“Ora, disse o Senhor a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da
casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande
nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção”! (Gn. 12:1-2)
Deus chamou Abrão para ser uma bênção em
favor do mundo.
Mas antes de ser uma bênção para todas as nações, ele precisaria ter sido
abençoado por Deus. Primeiro Deus abençoa a pessoa com a sua bênção imerecida,
depois essa pessoa abençoada se constitui numa bênção para os outros. Deus
abençoa o homem com a sua graça incondicional e o homem abençoado se torna numa
bênção para as outras pessoas.
Deus escolhe aqueles que ele mesmo quer,
mediante a sua graça e os abençoa incondicionalmente para que eles sejam uma bênção
para o maior número de pessoas neste mundo, segundo a sua própria vontade.
Ninguém é uma bênção em si mesmo, mas se torna uma bênção pela operação de Deus
em sua vida. Deus escolheu Abrão e o abençoou para que ele se tornasse uma
bênção para a humanidade. Para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em
Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido (Gl.
3:14).
Jesus Cristo é a bênção de Deus para o
mundo e a bênção de Abraão é a salvação eterna do homem mediante Jesus Cristo. Tudo o que Deus
tem para a humanidade foi concedido através da pessoa de nosso Senhor Jesus
Cristo. Nele nós somos abençoados com toda a espécie de bênçãos espirituais. “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus
Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões
celestiais em Cristo” (Ef. 1:3).
Dizer que Cristo é a bênção de Deus para
o mundo é dizer que Ele, e só Ele, pode preencher o vazio do
coração humano. Tudo o que Deus tem para as carências da humanidade foi doado
plenamente na pessoa de Jesus Cristo. Ele é o suprimento abundante para a mais
profunda deficiência do género adâmico. Ele é o único que consegue subir no
monte santo, com mãos limpas e coração puro, a fim de se tornar na bênção e na
justiça do Senhor em nossa vida. Este obterá do Senhor a bênção e a justiça do
Deus da sua salvação (Sl. 24:5).
Deus nos abençoa em Cristo, com todo
tipo de bênção, para que nós sejamos uma bênção, para todo o tipo de pessoa. Eu acredito que
fomos abençoados, para poder abençoar aqueles que carecem da graça de Deus em
suas vidas. Se formos uma bênção para os outros é porque fomos abençoados com a
bênção de Deus em Cristo Jesus, que a todos enriquece abundantemente. Todas as
pessoas abençoadas por Deus se tornam vasos de bênçãos para mais gente. A
bênção do Senhor enriquece, e, com ela, ele não traz desgosto (Pv. 10:22).
Não há nenhuma bênção maior do que
Cristo.
Não há nenhuma riqueza maior do que a salvação em Cristo. Ele é o tesouro mais
precioso que satisfaz completamente todas as necessidades do coração humano.
Ele é a plenitude de Deus e nós temos a nossa plenitude nele. Porquanto, nele,
habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade. Também, nele, estais
aperfeiçoados (Cl. 2:9-10ª). A nossa plenitude espiritual procede da plenitude
de Cristo em nós.
O rei Davi reconhecia que as
contribuições que o seu povo oferecia para a obra de Deus eram expressões vivas
das dádivas divinas na vida desse povo. Ninguém pode oferecer aquilo que
não tem. E se o povo oferecia voluntariamente é porque tinha sido abençoado por
Deus abundantemente. “Porque quem sou eu,
e quem é o meu povo para que pudéssemos dar voluntariamente estas coisas?
Porque tudo vem de ti, e das tuas mãos to damos” (1 Cr. 29:14).
Do ponto de vista bíblico tudo o que
temos vem de Deus. Ninguém tem coisa alguma se não for dada pelo
Criador do Universo. Tudo o que nós somos e tudo o que temos, excluindo o
pecado, vem do céu, mesmo que não reconheçamos que é assim. “Respondeu João: O homem não pode receber
coisa alguma se do céu não lhe for dada” (Jo. 3:27). Primeiro Deus nos
abençoa com as bênçãos celestiais e depois ele nos torna uma expressão da graça
para os demais.
Volto à questão: Deus só nos abençoa plenamente em
Cristo. Nele nós somos aprovados incondicionalmente mediante a sua
morte e ressurreição. Nele nós ganhamos a expiação dos pecados e o descativeiro
da dúvida e incredulidade. Nele foi crucificado o nosso velho homem, e
juntamente com Ele ganhamos uma nova identidade. “Porque, se fomos unidos com Ele na semelhança da sua morte, certamente,
o seremos também na semelhança da sua ressurreição, sabendo isto: que foi
crucificado com Ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja
destruído, e não sirvamos o pecado como escravos” (Rm. 6:5-6).
Na morte de Cristo encontramos o
benefício da nossa morte para o pecado, e na sua ressurreição a dádiva da vida
eterna que nos salva de todas as implicações da justa condenação. “Agora, pois, já nenhuma condenação há para
os que estão em Cristo Jesus. Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo
Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte” (Rm. 8:1-2).
Deus nos abençoou inteiramente em Cristo
para que sejamos uma bênção para o mundo. A vida de um cristão verdadeiro é uma
oportunidade de favorecer os que sofrem: com a consolação para os que choram,
com o ânimo para os abatidos, com o suprimento para os carentes, com o amor
para os magoados. Deus nos abastece com a sua bênção para que possamos
ministrá-la aos que carecem, sem jamais requerer o nosso reconhecimento pessoal
nesse envolvimento.
Quem é abençoado por Deus é uma bênção
que abençoa. O
salvo quer que outros sejam salvos e por isso proclama o evangelho da salvação.
Não há nem um salvo por Cristo sem interesse pela salvação dos outros pecadores.
Todo aquele que foi alcançado pela graça de Deus quer ser um instrumento das
bênçãos para os outros, seja através de sua pessoa ou de seus bens. Não existe
uma pessoa salva pela graça que não se proponha a ser parte da solução dos
problemas segundo a medida da graça em sua vida.
Aquele que é favorecido com os bens,
quer ser um canal da beneficência no reino de Deus. Nunca ouvi falar que um
filho de Deus abrisse falência pela prática da benevolência. Aquilo que
guardamos, com frequência, acabamos perdendo. Mas aquilo que investimos no
reino de Deus em benefício dos outros, transferimos para o banco eterno. “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre
a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas
ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde
ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará
também o teu coração” (Mt. 6:19-21).
Se ainda não somos bênçãos para os
outros é porque ainda não conhecemos a grandeza da bênção de Deus em nossas
vidas. Todo aquele que foi abençoado por Deus e reconhece a magnitude da graça,
se torna numa fonte de bênçãos para os seus circunstantes. Quando somos
abençoados por Deus, com a Bênção das bênçãos, nos tornamos sempre canais de
bênçãos para as outras pessoas e nunca uma pedra de tropeço ou um abismo de
maldições. Mesmo Balaão sabia disso: “Eis
que para abençoar recebi ordem; ele abençoou, não o posso revogar” (Nm.
23:20).
Seja uma bênção e que o Senhor o
abençoe.
Sem comentários:
Enviar um comentário