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sábado, 24 de novembro de 2012

A Nova Aliança


       Deus manifestou as Suas maravilhas ao povo de Israel, mostrando o caminho e dando ao povo uma terra preciosa. O povo presenciou todos os milagres de Deus feitos por intermédio de Moisés, provando assim a Faraó e ao povo egípcio quem verdadeiramente era o Senhor dos exércitos. Deus foi longânime e paciente e, mesmo assim, Israel virou as costas várias vezes ao Senhor. O Senhor escolheu Israel porque o amava e para cumprir a promessa feita a Abraão (Gn. 12:7).
Deus sempre amou o seu povo e quis o seu bem. Deus é fiel para com os que cumprem os seus mandamentos. Mas aqueles que não ouvem a sua palavra, Deus os faz perecer (Dt. 7:9-10).
A antiga aliança foi dada com um propósito limitado (Gl. 3:21-25), e o povo, pelos seus pecados e infidelidade, não continuou nela. Então, o Senhor anunciou uma nova aliança, como a melhor solução para a rebelião humana e que seria inscrita nos corações: Porque esta é a aliança que firmei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo (Jr. 31:33).
A lei do Senhor já não está escrita em tábuas de pedra, mas em corações humanos (2 Co. 3:3). A nova aliança é como uma fonte de esperança para o seu povo, trazendo perdão pelos pecados, além de ser eterna. “Farei com eles aliança eterna, segundo a qual não deixarei de lhes fazer o bem; e porei o meu temor no seu Coração, para que nunca se apartem de mim” (Jr. 32:40).
Essa é uma das grandes profecias do Antigo Testamento que descreve a Nova Aliança que Deus fará; um pacto gracioso baseado na morte de Cristo, o qual possibilita que Deus perdoe Israel e os gentios que o buscarem.
Todas as outras alianças passadas foram quebradas pelos homens. Esta Nova aliança em Cristo jamais pode ser anulada, pois foi selada com o sangue de Jesus, com o seu sacrifício voluntário, com a sua morte expiatória: “Isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, que é derramado por muitos, para remissão de pecados” (Mt. 26:28). Somente através do seu sangue temos a indulgência dos nossos pecados, e não há outra forma de chegarmos à presença do Deus vivo. Devemos reconhecer a importância do sacrifício de Cristo, pois é o sangue de Cristo que “purificará a nossa consciência de obras mortas...” (Hb. 9:14).
A nova aliança é superior à antiga: “Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de ‘um melhor Concerto’, que está confirmado em melhores promessas” (Hb. 8:6). E as melhores promessas são: os que se arrependem têm seus pecados totalmente perdoados (Hb. 8.12); um novo coração e uma nova natureza recebem aqueles que verdadeiramente amam e obedecem a Deus (Ez. 11:19-20); são recebidos como filhos de Deus (Rm. 8:15-16); têm experiência maior em relação ao Espírito Santo (Jl. 2:28; At. 1:5, 8).
Como vimos, de aliança em aliança Deus prosseguiu na execução do seu plano de salvação dos homens, sempre oferecendo novas oportunidades. A primeira manifestação desse plano está em Génesis 3:15: “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e o seu descendente; este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. Para isso, “Deus mandou o seu Filho unigénito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo. 3:16). Já não é mais necessário sacrifício de animais para reparar nossas culpas, como no antigo concerto. O sangue do “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” manifestou-se por um ato único, perfeito e eficaz; o sacrifício voluntário de Jesus Cristo abriu o caminho da reconciliação do pecador com Deus.
Deus é fiel connosco. Nós agora podemos olhar para a eternidade com confiança na aliança eterna que nos dá a esperança da vida eterna.
Mas, antes de tratarmos da nova aliança, não podemos esquecer uma influência sumamente importante, que se tornou proeminente no espaço de aproximadamente mil anos entre Davi e Cristo - o ofício de profeta.
1.     Profeta Do Antigo Testamento
Apesar de não ser novo o dom de profecia, após a aliança com Davi o ministério de profeta foi prodigamente concedido a grande número de pessoas. Moisés foi o profeta com quem Deus falou face a face (Nm. 12:8). Foi ele quem levou ao povo a Sua mensagem.
O profeta é um homem chamado por Deus para transmitir a Sua Palavra. No tom da sua voz é possível sentir o poder de Deus que o impele a proclamar a Palavra. Em cada profeta o momento da Vocação divina é determinante, de facto, ele tem a consciência de falar em nome de Deus.
Com os profetas, que eram homens de Deus que, espiritualmente, achavam-se muito acima de seus contemporâneos, o Antigo Testamento alcança o ápice, seja como valor espiritual absoluto, seja como preparação para o Novo Testamento. Os profetas eram homens em quem Deus investia diretamente do seu espírito para uma missão espiritual no seio do seu povo, em tempos de perigo ou de necessidade religiosa e moral. Tornavam-se assim, guias espirituais do povo de Israel, pelo mesmo titulo com que outrora os juizes suscitados por Deus, eram os chefes políticos e militares, os libertadores no tempo de aflição.
Devido ao aspeto dramático de “predição” do ministério profético, quase totalmente esquecido se tornou o mais importante propósito do profeta. No ministério profético de Moisés, a predição teve um lugar insignificante; alguns profetas dos mais desatacados, como Samuel, Elias e Eliseu, por sua vez também fizeram raras predições de futuro.
O trabalho mais importante dos profetas era o de comunicar ao povo as instruções divinas; revelar-lhe seus pecados; fazer advertências aos que colocavam sua confiança em outras coisas e não em Deus, tais como na sabedoria humana (Jr. 8:8, 9; 9:23, 24); na riqueza (Jr. 8:10); na autoconfiança (Os. 10:12, 13); no poder opressor; em outros deuses; chamá-lo de volta à retidão e indicar-lhe seus deveres diante de Deus. Uma cuidadosa leitura do Antigo Testamento mostrar-lhe-á que o profeta era um homem levantado para testemunhar de Deus, para ser Seu porta-voz junto ao povo, para aconselhá-lo nos tempos de confusão e instrui-lo nos Seus caminhos.
Os profetas não aceitavam uma sociedade injusta, mas lutavam pela manutenção dos princípios do pacto do Sinai e por eles davam a vida. Condenavam especialmente a opressão social, ou seja, não admitiam que os mais ricos explorassem os que nada tinham (Am. 4:1). Também pregavam contra a bajulação aos abastados, usada para conseguir qualquer favor (Am. 6:1). Por esses posicionamentos, vemos que o povo de Deus tinha e tem de ser comprometido com o seu Deus e não com o homem. A mensagem profética é muito atual.
Sendo embora a “previsão” uma parte do ministério profético, até mesmo este “dizer no futuro” servia aos objetivos mais imediatos da chamada do povo ao arrependimento e ao serviço a Deus.
A dupla natureza do ministério profético do Antigo Testamento, deve ser compreendida a fim de que corretamente se interpretem as passagens referentes ao futuro.
A maioria dos homens ainda não conhece e nem vive essas verdades e o Senhor está esperando que seus pregadores despertem e anunciem a Sua santa vontade.
2.     As Duas Escolas De Interpretação Profética
Muitos evangélicos (fundamentalistas, dispensacionalistas) seguem o método da interpretação literal das profecias, do Antigo Testamento. Creem eles que o profeta ao falar sobre “Israel”, ele estava sempre se referindo ao povo judeu. Em seu conceito as profecias são nacionais, geográficas e literais, destituídas de um sentido espiritual mais profundo. O “trono de Davi” seria simplesmente uma cadeira feita por mãos humanas, colocada num templo igualmente construído por mãos humanas na cidade conhecida como Jerusalém, Israel.
Como podemos observar, tais escolas de interpretação induzem a conclusões que se opõem, tanto à letra como ao espírito do Evangelho. Elas surgiram através dos ensinamentos do Sr. Darby, da Igreja Plymouth Brethren, Inglaterra, no século XIX (1840), sendo perpetuadas pelo Dr. Scofield nas notas em sua Bíblia. A teoria do dispensacionalismo, de interpretação profética, exclui a Igreja das promessas feitas ao povo de Deus sob a velha aliança, colocando no futuro (milénio) o Reino de Deus. Este “retalhamento” da Bíblia é obra de homens, sem qualquer base nas Escrituras.
Cremos que a maneira mais bíblica de interpretar as profecias do Antigo Testamento é seguir a orientação dos escritores do Novo Testamento, que frequentemente lhes fazem referências como a “símbolos” e “figuras” das grandes verdades do Evangelho.
“Israel” equivale ao povo escolhido de Deus, em todas as gerações. Ao referir-se Paulo a “Israel segundo a carne” (1 Co. 10:181, ele está falando do povo judeu; “Israel de Deus”, por sua vez, significa para ele todos quantos são novas criaturas em Cristo Jesus, onde “nem a circuncisão é coisa alguma, nem a incircuncisão” (Gl. 6:1-5).
Com esta compreensão sobre a profecia, podemos agora entender as palavras de Paulo: “Porque não é judeu quem o é apenas exteriormente, nem é circuncisão a que é somente na carne. Porém judeu é aquele que o é interiormente, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede dos homens, mas de Deus” (Rm. 2:28, 29).
A leitura cuidadosa de Gálatas 2-4 mostrará claramente o caráter anti-bíblico da escola de interpretação literal. Após esta rápida introdução, observemos agora o mistério dos profetas.
3.     As Profecias
Primeiramente, permita-nos dizer que quem não conhece as profecias bíblicas está, na verdade, em falta diante do Eterno. A genuína fé implica em estarmos fundamentados nos ensinos dos profetas, sem os quais não temos como conhecer e justificar nossa esperança.
O estudo das profecias visa assegurar a esperança e a certeza do futuro com mais significado para o cristão. Pedro disse que as profecias são como uma luz que alumia lugares escuros, ou seja, revelam-nos o desconhecido (2 Pe. 1:19).
O Eterno sempre mostrou antecipadamente aos profetas as coisas do porvir e não quer que estejamos em trevas, ignorantes e desorientados. O que revelou é para conhecimento de Seu povo: “Certamente, o Senhor o Eterno não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas” (Am. 3:7).
Isaías foi o mais iluminado de todos os profetas do Antigo Testamento. Suas profecias referentes ao Messias que Se assenta no trono de Davi (Is. 9:6-7) e ao sofrimento do Salvador (Is. 53:1-12) fazem clara alusão à pessoa de Jesus. Nos capítulos 54 e 55, as profecias feitas a Israel significam uma chamada à retidão por parte da nação e uma promessa de graça para todo o povo de Deus.
Jeremias repete a promessa de Deus a Abraão a respeito da terra (Jr. 32:37), reportando-se também claramente à nova aliança que Ele faria com a casa de Israel. “Eis que aí vem dias, diz o Senhor, e firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porquanto eles anularam a minha aliança, não obstante eu os haver desposado, diz o Senhor. Porque esta terra é a aliança que firmarei com a casa de Israel, Depois Daqueles Dias, diz o Senhor. Na mente lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscrevereis; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. Não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao Senhor, porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o Senhor. Pois perdoarei as suas iniquidades, e dos seus pecados jamais me lembrarei” (Jer. 31:31-34).
Isso ao mesmo tempo mostra a espiritualidade da nova aliança. Suas exigências não são simplesmente dadas na forma de regras externas, mas no Espírito de vida que possui o coração, a lei torna-se um princípio interno de dominação, e assim a verdadeira obediência é garantida.
O apóstolo Paulo repete esta profecia de Jeremias em Hebreus 8:8-12. Seu argumento se baseia em que, se não tivesse havido falhas na primeira aliança, não haveria razão para uma segunda (v. 7). Conclui dizendo que, ao fazer-se a nova aliança, a antiga consequentemente se tornou “antiquada e envelhecida, prestes a desaparecer” (v. 13). 
Ezequiel, contemporâneo de Jeremias, ao referir-se a uma futura aliança de paz - sem obras - usa quase a mesma linguagem: “Farei com eles aliança de paz; será aliança perpétua. Estabelecê-los-ei, e os multiplicarei, e porei o meu santuário no meio deles para sempre. O meu tabernáculo estará com eles; Eu serei, o seu Deus e eles serão o meu povo” (Ez. 37:26, 27).
O bispo Tiago, em Atos 15:16, cita a profecia de Amós 9:11 para demonstrar que o tabernáculo de Davi, ou seja o tabernáculo de louvor, é a herança dos gentios e de todos aqueles que procuram o senhor.
O Soberano Deus afirma que o que está registado na Bíblia por seus servos e profetas são suas palavras. Dentro deste livro Deus reivindica soberania sobre todas as coisas que existem e sobre todos os seres humanos e seu destino eterno. A Bíblia é o único livro sobre o planeta Terra, que pode demonstrar que a sua inspiração sobrenatural em sua origem e que é de um ser que existe fora desse mundo físico. Uma maneira de fazer isso é de prever com uma precisão incrível eventos pessoais e do mundo antes que eles aconteçam e, em seguida, trazer esses eventos para passar em todos os detalhes dentro de um período de tempo especificado. O cumprimento da profecia é a maior prova da existência de Deus e que ele tem autoridade e poder soberano sobre sua criação.
4.     A Casa De Israel
Devido a uma errónea e radical conceção a respeito da identidade de “Israel”, muitos problemas surgiram na interpretação de profecias. Para reconhecer as promessas que lhe são feitas, temos que saber quem é realmente Israel.
O nome “Israel” aparece pela primeira vez nas Escrituras em Génesis 32:28: “Então disse: Já não te chamaras Jacó, e sim, Israel: pois como príncipe lutastes com Deus e com os homens, e prevaleceste”.
É muito importante saber que este nome não lhe pertencia pela natureza, mas pela graça. O nome Israel selou Jacó como um homem regenerado, indicando logo de início que ele seria outorgado aos “descendentes espirituais de Abraão” e não seus mandamentos naturais. Desde sempre o nome Israel teve um duplo sentido - o natural e o espiritual.
Com estes dois sentidos, natural e espiritual, frequentemente se referem os Salmos a Israel: “Com efeito Deus é bom para com Israel, para com os de coração limpo” (Sl. 73:1). Aqui o salmista faz alusão não ao Israel judeu, mas aqueles cujo coração estava limpo diante de Deus.
Desejando estabelecer distinção entre os dois significados da palavra “Israel”, o apóstolo Paulo escreveu a respeito do “Israel segundo a carne” (1 Co. 10:18). Quem seria então o “Israel segundo o espírito”? Pois, todos aqueles nascidos de novo e que adoram a Deus em espírito e em verdade. A esta altura está mais do que evidente que o termo Israel possui mais de um significado.
Referências mais pormenorizadas do Novo Testamento, sobre Israel, podem ser compreendidas apenas no contexto do “Israel espiritual”, não do “Israel nacional”. Vejamos apenas algumas delas:
a) At. 13:23 – “trouxe Deus a Israel o Salvador, que é Jesus”.
b) At. 28:20 – “é pela esperança de Israel que estou preso...”
c) Gl. 6:16  - “E a todos quantos andarem... e sobre o Israel de Deus”.
d) Rm. 9:6  - “... porque nem todos os de Israel são de facto israelitas”.
O Novo Testamento ensina claramente que as promessas feitas sob a antiga aliança não se destinavam a uma “nação”, mas a um “povo”, e foram recebidas não pelo nascimento natural e sim espiritual. Essa é a razão por que provém da fé, para que seja segundo a graça, a fim de que seja firme a promessa para toda a descendência, não somente ao que está no regime da lei, mas também ao que é da fé que teve Abraão - porque Abraão é pai de todos nós... (Rm. 4:16).
Também a “Jerusalém” podem ser aplicados os mesmos princípios de dupla interpretação. Tanto no Antigo como no Novo Testamento a Igreja é representada por esse nome: “Falai ao coração de Jerusalém” (Is. 40:2). Ainda: (Gl. 4:25, 26 e Ap. 3:12).
5.     Os Filhos De Abraão
Jeová disse repetidamente aos israelitas que eles eram um “povo escolhido”, um povo de “propriedade especial” de Deus (Êx. 19:5-6; Dt. 7:6), e estas mesmas expressões são aplicadas ao povo de Deus em Cristo, Israel espiritual (1 Pe. 2:9; Tt. 2:14). Aqueles que obedecem ao chamado do evangelho, que vêm para a comunhão com Deus em Jesus Cristo, são o povo de Deus num sentido “especial”.
No tempo de Jesus os fariseus argumentavam que, sendo eles “filhos de Abraão”, eram justos e não precisavam de aceitar o Evangelho. Censurando-os, Jesus lhes disse: “Se sois filhos de Abraão, praticai as obras de Abraão” (Jo. 8:39). Eles eram na realidade filhos de Abraão, mas apenas segundo a carne.
Se os judeus, e aqueles que declaram ser israelitas espirituais, lerem Deuteronómio 7:7-8, esta afirmação significativa desanimaria o falso orgulho. “Não vos teve o Senhor afeição, nem vos escolheu porque fôsseis mais numerosos do que qualquer povo, pois éreis o menor de todos os povos, mas porque o Senhor vos amava e, para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão poderosa e vos resgatou da casa da servidão, do poder de Faraó, rei do Egito”.
Foi o amor de Deus pela humanidade caída que iniciou sua aliança e promessas a Abraão – que uma nação especial seria construída e que em seu descendente (singular, Cristo) seriam “abençoados todos os povos (Gl. 3:8-16). A passagem em Deuteronómio 7 conta aos judeus que eles eram os “escolhidos”, não para glorificação de uma raça, mas para a bênção de todos os povos em Cristo.
Novamente nos deparamos com o duplo significado da profecia: o natural e o espiritual. “Sabei, pois, que os da fé é que são filhos de Abraão” (Gl. 3:7). Tomando o princípio dessas palavras dirigidas aos judeus, devemos refletir no facto de que nós, como cristãos, somos os verdadeiros descendentes (filhos) de Abraão, e todas as promessas que Deus lhe fez pertencem-nos, pela fé em Jesus Cristo.
Com versículos como este podemos enterrar definitivamente todo o literalismo da escola dispensacional de interpretação.
6.     A Nova Aliança é Um Testamento
Antes de mais, entender a diferença entre o Antigo e o Novo Testamento é um dos fundamentos mais importantes que devem ser estabelecidas para compreender corretamente a Palavra de Deus.
O significado da palavra “testamento” na So how does the Bible use the word?The Bible uses the another meaning of the word "testament".Bíblia vai no sentido de “última vontade e testamento”, ou como comummente acabamos por chamar de “vontade”. The testaments are a type of will, an issue of instructions to be carried out once the one giving the will has died.A última vontade e testamento de uma pessoa só pode ser exercido, depois que essa mesma pessoa tenha morrido, a fim de que a herança seja recebida por aqueles nomeados no testamento.
Na Bíblia, isto também é verdade para a Nova Aliança para entrar em vigor. Quando Jesus estava vivo na Terra, ele ensinou sob a antiga aliança ou do Antigo Testamento. Ele ensinou ao abrigo da lei, que incluiu os dez mandamentos e todos os ensinamentos de Moisés, que muitos anos antes foi dada por Deus a Moisés.
Quando Jesus morreu, rectificou a Nova aliança, transformando-a num testamento. Por esta razão, Cristo é o Mediador da nova aliança, para que os que são chamados recebam a promessa da herança eterna, visto que ele morreu como resgate pelas transgressões cometidas sob a primeira Aliança (Hb. 9:15).
A mesma palavra grega (diatheke) é usada para descrever a Nova Aliança e o Novo Testamento. A antiga aliança jamais foi chamada de testamento, pois um testamento (que significa também uma promessa) somente pode ser feito por alguém que vai morrer.
A antiga aliança foi escrita em pedra fria, mas a nova está escrita em nossos corações e mentes! A primeira foi uma cópia do celestial e classificada como a sombra.
A nova é um ser espiritual (Rm. 7:7, 12, 14).
O “sangue da aliança” citado por Moisés (Êx. 24:8) era o símbolo do sangue do Novo Testamento: o precioso sangue de Jesus vertido no Calvário (Mt. 26:28). Por Sua morte, Cristo retificou a aliança, transformando-a num testamento.
7.     O Conteúdo Da Nova Aliança
A aliança cristã é composta de promessas divinas que garantem a santificação e a preservação do povo de Deus até ao dia final de salvação. Em Hebreus 8:10-12 elas se encontram resumidas em quatro palavras: regeneração, reconciliação, santificação e justificação.
Regeneração –– “Nas suas mentes (que é o lugar onde procedem nossos pensamentos, ideias, raciocínio...) imprimirei as minhas leis; também sobre os seus corações (que é o centro de nossas emoções, desejos e sentimentos - o âmago da nossa alma) as inscreverei” (Hb. 8:10). O homem não mais está sujeito a uma lei externa; ele agora reage segundo a obra interior do Espírito, que recebe por graça. O povo de Deus não se esforça, como antes, para se mudar a si mesmo pela obediência, pois ele foi transformado pela atuação de Deus, e a Sua vontade e lei foram escritas nos seus corações e mentes.
Reconciliação – “E Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo” (Hb. 8:10). O povo de Deus não precisa mais ficar do lado de fora do tabernáculo, enquanto apenas um deles entra no lugar santíssimo. Novo relacionamento foi estabelecido. Quebrou-se a maldição do pecado de Adão. O homem pode novamente desfrutar de uma aproximação com o seu Pai celestial, acompanhado de todas as bênçãos de provisão e proteção.
Santificação – “E não ensinará jamais cada um ao seu próximo nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior” (Hb. 8:11).
Israel era uma nação pecaminosa, não santificada. “O boi conhece o seu possuidor e o jumento o dono da sua manjedoura; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende. Ai desta nação pecaminosa, povo carregado de iniquidade, raça de malignos, filhos corruptores; abandonaram o Senhor, blasfemaram do Santo de Israel, voltaram para trás” (Is. 1:3-4).
Na nova aliança o Espírito Santo está dentro de nós, como o guia à verdade e o revelador de Jesus Cristo. Pela primeira vez é possível o processo divino da santificação.
Justificação – Um ato judicial de Deus no qual Ele declara, sobre a base da justiça de Jesus Cristo que todas as demandas da lei estão satisfeitas com respeito ao pecador. Os que são justificados tem “paz com Deus”, “Segurança da salvação” (Rm. 5:1-10) e uma herança entre os que são santificados (At. 26:18). “Pois, para com as suas iniquidades usarei de misericórdia, e dos seus pecados jamais me lembrarei” (Hb. 8:12). Eis aqui a promessa bendita do completo perdão de pecados. Vemos o quanto a nova aliança é “melhor” do que a antiga, que significava apenas uma promessa de coisas que estavam por vir. Enquanto na antiga aliança havia uma “recordação de pecados todos os anos” (Hb. 10:3), na nova eles são inteiramente perdoados e esquecidos. Toda a sorte de maldade é incluída nesta oferta maravilhosa de misericórdia: injustiça, pecados e iniquidades.
8. As Condições Da Nova Aliança
A mais dramática diferença entre a velha e a nova aliança é a condição exigida de todos no sentido de se entrar em relação de aliança com Deus.
Veja Romanos 4 e Gálatas 3. Nestes dois grandes capítulos Paulo ensina a doutrina da justificação pela fé. A base desta ilustração é a velha aliança, que exigia obediência à lei, e mediante a qual ninguém poderia ser jamais tido por justo.
Devemos notar que condição alguma é imposta ao pecador que procura perdão e salvação, a não ser a fé na obra completa de Jesus Cristo. Qualquer outro evangelho é um evangelho falso.
Foi a leitura e a meditação sobre esta verdade bendita que dissuadiu Martinho Lutero da doutrina de obras, pregada pela Igreja Católica Romana e por ela praticada através da venda do “indulgências do pecado”, a par de pagamento em dinheiro - subornos a fim de se praticar impune e livremente a maldade.
Quando, pela iluminação do Espírito Santo, Lutero pode perceber que o homem se tornaria justo tão-somente através da fé, e que pelos mesmos meios da fé ele permaneceria neste estado de graça, então ele se separou do sistema romano, tornando-se o pai da Reforma da Igreja.
Nos lugares onde ainda se prega o “evangelho de obras”, e onde o dom gratuito de Deus não é compreendido, as pessoas estão vivendo negras épocas de bancarrota espiritual. Desastradamente muitos desses lugares são chamados de “igrejas evangélicas”.
9. Conclusão
A nova aliança (o N. T.) é uma dispensação de promessas gratuitas de graça e misericórdia, aos pecadores culpados e condenados. Ela fala em primeiro lugar ao indivíduo, convidando-o a aceitar a oferta da salvação; depois o trata como membro do Corpo de Cristo, o povo escolhido, o Israel de Deus - os verdadeiros herdeiros das promessas de todas as alianças. 

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