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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Fé e santidade

De facto, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que quem se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam” (Hb. 11:6)

Uma “fé” genuína, a fé em Jesus Cristo, faz-nos buscar a identidade do Mestre, e isso nos leva à “bondade”. Portanto, bondade é a prática daquela identidade, a fé em Jesus! Essa prática nos permite adquirir “conhecimento” dAquele que nos chamou para a sua maravilhosa Luz, e permite conhecermo-nos melhor com isso. Esse conhecimento gera “intimidade” com o Senhor. Essa intimidade permite-nos ver as nossas limitações e “dependência” de Deus! E assim, essa dependência nos dá condições de exercer o “domínio próprio”, tentando dominar-nos para exercer (viver) a Vontade do Senhor!
A fé que agora não significa outra coisa senão uma passiva submissão moral à Palavra de Deus e à cruz de Jesus é o elemento vital para o sucesso do cristão na sua caminhada. Diz a Palavra que o “meu justo viverá por fé e se ele retroceder minha alma não se compraz nele” (Hb. 10:38). Essa caminhada não permite retornos. Precisamos de ir até ao fim, com os nossos olhos fitos no “autor e consumador da fé” (Hb. 12:2), perseverar, obtendo os resultados dessa fé que é “o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova de coisas que se não veem” (Hb. 11:1). A fé verdadeiramente bíblica pode tornar-nos vitoriosos e assim podermos experimentar bênçãos maiores do que pensamos, visto que Jesus é poderoso para fazer “infinitamente mais” através da nossa fé que é a nossa vitória, pois, a Palavra testifica “porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1 Jo. 5:4)
A fé é o nosso sexto sentido. Ela nos dá a certeza das coisas invisíveis ou futuras e que nós conhecemos apenas através da Palavra divina; a mesma certeza que temos das coisas que podemos tocar. Quando nos sentimos conscientes da realidade dessas coisas, naturalmente as levamos em consideração em tudo o que fazemos.
Todos queremos agradar a Deus em nossas vidas; mas a Palavra nos informa que só podemos fazê-lo com o exercício da nossa fé. Porque quem quiser agradar a Deus precisa aproximar-se dEle crendo que Ele existe e abençoa aqueles que O buscam. Deus Se agrada daqueles que O buscam e O reconhecem como um Deus galardoador e abençoador. O texto garante-nos que se não crermos nEle não o buscaremos nem o agradaremos. Assim, a fé é a palavra-chave para buscarmos a Deus e O agradarmos. A fé pode levar os nossos olhos para onde “Cristo está sentado” e pode tornar-nos verdadeiramente santos.
Nós precisamos da presença de Deus, pois é algo que aquece o nosso coração diariamente. O Salmo 42,1-2ª diz: “Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a nossa alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo...” Precisamos de viver com sede da presença de Deus. Nós precisamos da presença de Deus não apenas após esta vida terrena. Nós precisamos dela hoje, pois ela pode ser o refrigério para as nossas dores, lutas e toda a sorte de dificuldades. Nós precisamos de Deus, precisamos da santidade, que é a condição para a sua manifestação. Sem santidade ninguém verá ao Senhor (Hb. 12:14). Se queremos essa cidade, nossas famílias e amigos, precisamos da Presença de Deus entre nós. Por isso, use sua fé para a apropriação da santidade que já foi alcançada por Cristo, na cruz, por si. Não permita que sua frágil condição e seus dilemas pessoais lhe roubem a fé que pode produzir a santidade plena em si. Essa santidade plena e instantânea produzirá as características inerentes a ela em si. Sendo assim, você terá alegria, paz e amor (Ef. 3:17). E quando, necessário, essa mesma fé e santidade farão com que você tome consciência do que é ter “a mente” de Cristo em relação a vários aspetos do quotidiano.
Ninguém consegue sinceramente buscar ao Senhor se não for pelo caminho da santidade, porque na medida em que se santifica, mais se aproxima de Deus. O grande chamado de Deus para Seus filhos é para uma vida de santidade, porque escrito está: sede santos, porque eu sou santo (1 Pe. 1:16).
Não existe santidade sem fé na Graça de Deus. Não existe possibilidade de santidade sem a consciência de que em Cristo tudo já está pago, e que não são as “obras”, ou seja, nada que possamos fazer ou deixar de fazer, que nos conduzem a Deus. Vemos portanto que a fé é a palavra-chave para buscarmos a Deus e a santidade e é a palavra-chave para encontrarmos a Deus.
1. Duas palavras – Duas exigências.
O exercício sincero e pleno da nossa fé, obrigatoriamente nos coloca no caminho da santidade, e é isto o que agrada a Deus. Se temos fé, buscamos a santidade; se buscamos a santidade, exercitamos a fé! Fé e santidade são mais que duas palavras religiosas, elas são as maiores exigências para uma vida agradável a Deus.
É uma utopia o que se vê na vida de muitos, inclusive na Igreja: dizem que creem em Deus, querem agradar a Deus, mas não buscam uma vida de santidade. Santidade sem fé é religiosidade; fé sem santidade é carnalidade. Ambas precisam estar alinhadas em nossas vidas para que efetivamente agrademos a Deus. A santidade de Deus em nós é o cumprimento das suas promessas e requisitos e não dos nossos argumentos falhos e inconstantes.
A fé e a santidade são indissociáveis. Precisamos de Deus, precisamos da santidade, que é a condição para a sua manifestação. Por isso, use sua fé para a apropriação da santidade que já foi alcançada por Cristo, na cruz, por si. Obedecer aos mandamentos de Deus geralmente envolve acreditar nas promessas de Deus. Uma definição de fé pode ser “Obedecendo à vontade revelada de Deus e confiar nele para os resultados”. “Sem fé é impossível agradar-lhe (a Deus)” (Hb. 11:6). A fé bíblica, Cristocêntrica, testemunhada na galeria da fé (Hb 11), do livro de Hebreus, é uma fé provada, diretamente ligada com a cidade, cujo arquiteto é Deus (Hb 11:10). Não se trata de uma mera força motivacional, mas, de uma firme convicção pela busca dos valores de Cristo. Se quisermos buscar a santidade, devemos ter fé para obedecer à vontade de Deus revelada na Escritura e fé para acreditar que as promessas de Deus, então são nossas.
2. Fé - Santidade – Obediência.
A fé não é só necessária para a salvação, também é necessário para viver uma vida agradável a Deus. A fé capacita-nos a reivindicar as promessas de Deus. A fé nos capacita a obedecer quando a obediência é cara ou não parece razoável para a mente natural.
No sentido restrito, santidade é separação do crente da impureza e da imoralidade; no sentido mais amplo, significa obediência à vontade de Deus em tudo o que Ele requer de nós. É como Jesus disse: “Aqui estou eu... eu vim para fazer a tua vontade, ó Deus” (Hb. 10:7). Ninguém pode buscar a santidade se não estiver preparado para obedecer a Deus em cada setor de sua vida. A santidade bíblica, mais do que separação da poluição do mundo, é um chamado a obedecer a Deus em tudo, mesmo quando essa obediência é difícil ou requer sacrifício pessoal. A santidade bíblica deve ter um parar seguido de um começar.
Aquele que crê deve fugir de algo e depois seguir atrás de algo. Note o que Timóteo diz: “Foge (separe-se), outrossim, das paixões da mocidade. Segue (separe-se para) a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor” (2 Tm. 2:22).
Em essência, a santidade prática para o cristão ocorre quando deixa para trás os padrões do mundo para tornar-se semelhante a Cristo, em seu caráter e conduta. Por isso a santidade e a fé precisam andar juntas, pois às vezes, na busca da santidade, somos chamados por Deus a realizar tarefas aparentemente irrazoáveis e absurdas. Porque não se atentam para isso, é comum encontrarmos muitos cristãos paralisados ou limitados no caminho da busca da santidade pessoal. Precisamos de entender que perseverarmos na afirmação e busca de uma promessa de Deus é tão importante quanto obedecermos à vontade revelada de Deus. A mesma fé que nos leva a buscar firmemente uma promessa de Deus, também deve levar-nos a obedecer firmemente à vontade revelada de Deus.
A obediência é o caminho para a santidade. Vida santa é vida obediente. Ninguém se torna santo a não ser por uma vida de fé. A fé não é só necessária para a salvação, mas também para viver uma vida que agrada a Deus. Nossa fé não é só medida pelas promessas que recebemos, mas também pelo quanto obedecemos a Deus! A fé capacita-nos para obedecer a Deus, mesmo quando é difícil ou parece irrazoável para a nossa mente natural. Sem fé não há obediência. Sem obediência não há santificação. A obediência é o princípio da verdadeira santidade.
A vontade revelada de Deus é o definidor de nosso dever e o padrão de nossa responsabilidade. A vontade revelada de Deus é frequentemente contrariada, mas Sua vontade secreta nunca é frustrada. A vontade revelada de Deus nunca é perfeitamente ou completamente realizada por alguém de nós, mas Sua vontade secreta nunca falha na consumação até mesmo no mais minucioso detalhe. Sua vontade secreta concerne principalmente a eventos futuros; Sua vontade revelada, nosso dever presente: uma tem que ver com o Seu irresistível propósito, a outra com Seu agrado manifestado: uma é elaborada sobre nós e realizada através de nós, a outra é feita para e por nós.
A obediência à vontade revelada de Deus é frequentemente tanto um passo de fé como a reivindicação de uma promessa de Deus. De facto, um dos pensamentos mais intrigantes do livro de Hebreus é a maneira como o escritor parece usar obediência e fé alternadamente. Por exemplo, ele fala dos hebreus do Antigo Testamento que nunca iriam entrar no descanso de Deus, porque eles desobedeceram (Hb. 3:18). No entanto, eles não puderam entrar por causa da sua incredulidade (Hb. 3:19). Este intercâmbio de incredulidade e desobediência também ocorre no final do livro (Hb. 4:2, 6).
A beleza da salvação do Senhor consiste nisto, que Ele nos reconduz à vida de obediência, que é a única forma de nós darmos ao Criador a glória devida a Ele, ou recebermos a glória da qual o Criador deseja fazer-nos participantes. Paraíso, Calvário, Céu, todos proclamam a uma só voz: “Filho de Deus! A primeira e a última coisa que vosso Deus requer de vós, é simples - total, imutável obediência”.
3. O caminho da obediência depende da fé e é muitas vezes contrário à razão humana!
Se cremos verdadeiramente em Jesus, vamos obedecê-lo sem hesitação. O verdadeiro discípulo não tem motivo para separar o que Deus uniu. Fé e obediência não funcionam independentemente. Tiago nos diz o que acontece se tentarmos separá-las: “Porque, assim como o corpo sem espírito é morto, assim também a fé sem obras é morta” (Tg. 2:26).
Só o obediente é que crê. É necessário prestar obediência a uma ordem concreta, para que possa haver fé. É preciso dar um primeiro passo obediente, para que a fé não se transforme em uma autoilusão piedosa ou na graça que chamamos barata. Tudo depende do primeiro passo, que se distingue qualitativamente de todos os que se seguem. O primeiro passo de obediência impõe a Pedro abandonar as redes e saltar do barco (…).
A obediência à vontade de Deus, requerida por Jesus Cristo, é uma condição básica conducente à salvação, mas o Senhor Jesus Cristo também declara ser ela uma dádiva ligada à salvação dentro do Reino. Embora seja a salvação uma dádiva de Deus o cristão deve buscá-la continuamente; recebê-la e evidenciá-la mediante uma fé sincera e decidido esforço. A fé inclui obediência a Cristo e à sua Palavra, como maneira de viver inspirada por nossa fé, por nossa gratidão a Deus e pela obra regeneradora do Espírito Santo em nós. É a “obediência que provém da fé”, logo, fé e obediência são inseparáveis. A fé salvífica sem uma busca dedicada à santificação é ilegítima e impossível. Esse facto é visto nas muitas exortações para que o servo de Deus mortifique o pecado e se apresente a Deus como sacrifício vivo. O cristão pode fazer a vontade de Deus e viver uma vida justa em virtude dessa dádiva, isto é, a graça e o poder de Deus e a vida espirirtual que lhe são comunicados continuamente mediante Cristo. As escrituras declaram “Pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós, é dom de Deus… Porque somos feitura sua.” (Ef. 2:8-10)
O caminho da obediência, na busca da santidade é muitas vezes contrário à razão humana. Se não temos convicção na necessidade de obediência à vontade revelada de Deus, assim como a confiança nas promessas de Deus, nós nunca vamos perseverar nessa busca difícil. Temos que ter a convicção de que a vontade de Deus é que nós busquemos a santidade - independentemente de quão árdua e dolorosa a busca possa ser. E temos de estar confiantes de que teremos os resultados da aprovação de santidade em Deus e bênção, mesmo quando as circunstâncias fazem com que pareça o contrário. Quantas vezes deixamos de obedecer à vontade de Deus, claramente revelada, por não exercermos a fé? Na verdade, fazemos muitas coisas erradas porque falhamos no exercício da fé e da santidade. A fé só é verdadeira quando estamos em santidade.
Porque não cremos que Deus nos exalta quando nos humilhamos, lutamos para conseguir posições e para defender os nossos interesses (1 Pe. 5:6). Porque não cremos que Deus nos vingará, maquinamos na mente, meios de nos vingarmos (Rm. 12:19). Porque não estamos convictos do engano do pecado, brincamos com ele (Hb. 3:13). Porque não temos convicção de que sem santidade ninguém verá ao Senhor, não buscamos com ardor a santidade (Hb. 12:14).
O cristão vitorioso, que tem um coração que ama e que agrada a Deus, obedece ao Senhor e Este possibilita-lhe tudo o que tem para dar do Seu Santo Espírito, do Seu maravilhoso amor, da Sua habitação interior em Cristo Jesus, somente porque crê e não porque entende o que Deus quer! É difícil persistir na busca da santidade se a fé não puder gerar pelo menos duas coisas na vida da pessoa: Convicção de obedecer à vontade de Deus e Confiança nas promessas de Deus. Vejamos alguns exemplos de pessoas que mostraram convicção e confiança ao crerem e obedecerem a Deus:
a) Abel creu na Palavra de Deus, obedeceu, ofereceu o sacrifício certo e foi aceito (Hb. 11:4).
b) Noé creu na palavra revelada quanto ao juízo de Deus e ao caminho da salvação - a construção da arca - e obedeceu, e foi abençoado com a salvação; ele não achou irrazoável levar décadas construindo um grande barco no deserto para a sua salvação (Hb. 11:7).
Acerca de Noé, o novo pai da raça humana, encontramos escrito por quatro vezes (Gn. 6:22, 7:5, 9, 16) “Assim fez Noé, consoante a tudo o que Deus lhe ordenara”. É o homem que faz aquilo que Deus ordena, a quem Deus pode confiar Seu trabalho, é a esse homem que Deus pode usar para salvar outros homens.
c) Abraão também obedeceu por fé; sua chamada tinha uma ordem e uma promessa que pareciam irrazoáveis para a mente humana. A ordem era sair da casa paterna para ir para um lugar que Deus lhe mostraria (trocar o certo pelo duvidoso) e a promessa era de ser pai de uma grande nação e ser o abençoador de todas as famílias da Terra (impossível por ser já idoso e ter uma esposa, Sarai, idosa e estéril). Mas ele creu na Palavra revelada de Deus, obedeceu, esperou e foi abençoado (Hb. 11:8-12).
Abraão, o pai da raça eleita, quando ele completou quarenta anos nessa escola de fé e obediência, Deus aperfeiçoou a sua fé, coroando-a com a Sua mais completa bênção. Nada poderia qualificá-lo para isso a não ser um coroador ato de obediência. Quando ele amarrou o próprio filho no altar, Deus interveio e disse: “... deveras te abençoarei e certamente multiplicarei a tua descendência... nela serão benditas todas as nações da terra, porquanto obedeceste à minha voz” (Gn. 22:17, 18). E a Isaque Ele disse: “... confirmarei o juramento que fiz a Abraão, teu pai ... porque Abraão obedeceu à minha palavra...” (26:3, 5).
Não há como tornar mais evidente que o prazer de Deus consiste em estar no ambiente criado por Seu povo obediente, e é ao obediente que Ele coroa com Seu favor e presença.
Oh, quando é que vamos aprender o quão agradável é a obediência aos olhos de Deus, e quão indizível recompensa Ele concede ao obediente! A maneira de sermos bênção para o mundo é sermos homens obedientes; conhecidos por Deus e pelo mundo por essa característica única - uma vontade completamente rendida à vontade de Deus. Que todos os que confessam andarem nas pegadas de Abraão andem assim.
Este é o tempo das maravilhas de Deus. Um dos objetivos principais da Escritura é mostrar ao povo de Deus como levar uma vida que lhe seja digna e que lhe agrade. A santidade é um processo na vida do cristão. Paulo diz, que por toda a nossa vida cristã, estaremos sendo aperfeiçoados. “Todos nós.. somos transformados de glória em glória, na sua própria imagem” (2 Co. 3:18). Gradualmente nos tornamos cada vez mais semelhantes a Cristo, conforme avançamos na vida cristã. Portanto, tome agora, a decisão de ser uma pessoa de fé e que busca sinceramente a santidade. Lembre-se que só uma vida de fé e santidade agrada a Deus, que é O galardoador dos que O buscam. Aleluia!

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