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quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A Armadura de Deus

Na Força do Poder de Deus
Leitura: Efésios 6:10-20
A Palavra de Deus nos exorta a nos fortalecermos na força do poder de Deus. Mas, como pode um pequeno e finito mortal descrever o poder de nosso Criador, ou descrever tudo o que nosso infinito Criador é capaz de realizar? Naturalmente isto é impossível, pois Deus é tão poderoso e grande, que tudo o que Ele é está muito além da capacidade da nossa pequena mente, porquanto, nós somos fracos, pequenos e pecadores e pela força de nossos braços não conseguiremos fazer quase nada, muito embora tenhamos força de vontade para vencer os problemas, mas há coisas na vida que não podemos superar, sem Deus, é como se lutássemos numa guerra como perdedores já predestinados à derrota. Ele é a força, a luz, a verdade, Ele tem todo o poder e autoridade para derrotar o inimigo (diabo), portanto, é nEle que nós encontramos segurança e zelo. Fortalecermo-nos na força do poder de Deus é confiar totalmente no que Ele pode fazer, é entregarmo-nos completamente nas mãos dEle, é crer em cada palavra que Ele mesmo proferiu, revelada a nós através da Bíblia.
Deus, porém, revelou-se a Si mesmo através da Sua Palavra, a Bíblia, de maneira adequada e suficiente para nos dar uma ideia do seu inesgotável poder de realizar qualquer coisa que aos olhos humanos pareça impossível. Ele criou o mundo e o tem sustentado no espaço somente pelo seu poder por milhares de anos. Ele tem suprido as necessidades da nossa terra, a despeito das forças destruidoras de Satanás e do próprio homem.
Uma das garantias mais claras da Bíblia é que Deus dá força àqueles que confiam nEle. A promessa está espalhada por toda a Sua Palavra, em forma de frases e de exemplos.
O apóstolo Paulo sintetiza esta garantia no contexto de duas áreas específicas, em que as dificuldades são maiores: a vida familiar e a vida profissional. Assim, ele termina a sua grande lição sobre a mutualidade nos relacionamentos na casa e no trabalho, com um desafio, que é, ao mesmo tempo, uma promessa:
“Finalmente, fortalecei-vos no Senhor e no seu forte poder. Vistam toda a armadura de Deus, para poderem ficar firmes contra as ciladas do Diabo, pois a nossa luta não é contra os seres humanos, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais. Por isso, vistam toda a armadura de Deus, para que possam resistir no dia mau e permanecer inabaláveis, depois de terem feito tudo. Assim, mantenham-se firmes, cingindo-vos com o cinto da verdade, vestindo a couraça da justiça e tendo os pés calçados com a prontidão do evangelho da paz. Além disso, usem o escudo da fé, com o qual poderão apagar todas as setas inflamadas do Maligno. Usem o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus. Orem no Espírito em todas as ocasiões, com toda a oração e súplica; tendo isso em mente, estejam atentos e perseverem na oração por todos os santos. Orem também por mim, para que, quando eu falar, seja-me dada a mensagem a fim de que, destemidamente, torne conhecido o mistério do evangelho, pelo qual sou embaixador preso em correntes. Orem para que, permanecendo nele, eu fale com coragem, como me cumpre fazer” (Ef. 6:10-20).
1. Tenhamos sempre em mente que a vida é uma guerra de natureza espiritual.
Gosto de ouvir o apóstolo Paulo dizendo que a “nossa luta não é contra a carne e o sangue”, porque passamos a maior parte da vida neste tipo de luta. Ah se lêssemos mais a Bíblia!
A palavra (luta) utilizada significa um combate entre duas pessoas até que um derrube o outro e o atire para fora da zona de conflito. A nossa luta é contra inimigos muito poderosos, que só podem ser enfrentados com o poder de Deus. O diabo erige seus castelos no ar e na terra, mas seus castelos serão derrubados. Quando leio este texto, imagino uma luta de esgrima no ar, mas também imagino a luta surda que enfrentamos na cena comum, onde vemos o mal como tão arraigado que parece inexorcizável. Quem de nós acha que um dia teremos um Portugal sem corrupção, que se tornou um estilo de vida entre os príncipes e os plebeus.
Isto pode soar um pouco estranho, porque convivemos com pessoas que espiritualizam tudo e com pessoas que não espiritualizam nada, naturalizando tudo. No entanto, só podemos compreender a vida se a compreendemos como a Bíblia a compreende (Ray Stedman). E a Bíblia diz que a vida é uma guerra de natureza espiritual, mesmo que estejamos acossados por pessoas e situações, às quais o apóstolo Paulo chama de “carne e sangue” (v. 12).
Para muitos, religião tem a ver com a satisfação de seus desejos; e, de facto, tem, mas a religião pagã, não o cristianismo, que tem a ver com um relacionamento de paz com Deus, apesar dos esforços de Satanás para impedir esta paz.
Paulo que sofreu, como poucos, por amar a Deus e pregar a Sua Palavra, nos diz que a luta do cristão não é contra a “carne e o sangue”. É como se o apóstolo dissesse de si mesmo o seguinte: A “carne e o sangue” são reais e podem fazer muito mal. No entanto, onde quer que a carne de alguém me ataque ou o sangue de alguém ferva contra mim ou meu caminho seja impedido por um homem, há algo acontecendo, algo mais profundo, maior, pior, mais sinistro, mais destrutivo diante de mim. É claro que a carne e o sangue podem ofender ou atrapalhar a causa de Cristo. O que eu quero dizer é que o príncipe do poder do ar é mais perigoso que qualquer dos seus súbditos mas que será superado em cada momento do conflito ou que ele já perdeu a batalha.
Paulo está nos dizendo que, mesmo que estejamos no meio de conflitos, até mesmo de injustiças e de perguntas pessoais sem resposta, a nossa verdadeira luta não é contra a carne e o sangue. Se cremos na Palavra de Deus, o desafio soa claro: fixemos menos os nossos olhos na carne e no sangue, pois a nossa luta é mais em cima e já foi vencida por Cristo para nós.
2. Vistamos a armadura de Deus (Ef. 6:13-17)
Já que todos os dias enfrentamos batalhas, seja na vida familiar ou na vida profissional, seja no lar ou com os nossos amigos, precisamos de estar preparados e fortalecidos. A instrução bíblica é para que nos vistamos de toda a armadura de Deus e essa orientação é repetida por duas vezes (v. 10, 13). Pois, só estaremos fortalecidos, se vestirmos a armadura de Deus. Essa armadura não é nossa, mas de Deus, mas cabe a nós tomá-la e vesti-la. Por sua graça, Deus a disponibiliza para nós, portanto não negligenciemos a instrução divina, mas a obedeçamos para “permanecer inabaláveis” (v. 13).
Onde quer que estejamos, temos lutas e obstáculos a transpor. E esta secção que fala da armadura do cristão é um incentivo ao serviço cristão feito de todo o coração e também um lembrete de que há provisões completas para aqueles que se envolvem no serviço cristão (Ef. 6:10-18).
A igreja primitiva surgiu no meio do domínio do Império Romano. Por toda a parte viam-se legiões do imperador, principalmente nas províncias insurgentes. Assim, quando Paulo escreveu a respeito da armadura de Deus (Ef. 6:10-18), ele tinha em mente as vestimentas dos soldados romanos. O apóstolo Paulo conhecia bem a armadura dos soldados romanos, especialmente depois de ter passado cerca de três anos vigiado por alguns deles. Talvez tenha escrito este texto tendo um soldado uniformizado diante de si, enquanto ditava a sua correspondência. Seus companheiros e leitores, da mesma forma, estavam habituados com a presença militar e conheciam bem as suas roupas, equipamentos e armas. Nesse período, a armadura de um soldado consistia de escudo, espada, lance, capacete e couraça. Paulo omite a lança, mas acrescenta o cinto e os sapatos, que, embora não fizessem parte da farda militar, eram-lhe necessários.
Em algumas de suas epístolas, Paulo se refere aos cristãos como soldados de Cristo. Ele vê, inclusive a si próprio, como um guerreiro de Deus. Seu ministério é comparado a uma milícia. Sua vida é um árduo combate (1 Co. 9:26; Fp. 1:30; 1 Ts. 2:2; 2 Tm. 2:3-4; 4:7).
Esta visão é bem diferente daquela anunciada por alguns pregadores, que convidam os seus ouvintes para uma vida cristã isenta de sofrimentos e privações. Quem segue a Cristo deve estar disposto a lutar contra as forças espirituais do mal; e essa luta não é algo suave ou indolor.
Sabemos que o nosso inimigo não é o irmão que está ao lado; não é o nosso parente, vizinho ou colega de trabalho. O inimigo a ser combatido é Satanás, juntamente com os seus demónios (1 Pd. 5:8; Ef. 6:12).
Quais são então as nossas armas e equipamentos? O apóstolo escreveu: “Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça, e calçando os pés com a preparação do evangelho da paz; tomando, sobretudo, o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; com toda a oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e, para o mesmo fim, vigiando com toda a perseverança e súplica, por todos os santos” (Ef. 6:14-17).
Algumas pessoas imaginam que a “armadura de Deus” seja um conjunto de apetrechos místicos, ou “objectos espirituais” à nossa disposição. Alguns chegam até a fazer orações pedindo ao Senhor que lhes entregue tais equipamentos invisíveis. Outros fazem gestos de “apropriação”, como se estivessem vestindo sua armadura. Há quem chegue ao extremo de produzir espadas de plástico para distribuição nos cultos. Sabemos que nada disso faz o menor sentido.
Paulo estava simplesmente usando uma linguagem figurada. Ele estava mostrando que, da mesma forma que o soldado usa roupa especial, couraça, sapatos, escudo, espada e capacete, também nós devemos trazer sempre connosco a verdade, a justiça, o evangelho, a fé, a salvação e a palavra de Deus, acrescentando a isso a oração, a vigilância e a perseverança, pois precisamos de estar inteiramente preparados para as batalhas e, logo, a lição base para todo o cristão é vestir a armadura de Deus todos os dias ao se levantar.
De que adianta, se alguém ora de manhã, pedindo ao Senhor a “armadura”, e passa o dia falando mentiras e cometendo injustiças? Não haverá nenhuma armadura sobre essa pessoa. Ela estará vulnerável aos ataques do mal e, se não for destruída, terá escapado apenas pela misericórdia divina. Não podemos, contudo, supor que sairá ilesa. De que adianta alguém gesticular como se estivesse empunhando uma espada e, ao mesmo tempo, negligenciar o conhecimento da palavra de Deus? Será vítima do engano de Satanás.
Devemos compreender bem o propósito do apóstolo ao usar a ilustração da armadura. Ele estava falando a respeito de virtudes espirituais que devem fazer parte do nosso carácter e do quotidiano de nossa vida. A armadura é para resistir no dia mau, no dia da adversidade, do problema, da dificuldade. Sem a proteção da armadura de Deus, estamos indefesos contra o reino espiritual. A única maneira de estarmos revestidos de toda a Armadura de Deus é vivermos esta armadura diariamente, não basta simplesmente verbalizá-la ou citá-la como um mantra. Só assim, estaremos prontos para combater o inimigo. Nossa fraqueza humana estará revestida pelo poder de Deus. Entraremos na batalha e sairemos mais do que vencedores em nome do Senhor Jesus (Rm. 8:37).
3. O que é a armadura de Deus?
A armadura de Deus é muito mais do que uma capa protetora, pois ela traz a vitória. É a vida de Jesus Cristo.
Uma passagem que contém uma parcela de alimento espiritual é a passagem sobre a armadura de Deus, a qual é essencial para a nossa caminhada espiritual, porque protege-nos de tantas coisas que criam dúvida ou nos afastam de Deus. Esta passagem, contida no meio do sexto capítulo do livro de Efésios, instrui um cristão sobre como se armar a si mesmo com as armas defensivas e ofensivas para lutar e vencer a batalha espiritual contra as forças de Satanás. E esta “armadura de Deus” é absolutamente necessária para resistir e neutralizar todos os ataques de Satanás, o qual veio para roubar, matar e destruir tudo o que é piedoso e bom, e ficar triunfante com Cristo, quando o reino espiritual de Deus transcende a linha entre o espiritual e o físico, e vem para a Terra em forma física.
A frase, “toda a armadura de Deus” vem da passagem do Novo Testamento: “Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis. Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça. Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz; usando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno. Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus” (Ef. 6:13-17).
Quando colocamos a armadura, “...revestimo-nos do Senhor Jesus Cristo” (Rm. 13:12-14). Ele se torna o nosso lugar de refúgio e abrigo na tempestade - assim como Ele foi com Davi. Escondidos Nele, nós podemos contar com a sua vitória, pois Ele não apenas nos protege como um escudo, mas também nos preenche com a Sua vida.
Para que possamos cumprir o nosso dever, precisamos estar firmes e inabaláveis. Esta vida em Cristo começa com saber e confiar em cada parte da armadura. A primeira parte é a verdade - a revelação de Deus de tudo o que Ele é para nós, tudo o que Ele fez por nós, e tudo o que Ele promete fazer por nós nos próximos dias. Esta verdade, maravilhoso e eterna está escrita na Bíblia, revelado pelo Espírito Santo, e realizada por meio de Jesus Cristo.
Logo, viver na segurança da armadura significa união com Jesus e, assim, podemos esperar para compartilhar as suas lutas, bem como a sua paz. Esta maravilhosa verdade tornou-se realidade para todos os que creem e seguem a Jesus. Quando coloca a armadura, a Sua vida o envolve e o mantém seguro nEle. Ele é o seu amigo precioso.
Efésios 6:12 indica claramente que o conflito com Satanás é espiritual e, portanto, nenhuma arma física pode ser usada efetivamente contra ele e seus demónios. A mensagem aqui é para o santo, para aqueles que estão perdidos e não sabem que são prisioneiros de um reino espiritual. Quando estávamos perdidos, não tínhamos ideia de que fazíamos parte do domínio de Satanás, presos e perecendo sob o seu poder. Quando chegamos a Cristo, tornamo-nos parte do exército do Senhor.
Nossos olhos espirituais precisam de compreender a guerra. Precisamos de compreender que estamos envolvidos numa luta espiritual contra Satanás, e seu objetivo (Satanás) é levar-nos (nós (os salvos) a rastejar pelo chão, ganhando controle sobre as nossas vidas, tirando a autoridade que temos em Cristo.
Sem compreendermos a fonte de nossa luta, os guerreiros do Senhor podem desperdiçar uma grande quantidade de energia física e espiritual na luta. Paulo define a nossa luta como sendo contra entidades não-físicas, ele chama-os de principados, potestades, governantes e anfitriões.
A guerra também é contra as áreas de poder e autoridade. As forças demoníacas exercem autoridade ou poder sobre as áreas de escolha. Isto inclui questões que assolam o mundo e a igreja, como o adultério, pornografia, aborto, homossexualidade, preconceito racial, violência e muito mais. Nessas áreas, as forças demoníacas existem, e exercem autoridade sobre estes reinos.
Quando um santo avança contra estes poderes sem autoridade, fica sujeito a esses poderes. Por isso, precisamos de entender, que existem áreas literais de poder onde não podemos pisar, sem a nossa armadura e autoridade. Lembre-se que o objetivo de Satanás é fazer com que o seu inimigo, o santo, sela subjugado pelo chão, colocando a mão em volta do pescoço. Um santo sem a sua armadura se torna caçado como a presa caçada pelo leão. Quando eles são levados, já foram derrotados espiritualmente, perdendo a sua autoridade.
Este é um ponto importante a lembrar, quando somos tentados a ir para áreas sob o poder do inimigo. Andar num bar, strip club, filmes violentos, conversas profanas ou ouvir música que é contrário a Cristo, coloca-nos em áreas do poder inimigo. Estas áreas estão sob a influência demoníaca. A Escritura diz claramente, aqueles que estão perecendo, estão cegos por Satanás, eles não sabem que estão perdidos.
Satanás tem um reino ordenado, com uma hierarquia de demónios (anjos caídos), que exercem autoridade e controle nestes reinos das trevas. Ele é chamado de príncipe das potestades do ar, ou seja, a atmosfera deste mundo físico. Satanás não é prejudicado por limitações físicas da terra, literalmente, ele tem a capacidade de operar a partir do plano celestial, a partir do ar.
Num instante de tempo, ele mostrou todos os reinos da terra a Cristo, oferecendo-lhe todos os reinos se Jesus se prostrasse e o adorasse. Não devemos pensar que Satanás tem limitações físicas, pois ele opera nas mentes dos perdidos, colocando-os em cativeiro nas trevas. Portanto, seu poder é nos lugares altos, não limitados por obstáculos físicos.
Satanás é um inimigo muito real na guerra contra todos os santos (crente), seu objetivo é, colocando a sua mão sobre o nosso pescoço, remover a nossa autoridade, para nos derrotar. Seu controle é redundante em muitos aspectos, ele tem uma estratégia de ataque em várias frentes.
Por exemplo, Satanás não só engana com falsas religiões e com o cristianismo falsificado, como também ataca ao negar a existência de Deus. Se nada disso funcionar, há sempre o materialismo, o engano das riquezas e a sensualidade deste mundo para seduzir os perdidos. Ele tem muitas estratégias e planos para capturar as almas perdidas. Somente a Escritura, através do Espírito Santo que habita em nós, nos pode permitir ver as suas táticas.
No entanto, Paulo fala da armadura de Deus para o crente, fala como devemos estar preparados para suportar o que conquistou o mundo. Nós, como crentes estamos separados do mundo, a Bíblia chama-nos de santos. Esta palavra vem do grego “gioß Hagios”, que significa separados ou chamados para fora. Uma vez que somos chamados para fora do mundo, já não estamos sob a autoridade de Satanás, mas sim sob a autoridade do Senhor. Para travar uma guerra bem-sucedida contra Satanás, precisamos de vestir a armadura de Deus, este é o ponto que Paulo está demonstrando.
Não temos uma lista das táticas específicas que ele vai usar. No entanto, a passagem é bem clara ao dizer que quando seguimos todas as instruções fielmente, vamos poder resistir ao poder do mal e ter vitória, qualquer que seja a sua ofensa.
O apóstolo usa, na verdade, a armadura como uma metáfora, porque a cada peça acrescenta um elemento de natureza espiritual, capaz de levar à vitória espiritual. Para a colocar, desfrute de uma diária e eterna relação de amor com Jesus Cristo, agradecendo a Ele por tudo o que Ele tem demonstrado em Sua Palavra.
a)    A primeira parte de nossa armadura é o cinto da verdade (v. 14).
Quando o apóstolo Paulo descreve a armadura de Deus, ele está falando mais do que de um simples conjunto de dicas úteis. Ele está falando sobre as defesas inexpugnáveis ​​do Deus Todo-Poderoso. Estas são as chaves para suportar os ataques e investidas do grande dragão de idade, Satanás, o diabo. Elas são ferramentas finais e infinitamente poderosas disponíveis para nós como cristãos.
E ele escolhe para começar a descrever esse conjunto de armadura por falando de um cinto da verdade.
Como podemos então vestir-nos com a verdade? Falando e vivendo a verdade (Ef. 4:22-25). Desse modo, ela funciona como a roupa do soldado: nos protegendo. Quem poderá nos acusar legitimamente? Sendo verdadeiros, sempre estaremos com a razão.
O cinto da verdade é a sustentação da armadura. Jesus é a verdade. O compromisso com Ele e com a sua Palavra é o que sustenta a armadura. Esse compromisso com a Verdade não é apenas uma espécie de assentimento, de concordância intelectual. Cingirmo-nos com a verdade é viver a vida tendo a verdade como norteadora de nossas atitudes. A Verdade precisa de invadir os nossos negócios, estudos, família, amizades, casamento e onde mais estivermos. Esse é o ponto de partida das batalhas.
O cinto de um guerreiro, além de fixar a parte frontal da armadura (a couraça) assegurando que esta não se soltasse nem afrouxasse, protegia os órgãos reprodutores e o digestivo do soldado. O termo usado para o que se entende hoje por “apertar o cinto” foi originalmente traduzido para o português arcaico por “cingir os lombos” (perizwnnumi – grego - perizonnumi). Assim, fica claro que o termo refere-se a essa importante parte da armadura, que pode comprometer diretamente o desempenho da couraça.
O cinto, como figura tão essencial nas vestes de pessoas de diferentes posições e camadas sociais, é referido na Bíblia como símbolo de fidelidade (Is. 11:5), força e autoridade (1 Sm. 2:4; 2 Sm. 22:40; Sl. 18:32, 39; 65:6; Is. 45:5; 22:21), honra e dignidade aos filhos de Arão – sacerdotes – (Êx. 28:40), verdade (Ef. 6:14) e alegria (Sl. 30:11).
Os soldados também usavam a espada presa ao cinto (1 Sm. 17:39; 25:13; 2 Sm. 3:31; 21:16; Ne. 4:18). O cinto de um guerreiro tinha grande valor (2 Sm. 18:11), e fazia parte dos trajes militares de um comandante do exército de Israel (2 Sm. 20:8) e de oficiais babilónios (Ez. 23:15).
Um cinto fazia parte, também, das vestes do príncipe, e foi parte do que Jônatas deu a Davi, em sinal de aliança e reconhecimento da unção de Deus sobre ele (1 Sm. 18:4 – como o que Jesus nos fez, dando-nos de Sua verdade, Sua natureza, justiça e santidade (Jó 12:18; Ez. 16:10; Sl. 18:32). É interessante notar a referência à mulher virtuosa, em Provérbios 31:24, que ‘fornece o cinto aos comerciantes’.
Fisicamente falando, o cinto dá a volta ao corpo e recobre o abdómen, ficando sobre as entranhas (lombos, rins). Antigamente, as entranhas (interior abdominal) eram associadas ao lado emocional do ser emocional, sua força, poder, vigor, maturidade, habilidade e flexibilidade (está relacionada à cintura). É importante percebermos que a gordura das entranhas era oferecida juntamente com os rins e a sua gordura, com o redenho (‘revestimento’) do fígado e do sangue nos sacrifícios pelo pecado (Lv. 4:8-10). Segundo a cultura da época, todos esses elementos eram os principais representantes da essência da alma humana (e o pecado reside na alma). Um cinto, representando a vida e a vontade do apóstolo Paulo, é mencionado em Atos 21:11.
É a verdade (o cinto) que impede que a sua roupa caia. Toda a sua vida está erigida sobre a verdade. É o primeiro adereço a ser colocado. Portanto, um cinto nos dá proteção e tranquilidade. O cinto sustenta a espada de um soldado, que vai confiante para a batalha, pois está preparado para a guerra. Há uma cultura social de que pequenas mentiras, supostamente inofensivas, não trazem prejuízos, mas isto não é verdade. A bíblia nos ensina que a mentira não vem de Deus: “Vós tendes por pai o diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira” (8:44). Às vezes as suas mentiras soam como verdades. Mas somente os cristãos têm as verdades de Deus que podem vencer Satanás. A verdade é Jesus Cristo.
Portanto, aquele que mente, por menor que seja a mentira, torna-se vulnerável, pois abre mão de uma parte importante de sua armadura. O profeta Jeremias utilizou um cinto podre para representar o povo desobediente à verdade de Deus (Jr. 13:1-11). Os cintos de couro faziam parte dos trajes típicos de profetas (2 Rs. 1:8; Mt. 3:4; Mc. 1:6). Então, não importa quais sejam os seus motivos, seja sempre verdadeiro. Você não é obrigado a responder a tudo o que lhe perguntam e nem a passar todas as informações que lhe solicitam, tenha sabedoria e não abra mão de seu cinto da verdade.
A verdade não é apenas uma arma ofensiva – quando a usamos como Espada do Espírito – mas é também uma arma de proteção. O pai da mentira ficará enfraquecido diante da verdade pura da Palavra de Deus. Se não estamos firmes, perdemos esse cinto quando mentimos. Ao chamar-nos para representá-lO como Seus embaixadores, o Senhor não apenas quer que tenhamos condições de falar sobre Ele, mas deseja que sejamos como Ele é. Uma de Suas características básicas é que Ele é fiel à Sua Palavra. Para que sejamos iguais a Ele temos, portanto, que aprender a sermos fiéis no que dizemos. Nossa palavra tem de ser algo que nos comprometa mais do que um contrato. Nós não apenas temos que conhecer e cumprir a Palavra do Senhor, mas cumprir a nossa própria palavra.
A deceção é uma das primeiras coisas que Deus considera ser uma abominação. Uma “língua mentirosa” é uma das coisas que “o Senhor aborrece” (Pv. 6:16-17). Ele diz claramente que nenhum mentiroso vai entrar no céu (Ap. 22:14-15). Somos então exortados a usar a verdade para a nossa própria santificação e libertação e para o bem daqueles a quem somos testemunhas.  
Devemos de nos cingir com a primeira peça da armadura, o cinto da verdade. No mundo natural, uma peça da armadura é atada ao cinto, o qual sustenta as outras peças da armadura no lugar. A verdade da Palavra de Deus é o cinto espiritual à qual todas as outras peças da armadura estão atadas. O primeiro ataque de Satanás sobre o homem foi uma relação com a verdade: “E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, mas, do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais. Então, a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis” (Gn. 3:2-4).
A sobrevivência de um cristão no mundo requer uma base sólida na verdade absoluta da Bíblia. O poder da verdade é que nos liberta do poder das mentiras e da decepção geradas pelo diabo (João 8:31-32). Tal como aconteceu com Eva no Éden, o diabo minimiza as consequências do pecado e promove os seus prazeres. Firmemente enraizados na verdade, estamos mais bem equipados para reconhecer as mentiras, resistir ao diabo e fazer a vontade de Deus.
A Bíblia é a Santa Palavra de Deus. Tudo o que está escrito no livro é verdade. Não existem mentiras na Bíblia. Já ouviu ou leu a história que está na Bíblia sobre um jovem chamado Daniel? Ele foi jogado na cova dos leões, porque ele não cedeu à adoração a outro deus que não fosse o seu, e o seu Deus o protegeu de ser comido pelos leões e saiu desse lugar assustador vivo! Essa é uma história verdadeira. Há um monte de coisas que vemos na TV e nos jogos de vídeo que são falsos, não são reais. Mas podemos acreditar que tudo o que lemos na Bíblia é a verdade de Deus. Precisamos usar este presente muito especial de Deus, como uma ferramenta para combater as mentiras de Satanás.
Yahshua definiu a verdade em João 17:17 quando ele orou ao Senhor: “Santifica-os na verdade. A tua palavra é a verdade”. O que o Senhor diz é verdade. Seus preceitos, Seus mandamentos, Suas promessas são toda a verdade final e completa, pois o Senhor não pode e não vai mentir. Se quisermos ser eficazes em nossa luta contra o mal temos que nos cingir com a verdade em torno de nós, assim como faríamos com um cinto. Nós não podemos apenas saber a verdade, mas temos de estar constantemente nos esforçando por entender o Senhor e as Suas palavras através das Escrituras.
O perigo de não saber a diferença entre a verdade e o erro é que o torna uma pessoa sem estabilidade ou personalidade, e torna-o aberto aos ataques de Satanás. Tiago em 1:5-8 diz: “Se algum de vós tem falta de sabedoria, peça ao Senhor que a todos dá livremente, sem censura e lhe será concedida. But when you ask, you must believe and not doubt, because the one who doubts is like a wave of the sea, blown and tossed by the wind. Peça-a, porém, com fé, sem duvidar, pois aquele que duvida é semelhante à onda do mar, levada e agitada pelo vento. Essa pessoa não deve esperar receber nada da parte do Senhor. …, pois tem a mente divididaSuch a person is double-minded and unstable in all they do.” e é vacilante e instável em tudo o que faz”.                                                   
Learn what is true and don't let it go. Saiba o que é verdade e não a deixe fugir. Vincula-a em torno de si e será protegido contra os constantes ataques de Satanás. Sem este elemento crítico em nossa armadura, o cinto da verdade, haverá fraquezas. Cinge os seus lombos e use o seu cinto.
No nível espiritual, cingir-nos com a verdade é termos a mente cingida com a Palavra de Deus, uma mente forte, vigorosa, madura espiritualmente, é estarmos firmes, é estarmos a viver sempre na verdade, destruindo as mentiras de Satanás, é conseguirmos e sermos protegidos de todo o mal contra as nossas vidas, é estarmos livres para caminhar na vida cristã, é sabermos usar as Escrituras de forma a darmos glória a Deus. A verdade tem que ser nossa essência! Porém quando mentimos para conseguirmos algo, como nos livrarmos de um castigo, estamos desprotegidos e caímos na armadilha de Satanás, e na hora que descobrirmos a verdade sofreremos um castigo pior. Ana entendeu isso, ficou admirada como Deus pensou em tudo, até em preparar uma Armadura para proteger os seus filhos de todo o mal. A verdade, em torno da nossa cintura é fundamental e nos protege contra as mentiras e falsidades que o diabo usa para destruir a nossa fé em Deus e as Suas promessas, mas sem o tempero da graça, é algo devastador, a armadura se desarticula, portanto só a verdade, dita dentro do contexto da graça divina, é capaz de libertar as pessoas (cf. Jo. 8:32).
Estai, pois, firmes, tendo cingido os vossos lombos com a verdade (Ef. 6:14). Cingir quer dizer rodear, cercar, envolver em torno. Isso quer dizer que devemos estar rodeados pela verdade, envolvidos na verdade, cercados pela verdade. A verdade não é apenas um conceito. A verdade é uma Pessoa: Jesus Cristo. Jesus disse: “Eu sou a verdade e vida, ninguém vem ao pai a não ser por mim. E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo. 8:32). A mentira não pode fazer parte da nossa vida.
Deus é a verdade e se Ele habita em nós temos que viver em verdade! Busque-O nesse instante, cinge-se com a Sua palavra! Se prepare para as batalhas do dia, adorne-se com o Cinto da Verdade, ele o protegerá e o lembrará das palavras de vida do Senhor! Que o Espírito de verdade vos guiem em toda a verdade (Jo. 16:13)!
1)    - O que é a verdade?
A verdade são os ensinamentos da Palavra de Deus, que são personificados em Jesus e revelados pelo Espírito Santo, aplicados à nossa vida. Com isso em mente, entendemos que ‘mentirinhas’ afrouxam o cinto da verdade em nós, pois, como podemos ir a uma luta contra o pai da mentira se mentimos? A Bíblia nos adverte que quem mente é filho do Diabo (cf. Jo. 8:42-47). Por isso temos sempre que dizer a verdade. Não podemos mentir. A mentira não pode existir na boca de um cristão, senão o cinto de sua armadura não poderá protegê-lo em nada. Jesus disse:
1)    “Eu sou a verdade” (Jo. 14:6).
2)    O Espírito Santo é o “Espírito da verdade” (Jo. 14:17).
3)    Deus é verdade (Rm. 3:4).
4)    A Palavra de Deus é a verdade (Sl. 119:151).
5)    O Evangelho é a verdade (Cl. 1:5).
Se as nossas palavras são espírito e vida, então temos de nos envolver na verdade. Devemos amar a verdade, buscá-la e abraçá-la como o maior tesouro. Devemos honrá-la, sendo dedicados em falar somente a verdade. A verdade é o artigo mais básico e mais precioso que nos foi confiado. Em todas as coisas ela deve ser uma devoção essencial em nossa vida. É por isso que vemos em 2 Tessalonicenses 2:10 que não são aqueles que apenas tem a verdade, mas aqueles que tem um “amor pela verdade” que não serão enganados nos últimos dias. É assim que cingimos nossos lombos com a verdade – amamos a verdade o bastante para estarmos cobertos com ela continuamente.
É claro que a verdade sobre a qual estamos falando é a Palavra de Deus. Assim como um cavaleiro se levanta a cada dia e põe a sua armadura, se preparando para as batalhas do dia, nós também precisamos, como a primeira coisa no dia, de nos envolvermos com a Palavra de Deus. Há muitas outras exortações na Escritura nos exortando a nos dedicarmos à Palavra de Deus em primeiro lugar a cada dia. A primeira coisa que os sacerdotes tinham de fazer a cada dia era se lavarem, o que representa a limpeza pela Palavra. Os filhos de Israel tinham de colher o maná do céu a cada manhã, que representa a Palavra viva de Deus. Aqui, vemos que começamos a colocar nossa armadura nos cingindo com a Sua verdade. Se gastássemos em primeiro lugar um tempo, todos os dias, com a Palavra, isso mudaria a nossa vida.
Junto com a maior liberação das trevas neste mundo, tem havido uma erosão bem maior na honra e na integridade. Isso não é verdade apenas em relação ao mundo, mas também com respeito à Igreja. Uma razão importante de muitas derrotas em nosso meio no Corpo de Cristo é a tendência a quebrarmos nossos compromissos, tanto com o Senhor como uns para com os outros.
Percebemos, então, que há uma necessidade da verdade circundar completamente o nosso ser pela frente e pelas costas. Jesus é a verdade. Sua Palavra é a verdade, e por essa verdade somos santificados (Jo. 17:17). O contato com a verdade de Deus tem um forte impacto sobre as nossas emoções. Contra a verdade de Deus as emoções, muitas vezes extremamente irracionais e errôneas, não prevalecem. A referência de um cinto e de calçados manchados de sangue eram atos de guerra e culpa (1 Rs. 2:5). A racionalidade de Deus contrabalança a irracionalidade da alma humana.
Tudo isso nos leva a refletirmos sobre a nossa consciência da realidade. O que é mais real: o que Deus diz ou o que eu vejo? O que é a verdade? (cf. Jo.18:38). Precisamos de aprender a viver pela verdade da Palavra da Deus (cf. Mt. 4:4), que gera e cria todas as coisas, visíveis e invisíveis, e não por nossas emoções. O cinto da verdade é uma arma poderosa para nos auxiliar exatamente quando estamos emocionalmente abalados. Pois a verdade do Senhor é imutável. A promessa para nós é de que o Espírito Santo nos guiará a toda a verdade (Jo.16:13).
A verdade o protegerá das mentiras e dos erros doutrinários do inimigo. A verdade é o que cinge a armadura de Deus. Por isso, tem que ter os seus lombos (seus órgãos vitais espirituais) cobertos com a verdade: “Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça” (Ef. 6:14).
b) No versículo 14 somos encorajados a nos vestirmos com a couraça da justiça.
Este equipamento na legião é chamado de Segmentata Lorica, foi construído de tiras de metal mantidas juntas por couro. Este era o padrão para as legiões durante o reinado de Augusto. Este equipamento pesava de 20 a 30 quilos, e o seu projeto era para proteger os órgãos vitais do legionário. O metal foi projetado para desviar um ataque de dardo ou da espada, que o escudo ou espada não conseguiu parar. O objetivo é proteger os órgãos vitais, dos ataques inimigos.
Este paralelo com a vida justa, quando vivemos uma vida justa, os nossos órgãos vitais estão protegidos contra o ataque inimigo. Por exemplo, o cristão que conhece a palavra de Deus (Espada do espírito) e tem grande fé (escudo da fé), mas vive uma vida injusta, está aberto a um ataque inimigo, não importando o quão bem eles sejam capazes de usar as outras peças do equipamento. Essa pessoa colocou para baixo a couraça da justiça, os seus órgãos vitais estão expostos ao ataque do inimigo.
Há uma estreita relação entre a couraça – parte da armadura de um guerreiro - e o peitoral das vestes sagradas do Sumo-sacerdote, onde ficava o colete com o Urim e o Tumim e as doze pedras representantes das doze tribos de Israel (símbolos de autoridade e poder) – Êx. 25:7; 28:4. Esse peitoral era feito de linho fino trançado de fios de ouro com fios de tecido azul, roxo e vermelho (Êx. 28:15) e correntes de ouro puro trançadas com cordas (Êx. 28:22), tendo presas nas extremidades argolas de ouro (Êx.28:23) unindo o peitoral ao cinturão. Assim, a justiça deve estar divinamente ligada à verdade, senão perderemos a autoridade espiritual e o discernimento do bem e do mal para as decisões diárias (Êx. 28:15-30; 29:5; 35:9,27; 39:8, 9, 15-21). As argolas prendiam o colete ao peitoral e estes eram presos ao cinturão com um cordão azul (Lv. 8:8).
É importante repararmos que a couraça cobre o tórax, onde encontramos coração, fígado e pulmões, órgãos nobres, vitais, que não podem ser lesados. E muitas vezes são símbolos de valentia. Interessante é lembrarmos que o tórax do cordeiro imolado pertencia ao sacerdote (Êx.29:26, 27; Lv. 7:30, 31, 34; 8:29; 10:14, 15; Nm. 18:18) e na consagração do nazireu o peito do animal sacrificado era santo e pertencia ao sacerdote (Nm. 6:20). O coração é o símbolo da vida humana.
Em diversas partes da Bíblia encontramos referências a crianças que vivem no ‘seio’ de sua mãe – citadas como fonte de vida (Jó 24:9; Is. 60:16; Lm. 4:3). Assim, a justiça de Deus sobre nós traz vida, além de impedir que o Diabo tenha poder de lesar-nos mortalmente. É como se os seus ataques, por piores que sejam, não possam ferir a vida que há em nós. Da mesma forma, a couraça cobre também os braços em parte, regiões que se movimentam. Cremos haver nisso uma menção ao facto de que, uma vez justificados, devemos continuar andando em justiça, i.e., os braços (e, consequentemente, as mãos) devem estar limpos.
No nível espiritual a couraça é símbolo de justiça (integridade, retidão moral, honradez diante da Palavra de Deus, posição correta em Deus - Is. 59:17; Ef. 6:14). Ela é também da fé (através da qual se é salvo) e do amor (que é fruto da justificação) – 1 Ts. 5:8.
Nossa justiça própria, sem uma justiça Cristã prática na vida diária, apenas dá a Satanás oportunidade para nos atacar. Por isso, precisamos de valer-nos da justiça do Senhor Jesus (Hb. 4:14-16) e não sermos injustos para com os outros, pois Deus nos trata de acordo com o que escolhemos viver: se exigirmos a justiça dos outros, é isso que receberemos do Senhor, mas se concedermos misericórdia, é isso que o Senhor nos concederá (cf. Mt. 5:7; 6:15; 18:23-35; Mc. 11:26; Lc. 6:36; Tg. 2:13; 1 Pd. 3:8).
Sabemos que, uma vez salvos, uma das consequências mais imediatas é a nossa justificação. Somos justificados pelo sangue de Jesus, “reconciliados com Deus pela morte de seu Filho” (Rm. 5:9-10; cf. 2 Co. 5:18-20; Ef. 2:16; Hb. 2:17), e isso protege a retaguarda da nossa alma e da nossa consciência – órgãos espirituais vitais. Não podemos entrar numa batalha contra o acusador sem a certeza de ‘não haver acusação’ sobre nós (Rm. 8:1). Seria derrota certa, morte certa. Por outro lado é claro que, se de livre e espontânea vontade permanecermos em pecado, nunca estaremos revestidos dessa couraça. Mesmo que estejamos, da boca para fora, completamente cobertos com ela! O inimigo não tem reivindicações sobre aqueles que estão em Cristo Jesus.
A justiça é a nossa couraça (Ef. 6:14) e como tal protege o coração de ser condenado pela consciência (1 Jo. 3:19-22). A justiça dá-nos confiança diante de Deus. – ‘Não ter condenação’ significa ter uma consciência clara (1 Tm. 1:3), uma consciência sem ofensa (At. 24:16). A justiça de Jesus nos livra da culpa da injustiça. O fruto da culpa é a depressão A justiça de Deus em nós nos enche de valor, porque já chegamos diante do Pai e fomos justificados pelo sangue do Cordeiro. Só podemos pertencer ao exército de Deus com as vestes de justiça. A visão de João mostra o exército de Jesus em trajes de linho branco, o que fala da justiça dos santos (Ap. 19:7-8, 11, 14).
A promessa para quem se achega a Deus com o coração quebrantado é que somos feitos justiça de Deus e recebemos a plenitude (2 Co. 5:21; Cl. 2:10), e a fé nos é creditada como justiça (R. 4:3, 5-6, 9, 22; Gn. 15:6).
A couraça da justiça é a forma de proteger seu relacionamento com Deus. Para vesti-la, tem de, primeiramente, retirar a sua couraça de pano podre feita na base da tentativa de troca de favores com Deus. A couraça de pano podre não protege, mas a couraça da justiça de Deus sim! Quando pela fé eu compreendo o quão distante estou de Deus, reconheço minha incapacidade de controlar a vida e decido confiar em Jesus para me conduzir de volta para perto do Pai. Ele me declara justo. Precisamos de tirar de cima dos ombros a nossa justiça própria para que a Graça do Senhor nos guarde. Ai, justificados por Deus, poderemos enfrentar a batalha.
Satanás ataca frequentemente o nosso coração - o centro das nossas emoções - dignidade e confiança.
No mundo natural, a couraça da justiça cobre as partes vitais do nosso corpo e protege um guerreiro de um golpe fatal contra o coração ou outros órgãos importantes. A couraça espiritual da justiça divina, que é a armadura do corpo que protege o nosso coração e assegura a aprovação de Deus, não se refere à sua justiça, mas sim à cobertura da justiça de Cristo: “E seja achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus, pela fé” (Fl. 3:9). O Senhor nos aprova porque nos ama... Por isso enviou o Seu Filho para morrer por nós.
A Palavra de Deus nos chama para proteger o coração mais do que qualquer outra coisa e quando ela fala no coração a referência real é a parte interior de nossas mentes. De facto, o que está no interior de nossas mentes, em nosso coração determina “as questões da vida”. Não admira, portanto, que é exatamente nessa parte onde Satanás procura lançar os seus dardos. Se seus dardos conseguem penetrar o coração ou seja, o interior de nosso ser, então ele alcançou o seu intento. Uma das armas que Satanás frequentemente usa para disparar seus dardos no coração dos cristãos sinceros e dedicados não é outro senão a condenação. A condenação é uma de suas melhores armas, uma vez que faz o coração, nosso interior, doente. É uma poderosa arma de Satanás para corromper a nossa comunhão com Deus. João descreve os efeitos desta doença que afeta muitos cristãos.
A couraça tem por finalidade proteger uma região de tamanha vulnerabilidade, O coração. Quando Josué se encontrava completamente submetido ao feroz ataque e à acusação implacável de satanás, o próprio Senhor vai em seu socorro. Josué estava diante do Senhor em traje sujo ou vestes sujas representando sua própria justiça. Isaías 64:6 define as nossas justiças.
Não permaneça de pé por seus próprios méritos, mas sim pela sustentação de Cristo. Ninguém pode enfrentar o inimigo sem a proteção da justiça de Cristo: “Na palavra da verdade, no poder de Deus, pelas armas da justiça, à direita e à esquerda” (2 Co. 6:7).
A justiça de Cristo protege os seus “órgãos vitais” espirituais dos ataques de Satanás e da impiedade. E protegidos com a couraça da justiça de Cristo, – Refere-se ao facto de que fomos colocados na posição correta perante Deus através do sangue de Jesus; refere-se ao facto de que nos justificou moralmente e nos restaurou perante os olhos de Deus; refere-se ao facto de que a couraça é a nossa justiça através de Jesus Cristo e é por isso que protege a nossa parte mais vulnerável, o nosso coração que foi feito inocente do pecado e sagrado através da cruz - deve ser colocada sobre o cinto a verdade.
Temos que vestir essa couraça diariamente, confessando todos os pecados. Temos que ter uma vida reta diante de Deus, pois Ele é a nossa justiça. E essa justiça não é de obras de justiça feitas pelos homens – apesar de que elas seriam barreiras de proteção quando usadas contra acusações e censuras do inimigo. Ao invés disso, essa é a justiça de Cristo, imputada por Deus e recebida pela fé, a qual guarda os nossos corações contra as acusações de Satanás e protege o nosso ser interior contra os seus ataques.
c)   O versículo 15 falada preparação dos pés com a prontidão do evangelho da paz para o conflito espiritual.
O evangelho de Cristo nos traz muitas orientações quanto aos caminhos que devemos andar, sendo o principal deles o que diz: “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela” (Mt. 7:13).
Os sapatos são o Evangelho. O Evangelho são as boas novas de Cristo – crucificado por nossos pecados, ressurreto e vencedor. Paulo encontrou proteção e força no conhecimento de que o evangelho de Deus significava para ele e para os outros com quem ele compartilhou a boa notícia. Seus pés estavam seguros e inabaláveis, e ele estava preparado para levar o evangelho onde quer que Deus o enviasse.
A preparação aqui fala da necessidade de vigiarmos o tempo todo, de enfrentarmos o inimigo com estabilidade, agilidade e a prontidão produzidas pelas boas novas. Satanás tentará nos trazer à complacência, ao contentamento com a situação e ao amor ao conforto. Ezequiel 16 fala dos pecados de Sodoma, que refletem o amor à vida fácil (Ez. 16:49). Com os pés calçados na preparação do Evangelho da paz não seremos enlaçados pelos pecados de Sodoma.
As botas são da preparação do Evangelho da paz. Temos paz com o Senhor e ‘somos conservados em perfeita paz’ (Is. 26:3) porque a nossa mente está firme, pois confiamos em Deus. A ‘paz do Senhor excede todo o nosso entendimento’ (Fp.4:7) e ela guarda o nosso coração e os nossos pensamentos em Cristo. Precisamos de preservar “a unidade do Espírito no vínculo da paz” (cf. Ef. 4:3). Isso é assim quando irmãos que diferem quanto a questões importantes estão em paz um com o outro, então são capazes de crescer juntos na compreensão da verdade. Além disso, nos é possível ter paz com todos os homens, pois somos ministros da reconciliação ao anunciarmos as boas novas (2 Co. 5:18).
A prontidão para com o Evangelho da paz é o calçado da armadura de Deus (Ef. 6:15 - etoimasia hetoimasia – refere-se à condição de uma pessoa ou coisa de estar pronta ou preparada, prontidão, disposição; Êx. 12:11; Is. 5:27) e tem que ser a diretriz do nosso caminhar cristão, inclusive durante a guerra. É o que fazem os nossos pés “como os da corça”, capazes de andarem por lugares altos (Hc. 3:19). É um alerta para que não entremos em luta orientados por causas erradas. Por isso é importante sabermos quando é que não devemos lutar. A guerra só é ganha quando é autorizada e estamos submetidos ao Senhor. Qualquer outra batalha que Deus não nos ordenou, lutar é morte certa. Seria um risco demasiado grande, pois, afinal, o nosso objetivo, como soldados de Cristo, é “satisfazer aquele que nos arregimentou” (2 Tm. 2:4).
Os soldados romanos usavam um tipo de sandália fechada durante a batalha para dar-lhes segurança e ajudá-los a permanecer firmes e imóveis no meio do conflito. Aqueles calçados ofereciam confiança, assim como a paz de Deus nos dá segurança na batalha. É a paz de Deus que nos protege do desânimo e do desespero. Nós devemos ter os nossos pés calçados na preparação do evangelho da paz, que é a paz com Deus, que vem através da reconciliação com Deus por meio de Jesus Cristo e o qual nos dá equilíbrio, estabilidade e prontidão, e é o que precisamos para nos manter de pé e firmes nesta luta, portanto com muito empenho calcemos os pés neste evangelho da paz, que é o que precisamos para poder avançar no território de Satanás onde este cegou o entendimento dos incrédulos.
Todo o soldado precisa de prestar bastante atenção aos seus pés, para que não seja apanhado em armadilhas, embustes e campos minados. Do mesmo modo, os cristãos ao percorrem o seu caminho calçados com o evangelho da paz, seus corações e mentes estarão guardados em Jesus. Um soldado bem calçado, pode adaptar-se a todas as circunstâncias. Pode trilhar os caminhos dos prados, que ficam perto de águas mansas, pode caminhar por cima de rochas cheias de pontas, pelos trilhos da montanha. O calçado apropriado garante a firmeza e facilita a mobilidade do guerreiro.
Mas ter os nossos pés calçados na preparação do evangelho da paz também requer estarmos prontos para compartilhá-lo a qualquer momento. Conforme seguimos com a nossa vida quotidiana – seja no trabalho, com a comunidade, nas férias, onde quer que estejamos como povo de Deus –, precisamos de estar preparados para compartilhar o evangelho! Você conhece o evangelho? Está apto a comunicá-lo? Entende a importância de aprender a Palavra de Deus não apenas para o seu próprio benefício, mas para o dos outros também? O apóstolo Pedro disse algo parecido com o que Paulo falou disse: “Santifiquem Cristo como Senhor em vosso coração. Estejam sempre preparados para responder a qualquer pessoa que vos pedir a razão da esperança que há em vós” (1 Pe. 3:15). A nossa postura deve ser: “Estou em Cristo, e Ele está em mim. Cristo é o Príncipe da Paz, e Sua paz, portanto, habita em mim e está acessível a mim ”. Nós precisamos aceitar essa paz de forma consciente, reconhecê-la, e apropriar-nos dela e aplicá-la em nosso viver.
Paulo nos recomenda que estejamos com a prontidão do evangelho da paz. Portanto, o bom combatente do Senhor é aquele que não retarda ou adia o combate, usando o evangelho como recurso para caminhar. É o evangelho quem nos dá a prontidão e nos protege contra o pó da terra, que simbolicamente é a carne, do qual o homem foi feito.
Significa o estabelecimento de um alicerce espiritual firme. Assim calçados, com prontidão e disposição, aparecem os pés daqueles que cruzam desertos e terrenos montanhosos, levando as boas novas da paz (Is. 52:7-9).
Se estivermos empenhados num conflito mortal com um adversário poderoso, astuto e esperto, precisamos de nos certificar de que os nossos pés estão bem calçados com o evangelho de Cristo, a fim de não cairmos, nem deslizarmos ou escorregarmos, nem sejamos mais como meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente (Ef. 4:13). Isso é importante em todas as espécies de conflito físico; e é ainda mais importante na esfera espiritual. Nós precisamos de estar bem seguros de que sabemos o que estamos fazendo e onde estamos nos firmando. É preciso que nos cuidemos para não vermos, de repente, tudo a fugir de debaixo dos nossos pés porque esses não têm como se firmar bem. Se Deus nos deu orientações a seguir é porque existe a forma correta de seguir seus caminhos e não devemos seguir o que “achamos” que é correto.
Existem diferentes tipos de sapatos para diferentes propósitos. Alguns são para caminhar, outros são para atividades desportivas específicas. Os sapatos do soldado são de outro tipo... São sapatos designados para a guerra. Um soldado que não é capaz de avançar no campo de batalha é incapaz na guerra.
Calçados os pés com a preparação do evangelho da paz” indica uma atitude de alerta para avançar no reino espiritual. É termos paz com Deus, através de Jesus Cristo (Rm. 5:1). Estes sapatos espirituais protegem a sua vontade da tentação do inimigo que o guiaria por caminhos errados. Indicam sua disposição para fazer toda a boa obra e para difundir o evangelho em todas as nações.
As sandálias do evangelho da paz. As sandálias do soldado romano eram de couro. Na armadura de Deus as sandálias são de paz. O evangelho da paz são as boas notícias de que Deus, através de Jesus, reconciliou o mundo consigo mesmo. Assim podemos ter paz com Ele e paz com nossos irmãos e companheiros de batalha. Não podemos sair para a batalha descalços, olhando para o chão. Precisamos de calçar as sandálias do evangelho da paz. Primeiro, paz com Deus. Depois, paz com a criação de Deus. Aí, de cabeça erguida, poderemos enfrentar o combate.
Quando os nossos pés estão equipados com o evangelho da paz, e estão prontos para ir onde Ele nos envia para compartilhar as “Boas Novas”, e em paz deixamos as pegadas do Evangelho da Reconciliação por onde passamos (2 Co. 5:19), isso refere-se à nossa vontade de evangelizar o mundo. Isso não significa que tem que ir para o exterior, mas que pode compartir o evangelho na sua própria vizinhança, no seu trabalho ou com seus amigos.
Isso quer dizer que, como “um bom soldado de Jesus Cristo”, tem de ser resoluto, venha o que vier. Tem que apegar-se a este evangelho, não importa que tipo de hostes de inimigos estejam armados contra si. Tem que ter firmeza. Não deve entrar na vida cristã e continuar nela com o coração dividido, estando meio dentro, meio fora, desejando benefícios mas se opondo a deveres, querendo privilégios porém rejeitando responsabilidades. Para começar, tem que ser firme, sólido, resoluto e confiante. A menção que Paulo faz das sandálias traz essa noção. Se quer “estar firme”, assegure-se de que pode e quer “estar firme”. Não se precipite, por assim dizer, com os pés descalços, mas calce as sandálias guarnecidas de tacões. Preste atenção nesse requisito.
O apóstolo ensina a mesma verdade em 1 Coríntios, capítulo 16, na ordem: “Estai firmes na fé”! (versículo 13). Quando olhamos para a Igreja nos dias de hoje, vemos muitos pés que não estão calçados com a preparação do evangelho da paz. Nós os vemos escorregando e deslizando - evangélicos, bem como outros! Os homens não estão mais firmes, não são mais resolutos, não sabem mais no que creem, e não se apegam ao que creem venha o que vier. As concessões são muito comuns. Seja agradável, seja bom, seja afável, são as máximas atuais. Muitos protestantes parecem estar prontos para voltar para Roma a qualquer momento! Porque não têm os pés calçados com o equipamento do evangelho da paz. Eles estão deslizando, escorregando, oscilando e mudando, sem saber onde estão, e nesse meio tempo o diabo se regozija. Isso é aplicável tanto a igrejas como a indivíduos.
Parece-me que hoje as pessoas estão prontas para fazer concessões em todas as coisas. Porventura, creem realmente que a Bíblia é a Palavra de Deus, divina e singularmente inspirada e inerrante? Estão prontos para ficar firmes nessa verdade? É isso que significa pôr as sandálias. Se quer “estar firme”, assegure-se de que pode e quer “estar firme”.
Estes sapatos espirituais também o capacitarão a “resistir” contra o inimigo como Paulo nos anima a fazer (Ef. 6:14). A nossa firmeza, porém, não se aplica somente à doutrina; aplica-se à totalidade da vida. Uma vez que entrou nesta vida, tem que tomar a sua posição e permanecer firme, sem vacilar, do lado do Senhor. Nós éramos inimigos de Deus, mas através de Jesus, fomos reconciliados com Ele. Na próxima vez que colocar os seus sapatos, pense em todos os lugares que eles o vão levar e as oportunidades que terá de informar as pessoas sobre Jesus.
Os seus pés estão calçados? Essa é a grande necessidade desta hora; é o chamado de Deus, creio eu, à Igreja e a todo o cristão no presente. Deus está à procura dos que permanecerão firmes! Ele nos está dizendo nestes dias atuais o que fez nos dias de Gideão. As “hostes de Midiã” tinham subido, e um grande exército de 32.000 foi reunido por Israel. Dos 32.000 houve somente 300 em que Deus pôde confiar. Ele sabia que estes permaneceriam firmes, que nunca desistiriam, que nunca cederiam. Por isso Ele despachou os restantes, e com os poucos 300, o remanescente, Ele derrotou e desbaratou as hostes de Midiã. Deus sempre realizou as Suas maiores obras com um remanescente. Livre-se da ideia de números. O que Deus quer é um homem ou uma mulher que esteja de prontidão para “ficar firme”, cujos pés estejam “calçados com o equipamento do evangelho da paz”. Ele sabe que pode confiar em tais pessoas; sabe que elas permanecerão firmes, não importa o que aconteça com elas e em torno delas.
Satanás deseja nos convencer de que relatar as Boas-Novas é uma tarefa inútil e desprezível que o peso dessa tarefa é muito grande e que as respostas negativas serão demasiadamente difíceis de ser controladas. Mas os sapatos que Deus nos deu representam a motivação para seguirmos proclamando a verdadeira paz que está disponível em Deus, e somente Nele. Essas são as boas novas que todos precisam de ouvir.
O soldado moderno, assim como o guerreiro da antiguidade, precisa de prestar bastante atenção aos seus pés. Às vezes o inimigo da antiguidade colocava obstáculos perigosos no caminho dos soldados que estavam avançando. Isso é bem-parecido com os campos minados de hoje. Doenças também podem danificar os pés de um soldado que não tem os seus pés protegidos. A ideia de ter o evangelho da paz como calçado sugere o que precisamos para poder avançar no território de Satanás; precisamos da mensagem da graça, a qual é tão essencial para ganhar almas para Cristo. Satanás tem colocado muitos obstáculos no caminho da propagação do evangelho.
Um problema de matemática pode ser resolvido de várias formas, mas de acordo com os objetivos propostos, existe a fórmula correta para encontrar o resultado pretendido. Não adianta eu querer utilizar uma fórmula de multiplicação, por achar mais fácil, se o correto é utilizar uma fórmula de divisão. Devemos, portanto, proteger nossos pés de maus caminhos, seguindo sempre os passos que Jesus traçou para nós.
d) O escudo da fé, ao qual o versículo 16 se refere, torna ineficaz o ataque de Satanás de plantar dúvidas em relação à fidelidade de Deus e de Sua Palavra.
Para manter a fé, todos precisamos de ser humildes e compassivos, bondosos e generosos para com os pobres e necessitados. A fé é mantida também por doses diárias de espiritualidade que recebemos ao ajoelhar-nos em oração. Isso começa connosco, individualmente, e estende-se para a nossa família, que precisa de ser fortalecida em retidão. A honestidade, a decência, a integridade e a moralidade são ingredientes necessários de nossa fé e proporcionarão um santuário para a nossa alma.
A simples fé em Deus, o Pai, em Seu Filho Jesus Cristo e no Espírito Santo é como uma vigorosa fonte de força operando em nossa vida. Élder Charles W. Penrose disse: “Algumas pessoas não acreditam em nada que não possam apreender com a razão humana ou ver com os olhos naturais. Mas abençoado é o homem de fé, abençoada é a mulher de fé! Porque por meio da fé eles podem ver coisas que não podem ser discernidas com os olhos naturais. Podem alcançar as regiões da imortalidade, compreender verdades eternas e entender as coisas de Deus”! Isso acontece porque, por meio da fé, nossos dons naturais e capacidade de desempenho são progressivamente aumentadas.
A fé intensifica e amplia nossos dons e habilidades. Em toda a história do mundo nunca houve tamanha necessidade da fé em Deus. Não há maior fonte de conhecimento do que a inspiração que provém da Trindade, que compreende e conhece todas as coisas como foram, como são e como serão no futuro.
Nenhum soldado romano iria para a guerra sem seu escudo. Nenhum cristão deve encarar a luta espiritual sem o seu escudo da fé. Usar o escudo da fé não é ser crédulo. A fé bíblica não é irracional, mas está apoiada no caráter e nas promessas de Deus. Não é ser autoconfiante. A autoconfiança não suporta as altas temperaturas da batalha. Também não se parece com autossuficiência. Precisamos de usar o escudo da fé e cultivar a confiança prática, no caráter do Deus criador do universo. Ele nos protegerá contra as flechas incendiárias que o inimigo lança sobre nós sempre que uma dificuldade aparece.
O que vemos são os ataques de Satanás sob a forma de insultos, reveses e tentações. Mas o escudo da fé que vestimos, que empunhamos, é para nos proteger das setas inflamadas e invisíveis do diabo. A fé não está em nossa própria capacidade, força, mérito ou virtude, mas em Deus (Mc. 11:22). A justificação pela fé vem de Deus e não se origina nas nossas capacidades, mas tem a ver com o nosso homem interior. Deus é real, vivo, presente e disponível. Devemos ter fé nele! Sob a perspectiva divina, tornamo-nos capazes de enxergar além das nossas circunstâncias e saber que a suprema vitória é nossa.
Também tenha fé no coração de Deus. Como cristãos devemos conhecer tanto Deus como o seu coração. O coração Dele é sempre bom. Não importa o que aconteça consigo ou que tipo de sofrimento tenha, você deve sempre crer na bondade do coração de Deus. Ele não tem a intenção de puni-lo, feri-lo ou fazê-lo sofrer.
Se utilizar o escudo da fé com habilidade, não importa que ataque possa estar sofrendo, nada o abalará. Se alguém lhe disser que é um derrotado, pela fé saberá que em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. (Rm. 8:37). Se alguém disser que Deus o esqueceu, saberá que Ele é o seu Deus, o seu refúgio, a sua fortaleza, e nele confiará. (Sl. 91:2). Se alguém disser que está sofrendo muito, saberá que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há-de ser revelada (Rm. 8:18).
Aquele que usa o escudo da fé no seu dia a dia, está protegido de toda a seta lançada contra o seu coração, permanecendo forte para a batalha. O escudo da fé serve para apagar os dardos inflamados do Maligno. Um dardo é lançado à distância e incendeia-se rapidamente. Ex: pode ser uma tentação, propostas, dúvidas, questões, mentiras, ataques de Satanás sobre si, um pensamento, uma palavra lançada pelo Maligno que você acolhe e incendeia as emoções e os relacionamentos.
Toda a tentação é um engano, uma promessa falsa. Quando se acorda de manhã, satanás sempre nos faz propostas. Por essa razão, a primeira coisa a fazer de manhã é ler a palavra. Sem a palavra não temos cobertura contra as propostas dele. Dúvidas e questões também são dardos inflamados de satanás. Você já reparou como o ponto de interrogação se parece muito com a serpente? Foi satanás que perguntou a Eva: “Foi assim que Deus disse”? (Gn. 3:1). Quando o diabo questiona desse modo, devemos fugir; nem mesmo falemos com ele.
Os dardos inflamados do diabo vêm como pensamentos injetados em sua mente. Esses pensamentos podem parecer seus, mas, na verdade, são de satanás. Sabe que os pensamentos vêm de satanás e quando, decide não alimentá-los mais, eles continuam a vir. Alguns pensam, que embora esses pensamentos venham de satanás, são injetados em nós porque somos maus. Não creia nisso, e quando isso acontecer diga: “Senhor sou pecador, mas estou debaixo de Tua purificação. Nunca confesse pensamentos injetados em si por satanás.
A fé é um escudo que nos ajuda a nos defendermos dos dardos inflamados de satanás, mas para isso precisamos de ter o espírito adequado com a consciência livre de ofensas. A fé está no coração. O novo testamento diz que cremos com o coração (Rm. 10:10). Segundo nossa experiência essa fé no coração relaciona-se principalmente com o exercício da vontade. Ninguém que tenha vontade fraca pode ter fé forte. Em Tiago 1:6, é-nos dito que quem dúvida é como uma onda do mar, levada pelo vento. Tal pessoa tem vontade vacilante. Portanto, se quiser ter fé, exercite a sua vontade.
A fé é um escudo que nos ajuda a permanecermos firmes (Rm. 11:20).
Ef. 6:16 – Livres dos dardos do Maligno. A nossa fé – da qual Cristo é o autor e consumador (Hb. 12:2) – é como um escudo de ouro, precioso, sólido e importante. Esse escudo é como um escudo de guerreiros fortes, pelo qual coisas importantes são alcançadas, e pelo qual um crente não só repele, mas também conquista o inimigo.
Há vários tipos de fé mencionados na Bíblia. Há a fé para a salvação, o dom da fé e o fruto espiritual da fé. Porém, a palavra “fé”, quando é usada em relação com o “escudo da fé”, fala de fé defensiva. Esta fé é uma firme confiança em Deus que protege todo o seu ser. Ela protege-o dos mísseis de dúvida e incredulidade enviados pelo inimigo. Este escudo de fé é uma confiança em Deus que desvia todos os dardos do inimigo de seu objetivo.
O escudo da fé é uma constante aplicação da Palavra de Deus aos assuntos da vida. É uma fé que o capacita a vencer as forças malignas do mundo: “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1 Jo. 5:4).
Combinada com o amor de Deus, a fé é mais efetiva: “Mas nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e da caridade e tendo por capacete a esperança da salvação” (1 Ts. 5:8).
É fé baseada na verdade: “Ele te cobrirá com as suas penas, e debaixo das suas asas estarás seguro; a sua verdade é escudo e broquel” (Sl. 91.4).
É fé baseada na salvação: “Também me deste o escudo da tua salvação; a tua mão direita me susteve, e a tua mansidão me engrandeceu” (Sl. 18:35).
Sem fé, não temos entendimento da verdade. Sem fé não podemos receber a salvação. Sem fé não podemos levar o evangelho da paz. Sem fé não podemos reivindicar a justiça de Cristo e usar efetivamente a espada do Espírito que é a Palavra de Deus. A fé é o único caminho para Deus; nunca ninguém vai ser agradável a Deus, como resultado das obras. Deus olha para a substância da fé.
A fé não é uma suposição ou uma ideia. É um facto baseado sobre a Palavra de Deus. Podemos incrementar a nossa fé ao escutar a Palavra de Deus (Rm. 10:17), atuando sobre a nossa fé atual (Rm. 1:17), e por buscar a Deus (Hb. 12:2).
e) O capacete da salvação do versículo 17 protege a cabeça e serve para proteger uma parte do corpo que é tão importante.
O capacete da salvação é feito da esperança que há em Cristo Jesus. Seu principal componente é a convicção na suficiência da cruz para nos levar de volta ao Pai. Quando olho para a cruz, a minha mente fica protegida das ciladas astutas do inimigo. Quando olho para a cruz, sou protegido do egoísmo; quando olho para a cruz, a avareza não faz sentido. Quando a cruz de Cristo se faz lembrança constante, a arrogância perde o valor. Protegidos pelo capacete da Salvação, podemos ir para as batalhas com a certeza de que resistiremos aos ataques do inimigo no dia mau, venceremos tudo e permaneceremos inabaláveis.
O capacete (ebwk kowba‘ (1 Sm.17:5, 38; 2 Cr. 26:14; Is. 59:17; Ez. 23:24; 27:10; 38:5) era uma peça da armadura feita de couro ou de bronze e usada para proteger a cabeça. Era uma peça desenhada de forma que a cabeça ficava totalmente protegida.
O que os israelitas usavam como capacete era na forma de uma carapuça com peças que cobriam as orelhas e o pescoço. Era de bronze ou metal amarelo. Os capacetes que Uzias forneceu ao seu grande exército (2 Cr. 26:14) eram do mesmo metal, bem como os de Saul e Golias (1 Sm. 17:5, 38). Estes capacetes de bronze eram usados somente pelos principais guerreiros, sendo o simples soldado, segundo parece, provido de carapuças enchumaçadas, com hastes de metal, ou então de barretes de feltro ou de couro.
A grande ‘central’ de tudo é o cérebro. A nossa mente é o local onde se travam todas as nossas batalhas. É o local onde todas as nossas decisões são tomadas e, por isso, é muito importante que esteja protegida de ataques externos de maneira a que possamos manter cativo todo o entendimento à obediência de Cristo (2 Co. 10:5).
O capacete protege a cabeça, a mente, as vontades, o poder de decisão, os órgãos dos sentidos e tudo o que está relacionado ao cérebro, a porção mais nobre do corpo, o que nos exige cuidados especiais. Essa peça é projetada de tal forma que todo o ataque do inimigo fique de fora de nossa mente. Somos salvos por Cristo e, igualmente, esse também é o ato mais nobre que há. Fomos comprados por sangue e selados com o selo real. É o ato nobre de Jesus que tem que proteger a parte nobre do nosso corpo. A lembrança, a certeza, a proteção conferida a nós por esse facto tem que estar presente durante a batalha.
Era no capacete que ficava gravada a insígnia do exército a que o soldado pertencia. Isso nos remete para o facto de que temos em nosso capacete a nossa identificação, i.e., a que companhia pertencemos, se somos soldados rasos, qual a nossa posição, função e hierarquia, e se podemos enfrentar determinada hierarquia maligna. Expulsamos demónios de pessoas, mas contra principados o que podemos fazer é combater. Combater, que implica lutar por uma posição e pelo domínio sobre ela, é a forma de combate mais exaustiva e mais corpo-a-corpo. Enfrentar demónios sobre os quais não temos autoridade pode nos deixar feridos e nus (cf. At. 19:13-16). Contudo, confrontar principados sobre os quais não temos autoridade pode ser ainda mais perigoso. Os maiores avivamentos em toda a história da Igreja têm sido, no entanto, decorrentes do facto de ela se engajar nesse nível de guerra espiritual.
Antes de enfrentarmos um principado, temos que saber se é isso mesmo que o Senhor quer que façamos. Infelizmente o Diabo nos lisonjeia, tentando nos seduzir a ir além do nosso chamado, ou a fazer o que Deus nos chamou a fazer, só que de forma prematura, ou na nossa própria força. Se o inimigo conseguir que ultrapassemos a esfera de autoridade que nos foi concedida naquele momento (e que está gravada em nosso capacete e pode ser revelada a nós se mantivermos nossa mente guardada em Deus), ele sabe que nos faltará a graça necessária para derrotá-lo (2 Co. 10:12-16).
A certeza da salvação e o que ela significa é a nossa defesa mais poderosa contra Satanás e os seus ataques a nível da mente - que são os mais acirrados. É na mente que ele nos pode vencer. Ele conhece muito bem a Palavra de Deus, e é conseguindo a nossa atenção para os seus argumentos que tenta nos destituir da fé e fazer com que caiamos. Satanás deseja que tenhamos dúvidas a respeito de Deus, de Jesus e da salvação. Mas, quando conhecemos a Palavra de Deus, o Senhor traz-nos à mente o que precisamos no momento oportuno para alimentar a nossa fé (cf. Mt. 4:1-11). Além disso, devemos desenvolver a nossa salvação (Fp. 2:12).
Diante de muitos ataques precisamos de ver a salvação de Deus, i.e., libertação. Isaías 26:1, 3-4 diz que a salvação de Deus é a nossa proteção. ‘Deus lhe põe a salvação por muros e baluartes’. O capacete da salvação protege a nossa mente em dias de ataque, porque a nossa esperança está na salvação de Deus. Essa esperança guarda a nossa mente em perfeita paz. Essa paz é uma grande arma de proteção.
Como podemos observar em Isaías 59:17, bem como em diversas outras referências, o verdadeiro capacete da armadura de Deus envolve salvação, libertação, bem-estar, prosperidade, salvação por Deus, vitória e é o próprio Yeshuw‘ah, Jesus, o Messias, o qual nos propiciou eterna salvação.
O capacete da salvação protege a nossa mente. Nossa mente é que dirige o movimento do escudo, dirige a espada e dirige todo o nosso corpo. A mente é o campo de batalha onde precisamos decidir entre o ser carnal e o ser espiritual. O ser carnal não conhece a Bíblia, tem medo e vive na dúvida e na incredulidade. Infelizmente é fácil sentirmos o impulso de nos colocar à vontade e retirarmos o capacete, deixando que a poluição deste mundo ataque a nossa mente mediante televisão, revistas, músicas, pessoas, e mais a confusão da vida diária. Temos que estar sempre guardando a mente, ou então nos abriremos à possibilidade de nela sermos atingidos com ferimentos fatais que poderão roubar-nos a salvação. O capacete é a nossa salvação, e temos de usá-lo o tempo todo. Precisamos de ser soldados eficientes. Soldado disciplinado não dá lugar à carne, mas é forte no Espírito.
Ao vestirmos o capacete da salvação que protege as nossas mentes, para que o lixo do mundo e do diabo, não entrem na nossa mente, para que não tenhamos dúvidas em relação à obra que Deus realizou para nós, e ao mantermos os nossos pensamentos em Cristo, nos livramos das tentações diárias, que nos levam a errar. Só assim, não seremos um depósito de lixo, mas um depósito da Palavra de Deus. Por isso, precisamos de nos mantermos sempre sóbrios: “Sede sóbrios; vigiai” (1 Pe. 5:8). Quando abrimos mão do controle de nossas mentes e decisões, abrimos espaço para tragédias, como acidentes, más opções, crimes etc. Detenha o controle de sua mente o tempo todo, para descansar não precisa de abrir mão da sobriedade, esteja sempre alerta e ciente de tudo o que está acontecendo ao seu redor, a fim de que possa sempre tomar decisões corretas, pautadas nos caminhos do Senhor.
Tudo o que somos está no cérebro, e tudo isto tem que ser modificado pela salvação. A palavra ‘salvação’, em Efésios 6:17, é swthria soteria, que significa livramento da moléstia de inimigos, preservação, segurança, salvação num sentido ético, aquilo que confere às almas segurança ou salvação, salvação messiânica, salvação como a nossa posse atual, salvação futura, soma de benefícios e bênçãos que nós, redimidos de todos os males desta vida, gozaremos após a volta visível de Cristo do céu no reino eterno e consumado de Deus. Assim, refere-se a uma salvação quadrupla: salvos da penalidade, poder, presença e, mais importante, do prazer de pecar.
Podemos dizer que a maneira como pensamos precisa de preservação. A cabeça de um soldado era uma das partes principais a serem defendidas, pois ela podia sofrer um dos ataques mais mortais, e é a cabeça que comanda todo o corpo. A cabeça é o centro da nossa mente, e quando ela possui a “esperança” certa do Evangelho de vida eterna, não vai receber doutrina falsa, ou deixar-se influenciar pelas tentações de Satanás de desespero. Uma pessoa não salva não tem nenhuma esperança de se proteger dos ataques de falsa doutrina porque sua mente é incapaz de discernir entre a verdade e a mentira.
O capacete da salvação não é algo que se coloca quando nos convertemos. Lembre-se, que estamos lidando com armaduras espirituais aqui, e supõe-se que seja um crente e um membro do exército de Deus antes de colocar a armadura.
O capacete da salvação representa uma mente regenerada. Representa um pensamento de vida transformado e renovado. O capacete do crente é a sua certeza de salvação. Devemos tomar esta certeza e usa-la como um capacete. É proteção para a nossa “ Mente” saber que fomos: perdoados, regenerados, adotados na família de Deus, justificados e santificados. Pois é na mente que Satanás desesperadamente batalha pelo controle da mesma. Uma mente indisciplinada faz do guerreiro cristão uma presa fácil dos dons pecaminosos do inimigo. Você precisa de se lembrar que recebeu uma nova identidade através de Jesus Cristo, como Filho de Deus. Esta identidade lhe dá acesso às regiões celestiais e à fonte de poder e autoridade, em Jesus Cristo.
Paulo fala do capacete como da “esperança de salvação” em 1 Tessalonicenses 5:8. A salvação, que não é um empreendimento humano, quando é apropriadamente experimentada e entendida, protege a sua mente. A salvação que procede do Senhor abraça o passado, o presente e o futuro. A salvação é uma obra divina; os seres humanos não podem se salvarem a si próprios; ela pertence ao Senhor, provém do Senhor, e é concretizada e aplicada por Ele. É o Senhor quem nos salva da Sua ira. Temos sido salvos da penalidade e da culpa do pecado passado. Fomos salvos do poder do pecado no presente. A “esperança de salvação” se refere à salvação no tempo futuro. É a salvação futura que fortalece a sua mente contra os ataques de Satanás. Se temos uma esperança confiante no futuro é porque Deus está operando o Seu propósito:
“Desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu, como as da terra” (Ef. 1:9-10).
f) Versículo 17 interpreta-se a si mesmo em relação ao que quer dizer com a espada do Espírito.
A armadura, que Deus nos deu para enfrentarmos a luta espiritual, na qual todos estamos envolvidos, é a Palavra de Deus - A espada do Espírito.
Quando o apóstolo Paulo escreveu a sua carta aos cristãos da cidade de Éfeso e falou sobre a armadura de Deus, ele tinha em mente os mais modernos equipamentos de guerra que um soldado poderia ter. Por isso, não poderia faltar a melhor espada que existe, a Palavra de Deus.
Enquanto o resto da armadura é em sua natureza uma arma de defesa, aqui a espada é a única arma de ataque nesta descrição da armadura divina. O cristão é um guerreiro e existem momentos em que precisamos de tomar uma atitude ofensiva contra Satanás. O bom soldado de Cristo não deve esperar tranquilidade neste mundo – ele é um campo de batalha! Nem deve se apoiar na amizade com o mundo, pois isso seria inimizade contra Deus. Sua ocupação é a guerra. Enquanto ele põe, peça por peça, a armadura que lhe foi dada, ele deve sabiamente dizer a si mesmo: Isso me avisa do perigo; isso me prepara para a batalha; isso profetiza oposição. Quando somos tentados, precisamos de confiar na verdade, que é a Verdade de Deus - A Sua Palavra. Ela é a arma que devemos utilizar nas nossas batalhas. A Bíblia é a palavra de Deus.
A “espada do Espírito” é a Palavra de Deus, que é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração (Hb. 4:12). É tanto uma arma ofensiva quanto defensiva usada para se proteger do mal ou para atacar o inimigo e vencê-lo. Era necessário que um soldado tivesse um treinamento rígido sobre o uso correto de sua espada para obter dela o máximo benefício. Todos os soldados cristãos precisam do mesmo treinamento rígido para saberem como lidar corretamente com a Espada do Espírito, “que é a palavra de Deus”. Já que cada cristão encontra-se numa batalha espiritual contra as forças satânicas deste mundo, precisamos saber como manusear a Palavra de Deus corretamente. Só então ela será uma defesa eficaz contra o mal e uma ofensa valiosa para “destruir fortalezas” do erro e da mentira (2 Co. 10:4-5). É do nosso conhecimento como Jesus usou a Palavra em defesa contra os ataques de Satanás.
O propósito da Espada do Espírito - a Bíblia - é nos fortificar e capacitar a suportar os ataques de Satanás (Sl. 119:11; 119:33-40; 119:99-105). O Espírito Santo usa o poder da Palavra para salvar almas e dar-lhes força espiritual para serem soldados maduros para o Senhor. Quanto melhor conhecermos e compreendermos a Palavra de Deus, mais úteis seremos para fazer a vontade de Deus e mais eficazes em enfrentar o inimigo de nossas almas.
Infelizmente, muitas pessoas não usam a espada do Espírito de acordo com a estratégia de Deus, mas por conta própria; usam-na não para se protegerem, mas para atacarem inimigos pessoais. Com a espada do Espírito as pessoas são controladas, dominadas e humilhadas, culturas inteiras são aniquiladas, acusações mútuas são feitas e igrejas são despedaçadas. Por incrível que pareça, a espada do Espírito tem sido usada em brigas e disputas internas para ferir companheiros de batalha. Quem usa a palavra com esse propósito, se esqueceu quem é o verdadeiro inimigo que está enfrentando.
Ela se refere à santidade e poder da Palavra de Deus. Uma arma espiritual maior não existe. Nas tentações de Jesus no deserto, a Palavra de Deus sempre predominou em suas respostas a Satanás. Que bênção saber que a mesma Palavra também está disponível para nós!
As dificuldades nos encontram mesmo quando estamos guardando posição, pelo que o apóstolo, duas ou três vezes, nos exorta – “Resistam“. Quando estiver diante de algum desafio da vida, não fique parado, aguardando ser devorado, parta para o ataque, através da palavra de Deus, pois está escrito: “no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (Jo. 16:33) e “Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós” (Rm 8:31)? Portanto, mantenha-se marchando, e sairá vitoriosos, mas se parar pela ferocidade de seus adversários, tudo está perdido. Precisa de ter colocada a armadura celestial para poder permanecer. E irá precisar dela para manter a posição em que o seu Capitão o colocou. Se mesmo para permanecer exige-se todo esse cuidado, imaginem como deve ser a guerra! O apóstolo também fala de resistir tanto quanto permanecer. Não devemos somente nos defender, mas também atacar. Não é o suficiente que não sejamos conquistados, temos também de conquistar e, por causa disso, nós descobrimos que temos de usar, não somente um capacete para proteger a cabeça, mas também uma espada com que atormentar o inimigo. O nosso conflito é severo, permanecendo e resistindo – e nós precisaremos de toda a armadura da indumentária Divina, toda a força do grande Deus de Jacó!
Está claro em nosso texto que a nossa defesa e nossa conquista devem ser obtidos por dura luta, mas não se deixe abater, fique firme e aguarde a ordem do Senhor e “há-de ser que, ouvindo tu um ruído de marcha pelas copas das amoreiras, então sairás à peleja; porque Deus terá saído diante de ti, para ferir os teus inimigos” (1 Co. 14:15), pois “Toda a ferramenta preparada contra ti não prosperará, e toda a língua que se levantar contra ti em juízo tu a condenarás; esta é a herança dos servos do Senhor, e a sua justiça que de mim procede, diz o Senhor” (Is. 54:13).
Muitos tentam um meio-termo, mas se é um verdadeiro cristão, nunca fará bem essa negociação. A linguagem do enganador não fica bem na língua santa. O adversário é o pai da mentira e aqueles que estão com ele entendem a arte do engano, mas os santos a abominam. Se discutimos termos de paz e tentamos ganhar algo por diplomacia, entramos num curso do qual devemos retornar em desgraça. Não temos nenhuma ordem do nosso Capitão de trilhar um acordo e tentar conseguir os melhores termos que pudermos. Não somos enviados para oferecer concessões! É-nos dito que se cedermos um pouco, talvez o mundo ceda um pouco, também, algum bem pode vir disso. Se não formos tão estritos e fechados, talvez o pecado consinta gentilmente em ser mais decente. De modo nenhum! Certamente essa não é a ordem que nosso Capitão ordenou. Quando a paz for para ser feita, Ele a fará, Ele mesmo, ou Ele nos dirá como proceder até este fim. Mas no presente nossas ordens são bem diferentes.
Nem devemos esperar vencer sendo neutros ou dando ocasionalmente uma trégua. Não devemos sair do conflito e tentarmos ser os mais agradáveis que pudermos com os inimigos de nosso Senhor, frequentando suas assembleias e provando suas delicadezas. Nenhuma ordem desse tipo está escrita aqui. Portanto, devem agarrar as nossas armas e seguir em frente para lutar.
O tom que é dado fortemente neste texto é esse – Tomai a Espada! Tomai a Espada! Não é mais hora para conversa ou debate! Nada mais de conferências de paz e acordos com o inimigo! A palavra do trovão é – Tomai a espada. A voz do capitão é clara como um trompete – Tomai a espada! Nenhum cristão aqui terá sido obediente a nosso texto a não ser que, com clara, definida e decisiva firmeza, coragem e resolução, ele tome a espada! Nós devemos ir para os céus com uma espada na mão, por todo o caminho. “Tomai a Espada.” Que o Espírito Santo nos ajude!
Vale à pena observar que há apenas uma arma de ataque que nos foi providenciada, apesar de existirem várias peças de armadura. O soldado romano normalmente carregava uma lança, não só uma espada. Temos visto frequentes representações do legionário mantendo guarda como vigia e ele quase sempre está de pé com uma lança na mão direita, enquanto sua espada está guardada no seu cinto. Mas Paulo, por excelentes razões, concentra a nossa arma ofensiva em uma, pois ela responde por todas as nossas necessidades de ataque. Essa é a utilidade de cada item da armadura de Deus. E então, já vestiu a sua armadura hoje? Se não o fez, o que é que está esperando para se proteger? Vá agora mesmo à presença de Deus e declare que está vestindo a sua armadura, declamando item por item e, então, use-os. Nós vamos usar somente a espada. Além do mais, se está indo para essa luta, preste bastante atenção à sua única arma. Tome o cuidado de que sempre a tem à mão, porque não terá nenhuma outra. Deixe a voz do capitão ressoar no seu ouvido, “Tomai a espada! Tomai a espada”! E então siga em frente para o campo.
Pare de enfrentar batalhas sem proteção, a armadura de Deus é gratuita e está disponível a todos os que a quiserem utilizar. Quando Jesus estava no deserto e satanás veio com tentações, Jesus respondeu usando as profecias, ou seja, a palavra de Deus escrita na bíblia (leia Mt. 4:1-11). Note, que a espada que irá levar é a espada do Espírito, que é a palavra de Deus. A Palavra de Deus que deve ser nossa única arma é de origem nobre, pois Ela é “a Espada do Espírito.” Tem as propriedades de uma espada, e essas foram dadas pelo Espírito de Deus. Somos ordenados a tomar a espada do Espírito e fazê-la nossa própria espada. Quanto mais praticarmos o uso da palavra, mais craques ficamos.
Ninguém pode segurar a espada do Espírito corretamente a não ser o homem escolhido por Deus antes da fundação do mundo e o tenha treinado especialmente os seus braços. Por isso, os eleitos de Deus são conhecidos – por amarem a Palavra de Deus e por terem reverência por ela – e discernirem-na das palavras dos homens. Olhe os cordeiros no campo, justo agora, e devem haver milhares de ovelhas e cordeiros, mas cada ovelha consegue achar sua própria mãe. Assim é também com um verdadeiro nascido de Deus que sabe onde procurar leite que irá nutrir sua alma. A ovelha de Cristo conhece a voz do seu pastor na Palavra e ela não seguirá um estranho, pois não conhece a voz dos estranhos. O povo exclusivo de Deus tem discernimento de descobrir e se regozijar na própria Palavra de Deus. Eles não serão enganados pelos artifícios humanos! Os santos sabem as Escrituras por instinto interior. A vida santa, que Deus infundiu nos crentes pelo Santo Espírito, ama as Escrituras, e aprende a usá-la para santos propósitos.
Um jovem soldado, deve ir para o campo de treinamento do Espírito Santo para se transformar num eficiente espadachim. Em outras artes podemos ser mestres, mas no uso sagrado da divina teologia, eles são meros ignorantes! Nos assuntos da Palavra somos estúpidos até entrarmos na escola do Espírito Santo. No campo de treinamento o Espírito Santo pega as coisas referentes a Cristo e mostra-las a nós. Ele nos ensina como manejar essa espada pela fé e como segurá-la com vigilância, para nos evadirmos da pressão do adversário e levarmos a guerra ao território inimigo. É bem ensinado aquele que consegue facilmente manejá-la para a frente e para trás e subjugar uma coluna inteira através do cerco de seus oponentes, e sair como um vencedor no final. Talvez tome muito tempo para aprender essa arte, mas nós temos um habilidoso Professor. Aqueles de nós que participam dessa guerra há 30 ou 40 anos, sentimos que ainda não chegamos ao aproveitamento total dessa espada! Não, eu, por exemplo, sei que preciso ser ensinado diariamente como usar essa arma misteriosa que é capaz de tanto, muito mais do que eu jamais supus. É a espada do Espírito, adaptada ao uso de um braço Todo Poderoso e, igualmente, capaz de fazer muito mais do que pensamos. Santo Espírito, ensina-nos hoje as habilidades bélicas, por isso, Sua palavra!
 Precisaremos de uma espada. Nossa batalha não é brincadeira de criança – é coisa séria. Temos de lidar com inimigos terríveis que só podem ser encontrados com armas afiadas. Os punhos não estarão à altura – precisamos de cortar com uma espada. Nós podemos ser pessoas de um espírito bem quieto, mas os nossos adversários não o são! Se tentarmos brincar na guerra cristã, eles não irão brincar. Encontrar os poderes das trevas não é qualquer coisa. Eles intentam roubar, matar e destruir. Nada além de nossa condenação eterna irá satisfazer os corações selvagens de Satã e sua turba. Portanto, não devemos segurar um estandarte, ou bater um tambor, mas devemos usar uma espada e uma espada especialmente afiada. Nesse combate, se desejamos participar deste conflito e sair vitoriosos, teremos de usar uma espada afiada que os maus espíritos possam sentir, uma espada capaz de discernir entre alma e espírito, juntas e medulas.
Dependa dessa espada, pois nesse confronto seremos forçados a lutar a uma curta distância. O inimigo olha em nossos corações e os empurra para casa. Uma lança não fará o serviço, nem o arco e a flecha – o inimigo está muito perto para qualquer coisa que não seja uma luta corpo a corpo. Os nossos inimigos não estão somente na nossa casa, mas em nossos corações! Se nossos inimigos estivessem longe o bastante e pudessem ser atingidos por artilharia que matasse a seis ou sete milhas, nós viveríamos uma vida bem fácil. Mas não, eles estão aqui! Dentro de nós! Sim, dentro de nós – mais perto que mãos ou pés. Para a espada curta! A adaga da Sagrada Escritura, para ferir e cortar, aqui e agora. Nenhuma funda e pedra irá nos ajudar aqui; antes, temos de tomar a espada, temos de matar o nosso inimigo, ou ele irá matar-nos! É para nós cristãos como para os israelitas na batalha, quando o líder deles os chamava, “colegas, ali estão eles! Se não os matarem eles irão matar-vos.” Não há lugar para a paz – é guerra na faca, não apenas agora, mas até o fim da vida!
O uso da espada é necessário para o ataque. Não é suficiente que o cristão se guarde do pecado e evada a tentação de si mesmo – ele tem de atacar os poderes do mal. No nosso caso, o melhor método para a defesa é o ataque. Leve a batalha ao território inimigo. Tente ganhar do adversário e ele não conseguirá muito contra si. Não sejamos somente sóbrios, ataquemos a bebedeira. Não nos contentemos em nos vermos livres de superstições, mas nós mesmos, a exponhamos aonde queremos que aconteça! Não sejamos devotos apenas quando nos sentimos obrigados a sê-lo, mas oremos pelo crescimento do reino – oremos em todo o tempo! Não diga somente “Eu vou manter Satanás longe da minha família educando os meus filhos corretamente“, mas vá à escola dominical e ensine outras crianças, e assim leve a guerra para a outra fronteira! É mais sábio deixar a guerra nas fronteiras do próprio inimigo. Se tivéssemos mais gente contra o demónio pelo mundo, talvez ele nunca tivesse sido capaz de invadir a igreja tão terrivelmente como fez. Ataque com a espada, pois esse é o seu chamado, e assim irá se defender melhor.
Nós precisamos da espada para uma luta de verdade. Para chegar aos céus não basta sonhar? Ou passear na biga da facilidade? Ou voar ao som de música instrumental? Cometeremos um grande erro se assim imaginarmos. Uma verdadeira guerra está acontecendo! Nosso oponente é seriamente mortal e nós precisamos de tomar a nossa espada!
E, além disso, nós precisamos dessa espada, a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus. Dizemos como Davi, “Não há nada igual; dê-me a mim.” Já realizou tais maravilhas que a preferimos a qualquer outra. Nenhuma outra será pária para as armas do inimigo. Se lutarmos com o demónio com a razão humana, a primeira vez que nossas espadas de madeira entrarem em contato com uma tentação satânica serão cortadas em pedacinhos! Se não manejarmos bem uma espada de Jerusalém, estaremos em grave perigo – nossa arma se irá quebrar no cabo – e onde é que nós estaremos? Indefesos, com nada além do cabo de uma espada quebrada na nossa mão, seremos alvo de ridicularização do adversário! Temos de tomar esta espada, pois nenhuma outra irá penetrar o inimigo, e nenhuma outra durará todo o combate. A Palavra do Senhor dura para sempre, mas nada mais o faz. Talvez consigamos fazer bonito no começo, mas falharemos na velhice se não temos as eternas Verdades de Deus para nos amparar.
Recomendamos essa espada a todos, apesar de serem tão diferentes uns dos outros. Essa espada cabe perfeitamente em todas as mãos. Jovens e velhos devem, igualmente, usar essa arma. O Espírito Santo, na Palavra sagrada, preparou uma indumentária de guerra que cai bem em grandes mentes e em pequenas, para os cultos e os analfabetos. Uma espada maravilhosa é essa, que, nas mãos da fé, revela uma adaptação em qualquer circunstância!
Nós somos chamados a tomar a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus, e se nós deliberadamente resolvermos trocá-la por outra, cometeremos um ato de rebelião e fazemos a troca por nossa própria conta e risco! Venham, então, vamos cada um tomar a Palavra de Deus e carregá-la mais próxima de nossos corações que nunca, pois essa é a Palavra de ordem, “Tomai a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus.”
Agora, prestemos atenção ao que somos chamados a fazer. Nós precisamos de uma espada. Nós precisamos dessa espada. Nós temos de tomar essa espada. Note que não somos exortados a deixá-la no chão – a ordem de tomar a espada é contínua e não há nenhuma pista de que a ordem tenha sido suspensa. Haverá um tempo, é claro, quando o soldado de Sua Majestade deve deixar a espada e deixar sua farda, mas não existe um tempo desses para o cristão! Alguém pode ter pensado, do que temos visto ultimamente, que ordens têm vindo do quartel-general para que os soldados deixem de lado a espada do Espírito, a Palavra de Deus, e tomar armas mais leves. Entretenimentos, shows, teatros, grupos de louvor agora são usados para fazer o que o Evangelho falhou em conseguir! Isso não é trágico? Bem, àquele que querem usar esses brinquedos frívolos, só posso dizer que eles não receberam nenhuma ordem de seu Senhor para autorizá-los em seus procedimentos.
As ordens que permanecem são as de que tomemos a espada do Espírito, pois nenhum novo regulamento jamais foi emitido pelo grande Capitão da salvação. Dos dias de Paulo até hoje, a Palavra permanece, “Tomai a espada do Espírito.” Todas as outras coisas com certeza irão falhar e, por isso, o único e perseverante comando é, “Tomai a espada do Espírito.” Não nos foi dito para tomar essa espada para nos exibirmos. Certas pessoas têm uma lindíssima Bíblia para colocar sobre a mesa da melhor sala – e é um belo ornamento! Uma Bíblia familiar é um tesouro! Mas, não deixemos o amor pela Bíblia acabar aí. Com o soldado na guerra, a espada não tem a finalidade de ser deixada na tenda, nem ser exibida com golpes no ar, mas é encomendada para ser usada. Nem nós devemos colocá-la numa bainha, como muitos fazem, ao pegar a bíblia e adicionar tanto criticismo, ou sua própria opinião a respeito, que seu fio não é sentido! Muitos homens usam sua baixa opinião acerca da Inspiração como uma bainha em que eles embainham a Bíblia. Seu vasto conhecimento forma uma linda bainha e eles empurram adentro a espada, dizendo, “Fique parada, aí! Oh Espada do Senhor, descanse e fique quieta!” Depois de pregarmos com todo o coração, e os homens terem sentido o poder dela, eles fazem um esforço desesperado para prender a Palavra nas suas teorias de incredulidade, ou em seu mundanismo. Eles seguram firmemente a Palavra durante a semana com uma mão forte, por temerem que seu fio ou sua ponta pudesse feri-los. É a bainha da cultura, ou da filosofia, ou do progresso – e assim eles calam a boca da viva Palavra de Deus como em um caixão!
Nós não podemos enterrar a Palavra debaixo de outros factores, mas temos que tomá-la como uma espada, o que significa acreditar nela primeiramente. Acreditar em cada pedaço dela. Acreditar com uma fé verdadeira e confiante, não como uma mera fé de credo. Acreditemos como um facto todos os dias, afetando suas vidas. Acreditemos nela! E quando tivermos acreditado, estudemo-la. Oh, para um estudo mais perto da Palavra de Deus! Haverá alguns de nós que talvez nunca tenham nem ouvido ou lido tudo que o Senhor disse? Há ainda passagens na Bíblia que nunca leu? É um facto muito triste que talvez haja uma linha sequer das Sagradas Escrituras que nunca passou pelos vossos olhos. Leia a Bíblia toda, de capa a capa.
Tomai a espada com a firmeza de uma fé sincera. Segure-a bem por um conhecimento mais completo. Então exercite-se diariamente no seu uso. A espada é para ser tomada para lutas sérias. Nós não estaremos longe das circunstâncias que se levantarão num mundo como este. Nós vamos ter de duelar com ela, fatiar com ela, cortar com ela e matar com ela. “Por onde devo começar?” diz um. Comece em casa e, durante o dia inteiro, estará ocupado! Quando tiver aniquilado todos os rebeldes em casa e se desejar fazê-lo, deve se aventurar por aqueles perto de si no mundo, e na igreja professa.
Dentro de seu próprio coração irá achar um bando de bandidos que deve ser exterminado. Haverá sempre a necessidade de manter a espada entrando em seu próprio território. Acabe com essa guerra civil antes de ir a território estrangeiro. Quando a guerra dentro da cidade de Alma Humana tiver sido vitoriosamente carregada para fora, cerque o coração de seu amigo, seu filho, seu vizinho. Cuidado, o mundo jaz no maligno, governado pelo grande rebelde! Erros abundam e sistemas colossais de falsidade ainda permanecem em pontos elevados. Os homens ainda são derrotados pelo arqui-inimigo. Com certeza, nós sentimos nossas espadas voando de suas bainhas quando pensamos nos milhões que estão sendo destruídos pelo pecado e pelo engano! Oh, por uma poderosa carnificina sobre os poderes das trevas!
Uma vez mais, nós tomamos essa espada com um objetivo. Haveremos de usá-la de tal forma que devemos permanecer e resistir. Se quer permanecer, desembainhe a espada e acabe com suas dúvidas. Quão fortes são os ataques de incredulidade! Eis que vem uma dúvida sobre a sua eleição - Fatie-a totalmente com a Palavra. Logo vem a dúvida sobre o sangue precioso - Corte-a da cabeça aos pés com a segurança da Palavra de que o sangue de Jesus nos limpa inteiramente de todo pecado! Então vêm outra dúvida e depois outra - Tão rápido quanto o braço pode se mover, use textos da Escritura contra cada nova falácia, a toda nova negação da Verdade de Deus e cuspa todas elas pela espada da Palavra! Será bom para si acabar com essas dúvidas o quanto antes aparecerem. Não brinquem com elas, mas lute com elas com vontade! Você irá encontrar, além disso, que tentações virão em hordas. Encontre-as com os preceitos das sagradas Letras e mate até o desejo do mal pela aplicação do Espírito com a Santa Palavra! A lavagem nas águas pela palavra é uma gloriosa limpeza. Covardias irão surgir como a névoa na manhã. Oh, que a Palavra de Deus expulse-as com as sementes das promessas! As suas aflições se multiplicam e você nunca será capaz de vencer a impaciência e desconfiança a não ser pela Infalível Palavra de Deus. Você pode usá-la e conseguir paciência, se usar essa arma para matar a ansiedade. Você irá “Permanecer no dia mau” e, depois de ter feito tudo, permanecerá, se a espada estiver em suas mãos.
Não permita que aquele que coloca a sela se orgulhe à medida que a retira. Se o espadachim bem-treinado vai para a batalha com qualquer coisa que não seja a Palavra de Deus, é melhor ele não se vangloriar, pois ele irá voltar com sua espada quebrada, seu escudo jogado para longe, e ele mesmo coberto de desonra. A derrota espera aquele homem que ignora a Palavra do Senhor!
Lute contra a desesperança e o desespero com a espada do Espírito. Eu não seria capaz de contar qual é a sua dificuldade particular neste momento, mas eu lhes dou essa direção para todos os combates dos santos – “Tomai a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus“.
Você deve vencer todo tipo de inimigo, mas essa arma é tudo o que  precisa! Se quiser vencer o pecado e derrotar a incredulidade, receba uma palavra como essa, “Olhem para Mim, e sejam salvos, todos os confins da terra.” E se olhar será salvo – e a dúvida irá morrer – e o pecado será morto! Deus lhe deu a ajuda do Santo Espírito, para a glória de Cristo! Amém.
Orem a Deus com toda a perseverança, em todo o tempo, de acordo com o Espírito Santo. Sejam vigilantes no emprego persistente desta arma da oração, apresentando também a Deus as necessidades dos outros crentes” (Ef. 6:18”. A oração contínua no Espírito nos faz ser vigilante. Essa é a nossa linha de comunicação direta com Deus e é reforçada pela ação de graças e louvor.
Orar no Espírito (quer dizer, com a mente de Cristo, com Seu coração e Suas prioridades) como vemos no versículo 18 é o ponto auge do que está envolvido em nos preparar e utilizar todas as armas de Deus anteriormente mencionadas.
A oração é o mais perfeito e singelo diálogo entre o homem e Deus! É o bálsamo para sarar nossas feridas, ela nos traz tranquilidade, serenidade, paz e vitória! Na oração, nossa fé é aumentada, tornando-nos cada dia, mais íntimos do Senhor! Quando oramos, nos aproximamos mais do Senhor e com isso, Deus se torna cada vez mais real em nossas vidas! Por isso, ao falar das armas que Deus nos concede para lutarmos contra o inimigo, o apóstolo Paulo, depois de descrever a armadura do soldado cristão, nos aconselha: “Orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito e vigiando nisso com toda a perseverança e súplica por todos os santos” (Ef. 6:18).
Como sabe, existem dois tipos de guerra no mundo natural: ofensiva e defensiva e a oração e a sua prática associada que é o jejum são as poderosas armas espirituais. Estas duas armas espirituais podem ser usadas tanto ofensiva quanto defensivamente.
A oração é um mandamento de Deus, e é para ser praticado tanto em público como em privado, sim, como um comando traz aqueles que têm o espírito de oração, em grande intimidade com Deus, e a oração que prevalece, vai receber grandes coisas de Deus, tanto para a pessoa que orou como para aqueles por quem estão orando. A oração abre o coração de Deus, e é um meio pelo qual a alma vazia é preenchida. Através da oração o cristão pode abrir seu coração para Deus, como a um amigo, e obter testemunho fresco da amizade de Deus para ele. Sem o coração de oração, todo o levantamento até o seu, de mãos, olhos, e vozes, será em vão.
A oração é um sincero, sensível, carinhoso derramamento do coração e da alma a Deus, através de Cristo, com a força e a assistência do Espírito Santo, para as coisas como Deus prometeu, ou de acordo com a Palavra, para o bem da igreja, com submissão e em fé à vontade de Deus.
É significante que essa passagem das Escrituras é tão fiel às prioridades de ministério destacadas por todas as epístolas de Paulo; ele acredita que a oração é o elemento mais importante para a obtenção vitória e maturidade espirituais. Ele deseja ardentemente esse tipo de oração em sua vida também (vs. 19-20).
Quando dizemos que existem brechas na armadura, significa, o mesmo que ¨haver pecado em nossa vida¨. Se for o pecado da mentira ou falsidade, a brecha está no cinto da verdade; se forem pecados por pensamento, a brecha está no capacete da salvação; se forem pecados de uma vida não reta, a brecha está na couraça da justiça; se for pecado decorrente de onde a pessoa está, a brecha está na sandália do evangelho da paz; se for incredulidade, a brecha está no escudo da fé; se for desconhecimento da Palavra, a brecha está na espada do Espírito.
A oração deve assegurar todas as demais partes de nossa armadura cristã. Há outros deveres da religião e de nossa posição no mundo, mas devemos manter o tempo que dedicamos à oração. Mesmo que a oração solene e estável possa não ser factível quando houver outros deveres a cumprir, de todos os modos, as orações piedosas e curtas que se fizerem serão sempre como dardos.
Devemos dar lugar aos pensamentos santos em nossa vida cotidiana. O coração fútil também será vão para orar. Devemos orar com todos os tipos de orações: pública e secreta; comunitária e solitária; solene e súbita. Também devemos orar de modo que mencionemos todas as partes da oração: confissão de pecados, petições de misericórdias e ação de graças pelos favores recebidos. E devemos fazê-lo pela graça do Deus Espírito Santo, dependendo de Seu ensino e conforme este. Devemos perseverar em nossas petições particulares, apesar do desânimo. Devemos orar não somente em nosso próprio favor, mas também por todos os nossos irmãos santificados. Os nossos inimigos são fortes e não temos forças, mas o nosso Redentor é Todo-Poderoso, e no poder de Sua força nós podemos vencer. Por esta razão devemos animarmo-nos a nós mesmos. Não temos deixado de responder muitas vezes a Deus quando Ele nos tem chamado? Pensemos nestas coisas e continuemos orando com paciência.
Orações são mais que palavras, elas movem o braço de Deus para que ele haja. Alguém já disse que muita oração é igual a muito poder. Pouca oração, pouco poder. Nenhuma oração, nenhum poder. Portanto, ore, ore, mas ore de verdade, para que esteja fortalecido nesta batalha.

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