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sexta-feira, 12 de abril de 2013

Preparando o caminho para o avivamento!

 Vivemos em uma época em que muitos têm almejado um avivamento; alguns se arrepiam imediatamente quando ouvem falar do assunto; outros logo exclamam: “Isso é coisa de pentecostal!” Tudo isso porque apesar do avivamento ser algo totalmente bíblico, há muita confusão quanto ao seu significado. Há uma falta de discernimento quanto ao que é e ao que não é avivamento. Muitos crentes devido à ignorância do assunto confundem avivamento com euforia, mudança doutrinária baseada em sonhos ou revelações extra bíblicas, campanhas evangelísticas ou, ainda, como uma nova onda do momento, desprezando a Bíblia e a História da Igreja. Este trabalho visa, à luz da Bíblia e da História da Igreja, clarear nossa mente sobre o que é o genuíno avivamento, mostrar os perigos das distorções doutrinárias em nome do avivamento e despertar a igreja para buscá-lo e preparar o caminho da sua chegada. Não pretendemos aqui, trazer qualquer inovação sobre o assunto, mas restaurar as verdades bíblicas e históricas que estão esquecidas. Que o Espírito do Avivamento sopre em nosso coração a fagulha que está preste a apagar!
O verbo hebraico hyh (avivar) tem o significado primário de "preservar" ou "manter vivo". Porém, "avivar" não significa somente preservar ou manter vivo, mas também purificar, corrigir e livrar do mal. Esta é uma consequência natural em toda a vez que Deus aviva. Na história de cada avivamento, dentro ou fora da Bíblia, lemos que Deus purifica, livra do mal e do pecado, tira a escória e as coisas que estavam impedindo o progresso da causa.
Neste sentido, o avivamento é sempre indicado como uma obra ativa e intensiva de Deus. Alguns exemplos de sua ocorrência são as clássicas orações de Davi, como esta: "Porventura, não tornarás a vivificar-nos, para que em ti se regozije o teu povo?" (Sl. 85:6), e da clássica oração do profeta Habacuque: "Tenho ouvido, ó Senhor, as tuas declarações, e me sinto alarmado; aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos, e, no decurso dos anos, fá-la conhecida; na tua ira, lembra-te da misericórdia" (Hc. 3:2).
Encontramos no Novo Testamento grego um conjunto de palavras que expressam o conceito básico de avivamento. São elas: egeíro, anastáso, anázoe e anakaínoo. Outras palavras gregas comparam o avivamento ao reacender de uma chama que se apaga aos poucos (cf. anazopyréo em 2 Tm. 1:6) ou uma planta que lança novos brotos e "floresce novamente" (cf. anaphállo em Fp. 4:10).
Ora, avivamento não é uma ação da igreja. Jamais pode o homem, por mais piedoso, santo e dedicado à obra do Senhor, produzir vida nos que dormem, porque o único Autor do avivamento é Deus. É Ele, e, Ele somente que soberanamente e por sua livre graça derrama do seu Espírito Santo sobre o seu povo! Avivamento é uma obra soberana e livre do Espírito Santo. A igreja não promove e nem faz avivamento. A igreja não é agente de avivamento. A igreja não agenda e nem programa avivamento. Todavia, isso não anula a responsabilidade da Igreja. O avivamento jamais virá, se a Igreja não buscar e preparar o caminho para a sua chegada. Isso não é difícil de nós entendermos, é só lermos a Bíblia e a História da Igreja, e veremos que só houve avivamento quando o povo se humilhou, orou, se santificou e se converteu da impiedade para a piedade. Preparando, assim, o canal das águas do Espírito. A igreja não produz o vento do Espírito, ela só pode içar suas velas em direção a esse vento.
O avivamento jamais virá se a igreja não preparar o caminho do Senhor. O avivamento jamais acontecerá se a igreja não se humilhar. Sem a oração da igreja, as chuvas torrenciais de Deus não descerão. Sem busca não há encontro. Sem obediência a Deus, jamais haverá derramamento do Espírito. O avivamento precisa estar embasado nas Escrituras e não por sonhos e visões. Avivamento não é mudança litúrgica apenas. Muitos crentes confundem avivamento com forma de culto, com liturgia animada, com coreografia e instrumental. Contudo, quem determina o quando e o como do avivamento é Deus. Ele é soberano.
David Brainerd orou vários anos pelo avivamento entre os índios “peles vermelhas” no século XVIII. Aquele jovem, ajoelhado na neve, suava de molhar a camisa, em agonia de alma, em oração fervente, em favor daqueles pobres índios. Quando o seu coração parecia desalentado e já não havia prenúncios de chuva da parte de Deus, o Espírito foi poderosamente derramado e os corações se dobraram a Cristo aos milhares.
Este grande avivalista escreveu em seu diário: “Meus desejos parecem ser especialmente no sentido de me alongar do mundo, e de morrer inteiramente para ele, e de ser crucificado para as suas atrações [...] Oh! Quanto desejo a santidade! Quanto quero mais de Deus em minha alma! Oh! Esta dor agradável! Ela faz com que minha alma anseie ainda mais por Deus”.
Portando, creio que o avivamento, sendo o movimento dado por Deus, como “Dom”, somente acontece com um preparo espiritual do corpo da Igreja. Faz-se necessário que todos estejam em uma só corrente e ligação. Desta forma, haverá, com certeza o movimento desejado por Deus.
Quem não quiser pagar o preço do preparo do caminho do Senhor para o avivamento espiritual não deveria orar por ele.
Não! Não é heresia! A verdade é que há muitos cristãos que estão, literalmente, tentando o Senhor com suas orações, jejuns e vigílias com vistas ao avivamento espiritual, tanto pessoal como de seus grupos ou igrejas. Avivamento espiritual não é modismo, nem deve ser visto como tal. Só por desconhecimento, é que os crentes se posicionam contra o avivamento porque consideram-no a mais nova onda da igreja, uma coqueluche moderna e uma inovação sem nenhum respaldo bíblico e histórico.
1. O que é avivamento espiritual?
Estritamente falando, avivamento é algo que acontece unicamente no meio do povo de Deus. O Espírito Santo renova, reaviva e desperta a igreja sonolenta. É revitalização onde já existe vida. Ou, como disse Robert Coleman, é "o retorno de algo à sua verdadeira natureza e propósito".
É uma experiência na vida da Igreja quando o Espírito Santo realiza uma obra incomum. Ele a realiza, primeiramente, entre os membros da Igreja: é um reviver dos crentes. Não se pode reviver algo que nunca teve vida; assim, por definição, o avivamento é primeiramente uma vivificação, um revigoramento, um despertamento de membros de igreja que se acham letárgicos, dormentes, quase moribundos. Uma vez que o nosso Deus não é qualquer Deus, nem a Sua vida qualquer vida, também o Seu avivamento não vem de qualquer jeito. O avivamento espiritual é a vida plena de Cristo fluindo na Igreja, através de discípulos comprometidos com a santidade. 
Quando há esse impacto da obra do Espírito de Deus na vida da igreja, os resultados imediatos do avivamento são sentidos no povo de Deus: senso inequívoco da presença de Deus; oração fervorosa e louvor sincero; convicção de pecado na vida das pessoas; desejo profundo de santidade de vida e aumento percetível no desejo de pregação do evangelho. Em outras palavras, a igreja amortecida e tristemente doente é a primeira a ser beneficiada pelo avivamento.
Temos discernido que quem ora por avivamento na Igreja, mas não busca uma vida pessoal de arrependimento, separação para Deus, compromisso com Jesus, repúdio e ódio pelo pecado, sujeição à liderança, não está autorizado a pedir o avivamento divino, simplesmente porque avivamento da Igreja é avivamento do discípulo.
É tentar ao Senhor pedir que Sua vida flua na Igreja, se não estivermos dispostos a largar os pecados que sistematicamente praticamos, santificando nossa vida pessoal, conjugal, familiar, ministerial, financeira... Avivamento traz alegria no Espírito, mas alegria que vem depois de muito choro, contrição, quebrantamento; é a vida de Cristo que flui depois da morte do eu e da carne. O avivamento está prestes a vir, quando a Igreja chora e geme, confessando e repudiando o pecado. O avivamento só fluirá na Igreja, quando Cristo puder fluir do nosso coração!
O avivamento é resultado de um conjunto de operações que envolvem ações divinas, a vontade de Deus e ações humanas, a busca do homem por Deus.
2. Como preparar o caminho para o avivamento espiritual?
O Senhor Jesus disse que a igreja deve estar no mundo, porém ela não é do mundo (cf. Jo.17:14-16). O navio foi feito para andar nas águas, mas se as águas entram no navio há um naufrágio e tudo está perdido. A igreja foi feita para estar no mundo, mas se o mundo entrar na igreja tudo está perdido. Se quisermos um avivamento, precisamos de uma Igreja santa, em um mundo profano. A santidade é o caminho da intimidade com Deus e da plenitude do seu Espírito; por isso é o caminho do avivamento. João Batista exprimiu esta ideia em Lucas 3:4-6, quando nos desafia dizendo: “preparai o Caminho do Senhor”. Devemos ser um meio de acesso a Cristo, através do qual ele possa revelar-se. Temos que ser a ponte de passagem para Cristo, e não o abismo que impede as pessoas de vê-lo. O que significa “preparar o caminho do Senhor?”. Aqui temos de forma implícita o roteiro e o preço do avivamento. Se quisermos que Deus se manifeste, precisamos endireitar o caminho. Endireitar significa “retirar os obstáculos”. Se quisermos avivamento, é preciso retirar as pedras e tocos que há no caminho. O arado de Deus não passará sobre nosso lote, plantando as sementes do avivamento, sem que o terreno esteja plano. Enquanto o caminho estiver tortuoso e não for endireitado, não haverá como a esperança do Senhor se manifestar.
Uma vez que a Bíblia é a nossa única regra de fé e prática, é ela e somente ela que nos pode dar a direção certa deste assunto. A relação entre a Bíblia e o avivamento é tão intrínseca que é impossível um avivamento de verdade sem que a Bíblia faça parte dele.
É importante salientar que Bíblia foi, é e sempre será a espada do Espírito Santo em todo o avivamento bíblico. Não existe verdadeira espiritualidade sem a Bíblia. Observando os avivamentos ocorridos na Bíblia e na história da igreja, notamos que os objetos do Espírito eram sempre persuadidos com e para a Bíblia. Avivamento onde a Bíblia não está presente não passa de um mero pentecostalismo convencional.
Cometem ledo engano aqueles que querem descartar a teologia e desprezar a doutrina na busca do avivamento. Desprezar a doutrina é dinamitar os alicerces da vida cristã. Desprezar a doutrina é querer levantar um edifício sem lançar o fundamento. Desprezar a doutrina é querer por um corpo de pé e em movimento sem a estrutura óssea.
Não há vida piedosa sem doutrina. A doutrina é à base da ética. A teologia é mãe da ética. “Assim como o homem crê no seu coração, assim ele é” (Pv. 23:7).
Vida sem doutrina gera misticismo e experimentalismo subjetivista. Avivamento sem doutrina é fogo de palha, é movimento emocionalista, é experimentalismo personalista e antropocêntrico. Deus tem compromisso com a verdade e a sua Palavra é a verdade e todo o avivamento precisa estar fundamentado na Palavra. O avivamento precisa estar norteado pelas Escrituras e não por sonhos e visões. Precisa estar dentro das balizas da Bíblia e não dentro dos muros de revelações subjetivistas, muitas vezes feitas na carne.
Deste modo, somos desafiados a preparar-nos e preparar o caminho para o avivamento; dando prioridade à Palavra de Deus; buscando a Deus em oração; humilhando-nos como fez o povo em Ninive; arrependendo-nos dos nossos maus caminhos, para que a nossa autoridade espiritual seja restaurada.
Preparar o caminho quando reconhecemos que temos estado afastados de Deus (não o temos amado como Ele merece):
Saindo das quatro paredes, para um evangelismo amplo e irrestrito, antes da volta gloriosa de Jesus (Mat.24:14).
Trazendo arrependimento e confissão de pecados, motivando os crentes a temerem a Deus e a evitarem a iniquidade, causa maior da falta de curas e milagres no meio do povo de Deus (Tg. 4:9; 5:16).
Trazendo de volta os crentes ao primeiro amor e à prática das primeiras obras, negligenciadas e deixadas de lado. (Ap. 2:4-5).
Devolvendo aos obreiros do Senhor, a santa ousadia no falar, apontando e nomeando os pecados, sem rodeios e precauções de perder membros, amigos ou outra coisa qualquer (At. 4:29, 13:10, 11 e Mt. 3:7-10).
Trazendo de volta os dons espirituais e a divina sabedoria para usá-los corretamente, segundo a sábia revelação e orientação do Espírito de Deus, acompanhados pelos poderosos sinais de Deus (2 Cor. 12:31, Rm. 12:6-8).
Entendendo que o propósito de Deus para estes tempos é o avivamento para aqueles que o buscarem (Jr. 29:13). A nossa parte no que diz respeito à busca precisa ser moldada. Precisamos: estudar a Palavra de Deus; orar e nos arrependermos dos pecados; buscar a Deus de todo o nosso coração; conhecer a Deus; temer a Deus; clamar pela sua misericórdia.
A última coisa de que nos devemos lembrar é que Deus quer outorgar-nos novos e maravilhosos avivamentos. Ele não quer fabricar ou padronizar avivamentos. Ele não quer repetir avivamentos. Ele quer avivar! Não vamos copiar um avivamento qualquer, vamos dar liberdade ao Espírito para que Ele produza um avivamento único para a igreja aqui, em Portugal.
Só quando estivermos dispostos a cumprir em nossa vida pessoal o que está em Lucas 3:3-6, poderemos ver o fluir da plena vida de Cristo em nós. Segundo o relato bíblico é preciso fazermos quatro coisas:
a) Aterrar os vales da vida humana.
Os vales – representam os momentos de dissabor e aflição que sobrevêm aos habitantes da terra. Vale é uma cova, fossa, depressão geográfica, fundo do poço.
Quando estamos no vale, parece que não há mais esperança e que o destino é ficarmos no vale para sempre.  Ora, isso não é verdade, porque Deus pela sua misericórdia vai levar-nos para fora dele.  Ele vai ajudar-nos a atravessá-lo, porque todo o vale da vida humana deve ser elevado.
Deus nivela os vales e aplaina os montes indo adiante do homem que o teme e o busca de todo coração. São muitas as provações, são muitas as tribulações, mas Deus de todas o livra. Assim como Ele disse pelo profeta Isaias que iria adiante do povo quebrando as portas de bronze e as trancas de ferro, dando tesouros ocultos e riquezas escondidas, também Ele vai adiante do homem que tiver como propósito servi-lo.
Se tais vales - que representam os fossos da vida humana, que podem ser traduzidos pela depressão, angústia, medo, temores, culpas, opressão, insegurança, ansiedade e que são lugares onde se acumula todo tipo de lixo; os detritos da vida que são jogados ali ou para lá são levados pelas correntezas maléficas da história humana - não forem cheios e nivelados com a vida de Deus, continuarão a receber lixo e a podridão e a morte proliferarão. Precisamos encher esses vales com a Palavra de Deus trazida pelas águas do Espírito Santo, isto é: preencher tais “buracos” da vida com os decretos e as promessas da Palavra de Deus.
b) Nivelar os montes da vida humana.
Monte é elevação, obstáculo. Montes, colinas e vales, não só caracterizam a paisagem de Israel, mas tornaram-se características de destaque na narrativa bíblica, se usado literalmente ou em uma figura literária.
Representa um lugar santo, uma casa onde a presença de Cristo é manifesta. É um lugar onde o povo de Deus tem comunhão e ceia com Ele, adorando-O em espírito e em verdade. Esse monte da presença de Deus é um conceito importante para o Seu povo. Daí que cada monte da vida humana tem que ser nivelado.
Há um monte espiritual elevado e santo. E é encontrado unicamente em seu lugar secreto de oração. Não importa se a sua igreja é grande ou pequena. A única coisa importante aos olhos de Deus é a manifesta realidade de Seu Filho. A presença de Cristo tem de ser plenamente aparente aos olhos, ao coração, a todos os sentidos.
"O Senhor é um Deus dos montes e não um deus dos vales" (1 Rs. 20:28).
Todo o lar cristão deveria ser um lugar elevado, um monte de separação do mundo e da carne, um salão santo de banquetes com o Senhor. o lugar elevado representa um lugar santo, uma casa onde a presença de Cristo é manifesta. É um lugar onde o povo de Deus tem comunhão e ceia com Ele, adorando-O em espírito e em verdade. Esse monte da presença de Deus é um conceito importante para o Seu povo. Por quê? Porque tudo que o Senhor está fazendo nesses últimos dias está intimamente ligado à Sua presença. Porém isso não acontece em muitos lares cristãos porque eles se contaminaram com a imundície.
“Eis a voz do que clama: Preparai no deserto o caminho do Senhor; endireitai no ermo uma estrada para o nosso Deus. Todo o vale será levantado, e será abatido todo o monte e todo o outeiro; e o terreno acidentado será nivelado, e o que é escabroso, aplanado. A glória do Senhor se revelará; e toda a carne juntamente a verá; pois a boca do Senhor o disse” (Is. 40:3-5).
Quando Deus fende os céus e desse, com grande poder, os montes tremem na Sua presença (cf. Is. 64:1). Quando o fogo inflama os gravetos, quando faz ferver as águas, para fazer conhecido seu nome as nações tremem (cf. Is. 64:2). Quando as chuvas torrenciais do Espírito regam as sementes do avivamento plantadas pela igreja, produz frutos em abundância.
Os maiores índices de crescimento da igreja deram-se nos tempos de visitação de Deus; os frutos mais duradouros são aqueles colhidos nos tempos de avivamento; toda a vez que o Espírito é derramado há um crescimento qualitativo e Deus dá o crescimento quantitativo. Quando o Espírito Santo põe fogo na igreja, a seara fica em chamas. No avivamento, Deus acrescenta, dia a dia, os que vão sendo salvos (Cf. At. 2:47). Este crescimento extraordinário é visto na igreja apostólica e delineado no livro de Atos.
O monte da vida humana representa a regência do ego: vaidade, ódio (falta de perdão), mágoa, complexos, orgulho, rebeldia. Quando o ego está no comando de alguma área, o Senhor Jesus não consegue governar plenamente aquela pessoa. Quem deve governar o cristão é o Senhor Jesus e não a sua alma (mente, vontade, emoções). Para um avivamento genuíno é preciso nos quebrantarmos, passando o arado da Palavra de Deus em cada monte de nossas vidas e, no poder do Espírito Santo, arrancar cada pedra (pecado) e raiz (distúrbio emocional) que aparecer.
À luz de tudo o que os vales bíblicos têm para nos ensinar, podemos optar por viver no vale fértil e produtivo da vitória e garantir a esperança em vez de vaguear num deserto de dúvidas ou incertezas.
c) Retificar os caminhos tortuosos.
Caminho tortuoso é sinuoso, torto, oposto à Verdade e ao Juízo, próprio de Satanás. Podemos dizer que representa a vida dupla de muitos crentes, que ora estão na Verdade, ora na mentira, regidos, em geral, por espírito de religiosidade. É o caminho do descompromisso, do engano, traçado pelos princípios da mentira. Para retificá-lo é preciso uma vida transparente, santa, íntegra, sem mentira, baseada nos princípios imutáveis da Palavra de Deus.
O grande obstáculo de avivamento é o pecado. Nada nos separa de Deus, senão o pecado. Por isso, a igreja jamais será avivada, se primeiro não for santificada. Deus não derrama das torrentes do seu Espírito em vasos que não estejam limpos e puros. Ao lermos a História Bíblica, vemos que Deus só refez a aliança com seu povo, quando esse se divorciou do pecado. A principal mensagem não é outra senão “santificai-vos porque amanhã Deus fará maravilhas entre vós!” (cf. Js. 7:10-15). A santidade é o caminho da comunhão com Deus; por isso é o caminho do avivamento. O Espírito Santo sempre é derramado sobre homens santos. No tempo de Ezequias, só houve tempos de “grandes alegrias em Jerusalém”, quando toda a congregação de Israel se santificou e consagrou sua vida inteiramente ao Senhor (cf. 2 Cr. 30:13-26). A chuva torrencial do Espírito só foi derramada sobre o povo de Israel, no tempo de Esdras e Neemias, quando este se divorciou do pecado, e em santidade de vida restabeleceu sua aliança com o Senhor. Em Joel 2:28a, o profeta diz: “E, depois disso derramarei do meu Espírito sobre todos os povos”. O derramamento do Espírito não vem antes, mas depois. Entretanto, depois do quê? Os versículos anteriores nos respondem a esta pergunta, quando o profeta diz: “Rasgai o vosso coração, e não as vossa vestes e convertei-vos ao Senhor nosso Deus [...] tocai a trombeta em Sião, promulgai um santo jejum, proclamai uma assembleia solene. Congregai o povo, santificai a congregação...” (cf. Jl. 2:13-16). O derramamento do Espírito Santo não acontece antes; mas depois; só depois que seu povo se arrepende do pecado e com vestes santas volta-se para o Senhor. Só depois que a igreja seguir rumo à santificação, receberá de Deus a unção. Orar por avivamento sem querer ter vida santa é ofender a santidade de Deus.
Muitos estão com tortuosidades no casamento, família, grupos, discipulado, finanças, com alto nível de descompromisso e engano. Se o caminho não for retificado pelos princípios da Palavra de Deus, a vida de Cristo não poderá fluir na plenitude através daquela pessoa.
Deus chama os homens para testemunharem a todos os povos. Deus havia dito a Israel que a nação seria Sua testemunha para outras nações e povos, até os confins da terra, hoje Deus tem chamado a Igreja para ser testemunha para os povos e nações da terra, falando dos Seus grandes feitos.
Às vezes, quando passamos por experiências muito difíceis é porque Deus está tentando nos mostrar que Ele tem todo o direito de reinar sobre esse mundo e sobre nossas vidas. Quando enfrenta uma situação dessas quanto tempo demora até que você clame: “Senhor, meu Deus! Toma o controle. O Senhor é soberano e tem autoridade absoluta sobre a minha vida”!
d) Aplanar os caminhos escabrosos.
Escabroso é pedregoso, irregular, indecoroso, fora do lugar, perigoso. Caminho escabroso representa os comportamentos e relacionamentos fora dos padrões do Reino de Deus, irregulares, perigosos. É a vida pessoal fora dos padrões (infidelidade, adultério, prostituição, perversões sexuais, mundanismo, rebelião, defraudação, autojustificação e etc.). Há muitos caminhos escabrosos no casamento e na família, o que pode explicar o facto de muitas casas colherem mais maldição do que bênção, vida abundante do Senhor.
Aqui estão as doutrinas perigosas do humanismo e da alta permissividade, que tentam a Deus e manipulam a Graça divina. É a vida do “pode tudo”, do “não tem nada a ver”, do “não é bem assim”. É o evangelho das permissividades e facilidades, que gera pessoas despreocupadas com o facto de serem tropeço para si e para os outros. É preciso sair dessa zona de perigo e descaracterização cristã, porque avivamento não abre mão do caráter cristão!
Sem a disposição de experimentar uma mudança de vida radical, na direção de Jesus Cristo, não se deve orar por avivamento, e sim por arrependimento, quebrantamento e isso com choro e lágrimas. Não limite suas ações às vigílias de oração pelo avivamento da Igreja, esperando que só os outros mudem. Ore sempre pelo avivamento, mas nunca se esqueça de colocar sua vida sobre o fundamento da santidade pessoal, tendo uma vida de compromisso inegociável de crescer na Palavra e no Espírito, moldando seu caráter ao caráter de Cristo. Então, quando já estiver bem integrado nessa prática, verá, com alegria, que o avivamento chegou em si! Pois as características de Cristo serão facilmente vividas por si e percebidas por sua família, discípulos e vizinhos!
Se anseia por “dias de céus sobre a terra”, precisa preparar o caminho, precisa arrancar os tocos dos pecados e as pedras da iniquidade para que o arado de Deus are a terra e plante a semente do avivamento, que regada pela chuva do Espírito dará fruto em abundância. Precisamos clamar a Deus para que Ele intervenha em nossas igrejas, transformando nossas vidas e caráter, nossas famílias e negócios, nossa grande piedade em uma profunda piedade, nossa vida de falsidade, em uma vida de santidade.
Lembre-se que você é alguém que Deus quer usar para trazer o avivamento (santidade, amor e compaixão) para a sua geração (casamento, família, discipulado, cidade e etc.). Por isso, decida-se por uma mudança radical, derrame sua vida aos pés do Senhor e comprometa-se em buscar uma vida santa, para a glória dEle.

 
 


 
 

 

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