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terça-feira, 5 de junho de 2012

A Igreja Como Comunidade de Fé e Comunhão de Amigos!


Texto: “E alguns dias depois entrou outra vez em Cafarnaum, e soube-se que estava em casa. E logo se ajuntaram tantos, que nem ainda nos lugares junto à porta cabiam; e anunciava-lhes a palavra. E vieram ter com ele conduzindo um paralítico, trazido por quatro. E, não podendo aproximar-se dele, por causa da multidão, descobriram o telhado onde estava, e, fazendo um buraco, baixaram o leito em que jazia o paralítico. E Jesus, vendo a fé deles, disse ao paralítico: Filho, perdoados estão os teus pecados. E estavam ali assentados alguns dos escribas, que arrazoavam em seus corações, dizendo: Por que diz este assim blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, senão Deus? E Jesus, conhecendo logo em seu espírito que assim arrazoavam entre si, lhes disse: Por que arrazoais sobre estas coisas em vossos corações? Qual é mais fácil? dizer ao paralítico: Estão perdoados os teus pecados; ou dizer-lhe: Levanta-te, e toma o teu leito e anda?

Em Marcos 2:1-12, encontramos um dos acontecimentos mais marcantes narrado pelo evangelista Marcos, em que Jesus com o seu grande poder e misericórdia realiza mais um dos seus grandes milagres.
Depois de uma das suas viagens pelas aldeias da Galileia, Jesus está de volta a Cafarnaum, e logo se espalhou a notícia de que ele estava em casa e como sempre, uma multidão de pessoas se aglomerou à porta da casa onde Ele estava. Alguns estavam ali para ouvi-lO ensinar sobre as Boas Novas do Reino de Deus. Queriam ouvir de bom grado, algo novo da parte de Deus. Tinham sede e fome da palavra e a guardavam em seus corações. Mas a grande maioria certamente tinha o objetivo de receber algum milagre da parte do Senhor.
Vinham ter com o Mestre de vários lugares e de várias formas, mas havia um grupo especial, formado por quatro pessoas, que estava disposto a levar um amigo paralítico para um encontro com Jesus, enquanto Ele está falando. Aqueles homens formavam uma equipe especial, que naquele dia não só viram o milagre da cura do amigo, como também puderam participar como instrumentos do milagre, quando movidos pela fé, já que não podem passar pela porta, não hesitaram em subir no telhado, no sítio onde Ele estava, e tirar as telhas, e pela abertura descerem o catre em que jazia o paralítico, para tentarem chegar até Jesus, uma vez que não podiam aproximar-se por causa da multidão. Eles puseram em movimento a comunhão que compartilhavam.
Aquela equipe experimentou o milagre da fé que se expressa na comunhão dos amigos. Não poderemos nós carregar com um homem cujas forças interiores estão enfraquecidas, como o paralítico do Evangelho, e abrir-lhe o teto da Escritura para o descermos aos pés do Senhor? Realmente, a Igreja de Jesus é uma comunidade de fé e de amigos, onde o milagre da comunhão viabiliza o mover do sobrenatural do Senhor, realizando sinais, prodígios e maravilhas do Reino de Deus. Vejamos cinco aspetos relevantes quanto à comunhão, fé e milagres existentes nesse texto de Marcos 2:1-12.
1) O Necessitado Tinha Comunhão Com os Amigos.
Somente uma pessoa que tenha interesse por outras pessoas poderá abrir buracos no teto. A falta de egoísmo era uma característica que marcava estes homens. Trazer seu amigo enfermo diante de Jesus significava negar-se a si mesmos, e muitas bênçãos que outros iriam receber. Significava entregar o assento da primeira fila para o amigo, interessar-se o suficiente pelo seu amigo para suportar os inconvenientes que esta atitude lhe traria. A beleza de um interesse genuíno é o desejo de participar de algo sem estar influenciado pela etiqueta do preço.
Somente uma pessoa que tenha espírito de cooperação poderá abrir buracos no teto, tinha que ser um trabalho em equipa, tiveram que ser quatro para trazer o paralítico até Jesus. Cada homem se dava conta da importância do outro. O êxito seria alcançado unicamente se cada um continuasse sustentando uma parte da cama. O fracasso seria inevitável se algum deles decidisse fazer algo por si mesmo. Esta verdade ficou destacada quando o povo de Israel pelejava contra os amalequitas em Êxodo 17, e que com um espírito de equipa Arão e Hur tomaram as mãos de Moisés e venceram os amalequitas. Haveria um grande resultado se nos déssemos conta de que cada um de nós necessita do outro. Reunir-se com os outros é o começo, trabalharmos juntos produz a vitória.
Estes homens sabiam que a coisa mais importante do mundo no momento era trazer o seu amigo até Jesus. Portanto, eles foram para cima do teto. Sem dúvida, que seus pensamentos os assaltavam uma vez por outra: “isto vai perturbar o serviço, nunca antes fizemos algo desta natureza, o que é que as pessoas vão pensar”? Porém, não podiam se deter, e nada os poderia, parar. Porquê? Eles tinham uma tarefa para fazer que era maior que a ameaça de serem diferentes. Graças a Deus pelas pessoas que estão desejosas de abrir buracos no teto para ficarem mais próximas de Jesus. Estas pessoas são os que estabelecem os ritmos, os que rompem as barreiras, os que produzem os milagres. São diferentes porque estão determinados. São criticados porque estão interessados. Porém, o mais importante é que as pessoas se aproximam de Jesus. Quando Jesus operou no paralítico em Cafarnaum, sem nenhuma dúvida houve festa naquele lugar. O homem enfermo foi curado, tomou sua cama e caminhou para a sua casa feliz. Seus quatro amigos experimentaram a emoção que se produz ao ajudar o outro. A multidão que se reuniu para ver a Jesus certamente não ficou dececionada.
O que aconteceria com aquele paralítico se ele não tivesse amigos? Qual seria a sua situação? Como ele chegaria ao lugar onde estava Jesus? Sem os amigos seria algo praticamente impossível, aos olhos humanos. Felizmente ele tinha amigos e com eles mantinha comunhão. Há certas coisas e momentos, que só vamos conseguir e alcançar, com a ajuda de amigos e de pessoas com quem temos comunhão.
Você tem amigos? Tem comunhão com eles? De quantas pessoas na Igreja é amigo? Quantos, na Igreja e na família, podem contar consigo? Com quantos amigos você pode contar? Para chegar a uma meta importante, é sempre importante que haja alguém que tome a iniciativa! Esta iniciativa de grande solidariedade dos quatro é sustentada e alimentada pela fé em Jesus e pelo amor ao amigo paralítico. Lembre-se que amizade e comunhão andam de mãos dadas.
Há certas coisas na vida e há certos momentos da vida em que nós não vamos conseguir chegar onde temos que chegar, fazer o que temos que fazer e alcançar o que temos que alcançar sem amigos.
Que bom que esses amigos não sonegaram os seus dons. 
Sim, por que há amigos que se dispõem a ir connosco até um determinado ponto, mas quando chegam e se deparam com a situação, e se dão conta de que para ajudar, vão ter que dispor dos seus dons, dispor da sua capacidade, do seu trabalho, do seu sacrifício, param. Estes amigos quando viram aquela multidão, pessoas saindo pela porta das traseiras, pessoas que não tinham mais lugar para se sentar; poderiam ter dito para o amigo: “Companheiro, hoje não vai dar, vai ficar para a próxima. Todas as portas estão fechadas”. E fechadas por pessoas, o que é muito pior. Porque quando as portas estão apenas trancadas, sempre se pode derrubá-las. A porta, a janela, etc... mas, quando as pessoas decidem atrapalhar, quando decidem ser obstáculo, ser obstrução no meio do caminho... só Deus! Porque não é fácil lidar com pessoas. Deus que o diga.   
Acreditar em um Deus assim, manifestado em Jesus Cristo, cuja relação para com os homens é marcado sempre pela gratuidade e incondicionalidade, é uma questão de Fé. A fé alcança a vitória. Hoje quase ninguém duvida da existência de Deus, porém, acreditar e se relacionar com um Deus totalmente amoroso e misericordioso, que nunca impõe mas que propõe, que nunca obriga mas convida, são poucos os que creem.
Nossas comunidades são, ou deveriam ser sempre, um reflexo desse amor de Deus, igualmente nossas famílias, onde as relações de amor fraterno sabe sempre perdoar e ser paciente com os irmãos. Para atingir esse ideal de Vida Cristã é sempre preciso superar muitas barreiras, subir em altos telhados, fazendo a experiência de Jesus em nossa vida.
Viver em comunidades cristãs nos dias de hoje é um grande desafio, justamente porque essas duas coisas são a essência que marca as nossas relações: gratuidade e alteridade, pois o mundo da pós modernidade nos direciona e impulsiona ao egocentrismo, mesmo no âmbito cristão sofremos essa forte influência.
2) O necessitado tinha comunhão com Deus e com os amigos que criam no milagre.
 Eles não eram amigos só para ficar ao seu lado, na dor e na angústia. Aqueles amigos acreditaram que a vida daquele homem podia ser mudada! Aleluia! Eles criam que Jesus poderia fazer um milagre na vida dele! Eles eram amigos, tinham comunhão, mas também tinham fé. Por isso não enterraram a esperança e o sonho do amigo de ser curado.
Um amigo genuíno nos edifica a fé e nos coloca diante de Deus. Nos leva a ponderar, a pensar e a ter um pouco de calma. Se observarmos a postura dos servos de Naamã veremos que eles agiram com profunda amizade para com seu senhor ao incentivá-lo a crer no milagre inusitado. “Então chegaram-se a ele os seus servos, e lhe falaram, e disseram: Meu pai, se o profeta te dissesse alguma grande coisa, porventura não a farias? Quanto mais, dizendo-te ele: Lava-te, e ficarás purificado” (2 Rs. 5:13). O amigo por conhecer bem o outro e não apenas a situação que a pessoa está vivendo, pode ser, naquela hora, instrumento para “Glorificar” e elevar a autoestima.
Na verdadeira comunhão, na que flui da fé, os amigos não servem para consolidar deformidades e impossibilidades, mas para nos desatar e introduzir no sobrenatural de Deus. É improdutiva a comunhão com alguém que não crê no milagre e nem acredita no nosso potencial e nos nossos sonhos.
Amigos criam portas onde não existem. Se o paralítico do tanque de Betesda tivesse um amigo que fizesse a mesma coisa por ele teria sido curado muito antes. Para a nossa vitória sempre será indispensável a mão de um amigo, quem vive só é amargurado, critico e quer sempre provar que tem razão. O solitário mal se aguenta. “O solitário insurge-se contra a verdadeira sabedoria” (Pv. 18:1).
Amigos são conexões, nos levam onde ainda não fomos e compartilham connosco as boas novas. João 1:40-45 nos relata uma história aonde amigos conduziram amigos a conhecer Jesus. João apresentou Jesus a André, que falou dEle ao seu irmão Simão Pedro, ambos falaram a Felipe que compartilhou com Natanael, estes amigos indicaram, uns para os outros, a porta das ovelhas, Jesus Cristo de Nazaré.
A força de um amigo é indispensável para a nossa vitória. Se observarmos nossa história veremos que ela tem a mão de diversos amigos. Aprenda a fazer alianças. Nós muitas vezes nos fechamos em nosso mundo e desprezamos a força de um amigo, vizinho, enfim, de um relacionamento. “Não deixes o teu amigo, nem o amigo de teu pai; (...) melhor é o vizinho perto do que o irmão longe” (Pv. 27:10). Precisamos de entender que nas horas mais difíceis os amigos são necessários, até mesmo Jesus em seu momento crucial se cercou de amigos. “E foram a um lugar chamado Getsêmani, e disse aos seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu oro” (Mc. 14:32). É necessário que invistamos em relacionamentos e estejamos com corações e mentes abertos para desenvolver amizades genuínas.
Todos nós precisamos de amigos verdadeiros e para isso devemos procurar sê-lo. Entender o papel de um amigo na vida do outro nos ajudará a buscar relacionamentos onde as debilidades são suportadas, onde juntos procuram vencê-las, onde a fé é elevada e alimentada e as portas são abertas nas situações mais inusitadas. Lembre-se que no lugar da comunhão Deus ordena a bênção (Sl. 133). Deus nos criou para amizades saudáveis e abençoadas.
Na comunhão de fé, os amigos não vivem dizendo: “Você não pode, não adianta tentar, não vai conseguir”. Maridos, esposas, pais, filhos, líderes e liderados precisam ser amigos de fé, constituírem um relacionamento viabilizador de milagres. Você é assim? A sua comunhão com os amigos é estimulante e viabilizadora de milagres?
É preciso que descubramos, também nós, este Deus cheio de solicitude e de amor que caminha ao nosso lado; é preciso que aprendamos a detetar as suas indicações e os seus sinais – esses sinais quase sempre discretos, através dos quais Ele revela a sua presença ao nosso lado e através dos quais Ele nos indica os caminhos a percorrer.
3)O necessitado tinha comunhão com amigos dispostos a carregá-lo.
Eles não tinham comunhão ativa, promotora de ações libertadoras e curativas. Mas, aqueles homens sabiam a quem levar o amigo enfermo. Sabiam que deviam levá-lo à presença de Jesus Cristo. Os amigos daquele homem não eram passivos, inertes. Aqueles amigos estavam dispostos a carregá-lo até que ele fosse abençoado, até que o milagre acontecesse! Comunhão com pessoas assim promove milagres!
Ser amigo é acreditar nas possibilidades que o outro tem a partir dos seus talentos, dos seus dons, das suas inclinações.
Ser amigo é acreditar na possibilidade do outro quando este é posto na presença de Deus. É acreditar que se for levado à presença de Jesus Cristo, Ele irá ajudá-lo de tal maneira que todos os seus dons e todas as suas capacidades, serão restauradas; tudo o que ele tem de melhor virá à tona, todo o seu talento emergirá e, ao invés dele ser carregado, ele é que vai sair de lá carregando.
Há certos momentos em que a pessoa necessitada precisa ser carregada para não morrer no meio do caminho. As pessoas com quem você tem comunhão sabem que podem contar consigo, para carregá-las e incentivá-las, até que a vitória chegue?
Todos precisamos de amigos, todos precisamos de ajuda porque, há momentos que a nossa fé, por melhor que seja, é insuficiente para nos levar à presença de Jesus Cristo. Não que precisemos de uma fé especial para chegar à presença de Cristo. Não é isto! Uma fé do tamanho de um grão de mostarda já faz muito.
4) O necessitado não recusou a ajuda dos amigos.
Quantas pessoas estão sofrendo, cheias de problemas, tentando viver sozinhas, sem pedir ajuda, porque não têm comunhão, não têm amigos? São pessoas refratárias à comunhão, movidas pela vergonha, orgulho, vaidade, medo de se exporem como são; com medo de se mostrarem frágeis e necessitadas. Quantos não deixam de ser abençoados porque se recusam a receber ajuda dos amigos?
A comunhão daquele homem com seus amigos era tal, que ele simplesmente se deixou levar por eles até o lugar do seu milagre. Ele confiou naqueles homens e na sua demonstração de amor por ele e, acima de tudo, a fé em Jesus Cristo, o que muito contribuiu para que o milagre acontecesse.
O problema é que muitos necessitados não são amigos dos amigos, não têm comunhão com eles e, por isso, não confiam a ponto de se deixarem levar por eles.
Quando os crentes lidam com o sofrimento com alegria e com estabilidade, torna-se um maravilhoso testemunho do poder e da vida de Cristo que afirmamos e nome. O sofrimento oferece oportunidades vitais para manifestar e ampliar o poder de Deus através de Seus servos, a fim de verificar e confirmar o mensageiro e sua mensagem. Ele fornece oportunidades para revelar nossas credenciais como embaixadores de Cristo ( 1 Rs. 17:17-24. ; Jo. 11:1-45 ).
O verdadeiro discípulo se une aos outros, como fizeram os quatro homens mencionados, para conduzir até Jesus os que já não conseguem caminhar por conta própria, à espera de um gesto de fé, de amor e de solidariedade dos irmãos. É preciso, hoje, levantar-se e caminhar com a fé em Cristo e o amor ao próximo no coração.
5) O necessitado tinha comunhão com amigos que não esconderam os seus dons e talentos.
 Há pessoas que vão consigo até um certo ponto, mas quando surgem as dificuldades, mesmo que não peça, eles param. Na hora H, quando chega o momento de colocarem seus dons, talentos, trabalho, recursos e sacrifício a serviço do amigo, eles param!
 Mas aquele homem tinha amigos de verdade. Diante dos obstáculos, das portas fechadas, das pessoas que se colocaram entre eles e o Senhor dos milagres, os amigos deram a volta por cima e descobriram caminhos e portas para abençoar o amigo.
 A comunhão com amigos de verdade é criativa, promotora de vida e facilitadora de milagres. Aqueles amigos colocaram tudo o que tinham em benefício do outro, inclusive tempo e esforço.
 Você é, sinceramente, assim? É facilitador? Dá o que tem e sobe para abrir portas para os amigos? Tem comunhão com amigos assim?
 É preciso quebrar as barreiras impeditivas da comunhão dentro de nós e entre nós, usando as ferramentas do amor, da fé, do perdão, da paciência e da perseverança. Na Igreja, a comunhão nos leva ao ambiente dos milagres, porque a fé dos amigos faz com que eles arregacem as mangas e funcionem, até que o sobrenatural aconteça. No rasto da verdadeira comunhão não se encontra desistência nem abandono, mas os frutos da fé e uma história de superação e milagres!
O milagre em Cafarnaum nos trouxe muitos ensinamentos. Dentre outras coisas, aprendemos que nunca devemos desistir de buscar uma bênção, ainda que tudo e todos estejam contra nós. Vimos que a fé é indispensável para que o milagre aconteça, e aprendemos também que o resultado tem que ser de glória ao nome do Senhor. Portanto, “bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga ao seu santo nome” (Sl 103:1).


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