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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

O SANGUE DA ALIANÇA


         A oração final da epístola aos Hebreus diz: “Ora, o Deus da paz, que tornou a trazer dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor, o grande Pastor das ovelhas, pelo sangue da eterna aliança vos aperfeiçoe em todo o bem, para cumprirdes a sua vontade, operando em vós o que é agradável diante dele, por Jesus Cristo, a quem seja a glória para todo o sempre. Amem” (Hb. 13: 20, 21).
O âmago desta bênção é a expressão “pelo sangue da eterna aliança”. É o sangue que torna válida a aliança! O sangue de Jesus proporciona a contínua ação do poder reconciliador e purificador na vida do salvo, à medida que este se aproxima de Deus por meio do único mediador entre Deus e o Homem, Jesus Cristo, o “Único mediador da Nova Aliança”.
Os profetas do Antigo Testamento profetizaram acerca da futura existência desta aliança. Isaías regista as palavras de Deus “à alma desprezada, ao que a nação abomina, ao servo dos que dominam… te guardarei, e te darei por aliança do povo” (49:7-8, ver também 42:6). Esta é uma clara referência ao Messias, Jesus Cristo. Através de Isaías Deus também predisse “firmarei em verdade a sua obra; e farei uma aliança eterna com eles” (61:8)·
Jeremias também falou sobre isso. “Eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei uma aliança nova”, que não será “conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão para os tirar da terra do Egito” (Jr. 31:31-32). Isso é novamente referido como ‘uma aliança eterna’ (32:40).
Ezequiel aponta para a natureza reconciliatória desta aliança. Ele observa, no famoso capítulo da Bíblia “ossos secos”: “E farei com eles uma aliança de paz; e será uma aliança perpétua” (37:26).
1. A Vida Está No Sangue
O livro de Levítico contém as leis recebidas por Moisés para o governo de Israel. Nele encontramos os regulamentos que governam as ofertas (de paz, pecado, transgressões, carne) e as leis (a respeito de nascimento, conduta pessoal, saúde, pestes e lepra, profanações, juramento, o sábado e o sacrifício).
Eis o que declara a lei a respeito de ofertas de sangue: “Porque a vida da carne está no sangue. Eu vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas: porquanto é o sangue que fará expiação em virtude da vida” (Lv. 17:11).
Desde o início, e em todo o lugar, o sangue parece ter sido encarado como eminentemente representativo da vida, como, aliás, em um sentido peculiar, a própria vida. Esta Escritura fala do sangue de animais, que foram sacrificados para cobrir temporariamente os pecados do povo no Antigo Testamento, até que o Messias viria oferecer o sacrifício perfeito de si mesmo a Deus Pai.
a)    A palavra “expiação” significa “purificação”.
Mas não é o sangue de si mesmo que faz a expiação, mas, sim, o sangue, na medida em que a vida é contida nele. A expiação, portanto, não depende do sangue, mas, sim, da vida, que é sustentada pelo sangue  (Lv. 17:13-14).
A carne é alimentada pelo sangue e todos os processos dos sangue representam o nosso espírito em relação ao Espírito. A oxigenação é a principal. O sangue representa a vida ou seja o espírito. Deus nos derramou do seu Espírito, ou seja, o seu sangue que nos purifica.
Reconhecendo o facto de que a vida da carne está no sangue, foi então estabelecido que o sacrifício de sangue se tornaria na evidência do perdão: a entrega de uma vida no lugar de outra. Este é o significado da lei dos sacrifícios: sangue inocente vertido para expiar (purificar) os pecados do povo. A expiação dos pecados somente aconteceria mediante derramamento de sangue.
1.  O Sangue Da Antiga Aliança
O sacrifício de Abel foi um sacrifício de sangue, aceito consequentemente por Deus, ao ser rejeitada a oferta de seu irmão, Caim (Gn. 4:4). A aliança com Abraão foi ratificada com o sangue de animais inocentes (Gn. 15:9-10).
Desde o princípio da Bíblia, quando Abel e Caim ofereceram sacrifícios, Deus mostrou que sua aceitação do homem era baseada no cordeiro. Ele aceitou o cordeiro de Abel porque prefigurava Jesus Cristo. Outra figura de Cristo era a festa da páscoa (Êx. 12:1-30). A páscoa era a primeira festa do ano dos judeus e era uma das bases principais da Antiga Aliança. Seu rito central era o sacrifício de um cordeiro. Deus ordenou que cada família do povo de Israel matasse um cordeiro, colocasse o sangue nos umbrais das portas e comesse a carne no interior da casa. Quando o anjo da morte passasse por toda a terra do Egito matando os seus primogénitos, na casa onde havia sangue não haveria juízo. Note bem que cada família era protegida do juízo de Deus, não pela sua própria justiça, mas porque estavam crendo na sua palavra de que o sangue do cordeiro era suficiente para livrá-los.
No pátio externo do tabernáculo no deserto, havia dois elementos: a bacia de bronze, que guarnecida de espelhos e cheia de água, representava a Palavra de Deus - na qual as pessoas podiam mirar-se e ser reveladas; envolvia também o aspeto da purificação “pela água da Palavra”.
O outro elemento a ser encontrado era o altar dos sacrifícios, sobre o qual se derramava o sangue dos animais. Ninguém podia entrar no lugar santo, nem no santo dos santos, sem primeiro passar pelo lugar dos sacrifícios.
Quando em Êxodo 24 Moisés descendo do Monte Sião entregou ao povo a lei de Deus, duas ofertas foram feitas ao Senhor - queima e paz. Metade do sangue era aspergida sobre o altar (v. 6) e a outra metade sobre o povo, com as seguintes palavras: “Então tomou Moisés aquele sangue e o aspergiu sobre o povo, e disse: Eis aqui o sangue da aliança que o Senhor fez convosco a respeito de todas estas palavras” (Êx. 24:81).
Nessa ocasião o sangue dos bois sacrificados tornou-se no “sangue da aliança”.
Uma promessa foi feita. Deus desejando que o povo conhecesse as Suas sérias intenções, pediu um sacrifício de sangue.
2.    As Limitações Do Sacrifício De Sangue
No Antigo Testamento não havia aperfeiçoamento e sim repetição. O próprio facto da Antiga Aliança precisar de sacrifícios era uma prova da sua ineficácia. As pessoas ofereciam sacrifícios, mas estes não purificavam as suas consciências do pecado. A paz não era duradoura porque logo eles pecavam de novo, manchando a consciência novamente. O sentimento de condenação impedia-os de se chegarem a Deus. Infelizmente, isto ainda retrata a nossa situação hoje. Mas Paulo está dizendo que o processo de lembrar pecados, pedir perdão, tomar a ceia e  cometer pecado de novo faz parte do Antigo Testamento, quando os sacrifícios não tinham poder para aperfeiçoar ou tirar o pecado da nossa consciência..
Apesar do sangue do sacrifício animal ser impotente para libertar o povo de Israel de seus pecados, um efeito imediato ele possuía, e isto muito significava.
Podemos perceber isto em Hebreus 9:13: “Portanto, se o sangue de bode e de touros, e a cinza de uma novilha, aspergida sobre os contaminados, os santifica, quanto à purificação da carne...
O máximo que se podia fazer através desse sacrifício de sangue era a “purificação da carne”, nunca a purificação do espírito e da alma.
Os capítulos 9 e 10 de Hebreus tratam extensamente do assunto do sangue na antiga e na nova alianças. Vemos aqui ser “impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados” (Hb. 10:4). Este era o problema. O pecado poderia ser encoberto na antiga aliança pelo derramamento de sangue, mas não poderia ser perdoado, ou removido.
Prova disto é o sacrifício contínuo de animais; esta “cobertura de pecados” era temporária e o sacrifício pelo pecado tinha que ser constantemente repetido.
3.  O Sangue De Jesus - Mediador Da Nova Aliança
O Sangue de Cristo vertido na cruz do calvário é agora o sangue da nova aliança entre Deus e o homem, já que a antiga aliança foi desfeita pela incapacidade do homem em cumprir a Lei Divina. Os sacrifícios de animais já não eram mais agradáveis ao Senhor, Deus já não tinha mais prazer nesses sacrifícios, a purificação pelos pecados havia se tornado mais um cerimonial religioso, um ritual mecânico, o homem pecava e não se arrependia verdadeiramente em seu coração, seu sacrifício era vão, e pela lei do Senhor só pode haver remissão de pecados com derramamento de sangue, e o único sangue capaz de atender completamente a essa exigência foi o sangue de Cristo. Podemos considerar que este foi a maior transfusão de sangue já realizada no mundo.
Para que a Igreja desfrute de plena proteção, vida espiritual e comunhão com Deus é necessário que saiba utilizar esse recurso extraordinário que o Senhor colocou à sua disposição: o sangue de Jesus. O sangue de Jesus tem sido frequentemente apenas uma doutrina na qual a Igreja crê, mas não tem sido uma doutrina vivida. Por não viver essa doutrina, a Igreja tem deixado de receber muitas bênçãos que são concedidas apenas mediante o poder do sangue do Senhor Jesus.
O sangue de Jesus não só nos purifica do pecado, é também o batimento cardíaco da vida, a Palavra de Deus ativa. É o fio que percorre toda a Bíblia, amarrando-o em um todo abrangente. A vida está no sangue. Que este estudo da Bíblia possa levá-lo mais profundamente na fonte de limpeza.
Vamos agora examinar algumas das muitas referências ao sangue da nova aliança, e vejamos como a salvação do pecado vem por este meio:
A seguir tomou (Jesus) um cálice e, tendo dado graças, o deu aos discípulos, dizendo: Bebei dele todos; porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados” (Mt. 26:27, 28).   
Não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção... muito mais o sangue de Cristo que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas para servirmos ao Deus vivo” (Hb. 9:12, 14)!
 “... sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeitos e sem mácula, o sangue de Cristo ...” (1 Pe. 1:18, 19).
 “... e da parte de Jesus Cristo, a fiel testemunha, o primogénito dos mortos, e o soberano dos reis da terra. Aquele que nos ama, e pelo seu sangue nos libertou dos nossos pecados...” (Ap. 1:5).
Aqui nós conseguimos entender que o sangue de Jesus nos aproxima de Deus em duas etapas progressivas, nós estávamos longe do caminho da salvação e pelo sangue de Cristo fomos levados até à presença de Deus, pelo seu sacrifício de sangue fez com que o véu do templo se rasgasse, quebrando a barreira entre homem e Deus. Agora temos total liberdade e comunhão através do sangue de Cristo, não existem mais barreiras, o sangue de Cristo rompeu-as todas.
Em tudo o que existe no universo, não há nada mais poderoso e edificante que o poder no “Sangue de Jesus”, o Filho amado de Deus. O sangue de Jesus tem o poder para tirar o pecado que nos prendia à sentença de morte, nos deixava derrotados e fadados ao mal, à expectativa da destruição e à condenação! Desde o primeiro homem (Adão), que contaminou toda a humanidade com o seu pecado original, nenhuma substancia conseguiu restaurar o universo e em especial o homem, a não ser o Sangue de Cristo, que foi crucificado, morto e ressurreto ao terceiro dia. Somente Ele é capaz de restaurar vidas, lares destruídos, curar enfermidades.
4.  O Ministério Do Seu Sangue
Somente o Espírito Santo nos pode revelar o profundo significado das palavras do apóstolo João referentes à carne e ao sangue do nosso Senhor. Pondere-as cuidadosamente:
Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tendes vida em vós mesmos. Quem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue é a verdadeira bebida. Quem comer a minha carne e beber o meu sangue, permanece em mim, e eu nele” (Jo. 6:53-56).
Na Antiga Aliança o cordeiro apontava para Jesus que ainda estava para vir, mas na Nova Aliança comemos o pão lembrando-nos de Jesus que já veio, e com expectativa daquela grande ceia que haverá no reino de Deus. A expectativa do povo de Deus deve ser a vinda do reino de Deus para a terra. Somos um povo que ainda não entrou plenamente na sua herança, mas que está caminhando para tomar posse dela. Por isso devemos comer do pão e beber do vinho em memória de Cristo.
Devemos confessar que a sua obra na cruz (passada, “em memória”) é suficiente para nos prepararmos para a vinda do seu reino (futuro, “expectativa”). Observe que Jesus não estabeleceu nenhuma frequência para a celebração da ceia. Ele apenas disse: “Fazei isto em memória de mim”. Agora já não é uma vez por ano como acontecia na páscoa. Na medida da revelação podemos fazer isto a toda hora, ou todas as semanas ou todos os meses. A Antiga Aliança acabou, agora estamos na Nova Aliança.
Portanto, o requisito para se tomar a ceia não é a perfeição, é crer que estamos num processo de aperfeiçoamento. Na medida em que temos a revelação de Jesus e da sua obra estamos caminhando para alcançar esse alvo. A perfeição é o alvo e não a condição.
É especialmente nesta passagem que a Igreja Católica Romana baseia a grande ênfase que empresta à Eucaristia. Seu erro está na interpretação literal, ao afirmar que o simples ato de comer e beber da refeição pascal garante a vida eterna e ressurreição. Em consequência disso, através dos séculos pagãos e não crentes têm sido enganados pelo ritual da Missa, deixando-se dominar pela crença de que os elementos da Eucaristia são por si mesmos suficientes para garantir o perdão dos pecados.
Esta falsa interpretação das Escrituras é para nós abominável. Sem fé ativa por parte do participante, o “sacramento” (coisa sagrada) não transmite de forma alguma aquilo que ele representa. Esta é uma declaração fundamental para a teologia reformada, evangélica.
O Espírito nos diz que o apostolo João se refere à nossa identificação com a vida (carne) e com a morte (sangue) do nosso Senhor Jesus Cristo como garantia de vida eterna. Tomar vinho (como na Santa Ceia) não é “beber sangue”. Este ato de comer e beber tem um significado muito mais profundo e eterno do que qualquer ato físico possa expressar.
Recomendamos a cada um que estude o que a Bíblia diz a respeito do sangue de Cristo. A graça salvadora de Deus é contínua, operando diariamente em nossas vidas.
Atente para o tempo do verbo nesta passagem: “Se, porém, andarmos na luz, como Ele na luz está, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (I Jo. 1:7).
O sangue de Cristo, derramado no Calvário, é a nossa garantia da promessa da aliança de vida eterna. É também a nossa herança, e como qualquer herança, ela não passa para o recetor até à morte de quem fez a vontade, ou convénio. É a n Our inheritance of forgiveness and eternal life is brought about through the power of the shed blood of Jesus Christ.ossa herança de perdão e vida eterna que é obtida através do poder do sangue derramado de Jesus Cristo. É aí que faz o "testamento", através da morte dAquele que fez a promessa (Hb. 9:15-18).
Numa ação contínua de purificação, o sangue de Cristo nos torna merecedores da salvação eterna. 

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