“E perseveravam na doutrina dos
apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações” (At. 2:42).
Introdução
O
livro de Atos conta a história da Igreja Primitiva e da direção fiel de Deus ao
descobrirem e viverem sua fé nas situações de todos os dias. Nos versículos que
levam ao segundo capítulo de Atos, encontramos os discípulos esperando numa
casa em Jerusalém pelo Espírito Santo prometido (At.1:4-5).
A
Igreja Cristã nasceu dez dias mais tarde quando o Espírito Santo veio. Com
aquele nascimento, veio a mudança que surpreendeu tanto os discípulos quanto os
habitantes de Jerusalém. Deus começou a fazer coisas miraculosas através do
ministério daqueles líderes da igreja primitiva que agora estavam cheios do
Espírito Santo. Este estudo destaca algumas das atividades dos primeiros
cristãos logo após a vinda do Espírito Santo e chama a atenção para a forma
como a Igreja se organizou nos anos seguintes. O que a igreja primitiva tinha
que atraía as pessoas a ela? O que tinham aqueles primeiros cristãos que
falavam aos corações de seus amigos e vizinhos? O que poderia ter persuadido
pessoas comuns para arriscarem a sua vida como parte dessa nova fé?
Nossa
futura utilidade no reino de Deus depende de abraçarmos essa identidade como
Igreja e essa fé como povo cristão. Saber no que acreditamos e por que
acreditamos é essencial ao nos encontrarmos na arena global de nossos dias.
A
leitura do livro de Atos dos Apóstolos, no Novo Testamento, na Bíblia Sagrada,
dá uma diretriz precisa sobre a importância de os cristãos terem um grupo de
comunhão para compartilhar, encorajar-se mutuamente, motivar-se para a missão e
orar uns pelos outros. Na verdade, nos cinco primeiros capítulos, tal
importância já é revelada com clareza. A comunhão regular com irmãos e irmãs de
fé numa mesma comunidade é parte imprescindível da caminhada com Jesus.
O
autor de Atos, que é Lucas, descreve como a igreja primitiva era e ele nos diz
que as pessoas eram atraídas a ela. Havia algo sobre aqueles crentes que fazia
com que outros quisessem arriscar as suas vidas para serem parte da comunidade.
Havia algo tão diferente, tão real e tão autêntico sobre a fé deles que atraía
novos crentes todos os dias, o que é bem impressionante, considerando que as
autoridades estavam fazendo todo o possível para exterminar esse novo
cristianismo.
Logo
no capítulo 1, v. 14, lemos que “todos eles (apóstolos e discípulos de Jesus)
se reuniam sempre em oração”. A prática da oração coletiva é um dos privilégios
que podemos desfrutar nesses encontros regulares. Quando as pequenas brasas do
coração de cada um se juntam, o resultado é o aquecimento geral das nossas
emoções e a intensificação do clamor. Porque o resultado mais importante é a
certeza de que Deus está atento ao que se diz naquele lugar, de maneira ainda
mais especial.
Em
Atos 2:1, somos informados que os discípulos “estavam todos reunidos num só
lugar”. E no v. 42, sabemos que “se
dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações”.
Em 2:44, 46, está registado que eles “todos
os dias, continuavam a reunir-se no pátio do Templo, e partiam o pão em suas
casas...” Percebe-se então que eles eram muito próximos. Eles se reuniam
todos os dias no templo com um mesmo coração. Eles eram de uma mesma mente, a
mente de Cristo. Eles viam Cristo uns nos outros e se amavam uns aos outros. Eles
partiam o pão em casa, e em algumas versões é dito que eles partiam o pão de
casa em casa. Toda a vez que tinham uma refeição eles se lembravam do Senhor
partindo o pão. Eles recebiam o que o Senhor lhes dava com ações de graças. Eles
se lembravam do Senhor a cada refeição. Eles eram pessoas que louvavam a Deus.
Eles eram um povo adorador, e tinham favor de todos.
Em
Atos 2:42-47, conseguimos ter uma visão da igreja primitiva, que nos ajuda a
entender porque tantos estavam dispostos a se tornarem novos crentes mesmo que
às vezes isso custasse tudo. Era autêntico, uma amizade que cuidava uns dos
outros. Era uma “família” da forma que deve ser. E era um cristianismo honesto.
Agora
vejamos o que diz o capítulo 4, versículo 32: “e a mente e alma da multidão daqueles que criam era uma, e ninguém
dizia que aquilo que possuía era seu, mas tinham todas as coisas em comum. E
com grande poder os apóstolos testemunhavam da ressurreição do Senhor Jesus. E
havia grande graça sobre todos”.
Então,
vemos desde o início que aqueles que creem no Senhor Jesus vivem uma vida de
igreja. Eles vivem como um corpo. Eles são membros uns dos outros. Eles amam
uns aos outros. E eles cuidam uns dos outros. Eles são um. Isso é a vida da
igreja. Isso é vida do corpo. E isso é a vida que Deus quer que nós vivamos.
O
livro de Atos dos Apóstolos e as cartas de Paulo trazem lindos relatos de como
os cristãos eram unidos, de como se preocupavam uns com os outros... A Palavra
diz que eles permaneciam na doutrina dos apóstolos, que era a mesma doutrina de
Cristo, anunciando a mensagem da cruz que é loucura para os que perecem, mas
para nós que somos salvos é o poder de Deus (1 Co. 1:18). Em cada alma havia
temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos.
Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas
propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém
tinha necessidade.
Também
perseveravam juntos em encontros de oração, tanto no pátio do templo judaico,
local de reuniões inserido na cultura da época, e, todos os dias, de casa em
casa, partiam o pão e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de
coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto
isso acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos (At. 2:42-47).
Uma coisa muito interessante que comumente vemos acontecer no meio evangélico
são os ensinamentos de como que se deve perseverar, ensinando a viver uma
perseverança com cheiro de esforço humano, justiça própria, ignorando as
palavras do apóstolo Paulo: “Mas, pela
graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se
tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas
a graça de Deus comigo” (1 Co. 15:10).
A compaixão é um atributo básico
da igreja de Cristo; esta não pode existir onde a obediência fiel às Palavras de
Jesus não esteja presente; nem tampouco pode existir, a menos que a compaixão
abunde como uma expressão do próprio coração de Cristo. Cristãos verdadeiros
têm um amor fraterno ativo, o qual é gerado pelo amor de Deus que habita em
seus corações. João escreveu: “Ora, aquele
que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e
fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus” (1 Jo. 3:17)?
Dá para notar como era o
convívio, a comunhão e a harmonia... Claro que aqui e ali havia alguns ajustes
a fazer. Mas era um tipo de relacionamento que impactava até mesmo as pessoas
que não faziam parte daquela comunidade cristã. Aqueles discípulos tinham
realmente aprendido com Jesus sobre o amor ao próximo e sobre unidade. Devemos seguir
este exemplo e agradecer a Deus pelo que eles demonstraram ser possível
acontecer, e orar para que, cada vez mais, consigamos manter este tipo de
comunhão, na prática, em nossas comunidades e igrejas hoje.
1) Eles sabiam no que criam.
Não
era um jogo. Aqueles cristãos eram da pesada. A escolha e a fé deles
significava sacrifício, então eles tinham que saber, ao estarem se envolvendo,
que Jesus era real. O versículo 42 diz que: ‘eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos’ e nós percebemos isso
por todo o livro de Atos. A palavra-chave nesse texto é perseverar, que nos
traz a ideia de continuidade, permanência e persistência. Os primeiros cristãos
permaneciam na doutrina dos apóstolos, que era a mesma doutrina de Cristo,
anunciando a mensagem da cruz que é loucura para os que perecem, mas para nós
que somos salvos é o poder de Deus (1 Co. 1:18). Eles conheciam a história da
morte, enterro, ressurreição, ascensão e retorno de Jesus; Sua história é
contada e recontada no livro de Atos. Outra parte da ‘devoção ao ensino dos
apóstolos’ era a determinação de contar a história de Jesus onde quer que eles
fossem. Aquela mesma mensagem foi levada para a Palestina e para o Império
Romano pelos discípulos que contavam os mesmos factos em lugares diferentes.
Eles fizeram isso sob circunstâncias perigosas e a maioria deles teve morte de
mártires.
O Espírito Santo, através da obediência
dessas pessoas ao evangelho e ao ensino dos apóstolos, concedeu aos membros da
igreja de Cristo uma unicidade de mente. Lucas disse: “Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum” (At. 2:44).
E depois acrescentou: “Diariamente perseveravam
unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com
alegria e singeleza de coração” (At. 2:46).
Uma
coisa muito interessante que comumente vemos acontecer no meio evangélico são
os ensinamentos de como que se deve perseverar, ensinando a viver uma
perseverança com cheiro de esforço humano, justiça própria, ignorando as
palavras do apóstolo Paulo: “Mas, pela
graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se
tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas
a graça de Deus comigo” (1 Co. 15:10).
A
perseverança do cristão está baseada no que ele é, e não, no que ele faz. Está
baseada na ação de Cristo no cristão e não na ação do Cristão. O apóstolo Paulo
expressa no texto acima primeiro o que ele é pela graça, depois o que ele faz
por meio da graça. A perseverança está diretamente ligada ao que somos.
Permanecer na doutrina dos apóstolos é tarefa para novas criaturas, para filhos
genuínos, gerados pela Palavra. A perseverança dos santos está diretamente
ligada à santificação, que é o processo pelo qual o Espírito Santo torna os
eleitos cada vez mais semelhantes a Jesus Cristo em tudo o que fazem, pensam e
desejam.
Mas,
quotidianamente, o que vemos, infelizmente, são movimentos contrários à
verdade, pastores que são verdadeiros lobos em pele de cordeiro, advogados do
diabo. Todos os dias, no rádio, na TV, e na internet os vemos pregando o
evangelho da marcha ré. Quando não é assim, aparecem os “super-crentes”, filhos
“maduros”, com corpos suados de tanto desempenharem os ativismos da madureza,
pregando que a palavra da cruz é somente um detalhe, e o que importa realmente
é a “maturidade”. Mas sobre isso o apóstolo Paulo também já nos advertiu: “Mas temo que, assim como a serpente enganou
Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos
sentidos e se apartem da simplicidade que há em Cristo” (2 Co. 11:3).
Não
devemos deixar que as divisões do mundo cristão confundam a simplicidade de
seguirmos a Cristo como Sua igreja. A igreja não é um corpo feito por mãos
humanas. Ela é um grupo de pessoas que se submeteram à mensagem do Espírito
Santo e, em obediência ao evangelho, foram unidas pelo Espírito Santo na igreja
de Cristo. Pertencem somente a Cristo. Não olham para uma liderança humana, mas
são guiadas pela cabeça do corpo, Cristo, através de Sua Palavra revelada. Veem
como sinal de fidelidade a Cristo a submissão à Sua Palavra inspirada. A Bíblia
guia a adoração dos cristãos, seu trabalho como mãos de Cristo no mundo e seu viver
diário por Cristo.
É
a crença de que só Jesus tem o poder de nos salvar e porque Ele morreu, nós
podemos ter o tipo de relacionamento que precisamos com Deus. É a crença de que
o sangue verdadeiro que jorrou de marcas verdadeiras de um Jesus real, que
realmente viveu, que de alguma forma paga a dívida de todas as pessoas
desagradáveis e más e de suas ações em nosso mundo. E paga a dívida das coisas
que talvez nem sejam consideradas pecado de verdade, como a piadinha que eu
contei ou a prova que colei. Isso não só envolve perdão, mas adoção na família
de Deus e na herança que sobressai a qualquer coisa que o mundo possa tentar
oferecer. E essa fé, essa crença, carrega a mensagem real de que o bónus não
chega só no final quando morremos e vamos para o céu. O bónus é para agora – o
bónus é ver circunstâncias mudadas, vidas mudadas e um planeta mudado hoje.
2)
Eles eram
unidos.
Não
era simplesmente um monte de pessoas que criam na mesma coisa. A unidade que
eles tinham era quase irreal, porque ela unia pessoas de diferentes grupos
sociais e económicos. Naqueles dias, os escravos nunca se assentavam na mesa
com um mercador rico, mas eles o faziam nessa nova comunidade de fé. Todos eram
tratados com igualdade. As barreiras que separavam as pessoas foram destruídas.
Mais barreiras caíram quando eles começaram a olhar para as necessidades
materiais uns dos outros. Os versículos em Atos nos dizem que eles realmente
vendiam suas coisas para poder cuidar daqueles que tinham necessidade.
Ao
contemplarmos a bela unidade que existia na igreja edificada por Jesus,
recordamos a importância deste primeiro quadro da igreja. Este quadro nos
apresenta o resultado da vida e morte de Cristo na terra. Que tipo de igreja
Cristo veio estabelecer ou criar? Seria uma grande organização com muitos
corpos designados por diferentes nomes, vivendo segundo credos diferentes e sem
comunhão uns com os outros? Ou Ele criou um corpo unido sobre o qual ele reina
como cabeça? Em Atos 2, vemos a imagem mais nítida de, talvez, todo o Novo
Testamento, do que Jesus quer que a sua igreja seja e de como Ele quer que ela
viva no mundo. Esse quadro, indubitavelmente, revela que a unidade de mente e
de vida caracterizava a igreja. Hoje também é isso o que Cristo deseja para a
Sua igreja. A divisão que prevalece por todo o mundo religioso é um sinal certo
de que o homem, em sua sabedoria terrena, deixou a igreja de Cristo e fabricou
igrejas por sua própria conta.
A
unidade da igreja do Senhor pode ser ilustrada pelo casamento. Um homem e uma
mulher, que são diferentes nas experiências de formação e na vida familiar,
tornam-se um no matrimónio (Ef. 5:31). Após a celebração do enlace, emergem
como uma nova família. Agora, pertencem um ao outro, e adquirem uma nova
natureza. As ambições egoístas e os objetivos pessoais morrem; novas ambições e
objetivos para o bem da nova família ganham vida. Coabitam em unidade, sendo um
em alma e coração, trabalhando juntos em prol da manutenção, do amor e do
futuro de seu lar. Como conseguiram obter essa unidade? Foi através do mútuo
consentimento de entrarem no casamento e do cumprimento da lei matrimonial.
Como mantêm essa unidade? Amando um ao outro, cuidando um do outro, perdoando
um ao outro, honrando os votos de núpcias e honrando o abençoado estado civil
de casados.
Isso
não é verdadeiro quando aplicado à igreja? Como tomamos parte da unidade da
igreja? Por consentimento pessoal, decidimos entregar nossas vidas ao evangelho
de Cristo e entrar no Seu corpo, a igreja. Ao entrarmos nesse corpo, somos
unidos pelo Espírito Santo a Cristo e a cada membro. Com uma só mente e
coração, começamos a amar, servir e viver como Seu corpo. Como mantemos essa
unidade? Mantemos a unidade intacta amando e nos perdoando mutuamente e honrando
a Palavra de Cristo na adoração, no serviço e no viver diário.
Uma
característica inegável da igreja de Cristo é a unidade. A verdadeira igreja de
Cristo não pode existir onde há divisão. Recebemos essa unidade do Espírito
Santo, quando entramos no corpo de Cristo; e, à medida que vivemos como Seu
corpo, ou a mantemos ou a destruímos. Divisão no corpo de Cristo deve ser algo
inadmissível para todo o cristão. Segundo a ilustração do Espírito Santo, o
único lugar onde se pode encontrar unidade neste mundo é no corpo de Cristo.
3) Eles comiam juntos.
Não
parece extremo dizer que eles simplesmente ‘comiam juntos’, conversavam
sobre Deus e faziam outras coisas juntos. A Igreja de Cristo não é uma
religião. É uma comunhão sincera entre irmãos, que pertencem a um mesmo Corpo e
Senhor, sem sectarismos, dissensões, denominacionalismos, institucionalismos,
vaidades pessoais e os rituais e conceitos próprios das grandes religiões. Os
versículos em Atos chamam isso de ‘partir o pão’ e eles estavam realmente falando
de duas atividades diferentes. No versículo 42 o ‘partir o pão’ é a Santa Ceia.
Novamente, o rico tinha privilégios especiais, então compartilhar qualquer
atividade com um escravo era um absurdo. Também era algo radicalmente perigoso
de se fazer. Pense nisso.
A
Santa Ceia, o mais importante de todos, pois a Santa Ceia é uma celebração em
memória da morte do Senhor e Salvador Jesus Cristo que derramou seu sangue para
nos salvar, parece bem normal para nós, mas era absolutamente nova para a
Igreja primitiva. Jesus disse para eles fazerem isso bem antes de morrer. As
pessoas ficaram horrorizadas quando ouviram que esse novo grupo chamado de
‘cristãos’ ou ‘seguidores de Cristo’ estavam comendo o corpo e bebendo o sangue
de Jesus. Os cristãos do primeiro século eram chamados de ‘canibais’ e as
pessoas acreditavam em coisas bem nojentas sobre eles. Mais tarde, o versículo
46 fala sobre outro tipo de ‘partir o pão’ e ‘comer junto’ e se refere a ter
refeições juntos. Com esse versículo, nós sabemos que eles passavam tempos de
socialização juntos também. Novamente, isso era um passo radical, num século
onde ninguém cruzava linhas sociais, étnicas e económicas.
4)
Eles oravam
juntos.
Orar
era algo muito diferente antes da vinda de Jesus. A partir de Atos sabemos que
eles oravam juntos como grupo e suas orações eram espontâneas e vinham diretamente
do coração, porque eles sabiam que estavam falando com Jesus, seu amigo, que
tinha andado nas mesmas ruas e comido as mesmas comidas, e falado a mesma
língua. Aqueles primeiros seguidores de Cristo passavam um tempo significativo
em oração e ela era eficaz. Pense sobre todo o temor e a incerteza que poderia
estar presa ao que eles estavam fazendo. Eles estavam se envolvendo em coisas
perigosas e precisavam saber o que fazer. Eles precisavam de proteção. Eles
precisavam de conforto e coragem. Eles oravam e pediam que seu amigo Jesus
providenciasse isso para eles.
Ao
ler o livro de Atos, pode ter uma ideia de que a oração era uma grande parte da
vida dos primeiros cristãos, pois era poderosa e eficaz. Eles oravam juntos nas
salas superiores e Espírito Santo veio e fez algo muito além do que eles
imaginariam que poderia acontecer. (At. 1:14). Pedro e João oraram juntos em
Atos 3:1 e então curaram um homem. Os discípulos queriam mais tempo para
oração, então eles designaram outros para ajudarem com as atividades diárias,
dando a eles mais tempo para orar (At. 6:4). Eles se dedicavam a isso, se
empenhavam nisso, e o Espírito Santo enriquecia os relacionamentos produzindo
experiências tremendas como a de Pedro que foi libertado da prisão e
imediatamente procurou os irmãos que oravam por ele (At. 12:12-17).
Orar
é falar com o Pai, e como temos livre acesso a Ele por meio de Cristo, oramos
sem cessar. Falamos com Ele a todo momento, a todo instante, pois Cristo
afirmou: “e eis que eu estou convosco
todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém” (Mt. 28:20b)! Perseverar
nas orações é falar com o Pai sobre tudo, Ele é Deus e é Pai. Muitas vezes
tratamos o Pai como alguém distante que está lá no céu ocupado com todas as
orações da humanidade, mas na verdade, Ele é um Pai presente que está a todo o
momento connosco, guiando-nos, consolando e fortalecendo, fazendo-nos seguir em
frente e, principalmente, revelando-se a nós com toda a Graça e Verdade.
Comparo estes quatro aspectos de Atos 2:42, com uma cadeira que tem quatro
pernas, estas pernas tem que ser idênticas e do mesmo tamanho, pois se assim
não forem gera desconforto a quem nela se assenta.
O
Padrão da Igreja é Cristo em nós, Cristo que é a nossa vida e o único meio pelo
qual podemos manifestar Cristo ao mundo. Ele é a única forma de perseverarmos
como o que somos: novas criaturas, filhos de Deus, gerados em Cristo Jesus para
as boas obras, que Ele mesmo as fez para que andássemos nelas. Cristo em nós
nos faz permanecer na doutrina dos apóstolos (a Palavra da Cruz), viver a
verdadeira comunhão dos santos, desfrutar do partir do pão com o próximo e orar
sem cessar. Pois Ele mesmo é tudo em todos. É o padrão da sua Igreja, padrão
que jamais será quebrado, pois vive e permanece para sempre. Amém!
1. Quais foram os resultados desse novo cristianismo?
Algumas
das maiores mudanças que estavam acontecendo eram as mudanças dramáticas na
vida das pessoas, milagres aconteceram e, apesar do perigo, as pessoas estavam
felizes em deixar sua antiga vida pela fé que lhes trazia diferenças radicais.
O versículo 43 em Atos 2 diz que ‘todos
estavam cheios de temor, e muitas maravilhas e sinais eram feitos pelos
apóstolos’. Talvez, pela primeira vez, eles encontraram o que era real o
suficiente, profundo o suficiente, completo o suficiente, que apesar de
qualquer custo, eles queriam ter isso em suas vidas.
Jesus,
em suas sandálias, nos mostrou o que realmente significa viver. O Jesus compassivo
que chamou pelo morto, que valorizou relacionamentos e amizades, exemplificou a
‘vida real’. E do Seu exemplo, os primeiros cristãos descobriram que a vida
verdadeira era o que mais importava, mesmo que fosse curta. Eles não iriam se
conformar com o tédio ou o normal, ou o confortável ou o ‘status quo’.
Em
Efésios 4:11-13, Paulo diz que todos nós temos uma tarefa a cumprir. Cada um de
nós tem um dom e cada um de nós é chamado para ser usado para fazer a diferença
nesse planeta. Esses dons não nos fazem ricos nem populares. Os dons são para
ação; eles nos ajudam a viver de maneira que nos traga o resgate e a
transformação em nossa família, escola, vizinhança e no mundo.
Embora
tenhamos algum dom e sejamos chamados, precisamos uns dos outros. Nenhum de nós
consegue fazer isso sozinho. Estamos ligados e somos dependentes, uns dos
outros e de Deus para que possamos trabalhar juntos como um corpo. Ele quer que
sejamos um; um corpo unificado pela nossa fé e nosso conhecimento de Cristo.
Unidade nos leva à maturidade e reflete a imagem de Cristo. Quando somos um
corpo, então parecemos com Cristo para o mundo. E é nesse processo de tornar-se
um, de conhecer a Cristo mais profundamente, de usar os dons para cumprir com o
chamado que ele nos deu, que realmente começamos a ‘viver’.
É
essencial que entendamos que Deus nunca quis dar o mundo para cristãos
individuais. Na nossa individualidade, podemos somente refletir uma pequena
parte da imagem de Cristo. O plano de Deus é dar a Igreja para o mundo – um
corpo que na sua unidade reflete a imagem de Cristo. Foi um grupo de cristãos
do primeiro século que mudou não somente o seu mundo, mas também o nosso mundo.
É na disposição deles de serem unificados, na vida que viviam como seguidores
de Cristo, no sangue que eles derramavam ao comunicarem sua fé viva, que
cristãos dos últimos dois mil anos têm sido abençoados. Por causa da obediência
deles em sacrificar suas próprias identidades e suas próprias vidas, temos uma
imagem da Igreja como Cristo planejou.
2.
Qual o propósito
da Igreja nos dias de hoje?
Se a Igreja é o corpo de Cristo, então é na Igreja que
estão Seus braços, mãos, pés, ou seja, os membros desse Corpo. Nós somos esses
membros. É por meio da Igreja que Cristo se move e se revela ao mundo. Então o propósito da igreja
de Cristo hoje, é “duplicar” e “dedicar”. Aquelas pessoas ouviram a Palavra de
Cristo pregada por Pedro e clamaram: “Que faremos?” Ao que Pedro respondeu: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja
batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados...” (At.
2:38). Através da fé neles plantada pela Palavra, arrependeram-se e foram
batizados para o perdão dos pecados, e o Senhor acrescentou-os à Sua igreja.
Essa é a maneira de Jesus formar Seu povo. Quando alguém hoje segue essa maneira,
Cristo faz por essa pessoa o que ele fez pelos judeus no dia do Pentecostes.
Ele ama a cada um de nós, assim como os amava; Ele morreu por nós, assim como morreu
por eles.
O
quadro da igreja do Novo Testamento descrito pelo Espírito Santo revela três
atributos impressionantes, que colocam a igreja de Cristo à parte de todos os
outros corpos religiosos em todos os tempos. Em primeiro lugar, Sua igreja é um
grupo de pessoas que obedecem à Sua Palavra inspirada e nela permanecem. Em
segundo lugar, Sua igreja é caracterizada pela compaixão entre os membros, uma
preocupação amorosa que considera um irmão necessitado de muito maior
importância do que quaisquer preocupações ou tesouros materiais. Em terceiro
lugar, cada pessoa que entra na igreja de Cristo por intermédio do evangelho
torna-se uma com Cristo e com todos os demais membros pelo Espírito Santo, e
mantém essa unidade amando e sendo fiel à Palavra de Cristo diariamente. A
igreja é retratada como uma família com um só coração e uma só vida!
Nos
dias atuais, com uma infinidade de “modelos de igreja”, às vezes até nos
perguntamos: Qual é o nosso padrão de igreja? Ou até: Qual é o padrão da Igreja
do Senhor Jesus? Antes de começarmos esta viagem em busca de respostas devemos
considerar alguns aspectos: O que é um padrão? Padrão é um modelo a ser
seguido, é um padrão de unificação (unidade), que gera em nós o exemplo de
vida, o gabarito da estrutura, o nível de qualidade, as balizas da caminhada. O
padrão de Igreja é uma comunidade focada em ajudar as pessoas a se conectar com
Deus. Que tem como visão glorificar a Deus sendo uma igreja saudável, acessível
a todos, a começar por aqueles em nossa esfera de influência. De uma forma
filosófica ou académica é assim que podemos explicar.
O
mais intrigante de tudo isso é que se vivemos o verdadeiro padrão, nós não
deveríamos nos questionar desta forma em relação à “igreja”, ou seja, não
estaríamos fazendo a nós mesmos estes questionamentos nos dias de hoje, se a
“igreja” se tivesse mantido no alvo, desde o princípio. O problema central
desses novos e modernos modelos de igreja é que não há espaço para o que era
natural anteriormente, e não estou falando de alguns anos atrás, mas do
princípio de tudo. Justamente pelo que era importante ter sido deixado para
trás, é que esses novos modelos se tornaram o foco principal de tudo e de
todos, não havendo mais espaço para o evangelho da Graça, pois este evangelho
não dá espaço para a graça do homem.
O
texto de Atos 2:42 nos remete para quatro aspectos simples e naturais da vida
da nova criatura, que norteiam a caminhada rumo à plenitude de Cristo. Até que
todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão
perfeito, à medida da estatura completa de Cristo (Ef. 4:13). Essa medida é o
padrão de Cristo em nós.
Atos
2:42 pode ser considerado como a “frase-propósito” para a igreja: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e
na comunhão, e no partir do pão, e nas orações”. Então, de acordo com esta
Escritura, os propósitos ou atividades da igreja devem ser: (1) o ensino da
doutrina bíblica, (2) providenciar um espaço de adoração para os crentes, (3)
observar a Ceia do Senhor, e (4) oração.
A
igreja deve ensinar a doutrina bíblica para que possamos ter os alicerces de
nossa fé. Efésios 4:14 nos diz: “Para que
não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de
doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente”.
A igreja deve ser um lugar de comunhão, onde os cristãos possam se devotar uns
aos outros e honrar uns aos outros (Rm. 12:10), instruir uns aos outros (Rm.
15:14), ser benignos e misericordiosos uns com os outros (Ef. 4:32), encorajar
uns aos outros (I Ts. 5:11), e principalmente, amar uns aos outros (I Jo.
3:11).
A
igreja deve ser um lugar onde os crentes possam observar a Ceia do Senhor,
lembrando-se da morte de Cristo e Seu sangue derramado em nosso favor (I Co.
11:23-26). O conceito de “partir o pão” (A. 2:42) também carrega a ideia de
refeições compartilhadas. Este é outro exemplo da igreja promovendo a comunhão.
O propósito final da igreja, de acordo com Atos 2:42 é a oração. A igreja
também deve ser um lugar que promova a oração, ensine a oração e pratique a
oração. Filipenses 4:6-7 nos encoraja: “Não
estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo
conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças. E a paz de
Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos
sentimentos em Cristo Jesus”.
Uma
outra “comissão” (tarefa) dada à igreja é proclamar o Evangelho de salvação
através de Jesus Cristo (Mt. 28:18-20; At. 1:8). A igreja é chamada a ser fiel
em compartilhar o Evangelho através de palavras e ações. A igreja deve ser um
“farol” na comunidade: mostrando às pessoas o caminho para o nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo. O verdadeiro propósito da igreja na terra deve ser o de promover
tanto o Evangelho de Salvação que, só pode ser conquistada através de Jesus
Cristo (Mc. 16:15), quanto deve ser o de preparar os seus membros para
proclamar o Evangelho (I Pe. 3:15).
Tiago
1:27 nos dá alguns propósitos finais da igreja: “A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os
órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo”.
A igreja deve ministrar àqueles que estão em necessidade, a todos os tipos
de necessidades: espiritual. Isto inclui não somente compartilhar do Evangelho,
mas também providenciar pelas necessidades físicas (comida, roupas, abrigo),
quando necessário e apropriado. A igreja deve também equipar os crentes em
Cristo com as ferramentas de que necessitam para vencer o pecado e permanecerem
livres da contaminação do mundo. Cabe à Igreja, com o auxílio do Espírito
Santo, estabelecer as normas necessárias para que o culto se faça com
reverência e ordem. Isto é feito pelos princípios dados acima: ensino bíblico e
comunhão cristã.
Então,
dito tudo isso, qual é o propósito da igreja? Gosto da ilustração em I
Coríntios 12:12-27. A igreja é o “corpo” de Deus: somos Suas mãos, boca e pés
neste mundo. Devemos fazer as coisas que Jesus Cristo faria se Ele estivesse
aqui na terra, fisicamente. A igreja deve ser “cristã”: “como Cristo” e
“seguidora de Cristo”.
Vamos obedecer à Palavra de
Cristo e nos dedicar a viver como Sua igreja. Temos que aprender de Jesus,
porque com sua vida, com suas obras e suas palavras, nos ensinou o que temos de
fazer para salvar-nos e como o temos de fazer. Ele mesmo disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”
(Jo. 14:6). A devoção a Deus forja os alicerces e a estabilidade espiritual que
ajudam a família e os indivíduos a enfrentarem as complexidades da vida. A vida
da igreja enriquece a nossa vida pessoal e a nossa vida familiar. De acordo com
a descrição de Atos 2, isso deve ser feito guardando-se a Palavra de Cristo,
vivendo-se com o coração de Cristo e preservando-se a unidade dada pelo
Espírito Santo à Igreja em Cristo Jesus.
Agora que sabemos como é a igreja
de Cristo, vamos tomar a decisão de ser a igreja do Senhor Jesus Cristo.
Desde
o início de sua existência, a Igreja, como uma entidade viva e ativa, ao
cultuar o Senhor Jesus Cristo, valorizou todos os meios pelos quais ela pudesse
realizar a presença do Senhor vivo. O momento mais querido dentro da vida e
comunhão dela era aquele momento quando foi garantida a presença do Salvador
vivo. Tal momento a Igreja primitiva realizava na Festa do Pão e do Vinho. É
responsabilidade da igreja em todas as congregações particulares mediante as
quais ela se torna visível, praticar a unidade, o amor e cuidado de um modo que
mostre que Cristo vive verdadeiramente naqueles que são membros do seu corpo,
de sorte que a vida deles é a vida de Cristo neles. De todos os lados, os
estudiosos mais respeitados reconhecem esta verdade.
3. O Ponto Central do Partir do Pão
“E
perseveravam na… na comunhão, e no partir do pão…” (At. 2:42).
No
que se refere à verdade nós devemos receber o ensino dos apóstolos, e receber a
comunhão dos apóstolos. Isso nos faz um corpo e nos capacita a viver a vida do
corpo. E então duas outras coisas seguem, colocando a verdade em prática. Uma é
o partir do pão.
Sabe,
hoje na cristandade, não se tem consideração elevada pelo partir do pão, a tão
chamada de comunhão. Você descobre que a cristandade de hoje não honra isso
como deveria. Alguns grupos talvez nunca tenham o partir do pão. Por exemplo,
os quackers, eles não creem no partir do pão. Em alguns lugares encontramos os
que têm a chamada comunhão talvez uma vez por mês. Talvez algumas pessoas tenham
a comunhão duas vezes por ano, no natal e na páscoa.
Nós
não entendemos. Nós consideramos apenas como um ritual ou uma cerimónia. Mas o
partir do pão é uma expressão viva da vida do corpo. “Porque na noite em que foi traído nosso Senhor Jesus amou os seus
tanto, que ele tomou o pão, ele o abençoou, ele o partiu. Ele deu aos seus
discípulos, ele disse tomai em memória de mim. E depois disso ele tomou o
cálice, ele o abençoou e ele disse bebei dele, esse é o sangue da nova aliança,
fazei isso em memória de mim”.
Muitas
pessoas pensam que estes dois termos são redundantes, que querem dizer a mesma
coisa. Até querem, mas neste contexto têm importâncias distintas. A Comunhão
dos santos está intrinsecamente ligada ao amor cristão, a ser família de Deus,
a ser gerado de um mesmo pai, o “ Aba”, que nos fez um em Cristo. “Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o
és em mim, e eu, em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia
que tu me enviaste” (Jo. 17:21). E como Um, ou em Unidade, expressamos o
amor com nossos atos, a Palavra de Deus nos ensina a amar a Deus sobre todas as
coisas e ao próximo como a nós mesmos (Grande Mandamento), assim o próprio
Cristo nos ensinou: “Nisto todos
conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo.
13:35). Porque é o Seu amor por nós e o nosso amor por Ele que devem iluminar e
dar sentido a todos os nossos “outros amores”. Essa expressão de amor na
comunhão dos santos é manifesta de várias formas: no cuidado de uns com os
outros, no carregar o fardo de uns dos outros e no se importar realmente com o
próximo. “Alegrai-vos com os que se
alegram e chorai com os que choram” (Rm. 12:15).
O
partir do pão é a mais singela expressão de unidade, é aprender a ser uma
comunidade, ser como uma família que compartilha da mesma vida, alegrias,
sofrimentos e vitórias. Ao praticar com assiduidade o partir do pão eles viviam
como se fossem um só coração e uma só alma. Imagine pessoas unidas por laços de
sangue ou do Espírito tendo um momento de comunhão no partir do pão. Aí eu lhe
pergunto: quem é que vai pôr na mesa da sua casa para comer consigo? O Senhor
derramou de seu amor em nossos corações e nos faz agir com graça até nas coisas
mais simples da vida como partir o pão. “E
perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam
juntos com alegria e singeleza de coração” (At. 2:46). Tudo se reveste de
esperança, porque tudo está envolvido no amor, comunhão com Deus e como sabemos
e acreditamos quem morrer com Cristo, com Ele viverá.
Mas
o partir do pão não é somente comer junto, é viver a comunhão. E aprender a
repartir o “PÃO” que ele nos tem dado, é saber apoiar o irmão em tudo, porque
às vezes é muito fácil ver pessoas no nosso meio que dizem: “O Senhor me chamou para pregar as boas novas”.
Então, ele vai e prega, e o irmão que recebeu as boas novas, passa
necessidades. Aí ele diz: Que Deus te abençoe. Amados, saibamos que Deus
abençoa, e já nos abençoou em Cristo, e sempre nos dará condições e recursos
para investirmos na obra e nos irmãos, segundo a sua vontade, e não somente em
nós mesmos.
Amados,
todo o reino tem um rei e todo o rei tem um trono, lugar onde o rei se assenta
para exercer seu governo e autoridade, para julgar e deliberar. O trono é o
símbolo de poder e soberania, da realeza, nobreza, autoridade e regência. À
presença do rei, no trono, vão muitas pessoas: os amigos e até os inimigos.
Deus
é Rei! E como tal se assenta no seu santo trono, alto e sublime, lugar de
santidade, nobreza, temor, reverência e tremor. Diante do trono do Grande Rei
devem estar todos os seus filhos (príncipes e princesas) e, um dia, também
estarão todos os inimigos, para juízo.
Mas
há um lugar muito especial onde nosso Deus se assenta, um lugar muito
importante, para onde só vão os amigos e convidados especiais, porque é lugar
de amizade e profunda comunhão. Este lugar é a mesa do Rei. Lugar onde o Rei
parte o pão e Se revela aos Seus.
Ela
é santa e só os santos se assentam nela. A mesa de Deus é o lugar que Ele
reserva para estar com os seus, os que estão em aliança com Ele. Portanto, há
uma mesa de banquete preparado para si, cheio de bênçãos abundantes de Deus, venha
e tome o seu lugar. Só os amigos de Deus se assentam à mesa com Ele, porque
nela os lugares já estão reservados e determinados por Ele para Seus amigos.
Para cada amigo de Deus há um lugar específico na Sua mesa, que ficará vazio
até que aquele amigo se assente.
a)
Jesus no partir do pão
No
Evangelho de João dois capítulos são fundamentais para falar do partir do pão
(Jo. 6:13). No capítulo 6, há duas dimensões do pão: uma dimensão do pão
partilhado para uma multidão de famintos, por um milagre de Jesus na montanha
(Jo. 6:3-15), e há outra dimensão do pão nos ensinamentos de Jesus (Jo. 6:35ss)
quando Ele afirma ser o “pão da vida” e quem dele comer viverá eternamente (Jo.
6:58). Essas dimensões não se separam neste capítulo, antes se remetem. Destarte,
no escrito joanino, associam-se estes três gestos:
O
primeiro é o lavar os pés uns dos outros, sinal visível do serviço do Senhor Jesus
como enviado de Deus para servir (Mt. 20:28). Esse lava-pés é central na
reflexão teológica para mostrar quem é Jesus e como atuou na história.
No
capítulo 13, antes da festa da páscoa, quando na ceia, Jesus se levanta, lava
os pés dos discípulos e começa o seu discurso de adeus (Jo. 13:31). Há quem
caracterize esse discurso como um testamento de despedida, legando aos
discípulos em comunidade o gesto do partir do pão nas suas duas dimensões – pão
compartilhado e pão simbólico - e o gesto do lava-pés, ambos inseparáveis
remetendo-se um ao outro. E para deixar sua perpetuidade dá-lhes um novo
mandamento, dizendo:
“Compreendeis o que vos fiz? Vós me chamais
Mestre e Senhor e dizeis bem, pois eu o sou. Se, portanto, eu, o Mestre e
Senhor, vos lavei os pés, também deveis lavar os pés uns dos outros. Dei-vos o
exemplo para que, como eu vos fiz, também vós o façais. Em verdade, em verdade,
vos digo: o servo não é maior do que o seu Senhor, nem o enviado maior do que
quem o enviou. Se compreenderdes isso e o praticardes, felizes sereis. Dou-vos
um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como eu vos amei, amai-vos
também uns aos outros. Nisto reconhecerão todos que sois meus discípulos se
tiverdes amor uns pelos outros” (Jo. 13:12b-16:34-35).
O segundo é o partir do pão na mesa comum com
os irmãos e se observa que não estavam excluídos os mais pobres. Aquela
refeição compartilhada entre os mais pobres apresenta-se com maior
probabilidade de ter sido a refeição escolhida por Jesus como forma de
estabelecer o gesto da comunhão com os seus e como a última refeição estava na
época da páscoa, assim, tenha havido um entrelaçamento de significados. Este
partir do pão ganha um sentido sagrado na última ceia, quando Jesus pronuncia
as palavras sobre o pão: “Isto é meu corpo” e sobre o cálice “Isto é meu
sangue”.
O
elemento da refeição compartilhada dá ênfase não somente no pão e no vinho, mas
no partir do pão e no passar do cálice com o vinho entre participantes da
comunidade. Assim, comia-se do mesmo pão e bebia-se do mesmo cálice. O pão é
símbolo de unidade na Igreja tanto presente como no futuro: “Já que há um único pão, nós, embora muitos,
nós somos um só corpo, visto que todos participamos desse único pão” (1 Co.
10:17) e é também presença da espera da consumação: “Todas as vezes, pois, que comeis desse pão e bebeis desse cálice,
anunciais a morte do Senhor até que ele venha” (1 Co. 11:26). É castigo
apocalíptico para quem não vive concretamente o significado do pão repartido.
Mas é, sobretudo, consumação escatológica para quem experimenta o pão
compartilhado na refeição: a Ceia do Senhor.
Desta
forma, Jesus funda uma comunidade, a qual vive em torno do partir o pão em
refeição comum. A Santa Ceia, a mesa do Senhor Jesus é o lugar onde Cristo, o
hospedeiro, se encontra com os remidos, é a mesa onde os dons preciosíssimos
são dados e recebidos. O texto bíblico joanino demonstra essa tradição com
realidades comunitárias do partir do pão em família - e aqui se pode estender
para comunidade maior – onde havia a conversa de instrução entre mestre e
discípulo, entre o pai de família e seus filhos. O ensinamento aqui começa pelo
gesto do partir o pão e do lavar os pés – trabalho do servo e torna-se símbolo
do serviço – para depois oferecer o mandamento teorizado a partir do próprio
gesto de Jesus.
b)
Pão símbolo da Vida Eterna
Jesus
ensina sobre o Pão da Vida e quem dele comer ganhará a Vida Eterna. E este Pão
é Ele mesmo (Jo 6:51). “Tomai e comei,
isto é o meu corpo” (Mt. 26:26b). “Isto
é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em minha memória” (Lc.
22:19b). “E, depois de comer fez o mesmo
com a taça, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança em meu sangue, que é
derramado por vós” (Lc. 22:20). Ainda: “Eu
sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá para sempre. O pão
que eu darei é a minha carne para a vida do mundo” (Jo 6:51).
Mediante
estes textos, compreendem-se os gestos de Jesus ao dar-se em refeição simbólica
aos seus seguidores, revelando-se ao mesmo tempo, Servo de Iahweh como está em
Isaías, mostrando-se como doador de sua vida pelos outros de forma santa
acentuando-se o amor do Deus Pai misericordioso. Jesus, mesmo sendo vítima do
sistema sacrifical (Jo. 11:49-50), oferece-se e perdoa livremente até aos seus
sacrificadores e algozes (Lc. 23:34). Com estes gestos, Jesus aniquila o
sistema sacrifical definitivamente. Doa-se como cordeiro imolado pascal (Êx.
12:1-14), simbolizado no seu corpo e sangue, na refeição (Lc. 22:19-20) e na
entrega do seu Espírito na cruz (Jo. 19:30). Uma nova imagem simbólica de Deus
amor se revela no gesto do perdão de Jesus na cruz: “Pai, perdoai-lhes porque
não sabem o que fazem” (Lc. 23:34).
A
primeira característica é o gesto de Jesus em doar-se em pão para se comer,
como está narrado nas quatro tradições da instituição da ceia e também em João
quando diz: “Eu sou o pão vivo descido do
céu. Quem comer deste pão viverá para sempre” (Jo. 6:51). Dar-se em pão,
para Jesus, é doar a própria vida. Não se pode compreendê-lo se não for de
forma simbólica. É semelhante ao gesto comportamental, típico dos profetas para
denunciar infidelidade à Aliança e anunciar a mensagem salvadora. Podem-se
recordar alguns: Ezequiel quando quer falar da dispersão do povo e por isso
Deus vai puni-lo por causa da infidelidade, raspa a cabeça e joga os cabelos ao
vento proclamando: “Isto é Jerusalém”
(Ez. 5:5), por causa de seus pecados. O gesto profético não é simplesmente um
evento, mas “sua ação antecipa o acontecimento e de certa forma o produz”.
Observe-se o gesto de Jeremias ao pôr uma canga sobre seus ombros para
significar a dominação e opressão estrangeira sobre Jerusalém (Jr. 27-28).
Jeremias quer mostrar uma Jerusalém subjugada por Nabucodonosor por causa da
infidelidade à Aliança, por isso se tornou igual ao animal de carga (Jr.
27:6-7). A expressão de Ezequiel: “Isto é
Jerusalém” é análoga a “Isto é meu
corpo” ou “Isto é meu sangue”.
Assim, afirma-se: “Isto é Jesus Cristo”.
A
segunda característica pela qual se pode compreender o gesto de Jesus de
entrega de corpo e sangue para transformar-se em pão simbólico, é a situação
dialogal. Retrata a correlação entre Jesus e o pão formando um só polo
“Jesus-pão” e os discípulos formando outro polo do diálogo. Estabelece-se uma
correlação mútua entre o locutor – Jesus-pão – e o interlocutor, os discípulos,
a comunidade de crentes. Neste sentido, o método de correlação tem muito a
auxiliar quando aplicado nesta correlação dialogal entre Jesus-pão e os
discípulos. Entretanto, ainda falta uma reflexão para se compreender Jesus
transformando-se em pão simbolicamente.
Assim,
o pão é um significante, no qual se pode perceber uma realidade, além dele
mesmo, de outra ordem, secreta, ou melhor, de forma transcendente e se
manifesta de maneira real nele mesmo. Quando Jesus diz: “eu sou o pão da vida” (Jo. 6:35), “tomai e comei, isto é o meu corpo” (Mt. 26:26), este pão passa a
ser mais que pão material, passa a conter o ser de Jesus em si mesmo de forma simbólica.
c)
O que é partir o pão?
Há
duas passagens que usam a frase “partir o pão” (At. 2:42 e 20:7), e são quase
universalmente consideradas como se referindo à “Ceia do Senhor”. Primeiro é
uma lembrança do Senhor. Lembrar é recordar o passado. Nós lembramos como o
Senhor nos amou, como Ele se sacrificou a Si mesmo por nós. Isso é lembrar. O
partir do pão é também uma comunhão, em I Coríntios capítulo 10, nós estamos em
comunhão com o Seu sangue, nós estamos em comunhão com o Seu corpo. Agora,
comunhão é presente! Lembrança é recordar o passado.
A
Comunhão é algo que está no presente, pela fé, quando nós tomamos o cálice nós
estamos em comunhão com o sangue do Senhor Jesus Cristo. Nós experimentamos
vividamente, o frescor da purificação dos nossos pecados.
E
quando nós comemos o pão, nós estamos em comunhão com o corpo de Cristo. Pela
fé nós vivemos pela Sua vida. Nós não vivemos a nossa própria vida, Ele é o pão
da vida. Então nós vivemos pela Sua vida. E ao mesmo tempo, mesmo sendo muitos
nós somos um pão, um corpo. Nós estamos em comunhão com todos os irmãos e
irmãs.
O
partir do pão é também uma antecipação, porque o Senhor disse que nós partimos
esse pão até que Ele venha. Então quando partimos o pão estamos antecipando o
seu retorno (ou em expectativa pelo seu retorno).
Sempre
que nos lembrarmos dele nosso amor será renovado, nós seremos constrangidos
pelo Seu amor, e nós vamos retornar para o nosso primeiro amor. Em comunhão com
Ele a nossa fé aumenta. E esperando pelo seu retorno a nossa esperança cresce.
Então,
na igreja primitiva eles partiam o pão em todas as refeições, porque o amor
deles pelo Senhor era muito forte, e tinham uma tamanha fé nEle que eles estavam
esperando o seu retorno.
Bem,
mais tarde, eles não podem mais fazer “partir do pão” a toda a refeição. Então
no primeiro dia da semana, eles se reuniam para partir o pão. Portanto, na
história descobrimos que a igreja realiza o partir do pão através dos 20
séculos. Porque é uma expressão da nossa comunhão e do ensino do Senhor, Esperamos
que dê mais atenção para o partir do pão, pois nós sabemos que isso é uma
expressão da vida do corpo.
E
essa é a razão por que é tão sério! Em I Coríntios capítulo 11 diz que se nós
tomamos o pão e bebemos o cálice de modo indigno nós estamos bebendo a nossa
própria condenação. Nós devemos discernir o corpo, isto é, quando nós partimos
o pão nós devemos ver através disso o que é o corpo de Cristo.
Antes
de partimos o pão, temos um único pão. Isso representa o corpo de Cristo e cada
um de nós parte um pedaço. Ele morreu por cada um de nós. Depois que nós o
tomamos (comemos), não vemos o pão no prato, porque você tem um pedaço e eu
tenho outro. Mas quando Deus olha do céu, Ele vê o pão. Não apenas uns poucos
que estão partindo, mas todos os que estão partindo o pão inclui todo o povo de
Deus. Então, isso é uma expressão viva da vida do corpo.
d) O partir o pão revela Jesus!
O
partir o pão revela quem é Jesus e revela ainda toda uma prática de comunhão
que ele pregava e ensinava aos discípulos, prática esta que veio perpassando
toda história até, chegarmos aos tempos atuais.
Lucas
diante de uma comunidade marcada pela desigualdade social, de uma cultura
marxista e preconceituosa, escreve o Evangelho voltado principalmente para
estes, para os excluídos de seu tempo, para todos os cristãos que viessem a
ler, seus escritos a quem ele carinhosamente chama de Teófilo.
Numa
sociedade desigual é evidente que muitas pessoas passam várias necessidades,
principalmente de pão, comida. Por isso Lucas tem a sensibilidade de apresentar
um Jesus que se deixa reconhecer ao partilhar o pão (Lc. 24).
Lucas
nos apresenta um Jesus que está sempre a caminho, para sentar-se à mesa com os
Seus. Partilhar o pouco que se tem, como no milagre da multiplicação dos pães,
a ceia pascal, e a perícope dos discípulos de Emaús. Aliás, Lucas é o único dos
evangelistas que trás a perícope, narrando uma das mais belas experiências
feita com o ressuscitado da bíblia.
Esta
experiência marcou profundamente a vida de um casal de discípulos, que voltavam
de Jerusalém para Emaús. A tristeza era visível no rosto de cada um deles, tudo
aquilo que eles acreditavam e sonhavam, foi-se por água abaixo. O libertador do
povo ainda não chegou. É neste contexto que Jesus ressuscitado se aproxima e
faz uma caminhada com eles. E num processo catequético, formativo, passando
pela realidade dos discípulos e pela palavra de Deus vai tentando abrir os
olhos deles. No entanto é no partir o pão, no gesto concreto que os discípulos
o reconheceram.
O
reconhecimento deve levar o discípulo à ação. “Eles se levantaram e voltaram
para Jerusalém”. O voltar a Jerusalém significou um novo recomeço para eles.
Foi ai que eles encontraram a comunidade reunida em torno de um mesmo
acontecimento. “Realmente Ele ressuscitou”.
Embora
que hoje, vivamos num contexto de desigualdade, a partilha e a comunhão de vida
são elementos fundamentais para a comunidade cristã. A comunidade só tem
fundamento seguro quando vive e celebra a Santa Ceia no seu dia-a-dia. Ela se
torna capaz de superar as desigualdades e de promover a vida. Faz da comunidade
uma comunidade mais humana e fraterna, onde o próprio Cristo se deixa
reconhecer na partilha, na esperança do povo, no desejo de ser discípulo de
Jesus, para que nele e por ele a vida se manifeste.
Enfim,
Jesus nos convida para caminhar com Ele, partilhar as nossas experiências, aflições
e conquistas. Quer se sentar à nossa mesa, - mesa da comunidade, mesa da
esperança - para que no partir do pão ele possa ser reconhecido
Jesus
Se revela a nós quando nos assentamos à sua mesa com Ele. A mesa do Senhor é
lugar de separação para estarmos em comunhão com Ele e com os demais convidados
dEle. Na mesa, o Senhor mesmo nos alimenta, enchendo-nos da revelação dEle, nutrindo-nos
e mantendo-nos santos. A Igreja do primeiro século entendia perfeitamente o
significado do partir o pão. Partir do pão não é a mesma coisa que repartir o
pão. Repartir o pão é dividi-lo, partir do pão é participar da Ceia do Senhor com
os corações agradecidos, cheios de amor, reconhecidos de nossas próprias
fraquezas, mas purificados. Jesus, em Emaús, só Se revelou aos discípulos,
aflitos, desanimados e desistidos, na hora do partir do pão: “E aconteceu que, quando estavam à mesa,
tomando ele o pão, abençoou-o e, tendo-o partido, lhes deu; então, se lhes
abriram os olhos, e o reconheceram; mas ele desapareceu da presença deles”(Lc.
24:30-31).
Na
Ceia, no partir do pão, somos remetidos à obra maravilhosa que Jesus realizou
na cruz do Calvário a nosso favor, resgatando-nos do império das trevas para o
Seu Reino de luz. A Ceia do Senhor fala da Sua morte expiatória, a morte do
Cordeiro de Deus pela nossa salvação. Em resumo, fala da morte de Jesus, o
Perfeito, por nós, os pecadores.
Infelizmente,
por falta de entendimento, nem todos usufruem de todos os benefícios advindos
da obra expiatória do Cordeiro de Deus – Jesus Cristo. Precisamos de entender
que na cruz Jesus levou cativo o pecado, a morte, as maldições, as doenças,
venceu o inimigo e tudo o mais de ruim, que estava decretado e se cumprindo em
nós, por cauda do nosso pecado. Assim, participar do partir do pão, da Ceia do
Senhor, é selar e celebrar não só a vida eterna em Cristo, mas também tomar
posse do perfeito e maravilhoso resultado espiritual, emocional e físico de
tudo o que Ele fez e decretou a nosso respeito.
e)
O partir do pão
é um memorial da Aliança que temos com Cristo.
Dependendo
do nível de revelação que temos, de Cristo e da Sua obra, e de como
participamos da Ceia do Senhor, podemos transformar o partir do pão em algo
vazio, ritualístico e religioso, ou em algo extremamente virtuoso, carregado do
poder de transformação, libertação e cura para as nossas vidas. Tudo isso
porque assentar-se à mesa para o partir do pão é o momento em que nos
encontramos com o Senhor Jesus pessoalmente.
A
Igreja do primeiro século certamente tinha essa revelação e vivia nesse nível
de relacionamento com Cristo e com os irmãos. O partir do pão para eles não era
um ritual, nem uma obrigação enfadonha, mas a expressão sincera e prazerosa da
revelação que eles tinham do Mestre e da Sua obra em favor deles. Era por isso que
eles se moviam em altos níveis de fé, de forma sobrenatural, sendo partícipes
dos milagres, sinais, prodígios e maravilhas de Deus.
Este
é o Ano do Meu Milagre (e do seu também, é claro!). Por isso precisamos do partir
do pão sempre e constantemente, muito mais do que jamais participamos, porém
com a revelação de que tal prática nos consolida na verdade de que a revelação
de Cristo nos liberta das cadeias e grilhões. Ele mesmo disse que conheceríamos
a Verdade e a Verdade nos libertaria (Jo. 8:32). Cristo, a Verdade, é O nosso
libertador e O promotor dos milagres de que tanto necessitamos. Decida nunca
mais participar do partir do pão, sem a expectativa de entrar no sobrenatural
de Deus e de que o seu milagre chegou! Assentar-se à mesa para o partir do pão
é alimentar-se de Cristo, o nosso Perfeito Alimento. Cristo é o Verbo, a
Palavra.
Pouco
aproveita do partir do pão quem não se alimenta de Cristo, isto é: quem não medita
nem ora a Palavra. Participar do partir do pão, desconhecendo o significado da
obra completa que Jesus realizou por nós, é subnutrir-se da Verdade, é não
desfrutar de todos os benefícios que temos, pelo direito de aliança com Deus.
f) O partir do pão é a celebração da possa vitória!
O
partir do pão (a Ceia do Senhor) é a celebração da nossa aliança com Deus, da
nossa vitória. Somos vencedores e herdeiros de Deus e do Seu Reino agora!
Quando o Senhor plantou o Seu Reino dentro de nós, ele colocou tudo dEle dentro
de nós. Em aliança com Deus, Ele nos dá tudo o que Ele é e tem! Aleluia! Quando
nos assentamos à mesa com Deus, Ele nos dá o que há de mais valioso – Jesus.
Assim, no partir do pão, algumas realidades acontecem:
a) A luz do Senhor revela as trevas que estão
em nós.
b) Passamos a ver com clareza a glória de
Deus.
c) Somos nutridos e nos fortalecemos em
Cristo.
d) Passamos a desejar fazer a vontade de Deus
e não a nossa.
e) Somos libertos e curados.
f) Uma unção de conquista e vitória vem sobre
nós.
No
partir do pão, além da comunhão com o Senhor, apodere-se da revelação dEle e da
Sua obra, a fim de que sua vida seja milagrosamente afetada. Diariamente, ao
assentar-se à mesa do Senhor, na oração e meditação na Sua Palavra, decida
tomar posse e viver a vida abundante que Ele lhe prometeu. Na mesa de Deus, no partir
do pão, não há crise nem escassez, mas solução, provisão e milagres - o seu
milagre!
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