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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Seis Fases de Revelação



“Quando te desviares para a direita e quando te desviares para a esquerda, os teus ouvidos ouvirão atrás de ti uma palavra, dizendo: Este é o caminho, andai por ele” (Is. 30:21).
Introdução
Para falarmos sobre revelação temos que compreender o que vem a ser uma. Quando falamos da vontade de Deus nas escrituras, podemos concluir que revelação é o ato pelo qual Deus fez saber aos homens os seus mistérios, a sua vontade.
A revelação do plano de Deus mostra-nos, por todos os aspetos, que, de fato, “não retarda o Senhor a sua promessa...” (2 Pe. 3:9-10). Deus deseja que todos os homens sejam salvos. E hoje temos a bíblia como a revelação dos factos ocorridos e como a revelação das instruções de Deus para a nossa comum salvação.
A Bíblia não é uma série de histórias desconexas, do tipo “era uma vez...” É a revelação do belo e eterno plano que Deus fez para a redenção da humanidade. As revelações relatadas na bíblia seguem somente para um propósito: “O cumprimento da vontade de Deus para a nossa salvação”.
É através da Bíblia que aprendemos muito sobre o conhecer a voz de Deus e sobre os pré-requisitos para conhecer a voz de Deus. Também aprendemos acerca do significado e do padrão da vontade de Deus e das maneiras pelas quais Deus se comunica com o homem.
Temos sido advertidos acerca das maneiras não-bíblicas de buscar a direção e temos recebido as diretrizes para tomar decisões com respeito às práticas questionáveis. Estudamos um modelo bíblico para fazer decisões e aprendemos o que fazer quando falhamos em fazer a vontade de Deus. Aprendemos também sobre o sofrimento e como ele se relaciona com vontade de Deus.
Este estudo apresenta as seis fases através das quais você passará na revelação de um plano de Deus, e experimentará estas fases enquanto aprende a caminhar na vontade de Deus.
Conhecimento por Revelação
Nós precisamos do conhecimento por revelação em nossas vidas, pois somente assim avançaremos no processo de transformação. A palavra grega traduzida por revelação, do grego “appocalipse”, significa: “remover o véu”. Indica a remoção de um empecilho à visão que, em nosso caso, é a dificuldade de entender as coisas espirituais.
Há um nível de conhecimento da Palavra de Deus que não pode ser atingido com a mente, não interessa o quão intelectual e brilhante seja um homem em suas faculdades mentais - o da Revelação divina.
Num desconcertado e mal governado mundo, Deus promete o conhecimento por revelação a Seus seguidores. Isto significa que Ele revelará os planos divinos, sabedoria e conhecimento nas circunstâncias da vida: “Quando te desviares para a direita e quando te desviares para a esquerda, os teus ouvidos ouvirão atrás de ti uma palavra, dizendo: Este é o caminho, andai por ele” (Is. 30:21).
Quando Deus revela um plano, há seis fases através das quais passamos no desenvolvimento dessa revelação. Estas fases são evidentes em Lucas 1:26-27. Leia esta passagem antes de continuar com o resto deste estudo. Este texto bíblico regista a revelação de Deus dada a Maria de que ela se tornaria a mãe do Messias, Jesus Cristo.
Nesta história há seis fases através das quais Maria passa enquanto o plano de Deus se revela a ela. Estas fases podem ser observadas na revelação de qualquer plano de Deus para o homem. Elas são fases através das quais nós passaremos enquanto recebemos conhecimento por revelação de Seu plano para a nossa vida.
Fase Um - Perturbação: “E, entrando o anjo aonde ela estava, disse: Alegra-te, muito favorecida! O Senhor é contigo. Ela, porém, ao ouvir esta palavra, perturbou-se muito e pôs-se a pensar no que significaria esta saudação” (Lc. 1:28-29).
A perturbação de Maria liga-se com a saudação que Gabriel lhe faz como favorecida, e até mesmo com o acréscimo, “O Senhor é contigo”. De certo, na sua modéstia, não entendia por que um visitante celestial a saudasse em termos tão exaltados. Ela ficou muito perturbada no seu espírito.
Todos nós seres humanos podemos ficar perturbados, no sentido de ter nossa calma derrubada por causa de situações de difícil controle. A Revelação ainda está nos estágios iniciais de sua divulgação para o mundo.
 Sempre que Deus quer dar uma nova direção, frequentemente experimentamos a perturbação. Ele permite que sejamos perturbados pelas circunstâncias da vida para ganhar a sua atenção.
Talvez esteja questionando as circunstâncias confusas ao seu redor. Está sendo perturbado na primeira fase de revelação. As capacidades que Deus nos dá não apenas servem para fazermos a obra de Deus, mas pessoalmente influenciam a nossa vida trazendo a bênção sobre aquilo que fazemos.
Fase Dois - Revelação: “Mas o anjo lhe disse: Maria, não temas; porque achaste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus” (Lc. 1:30-31).
O anjo Gabriel reestabelece a confiança de Maria, assim como fizera com Zacarias. Diz a Maria que não deve temer, pois ela achou graça diante de Deus, ou seja o favor de Deus repousa sobre ela.
 Disse-lhe que ela teria um filho concebido do Espírito Santo. Este seria Jesus, o Salvador; Emanuel, Deus connosco; Cristo, o Ungido; o Verbo, feito carne para habitar entre os homens.
A revelação chega a Maria porque ela, simplesmente, vivia no mundo de Deus. Essa revelação, realizada na história e registada nas Escrituras, é chamada de “revelação especial”.
Quando Deus ganha a sua atenção através da perturbação, então revela o Seu plano a si. Esta é a segunda fase de revelação: “Invoca-me, e te responderei; anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes” (Jr. 33:3).
Um espírito perturbado levou Maria a enfocar sua atenção, então Ele revelou o Seu plano. Ela seria a mãe do Messias, Jesus Cristo. Essa revelação, realizada na história e registada nas Escrituras, é chamada de “revelação especial”.
O mundo de Deus não é um véu que esconde o poder e a majestade do Criador, pois “os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos” (Sl. 19:1 A ordem natural prova que existe um Criador poderoso e cheio de majestade.
Fase Três - Hesitação: “Então, disse Maria ao anjo: Como será isto, pois não tenho relação com homem algum”? (Lc. 1:34).
Enquanto Zacarias fora descrente, Maria ficou perplexa. Estava para casar-se dentro em breve, e o medo de que José, sendo um homem justo, pudesse desfazer o compromisso do esperado casamento teria enchido o coração de Maria de indizível angústia. Maria hesitou em aceitar esta grande revelação. Ela questionou, “Como pode ser”?
Quando Deus revela uma nova direção para a nossa vida, frequentemente, nós nos angustiamos. Nós podemos sentir-nos incapazes. Podemos sentir que é um passo de fé demasiadamente grande para tomar. Pensaremos em razões racionais pelas quais o plano pode não funcionar. Duvidaremos e questionaremos a Deus.
Duas coisas aconteceram na fase de hesitação:
1.     Você apresenta suas perguntas, razões e desculpas.
2.     Deus responde a tudo isto com os detalhes de Seu plano.
Algumas pessoas hesitam por muito mais tempo do que outras. Algumas pessoas gastam anos na fase de hesitação, inventando desculpas e razões pelas quais elas não podem aceitar a revelação que Deus tem dado. Porém, se não continuam avançando além da vacilação, nunca verão o cumprimento da revelação de Deus.
Submetamo-nos a Ele, para que se cumpra em nós os seus propósitos, e deixemos que Ele cuide de quaisquer resultados eventuais! Ele se responsabiliza!
Aquilo que aconteceu de forma histórica deve correr de forma experimental. Em cada um de nós Jesus deve nascer pela ação direta do Espirito Santo (veja Gl. 4:1-5).
Fase Quatro - Resignação: “Então, disse Maria: Aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra. E o anjo se ausentou dela” (Lc. 1:38).
A resposta de Maria é de quieta submissão. Maria passou rapidamente da vacilação à resignação ao plano de Deus - um ato de aceitação, na espiritualidade, na conscientização, geralmente se refere à experimentação de uma situação sem a intenção de mudá-la. Isto significa que ela resignou a sua vontade própria e aceitou o plano de Deus. Ela deixou os seus próprios planos e desejos e aceitou a nova direção para a sua vida. Ela só esperava ver o cumprimento da promessa.
A resignação de Maria não foi sinónimo de acomodação, mas sim o olhar da maneira como vê essa revelação. Ela não poderia ter a certeza de que não sofreria, mas reconhecia a vontade de Deus e a aceitava.
Se não fosse a resignação, entraria na rota do desespero, entraria no circuito da desolação porque, quando não compreendemos porque sofremos, sofremos duas vezes.
Fase Cinco - Comprovação: ”Bem-aventurada a que creu, porque serão cumpridas as palavras que lhe foram ditas da parte do Senhor” (Lc. 1:45).
Na fase de comprovação, Deus comprova ou confirma o Seu plano, que é algo sobrenatural, enquanto supera a essência, as exigências e as forças da natureza humana. Maria fica grávida, e a revelação divina que é a manifestação de Deus feita a ela, é comprovada em seu próprio corpo.
Se você renuncia a sua vontade pela revelação do plano de Deus, não demorará até que receba a comprovação desse plano.
Fase Seis - Exaltação: “Então, disse Maria: A minha alma engrandece ao Senhor” (Lc. 1:46).
Não há a menor dúvida de que Maria vivia em íntima familiaridade com as Escrituras. Ela se havia emocionado profundamente com as radiosas promessas messiânicas muitas vezes e rogara a Deus que socorresse o seu povo e enviasse o Salvador. Agora que essa bênção lhe fora concedida, ela expressava o sua agradecimento, não somente sob a direta inspiração do Espirito Santo, mas também, usando expressões bíblicas largamente conhecidas. Nenhuma outra teria sido satisfatória. Compare o cântico de louvor de Ana, produzido em circunstâncias semelhantes (1 Sm. 2:1-10). Esse cântico de Maria, que é uma humilde contemplação das misericórdias de Deus, recebeu o título de “Magnificat”, pelo facto de, na versão latina, começar com essa palavra. Maravilha e louvor, humildade e exultação, adoração e congratulação – essas cores fundem-se uma na outra no coração dessa joia!
Maria se alegra no plano de Deus! Leia a completa exaltação que Maria deu a Deus em Lucas 1:46-55. Quando aceitamos o plano de Deus para a nossa vida, ele trará sempre grande felicidade e produzirá a exaltação de Deus.
Seguir o plano de Deus não significa que estaremos sem problemas. No mundo natural, Maria tinha um problema real. Ela estava grávida sem estar casada. Porém, o plano de Deus é maior do que qualquer sofrimento temporal envolvido. No fim, o sofrimento traz sempre a alegria e a exaltação do Senhor Jesus Cristo.
É salutar aplicarmos o cântico a nós mesmos e nos perguntarmos até que ponto já participamos dessas grandes bênçãos. Estamos sendo experiência dessa salvação diária frente a nossos inimigos espirituais que nos odeiam? Servimos nós a Deus sem o temor servil do escravo mas com a dedicação leal da criança? Nossos dias são caraterizados pela santidade para com Deus e retidão para com os homens? Será que “o sol nascente das alturas” visitou o nosso coração, e nossos pés estão andando no seu caminho da paz? Estas são perguntas solenes, mas precisamos de fazê-las a nós.
Uma Palavra Final: Escute a Sua Voz
Na verdade, Deus quer que escutemos a Sua voz! Ele não fala connosco através de um frio no estômago ou por meio de vibrações ou médiuns. Ouvir a voz de Deus é tão natural quanto ouvir o melhor amigo conversar connosco. Além do mais, podemos ouvi-lO todos os dias e não apenas em ocasiões especiais ou ao recitar encantamentos especiais. Ele fala connosco nos momentos naturais da vida. Você quer ouvir a voz de Deus? Então tem que estar pronto para escutá-la.
Devemos aprender a ouvi-Lo. Fazendo-o, seremos Seus companheiros pois nos irá guiar, usar e fazer com que participemos nos Seus milagres.
Escute a voz de Deus... é a melhor opção! A sua voz nos diz que há uma tarefa nova para nós na Sua vinha.
O plano glorioso e eterno de Deus está pronto para que o aceitemos. É nossa opção. Podemos aceitar seus termos e herdarmos as bênçãos ou podemos recusar seus termos e estaremos perdidos e sem esperança no mundo. A vida na terra é um breve período de provação, para se ver quais homens podem viver no paraíso com Deus, na eternidade.
Deus fala pela palavra, pela leitura bíblica diária, pelo conselho dos pais, pastores... mas também fala pelo silêncio que apenas a alma pode ouvir. Ao aplicarmos o que ouvimos às verdades da Escritura, podemos aprender a reconhecer Sua voz.
Quando escutarmos a voz de Deus, recorde a Sua promessa: “Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais” (Jr. 29:11).
Deus continuará guiando-nos até à morte: “Que este é Deus, o nosso Deus para todo o sempre; ele será nosso guia até à morte” (Sl. 48:14).
Sua direção continuará no novo céu e na nova terra: “Pois o Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima” (Ap. 7:17).
Deus não está calado. Se escutar, a Sua voz pode ser ouvida sobre o ruído e confusão de todas as vozes da terra. Deus fala e nós podemos conhecer a Sua voz: “Ora, o Deus da paz, que tornou a trazer dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor, o grande Pastor das ovelhas, pelo sangue da eterna aliança, vos aperfeiçoe em todo o bem, para cumprirdes a sua vontade, operando em vós o que é agradável diante dele, por Jesus Cristo, a quem seja a glória para todo o sempre. Amém”! (Hb. 13:20-21).

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