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terça-feira, 9 de outubro de 2012

A Bênção das Bênçãos



“Ora, disse o Senhor a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção”!  (Gn. 12:1-2)


Deus chamou Abrão para ser uma bênção em favor do mundo. Mas antes de ser uma bênção para todas as nações, ele precisaria ter sido abençoado por Deus. Primeiro Deus abençoa a pessoa com a sua bênção imerecida, depois essa pessoa abençoada se constitui numa bênção para os outros. Deus abençoa o homem com a sua graça incondicional e o homem abençoado se torna numa bênção para as outras pessoas.
Deus escolhe aqueles que ele mesmo quer, mediante a sua graça e os abençoa incondicionalmente para que eles sejam uma bênção para o maior número de pessoas neste mundo, segundo a sua própria vontade. Ninguém é uma bênção em si mesmo, mas se torna uma bênção pela operação de Deus em sua vida. Deus escolheu Abrão e o abençoou para que ele se tornasse uma bênção para a humanidade. Para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido (Gl. 3:14).
Jesus Cristo é a bênção de Deus para o mundo e a bênção de Abraão é a salvação eterna do homem mediante Jesus Cristo. Tudo o que Deus tem para a humanidade foi concedido através da pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo. Nele nós somos abençoados com toda a espécie de bênçãos espirituais. “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo” (Ef. 1:3).
Dizer que Cristo é a bênção de Deus para o mundo é dizer que Ele, e só Ele, pode preencher o vazio do coração humano. Tudo o que Deus tem para as carências da humanidade foi doado plenamente na pessoa de Jesus Cristo. Ele é o suprimento abundante para a mais profunda deficiência do género adâmico. Ele é o único que consegue subir no monte santo, com mãos limpas e coração puro, a fim de se tornar na bênção e na justiça do Senhor em nossa vida. Este obterá do Senhor a bênção e a justiça do Deus da sua salvação (Sl. 24:5).
Deus nos abençoa em Cristo, com todo tipo de bênção, para que nós sejamos uma bênção, para todo o tipo de pessoa. Eu acredito que fomos abençoados, para poder abençoar aqueles que carecem da graça de Deus em suas vidas. Se formos uma bênção para os outros é porque fomos abençoados com a bênção de Deus em Cristo Jesus, que a todos enriquece abundantemente. Todas as pessoas abençoadas por Deus se tornam vasos de bênçãos para mais gente. A bênção do Senhor enriquece, e, com ela, ele não traz desgosto (Pv. 10:22).
Não há nenhuma bênção maior do que Cristo. Não há nenhuma riqueza maior do que a salvação em Cristo. Ele é o tesouro mais precioso que satisfaz completamente todas as necessidades do coração humano. Ele é a plenitude de Deus e nós temos a nossa plenitude nele. Porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade. Também, nele, estais aperfeiçoados (Cl. 2:9-10ª). A nossa plenitude espiritual procede da plenitude de Cristo em nós.
O rei Davi reconhecia que as contribuições que o seu povo oferecia para a obra de Deus eram expressões vivas das dádivas divinas na vida desse povo. Ninguém pode oferecer aquilo que não tem. E se o povo oferecia voluntariamente é porque tinha sido abençoado por Deus abundantemente. “Porque quem sou eu, e quem é o meu povo para que pudéssemos dar voluntariamente estas coisas? Porque tudo vem de ti, e das tuas mãos to damos” (1 Cr. 29:14).
Do ponto de vista bíblico tudo o que temos vem de Deus. Ninguém tem coisa alguma se não for dada pelo Criador do Universo. Tudo o que nós somos e tudo o que temos, excluindo o pecado, vem do céu, mesmo que não reconheçamos que é assim. “Respondeu João: O homem não pode receber coisa alguma se do céu não lhe for dada” (Jo. 3:27). Primeiro Deus nos abençoa com as bênçãos celestiais e depois ele nos torna uma expressão da graça para os demais.
Volto à questão: Deus só nos abençoa plenamente em Cristo. Nele nós somos aprovados incondicionalmente mediante a sua morte e ressurreição. Nele nós ganhamos a expiação dos pecados e o descativeiro da dúvida e incredulidade. Nele foi crucificado o nosso velho homem, e juntamente com Ele ganhamos uma nova identidade. “Porque, se fomos unidos com Ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição, sabendo isto: que foi crucificado com Ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos” (Rm. 6:5-6).
Na morte de Cristo encontramos o benefício da nossa morte para o pecado, e na sua ressurreição a dádiva da vida eterna que nos salva de todas as implicações da justa condenação. “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte” (Rm. 8:1-2).
Deus nos abençoou inteiramente em Cristo para que sejamos uma bênção para o mundo. A vida de um cristão verdadeiro é uma oportunidade de favorecer os que sofrem: com a consolação para os que choram, com o ânimo para os abatidos, com o suprimento para os carentes, com o amor para os magoados. Deus nos abastece com a sua bênção para que possamos ministrá-la aos que carecem, sem jamais requerer o nosso reconhecimento pessoal nesse envolvimento.
Quem é abençoado por Deus é uma bênção que abençoa. O salvo quer que outros sejam salvos e por isso proclama o evangelho da salvação. Não há nem um salvo por Cristo sem interesse pela salvação dos outros pecadores. Todo aquele que foi alcançado pela graça de Deus quer ser um instrumento das bênçãos para os outros, seja através de sua pessoa ou de seus bens. Não existe uma pessoa salva pela graça que não se proponha a ser parte da solução dos problemas segundo a medida da graça em sua vida.
Aquele que é favorecido com os bens, quer ser um canal da beneficência no reino de Deus. Nunca ouvi falar que um filho de Deus abrisse falência pela prática da benevolência. Aquilo que guardamos, com frequência, acabamos perdendo. Mas aquilo que investimos no reino de Deus em benefício dos outros, transferimos para o banco eterno. “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mt. 6:19-21).
Se ainda não somos bênçãos para os outros é porque ainda não conhecemos a grandeza da bênção de Deus em nossas vidas. Todo aquele que foi abençoado por Deus e reconhece a magnitude da graça, se torna numa fonte de bênçãos para os seus circunstantes. Quando somos abençoados por Deus, com a Bênção das bênçãos, nos tornamos sempre canais de bênçãos para as outras pessoas e nunca uma pedra de tropeço ou um abismo de maldições. Mesmo Balaão sabia disso: “Eis que para abençoar recebi ordem; ele abençoou, não o posso revogar” (Nm. 23:20).
Seja uma bênção e que o Senhor o abençoe.

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