“E
será que, se ouvires a voz do Senhor teu Deus, tendo cuidado de guardar todos
os seus mandamentos que eu hoje te ordeno, o Senhor teu Deus te exaltará sobre
todas as nações da terra. E todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão,
quando ouvires a voz do Senhor teu Deus; Será, porém, que, se não deres ouvidos
à voz do Senhor teu Deus, para não cuidares em cumprir todos os seus
mandamentos e os seus estatutos, que hoje te ordeno, então virão sobre ti todas
estas maldições, e te alcançarão” (Dt. 27:1-2, 15).
Introdução
Este
estudo é de inquestionável importância diante do que temos visto e ouvido no
meio evangélico e em nossa sociedade. Atualmente a palavra obediência parece
andar um tanto esquecida. Fala-se muito em bênçãos e prosperidade, todavia,
muitos se esquecem de que as bênçãos são decorrentes da obediência aos
princípios divinos. Obedecer a Deus não é um fardo, mas uma alegria, pois o
amamos. A obediência é uma prova viva de amor ao Pai Celestial.
Havia
uma nova geração de israelitas que ainda não havia experimentado o milagre no
Mar Vermelho ou escutado a Lei dada no Sinai, e que estava prestes a entrar na
Terra Prometida, uma nova terra com muitos perigos e tentações. O resultado
real do estado de Israel diante de Deus era triste.
Deus
usou Moisés, que foi deixado por sua mãe num cesto no rio para que fosse
encontrado pela filha de Faraó quando ela fosse tomar banho, e que cresceu,
comendo do bom e do melhor, e que recebeu uma educação de acordo com os
ensinamentos hebraicos, para que ele fizesse a diferença no tempo certo.
Para promover o respeito às autoridades
designadas, Moisés associou a si mesmo, nesta hora solene, os anciãos de Israel
e os sacerdotes, e enumera extensamente as maldições da parte de Deus pela
desobediência e as bênçãos pela fidelidade. Eles estavam no terreno da lei... as
suas bênçãos iriam depender de sua obediência! Avisos funestos foram dados
sobre os temíveis resultados da infidelidade. Se Israel, como seu povo santo,
continuar a dar ouvidos à voz do Senhor, seu Deus, receberá maravilhosas
bênçãos, e todos os povos da terra verão que o nome de Deus é invocado sobre
ele. Se, ao contrário, deixar de fazer isso, Deus enviará “a maldição, a
confusão e a reprimenda”. Portanto, Deus é bom e quer nos abençoar
integralmente. Entretanto, Ele também é justiça. A justiça do Pai, assim como a
sua bondade, atinge todas as áreas de nossas vidas.
1.
Deus Fala e Quer
Ser Ouvido.
Moisés
chama a atenção do povo para a necessidade de se “ouvir a voz do Senhor”, como
condição indispensável para um viver próspero. Isto porque as bênçãos do Senhor
são fundamentadas em sua Palavra e qualquer promessa deve estar condicionada
àquilo que ela diz. No discurso de Moisés, há uma extensa lista de bênçãos que
viriam em virtude de uma resposta positiva à Palavra de Deus (Dt. 28:1-14).
Através da
observância da Palavra de Deus, Israel poderia experimentar a verdadeira
prosperidade. A condição para tal pode ser resumida na frase encontrada várias
vezes no Pentateuco: “Se ouvires a minha
voz e, guardares os meus estatutos” (Êx. 15:26; 19:5; Lv. 26:14; Dt. 28:1).
Temos
aqui o oferecimento sincero ou de graça divina ou de juízo divino. O facto de
que Deus chega a revelar essa proposta de relacionamento constituiu graça, pois
seres humanos não possuem meio algum de discernir a vontade de Deus sem direção
claramente dada por Ele. Por isso a oportunidade de os israelitas receberem
bênçãos por fazer o que devem fazer como povo de Deus representa uma
graciosidade ampliada e inesperada. Rejeitar a graça traz catástrofe certa. O
juízo de Deus sempre acompanha a graça rejeitada. Israel só pode merecer
castigo por rejeitar a lei mosaica quanto, em anos futuros, os escritos
proféticos e de sabedoria baseados naquela lei. Cada nova geração deve aprender
os resultados de reagir a Deuteronómio 27 e 28. ”Mas por causa da graça e do amor de Deus, Ele enviou um Salvador, o
qual levou a maldição por nós e nos introduziu na posição de completa bênção”
(Leia Rm. 6:15).
Na
verdade, Deus quer que escutemos a Sua voz! Ele não fala connosco através de um
frio no estômago ou por meio de vibrações ou médiuns. Ouvir a voz de Deus é tão
natural quanto ouvir o melhor amigo conversar consigo. Além do mais, podemos
ouvi-lO todos os dias e não apenas em ocasiões especiais ou ao recitar
encantamentos especiais. Ele fala connosco nos momentos naturais da vida. Quer
ouvir a voz de Deus? Então tem que estar pronto para escutá-la.
Ele
quer que nossos ouvidos estejam abertos e prontos a ouvi-lo ao falar connosco
por meio de Sua Palavra. Às vezes, porém, nossos ouvidos espirituais podem
estar bloqueados pelo ruído de fundo da cultura ao redor ou pelas canções de
sereias da tentação e pecado.
Que
nós possamos, inclinar os nossos corações para o Senhor em total devoção,
mantendo os nossos ouvidos abertos para que sejamos sensíveis à Sua voz. Deus ao
falar, colocará a Sua Palavra em nossos corações e nós aprenderemos dele para com
grande alegria nos deliciarmos com a Sua vontade (Sl. 40:8).
Deus
ama-nos tanto que não só quer falar connosco através da Sua Palavra escrita, em
tempos passados, contida na Bíblia, como também quer comunicar-Se com cada um
de nós pessoalmente, hoje! Ele quer falar consigo, para que tenha a
oportunidade de experimentar a Sua infinita sabedoria e amor, ajudá-lo a
crescer passo a passo, a conhecê-lO e a compreendê-lO melhor.
Deus
é como uma estação transmissora, transmitindo todo o tempo. Assim, como as
ondas invisíveis da rádio, que estão à nossa volta neste exato momento, o
Espírito de Deus está sempre presente, esperando que faça o contato.
A
mão da esperança sintoniza com expectativa, buscando a frequência na qual Deus
está operando e, de repente, a Sua grande estação transmissora irrompe com
volume e potência tremendos e positivos, fazendo com que as mensagens cheguem a
si em alto e bom som!
Aquilo
que ouvir com os ouvidos do seu espírito vem do Senhor. Apenas abra o seu
coração e deixe a luz do sol entrar! Deus quer que queiramos ouvi-lo, que nos
escondamos dos homens, dos sons da terra, das preocupações da vida, para
ouvi-lo. Queiramos falar com Deus, mas queiramos muito mais ouvir a sua voz.
Ele insistirá até que queiramos ouvir.
O
nosso Deus continua falando, através da sua Palavra maravilhosa, através de
seus servos e diretamente ao nosso espírito. Desligue-se um pouco dos sons da
terra, dos compromissos exagerados, das ambições terrenas, dos cuidados deste
mundo. Busque um “cantinho de oração”, um tempo especial com Deus, um lugar
onde conversar com Ele, diariamente.
Procuremos
ouvir a voz do Senhor Jesus nos dizendo: “Vinde
a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.
Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de
coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o
meu fardo é leve” (Mt. 11:28-30).
Lembremo-nos
de Marta e Maria. Duas irmãs, ambas amavam ao Senhor, no entanto uma escolheu a
boa parte. Segundo o próprio Senhor Jesus a atitude de Maria, em se postar aos
seus pés e ouvir os seus ensinamentos era a boa parte e isto ninguém poderia
tirar dela (Lc. 10:42).
Por
fim meditemos na letra de uma antiga música (A voz de Jesus) que nos inspira a
ouvir a sua doce voz a cada momento. A espiritualidade cristã está atrelada ao
acto de ouvir Deus e em respondê-Lhe com obediência.
A
profissão de fé judaica inicia com “Ouve Israel”. A resposta a este ouvir é a
obediência a Deus. Tanto no hebraico quanto no grego e há quem diga que no
português também a palavra obediência está ligada etimologicamente ao verbo
ouvir.
Deus
não apenas fala, mas quer ser ouvido! Um relacionamento com Deus inicia-se a
partir do momento em que respondemos àquilo que Ele fala. É importante falarmos
com Deus, é importante orarmos a Deus, mas também é importante ouvirmos a Sua
voz. Ouvir o Senhor é ouvir a Jesus, pois Ele é a palavra de Deus que se fez
carne.
O Deus da Bíblia é ativo, é vivo e não é
mudo. Ele falou, fala e ainda falará... Ainda hoje Deus quer comunicar-se com
os que estão dispostos a ouvi-lO (Hb. 3:7). Certamente Deus quer falar consigo
hoje, agora. Abra os seus ouvidos e coração e atente para aquilo que Deus lhe quer
dizer. Deus quer ser ouvido! O dia é hoje, o momento é agora. O problema não é
que Deus não nos fale, nós é que não o ouvimos.
2.
A Bênção é um Instrumento
de Proteção.
Deus
prometeu completa segurança ao povo de Israel (Dt. 28:7), mas isto não
descartava a possibilidade de a nação eleita passar por situações conflituosas.
Aliás, muitas são as adversidades daqueles que desejam viver piamente em Cristo
(2 Tm. 3:12). Mas há promessas de proteção e segurança para o crente. As
promessas de hoje tratam da pátria celestial onde temos nossa cidadania (Fp.
3:20-21). É só confiar! Nós somos a propriedade particular de Deus (1 Pe. 2:9).
A ideia de um povo santo, separado e consagrado ao Senhor permeia toda a
Escritura.
Durante
a trajetória do povo de Israel, encontramos um homem que muito se destacou por
sua fé, este homem foi Abraão considerado por todos como “pai na fé”. Nós não
sabemos a razão pela qual Deus o escolheu, mas de uma coisa nós podemos ter a certeza,
de que foi pela graça, (favor não merecido).
Quer
ser abençoado? Então, reconheça os seus limites e consagre-se inteiramente a
Deus.
Quando
Deus chamou a Abraão na cidade de Ur disse-lhe: “…Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a
terra que eu te mostrarei” (Gn. 12:1).
Quando
Abraão recebeu o chamado de Deus, ele simplesmente obedeceu, pois, tinha a
convicção que a voz que tinha ouvido era a voz de Deus. Ao cumprir a
determinação de Deus, Abraão não sabia para onde iria, e esta longa jornada
também não foi fácil seguir, pois, além de se ter privado de sua parentela,
houve momentos de fome, sede, perseguição de povos inimigos. Mas durante esta
jornada Deus cuidou de Abraão e de sua família nos mínimos detalhes. Quando
Sara foi cobiçada para ser uma das esposas de Faraó, Deus castigou toda a
cidade por causa de seu escolhido. Quando Deus tem um propósito a cumprir na
vida de uma pessoa, ai daquele que tocar na vida do escolhido do Senhor, porque
o fogo vai descer e consumir aquele que se levantar contra os propósitos de
Deus.
A
promessa de Deus não depende da posição do homem, Deus poderia ter aniquilado
Adão e Eva, após ambos terem pecado contra Deus, mas Ele em sua infinita
misericórdia, os perdoou e lhes fez uma promessa, que da mulher nasceria uma
semente que esmagaria a cabeça da serpente.
Deus
não julga e não vê como o homem vê, Ele olha diretamente para o coração, pois
só o que está no nosso interior que importa para Ele, por isso Ele conhece os nossos
motivos, intenções, o nosso caráter e o nosso íntimo, onde começam os nossos
sentimentos, as nossas emoções. Assim como Deus poderia ter destruído Adão e
Eva, Ele também poderia ter destruído a cidade onde Abraão morava, pois, aquele
povo era idólatra, mas alguma coisa chamou a atenção de Deus em Abraão.
Abraão
não viu a terra prometida com os olhos físicos, mas foi com os olhos da fé que
ele creu na promessa. Ele não precisou de ver a terra para poder crer em Deus.
“Ora, a fé é a certeza de coisas que se
esperam, a convicção de fatos que se não veem” (Hb. 11:1). Ele creu no
invisível. Esta promessa atravessou a geração de Isaque, Jacó, José, Moisés,
Josué e Calebe. O que aprendemos até aqui? Existem promessas que talvez não se
cumpram aqui, mas irão se cumprir nos céus.
José
foi perseguido por seus irmãos, foi vendido, preso e foi no calabouço que Deus
o exaltou levantando-o como governador do Egito. O que podemos aprender com
mais este ensinamento? Existem lutas e dificuldades que passamos devido às
escolhas erradas que fazemos, mas existem as lutas pelas quais passamos que
possuem a permissão de Deus, para exaltar o seu poderoso nome, para nos fazer
lembrar de onde Deus nos tirou.
Certa
vez Moisés, viu a Deus numa sarça-ardente que não se consumia, onde Deus disse
que o povo hebreu estava padecendo e o enviaria até Faraó para que libertasse
todo o povo daquela escravidão. Depois daquele momento, Deus estabeleceu uma
aliança com Moisés, enviou as dez pragas como sinal, estabeleceu as leis e
guiou todo o povo de Israel pelo Egito por quarenta anos, o Senhor esteve com
aquele povo sem que nada faltasse, enviou maná, coluna de fogo durante a noite
para aquecê-los, e durante o dia sombra para protegê-los do calor do deserto,
nem as roupas envelheceram.
Mas
Moisés, num momento de luta e ira contra aquele povo rebelde, desobedeceu a
Deus, ferindo a rocha ao invés de apenas tocá-la. O que podemos aprender até
aqui?
Não
é porque estamos passando por lutas e provações que devemos irar-nos, por mais
que estejamos padecendo e sofrendo, não devemos retroceder. Por lutas todos nós
passamos, mas quando o cristão está alicerçado na rocha que é Cristo, ele pode
sair de uma luta, entrar noutra, mas os olhos não saem do alvo que é Cristo. Devemos
ser como fechas, direcionados ao nosso alvo, pois, virão as lutas, os
conflitos, as crises espirituais, noutros momentos passaremos pelo vale da
sombra da morte, mas não nos abalaremos, não perderemos o foco, o nosso alvo.
Moisés
saiu para orar, demorou um pouco mais que o de costume e logo o povo logo se
desesperou e procurou construir um deus feito com as próprias mãos. Israel
naquele momento se fragilizou e se abalou e a caminhada deles que deveria durar
apenas quarenta dias, durou quarenta anos por causa da desobediência.
Deus
quer nos tratar, mas nós fugimos, pensamos que estamos certos quando na verdade
Ele quer nos mostrar que as coisas não são como nós queremos. Moisés aconselhou
o povo, e hoje Deus tem falado connosco, mas muitas vezes não estamos dispostos
a ouvir, apenas a pedir e pedir mal.
“Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; serei
exaltado entre os gentios; serei exaltado sobre a terra” (Sl. 46:10).
Existem
momentos em nossas vidas que precisamos de nos calar para ouvir a voz de Deus,
precisamos de refletir, deixar a capa da desculpa e assumir quem realmente
somos na visão de Deus. Ele não nos chamou para estarmos estagnados na mesmice
ou vivendo de “movimentos”, mas Ele nos chamou para sermos constantes em Sua
presença, nos chamou para cumprirmos os seus preceitos.
Precisamos
de entender que a obra precisa de homens e mulheres compromissados, existe
muitas pessoas que poderiam se esforçar, mas estão cheias de desculpas, mentem
para si mesmas, enganam-se achando que Deus irá se compadecer de suas histórias.
“Sonda-me,
ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos”
(Sl. 139:23)
Porque
é que não conseguimos sair de determinadas situações? Porque muitas vezes nós
queremos que o Senhor faça as coisas à nossa maneira. Existem muitos crentes
independentes fazendo as coisas do modo que querem e como querem. Deus conhece
as verdadeiras ovelhas de seu pasto.
O
que está faltando em nosso meio é um relacionamento íntimo e sincero com Deus, pois
com Ele podemos tudo, não há limites. Para muitos a palavra de vitória já foi
decretada por Deus, mas infelizmente alguns não conseguem tomar posse da
vitória porque o coração está amargurado, Deus quer te abençoar, mas é preciso
mudar, ouvir a voz de Deus, mas para isso necessário dar liberdade para que Ele
possa trabalhar. Pense nisso!
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