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domingo, 4 de novembro de 2012

O Exemplo de Ana é Digno de Ser Seguido Quando Esperamos Pelas Maravilhas de Deus!



Leitura: 1 Samuel 1:1-17
Elcana era, evidentemente, um bom esposo para Ana, mas com o relaxamento geral da moral, o casamento deteriorara, e os amargos efeitos da poligamia estão aqui ilustrados. Como Ana era amada de um modo especial, Penina a odiava.
A grande tristeza de Ana, de ser uma mulher estéril, levou-a a buscar a Deus. Nele, ela encontrou o seu único socorro. Quando o nosso coração está prestes a romper-se, o que mais podemos fazer senão derramar nossa queixa diante daquele que está sempre pronto a ouvir nosso clamor? Nós podemos confiar a Deus os nossos segredos; nossa confiança para Ele é sagrada. O amor de Elcana pode ser muito precioso, mas, na maior parte do tempo, temos que pisar as uvas no lagar sozinhos. Depois de termos comido e bebido juntamente com os nossos amigos de tal maneira que eles nem sequer imaginam o que se passa dentro de nós, precisamos de encontrar um ponto onde possamos relaxar e abrir as comportas da tristeza. E que lugar melhor que o propiciatório? Não precisamos de fazer votos pensando em subornar Deus para que nos socorra. As dádivas de seu amor são mais abençoadas para ele que as dá do que para nós que as recebemos. Mas, simplesmente por amor a Deus podemos votar o que quisermos.
Ana era a esposa estéril de Elcana. Ela não tinha filhos e, por isso, vivia em oração aos pés do Senhor. Um dia, em grande aflição de alma, orou de forma especial ao Senhor pedindo-Lhe um filho varão. Nessa oração, fez um pacto com Deus em que determinou que esse filho seria nazireu, dedicado a Ele todos os dias de sua vida.
Há na Bíblia muitos servos e servas cujas vidas são exemplos e desafios de fé para todos nós. Em Ana, a mãe de Samuel, por suas experiências, vemos características especiais, que não cabem só às mães, mas a todos os cristãos em geral. São virtudes básicas para quem quer inaugurar um tempo profético na sua vida e história, debaixo de uma unção capaz de gerar vitórias e desatar conquistas segundo o coração de Deus. Poderíamos dizer que Ana foi um exemplo a ser seguido.
O Senhor então usa o sacerdote Eli para liberar a palavra profética do milagre, que quebrou o ciclo da esterilidade e inaugurou o tempo profético da conquista e da vitória. O Senhor fez a Sua parte e concedeu-lhe Samuel. Samuel era mais do que o filho de Ana, era mais do que um profeta: ele era o milagre, o selo da intervenção sobrenatural de Deus não só na vida de Ana, mas também na sua casa, na nação de Israel e em nossas vidas.
Com o nascimento de Samuel podemos dizer que não nasceu só um grande profeta de Deus, mas com ele nasceu uma geração profética que, pelas suas características, continua influenciando a vida de muitos servos e servas de Deus. Samuel foi o resultado de um grande milagre: o profeta nasceu para selar o fim de um ciclo de esterilidade na vida de sua mãe.
Como Igreja do Senhor, que crê em palavras e ações proféticas, que crê que o tempo dos sinais, prodígios e maravilhas de Deus não foram apenas coisas do passado, que crê que os ciclos de esterilidade e derrota podem (e vão!) ser quebrados e substituídos pelos ciclos da conquista e da vitória, quando olhamos para esse episódio maravilhoso, percebemos, na vida daquela mulher, pelo menos três características ou qualidades que precisamos ter para que o tempo profético e os frutos da profecia se cumpram em nossas vidas.
1.     Três características importantes de Ana:
É certo que muitos pais colocam o nome Ana em suas filhas por causa da personagem bíblica do Antigo Testamento, a mãe de Samuel. Ela entrou para a história como alguém que foi feliz em sua oração feita a Deus, atendida por Ele de modo especial. Vejamos algumas características desta oração:
a) Prática da oração (1:10-11).
Orar sempre, e nunca esmorecer, é porque ela sabia que a oração produz poder, e um servo de Deus sem poder, é como uma candeia colocada debaixo do alqueire, não serve para nada porque não ilumina.
É incrível que, mesmo triste e abatida por ser uma mulher estéril, Ana não se afastava da presença do Senhor. Ela levava aos ouvidos do Senhor as suas necessidades em oração. Quando o nosso coração está prestes a romper-se, o que mais podemos fazer senão derramar nossa queixa diante daquele que está sempre pronto a ouvir o nosso clamor? Precisamos aprender a gemer longamente diante de Deus, para que Ele nos conceda as bênçãos que buscamos, sem nos preocuparmos com o que estão pensando de nós (1:12-14). No seu propósito de ir ao Senhor em oração pela conceção do seu filho, ela não se preocupou em ser considerada extravagante e orava com o coração. Isto pode confundir os homens, mas com certeza abre as janelas dos céus.
Eis aqui um encantador modelo da comunhão íntima com Deus e seus resultados. Muitos iam e vinham ao pátio do tabernáculo. Não era o melhor lugar para uma oração particular ou pessoal; e essa triste mulher não tinha condições de proferir petições audíveis, por isso falava consigo mesma. Todos podemos agir desse modo no meio das multidões que passam alegremente junto de nós em seu caminhar despreocupado. Não desanimemos pelo cansaço. “Demorando-se ela no orar perante o Senhor”. As pessoas podem nos interpretar mal e censurarem-nos. Os Elis que julgam superficialmente podem chegar a conclusões apressadas, mas continuemos orando! Continuemos orando mesmo que a oração pareça impossível de ser atendida! Continuemos orando, embora o coração e a carne falhem! Continuemos orando, porque Deus ainda levantará o pobre do pó e o necessitado do monturo! E depois que tivermos entregado nossa causa a Deus, podemos ir em paz e não fiquemos mais tristes.
“Lembrando-se dela o Senhor”. Claro que se lembrou. Ele nos tem gravado na palma de suas mãos e os arruinados muros da nossa paz estão sempre diante dele. A hora virá quando, como Ana, nós estaremos de volta ao ponto onde a oração foi feita, para confessar que Deus atendeu à petição que lhe fizemos. Deus não pode falhar e as suas dádivas são mais doces e mais seguras quando seus filhos as devolvem a eles.
É necessário desenvolvermos essa prática em casa, nos grupos e onde for necessário. É com espírito de oração, intercessão e súplicas, que as bênçãos espirituais são concebidas e os céus proféticos são abertos, e que pessoas comuns são transformadas em incomuns por sua dedicação a Deus. Como homens e mulheres de Deus, só conquistaremos no sobrenatural de Deus, inclusive almas para Jesus, quando pedirmos ao Pai com intensidade.
b) Fidelidade (1.25-28).
O facto de não poder ter filhos era algo que médico algum poderia resolver, o que fez com que Ana fizesse de Deus o seu único recurso. Diferente de Sara e Raquel, esposas de Abraão e Isaque, que deram suas servas aos maridos para que gerassem filhos (com graves consequências), Ana decidiu esperar totalmente pela provisão de Deus, sem tentar dar um “jeitinho” ou um “plano B” para receber uma resposta positiva.
Ana expôs de maneira específica o anseio de seu coração. Deus parece se alegrar quando somos diretos em nossas orações, e Ana deixou isto bem claro: queria um menino. Como Salomão que pediu sabedoria a Deus para poder reinar (1 Rs. 3:5); como Bartimeu que, diante da pergunta de Jesus: “que queres que eu te faça?”, foi direto – “que eu volte a ver!” (Mc. 10:51-52); nós precisamos ser claros e diretos em nossas orações. Isto não quer dizer que vamos forçar Deus a nos dar o que queremos, mas, como Jesus no Getsêmani, dizer: eu quero isto, mas que a Tua vontade seja feita.
Ela não deixou de adorar a Deus porque ainda não havia recebido a sua bênção; pelo contrário, mesmo sendo escarnecida e afligida por Penina, pelo facto de ser estéril, Ana permaneceu fiel ao Senhor e perseverou na adoração. Ana fez um voto ao Senhor, caso recebesse a sua bênção, e foi abençoada concebendo Samuel. No tempo devido, Ana foi ao templo com seu marido para apresentar Samuel ao Senhor.
O voto de Ana, que demonstra toda a sua fidelidade e gratidão a Deus, mostrou que o seu foco não estava apenas em si mesma. Ela estava pronta para abrir mão da bênção que tanto queria, caso fosse esta a vontade de Deus. E abrir mão de um filho único, na antiguidade, era como abrir hoje mão do plano de aposentação. Ao fazer o voto de entregar o filho ao sacerdote, Ana estava quebrando o ciclo da barganha com Deus para declarar que sua prioridade era o Reino, e não ela mesma. E Deus agradou-se tanto de dar um filho a Ana que fez dele um dos maiores líderes que Israel conheceu naqueles dias.
Para muitos, isso bastaria. Mas a fidelidade de Ana exigia mais, exigia que ela cumprisse o voto que fizera. Para exercitar tal fidelidade foi necessário a autonegação: a bênção que ela tanto queria, que tanto pediu ao Senhor, deveria ser entregue, devolvida ao Senhor, para cumprimento do seu voto. Ana não fez um pacto com o Senhor só para receber a bênção. Recebeu o filho nos braços e o colocou nos braços do Senhor.
Que exemplo este de Ana para nós. Deus lhe concebeu o dom de ser mãe e ela agora volta e agradece ao Deus de sua bênção entregando o próprio filho ao Senhor. Da mesma forma que Miriam (Êx. 15:21-22), Débora (Jz. 5), ela agora louva ao Deus de sua vida (1Sm. 2). Nosso Deus é digno de toda a honra, toda a glória e todo o louvor, pois demonstrou para com a humanidade inteira o seu infinito amor, entregando seu filho por amor de nós? “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigénito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo. 3:16).
Pela fidelidade e persistência, Deus honrou a humilde Ana. Mulher de oração, mulher de determinação, mulher que não tinha egoísmo, mulher que reconhecia que Deus merecia o melhor da sua vida. Ana não se desesperava, antes, derramava a sua alma nos pés do Senhor. Quieta, não se descabelava, mas orava baixinho, parece que mantinha um segredo com Deus, e tinha. Ana serve de exemplo não somente para as mulheres, mas também para muitos obreiros que lutam e lutam e permanecem infrutíferos. Tudo quanto vão fazer dá errado. Não realizam batismos, não ganham almas. Este é o momento em que o obreiro deve correr para a amurada do barco (no caso do obreiro, a amurada do altar do Senhor) e banhar esta de lágrimas quentes vertidas entre sussurros inefáveis com Deus. Clamando, Senhor: dai-me almas, dai-me filhos na fé, dai-me o dom do céu. Senhor, que eu tenha palavras temperadas com sal; que eu possa falar inspirado não por sabedoria secular, mas pela do Espírito.
É preciso ter a consciência de que não somos donos de coisa alguma; tudo vem do Senhor e aos Seus pés tudo deve ser depositado. Nossas vitórias, independentemente de quais sejam, devem ser colocadas aos pés do Senhor. É assim que se transita em tempos proféticos, onde o sobrenatural de Deus flui soberanamente. Os milagres e vitórias recebidos, e até os “nossos filhos” carnais e espirituais, na verdade não são nossos e devem ser colocados aos pés do Senhor. A expressão da nossa fidelidade a Deus é um selo profético da nossa aliança com Ele e sempre requererá algum nível de autonegação, de renúncia e de desprendimento.
c) Espírito de gratidão (2:1-10).
Ana não vivia somente pedindo ao Senhor; ela orava também agradecida a Ele, em louvor e adoração. Então, orou Ana e disse: O meu coração se regozija no Senhor, a minha força está exaltada no Senhor; a minha boca se ri dos meus inimigos, porquanto me alegro na tua salvação. Não há santo como o Senhor; porque não há outro além de ti; e não há Rocha nenhuma, como o nosso Deus. Não multipliqueis palavras de orgulho, nem saiam coisas arrogantes da vossa boca; porque o Senhor é o Deus da sabedoria e pesa todos os feitos na balança. O arco dos fortes é quebrado, porém os débeis, cingidos de força. Os que antes eram fartos hoje se alugam por pão, mas os que andavam famintos não sofrem mais fome; até a estéril tem sete filhos, e a que tinha muitos filhos perde o vigor. O Senhor é o que tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz subir. O Senhor empobrece e enriquece; abaixa e também exalta. Levanta o pobre do pó e, desde o monturo, exalta o necessitado, para o fazer assentar entre os príncipes, para o fazer herdar o trono de glória; porque do Senhor são as colunas da terra, e assentou sobre elas o mundo. Ele guarda os pés dos seus santos, porém os perversos emudecem nas trevas da morte; porque o homem não prevalece pela força. Os que contendem com o Senhor são quebrantados; dos céus troveja contra eles. O Senhor julga as extremidades da terra, dá força ao seu rei e exalta o poder do seu ungido” (O Salmo de Ana 2:1-10)
A gratidão nos une porque requer um senso de humildade. Você não pode ser grato e orgulhoso ao mesmo tempo. David é humilde o suficiente para saber a quem agradecer por seus talentos, sua saúde, sua família, seu emprego. Esta humildade o torna acessível a mim e a si e nos coloca no mesmo patamar, como recetores de uma sorte para além da razão dada por um Deus incomparável.
Precisamos de aprender com ela, mesmo que ainda o nosso milagre não tenha chegado, nosso coração deve permanecer plenamente grato a Deus. Num mundo onde o mais comum é a murmuração, precisamos de aprender a orar com gratidão ao Senhor. Há muitos cristãos ingratos, só se relacionam com Deus enquanto são atendidos e O avaliam erroneamente pelo que ainda não receberam dEle. Um coração ingrato atrai maldições, mas um espírito agradecido prepara o solo para o Senhor multiplicar as bênçãos (2:20-21).
Intercessores proféticos geram gerações proféticas e desatam tempos proféticos. Muitos continuam em territórios de esterilidade, em várias áreas, por causa da ausência de pelo menos um desses três aspetos encontrados em Ana. É preciso mudanças radicais no aspeto pessoal, para que o tempo das maravilhas de Deus se cumpra em nossas vidas. Tome uma posição profética agora mesmo e decida permanecer na oração fervorosa pelas as suas causas, expresse a sua fidelidade a Deus em todos os níveis e em qualquer circunstância e, sempre, coloque diante de Deus um coração agradecido a Ele pelo que Ele é, e não somente por causa das bênçãos recebidas.

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