odres novos, e assim ambos se conservam” (Mt. 9:16-17).

        Introdução

Jesus traz ensinamentos importantes à igreja, através do dia-a-dia dos seus discípulos. A parábola fala do vestuário e do vinho não como uma simples repetição; mas porque o vestuário representa a verdade em seus usos externos, como uma vestimenta do espírito, e o vinho representa a verdade interna, com aplicação interna, aquecendo e reanimando o espírito, como o vinho aquece e reanima o corpo.
Jesus ao apresentar esta parábola, faz distinção entre algo essencial e primário (o vinho) e algo secundário, mas também necessário e útil (os odres). Odres seriam supérfluos sem o vinho. Essa distinção é fundamental para a vida diária da igreja. Existe aquilo que é novo, poderoso e essencial – o Evangelho de Jesus Cristo. E existe aquilo que é secundário, feito por mãos humanas. São os odres - tradições, estruturas, padrões de conduta e ação, que se desenvolvem ao redor do evangelho. Por isso Jesus diz: “ninguém põe vinho novo em odres velhos, se o fizer, o vinho novo rebentará os odres, e o vinho derramará e estragarão”.
Aprendemos aqui duas coisas. Em primeiro lugar, esta parábola nos lembra que Deus é sempre um Deus de novidades. O evangelho é sempre novo. Hebreus 10:20 fala sobre o “novo e vivo caminho”. E Jesus disse na noite da última ceia: “isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança” (Mt. 26:28). É verdade que Hebreus 13:8 também diz que “Jesus Cristo, ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre”. Mas isso não significa que Deus seja estático ou estacionário. Em todas as épocas, o verdadeiro evangelho bíblico é uma mensagem de novidade, de renovação radical.
Em segundo lugar, existe a necessidade de odres novos, isso porque os odres não são eternos nem sagrados. À medida que o tempo passa, eles precisam de ser substituídos - não porque o Evangelho muda, mas porque o próprio evangelho exige e produz mudanças. Vinho novo deve ser colocado em odres novos. Cristo quer derramar do seu poder, da sua unção, da sua graça, do seu amor sobre a igreja, só que Ele está encontrando odres velhos, com estruturas velhas, obsoletas, cheias de tradições, de velhos hábitos.
Todas as épocas experimentam a tentação de esquecer que o evangelho é sempre novo. Tentamos conservar o vinho novo do evangelho em odres velhos. Porém, com o tempo os odres velhos começam a atrofiar o evangelho. Então, eles têm que ser rompidos, para que o poder do evangelho seja liberado novamente. As coisas criadas com o objectivo inicial de ajudar o evangelho tornam-se, no final, obstáculos – odres velhos. E aí Deus tem de destruí-los ou abandoná-los de modo que o vinho do evangelho possa renovar mais uma vez o nosso mundo.
O evangelho continua novo em nossos dias. Ele ainda é “o poder de Deus”. Ele ainda está rompendo odres velhos e fluindo para dentro do mundo.
1.     As Vestes e o Vinho
a) “Ninguém Põe Remendo de Pano Novo em Pano Velho”.
O remendo novo em pano velho vai rasgar na primeira lavagem. O pano novo ainda não está encolhido com as lavagens, de modo que o uso de pano novo em roupa velha causaria o rompimento da roupa velha pois o pano novo vai encolher quando for lavado.
Os vestuários, servindo para proteger e cobrir o homem, representam as verdades que espiritualmente vestem e protegem as nossas afeições. Um bom impulso, uma boa afeição, sem a proteção concedida por um inteligente conhecimento da verdade, muitas vezes produz perturbações por ser mal dirigido. Por exemplo: a afeição de uma mãe por seus filhos, não sendo orientada por uma inteligência esclarecida, pode muitas vezes prejudicar esses filhos, criando-os cheios de defeitos que não soube corrigir.
Quando se diz a Jerusalém: “Põe os teus mais belos vestidos, oh! Jerusalém, cidade santa”! Isto significa que a Igreja, a Jerusalém espiritual, deve adornar-se com as mais belas verdades da palavra, e ensiná-las para embelezar a vida dos homens. O hábito de vestir as nossas melhores roupas quando vamos ao culto ou a uma festa representa o hábito mental de vestirmos o nosso espírito com as verdades da Palavra, quando nos aproximamos do Senhor e quando testemunhamos a nossa alegria pelas bênçãos que Ele nos dá. As vestes sacerdotais do culto judaico foram reguladas pelo Senhor de modo a representar a sucessão que deve revestir as nossas afeições em suas diferentes manifestações. Os vestuários de puro linho mencionados na revelação, que revestem os remidos no mundo espiritual, representam as verdades puras que, uma vez praticadas, purificam a vida dos homens.
b) “Ninguém Põe Vinho novo em Odres Velhos”.
O Odre não é uma figura do nosso tempo, muitas pessoas não sabem o que é, tem apenas uma ideia do que significa esta palavra, mas no tempo de Jesus era uma figura, um objeto muito comum. O vinho era feito com um processo bem artesanal, as uvas eram pisadas, tirando todo o sumo, prensadas e colocadas num buraco na terra coberto com pedras, ou na rocha, depois de passar por aquele lugar o sumo fluía por um canal onde ele passava para um segundo compartimento e passava pela primeira fermentação. No clima quente do oriente médio, a fermentação acontecia muito rápido não tinha como impedir, e logo depois desta primeira fermentação, passava por uma peneira e todos os coroços, sedimentos, cascas da uva era retirado e aquele segundo sumo então era escoado. Depois de 4 a 6 dias esse segundo sumo era derramado em vasos de barros que eram revestidos com couro, com a pele de animais para mais uma fermentação e para ficarem ali num depósito, dentro daquelas peles.
Os odres, sendo vasos destinados a conter vinho, representam doutrinas que sustentam e contêm a verdade. A doutrina é necessária para o entendimento e compreensão da verdade e para conservá-la em condições de ser usada. Os odres mencionados no texto eram confeccionados de pele de cabra ou outro animal, costurados nas extremidades formando uma bolsa, feitos para reter líquidos. Nos tempos de Jesus eram usados para conter o sumo da uva, que fermentava e dava origem ao vinho.
O ponto a que Jesus queria chegar era facilmente compreendido na sua época, porque todo o mundo sabia que não podia colocar vinho novo em odres velhos, porque se perdia o vinho e se perdia o odre. Ninguém colocava não suportavam a pressão. Assim também nós podemos entender o começo da passagem quando Jesus fala do tecido, o pano novo colocado em roupa velha, vinho novo em peles velhas, peles que não eram mais flexíveis, que - Ninguém põe remendo de pano novo em roupa velha, pois o remendo forçará a roupa tornando pior o rasgo, o pano novo ele encolhe, a roupa nova tem essa característica, e se perde. Esta parte do texto é mais simples para nós entendermos nos dias de hoje.
Jesus disse que o vinho novo (vida no Espírito) só pode ser colocado dentro de odre novo. Quando novos, eram elásticos, de modo que podiam se dilatar sem arrebentar, quando cheios de vinho novo ainda sujeito a fermentação. A razão de não poder pôr o vinho novo em odres que já foram usados anteriormente, ou seja, que já tenham sido esticados até o seu limite máximo, era que quando o vinho fermentasse e começasse a se expandir, ou seja, a crescer em volume, os odres velhos não suportaria e rompiam-se (Lc 5:37). Os odres velhos, já estão em seus limites de espaço e portanto, não suportam a pressão do vinho novo, no entanto, todo o vinho novo por não haver passado pelo processo de fermentação, deveria ser posto em odres novos. O odre novo é capaz de se esticar, se expandir junto com o vinho, ele é maleável.
Para viver a vida de Jesus, sendo guiado pelo Espírito de Deus, é necessário ser maleável à vontade de Deus, é necessário estar disposto a ultrapassar as barreiras da religiosidade, do legalismo, daquilo que pensamos com nossa mente carnal e limitada. É necessário estar disposto a abrir mão de seus próprios interesses por amor a Cristo.
Precisamos de ser como odres novos, para o Espírito Santo fazer em nós e através de nós o que for a sua vontade.
O vinho novo equivale à mensagem do evangelho, que Paulo demonstrou ser loucura para os que perecem, mas para os que crêem, poder de Deus.
O vinho corresponde à verdade espiritual, por essa razão o vinho é usado na Ceia do Senhor para representar a recepção da verdade espiritual. Na escritura fala-se muito em vinho, sempre com a significação da verdade espiritual; só quando é mencionado como um mau vinho é que representa a falsidade ou a verdade pervertida.
O que Jesus quer dizer é que não dá para colocar ensinamento novo, em base velha. Esta é a proposta de Jesus Cristo. Ele oferece uma ótima bebida, um vinho novo, que precisa de “odres novos”, isto é, precisa de ser derramado num novo tipo de pessoas, vidas alegres e felizes, capazes de seguir os seus passos, a saber, pessoas que existem a partir de sua experiência de Deus, e da relação pessoal com o Espírito Santo de Deus, o que a Bíblia vai chamar de “novo nascimento”. Não se pode viver a mensagem, estrutura e mente nova, mas num fundamento, estrutura e conceitos antigos.
Darei a eles um coração não dividido e porei um novo espírito dentro deles; retirarei deles o coração de pedra e lhes darei um coração de carne” (Ez. 11:19).
O vinho novo da nova aliança celebrada no sangue de Jesus implica pessoas novas, transformadas pela experiência de Deus e guiadas pelo Espírito de Deus. Nenhum argumento ou instrumento de controle humano pode determinar a vida de qualquer pessoa na nova aliança. Somente o Espírito de Deus pode gerar pessoas embriagadas pelo vinho novo do Evangelho de Jesus Cristo. E as pessoas que beberem do vinho novo do Evangelho de Jesus Cristo jamais dependerão de qualquer argumento ou sistema de controle humano, pois serão o que serão pela atuação e graça de Deus em suas vidas (1 Co. 15:10).
Deus quer fazer algo novo nas nossas vidas, porque Deus quer mudar algo nas nossas estruturas. Deus quer despertar-nos para algo novo. Deus quer nos renovar, fazer coisas novas na nossa vida.  Deus é poderoso para nos tornar odres novos, para nos tornar maleáveis outra vez, e de novo, e de novo e quantas vezes for preciso, se deixarmos Deus mudar a nossa estrutura, e nos colocarmos na dependência dEle, para nos ensinar coisas novas a seu respeito, novos desafios, novas conquistas, novas experiências com Ele. Não precisamos de viver saudosos de um tempo que não volta mais, contando experiências de 5, 10, 15, 20 anos atrás, porque Deus tem muito mais para nós.
1) Exemplos de homens que foram transformados em odres novos.
Veja o que Jesus disse a Paulo a caminho de Damasco: (Ele não era um homem mau, era fiel a uma estrutura em que foi formado, fiel às suas convicções, agia crendo que estava sendo fiel a Deus, Atos 26:12 ,15,) quando caiu do cavalo: “Dura coisa te é recalcitrar contra os aguilhões”.
Ir contra Deus é dura coisa, é machucar-se, é debater-se contra pontas de ferro, é ferir-se a si mesmo, porque ninguém pode ir contra Deus. Se tem resistido ao processo de Deus na sua vida, deve render-se ao novo de Deus na sua vida. “Não vos lembreis das coisas passadas, nem considereis as antigas. Eis que faço uma coisa nova, agora sairá à luz; porventura não a percebeis? Eis que porei um caminho no deserto, e rios no ermo. A esse povo que formei para mim; o meu louvor relatarão” (Is. 43:18, 21).
Deus está fazendo coisas novas, mas muitas pessoas não percebem, são como Israel que se apegavam à glória do mar vermelho que se abriu, dos milagres no deserto.
Deus quer nos levar a novos níveis de entendimento. Eu quero o novo de Deus na minha vida! Deus é fiel para completar a boa obra. Deus quer se revelar a si de uma nova forma, o vinho velho acabou, ele não existe mais, mas o vinho novo está aqui e uma nova alegria Deus quer lhe dar, deixe a forma de viver antiga para trás, o espirito santo vai ajudá-lo a suportar esta pressão. Receba o novo de Deus, entregue-se ao Senhor a cada manhã, porque as misericórdias do Senhor são causa de não sermos consumidos. A cada manhã e cada dia Deus continua fazendo coisas novas, novas galáxias, novas espécies de animais, de plantas, a cada minuto nasce um novo ser uma nova criação de Deus. Você é algo novo de Deus, como você não existe outro. Deus é tão grande que é impossível alguém afirmar que conhece Deus por inteiro. Deus tem sempre algo novo para nos revelar a seu respeito. Não podemos acreditar e aceitar que já conhecemos tudo; Deus quer fazer um odre novo para receber o novo de Deus.
Seja renovado pelo perdão dos seus pecados, o odre velho se conforma com o pecado, pois cauterizou em sua mente que o pecado é mais forte do que ele, mas isso é mentira do diabo. Se deseja ser um odre novo e receber o vinho novo de Deus, peça ao Senhor, e Ele vai capacitá-lo para enfrentar o novo e desfrutar do novo de Deus. Só você e Deus sabe o quanto precisa de ser tocado pelas mãos transformadoras e restauradoras do Senhor.

2. Tempo do Vinho Novo

O tempo do vinho novo chegou, mas para o receber devemos observar alguns princípios:

a) Precisamos de abrir mão das velhas atitudes.Mas vós não aprendestes assim a Cristo, Se é que o tendes ouvido, e nele fostes ensinados, como está a verdade em Jesus; Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; E vos renoveis no espírito da vossa mente; E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade. Por isso deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo; porque somos membros uns dos outros. Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira. Não deis lugar ao diabo. Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade. Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem. E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção“ (Ef. 4:20-30).

b) Precisamos de abrir mão de traumas, medos, paradigmas, conceitos, de aprender a pensar com mente renovada.E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Rm. 12:2).

c) Precisamos de renovar o nosso espírito diariamente.Por isso não desfalecemos; mas ainda que o nosso homem exterior se esteja consumindo, o interior, contudo, se renova de dia em dia” (2 Co. 4:16).

d) Precisamos de assassinar definitivamente o velho homem.A despojar-vos, quanto ao procedimento anterior, do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; a vos renovar no espírito da vossa mente” (Ef. 4:22-23).

e) Precisamos de jogar no lixo as coisas velhas.E comereis da colheita velha, há muito tempo guardada, e tirareis fora a velha por causa da nova” (Lv. 26:10).

Enquanto guardamos o velho, comemos velharia. O velho pode ser bens antigos, hábitos ultrapassados, sua aparência, uma religião ultrapassada.

f) Não podemos tomar atitudes parciais.Ninguém põe remendo de pano novo em vestido velho; porque semelhante remendo tira parte do vestido, e faz-se maior a rotura; Nem se deita vinho novo em odres velhos; do contrário se rebentam, derrama-se o vinho, e os odres se perdem; mas deita-se vinho novo em odres novos, e assim ambos se conservam” (Mt. 9:16-17).

Para um evangelho radical (bíblico) precisamos de uma igreja radical (bíblica). Para um vinho sempre novo devemos ter continuamente odres novos.

3. Material Bíblico Para Odres Novos

a) A Comunhão do Espírito Santo

A verdadeira comunhão cristã é o dom do Espírito para a Igreja (2 Co. 13:13). A comunhão do Espírito Santo é que caracteriza a Igreja do Novo Testamento. Lamentavelmente essa comunhão está em falta em grande parte da igreja institucional hoje. Ela parece ser apenas mais uma instituição impessoal e fria. Essa lacuna está bem no cerne da impotência, rigidez e irrelevância da igreja atual. A Igreja hoje sofre de uma crise de comunhão. A comunhão do Espírito é a resposta a essa realidade, pois busca estruturas mais íntimas e pessoais. A igreja atual se mostra altamente organizada numa época em que as pessoas não estão preocupadas com organização, mas com relacionamentos pessoais e intimidade.

b) O Que é a “Comunhão do Espírito Santo”?

Em 2 Coríntios 13:13 Paulo ora para que a comunhão do Espírito Santo esteja com os cristãos daquela igreja. Essa comunhão implica numa dimensão vertical e outra horizontal. A dimensão vertical é a relação com Deus e a horizontal, a relação com os demais crentes, através do Espírito Santo. Para que tenhamos a compreensão neotestamentária de comunhão é crucial que estes dois aspectos sejam preservados e mantidos juntos.
É o Espírito Santo quem gera a comunhão com o Pai e entre os crentes. É por isso que no Novo Testamento a comunhão é essencialmente obra do Espírito Santo. A comunhão do Espírito Santo é “uma comunhão com Deus que ele compartilha, mediante o Espírito que habita no seu povo, com os que são membros do Corpo de Cristo. A comunhão do Espírito Santo é a verdadeira descrição da Igreja”. Portanto, é a dimensão vertical que fornece o conteúdo básico para o conceito de comunhão. A comunhão na Igreja é dádiva do Espírito Santo e não característica da nossa humanidade. A comunhão é algo sobrenatural. Portanto: a comunhão não é um ambiente social; por outro lado, também não é uma união mística sem nenhuma relação com a estrutura da igreja. Não é possível ter comunhão com outra pessoa sem que ela esteja presente.
Podemos, então, descrever a comunhão do Espírito Santo como comunhão entre os crentes que o Espírito Santo concede; comunhão de Cristo com seus discípulos; comunhão da igreja primitiva; parte terrena e antegozo da comunhão celestial; semelhante à comunhão que existe entre o Pai e o Filho.

c) Implicações da Comunhão do Espírito Para a Estrutura da Igreja

A comunhão é parte essencial da obra do Espírito Santo. Nesse sentido, a obra do Espírito Santo em cada crente não pode ser separada daquilo que está fazendo na igreja toda. O facto de não enxergarmos a inter-relação vital entre o aspecto individual e coletivo da operação do Espírito Santo empobrece nossa compreensão tanto do cristão quanto da Igreja. Isto porque vê o crescimento espiritual do crente de modo individualizado e, por outro lado, esquece que a comunhão do Espírito Santo é um elemento básico para a estrutura e o ministério da Igreja. Dessa forma, uma conexão natural liga a comunhão do Espírito Santo à estrutura da Igreja:
1)  Proximidade: A comunhão do Espírito Santo requer a igreja reunida.
2)  Comunicação: A comunhão do Espírito Santo requer que a igreja se reúna de tal modo que encoraje e permita a comunicação entre seus membros. Isso logo levanta perguntas sobre a nossa forma de encontros, oração, arquitetura, bancos, culto... A comunhão brota e cresce apenas onde há comunicação.
3)  Liberdade: A comunhão do Espírito Santo requer liberdade. A comunhão do Espírito e a liberdade do Espírito andam juntos (2 Co. 13:17). Onde há comunhão existe abertura. Isso implica em que a igreja providencie estruturas suficientemente informais e íntimas para permitir a liberdade do Espírito. Deve haver uma sensação do inesperado, do não programado, quando os crentes se reúnem. Deve haver liberdade em relação a formas e padrões. Numa reunião mais informal há mais abertura para a ação de Deus e, assim, uma probabilidade maior de experimentar a comunhão do Espírito Santo (Is. 57:15). Isso, evidentemente, não significa declarar a anarquia.
4)  Aprendizagem: O Espírito Santo veio para ensinar! A comunhão do Espírito Santo requer uma disposição ao aprendiz. Jesus disse que quando viesse o Espírito Santo ele ensinaria e faria lembrar os seus discípulos de seu ensino (Jo. 14:26; 16:13). Como foi o Espírito Santo quem inspirou a Escritura e fala por meio dela, revelando Cristo, é natural que a comunhão do Espírito Santo esteja relacionada com o estudo da Bíblia.
O ensino da Escritura acerca do significado da comunhão do Espírito Santo nos leva a considerar que a igreja deve proporcionar estruturas que: os crentes possam estar juntos; a comunicação seja encorajada; haja uma atmosfera de liberdade e permita o estudo da Bíblia.
Na maior parte das vezes a estrutura da igreja tradicional não satisfaz essa necessidade, mas ela pode ser alcançada através do encontro de pequenos grupos caseiros.
“A comunhão no Espírito cresce quando há estruturas para alimentá-la”.





















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