Introdução
“O ladrão vem somente para roubar, matar e
destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância. Eu sou o bom
pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas. O mercenário, que não é pastor, a
quem não pertencem as ovelhas, vê vir o lobo, abandona as ovelhas e foge;
então, o lobo as arrebata e dispersa. O mercenário foge, porque é mercenário e
não tem cuidado com as ovelhas. Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas,
e elas me conhecem a mim” (Jo. 10:10-14)
Ser pastor
sempre foi uma tarefa árdua. Muitas são as demandas internas e externas da
igreja local, entre elas o cuidado para com as pessoas do rebanho, visita a
enfermos, questões relacionadas com administração eclesiástica e o constante
desafio de se dedicar à oração, à pregação e ao ensino da Palavra de Deus. O
dia-a-dia pastoral é desafiador para quem é vocacionado por Deus para
apascentar. Somente pela graça e pelo amor do Pai é possível encarar tão grande
responsabilidade. Por outro lado, uma liderança madura e servidora é
imprescindível ao desenvolvimento da igreja local.
A vocação
pastoral era a mais simples de toda a Palestina, e por sinal, uma das mais
antigas também. Atualmente, muitos são os modelos de liderança pastoral
sugeridos sob os aspectos empresarial e meramente psicológico. Entretanto, o
modelo de liderança para um pastor cristão deve estar centralizado sob o de
Jesus de Nazaré. A vida do nosso Mestre é o melhor exemplo para um ministério
integral: acolhedor, admoestador e servidor. Um modelo pastoral centrado na
concepção empresarial pode até trazer resultados visíveis, mas para Deus será
um verdadeiro fracasso. Seguir a liderança de Jesus de Nazaré pode parecer um
grande fracasso, mas em relação a Deus é grande vitória.
O objetivo principal
da atuação pastoral precisa estar ligado ao alvo da sua vida. Havia um ditado
popular, que a incluía na lista de profissões que um judeu não devia ensinar a
seu filho. Não era fácil trabalhar nesta área. Calor de dia, frio de noite,
além das noites e noites sem dormir (Gn. 31:40). Em termos monetários, o
salário era quase inexpressivo. As casas em que eles moravam eram frágeis (cf.
Is. 38:11). As roupas, muito simples. O trabalho, perigoso (I Sm. 17:34-36).
Apesar de tudo isso, quando falava de si mesmo, a figura predileta de Jesus não
era a de um rei, de um general, mas a de um trabalhador dessa profissão: “Eu sou o bom pastor” (Jo. 10:11), disse Ele.
Este alvo não
pode ser outro senão glorificar a Deus. O estímulo para que o povo busque uma
vida santa e obediente ao Senhor, está a cargo do pastor de almas. Também é sua
tarefa promover a unidade deste povo sob seu pastoreio. O rebanho deve ser
levado a uma adoração verdadeira em que a beleza e o poder de Cristo se
manifestem de maneira clara e evidente. A figura do pastor, com certeza, está
entre as favoritas de Jesus. Só no capítulo 10 de João, encontramos seis
referências à palavra “pastor”; todas dirigidas a Ele. Em João 10, Jesus se
apresenta como “O bom pastor”. O adjetivo “bom” sugere nobreza ou valor. Ele é
o pastor por excelência. Ele é, ao mesmo tempo, modelo e pastor dos pastores.
Mas não é apenas pastor dos pastores, é pastor de todos nós! Somos ovelhas do Seu
rebanho e Ele se preocupa connosco! Estudando o capítulo 10 do evangelho de
João podemos ver, claramente, algumas características do ministério de Jesus, o
bom pastor. Meditar nestas características eleva a nossa confiança em nosso
Pastor.
Para que o
pastor seja segundo a mente e o coração de Deus, necessário se faz que seja o
mais zeloso possível quanto aos seus sagrados objetivos.
O pastor deve
ser aquele homem totalmente sincero como cristão. Caso contrário não estará
apto ou capaz de ser pastor. O seu amor a Deus deve estar acima de qualquer
coisa e deve estar tão envolvido e comprometido com o Senhor, que realmente
Deus seja o centro de suas ações.
Mesmo que o
pastor saiba e ensine línguas originais das Escrituras e tenha bastante cultura
ou muita filosofia, seja um expedito em muitos assuntos, se ele não ama o
Senhor e nem lhe é dedicado totalmente, o seu ministério fica muito a desejar.
O pastor precisa amar a Deus com sinceridade acima de tudo, antes de servi-lo
diante de todos.
O ministro do
Evangelho é aquele que é apaixonado pela igreja, que ama o rebanho, se alegra
com a alegria e felicidade do seu povo, se desdobra para o bem-estar de todos,
se doa intensamente. Ele fixa o seu coração nas coisas da vida futura,
considerando as questões da vida eterna superiores aos interesses desta
existência. Ele crê e sente a grandeza da Salvação e assim terá o seu coração
voltado para a Salvação de todos.
Se o pastor não
tem prazer numa vida santa, detesta com toda indignação a iniquidade, se não
pugna pela unidade e santidade da igreja, batalhando contra todo espírito de
divisionismo, estará inepto para a função.
Sem dúvida, se
não estiver munido destas qualidades acima mencionadas, dificilmente
desenvolverá um ministério com os verdadeiros propósitos divinos. Assim sendo,
como ministros do Evangelho e responsáveis pela condução do rebanho de Deus,
necessário se faz que façamos uma consciente autocrítica do nosso modus
operandi pastoral, afim de que sejamos tidos como obreiros aprovados na seara
bendita.
O dom
ministerial de pastor é concedido àqueles a quem Deus chama para servir ao seu
precioso rebanho, a Igreja de Jesus. Esta acha-se espalhada nas igrejas locais
que reúnem crentes oriundos de todos os lugares do mundo. Eles estão sob os
cuidados de líderes para serem alimentados com a Palavra de Deus. O objectivo
do ministério pastoral é fazer com que o rebanho do Senhor cresça na graça e no
conhecimento do Evangelho de nosso Salvador (2 Pe. 3:18). Portanto, o pastor
precisa da graça divina para não fracassar em seu ministério. Vamos à
primeira…
1. O Ministério de
Jesus, o Bom Pastor, é Caracterizado Pela Orientação.
O capítulo 10 do
Evangelho de João se originou a partir do confronto de Jesus com alguns líderes
judeus (Jo. 9). Quando comparamos os últimos versículos 35 a 41 do capítulo 9,
com os versículos 19 a 21 do capítulo 10, podemos constatar isto. João 10:1-18
é o texto que se encontra exatamente no meio desta conversa confrontadora de
Jesus. O cego de nascença, que foi curado por Ele, esperou em vão o cuidado
pastoral dos seus líderes. Na verdade, eles o expulsaram do rebanho (Jo. 9:34).
Então, este homem, encontrou em Jesus um pastor de verdade. Nos primeiros 18
versículos do capítulo 10 de João, baseado na metáfora pastor-ovelha, Jesus
apresenta algumas características do seu ministério (Jo. 10:6).
Na comparação
que Cristo faz, ele é o personagem principal: O pastor das ovelhas (Jo. 10:2).
A primeira característica que vemos no ministério do bom pastor é a orientação.
Acompanhe em sua Bíblia o que diz o texto, no versículo 4: “E quando tira para fora as suas ovelhas, vai
adiante delas, e elas o seguem...”.
Observe a
expressão “ir adiante” das ovelhas. Esse é um detalhe importante. Os pastores
do Oriente Próximo, tanto agora como também na época de Jesus, tinham por
hábito ir à frente das suas ovelhas, mostrando-lhe o caminho.
Esta forma de
proceder dos pastores orientais é radicalmente diferente da dos pastores
ocidentais que, em sua maioria, tem por hábito ir atrás das ovelhas, tocando o
rebanho, geralmente usando cães. Jesus se apresenta como um pastor que vai à
frente. Ele não está atrás do rebanho gritando: “Andem”, “Caminhem”, “Vamos”.
Ele está à frente, convidando amorosamente: “Venham”! “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados e eu vos
aliviarei” (Mt. 11:28). Jesus vai à frente, apontando o caminho, dizendo:
“Vire aqui”, “Faça a curva ali”, “Não pise aí”. No caso de ovelhas agir assim é
muito importante. As ovelhas não podem andar sozinhas. Falta-lhes senso de
direção. Uma ovelha tem que seguir alguém.
A alguns metros
do caminho certo, elas são incapazes de encontrá-lo. Se não houver um pastor
que as oriente, as ovelhas tendem a perambular perto dos rios, o que é muito
perigoso, visto que sua lã se molha, pesa, e elas podem se afogar. Ter um
pastor para orientá-las é extremamente importante para preservar-lhes a vida e
deixá-las sempre no caminho certo. É por isso que as ovelhas são
talentosíssimas para discernir a voz do seu pastor: “...ouvem a sua voz (...) conhecem a sua voz” (Jo. 10:3-4). Jesus é
apresentado no texto como aquele que vai adiante. Aquele homem que foi
rejeitado pelos seus líderes (Jo. 9:35), não ficaria sem rumo! Jesus estava
ali: Ele orienta! Quem o segue, acerta no caminho.
Precisa de tomar
uma decisão que pode mudar radicalmente a sua vida? A vida é assim mesmo. Vez
por outra deparamo-nos com algumas decisões inquietantes. Uma nova proposta de
trabalho, uma mudança inesperada, a futura profissão, o futuro esposo, a futura
esposa. Dependendo do que for decidido, as coisas podem melhorar ou piorar.
Para acertar sempre, lembre-se de Jesus, o bom pastor: o seu pastor! Ore,
peça-lhe sabedoria para acertar na escolha. Estude a Sua palavra,
familiarize-se com a Sua vontade, com o seu jeito de decidir as coisas. Deixe-o
andando na frente (Jo. 10:4).
Jesus afirmou: “as minhas ovelhas ouvem a minha voz (...) e
elas me seguem” (Jo. 10:27). Siga-o com submissão, assim, nunca estará
desorientado. Desenvolva o talento de saber ouvir a voz do seu pastor. Ele pode
falar consigo de várias formas: através do seu pastor, através da sua esposa
(o), através da sua Palavra, através das aflições; consiga ouvir e entender a
sua voz: ... procure entender qual é a vontade do Senhor (Ef. 5:17). Quando
Jesus está adiante, quando ele está andando na frente, as coisas vão bem! Por
isso, entreguemos o volante da nossa vida nas mãos do Bom Pastor! Seu
ministério é caracterizado pela orientação. Mas não é só esta característica
que aprendemos em João 10. Vamos à segunda...
2. O Ministério se
Jesus, o Bom Pastor, é Caracterizado Pelo Cuidado.
Quando Jesus
lhes falou este enigma, eles não entenderam o que era que ele lhes dizia (Jo.
10:6b). Jesus começa a explicar de modo mais claro, e na sua explicação
encontramos a segunda característica do ministério “pastoral”: o cuidado. Dois
pontos podem ser ressaltados. Primeiro, o cuidado protetor de Jesus. Observe
com atenção em sua Bíblia o versículo 9a, de João capítulo 10: “Eu sou a porta; todo aquele que entrar por
mim salvar-se-á”. Outra figura entra em cena aqui: A porta. Jesus é a porta
do aprisco. O que isso quer dizer? Como Jesus pode ser ao mesmo tempo o pastor
e a porta do aprisco?
No Médio
Oriente, o aprisco era bem simples. Quase sempre ficava em alguma área aberta,
cercada de muros feitos de pedras, talvez com uns três metros de altura, e com
uma abertura que servia como porta. Os pastores, no cair da noite, deixavam as
suas ovelhas no aprisco com um porteiro - um tipo de guarda que vigiava os
rebanhos durante a noite (Jo. 10:3). O porteiro, que algumas vezes era um dos
próprios pastores, dormia na abertura do aprisco e, no fim, funcionava como uma
“porta”. Ele fazia isso para proteger o seu rebanho. Hienas, xacais, lobos e
até ursos surgiam com frequência, não sendo incomum a luta entre o pastor e uma
fera selvagem.
Quando Jesus diz
que ele é a porta, está mostrando que ele mesmo cuida da segurança das suas
ovelhas. Ele as protege! Confira, por favor, a palavra “salvar-se-á”, do
versículo 9: todo aquele que entrar por mim, salvar-se-á. O verbo “salvar”
significa, neste texto, “livrar de perigo e entregar em segurança”. É isso que
Jesus faz com as Suas ovelhas! Ele é um pastor protetor. Você já se sentiu
desamparado alguma vez? Sem proteção? Já alguma vez teve a impressão de estar
sozinho, não tendo ninguém que se importe consigo, para o ajudar? Se esse
sentimento quiser ganhar lugar no seu coração, lembre-se de Jesus, o seu pastor
(Jo. 10:14).
Ele está consigo:
Por esta razão, quando tiver de andar pelo vale da sombra da morte, não tema
mal algum, o seu pastor está consigo, a sua vara e o seu cajado o tranquilizam
(Sl. 23:4). Com Ele ao seu lado, tudo termina bem: “As minhas ovelhas (...) ninguém poderá arrebatá-las da minha mão”
(Jo. 10:27a-28b). Como é maravilhoso sabermos disso, nós, suas ovelhas! Mas,
continuemos. Jesus não é um pastor cuidadoso somente no que diz respeito à sua
proteção. Um segundo ponto que pode ser ressaltado diz respeito ao seu cuidado
provedor. Observe a parte final do versículo 9: “Eu sou a porta. Quem entrar por mim (...) poderá entrar e sair e achará
pastagens”. Na Bíblia Viva, este texto está assim: ... encontrará pastagens
verdes. Na NTLH, lemos: ... achará comida.
Para uma ovelha
dormir tudo precisa de estar na mais perfeita ordem, inclusive, o estômago tem
de estar cheio. Como não podem encontrar comida, as ovelhas precisam de ajuda.
Era o pastor quem cuidava da alimentação do rebanho. Veja que o texto diz
“Entrará e sairá...”. Jesus cuida das suas ovelhas dentro e fora do aprisco. As
ovelhas são totalmente dependentes do pastor para provisão! Eles, por sua vez,
davam o melhor de si para encontrarem a erva mais fresca, pastos ricos em
nutrientes, água limpa e etc. Assim é Jesus, nosso pastor. Podemos esperar
confiantes em sua provisão!
Está preocupado
com o dia de amanhã? O que comer, o que beber, o que vestir? Como pagar a
faculdade do filho? E se o emprego faltar? E se a doença chegar?
Tranquilize-se! Seu pastor é cuidadoso: “Todo
aquele que entrar por mim, entrará, sairá e achará pastagens. O ladrão só vem
para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham em
abundância” (Jo. 10:10). Diante dos ataques dos lobos ou no meio de pastos
verdejantes, o cuidado de Jesus, o nosso pastor, é certo! “As minhas ovelhas... eu as conheço” (Jo. 10:27). Não andemos
ansiosos (Mt. 6:25), lancemos sobre Ele toda a nossa ansiedade, porque Ele tem
cuidado de nós (1 Pe. 5:7)! Amém! Vamos à terceira característica...
3. O Ministério de
Jesus, o Bom Pastor, é Caracterizado Pelo Sacrifício.
Até agora vimos
que o ministério de Jesus, o Bom Pastor, é caracterizado pela orientação e pelo
cuidado. Continuando a analisar essa metáfora, rica em significados,
descobrimos uma terceira característica do ministério “pastoral” de Jesus: a
sacrificial. Acompanhe em sua Bíblia a leitura de João 10:11: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a sua
vida pelas ovelhas”. Jesus está mostrando que o “bom” pastor não é aquele
que se preocupa primeiramente com o seu bem-estar, mas o que se preocupa com o
bem-estar das suas ovelhas. Esse até arrisca a sua vida para salvar a delas. Os
pastores da Palestina, de facto, colocavam a vida das ovelhas acima das suas.
O mercenário,
não. Este cuida das ovelhas com outros fins. O interesse do mercenário pelas
ovelhas não está nas ovelhas. Eles cuidam delas por causa do dinheiro que
recebe por isso. O mercenário não é, necessariamente, alguém mau, violento, ou
coisa do tipo. Ele é, simplesmente, uma pessoa mais compromissada com o seu
bem-estar do que com o bem-estar das ovelhas. É um pastor falso, que trabalha
por motivos simplesmente materiais. Cuidar de ovelhas para ele é apenas um meio
de sobrevivência. Não está disposto a sacrificar a sua vida pelas ovelhas, de
maneira alguma. Ele não se importa com as ovelhas (Jo. 10:13).
A palavra grega
para mercenário é misthotós, que deu origem à ideia de “salário” que, no grego,
é misthos. Este é o único interesse do mercenário. “Não se trata de um pastor
verdadeiro, em sua disposição, em seus dotes e em suas boas intenções; pelo
contrário, apenas atua como tal, mas representa tão-somente a si mesmo”. Assim
como informa o versículo 12, quando o mercenário vê o lobo se aproximar,
abandona as ovelhas e foge. E o lobo as ataca e as dispersa. Quando há perigo
para si, quando tem de arriscar a sua própria pele, quando se vê em apuros, não
pensa duas vezes: foge! Deixa as ovelhas entregues à sua própria sorte.
Em Ezequiel
capítulo 34, Deus chama a atenção dos pastores infiéis que estavam à frente do
seu povo. Eles eram verdadeiros mercenários. Comiam a gordura, se vestiam com a
lã das ovelhas, matavam o animal engordado, mas não cuidavam das ovelhas (v.
2). A palavra do Senhor para estes pastores que não fortaleciam as ovelhas
fracas, não curavam a doente, não enfaixavam a ferida, não procuravam a
desgarrada, não buscavam a perdida, mas dominavam sobre elas com rigor e
dureza, foi: “Eu me coloco contra os
pastores; exigirei as minhas ovelhas das suas mãos e farei com que deixem de
cuidar de ovelhas” (v. 10). Que palavra pesada! Mas era isso mesmo que eles
precisavam de ouvir.
Aqui em João 10
Jesus também chama a atenção dos pastores mercenários do seu tempo. Não perca
de vista que ele está falando com os líderes da religião judaica. Eles só
pensavam nos seus próprios interesses. Ao dizer, Eu sou o bom pastor, Jesus
estava enfatizando a Sua excelência como tal e contrastando-se com os falsos
pastores daquela época. Jesus já os havia chamado de “ladrões e salteadores”
(Jo. 10:1, 10). Eles não tinham interesse real nas ovelhas, diferente de Jesus.
Ele tem. Morreu por elas. Deu a Sua vida, espontaneamente (Jo. 10:18). Jesus, o
verdadeiro pastor, não somente cuida das ovelhas, mas comprou-as com o Seu
precioso sangue (1 Pe. 1:19-20). Ele dá a vida pelas ovelhas (Jo. 10:11). Seu
pastoreio é sacrificial.
Meu irmão, minha
irmã, Jesus, o bom pastor, sempre esteve disposto a arriscar a Sua vida pelas
das Suas ovelhas. Ele “perdeu” a Sua própria vida por nós. Poderia escapar da
morte à hora que quisesse. Mas, por livre e espontânea vontade Ele se oferece a
si mesmo e de maneira total. Jesus sabe o que é sofrer! Ele conhece todo o tipo
de sofrimento: traição, solidão, abandono, humilhação, ofensas, dores e até a morte.
Ele conhece a nossa dor! Por outro lado, talvez você nunca entenda o quanto
Jesus sofreu. Mas, é importante saber: o Bom Pastor se entregou por si! Morreu
para que hoje você tivesse vida. Nos momentos de decepção, angústia, tristeza;
quando estiver no fim da linha, olhe para cruz. Consiga enxergar Jesus de
braços abertos. Ele preferiu morrer do que ficar sem nós por toda a eternidade.
Glória a Deus! Esse é Jesus. Mas, vamos à última característica...
4. O
Ministério de Jesus, o Bom Pastor, é Caracterizado Pelo Relacionamento.
Acompanhe em sua
Bíblia o que diz o versículo 14 de João capítulo 10: “Eu sou o bom pastor, eu conheço as minhas ovelhas”. Neste versículo
nós descobrimos a quarta característica do ministério de Jesus: a relacional.
Seu ministério é caracterizado pelo relacionamento. O bom pastor disse: eu
conheço as minhas ovelhas. O que é que esta afirmação nos ensina e nos mostra?
Precisamos de, em primeiro lugar, entender o significado do termo “conhecer”.
No evangelho de João, este termo não está ligado ao conhecimento intelectual. O
significado é bem mais abrangente. A palavra grega para conhecimento aqui é
gnõsko.
De acordo com os
dicionários, gnõsko, originalmente, se referia ao experimentar um objeto
através dos sentidos; alcançar e entender de forma familiar o objeto percebido
pela mente. Esta palavra traz a implicação da certeza baseada na experiência,
na familiaridade. É justamente esse o sentido que tem a palavra “conhecer”,
empregada por Jesus em João capítulo 10, versículo 14. Ela refere-se ao
relacionamento íntimo entre Deus e seu povo. É conhecer no sentido de
relacionar-se, conviver, sentir. O Bom Pastor conhece as Suas ovelhas! Não
somente intelectualmente, mas porque vive com elas, sabe das suas dores, conhece
as suas dificuldades, se relaciona!
O pastor na
Palestina levava os seus rebanhos para as pastagens e ficava o dia inteiro com
eles, e, às vezes, até à noite. Os rebanhos do oriente, em geral, não eram
grandes demais, e o pastor conhecia cada ovelha individualmente. Entretanto,
havia rebanhos que consistiam de milhares e até de dezenas de milhares desses
animais. Nestes, as ovelhas que ficavam mais próximas do pastor tinham cada uma
o seu nome dado por ele, e recebiam cuidados especiais. Os pastores amavam as
suas ovelhas e estas correspondiam ao seu amor. Assim é Jesus; ele conhece,
convive, ama as suas ovelhas. Seu ministério é relacional.
Lembra-se do
cego do capítulo 9 de João? Os fariseus não se importaram nem um pouco com ele.
Enquanto os fariseus o “expulsaram”, Jesus o “acolheu” (Jo. 9:35-38). E fez
mais: mostrou que muitas outras ovelhas ainda seriam agregadas (Jo. 10:16).
Quando ele terminou de dizer estas palavras, os judeus se dividiram novamente
em suas opiniões acerca dele: Muitos diziam: Está possuído por um demónio
(...). Mas outros diziam: Estas palavras não são de um endemoninhado. Pode um
endemoninhado abrir os olhos dos cegos (Jo. 10:20-21)? Esse último grupo tinha
razão; eles não estavam diante de um endemoninhado, mas diante de um pastor, “o
verdadeiro pastor”, que ama e acolhe as Suas ovelhas.
Como tem sido o
seu relacionamento com o supremo pastor? É interessante que o texto diz:
conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem. Do mesmo modo que o conhecimento
do Bom Pastor não é teórico, mas experiencial, assim deve ser o nosso
conhecimento dele. Veja que a fala de Jesus sugere relacionamento. O pastor
conhece as ovelhas e as ovelhas conhecem o pastor. Ele ainda acrescenta: assim
como o Pai me conhece e eu conheço o Pai (v. 15). Veja que a relação a que
Jesus se refere no que diz respeito a ele e às Suas ovelhas é uma relação
familiar. É assim que deve ser! É dentro desta familiaridade que deve acontecer
o relacionamento pastor-ovelha. Viva na presença do Sumo Pastor todos os dias
da sua vida. Ele o conhece. Ele se importa consiga.
Quando Jesus
olha para as Suas ovelhas, Ele não enxerga apenas um amontoado de lã, um monte
de patas todas iguais. Ele olha e enxerga cada uma de maneira especial. Cada
face é peculiar para Ele. Atrás de cada uma se esconde uma história diferente e
Ele as conhece todas! Ele está no meio das Suas ovelhas. Convive com elas.
Caminha com elas, todos os dias de Sua vidas, até o final dos tempos (Mt.
28:20). Não se afaste do seu pastor. Jesus quer fazer parte da sua vida, do seu
quotidiano. Nunca se esqueça: Nós não vencemos para Jesus, nós vencemos com
Jesus; nós não lutamos para Jesus, nós lutamos com Jesus; nós não trabalhamos
para Jesus, nós trabalhamos com Jesus! O que a maioria de nós precisa para
encontrar descanso não é de um carro superconfortável, uma casa extremamente
luxuosa, uma banheira de hidromassagem, mas do contacto com Jesus, comunhão com
Jesus, convívio íntimo com Cristo. Ele está disponível e você?
Conclusão
A figura do
pastor não combina com a figura do mercenário. Existe uma incompatibilidade
entre elas, uma barreira intransponível. O pastor guia, protege, alimenta,
cuida das ovelhas. O mercenário aproveita, explora, rouba, dispersa as ovelhas.
O pastor enfrenta o perigo. O mercenário foge do perigo. O pastor se preocupa
com as ovelhas; o mercenário se preocupa consigo mesmo. Jesus é o nosso pastor,
ele não é mercenário. Quando estivermos desorientados, desamparados e
necessitados, podemos contar com a sua direção, seu cuidado e sua presença. É encorajador
saber disso!
Por isso, a si
que lê esta Palavra e ainda não é ovelha do Senhor Jesus, o Bom Pastor,
gostaria de lhe fazer um convite. Tudo o que acabou de ouvir não fará sentido
algum em sua vida, se não for ovelha dele. Ele orienta, cuida, se sacrifica e
se relaciona com as suas ovelhas. Somente quem crê nele é ovelha dele (Jo.
10:26-27). O convite é esse. Abra o seu coração para Jesus e receba-o como
Senhor e Salvador de sua vida. O Bom Pastor está de braços abertos para o
receber. Agora, para aqueles que já fazem parte do rebanho do Sumo pastor,
descansem seguros diante das tempestades.
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