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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Criados à Imagem de Deus



Introdução
A linguagem é premeditadamente solene. E isso não pode ser ignorado, pelo seu valor teológico. Para o surgimento da vida marinha, Deus, o artífice por excelência, disse: “Produzam as águas”. Para o povoamento do planeta Terra com entes criados a partir de sua própria forma, decidiu, no último dia da criação, criar-nos à sua imagem: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gn. 1:26). Então, Ele terminou o Seu trabalho com um “toque pessoal”, ao formar o homem do pó e ao dar-lhe vida, compartilhando de Seu próprio fôlego (Gn. 2:7). Desta forma, o homem é único dentre toda a criação de Deus, tendo tanto uma parte material (corpo) como uma imaterial (alma/espírito). A diferença revela que o homem é revestido de uma grandeza impar.
Mas que prova há de que somos a Sua imagem? A encarnação de Cristo, o Deus tornando-se homem e vindo habitar entre nós. “Quem me vê a mim vê o Pai” (Jo. 14:9); “Eu e o pai somos um (Jo. 10:30). Então, o Cristo histórico que morreu na cruz é a prova racional de que somos a imagem fiel de Deus.
O homem é diferente da vida vegetal, aquática e animal. Ele vem do pó da terra, mas a sua criação é um ato divino, como a criação dos céus e da terra. Deus nos criou à sua imagem. Certamente tem a ver com a razão por que estamos aqui. Seu propósito em nos fazer precisa de ter algo maravilhoso a ver com o facto de que não somos sapos ou lagartos ou pássaros ou mesmo macacos. Somos seres humanos à imagem de Deus, nós somente e não outro animal. O projeto divino visa a humanidade como um todo e não apenas um indivíduo. O termo alude à humanidade.
Em termos bem simples, ter a “imagem” e “semelhança” de Deus significa que fomos feitos para nos parecermos com Deus, porque pensamos, raciocinamos, projetamos e executamos o projetado. Temos o logos (palavra), a capacidade de falar, explicar e criar raciocínios, de dominar sobre todas as outras criaturas irracionais e às outras formas de vida, dominamos porque Deus nos criou semelhantes a Ele, e para isso Ele nos deu inteligência! Adão não se pareceu com Deus no sentido de que Deus tivesse carne e sangue. As Escrituras dizem que Deus é espírito (Jo. 4:24) e portanto existe sem um corpo. Entretanto, o corpo de Adão espelhou a vida de Deus, ao ponto de ter sido criado em perfeita saúde e não ser sujeito à morte.
Mas alguém questiona: Se somos criados à imagem e semelhança de Deus, como aceitar essa argumentação se Deus é espiritual e nós somos carnais, não deveria ser o homem também um ente espiritual, vestido de luz? Sim, e foi assim mesmo que aconteceu, o casal estava vestido de luz, falavam pessoalmente com o Criador! Adão tinha a capacidade de tomar decisões livres. Mas, apesar de ter sido dada a ele uma natureza reta, Adão fez uma má escolha em se rebelar contra o seu Criador ao pecar, o que os levou, de imediato, a perderem essa característica divina, percebendo prontamente que estavam nus. Deus, que os visitava diariamente percebeu que o casal se escondia Dele, foi quando os vestiu com folhas de palmeiras e até hoje, para cobrir a nossa nudez fazemos nossas roupas, suamos para ganhar nosso alimento diário e as mulheres passaram a ter dores de parto...
Adão ao fazer isso, manchou a imagem de Deus dentro de si, e passou adiante esta semelhança danificada a todos os seus filhos, incluindo a nós (Rm. 5:12). Hoje, ainda trazemos connosco a imagem de Deus (Tg. 3:9), mas também trazemos as cicatrizes do pecado. Mentalmente, moralmente, socialmente e fisicamente, mostramos os efeitos.
As boas novas são que, quando Deus redime uma pessoa, cuja imagem e semelhança de Deus fora distorcida pelo pecado, Ele começa a restaurar a imagem original de Deus, criando “o novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade” (Ef. 4:24; veja Cl. 3:10).
O estudo da Imagem da Nova Criação apresenta uma poderosa revelação de quem somos em Cristo - o que significa ser uma nova criação - e produzirá libertação de sentimentos de culpa, condenação, inadequação e inferioridade. Far-nos-á entrar ousadamente numa revelação excitante e transformadora do que significa sermos um com Jesus Cristo.
Para compreendermos a nossa nova imagem, precisamos de uma revelação de quem é Deus. Como fomos criados á Sua imagem, só poderemos compreender para quem fomos criados quando tivermos uma verdadeira imagem dEle.
A criação do homem e da mulher à imagem de Deus (quando se compreende isso juntamente com o pecado) reclama por consumação da cura que acontece com a obra transformadora de Cristo e a herança que ele comprou para os pecadores. Cristo restaura do pecado a realidade que homem e mulher são coerdeiros da graça da vida. O apóstolo Paulo escreveu estas palavras: “Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co. 5:17).
Como crentes, somos uma nova raça de seres humanos, uma raça de seres “nascidos de novo”, com a vida de Deus (Zoe) em nós. Somos a nova criação em Cristo. Com esta poderosa revelação renovada de quem Jesus é e do que somos n’Ele, começamos a caminhar numa nova e excitante dimensão de liberdade, de autoridade, de ousadia, de poder e vitória na nossa vida e ministério.
O apóstolo Paulo escreveu também que ao refletirmos a glória do Senhor, seremos transformados nessa mesma imagem. A revelação produz transformação. “Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor” (2 Co. 3:18).
Vamos refletir a glória de Deus. Vamos rejeitar imagens erróneas que possamos ter dEle. Vamos permitir que o Espírito Santo, pela revelação da Palavra de Deus, revele uma verdadeira imagem do nosso amado Pai celeste, e não tardará muito em que estaremos a declarar com ousadia: Sei quem sou em Jesus Cristo! Sou aquilo que Ele diz que sou! Posso tudo quanto Ele diz que eu posso fazer! Posso possuir tudo o que Ele diz que posso ter!
1.     O Homem Foi Criado à Imagem de Deus
Para entender o que somos enquanto nova criação, precisamos de compreender como eram os nossos primeiros pais quando foram criados. Temos de perceber que Deus tinha um propósito e um plano quando os criou à Sua própria imagem e semelhança, e lhes deu completa autoridade sobre este planeta terra.
Mas o que entendemos por Imagem de Deus? Durante as nossas vidas ouvimos muitas vezes dizer que fomos “feitos à imagem de Deus”. É um pensamento agradável e, provavelmente, alguns de nós agarram-se a isso quando precisam de um lembrete do seu próprio valor. Mas já parou para pensar sobre o que realmente significa “Feitos à imagem de Deus”? É uma afirmação audaciosa que provavelmente carrega alguma responsabilidade com ela. Todos nós sabemos que não somos deuses, embora, se formos honestos, sabemos que muitas as vezes pensamos que somos o deus de nossas próprias vidas, mesmo que não queiramos admiti-lo. A verdade é que nós não somos Deus. Mas somos divinos.
Deus, ao criar o homem à sua própria imagem, estabeleceu uma relação na qual ele poderia refletir, espelhar e representar de modo finito, certos aspetos do infinito Rei-Criador. Os nossos primeiros pais foram criados para refletir as qualidades éticas de Deus, tais como “retidão e verdadeira santidade”... e seu “conhecimento” (Cl. 3:10), e isto em perfeita obediência, sem pecado. O homem podia agir perfeitamente e obedientemente na adoração, no serviço a Deus, no domínio e cuidado da criação e no amor e companheirismo de uns com os outros. O homem deveria dar expressão às funções divinas em relação ao cosmos e atividades, tais como encher a terra, cultivá-la e governar sobre o mundo criado. O homem numa forma física, também refletiria as próprias capacidades do Criador: apreender, conhecer, exercer amor, produzir, controlar e interagir.
A nossa confusão sobre se estamos ou não em Deus surge da nossa própria divindade. O primeiro capítulo descrito na Bíblia revela: “Então Deus disse: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança... E criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou, homem e mulher ele os criou” (Gn. 1:26-27).
Então, o que significa ser criado à imagem de Deus? A raiz hebraica da frase em latim para a imagem de Deus - imago Dei - significa imagem, sombra ou semelhança de Deus. No mínimo, isso significa que o ser humano ocupa um lugar mais alto na ordem criada porque é criado com características divinas. A sua imagem de Deus é o caminho para a sua maior realização.
A nossa imagem de Deus também pode ser uma armadilha, porque, na nossa arrogância, muitas as vezes, confundimos o ser como Deus com o ser Deus. Nós não somos Deus, estamos em Deus.
Mas de que maneira somos uma imagem de Deus? Teólogos têm debatido por muito tempo esta pergunta, mas a resposta fica clara quando lemos a descrição de Deus em Génesis 1 e, em seguida, perguntamos: Se pudéssemos tirar um instantâneo de Deus, o que veríamos e o que Ele revelaria sobre os seres humanos criados à Sua imagem?
Em primeiro lugar, a verdade sobre nós é que somos criativos, porque Deus é criativo: “No princípio Deus criou os céus e a terra” (Gn. 1:1). Sabemos que Deus é criativo. Todo o ser humano faz coisas. Os artistas fazem coisas com tinta. Os poetas, escritores, filósofos e juristas fazer coisas com as ideias e o uso de palavras convincentes. Os médicos fazem as pessoas mais saudáveis; os consultores tornam as organizações mais eficientes. Os fabricantes fazem coisas com matérias-primas; os chefes de cozinha fazem coisas com frutas, legumes, carnes e especiarias. Todo o ser humano tem a capacidade de fazer coisas, para criar, porque somos todos feitos à imagem de um Deus criador.
A segunda verdade sobre nós é que somos espirituais, porque Deus é Espírito: “O Espírito de Deus pairava sobre as águas” (Gn. 1:2). Todo o ser humano possui aptidões e capacidades espirituais. Nós somos mais do que a soma das nossas partes físicas. A nossa natureza espiritual, embora invisível, é tão real quanto a nossa natureza física. Nutrir o nosso espírito é tão importante quanto comer, beber e fazer exercícios saudáveis para o nosso corpo físico. A essência de Deus é relacional, e esta qualidade essencial foi estampada nos seres humanos.
A terceira verdade sobre nós é que somos comunicativos, porque Deus se comunica: “Deus disse: Haja luz” (Gn. 1:3). Os antropólogos concordam com o surgimento do simbólico e da linguagem falada em primeiro lugar, em seguida, por escrito, o que representa a mais nítida rutura entre animais e seres humanos. A capacidade humana de pensar e raciocinar, para usar a linguagem, os símbolos e a arte, ultrapassa de longe as capacidades de todos os animais. Este dom foi dado quando a imagem comunicativa de Deus foi estampada em nós.
A quarta verdade sobre nós é que somos inteligentes, porque Deus é inteligente: “No princípio era o Verbo (logos, palavra grega que significa razão, ou lógica), e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo. 1:1). O pensamento lógico sequencial flui a partir da ordem da mente de Deus. Como resultado, ainda que não sejamos todos intelectuais, cada um de nós possui uma mente e um modo de pensar e de aprender, por isso Jesus nos ordenou a que amassemos a Deus com as nossas mentes (assim como com os nossos corações e com toda a nossa força). Porque a imagem inteligente de Deus foi estampada em nossas vidas, muito embora possuamos diferentes tipos de inteligência, cada um de nós desenvolve as suas capacidades mentais ao máximo.
A quinta verdade sobre nós é que somos relacionais, porque Deus é relacional: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. ... Não é bom que o homem esteja só” (Gn. 1:26; 2:18). A frase: “Façamos o homem à nossa imagem”, revela um “nós” na própria natureza de Deus. A essência de Deus é relacional, e essa qualidade essencial foi estampada no ser humano. Essa capacidade de um relacionamento com Deus se estende ao ser humano, razão pela qual a história do Génesis declara que Deus criou Eva para Adão, porque “não é bom para o homem ficar sozinho”.
A sexta verdade sobre nós é que somos moralmente responsáveis, porque Deus é um ser moral. “E o Senhor Deus ordenou ao homem: Você é livre para comer de qualquer árvore do jardim, mas não deve comer da árvore do conhecimento do bem e do mal, pois se dela comer certamente morrerá” (Gn. 2:16-17). Assim como existem leis naturais que regem o universo, também há as leis morais universais que governam o comportamento humano. A Bíblia ensina que essas leis são escritas no coração do homem e é universal.
Ao compreendermos plenamente o que significa ter a imagem de Deus, somos ao mesmo tempo surpreendidos com a grandeza das nossas possibilidades e a tragédia de nosso potencial não realizado. Ser plenamente humano é refletir totalmente as capacidades criativa, espiritual, inteligente, comunicativa, relacional, moral e proposital de Deus, e fazê-lo de forma holística e sinérgica. Além disso, apesar de todos os seres humanos possuírem essas capacidades divinas, cada um de nós tem o potencial para expressá-las distintamente, porque a imagem de Deus foi estampada exclusivamente em cada um de nós. Na infinita criatividade de Deus não há duplicados, nós somos únicos.
O homem foi criado à imagem de Deus (cf. Gn. 1:26, 17; 5.1, 3; 9.6). A humanidade foi criada para comunhão com Deus. Toda a criação é um palco ou pano de fundo para a interação de Deus e humanidade! Deus queria que Sua mais elevada criação, a humanidade, conhecesse-O, amasse-O e fosse como Ele! A lealdade da humanidade foi testada (cf. Gn. 3) e o casal original foi reprovado no teste. Isto resultou numa interrupção do relacionamento entre Deus e a humanidade (cf. Gn. 3; Rm. 5.12-21).
a)      Com a Vida de Deus
Sabemos que Deus, com as Suas próprias mãos, formou Adão à Sua imagem e depois soprou-lhe o fôlego da vida. “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente” (Gn. 2:7). Somos pó da terra. Mas somos especiais, porque temos o sopro do Senhor.
Todos fomos criados por Deus para termos a vida em plenitude, para sermos participantes da vida divina (Zoe). Este tipo de vida opera segundo uma “lógica” que não se subordina às “lógicas” da vida natural (Bios e Psique). Conheça a natureza desta vida, seus princípios de operação e seja desafiado a aplicá-los às diversas áreas do seu quotidiano. Ele nos escolheu para vivermos e sermos sua imagem e semelhança vivendo no amor. Conhecemos a Deus através da bíblia, pelas suas manifestações na natureza, nas pessoas e nos acontecimentos. Mas, o conhecimento mais profundo de Deus o teremos fazendo a experiência de sermos e vivermos como filhos de Deus. Deus nos ama tanto e nós O chamamos de Pai, como Jesus nos ensinou. Sentir a presença de Deus é ter a vida em plenitude.
A vida de Deus é mais do que o facto de estarmos vivos. É a fonte de toda a vida. No Novo Testamento, há duas importantes palavras gregas que significam “vida”. “Psuche” significa vida natural ou humana. “Zoe” significa a vida e a natureza do próprio Deus. É a vida zoe, a vida e natureza de Deus, que foi transmitida a cada crente nascido de novo. Que excitante! Estamos vivos com a vida e a natureza de Deus!
Em João 10:10, a palavra que Jesus utiliza em sua própria língua, para designar vida é Zoe. As pessoas pensam com frequência que a vida é mensurada pela quantidade de bens que temos. Mas Jesus discorda fortemente disto. Lucas 12:15. Zoe é a vida que Jesus viveu; a própria vida de Deus, a vida eterna, a vida abundante, real e genuína; uma vida ativa e vigorosa, devotada a Deus, abençoada no presente, e que dura para sempre.
Quando Adão e Eva pecaram, perderam a vida zoe de Deus, mas quando nascemos de novo, os nossos espíritos voltam a viver com a vida de Deus. Só a vida de Deus tem o poder de criar. Na criação do homem, o pó da terra tornou-se vivo porque nele foi soprado a vida de Deus. ”Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo. 1:3-4).
b)  Com a Luz de Deus
A vida de Deus é luz; e esta luz, ou glória radiosa, tornou-se a luz de Adão e Eva antes de haverem pecado. “E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, e nele não há trevas nenhumas” (1 Jo. 1:5). É muito possível que, antes da Queda, Adão e Eva estivessem vestidos com esta luz de Deus - a Sua glória radiosa.
Notemos que Deus criou a luz, a primeira coisa necessária para se andar com segurança, bem como a maior parte de sua criação, simplesmente pelo poder de sua palavra! “Disse Deus: Haja luz; e houve luz” (Gn. 1:3). Deus falou, e assim se fez (veja Gn. 1:6-7, 9, 11, 14-15, 20, 24). Então, a primeira coisa que Deus fez em sua obra criadora foi a de converter a situação geral da terra de trevas para luz. O poder de Deus, tanto para criar como para manter a sua criação, reside na sua palavra! (veja Hb. 1:1-3). Deus é luz por sua própria natureza (veja 1 Jo. 1:5-7), e tudo o que ele faz é para manifestar a luz da verdade. Esse facto nos deve confortar extremamente, pois a mesma palavra poderosa que Deus usou para criar o mundo foi, com amor, colocada aqui em nossas mãos por ele!
Em Mateus 5:14-16 Jesus disse: “Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos os que estão em casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus”. Jesus diz que nós somos a luz do mundo, por isso a nossa luz tem que resplandecer diante dos homens.
Quando verdadeiramente entendermos isto, teremos muito mais cuidado em como usarmos a Bíblia. Quem somos nós para mudar esta palavra tão poderosa, a fim de torná-la “mais suave” aos nossos ouvidos ou aos ouvidos de outras pessoas para a quem a pregamos? Com esse poder vem a grande responsabilidade de seguir e pregar somente aquilo que Deus revelou. Pois, ele é o Senhor, e é a palavra dele que tem o eterno poder da criação (veja Is. 55:6-11).
Nós fomos criados com a luz de Deus – a luz da verdade, a luz do conhecimento, a luz da sabedoria, a luz da santidade, a luz do testemunho, a luz da comunhão e da intimidade, a luz da integridade. Nascemos da luz, estamos dentro da luz e ao mesmo tempo temos a luz dentro de nós. Se a luz está dentro de nós e estamos dentro da luz, então devemos brilhar na Casa de Deus, na sociedade e diante de nossa família, a fim de manifestarmos a glória de Cristo em nós. ”Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas obras e glorifiquem o vosso pai que está nos céus“ (Mt. 5:16).
Não podemos deixar que a Luz da Palavra de Deus se apague em nós. Somos santuários onde habita o Espírito Santo. Deus é luz e nós somos filhos da luz. Por este motivo temos que dar testemunho da Luz – Jesus, que veio para trazer luz ao mundo para sua salvação.
c)   Com a Perfeição de Deus
Sabemos que os corpos de Adão e Eva gozavam de perfeita saúde, poder e força porque tudo isso fazia parte da vida de Deus.
O fôlego da vida de Deus fluía através do seu sangue chegando a cada célula, dando-lhes perfeita saúde e vida eterna. Adão e Eva foram criados para viver para sempre. Não poderiam morrer enquanto tivessem em si a vida de Deus. As almas (mentes, emoções e vontades) de Adão e Eva eram por natureza semelhantes a Deus. As suas almas possuíam a vida de Deus em si e as suas mentes, vontades e emoções eram um com Deus. Os seus espíritos eram perfeitos - em unidade com Deus.
A completação da perfeição dos cristãos será a participação da final glorificação de Cristo Jesus. Não somos apenas herdeiros de Deus, mas também co-herdeiros com Cristo, “Se com ele sofremos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm. 8:17). Não podemos pensar em Cristo separado de seu povo, nem de seu povo separado dele. Assim será na vida futura: a glorificação dos cristãos ocorrerá junto com a glorificação do Senhor Jesus. É exatamente isto que Paulo nos ensina em Colossenses 3:4: “Quando Cristo que é a nossa vida, se manifestar, então vós também sereis manifestados com ele, em glória”.
A glorificação é voltar à perfeição com a qual fomos criados por Deus, é voltar à imagem de Deus. Este é o propósito último de nossa redenção. Esta perfeição da imagem será o auge, a consumação do plano redentivo de Deus para o seu povo. E isto só é possível em Cristo.
Em Cristo, o eleito não apenas volta ao que era Adão antes de pecar, mas vai um pouco mais à frente: Devemos ver o homem à luz de seu destino final. Adão ainda podia perder a impecabilidade e bem-aventurança, mas aos santos glorificados isso não poderá mais ocorrer. Adão era “Capaz de não pecar e morrer”, os santos na glória, porém “não serão capazes de pecar e morrer”. Sabemos que os santos glorificados, em seu estado final não vão pecar nem morrer. Várias passagens das Escrituras nos garantem isto. Esta perfeição, que não se poderá perder, é aquilo para o qual o homem foi destinado e nada menos do que isto. Paulo em sua carta aos Efésios nos ensina que o propósito de Deus para sua igreja, é apresentá-la “a si mesmo Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito” (cf. Ef. 5:27).
Nesta dispensação, até a Segunda Vinda de Cristo, carregamos connosco, conforme lemos em I Coríntios 15:49, a “imagem do que é terreno”, mas na glorificação, teremos plena e perfeitamente a “imagem do celestial”, ou seja, a imagem de Cristo. No porvir, nossa vida será gloriosa, porque teremos a imagem de Cristo, seremos como Ele é, e Cristo sendo a imagem de Deus, teremos a imagem de Deus de volta em nós de forma completa e perfeita.
Calvino comentando este texto de I Coríntios 15:49 diz: Pois agora começamos a exibir a imagem de Cristo, e somos transformados nela diária e paulatinamente; porém esta imagem depende da regeneração espiritual. Mas depois seremos restaurados à plenitude, que em nosso corpo, quer em nossa alma, o que agora teve início será levado à completação, e alcançaremos, em realidade, o que agora esperamos.
Note ainda as palavras de João: “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Sabemos que quando Ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque havemos de vê-lo como ele é” (I Jo. 3:2).
O que João nos diz, é que, na ocasião da Segunda Vinda de Cristo, seremos assemelhados a Ele, perfeita e completamente. E como Cristo é a imagem de Deus invisível, os santos glorificados que se aproximam de Deus e gastam tempo a buscar a Sua face e contemplam a Sua glória em amor íntimo e adorando-O por aquilo que Ele é, descobrindo que o nosso rosto brilha com a glória de Deus, terão a imagem de Cristo. Isto significa dizer que a nossa imagem na glorificação, será restaurada à imagem de Deus. Esta semelhança a Deus e a Cristo é o propósito final da nossa redenção, ou seja, a glorificação. Em vez disso, assim, seremos transformados à Sua imagem.
Por enquanto, a imagem de Cristo em nós está em processo contínuo conforme nos diz Paulo em 2 Coríntios 3:18 que estamos sendo transformados de glória em glória, mas após a nossa ressurreição, poderemos refletir a perfeição desta imagem, que Deus começou em nós, e assim, só então, poderemos ser tudo aquilo para o qual fomos destinados pelo Pai.
Neste processo de restauração da imagem de Deus em nós, através de Cristo, chamamos de santificação que é a “conformidade progressiva à imagem de Cristo aqui e agora; a glória é a conformidade perfeita à imagem de Cristo lá e então, Santificação é a glória começada; glória é a santificação completada”.
Gerrit C. Berkouwer, teólogo holandês, nos mostra que a verdadeira imagem de Deus se pode conseguir apenas em Jesus Cristo que é a imagem perfeita de Deus. Ser renovado à imagem de Deus é tornar-se parecido com Jesus.
Todo o povo de Deus, de todas as nações, tribos, línguas, estará então com Deus por toda a eternidade, glorificando a Deus pela adoração, serviço e louvor. Todos nossos atos serão enfim feitos sem pecado com perfeição e aí o propósito que Deus estabeleceu para seus remidos terá sido alcançado.
d)   Com Poder Para dominar
Após, Deus ter criado os céus e a terra, a primeira coisa que Deus disse sobre Adão e Eva depois de os ter criado foi: “Dominem!
Quando Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança, tinha o propósito de fazê-lo cooperador no desenvolvimento do planeta, que era extraordinariamente belo, com uma superfície muito variada, contendo montanhas, colinas e planícies, entrecortadas por majestosos rios e formosos lagos; com uma grande quantidade de tremendos despenhadeiros e medonhos abismos como o são hoje; com as arestas agudas e ásperas do pétreo arcabouço sepultadas por sob o solo fértil, que por toda parte produzia um pujante crescimento de vegetação; com graciosos arbustos e delicadas flores que saudavam a vista aonde quer que esta se volvesse; com as elevações coroadas de árvores mais majestosas do que qualquer uma que exista hoje; com o ar, incontaminado por miasmas perniciosos, puro e saudável; com a paisagem toda que sobrepujava em beleza os terrenos ornamentados do mais soberbo palácio. Deus agora tinha tornado a Terra habitável e estava colocando a Sua criatura para desenvolvê-la. Com este propósito, foi-lhe dado, portanto, domínio sobre tudo o que os seus olhos poderiam contemplar, sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra o ar, o mar e sobre todos os répteis que rastejam pela terra (Gn. 1:26), e fez que todos o temessem e lhe obedecessem.
Aquele que estabeleceu os mundos estelares nos altos céus, e com delicada perícia coloriu as flores do campo, Aquele que encheu a Terra e os céus com as maravilhas de Seu poder, vindo a coroar Sua obra gloriosa a fim de pôr em seu meio alguém para ser o governador da linda Terra, não deixou de criar um ser digno das mãos que lhe deram vida. A genealogia de nossa raça, conforme é dada pela inspiração, remonta sua origem não a uma linhagem de micróbios, moluscos e quadrúpedes a se desenvolverem, mas ao grande Criador. Posto que formado do pó, Adão era filho “de Deus” (Lc. 3:38).
Deus deu a Adão e Eva absoluta autoridade e domínio para dominarem esta Terra. Deus reteve a autoridade e o domínio de todo o universo à exceção do planeta Terra. Aqui, deu esta autoridade à sua nova criação a quem criou para ser como Ele próprio. Ele foi posto, como representante de Deus, sobre as ordens inferiores de seres. Estes não podem compreender ou reconhecer a soberania de Deus, todavia foram feitos com capacidade de amar e servir ao homem. Diz o salmista: “Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das Tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés: ... os animais do campo, as aves dos céus, ... e tudo o que passa pelas veredas dos mares” Salmos 8:6-8.
O homem deveria ter a imagem de Deus, tanto na aparência exterior como no caráter. Cristo somente é a “expressa imagem” do Pai (Hb. 1:3); mas o homem foi formado à semelhança de Deus. Sua natureza estava em harmonia com a vontade de Deus. A mente era capaz de compreender as coisas divinas. As afeições eram puras; os apetites e paixões estavam sob o domínio da razão. Ele era santo e feliz, tendo a imagem de Deus, e estando em perfeita obediência à Sua vontade.
e)    Com Poder para Criar
Tal como o poder de Deus criou o universo, Adão e Eva receberam o poder para imaginar, crer e criar, e como a sua vontade era uma com Deus, não havia perigo de a vida criativa de Deus em si ser mal utilizada para finalidades erradas.
Toda a criação de Deus nesta Terra estava completa e perfeita e eles receberam instruções para multiplicar o que já havia sido criado perfeito. “Então Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra” (Gn. 1:28).
Quando temos convicção e clareza a respeito da vontade de Deus sobre alguma coisa nós temos fé para entrar na posse dela. Esta é a razão porque muitas pessoas não recebem a cura, elas não têm certeza de que a vontade de Deus é curá-las. A maior honra e o maior privilégio do homem é fazer a vontade de Deus. Isso é que o Senhor Jesus ensinou aos seus discípulos. Houve uma ocasião em que ele disse que somente aqueles que fizessem a vontade de seu Pai é que entrariam no reino dos céus (ver Mt. 7:21) Semelhantemente, declarou que seus verdadeiros irmãos são aqueles que fazem a vontade de Deus (ver Mt. 12:5).
Deus é perfeitamente justo porque Ele não criou o homem sem esta capacidade. Deus fez o homem justo e capaz de fazer tudo o que Ele requeresse.
Se estamos tomados pelo apaixonado desejo de cumprir a Sua vontade, em todas as áreas da nossa vida, Deus, sem dúvida alguma, haverá de revelar-nos a Sua mente. Certamente Ele honrará aquela fé que se apega a Ele a fim de pôr em ação os princípios e o poder da visão “que Deus lhe deu“, uma mente, o dom da imaginação, a unção do Espírito Santo e a visão da fé.
Quando Deus o criou, Ele o fez à sua imagem e à sua semelhança. A sua vida cristã tem de ser uma prova permanente de que Deus realiza os impossíveis. Sua vida cristã deve ser uma série de impossibilidades que se tornaram possíveis e reais pelo poder omnipotente de Deus. É disso que o cristão precisa. Ele tem um Deus omnipotente a quem adora, mas precisa de aprender que não basta apenas um pouco do poder de Deus, porém – digamo-lo com a devida reverência – da sua total omnipotência para manter-se no caminho certo e ter uma vida cristã.
Toda a árvore cresce a partir de suas raízes. Um carvalho de 300 anos cresce sempre pela força de sua primeira raiz. A cristandade tem a sua origem na omnipotência de Deus. E perpetua-se em cada alma por essa omnipotência. Todas as possibilidades de uma vida cristã mais elevada originam-se de uma nova compreensão do poder de Cristo de operar toda a vontade de Deus em nós.
O Novo Testamento exorta os crentes a andarem como Jesus andou, seguindo o Seu exemplo. O princípio normativo da vida e do ministério inteiros de Jesus era o de fazer a vontade de Seu Pai. Cristo não tomava passo algum, enquanto o Pai não Lhe desse ordens. Mas, quando se movia, nem as ameaças de Seus inimigos e nem os apelos de Seus amigos podiam demovê-Lo de fazer o que Seu Pai dEle requeria. Seu alimento diário consistia em fazer a vontade de Seu Pai (ver Jo. 4:34). Assim como os homens anelam por alimento, para a nutrição de seu corpo, assim também Jesus almejava fazer a vontade a Aquele que O enviara.
Todo o crente deveria ter essa mesma fome de cumprir toda a vontade de Deus. Quão fácil é orarmos: “Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu”, para logo em seguida fazermos o que nos agrada, sem buscar a orientação de Deus para nossa vida diária. O futuro que jaz à nossa frente é mais escuro do que qualquer coisa existente neste mundo. Nada podemos divisar à nossa frente. Mas precisamos de continuar avançando.
 Quando temos convicção e clareza a respeito da vontade de Deus sobre alguma coisa nós temos fé para entrar na posse dela. Esta é a razão porque muitas pessoas não recebem a cura, elas não têm certeza de que a vontade de Deus é curá-las. Quando temos convicção e clareza a respeito da vontade de Deus sobre alguma coisa nós temos fé para entrar na posse dela. Esta é a razão porque muitas pessoas não recebem a cura, elas não têm certeza de que a vontade de Deus é curá-las. Quando temos convicção e clareza a respeito da vontade de Deus sobre alguma coisa nós temos fé para entrar na posse dela. Esta é a razão porque muitas pessoas não recebem a cura, elas não têm certeza de que a vontade de Deus é curá-las.Moisés estendeu a mão sobre o mar, e o Senhor, por um forte vento oriental que soprou toda aquela noite, fez retirar-se o mar, que se tornou terra seca, e as águas foram divididas. Os filhos de Israel entraram pelo meio do mar em seco; e as águas lhes foram qual muro à sua direita e à sua esquerda. Disse o Senhor a Moisés: Estende a mão sobre o mar, para que as águas se voltem sobre os egípcios, sobre os seus carros e sobre os seus cavalarianos. Então, Moisés estendeu a mão sobre o mar, e o mar, ao romper da manhã, retomou a sua força; os egípcios, ao fugirem, foram de encontro a ele, e o Senhor derribou os egípcios no meio do mar. E, voltando as águas, cobriram os carros e os cavalarianos de todo o exército de Faraó, que os haviam seguido no mar; nem ainda um deles ficou. Assim, o Senhor livrou Israel, naquele dia, da mão dos egípcios; e Israel viu os egípcios mortos na praia do mar” (Êx. 14:21- 22, 26-28, 30).
Com frequência chegamos a encruzilhadas da vida onde precisamos tomar decisões cujas consequências são de longo alcance. Decisões para toda a vida que afetam o nosso futuro inteiro. Como nós devemos decidir em oportunidades assim? Nada sabemos acerca das armadilhas que Satanás armou para nós. Descobrir qual o verdadeiro caminho a seguir é, porém, o nosso dever.
A Bíblia ensina que Deus tem um plano específico para a vida de cada um de nós (ver Ef. 2:10) Ele planeou para nós uma carreira, escolheu para nós a companheira, e até mesmo decidiu onde devemos viver e o que devemos fazer no dia-a-dia. Em cada caso, a escolha de Deus deve ser a melhor, pois Ele nos conhece tão bem que leva em consideração cada fator. Por conseguinte, é sábio buscar a Sua vontade em todas as coisas tanto nas principais como nas secundárias.
Teremos então que caminhar com Jesus pela vereda que Lhe é agradável, jamais nos precipitando á Sua frente para fazer qualquer coisa sem a Sua orientação, e nem ficando para trás, quando Ele nos ordenar a dar algum novo passo de obediência.
Também lemos acerca de Enoque que ele “andava com Deus” (Gn. 5:22), isto é, ele não corria á frente nem se deixava ficar para trás, mas antes, andava pela vereda determinada por Deus, como quem está sob jugo durante trezentos anos. Em resultado disso, Deus testificou que estava satisfeito com a vida de Enoque. (Ver Hb. 11:5). Essa é a única maneira pela qual podemos agradar a Deus vivendo e nos movendo debaixo de Seu jugo, segundo a Sua perfeita vontade. Somente assim poderemos estar de pé em Sua presença, sem nos lamentarmos, quando Ele voltar a este mundo.
Cada um de nós tem apenas uma vida. Bem-aventurado é o homem que, à semelhança de Paulo, pode dizer, no fim dela, que completou a tarefa que lhe foi determinada por Deus. (Ver 2 Tm. 4:7).
O mundo um dia desaparecerá com todas as suas paixões. Mas aquele que segue a vontade de Deus faz parte integrante do que é permanente e não pode morrer” (1 Jo. 2:17).
Vivei, então, com a devida noção de responsabilidade, e como quem conhece a finalidade da vida e não como quem não sabe. Fazei bom uso do tempo, apesar das dificuldades atuais. Sem hesitar, procurai firmemente aderir àquilo que sabeis ser a vontade de Deus. Que o estímulo da vossa vida não derive do vinho (há sempre o perigo de beber demasiadamente), mas seja o Espírito a estimular-vos à alma” (Ef. 5:15-17).
f)    Para Ter Comunhão com Deus
Quando Deus os criou, Adão e Eva tinham perfeita comunhão com Deus. Ele falava-lhes face a face. Podiam aproximar-se com ousadia de Deus. Não possuíam sentimentos de culpa, condenação ou inferioridade. Era perfeita a sua relação com Deus.
Desde o passado, Deus tem, à Sua maneira, procurado manter o contato e a comunhão com o homem - obra da Sua criação. A História e a Bíblia nos mostram que com o passar do tempo o homem foi se distanciando cada vez mais de Deus, e não Deus do homem.
Deus falava com Adão no paraíso, na viração do dia. Adão ouvia a Sua voz e ambos travavam um diálogo de perto.
O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus; foi criado para ter comunhão com o Altíssimo (como no caso de Adão). Adão era perfeito em corpo, alma e espírito, e por isso possuía uma grande comunhão com o Senhor, que demonstrou a sua confiança em Adão quando lhe apresentou os animais para lhes atribuir um nome. “Da terra formou, pois, o Senhor Deus todos os animais do campo e todas as aves do céu, e os trouxe ao homem, para ver como lhes chamaria; e tudo o que o homem chamou a todo ser vivente, isso foi o seu nome” (Gn. 2:19).
O homem foi criado para manifestar a glória e o poder de Deus, mas aquilo em que Deus está interessado, acima de qualquer outra coisa, é ter comunhão com Ele. Tudo o mais é secundário. Deus está procurando um povo, um povo com o qual Ele possa ter íntima comunhão.
Ter comunhão com Deus é diferente de ter a vida de Deus. A vida de Cristo em nós é um facto (2 Co. 5:17; Cl. 1:27; 3:4). Não depende de qualquer esforço nosso e é produzida pelo Espirito Santo (Rm. 8:9-11; Jo. 1:13; 3:6). A comunhão, por sua vez, é conquistada com diligência e esforço (1 Co. 9:23-27) “Com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito , e para isto vigiando com toda perseverança” (Ef. 6:18). A Vida É Fruto Do Nascimento - A Comunhão, Do Relacionamento.
A palavra comunhão implica uma ação afetiva e proximidade entre as pessoas. Da mesma forma como temos pessoas com quem temos afinidade, liberdade para abrir o coração e compartilhar os nossos sonhos, conquistas e desafios, também Deus espera que nos acheguemos a ele com confiança e liberdade para compartilhar tudo o que temos e o que somos a fim de sermos ajudados por ele. Deus deseja comunhão e intimidade connosco, ele se aliança, com aqueles que o buscam.
A comunhão é o elemento espiritual fundamental que todo o cristão deve buscar, pois trata-se de um relacionamento profundo com Deus. A comunhão com Deus gera aliança e compromisso.
Aqueles que têm comunhão com o Senhor têm como foco principal buscar a face de Deus e viver na presença do Senhor todos os dias, em novidade de vida. Esse é o chamado de Deus para as nossas vidas, como Moisés que era apaixonado pelo Senhor de tal forma que ele queria ver a face de Deus, tinha sede de Deus.
Sem uma crescente comunhão com o Senhor nosso cristianismo não passará de religião morta e inoperante. A profundidade de um relacionamento íntimo com Deus não se mostra na maneira como louvamos ou cultuamos a Deus em nossas reuniões, nem na intensidade de nossos sacrifícios espirituais, do conhecimento da Palavra, da unção para pregá-la, nem mesmo no bom testemunho. Ela se revela na maneira como nos comportamos diante das lutas e adversidades que nos são impostas ao longo da caminhada da fé. Essa evidência é visível quando observamos a vida dos apóstolos e profetas do Antigo e Novo Testamento.
A comunhão com Deus é um tesouro escondido e a ser explorado. Embora saibamos que a salvação é de graça, a comunhão tem um preço que nem todos estão dispostos a pagar. É o preço da disposição de tempo, de negar as coisas do mundo, de por um momento parar tudo para sentir e ouvir o que Deus tem a dizer. É ter a sensibilidade de ouvir a voz de Deus tal como Samuel ouviu, e também outros líderes, profetas que depositaram a sua confiança no Deus todo-poderoso, e nunca ficaram sem respostas, porque Deus sempre os livrou, e capacitou para as grandes batalhas usando de tal forma as suas orações para grandes milagres.
A consequência da comunhão com Deus é simplesmente ter uma vida abençoada e abundante. Tem que haver neste relacionamento: Confiança, sintonia, liberdade, ligação e afinidade. A comunhão com Deus gera compromisso de santidade, edificação e comunhão.
O Senhor quer estreitar connosco uma íntima comunhão, para nos revelar os seus segredos. “Certamente, o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas” (Am. 3:7). “Tu me farás ver os caminhos da vida; na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente” (Sl. 16:11).
g) Com Livre Vontade
Deus também deu a Adão e a Eva a possibilidade de escolha - uma vontade livre. Não foram criados como robots sem a capacidade de escolher a favor ou contra Deus. Tinham a capacidade de escolher obedecer ou desobedecer.
Para o nosso entendimento da criação, é fundamental lembrar que o homem, ao ser criado por Deus à Sua imagem e semelhança, foi simultaneamente dotado da importante capacidade de livre arbítrio. Deus desejava não apenas receber a automática adoração dos anjos, mas esperava também ter comunhão com um ser que espontaneamente escolhesse amá-Lo e adorá-Lo.
O homem, criado à imagem de Deus, possui uma mente, um coração, e uma vontade. A mente ou o intelecto é que lhe permite pensar racionalmente, e não por puro instinto como um animal. O coração ou a emoção é que lhe permite sentir, ao contrário de um robô ou uma máquina, a experiência humana. A vontade ou volição é que lhe permite tomar decisões e escolhas que têm consequências morais. É a sua capacidade de ação, é que lhe permite escolher sobre isso e aqueles em vez destes.
Se a palavra “livre” significa que as pessoas têm a capacidade de fazer certas escolhas por si próprias (ou seja, livre de coerção, força ou coerção)., Por exemplo, as pessoas têm a possibilidade de optar por ir até à loja ou ficar em casa, para comprar um jornal ou não, para comer carne ou peixe ou não, etc, tais escolhas estão dentro da capacidade natural dos seres humanos. As pessoas são livres para agir de acordo com sua natureza. Elas não são livres para agir de forma contrária à sua natureza. Eu não posso escolher para voar. Sim, eu posso optar por viajar de avião, mas não posso escolher em criar asas ou tornar-se um pássaro. Minha vontade, não é totalmente livre. Nós não temos a liberdade de ser tudo o que não somos.
O homem, em outras palavras, não é livre para agir fora dos limites de sua natureza humana. Ele não pode viver a vida de um peixe no oceano ou voar como um pássaro no ar, sem os recursos externos que lhe permitem duplicar seu ambiente natural. Assim como é verdade para um nível natural, também o é num nível espiritual. Em seu estado decaído, o homem não pode escolher ser justo. O etíope não pode, por sua própria força de vontade, mudar a cor de sua pele, nem o leopardo as suas manchas, nem aqueles cuja natureza é depravada podem voluntariamente fazer o bem (Jr. 13:23).
Esta opção centrava-se em torno das instruções de Deus em relação a uma árvore particular existente no jardim do Éden, a árvore do conhecimento do bem e do mal. Deus disse que se comessem dessa árvore, certamente morreriam. Ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim podes comer livremente; mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás. (Gn. 2:16-17).
A liberdade humana é uma das dádivas de Deus ao homem, criado à sua imagem e semelhança. Como um ser autónomo em suas ações, o homem reflete o caráter do Criador. De certa maneira a intervenção divina é barrada pelo uso do livre arbítrio, não por imposição, mas por escolha do próprio Deus, pois de outra maneira estaria interferindo contraditoriamente em algo que ele mesmo criou.

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