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domingo, 11 de março de 2012

Apelo Divino


“Porque gastais dinheiro naquilo que não é pão? E o fruto do vosso trabalho naquilo que não pode dar satisfação?... (Is. 55:2).

O Senhor lança um questionamento: Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão, e o vosso suor, naquilo que não satisfaz?

O Senhor criou as pessoas com fome espiritual pela verdade, isto é, percepções e ideias que alimentem as suas almas, ajudem-nas a melhor entender Deus e os Seus caminhos, e as inspirem a viver de uma forma mais saudável em todos os aspectos. Mas, infelizmente, o apetite espiritual de muitos foi pervertido pelas coisas erradas que leram ou às quais assistiram, como acontece quando se desenvolve o gosto por porcarias e doces, preferindo estes aos bons alimentos integrais.

Aquilo que não é pão, aquilo que não pode dar satisfação… Eis aqui a grande revelação do Senhor: são, os bens e prazeres oferecido pelo mundo à alma faminta e sedenta, que vale mais do que o mundo todo.

Mas tais bens não são dados gratuitamente: vende-os o mundo, e a um preço muito alto. O mundo não dá nada por nada: em troca dos seus bens pede a uns o tempo, as vigílias, os mais assíduos pensamentos, toda a atenção intelectual e nervosa de que são capazes; a outros, a reputação e a honestidade; a outros, ainda, a consciência, a própria alma…

Se ao menos esses bens, comprados por preço tão elevado, nos pudessem satisfazer por uma hora! Mas não: tais bens, tão enormemente caros, não podem dar satisfação! Não satisfazem! Prova isso o facto de que ninguém que deseja unicamente os bens do mundo se declara satisfeito com o que obtém e suspira por mais. Não satisfazem! Prova-o a desilusão amarga daquele que, obtido o novo objecto dos seus desejos, não encontra senão um pouco de pó nas mãos; ou daquele que, imaginando adquirir com os seus bens admiração e respeito, percebe não ter suscitado senão inveja, rancor e desprezo. Não satisfazem. Prova isso de que nenhum desses bens jamais contribuiu para elevar a alma, torná-la melhor, encaminhá-la pela estrada da beleza ideal e da virtude. Antes, ao invés de satisfazê-la, deixam-na esgotada e deprimida, corrompendo as suas energias; ao invés de alimentá-la, não fazem senão torná-la mais fraca e enferma; ao invés de alimentar-lhe as fontes da vida, secam-nas, e conduzem-na passo a passo à morte.

Sabes tudo isto! Por que, pois, continuas a gastar dinheiro naquilo que não é pão, e o fruto do teu trabalho naquilo que não pode dar satisfação (Is. 55:2)? As pessoas que fazem isto só conseguem ver a superfície, somente compreendem que ele é o filho de José; não percebem, não crêem que ele vem do Pai, como alimento de nossa existência: ele é o sustento, o alimento da nossa vida.

Dois Tipos de Pão

É comum autores não cristãos ou mesmo aqueles que são hostis a Deus citarem a Bíblia por qualquer motivo. Alguns o fazem irreflectidamente, outros para demonstrar sua erudição ou conhecimento da Bíblia. Uns simplesmente desejam zombar da Palavra. A Bíblia é a santa e a inspirada Palavra de Deus; ela não deve ser citada à toa ou frivolamente.

Na entrada de determinado centro cultural está escrito o seguinte versículo em letras garrafais, que podem ser lidas à distância: “Nem só de pão viverá o homem.” Apesar da verdade que essa parte do versículo expressa, é lastimável que as palavras de Jesus em Mateus 4:4, citando Deuteronómio 8:3, não tenham sido reproduzidas na íntegra: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”.

O pão é necessário para a alimentação do corpo, mas a cultura, a ciência, a filosofia e as artes não alimentam a alma. Pelo contrário, tudo isso tende a nos fazer a alma definhar, afastando-a de Deus. Precisamos da Palavra de Deus, expressão de Seus próprios pensamentos, por isso, palavra de salvação e vida. O profeta Jeremias disse: “Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração” (15:16). Na luz da Palavra de Deus, reconhecemos que somos pecadores, mas também vemos que Deus nos deu um Salvador: o Senhor Jesus Cristo.

Não perca tempo com o mundo, não se iluda, procurando saciar a sua fome de vida com coisas que não alimentam o coração, não gaste tempo com o mundo, nós somos peregrinos nesta terra. Temos necessidades sim, que devem ser supridas, para isso não deixamos de trabalhar e proporcionar sustento e até mesmo conforto, para nós e nossa família. Mas façamos tudo para a glória de Deus, façamos tudo com excelência, pois estamos fazendo para o Senhor. “Ah! Todos que tendes sede, vinde às águas. Vós, os que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei; comprai sem dinheiro e sem pagar, vinho e leite. Por que gastais dinheiro com aquilo que não é pão, e o produto do vosso trabalho com aquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me com toda atenção e comei o que é bom. Escutai e vinde a mim, ouvi-me e havereis de viver” (Is. 55:1-3)! Coma do que Deus tem para a sua vida, edifique-se na palavra de Deus, e certamente se deleitará com os mais finos manjares de Deus.

Esta representação maravilhosa, cheia de Graça e Amor, retrata o Banquete da Salvação oferecido pelo nosso Deus, o Bom Pastor, que oferece o que é bom para as Suas ovelhas, contrastando com aquilo que a Babilónia oferece, que são os prazeres do mundo. Deus quer a todos na sua Mesa Real!

A salvação é Graça recebida por fé, sem dinheiro e sem preço. Tudo o que é necessário é que as pessoas tomem para si o que Deus lhes oferece.

Jesus afirma que ele dá o sustento verdadeiro à nossa vida. Jesus quer dar-nos sobretudo de Si mesmo e a sua Palavra: sabe que distanciando-nos dEle, nos encontraremos logo em dificuldade, como o filho pródigo da palavra, e sobretudo perderemos a nossa dignidade humana. E por isto, o Senhor nos assegura que Ele é bondoso e a sua misericórdia é sem limites, que os seus pensamentos e as suas vias não são como as nossas! - e que podemos sempre retornar a Ele, à casa do Pai. Nos assegura que se acolhermos a sua Palavra, a mesma trará frutos bons para a nossa vida, como a chuva que irriga a terra (Is. 55:10-11). Quem pode pôr medida à sua bondade? Ele não somente é pão e sustento de nossa vida de modo figurado. Para surpresa nossa, para escândalo do mundo – e até de tantos cristãos que estão separados da Igreja de Cristo – o Senhor revela: “O pão que eu darei é a minha carne para a vida”! Com ele, a vida tem sentido, tem rumo, tem razão de ser; com ele, descobriremos porque vivemos, descobrimos de onde vimos e para onde vamos, descobrimos que somos amados e somos fruto de um sonho de amor; com ele, finalmente, temos a paz! “Eu sou o pão da vida! Precisais mais de mim que vosso corpo do pão de cada dia. Quem come desse pão que sou eu, isto é, quem se alimenta de meu amor, de minhas palavras, de meu caminho, nunca viverá uma vida de mentira, de ilusão, de morte; antes, viverá de verdade”!

Bons Concelhos

Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me atentamente e comei o que é bom, e a vossa alma se deleite com a gordura” Is. 55:2).

Muita gente gasta fortunas com muitas coisas tentando conseguir paz, saúde, prosperidade e felicidade conjugal. Os filhos de Deus, que são praticantes da Palavra, têm a obrigação de conseguir o que precisam pela fé. Pelo modo como vivem, eles devem mostrar a diferença entre os que praticam a fé e os que não o fazem. A autoridade deles deve ser vista pelas suas acções.

A procura pela felicidade é enorme. Há quem despenda muito dinheiro com artigos religiosos, como, por exemplo, aqueles usados em práticas de magia negra. Esse tipo de fé leva os que a elas se entregam às profundezas do mundo espiritual da maldade. As pessoas que se dão a isso sempre estão caindo, pois “um abismo chama outro abismo” (Sl. 42:7a). O pior é que elas pagam muito para se livrarem das dificuldades, mas nada conseguem. De facto, o diabo é mau até para os que dedicam a vida a ele.

Há indivíduos que vão pouco à casa de Deus e usam como desculpa – além do alto preço da passagem do autocarro – o facto de amarem ofertar, mas não possuírem recursos para isso. Dessa forma, sentem vergonha e somente vão aos cultos quando a situação financeira melhora. No entanto, Deus não Se agrada de quem deixa qualquer obstáculo impedi-lo de estar em Sua casa.

O bom cristão, aquele que deseja aprender mais, precisa de investir o produto do seu trabalho nos assuntos normais da vida e, principalmente, no entendimento espiritual. Esse servo do Senhor compra bons livros que falam da fé, CDs com músicas inspiradas, e fazem cursos que os levam a dominar os segredos dos vencedores. Gastar o dinheiro, o produto da sua vida, em coisas que não têm o sustento de Deus é vaidade.

O segredo do sucesso é ouvir o Pai atentamente, com o desejo de aprender e, tendo aprendido, executar o que o próprio Deus lhe ensinou. Quem não cumpre o que recebeu da Palavra jamais consegue se libertar dos ataques do inferno. Afinal, o Altíssimo lhe dá o poder para destruir todas as obras de Satanás.

Todos os filhos de Deus precisam alimentar-se e saborear o que é bom. O que é bom para comer? Sem dúvida, é a “carne” de Jesus, a Palavra de Deus. Aquele que dEle se alimenta tem a vida do Senhor, a qual o torna forte e capacitado para toda boa obra.

O Pai deseja que a sua alma se encha da energia do Espírito Santo, esteja sempre alegre e bem-disposta. O Senhor não planejou nem aceita que um de Seus filhos fique nas mãos do inimigo. Ele perdoa aos que caem, levanta os que estão prostrados e torna forte aquele que se sente fraco e inabilitado (Is. 40:29). Deus quer usá-lo!

A humanidade tem visto a pobreza do mundo, tem visto a profunda miséria de seres humanos que não têm o que comer, não têm o que vestir, e não têm para onde ir. Os ricos se banqueteiam fartamente, se vestem como reis e rainhas e gastam o seu dinheiro naquilo que não é pão, isto é, gastam o seu dinheiro em coisas fúteis, supérfluas e inúteis, enquanto milhares de pessoas não tem um bocado de pão para comer. É por isso que Jesus disse que “é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus” (Mt. 19:23-24). Portanto, todo aquele que tem condições de ajudar a sanar a pobreza do mundo com os seus recursos e não o faz, Deus cobrará com justiça toda a caridade que se tem negligenciado, porque “Deus há-de trazer juízo a toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom quer seja mau” (Ec. 12:14).

Quem com muito dinheiro, renunciaria boa parte de sua fortuna para matar a fome de milhares de pessoas? O que são as riquezas desta vida comparado com o que Deus tem a oferecer? Deus nos oferece tudo o que de melhor existe e que não vemos agora, mas que nos é assegurado: vida eterna, juventude eterna, os melhores alimentos e em abundância, paz e felicidade completa e perfeita. Por acaso não são estas coisas que todos buscam? Muitos buscam nos lugares errados e acabam sendo enganados pelo inimigo. A Palavra de Deus aponta o caminho certo, mas nem todos estão dispostos a seguir este caminho, pois muitas vezes exige sacrifício e renúncia, humildade e amor ao próximo.

A esta Palavra que o Senhor dirigiu mediante o profeta Isaías, possa cada um nós responder com o refrão do Salmo: “Chegaremos com alegria às fontes de salvação”. Como pessoas adultas, temos o compromisso de atingir fontes boas, pelo nosso bem e daqueles que foram confiados à nossa responsabilidade. Aleluia!

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