“Pai,
a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste…” (Jo. 17:24).
Introdução
Aprendi
há muito tempo, com um amigo que devemos diferenciar bem alguns termos que
normalmente usamos para definir as pessoas que convivem connosco, quais sejam:
conhecido, colega e amigo. Não devemos usar o termo “amigo” para todas as
pessoas que convivem connosco, pois tanto pode nos enriquecer, como nos
empobrecer, nos alegrar, ou nos irritar, nos consolar, ou nos magoar. Todos
querem amigos, mas nem todos estão dispostos a serem amigos e passo a explicar
o porquê:
a)
Quando não temos muita convivência com uma pessoa e a encontramos
esporadicamente e praticamente nada sabemos um do outro, devemos tratá-lo
apenas como um “conhecido”;
b)
Para aqueles que convivem connosco no trabalho, na escola, na vizinhança de
onde moramos, no clube que frequentamos e temos um contato um pouco maior, mas
que nunca se envolveram em nossas dificuldades nem se alegraram com os nossos
sucessos devemos usar o termo “colega”;
c)
Mas o termo “amigo” latim “amícus”, confidente, favorito, protetor, ampara,
aquele que defende, aliado, que ama, gosta, deleitoso; querido, amado, que tem um
relacionamento com intimidade e amor mútuo, deve ser usado para designar
aquelas pessoas que verdadeiramente demonstraram através de suas atitudes para
connosco que merecem ser chamadas assim, pois nos socorreram em nossos momentos
difíceis, nem que fosse com palavras de carinho, consolo ou até mesmo um
conselho para fazer com que pudéssemos sair da situação em que nos
encontrávamos, a essa classe pertencem também aqueles que estão connosco todo o
tempo, que nunca nos abandonam, que choram e sorriem connosco, que nos amam,
que se alegram com nossas conquistas, que compartilham também as suas
dificuldades, angústias e momentos felizes porque esperam encontrar em nós um
ombro amigo, uma palavra de incentivo e assim por diante.
Ao
longo desses anos que o Senhor me concedeu posso afirmar sem nenhuma
preocupação de errar em meu julgamento que na categoria de “amigo” posso
incluir algumas pessoas, que nunca me desampararam e nem me abandonaram quando
eu mais precisei.
Fica aqui o meu agradecimento por nunca
terem desistido de mim e o pedido de que o Senhor continue usando-os poderosamente
para que não esmoreçam na caminhada até a vinda do nosso Senhor e Salvador
Jesus Cristo, quer seja quando todo olho O verá ou simplesmente quando o Senhor
os retirar desse mundo os seus próprios olhos O virem.
1.
É bom ter amigos
ao nosso lado
A
Bíblia fala de amizades duradouras, de lealdade e dedicação, onde em cada
amizade houve um ponto forte. Vejamos alguns exemplos:
1) Noemi
e Rute - sogra e nora (Rt. 1.14-17; 4.15) e Jônatas e Davi - filho e rival
do rei Saul (I Sm. 18:1 e 3; 20:17).
Tanto no caso de Noemi e Rute, como de
Jônatas e Davi destacam-se a lealdade e fidelidade que tinham uns pelos outros.
Era um tipo de amor que chamamos no latim de Filéo (entre irmãos) e Ágape
(aquele que vem de Deus). Eles encontraram amigos que estavam prontos a estar
com eles em todos os momentos, com quem podiam contar em todos os momentos da sua
vida, defendê-los se fosse preciso, e em ambas as histórias sabemos que cada um
teve um papel fundamental na vida do outro, tanto nos momentos bons como nos
ruins. É muito difícil encontrarmos amigos que estejam dispostos a se doarem
desta forma em prol de uma amizade, porém precisamos de amigos envolvidos neste
amor, que estejam ao nosso lado, que nos amem, nos compreendam, nos ajudem, nos
abracem, nos encorajem nos momentos difíceis, nos acompanha até o fim. É uma
amizade sobrenatural, mas que está ao alcance de todo cristão.
2)
Paralítico de Cafarnaum e seus amigos (Mc. 2.1-12).
“E vieram ter com Ele, conduzindo um
paralítico, trazido por quatro ‘amigos’” (Mc. 2:3).
Que
bom que este homem tinha amigos! Como é bom ter amigos que estão sempre ao
nosso lado para nos dar o seu auxílio no momento desejado! Por isso, eu creio
que o paralítico do texto acima certamente nutria as suas amizades dando o
devido valor aos amigos, pois numa das horas mais difíceis de sua vida, os seus
amigos lhe serviram de pernas para levá-lo ao encontro do milagre, milagre este
tão desejado por ele, que era a cura de sua paralisia, uma vez que não podia
contar com as suas pernas, porque as mesmas não obedecia ao seu comando.
O que teria acontecido se aquele
paralítico não tivesse amigos? Qual teria sido a sua situação? O paralítico só
pode ir ao encontro de Jesus por que os seus amigos não mediram esforços
para levá-lo, acreditaram na sua cura, que a vida dele poderia ser mudada. O
segredo para ter experiências particulares com Deus é buscar ser íntimo dEle.
a)
Precisamos de amigos que acreditem nas possibilidades, que não fiquem
medindo esforços para nos ajudar nos momentos que precisamos, mas que tenham
palavras de ânimo, de fé, de otimismo e que se for preciso nos levem mesmo que
“carregado” para alcançarmos os objetivos. No livro de Provérbios 17:17 diz: “O amigo ama em todos os momentos; e na
angústia nasce o irmão”.
Só
os verdadeiros amigos nos fazem chegar a lugares, que sozinhos jamais
chegaríamos. Eles são as nossas pernas, nossos braços, nossa voz e o nosso
conforto nas horas difíceis da vida. Não devemos só querer que os amigos nos
ajudem, mas também ajudá-los, especialmente em oração. No livro de Jó o
capítulo 42:10 diz: “E o Senhor virou o
cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o Senhor acrescentou a Jó
outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía”. Vejam como é
compensador orar por nossos amigos, é uma prova de que não somos egoístas.
3)
Jesus e seus discípulos (Mc. 3.14).
Jesus
escolheu os seus discípulos para estarem com Ele e ajudá-lo a cumprir a Sua missão
na Terra. Sempre quando vemos as passagens falando acerca de Jesus, sempre O
vemos acompanhado por alguém, seja por aqueles que queriam receber algo da
parte Dele, ou quando estava reunido com os seus amigos.
a) Precisamos de amigos que saibam ser
amigos uns dos outros. Há certos momentos da vida, em que não conseguimos
fazer ou alcançar algo, sem a ajuda dos amigos, pois não podemos fazer tudo
sozinhos. Além do que, a solidão é uma péssima companheira. Aprenda a
compartilhar com as pessoas em quem confia as bênçãos e as lutas que tem vivido
no dia-a-dia. Muitas vezes esperamos os amigos se aproximarem para resolvermos
falar e mesmo assim, insistimos em dizer que “está tudo bem” quando sabemos que
não é verdade. Peça ajuda quando for preciso, não fique passando a imagem de
“superman” ou “supergirl”, pois todos necessitam de ajuda, independentemente da
unção que tenha. Foi justamente por isso que Deus nos colocou como membros do
Corpo de Cristo para que um necessitasse da ajuda do outro. Uma simples tarefa
como, por exemplo, de transportar um saco de 10 kilos pode ser mais fácil se
for carregada por vários amigos, do que cada um ficar tentando levá-lo sozinho.
4) Jesus e seus
amigos
Em algumas passagens na Bíblia
encontramos Jesus indo a Betânia para desfrutar da companhia dos seus amigos
Lázaro, Marta e Maria (Mt. 21:17; Jo. 11:1 e 11; Jo. 12:1-3). O que será que
eles conversavam? Imagino que eles tinham intimidade para falar de todo tipo de
assunto, inclusive aqueles que Jesus certamente não poderia conversar com os seus
discípulos sem gerar contenda. Eu acredito que Jesus teve um bom relacionamento
com seus amigos, eles passavam horas e horas conversando sobre muitos assuntos,
e a amizade deve ter ficado mais forte após a ressurreição de Lázaro, pois até
aquele momento eles conheciam um amigo que curava, mas depois eles conheceram
um amigo que também ressuscitava.
João no capítulo 11, nos conta a
história de Lázaro, amigo de Jesus, que ficou enfermo, e que, quando Jesus o
soube, imediatamente foi ao seu encontro, e ao ver que o mesmo já tinha morrido
chorou sobre o seu sepulcro, trazendo-o novamente para a Vida. Quem não quer
ter um amigo como este? Se bem que Jesus quer ser nosso amigo e também quer
compartilhar connosco momentos maravilhosos (Jo. 15:12-15). Ele mesmo disse em
João 15:15: “Já não vos chamarei servos,
porque o servo não sabe o que faz o seu Senhor, mas vos tenho chamado de
amigos...” Este amigo é alguém que deu muito mais do que demonstrações de
carinho e apreço por um amigo. Ele é aquele que disse também no versículo 13
deste mesmo capitulo que: “Ninguém tem
maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos”. E o
alvo principal deste amor somos todos nós, pois é por nós que Ele morreu; porém
para sermos os amigos de Jesus é bom lembrar que Ele mesmo disse no versículo
14: “Vós sereis meus amigos, se fizerdes
o que eu vos mando”.
a) Precisamos de ter momentos reservados
para os nossos amigos. Em Lucas 15, Jesus conta duas parábolas: a da
“ovelha perdida e a da dracma perdida”, em que no final Ele diz: “E, tendo-a achado, reúne os amigos e
vizinhos dizendo: Alegrai-vos comigo...” (vs. 6 e 9). Estas passagens
mostram como Jesus considerava bem os amigos e vizinhos, como era bom estar com
eles (e nós, muitas vezes nem conhecemos nossos vizinhos). Reserve tempo para
estar com os seus amigos, divirtam-se, conversem, aproveitem os momentos de comunhão,
se alegrem ao estarem juntos, desfrutem desse momento.
Que
venhamos a ter em nossa vida amigos como esses dispostos a amar, a suportar
mesmo com as diferenças e a ajudar nos momentos das dificuldades.
Neste dia, aceite este amigo
incomparável que é Jesus, como seu Senhor e Salvador da sua alma, e seja muito
feliz, não se sentindo nunca mais em solidão.
2.
Jesus, o amigo
inseparável, é também nosso guia
Jesus, o nosso exemplo maior de Amor, que
nasceu numa pousada no local de descanso dos animais, que
conversou e comeu com as pessoas mais desprezadas da sociedade, que se sentou
no chão com aqueles a quem ensinava, que lavou os pés de seus discípulos, que jamais
demonstrou a menor vaidade, sua imensa grandeza, será sempre o nosso Guia, a menos
que tenhamos a nossa própria direção. Podemos ver isto através da Escritura. O
Salmo 23, por exemplo, mais ou menos toma por certo que Ele vai nos pastorear. “Leva-me às águas tranquilas... Guia-me pela
vereda da justiça por amor do Seu nome”. Ele amou pelo exemplo, trabalhou
pelo amor, viveu sem julgamentos e aceitou a todos com quem teve contato,
exatamente como eles eram. Ele deseja ser o
nosso condutor de sempre, na direção correta, na direção do Amor, da Caridade, do
Perdão, do entendimento, até às últimas
consequências.
O Salmo 48 nos fala da certeza de que Deus
será o nosso guia constante e fiel durante toda a vida, também no momento de
nossa morte, e daí até o Eterno Lar onde estaremos com Ele para sempre.
É exatamente isso que o Senhor Jesus
Cristo nos garante no Evangelho de João, capítulo 14, versos 2 e 3: “Há muitas moradas onde vive meu Pai; e Eu
vou prepará-las para a vossa chegada. Quando tudo estiver pronto, Eu virei para
vos levar, para que possam estar sempre comigo onde Eu estiver”. É muito confortador e nos traz grande segurança, tendo Jesus como
esperança, e sabermos que podemos confiar em Jesus
que nunca nos deixará na mão, mas que nos guia aos
pastos e águas puras. Aleluia, Aleluia, Ele é Fiel e sempre cumprirá as Suas Promessas. A Bíblia diz em
Salmos 89:34 “Não violarei o meu pacto, nem alterarei o que saiu dos meus
lábios.”
Será que somente nos dirige quando
pedimos? É claro que não! Não foi assim com as pessoas da Bíblia e não é assim
agora. Eu sei de um exemplo de direção dada enquanto as pessoas estavam
realmente “buscando a Deus”. Isto ocorreu em Atos 13:2: “Enquanto eles ministravam perante o Senhor e jejuavam, disse o Espírito
Santo: Separai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado”.
Entretanto, mesmo lá eles não estavam jejuando para saber o que Paulo e Barnabé
deveriam fazer. Todos eles já sabiam! O Senhor já os havia chamado.
Naquele
dia, contudo, o Senhor vai de encontro ao trabalho deles em Antioquia e eles
partem de barco aonde pensaram que era o melhor, sem adicional instrução
supernatural. Mais tarde veio o famoso chamado à Macedónia. Paulo e Silas
estavam velejando para a Ásia, mas o Senhor os desviou para a Europa. Paulo não
estava jejuando definitivamente, quando ele viu um homem da Macedónia chamando,
“Passa por Macedónia e ajuda-nos”
(At. 16:9). Aliás, ele dormiu rapidamente! Não obstante, concluiu que o Senhor
os havia chamado para pregar o Evangelho na Macedónia. A palavra “concluiu”
mostra que ele era muito cuidadoso quanto a visões. Elas não são ordens, mas é algo
que deve ser ponderado antes de se concluir sobre o seu significado.
As
mensagens de Jesus são simples e já estão connosco há mais de 2 mil anos. Vamos
olhar para elas? Vamos senti-las? Vamos trazer o máximo desses ensinamentos
para as nossas vidas? Sim vamos, para crescermos em Amor, em virtude, em
conhecimento e em entendimento, basta querermos. Sigamos Jesus!
O
melhor Amigo é Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador, nosso Redentor,
nosso Mediador, a Luz de nossas vidas, nossa paz, nossa alegria e nosso Mentor
na arte de fé. Ele é o
nosso guia, o nosso modelo, o nosso conforto, o nosso irmão, o companheiro de
todas as horas e ao Seu lado tudo é mais belo e agradável. Quando caminhamos em
Sua presença, temos mais sonhos e a nossa mente se enche de fé e esperança. E
quando a fé conduz a nossa vida, tudo o mais é gozo e felicidade.
Você está vivendo sem propósitos? Comece
com o propósito de convidar Jesus para ser seu Amigo.
3.
Jesus, o amigo
inseparável, nos lega um testamento!
Como
eleitos de Deus, e por este ato eterno de sua graça, nós somos um presente do
Pai para Jesus, como seus filhos, como sua esposa, como sua igreja, como
ovelhas de sua mão, como sua porção, e para sermos preservados por Ele.
Na
oração de Jesus por seus discípulos, no capítulo 17 de João, vemos que Jesus
como nosso Sumo-sacerdote, pede a Deus para os preservar, para os santificar,
para os unificar e para os glorificar. Cristo quer compartilhar a Sua glória e
honra com aqueles que estão intimamente ligados com Ele. Por isso, neste mesmo
capítulo Jesus faz um testamento: “Pai, a
minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste…”
(Jo. 17:24). Jesus, então, faz este testamento antes de morrer. Ele empregou a
palavra “Quero” como querendo significar ser essa a Sua vontade. Jesus quer que
estejamos com Ele na gloriosa presença de Deus. Jesus quer que vejamos a sua
glória e que a experimentemos. Glória seja dada ao santo nome de Jesus Cristo
por esse pensamento tão glorioso! Cristo está tão cheio de alegria com a glória
de sua íntima relação com o Pai, que anseia levar todos os filhos de Deus para
o céu para a contemplar.
Jesus
tem sido amado por Deus desde antes da Criação. Pense sobre estas coisas. Peça
a Deus para lhe mostrar o quão poderosamente elas revelam nossa importância
para Ele. Sonhe com o dia no qual compartilhará da glória de Deus como um de
seus filhos (1 Jo. 3:1-3)! Então, vivamos baseados na visão que Deus tem para
nós.
Isto
quer dizer que temos Jesus Cristo como nosso amigo pleno. Ele é amigo para
todas as horas e quaisquer circunstâncias. Ele nunca nos deixa na mão, Ele
nunca chega atrasado, Ele sempre resolve, Ele tem a solução certa para qualquer
adversidade. Jesus Cristo é nosso amigo em definitivo.
O
Senhor já não nos chama de servos, porque nos elegeu como seus amigos, a
palavra acima diz que pertencemos a Ele, somos inerentes a Ele, inseridos Nele,
inseparáveis, somos os ramos da videira. Como o ramo pode dar frutos se não
estiver ligado ao tronco? Ele não vai dar frutos e nem vai perdurar. Amados, o
desejo mais profundo de Jesus é que todos permaneçamos n'Ele como amigos inseparáveis.
Talvez Deus não se manifeste em nossas
vidas tanto como gostaríamos, ou conforme os nossos horários, mas precisamos de
conformar a nossa vontade ao plano que Ele tem a nosso respeito, para sermos verdadeiros
amigos de Jesus. É necessário permitir que Ele esteja no controle, que Ele
governe a nossa vida, que é justamente para o nosso bem, para a nossa
felicidade total e eterna, porque Deus nos amou em Cristo antes mesmo da
criação do mundo.
Este amigo verdadeiro e inseparável de
que tanto precisamos é Jesus Cristo, o nosso Salvador, que nos guarda a cada
dia com o Seu infinito amor. Ele nos ama e promete estar ao nosso lado todos os
dias, por toda a eternidade. Com Ele, o temor se dissipa, a aflição bate em
retirada, a solidão jamais se consuma.
Ele é Aquele que irá surpreender toda a
raça humana, um amigo que nunca pensou em si mesmo, mas só em ser nosso amigo.
Ele tem nome e sobrenome, e o seu nome está acima de todos os nomes. Sua
aparência é inigualável. Ele tem os cabelos brancos como a lã branca, os seus
olhos são como duas chamas de fogo, os seus pés brilham como latão reluzente, as
suas vestes são brancas como a neve, no seu peito tem um cinturão de ouro, e a sua
voz é como o som de muitas águas.
Muitos o rejeitam, mas ainda existem
pessoas que precisam de um amigo, e se este é o seu caso, e espero que sim,
então basta que proclame o seu nome, que é Jesus Cristo, o verdadeiro amigo,
que deixou o seu trono no céu para se assentar em pedras na terra, junto dos
seus amigos; que deixou de ser servido por anjos, para servir pão e peixe, para
os amigos; que deixou o aconchego do Pai para passar frio e calor pelos seus
amigos; que deixou os céus para morrer na terra pelos seus amigos, para que o
inferno inteiro escute, e então os demónios correrão de medo, pois se os demónios
têm poder, e sabemos que sim, Ele, o amigo verdadeiro tem todo o poder.
O nome do nosso amigo é mais doce do que
o mel, e sempre está connosco, pois se chama: Emanuel. Este amigo é mais real
do que o sol resplandecente, pois o sol é temporal, mas o nosso amigo dura para
sempre.
4.
A presença de nosso
amigo Jesus é bela.
Numa
sociedade marcada pelo medo e pela solidão, crer é a grande cura para uma
existência vazia de sentido e significado. Numa sociedade marcada por tantos
dramas e sofrimentos sorrir se tornou um ato heroico. A Ressurreição de Jesus
dispara em nossas vidas a convicção de que não estamos sozinhos, Deus está
connosco. Jesus Ressuscitado afirma dentro de nossos corações a sua presença
próxima e amiga e cura nossas vidas do medo e de tudo o que nos atrasa, nos
limita e nos engana. A Presença de Jesus em nossos corações é geradora de uma grande
motivação festiva em relação à vida, porque cura os nossos olhos de todo o pessimismo
e ergue a nossa cabeça pela força de uma única intuição: Deus está connosco!
Deus está em nós!
Todo
o ser humano, em alguns determinados momentos de sua história, acaba por se
sentir frágil diante de notórias dificuldades. Isso é comum e próprio de
qualquer experiência de existência. Contudo, é verdade que em momentos de
ausência e de fragilidade, algumas específicas presenças podem trazer um
conforto único e todo especial para o coração.
O
que acaba atenuando certas dores que experienciamos não é tanto a intensidade
com que as mesmas acontecem, mas, a ausência de presença que nos ampara e nos sustenta
nesses específicos momentos. Não são tanto os problemas que realizam o ofício
de nos destruir, mas sim a ausência de apoio e motivação diante deles, ou seja,
a ausência da sadia e confortadora presença a nos encorajar diante dos
obstáculos apresentados a nós pelas circunstâncias. A Sua presença é bela no
dia do sofrimento e quando a dor é mais intensa, podemos sentir o Seu alento.
A
fé em Jesus Cristo, nosso amigo e nosso Fiel companheiro, que está sempre
connosco, que é verdadeiro e que nunca falha, nos torna confiantes, e mesmo que
nossas vidas se encontrem no mar bravio com todas as tempestades e noites
escuras, levantamos a bandeira da esperança. Com a fé, a vida é mais bela, o
mundo é maravilhoso, a vida tem sentido e o bem se torna o ato mais inteligente
da existência e Jesus nos projeta para o próximo, cria pontes entre corações,
cria comunidade, nos torna família.
Quão bem faz ao coração o olhar e a presença de um
amigo diante de um momento de dor. Mesmo que esse nada diga… apenas o olhar
daqueles que nos amam já tem o poder de comunicar a força de que necessitamos
para a superação. Nesse encontro (amizade) as dores ganham um novo sentido, e o
vazio é revestido por vida e presença.
Sem dúvida
alguma, a experiência de interação e de uma sincera amizade é necessária e
recomendável à saúde emocional de qualquer pessoa. O próprio Jesus fez questão
de ter amigos e de cultivar intensamente as Suas amizades, assim revelando a
essencialidade de tal realidade.
Em Seus
principais momentos, tanto de alegria como de tristeza, Ele teve amigos ao Seu
lado com quais pode repartir o que vivenciava… pessoas que se tornaram os
depositários de Seus silenciosos e profundos segredos de amor… segredos esses
que foram posteriormente a nós revelados através desses fiés depositários (os
amigos de Jesus).
É preciso descobrir e cultivar a amizade, mesmo diante
de desencontros e diferenças, pois essa bela experiência tem a força de nos
libertar do egoísmo e de nos completar de forma extremamente realizadora e
significativa.
A palavra do amigo descomplica nossas agitações,
desmistificando nossos fantasmas e assim revelando a inverdade dos medos e
ilusões que insistimos em fabricar. A presença dele (amigo) torna até o
sofrimento suportável e uma fonte de crescimento e maturação. O seu olhar tem o
poder de destruir o mal em nós, fazendo nascer no coração uma singela
esperança.
Quando não temos amigos (pessoas) com os quais
partilhar o que somos e experienciamos, tudo acaba se tornando mais confuso e
pesado para nós. A verdadeira amizade intensifica as alegrias, elevando-as ao
quadrado na matemática do coração, esvazia o sofrimento, porque a simples
lembrança do amigo é alívio, ameniza as tarefas difíceis, porque não as realizamos
sozinhos, nos dá a possibilidade de termos fardos mais leves, pois partilhados
com pessoas que nos conhecem e para os quais não precisamos constantemente nos
justificar.
Sempre que encontramos um amigo, encontramos um pouco
mais de nós mesmos. O amigo revela, desvenda, conforta. É uma porta sempre
aberta, em qualquer situação.
Precisamos de viver sem receio essa rica e profunda
experiência. Contudo, não poderemos eleger como “amigos” aqueles que, de fato,
não o são e que não nos levam para o bem, pois ao contrário colheremos a
decepção e a insatisfação como fruto dessa irrefletida escolha.
É preciso assumir na própria história os amigos que
verdadeiramente são amigos estabelecendo com esses uma profunda interação, onde
se dá e se recebe, onde falamos e também somos capazes de escutar. Assim nossa
vida será mais completa e as dores mais possíveis de se enfrentar, pois, toda a
ausência presente no ser poderá ser perenemente preenchida, acompanhada por
olhares que nos compreendem e que escolheram em nós acreditar.
Vivamos sem medo essa linda
experiência! Jesus é o nosso amigo, que veio para nos socorrer, pois a nossa
alma corria o perigo de se perder. Mas com Jesus, o nosso melhor amigo, lá na
frente, nada temos a temer, ele é o Deus omnipresente, que nos faz sempre
vencer.
5.
Jesus, o nosso
amigo inseparável, olha por nós.
“Os
olhos do Senhor estão fixos sobre aqueles que o amam: possante proteção,
sustentáculo cheio de força, abrigo contra o vento do deserto, sombra contra o
ardor do meio-dia, proteção contra os obstáculos, socorro contra as quedas. Ele
eleva a alma, ilumina os olhos, dando saúde, vida e bênção” (Ec. 34:19-20).
Seria capaz, exatamente neste momento,
de imaginar para que direção estão voltados os olhos do Senhor Altíssimo? Que
criatura, grande ou pequena, forte ou frágil, viva ou inanimada, estaria
chamando a atenção dos olhos de Dele neste exato momento? A Escritura diz que
os olhos cheios de ternura do nosso Senhor e amigo celestial estão fixos, bem
atentos, sobre o coração daqueles que o amam. Se o seu coração, mesmo ferido e
cansado, encontra-se ainda apaixonado pelo Senhor que pode todas as coisas,
então, certamente, Ele está olhando para si agora, admirando a sua alma e
tocando o mais íntimo do seu ser.
A Palavra nos diz quantas coisas maravilhosas
o Senhor é na vida daqueles que o amam: possante proteção (é Ele quem nos
defende com valentia e precisão); sustentáculo (se nos apoiamos nele, jamais
sentiremos o chão sair debaixo de nossos pés); abrigo contra o vento do deserto
(as tempestades da vida não serão capazes de cegar a visão da nossa fé); sombra
no calor (não desfaleceremos no meio do caminho); proteção contra todo
obstáculo (com sua ajuda, conseguimos pular todas as muralhas); socorro nas
quedas (quão suave é cair apoiado em suas mãos paternas!).
Além de ser o nosso socorro e proteção,
o Senhor ainda nos promete graças para o corpo e a alma: saúde, vida e bênção.
Saúde, na linguagem da Bíblia, quer
dizer salvação: equilíbrio, reconciliação, um suprimento para todas as
necessidades. Deus nos promete tudo isso, agora e para sempre. É saudável quem
permanece na presença de Deus e é por Ele refeito no corpo, na mente e no
espírito. A Bíblia nos ensina que o remédio de Deus para recobrarmos saúde e
salvação é a Sua Palavra. O salmo 106 nos diz que quando Deus viu que seu povo
jazia às portas da morte, enviou a Palavra para curá-lo. A Palavra do Altíssimo
revigora as forças da alma, faz renascer a esperança e arranca da morte aquele
que estava se destruindo pelo pecado. Ela é o veículo pelo qual, na fé, somos
banhados no Sangue de Jesus. Este sangue é certeza de salvação e cura para
todos os que o aceitam.
Vida, segundo a promessa do Senhor, é
algo abundante, uma participação na própria natureza divina, ou seja: vida
verdadeira é ter comunhão com Deus.
A maior de todas as bênçãos, segundo o
evangelho de João, é o Espírito Santo, Deus vivendo em nós. Portanto, para
aqueles que O amam, o Senhor promete: o poder do Sangue curador e salvador de
Jesus, comunhão de amor com Seu coração paterno e a alegre presença do Seu
Espírito.
Apresentemos ao Senhor o nosso coração.
Ele o conhece, pois todos os dias o tem presente sob Seu olhar de bondade. Ele
sabe como temos estado feridos, abatidos e atribulados por tantas provações.
Contudo, Ele também sabe que as dificuldades da vida não roubaram o amor que
temos por Ele. Nosso coração, mesmo magoado, ainda sabe amar e confiar. O
Senhor é o nosso protetor, o nosso apoio, o nosso abrigo e amparo. O poder de
que tanto precisamos é do Seu Espírito Santo e do perdão que está no Sangue de
Jesus. Recebamos Dele todo o amor e aceitação que tanto temos desejado e
sejamos livres. No Senhor nos sentimos seguros. Podemos amá-lo como um filho, e
pelo amor que Ele tem por nós, somos abençoados, em Nome de Jesus. Amém.
6.
O nosso grande amigo Jesus não escolhe estranhos.
Existem
passagens da Bíblia que, depois de longo tempo despercebidas, num piscar de
olhos, passam a falar muito ao nosso coração. É como se as letras saltassem do
papel e ficassem gravadas no nosso interior. Seria maravilhoso se isso
acontecesse hoje com o pequeno trecho do evangelho de João que citamos a
seguir. De repente, com uma autoridade e um amor todo especial, ouça Jesus
dizer-lhe: “Eu conheço aqueles que
escolhi” (Jo 13:18).
Percebemos,
então, que o Senhor, o santo Filho de Deus, que morreu por nós na cruz, para
nos levar para o Céu, não escolhe estranhos; Ele não trata com desconhecidos.
Quando Jesus nos chama, quando nos encanta com Seu olhar e nos convida a
caminhar com Ele, já sabe de maneira bastante clara quem somos, portanto, Ele nos
escolheu não pelas nossas façanhas neste mundo, mas por aquilo que trazemos em nosso
interior. Cristo escolheu Pedro mesmo sabendo que O negaria e Judas O trairia.
O Altíssimo é capaz de nos olhar com olhos que talvez nós jamais compreendamos,
mas que só Ele sabe. Nada em nós surpreende Jesus; nenhuma fraqueza, nenhuma
queda, nada em nós pode assustá-lo ou causar-lhe decepção: Ele conhece nossa
história, nossas limitações e nosso potencial. Antes de nos conquistar, Jesus
já nos via nos caminhos da vida; via-nos por dentro, no íntimo, onde não
podemos “enganá-lo” com nenhuma de nossas tantas maneiras de nos esconder de
nós mesmos e dos outros. E ainda assim Jesus nos ama; e nos chama para estar
com Ele. Este amigo, Senhor da vida, que a cada dia renova a nossa esperança, é
tão sublime, como a Sua eterna luz!
Não
há fraqueza ou ferida em nós para a qual Jesus não tenha uma medida maior de
amor para curar. Tudo de que precisamos, aceitação, compreensão e perdão, Jesus
já reservou em Seu coração para nos oferecer. Ele quer contar com os nossos
corações feridos, tocados por Seu amor que redime, para alcançar aqueles que
ainda precisam aprender a se deixar amar por Ele, para os conduzir ao Céu.
Não há surpresas em si para Jesus! Ele o
conhece e, ainda assim, o ama. Daqui por diante, um só é o caminho: que o
conheça como Ele o conhece, por inteiro. Aí sim virão as surpresas: mergulhar
no coração de Jesus é mergulhar num oceano de amor e misericórdia. Se o Senhor
foi capaz de mergulhar em seu íntimo e descobrir as suas fraquezas sem se escandalizar
com elas, agora é a sua vez de descer até o Seu coração e descobrir a imensidão
de Seu amor. Jesus o amou como é e, mesmo sem nada merecer, se entregou por si.
A única coisa que Ele lhe pede é que nunca se furte de ser amado e, assim,
aprenda a amar como Ele ama: incondicionalmente, até o fim.
7. A simpatia e
a compaixão de Jesus, nosso amigo
“E os apóstolos ajuntaram-se a Jesus, e
contaram-lhe tudo, tanto o que tinham feito como o que tinham ensinado. E ele
disse-lhes: Vinde vós, aqui à parte, a um lugar deserto, e repousai um pouco.
Porque havia muitos que iam e vinham, e não tinham tempo para comer. E foram
sós num barco para um lugar deserto. E a multidão viu-os partir, e muitos o
conheceram; e correram para lá, a pé, de todas as cidades, e ali chegaram
primeiro do que eles, e aproximavam-se dele. E Jesus, saindo, viu uma grande
multidão, e teve compaixão deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor;
e começou a ensinar-lhes muitas coisas” (Mc. 6:30-34).
Quando
os apóstolos voltaram tinham muito o que contar. Uns estavam empolgados com o
sucesso; outros, radiantes com a vitória sobre os demónios; outros, ainda,
possivelmente cansados pelo esforço despendido, mas todos necessitando da santa
influência do repouso e quietude que poderiam gozar na companhia de Jesus, o
seu grande e melhor amigo. Naquelas horas ou dias calmos, logo que passou a
excitação do grupo, Ele lhes ensinou memoráveis lições acerca de como
alimentaria o mundo através de Sua Igreja, e como seu povo estaria seguro no
meio das tempestades do mar, porque Ele estaria sempre com ele, vigando e
agindo quando mais necessitassem de socorro.
O
evangelho nos revela três grandes qualidades de Jesus, nosso amigo inseparável,
em seus relacionamentos com os seus amigos.
1)
Jesus estava sempre atento às necessidades dos outros.
Toda
a vida de Jesus Cristo foi vivida como uma permanente entrega: entregou-se
completamente ao Pai e ao cumprimento da sua vontade; e como a vontade de Deus
Pai é a salvação de todos, Jesus viveu para os outros; foi verdadeiramente um
homem-para-os-outros. Jesus que estava sempre alerta no seu trabalho, sempre
atento aos outros e às suas necessidades, buscou uma forma de ajudá-los a sair
dos seus problemas e pregou a necessidade de amar o próximo, mesmo o inimigo.
Jesus,
o Deus que veio ao encontro dos homens, dá conta da “fome” da multidão que O
segue e propõe-Se libertá-la da sua situação de miséria e necessidade. Aos
discípulos (aqueles que iriam continuar até ao fim dos tempos a mesma missão
que o Pai lhe confiou), Jesus convida a despirem a lógica do egoísmo e a
assumirem uma lógica de partilha, concretizada no serviço simples e humilde em
benefício dos irmãos. É esta lógica que permite passar da escravidão à
liberdade; é esta lógica que fará nascer um mundo novo.
Jesus
sabia também respeitar o momento e o espaço daqueles que viviam com Ele. Jesus conhecia
tão bem os seus discípulos, que isso fica claro quando, após vários dias de
caminhada com passagens em várias cidades, o vemos como pensou com cuidado num
lugar onde os seus discípulos pudessem descansar e recobrar as suas forças.
Percebendo o esgotamento daqueles homens, Jesus não “forçou a barra”, cobrando
algo que eles não poderiam mais oferecer. Aquele era o momento de descansar
para retomar a missão depois, com mais vigor.
2)
Jesus sabia ter compaixão por aqueles que o cercavam.
Ele,
como bom pastor e amigo tem compaixão do povo - que ouvira falar de Jesus, da
sua grande compaixão para com todos aqueles que sofriam -, conseguia ver a dor
e o sofrimento das pessoas e as levava a sério. Jesus não considerava perda de
tempo o facto de estar ao lado dos sofredores, daqueles que não poderiam
oferecer nada em troca de sua atenção. Ao contrário, Jesus amava “ensiná-los”.
O Mestre não desejava resolver os problemas de todos num passe de mágica, mas
queria torná-los pessoas cheias da sabedoria do alto, capazes de enfrentar seus
problemas com coragem e determinação. E por isso multidões o seguiam, mesmo
depois de serem curados.
Nesta
linha Paulo (Ef. 2:13-18) apresenta Jesus Cristo como aquele que “se tornou
próximo de nós pelo sangue de Cristo”. Essa é uma descoberta reveladora do
cristianismo. Nós cremos em Jesus, Filho de Deus que se tornou homem, morreu e
ressuscitou, mas que está bem próximo de nós na Palavra, na Santa Ceia. É
Cristo que nos chama para sermos homens e mulheres novos, reconciliados com
Deus e com os irmãos. Por meio da Cruz Jesus destruiu toda a inimizade e nos
convidou para estarmos próximo dele e sermos cuidadores de nós e dos irmãos, de
praticar a virtude da compaixão com os que sofrem, de sermos solidários com os
desvalidos.
3)
Jesus sabia se adaptar bem as mudanças de agenda, sem tornar isso um motivo de
frustração e reclamações.
Jesus
sabia viver cada momento como se fosse único, e por isso era capaz de refazer
seus projetos de acordo com os planos do Pai, sem tornar esses transtornos
motivos de irritação e maiores tensões. Jesus vivia os reveses da vida com
leveza e espírito de aceitação. Que nada seja motivo de irritação ou
frustração, mas uma oportunidade para aprender e crescer em graça e sabedoria. Amém.
Mesmo tendo-se programado para descansar
com os discípulos, Jesus acolhe com carinho aqueles que estavam, na realidade,
“estragando seus planos”. Ele sabia viver cada momento como se fosse o único, e
por isso era capaz de refazer seus projetos de acordo com os planos do Pai, sem
tornar esses transtornos motivo de irritação e maiores tensões. Jesus vivia os
reveses da vida com leveza e espírito de aceitação.
Como se sente em relação a essas três
características do caráter de Jesus? Ele é nosso modelo para uma vida repleta
de paz e vitória. Há algo que o Senhor lhe possa ensinar hoje através desse
evangelho?
Que o Espírito Santo molde o seu caráter
à semelhança do Senhor Jesus. Que o Pai, em Nome do Seu Filho Jesus, derrama
sobre nós mais uma vez o Seu Espírito. Que Ele nos vá modelando à imagem de
Jesus. Que nos ajude a ter cuidado com os irmãos, estendendo a mão em suas
necessidades e incentivando-os com as nossas palavras. Que tenhamos um coração
cheio de compaixão, que sabe se colocar no lugar do mais pobre e sofredor. Que
o Senhor nos use, para ensinar algo de bom aos que precisam de apoio para se
reerguer na vida. Que nos dê a graça de viver o dia de hoje segundo os Seus
planos, mais do que segundo a nossa agenda. Que nada seja motivo de irritação
ou frustração, mas uma oportunidade para aprender e crescer em graça e
sabedoria. Amém.
8. Não há melhor amigo do que Jesus
Ele é o verdadeiro amigo que não olvida
o clamor de seu amigo. Que não lhe vira às costas. Que não lhe nega ajuda e
socorro. Que não se mantém insensível ao problema de seu amigo. Que não se cobre
de desculpas, tais como: Estou ocupado; agora não posso ou não tenho tempo. O
melhor amigo Jamais bate a porta para seu amigo.
Jesus é o melhor amigo. Ele é um amigo
infalível e singular. Ele é amigo quando não temos amigos. Ele é amigo fiel, de
todas as horas, quando o sol brilha, quando chega a noite, quando estamos no
cume da montanha, como quando descemos ao Vale de dor e lágrimas. Ele é amigo
presente, que nos consola, que não nos abandona. Ele é amigo querido e amável. Ele
é amigo dos amigos.
Basta uma só Palavra d’Ele e seremos
salvos. Basta uma só Palavra do Senhor da glória, e a esperança retornará ao nosso
coração. Basta uma só Palavra, do Senhor dos exércitos, e veremos um caminho
seguro onde antes só havia trevas e escuridão.
Nossas
palavras, por melhores que sejam, não bastam. Nossas decisões e nossos gestos,
ainda que cheios de boa vontade, não são o suficiente para abrir um caminho no
deserto e fazer a terra seca florescer. Se a sua vida tem sido solo árido, se a
sua casa se tornou um lugar de penúria e desamor, busque a Palavra de Jesus, o
nosso melhor amigo. Uma só Palavra vinda d’Ele tem o poder de endireitar os seus
passos vacilantes, dar-lhe uma sabedoria nova e fazê-lo enxergar as graças que
vêm depois do sofrimento. A Palavra do Senhor é o bastante para algo novo
começar em sua vida. O Salmo 118 nos faz dizer: “Lâmpada para os meus pés é a Tua Palavra e luz para o meu caminho”
(Sl. 118:105).
O
Senhor, nosso melhor amigo, sabe para onde quer conduzi-lo e tem poder para
fazê-lo, porque em breve vai voltar para nos levar consigo para o Seu eterno
lar, que será o nosso abrigo. Aleluia! Alimente-se da Sua Palavra, dia-a-dia, e
ela se tornará uma lâmpada a iluminar os seus caminhos. À luz da Palavra, seus
passos serão seguros, vigorosos, e não precisará de recuar mais diante do
desconhecido. Nada será obstáculo diante das Suas promessas que alimentam seu
coração com a fé.
Sem
Ele, nada sabemos fazer de bom, mas tudo podemos em Suas forças que operam em
nós. Devemos de, então, buscar a Sua Palavra, as Suas riquezas que jamais se
acabam, e perceber que Seu amor e Sua graça são aquilo que faltava para os milagres
acontecerem. Verdadeiramente, a Sua Palavra é o bastante.
A
solidão que corrói por dentro, a sensação de abandono, gera carências de toda a
espécie. Jesus, o amigo inseparável, não se assusta com os nossos sentimentos
de solidão, nem com as consequências doídas que eles acarretam em nós. Ao
contrário, Ele deseja tocar-nos, ouvir-nos, curar-nos. Ele um dia nos prometeu:
“Jamais vos deixarei órfãos” (Jo.
14:18) e deseja cumprir suas palavras, criando connosco uma amizade verdadeira
e profunda, capaz de nos restaurar por dentro.
Experimente
a sensação de não estar só em nenhum momento. E, de alguma maneira, seja também
um sinal da presença do Senhor na vida de alguém. Talvez alguma pessoa muito
próxima precise de sua atenção, de seu toque de amizade e de amor. Talvez algum
leproso da alma se aproxime de si precisando que alguém compreenda o seu
sofrimento. Isso é ter compaixão: você não precisa de ter todas as respostas,
basta acolher e amar.
Não
somos órfãos nem estamos indefesos diante das tribulações da vida porque o nosso
melhor amigo está connosco e podemos falar com Ele a todo instante, tocar-Lhe e
ser tocado por Ele. Sabemos que podemos contar sempre com Ele e que teremos
sempre o poder do Seu Espírito agindo em nós. A presença do Senhor Jesus, jamais
se afasta de nós. Glória a Ele.
Há
uma antiga prática de vida cristã chamada “exercício da presença de Deus”.
Através dela aprendemos a manter o nosso interior sempre atento à presença do
Senhor, que nos acompanha a cada passo. Durante o dia de hoje, pratique esse
exercício. Nos mais diversos momentos do dia, nos mais diversos lugares,
lembre-se de que o Deus vivo está ali consigo. Adore-o em seu íntimo, fale com
Ele e entre em comunhão com o Senhor. Mergulhe assim na intimidade com Deus,
que o cerca por todos os lados.
Em tempos de aflição, que maravilha
poder acreditar que as dificuldades que vivemos não são eternas, não vão durar
para sempre, porque um dia vamos viver com o nosso melhor amigo, lá nos altos
céus, onde reina a santidade, por toda a eternidade. Essa certeza, que renova
as nossas forças, faz o apóstolo Paulo exclamar: “por isso não desfalecemos”! Não perdemos as forças, não desistimos
de nossas lutas, pois o Senhor, nosso amigo inseparável, está no controle e tem
uma hora certa para nos abençoar. Paulo dá então a receita para não
desfalecermos, para não nos deixarmos confundir pelas aparentes demoras de Deus.
Conclusão
Aprender
a se relacionar bem é algo fundamental para a vida do ser humano, quando fazemos
isso vivemos cercados de amigos, temos um lar em harmonia, uma igreja unida, passamos
a desfrutar de uma qualidade de vida e crescimento pessoal em todas as áreas.
As
dificuldades e conflitos sempre aparecerão nos relacionamentos, seja na igreja,
no trabalho, na família, com os amigos, mas vamos nos lembrar do que nos foi
ensinado para buscarmos viver no dia-a-dia.
Lembre-se:
Deus está sempre pronto para nos ajudar, basta buscarmos Dele a direção para as
nossas vidas.
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