“E Elias lhes disse: Lançai mão dos profetas de Baal, que nenhum deles
escape. E lançaram mão deles; e Elias os fez descer ao ribeiro de Quisom, e ali
os matou. Então disse Elias a Acabe: Sobe, come e bebe, porque há ruído de uma
abundante chuva. E Acabe subiu a comer e a beber; mas Elias subiu ao cume do
Carmelo, e se inclinou por terra, e pôs o seu rosto entre os seus joelhos. E
disse ao seu servo: Sobe agora, e olha para o lado do mar. E subiu, e olhou, e
disse: Não há nada. Então disse ele: Volta lá sete vezes. E sucedeu que, à
sétima vez, disse: Eis aqui uma pequena nuvem, como a mão de um homem, subindo
do mar. Então disse ele: Sobe, e dize a Acabe: Aparelha o teu carro, e desce,
para que a chuva não te impeça. E sucedeu que, entretanto, os céus se
enegreceram com nuvens e vento, e veio uma grande chuva; e Acabe subiu ao
carro, e foi para Jizreel. E a mão do Senhor estava sobre Elias, o qual cingiu
os lombos, e veio correndo perante Acabe, até à entrada de Jizreel” (1 Rs.
18:40-46).
Nesse período, Israel estava sob o reinado de Acabe, um
rei que desagradou tremendamente ao Senhor (1 Rs. 16:29-33). Por causa disto, o
Senhor envia Elias para anunciar que Israel seria castigado com a seca (1 Rs.
17:1). Passados três anos e meio, o Senhor envia Elias novamente a Acabe para
levar-lhe as boas novas: “darei chuvas
sobre a terra” (1 Rs. 18:1).
Elias então convoca o povo e todos os profetas de Baal
e do poste ídolo para o monte Carmelo, para um grande confronto, onde Deus
manifestaria a Sua glória e Seu poder (1 Rs. 18:19-40). No entanto, como Deus
não opera na ilegalidade, antes da Sua bênção chegar, algumas coisas deveriam
acontecer: o altar da adoração precisava de ser restaurado (1 Rs. 18:30-32a), o
pecado do povo precisava de ser julgado (1 Rs. 18:37-38), o povo precisava de quebrantar-se
na presença do Senhor (1 Rs. 18:39) e os profetas de Baal e do poste ídolo
precisavam de ser julgados (1 Rs. 18:40).
O profeta Elias acaba de ser usado pelo Senhor para
realizar um grande milagre. Ele tem apenas uma oração simples e Deus abriu os
céus e enviou fogo, provando ser o Senhor de todos. Elias acabou de ver o povo
de Israel curvar-se diante de Deus e proclamar a sua fé e lealdade a ele. Elias
acabou de matar os 450 profetas de Baal. Seu dia foi muito ocupado para dizer o
mínimo. A maioria de nós teria procurado uma poltrona para que pudéssemos
descansar. Mas Elias não!
Assim, em vez de andar no por do sol para saborear a
sua vitória sobre o mal, Elias começa a trabalhar novamente para ver se a chuva
vem como Deus prometeu que viria. Ele nos ensina uma lição nesta passagem de que
não há lugar para desistir. Nunca vai ter um dia em sua caminhada com Deus, de
modo a que tenha a oportunidade de se sentar e não fazer nada. Muitos estão
fazendo exatamente isso, mas não é porque não há nada para fazer. Não é também porque
o Senhor lhes permite que se sentem. Sentam-se, pois, ao contrário de Elias, porque
nunca aprenderam a verdade de que a caminhada dos filhos de Deus na sua obra
nunca termina!
Todos nós já ouvimos o velho ditado, “Um homem pode
trabalhar de sol a sol, mas o trabalho de uma mulher nunca acaba”. Esse é um
ditado verdadeiro para muitas mulheres! O mesmo pode ser dito sobre um servo do
Senhor também. Quando uma pessoa chega ao local onde é totalmente entregue à
vontade de Deus para a sua vida, ela nunca irá parar de servir, até que Ele a chame
para casa. Unamo-nos a Elias no rescaldo da sua grande vitória no Carmelo e
aprendamos a lição de que o trabalho do Profeta nunca acaba. Há três
características apresentadas por Elias nestes versículos que nos ensinam como
podemos permanecer ocupados todo o tempo na obra do Senhor.
São essas as condições para o avivamento e a renovação
espiritual. Entregue-se qualquer igreja à consagração, à oração fervorosa e à
extirpação do erro, e não é preciso haver ansiedade quanto ao resultado: haverá
chuva em abundância.
Elias, nesse episódio, mostra algumas características muito importantes não
só quanto ao seu perfil do intercessor eficaz, mas também quanto ao tipo de
oração que atrai a providência sobrenatural de Deus.
1. Algumas
características importantes do intercessor eficaz:
a) Tem comunhão e harmonia com Deus
À medida que vamos amadurecendo no Cristianismo,
começamos a compreender que ser crente não é apenas um privilégio, mas também
constitui uma responsabilidade. E sendo a principal barreira que impede a
expansão da influência de satanás no mundo, precisamos entender bem a
importância da comunhão e harmonia com Deus.
A palavra comunhão, tão proferida nos meios
evangélicos e tão desejada pelas igrejas, provém do termo grego (koinonia), “comunhão”,
“relação”, “comunicação”. Vem de (koiné), que significa “comum”, que por sua
vez deriva-se do latim communis (servir a, trabalhar com).
A comunhão com Deus é a essência do louvor. Nossa
comunhão com Deus está condicionada à nossa comunhão com o próximo e a uma vida
sem pecado. Deus não é como o homem que conhece somente o exterior, Ele é
Omnisciente, Omnipresente e Omnipotente (Sl.139), conhece nosso coração e
nossas intenções, não tem como escondermos nada dele. A sinceridade deve ser a
essência de nossas vidas.
Ter comunhão com Deus é diferente de ter a vida de
Deus. A vida de Cristo em nós é um facto (2 Co 5:17; Cl. 1:27; 3:4). Não
depende de qualquer esforço nosso e é produzida pelo Espírito Santo (Rm. 8:9-11;
Jo 1:13; 3:6). A comunhão, por sua vez, é conquistada com diligência e esforço
(1 Co. 9:23-27) “Com toda oração e súplica, orando em todo tempo no
Espírito, e para isto vigiando com toda a perseverança” (Ef. 6:18).
A vida é fruto do nascimento - a comunhão, do relacionamento.
Por várias vezes encontramos na palavra de Deus o
versículo: “Amarás o Senhor, teu Deus, de
todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu
entendimento” (Dt. 6:5; Lc. 10:27; Mc. 23:30; Mt. 22:37). Não temos como
fugir, o amor a Deus deve ser sobre todas as coisas, pois Ele é o dono de tudo.
Só temos condições de estar em harmonia com Ele, se O amarmos de todo o nosso
coração. Devemos pensar em Deus e almejar a sua presença todo o tempo de nossas
vidas, não é assim quando amamos alguém?
O Senhor Jesus quer fazer morada em nossa casa e em
nossas vidas (Ap. 3:20), mas Ele não é atrevido e só vem morar connosco se
quisermos. Quando recebemos alguém em nossa casa, fazemos o possível para
mostrar harmonia em nossa família, faz parte da boa educação, não queremos
constranger nossas visitas. O mesmo devemos considerar sobre a presença de Deus
que é muito agradável, além de indispensável. Não podemos ofendê-lo fazendo
aquilo que não o agrada. Devemos ser santos naquilo que vemos, ouvimos, falamos
e fazemos (1 Pe. 1:13-25).
A Bíblia nos aconselha por diversas vezes a amar o
próximo como a nós mesmos ou como Cristo nos amou (Tg. 2:8; Gl. 5:14; Jo. 13:34;
Mt. 22:39) e ainda chega a chamar de mentiroso aquele que diz que ama a Deus e
não ama seu irmão (1 Jo. 4:20). Não temos como fugir! Quem não ama o seu irmão
não tem comunhão com Deus, pois não está de acordo com a sua palavra. Este
parece ser o mandamento mais difícil que Deus nos deixou. Devemos tomar muito
cuidado, pois é aí que muitos de nós tropeçamos. O capítulo de 1 Coríntios 13
anula qualquer sacrifício, qualquer dom e qualquer obra se não temos o amor. A
comunhão com nossos irmãos nos leva à comunhão com Deus, ou nossa comunhão com
Deus depende de nossa comunhão com os irmãos.
Ter comunhão é estar de acordo com alguém, ter
uniformidade de ideias é estar em harmonia. Louvar é elogiar, exaltar,
glorificar. O louvor a Deus só acontece quando se tem comunhão com Ele. Não tem
como elogiar alguém se não está de acordo com este.
A harmonia é definida como um acordo de sentimentos,
ideias ou ação; andando bem juntos. Fala-se mesmo de perfeita
harmonia. Também é um termo musical para explicar o som de dois ou mais tons
musicais em um acorde. Somente a verdadeira harmonia com Deus, pode nos trazer
também uma verdadeira harmonia para nós mesmos e para o relacionamento com o
nosso próximo.
O termo é
usado aqui para falar sobre a totalidade do nosso ser inteiro: espírito, alma e
corpo estar em um estado de plenitude, indivisível e ininterrupta, a fim de sermos
homens e mulheres íntegros diante de Deus. Quando não estamos em paz connosco,
ou com aqueles a quem amamos, isto é um sinal de que a nossa comunhão com Deus
foi interrompida e necessita de ser restaurada, pela limpeza dos canais que
obstruíram tal comunicação com Deus, no espírito.
O exemplo mais marcante que eu posso pensar é o de
Jesus no jardim de Getsêmani
quando submeteu a Sua vontade e todo o seu ser à vontade de Deus, onde teve de experimentar as piores
profundezas da angústia, o que significa que sofreu grande aflição, sabendo de antemão que o proceder nobre que ele adotaria envolveria alguma
agonia. Sua alma e emoções intensas
completamente submetidas ao seu espírito e as suas acções corporais em perfeita
consonância com o que estava acontecendo no fundo de sua alma, mente e
espírito. Ele levantou-se vitorioso e inflexível em
sua decisão. Deveras, Jesus sabia que teria de manter a sua integridade mesmo a ponto de
sofrer a morte.
A questão não é só falar com Deus, mas também é ouvi-lO
e discernir a Sua voz. É preciso manter-se ligado a Deus, pela adoração, mesmo
quando preferiria estar em outro lugar. É preciso manter-se ligado a Deus, ter
comunhão, saber que Cristo está aqui connosco. É preciso manter-se ligado a Deus, orando, confiante
de que Deus vai responder da melhor forma. É preciso manter-se ligado a Deus,
lendo a Bíblia, mesmo que às vezes seja difícil de entender. É preciso manter-se
ligado a Deus, rápido, sabendo que podemos viver sem o que desistir. É preciso manter-se
ligado a Deus, servindo aos outros, porque sabemos que podemos ver Cristo no
rosto dos inferiores, os últimos, os perdidos, e os solitários. É preciso manter-se ligado a Deus fazendo
parte do reino de Deus e fazendo o trabalho de Deus. É uma conexão da qual
nunca se vai arrepender.
É preciso uma vida de obediência à voz de Deus (1 Rs.
17:2; 18:1). É preciso conhecer a vontade de Deus e obedecê-la, isto é: andar
em harmonia com Deus, em linha com os Seus propósitos. Obediência à Palavra de
Deus é essencial para termos poder na oração!
b) Tem compromisso com a santidade
Podemos viver no ar puro do Céu. Poderemos fechar a
porta para a imaginação impura e os pensamentos não santificados se levarmos
nosso coração à presença de Deus por meio da oração sincera. Aqueles cujo
coração estiver aberto para receber o apoio e a bênção de Deus andarão em uma
atmosfera mais santa do que a da Terra e manterão comunhão constante com o Céu.
O coração deve almejar constantemente a presença e a graça de Jesus para que a
mente receba a iluminação divina e a sabedoria celestial.
Necessitamos de ter uma visão mais clara de Jesus e
uma compreensão mais ampla do valor das realidades eternas. A beleza da
santidade deve encher o coração dos filhos de Deus. Para conseguir isso,
devemos buscar as divinas revelações das coisas celestiais.
Devemos manter-nos tão perto de Deus que, em cada provação inesperada,
nossos pensamentos se voltem para Ele tão naturalmente quanto a flor se volta
para o sol. O girassol se mantém virado para a direção do sol. Se é desviado da
luz, ele gira o próprio caule até levantar as pétalas em direção aos luminosos
raios solares. Assim, também, todos os que entregaram o o seu coração a Deus
devem virar-se para o Sol da Justiça e com profundo desejo procurarar receber
os brilhantes raios de glória que saiem da face de Cristo.
Creio que, na verdade, para uma aliança próspera com
Deus bastaria sermos santos, separados plenamente para Ele. No entanto, parece
que dessa forma, não compreendemos claramente o conceito de andar em aliança
com Deus; nossa mente precisa de algo mais, em termos de definições, para
aprofundarmos o conceito do discípulo de aliança. Poderíamos resumir dizendo
que estar em aliança com Deus é ter compromisso com a santidade, o que
pressupõe dois aspectos fundamentais: andar como alguém que foi santificado ou
separado pelo Senhor para Ele mesmo e como alguém que pessoalmente se santifica
ou separa para o Senhor. Porque aqueles que são espirituais devem separar-se
daqueles que estão frios espiritualmente! Se permitir ser influenciado por
aqueles que são frios em sua caminhada com Deus, eles vão baixar a sua
temperatura espiritual. Nesse aspecto, a palavra-chave para aliança com Deus é compromisso
com a santidade. Em síntese, quem está em aliança com Deus é santo e está
comprometido com Ele, por isso se santifica.
Dentre as várias palavras ligadas a compromisso com
Deus, destacaremos pelo menos três: obediência, submissão e
fidelidade. Na verdade, nenhuma delas está dissociada das outras, pelo contrário,
estão todas relacionadas e intimamente ligadas, pelos vínculos da aliança.
Assim, não se admite que alguém pretenda trilhar a rota do surpreendente de
Deus negligenciando qualquer uma delas.
A oração eficaz depende de não termos pecado não
confessado. O pecado separa o homem de Deus. Como conseguiremos orar ao Pai com
eficácia, se estivermos separados dEle pelos nossos pecados? Nossa autoridade
espiritual sai quando o pecado entra em nossa vida. Eis uma das razões pelas
quais muitos oram e não são respondidos. Quando o pecado nos domina, é porque nos tem faltado
uma verdadeira comunhão com Deus, porque quando isto nos falta, costumamos nos
entregar a práticas e a excessos destrutivos e pecaminosos, que de nenhum modo
poderiam nos dominar caso estivéssemos vivendo numa relação abençoada com o
Senhor, da qual decorre sempre equilibro, segurança, harmonia e paz.
c) Não se associar erradamente na oração
Na oração, antes só do que mal acompanhado. Elias
subiu ao Carmelo sozinho para a importante batalha da oração (1 Rs. 18:41-42). O
homem de Deus, que permaneceu firme como um embaixador do Senhor, agora se
inclina como um intercessor diante do Senhor!
Por que, naquele momento tão importante, Acabe, que
era o rei, foi dispensado pelo profeta?
A resposta é simples: Elias não se associaria em
oração com alguém que não estivesse em linha com o Senhor. Afinal, apesar de
ser o rei de Israel, Acabe era também um satanista a serviço de Jezabel. Sua
participação na intercessão, num momento tão significativo, era perfeitamente
dispensável.
Nestes tempos de providência sobrenatural de Deus, se
quisermos entrar no território da conquista, precisamos de nos associar
correctamente para as batalhas de oração, pois muitos fazem orações
“contrárias”, humanísticas e, até, despidas de fé.
Precisamos de ser humildes como Elias (v. 42b), que prostrou-se
diante da presença do Senhor. Precisamos de ser específicos como Ele foi (v. 43),
Tiago 5:17-18 nos diz que Elias foi muito específico em sua vida de oração. Não
devemos perder tempo em generalidades simples, mas orarmos com fé mencionando
especificamente as coisas que precisavam de ser feitas. Deus honra esse tipo de
oração! Se não orar especificamente, nunca sabe quando o Senhor responde à sua
oração! Ore especificamente sobre as coisas que quer ver feitas!
Precisamos de ser sinceros. Elias foi sincero sobre
sua oração (Tg 5:16-18). Ele não tomou uma atitude sem ânimo para a sua vida de
oração, mas ele orou com fervor. Sua alma se comoveu com a necessidade do povo.
Ele sentiu a pressão da coisa que ele orou! Que o Senhor nos livre da oração
irreverente que nada aproveita! Possa a igreja recuperar o desejo de orar, a oração
fervorosa! A oração que move a alma e as linhas de nossa vontade com a do Pai
Celestial. Afinal, esse é o propósito da oração: para nos levar ao mesmo lugar
Deus já está em relação com o nosso pedido!
Precisamos de ser persistentes como Ele foi (v. 43),
oito vezes o funcionário é informado para ir e olhar para o mar. Sete vezes não
há nada lá. No entanto, Elias continuou orando e continuou acreditando. Ele não
permitiu que a circunstância de que a resposta estava no caminho afectasse a
sua segurança interior. Ele foi persistente! Às vezes, como Elias, nós vamos
enfrentar atrasos nas respostas às nossas orações. Por que isso? Um escritor
disse desta forma, “não é que Deus seja difícil de convencer, é que Ele vai
dizer-nos o que dizemos”. Há momentos em que Deus responderá à oração
imediatamente. No entanto, há momentos em que a resposta está atrasada. Quando
esses tempos vêm, Deus quer ver-nos a continuar fiéis em oração, à espera de
sua resposta. Vamos aprender a ser pacientes! É na perseverança na oração que a
carne é mortificada pela fé permite subir ao seu ponto mais alto! Deus quer que
nunca desistamos! Não desistamos diante dos
desafios, de sermos cristãos autênticos, não desistamos diante das muralhas. O
céu inteiro está ao nosso lado, precisamos de acreditar que o nosso inimigo já
está derrotado! Além de Deus, todo o céu está ao nosso lado, um exército d'Ele
está a nosso favor. Precisamos assumir, com determinação, a nossa fé: “Não desviar nem para direita nem para
esquerda...”, como ensina a Sagrada Escritura. Se ele colocar algo em seu coração,
ore até que se torne uma realidade!
Precisamos de ser expectantes como Ele foi (v. 41, 43) -
Elias continuou orando e mantendo o envio de seu servo de olhar para o mar. Por
quê? Porque ele estava operando na fé na promessa de Deus. Ele sabia que a
chuva estava vindo. Ele estava esperando grandes coisas de Deus! (Nota: A
palavra para “chuva” no versículo 41 refere-se a um forte aguaceiro, Elias
estava esperando grandes coisas de um grande Deus!)
Quando nos escondemos atrás da cruz do Senhor Jesus;
quando desaparecemos, para Cristo aparecer; quando morremos para que a vida de
Cristo se manifeste em nossa carne mortal; quando nos tornamos vermes (Sl.
22:6), para que os homens nos esmaguem, então estaremos como Elias, encurvado
para a terra, no caminho da bênção, das chuvas abundantes e do grande
avivamento espiritual. Como o Senhor no Getsemani – “Pai, se é possível passe de mim este cálice, não seja, porém o que EU
quero, e sim o que TU queres”, ou como Paulo em Gálatas 2:20 – “Vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim”,
humilhemo-nos debaixo da potente mão de Deus para que nos exalte abaixo da
potente mão de Deus para que nos exalte a seu tempo.
Quando nos encurvamos diante do Senhor, estaremos com
essa atitude, desobstruindo o caminho para que desçam as chuvas abundantes do
avivamento em nossas vidas. Deus honra a oração de seu povo, porque as orações de
seu povo o honram!
O Senhor é o Rei do reis, Senhor dos senhores, o grande
General, no entanto Ele quer ouvir a sua voz, a minha voz, a nossa voz. Ele
quer que nós expressemos o que está em nosso coração. Ele não quer que alguém
diga por nós, mas Ele quer que nós venhamos a falar com Ele
d) Objectividade
Objectividade – Os evangelhos foram escritos tendo-se
em vista um objetivo definido: anunciar as boas novas de salvação. Por esta
causa, os escritores não se dedicaram a registar pormenores da vida de Cristo,
sua infância, seus hábitos diários, seu trabalho na carpintaria, etc. Eles se
limitaram a mencionar a origem de Cristo (humana e divina), seu ministério
(ensinamentos, milagres), sua morte, ressurreição e ascensão. Uma grande parte
de cada evangelho se dedica a narrar os factos da última semana do ministério
de Cristo. (Veja Jo. 21:25).
Refere-se ao alvo a atingir. Se pregamos para
descrentes, desejamos que eles entendam que precisam de crer em Jesus para ser
salvos. Devemos orar muito, antes de pregar, para que o Espírito Santo convença
as pessoas do seu pecado. Se isso acontecer, a Palavra de Deus gera vida,
solidifica nossa fé, produz mudanças, realiza curas, edifica o caráter,
transmite alegria, supera adversidades, derrota a tentação, limpa as nossas
mentes, e a pregação alcança seu alvo. E todas estas operações da Palavra de
Deus na vida do homem são efetivadas pela Palavra revelada através da unção do
Espírito Santo. O centro da pregação deve ser Cristo e não o pregador, como
acontece em certas cruzadas ou movimentos evangelísticos. Há pregadores que se
perdem no púlpito. Começam a falar do amor de Deus, e passam a divagar sobre o
Apocalipse, vão até Génesis, aos profetas e, ao final, não sabem como sair do
emaranhado de palavras. É preciso ter objectividade.
Não podemos nos esquecer de que, junto às técnicas e
aperfeiçoamentos que possamos desenvolver, uma vida de oração e entrega sem
reservas ao Senhor Jesus é uma necessidade indispensável em nosso trabalho.
A oração de
Elias tinha objectividade. Ele sabia o que Deus iria fazer, por isso foi claro.
Elias queria chuva, porque Deus disse que a mandaria. Não foi disperso na sua
oração, nem nas suas expectativas, ele foi objectivo: “olha para a banda do mar”. Ele sabia o que queria e para onde o seu
foco profético deveria ser dirigido. Em tempos de providência sobrenatural de
Deus, os discípulos conquistadores oram com objectividade, sem divagações nem
devaneios, focados na expectativa da resposta de Deus.
e) Perseverança
Ao entrar na batalha de
oração Elias ordenou que seu moço fosse olhar para a banda do mar, para ver se
havia alguma nuvem. O jovem voltou e disse ao profeta: nada. Elias não desanimou.
Disse ao seu moço: vai até sete. O moço foi segunda vez e voltou com a
negativa; terceira vez, nada; quarta, quinta e sexta vez, nada também. O
profeta não esmoreceu.
É possível que qualquer um
de nós parasse na terceira ou quarta vez. Não adianta orar. Deus não ouve. Deus
não quer avivamento. Não existe tal bênção. Não adianta arrazoar, nem
desanimar, nem murmurar. O que adianta é perseverar em oração. Se os vinte que
esperavam a promessa do Pai da qual Jesus lhes falara tivessem cessado a
batalha no quinto ou sexto dia, ou mesmo no nono, não teriam recebido a grande
bênção do Espírito. Se Jacó (Gn. 32) lá pelas quatro da madrugada tivesse
guardado as armas, não teria sido Israel. Se a pequena igreja de Jerusalém
tivesse encerrado a reunião às 22 horas, Pedro teria continuado no cárcere e
teria sido morto no dia seguinte. Se os moravianos tivessem desanimado na
oração, não haveria Zinzendorf e nem Wesley e o grande avivamento na Inglaterra
não teria acontecido.
Precisamos de orar para que
o avivamento sopre o seu poder na nação portuguesa, vivificando os lares,
despertando as igrejas, movendo os pastores e pastoras e salvando milhões de
pecadores. Estamos, apenas tocando nas areias do grande e profundo oceano.
Alguns já desanimaram. Outros, porém continuam na batalha como Elias no
Carmelo. Oraremos e lutaremos até que os céus nos mandem as chuvas de seu poder
e de seu favor. Afinal, o Senhor está desejoso de nos abençoar. Perseveremos em
oração. Nada de desânimo, nada de desespero. Uma pequenina nuvem já se forma na
banda do mar. O Senhor não tarda em derramar o seu Espírito. Já se ouve o ruído
de abundantes chuvas! É o avivamento que está chegando sobre a sua vida!”
Redobre os esforços de
oração, de jejuns, de vigílias, de santificação. Firme-se nas promessas do
Senhor. Não importa se os homens não crêem; não importa a perseguição, nem as
incompreensões. Vale a pena lutar, vale a pena prosseguir. A nuvem do Senhor já
se forma e logo derramará o seu poder para salvar, para curar, para revestir de
poder. Avivamentos acontecem quando as pessoas ficam perplexas diante daquele
que está sentado no Trono.
Orações eficazes são
destiladas por discípulos perseverantes, jamais pelos desanimados e desistidos.
Elias foi perseverante. Por sete
vezes mandou seu servo voltar-se para o lado da resposta profética, até que um
sinal físico de resposta se manifestasse. Nesse ano da providência sobrenatural
de Deus, os discípulos conquistadores não podem desanimar, nem desistir das
batalhas, por causa das primeiras respostas negativas! Creia que será uma
questão de tempo e a providência sobrenatural virá!
f) Fé
Esta é a palavra que resume a oração eficaz: Fé! “Já se ouve o ruído de abundante chuva”.
Antes de qualquer um, o intercessor eficaz, é capaz de
ouvir, no espírito, o barulho que o deslocamento das bênçãos de Deus produz.
Aleluia! Fisicamente nada se via, nem se ouvia, mas o profeta cria no Deus que
nunca falha! A sua fé manteve seu ouvido profético aberto para o som espiritual
da providência sobrenatural de Deus que chegava.
Alinhe-se com o Senhor e Ele limpará seus ouvidos
proféticos, para que você não seja visitado pela confusão. “Faça
o seu ouvido atento à sabedoria, inclina o teu coração ao entendimento”
(Pv. 2:2). Ainda que não se vejam os sinais físicos da promessa, o discípulo
que crê vai liberar a palavra profética da resposta da oração! Aleluia! A
oração eficaz é a oração profética, porque é a oração de fé, é a oração que
traz à existência o que está determinado no coração de Deus a nosso respeito!
O Senhor tem chamado cada um da família desta Igreja
para conquistar a sua terra da promessa. Logo, você está debaixo desta santa
convocação. Alinhe-se como um(a) intercessor(a) eficaz e mantenha viva a chama
do fogo de Deus em seu coração. Prepare-se para entrar em rota de colisão com a
providência sobrenatural do Senhor. As chuvas cairão e a sua vida e a sua
história mudarão extraordinariamente!
Já se ouve o ruído de abundantes chuvas. Você está
ouvindo? Elias se aproxima. O Senhor não tarda. Redobre-se em esforços de
oração, de jejuns, de vigílias, de santificação. Firme-se nas promessas do
Senhor. Não importa se os homens não crêem; não importa a perseguição, nem as
incompreensões. Vale a pena lutar, vale a pena prosseguir. A nuvem do Senhor já
se forma e logo derramará o seu poder para salvar, para curar, para revestir de
poder. Avivamentos acontecem quando as pessoas ficam perplexas diante daquele
que está sentado no Trono.
Já se ouve o ruído de abundantes chuvas! É o
avivamento que está chegando sobre a sua vida!”
Diante de tudo o que foi dito, o que fazer? Em primeiro lugar, e antes de
tudo, deixar a incredulidade. Nossa oração será inútil se não podemos crer que
Deus realmente pode fender os céus e descer. É preciso renunciar à tentação de
tentar fabricar um avivamento, de tentar copiar avivamentos artificiais que não
tem cruz, não tem santidade, não tem convicção de pecado profundo; avivamentos
que tem muitas decisões e mãos levantadas, mas poucas conversões, que tem
cultos de libertação lotados mas reuniões de oração vazias.Temos que buscar
algo que venha do alto!
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