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domingo, 8 de abril de 2012

Cristo é a nossa Páscoa!


“E falou o Senhor a Moisés e a Arão na terra do Egito, dizendo: Este mesmo mês vos será o princípio dos meses; este vos será o primeiro dos meses do ano. Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês tome cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada família. Mas se a família for pequena para um cordeiro, então tome um só com seu vizinho perto de sua casa, conforme o número das almas; cada um conforme ao seu comer, fareis a conta conforme ao cordeiro. O cordeiro, ou cabrito, será sem mácula, um macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou das cabras. E o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o sacrificará à tarde. E tomarão do sangue, e pô-lo-ão em ambas as ombreiras, e na verga da porta, nas casas em que o comerem. E naquela noite comerão a carne assada no fogo, com pães ázimos; com ervas amargosas a comerão. Não comereis dele cru, nem cozido em água, senão assado no fogo, a sua cabeça com os seus pés e com a sua fressura. E nada dele deixareis até amanhã; mas o que dele ficar até amanhã, queimareis no fogo. Assim pois o comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a páscoa do Senhor. E eu passarei pela terra do Egito esta noite, e ferirei todo o primogênito na terra do Egito, desde os homens até aos animais; e em todos os deuses do Egito farei juízos. Eu sou o Senhor. E aquele sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando eu ferir a terra do Egito. E este dia vos será por memória, e celebrá-lo-eis por festa ao Senhor; nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo” (Êx. 12:1-14).

Páscoa vem do hebraico “pasaq” e significa literalmente passagem, travessia, saltar sobre, passar por cima. O sentido fundamental da palavra é isenção, redenção, libertação. Significava também que o anjo da morte que viria fazer justiça, matando os primogénitos do Egito, passaria por cima da casa dos hebreus, marcadas com o sangue do cordeiro, quando da última praga sobre o Egito, a qual culminaria com a libertação dos israelitas da escravidão egípcia (Êx. 12:21-39), e o mal não os atingiria.

Israel estava cativo no Egito há mais de quatro séculos. Depois que José morreu, subiu ao trono do Egito um novo faraó que não o conhecera e, por medo dos filhos de Israel, começou a escravizá-los e a impor-lhes sofrimento e duros trabalhos. O povo então passou a clamar ao Senhor por livramento. Deus ouviu o clamor do Seu povo e Se moveu para libertá-lo. Levantou Moisés como líder para levar o povo do Egito para Canaã, a terra da promessa, e instituiu a Páscoa, caracterizada pelo derramamento e aplicação do sangue do cordeiro sacrificado, que protegeria da visitação do juízo da morte todo aquele que estivesse dentro da casa onde o sangue do cordeiro pascal fosse aplicado. Assim, a celebração da Páscoa tornou-se uma recordação anual de como Deus libertou o seu povo da escravidão no Egito. Anualmente, eles fariam uma pausa para recordar o dia em que o Anjo destruidor poupou as suas casas e agradeceriam a Deus por salvá-los da morte e liberta-los da escravidão.

A Páscoa não foi instituída pelos homens, nem tão pouco é para os homens. Páscoa é uma Festa do Senhor, instituída por Ele e para Ele. Páscoa é santa ao Senhor! Não é mundana, nem pode ser profanada. Deve ser sim celebrada com extrema alegria, mas plena de temor e tremor diante de Deus, porque Jesus está vivo e habita entre nós…, porque Jesus morreu e ressuscitou para com o seu sangue, nos lavar de todos os nossos pecados, porque Jesus, e somente Ele, nos proporciona a vida eterna, porque temos a certeza que é através Dele, que um dia chegaremos à presença do Pai, porque Jesus nos livrou de todo o pecado e padeceu na cruz, por amor a nós. O Deus da Páscoa seja Louvado!

Páscoa fala de um início, um marco, um novo tempo para quem está como escravo no Egito (no mundo). Páscoa é, ao mesmo tempo, a porta de saída da escravidão e a porta de entrada para a vida de liberdade em Cristo.

1. Cristo, a nossa Páscoa, o Cordeiro perfeito.

Jesus Cristo é o nosso Cordeiro Pascal. Cristo é a nossa Páscoa. Assim, a ceia do Senhor é a nossa páscoa por nos lembrar da nova vida e libertação que alcançamos em Cristo. Por isso, a Páscoa deve ser encarada como a principal das festas cristãs. Os judeus a celebram esperando a vinda do Messias, mas nós a celebramos esperando o retorno do Messias, que já veio à Terra e, na Páscoa, entregou-se como cordeiro no Calvário, assumiu a nossa posição de pecadores, morreu por nós, mas ressuscitou e nos deu a Sua própria vida, nos deu a vida eterna.

Hoje, todos os que receberam Jesus Cristo como Senhor e Salvador de suas vidas são chamados de casa de Deus e o sangue do Cordeiro Pascal está sobre as suas vidas; por isso não aplicamos sangue nos umbrais e vergas da porta da nossa casa. Páscoa fala também de ressurreição, porque o mesmo Cordeiro de Deus que foi sacrificado e morto, não ficou preso na tumba, mas ressurgiu no terceiro dia cheio de glória e majestade.

A Igreja de Jesus precisa entender que a Páscoa é uma Festa ao Senhor e é um estatuto eterno, por isso devemos celebrá-la com o espírito correto. Não podemos substituir o Cordeiro Pascal por coisa alguma, muito menos por coelhos ou lebres, que são considerados animais imundos na Bíblia (Lv. 11:6). Chega de mundanizar a Páscoa e profanar o que é santo, comercializando valores espirituais e aceitando o falso ensino de que ovos e coelhos falam de uma nova vida.

É necessário e importante que restauremos o verdadeiro significado da Páscoa e da Ceia do Senhor. Historicamente, vemos que os reis Ezequias (2 Cr. 30) e Josias (2 Rs. 23:21-23), restauraram em seus reinados a celebração da Páscoa, Deus se agradou e abençoou o povo. É preciso resgatar os verdadeiros significados da Páscoa e da Santa Ceia do Senhor. A Páscoa é santa ao Senhor e o Cordeiro Pascal, Jesus Cristo, é insubstituível!

A) - Algumas considerações relativas à Páscoa:

a) O Cordeiro deveria ser sem mácula (Êx 12:5-6).

Por quatro dias o cordeiro separado deveria ser observado para ver se não tinha defeitos. Cristo também foi observado na Sua vida pública e, mesmo sob testes terríveis, foi aprovado. Em Lc. 23:13-15 lemos: “Então, reunindo Pilatos os principais sacerdotes, as autoridades e o povo, disse-lhes: Apresentastes-me este homem como agitador do povo; mas, eu o interroguei na vossa presença, e nada verifiquei contra ele dos crimes de que o acusais. Nem tampouco Herodes, pois no-lo tornou a enviar. É, pois, claro que nada se verificou contra ele, digno de morte.”

O Cordeiro de Deus foi examinado minuciosamente pelos herodianos, saduceus, escribas e fariseus, e nenhum deles conseguiu achar no Senhor qualquer defeito que o incriminasse. Não somente os judeus testificavam que Jesus era perfeito, mas também a autoridade civil que representava Roma não viu no Cordeiro de Deus nenhuma mácula. Jesus o Deus encarnado, era o perfeito cordeiro que seria sacrificado por indignos pecadores. O cordeiro pascal aponta com clareza para o Senhor Jesus Cristo, pois em vários lugares a Bíblia confirma essa veracidade. Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de facto, sem fermento. Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado. Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca. Mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo (1 Co. 5:7, Is. 53:7 e 1 Pe. 1:19).

b) O Cordeiro aprovado deveria morrer (Êx. 12:6).

Jesus também, depois de ser tido como sem defeito ou pecado, foi entregue para morrer, na Festa da Páscoa. Em Marcos 15:14, 15 está escrito: “Mas Pilatos lhes disse: Que mal fez ele? E eles gritavam cada vez mais: Crucifica-o! Então, Pilatos, querendo contentar a multidão, soltou-lhes Barrabás; e, após mandar açoitar a Jesus, entregou-o para ser crucificado.”

A verdade é que Deus tinha planejado aquela morte de seu Filho desde os primórdios da eternidade. Satanás e suas hostes, cooperaram para a sua própria destruição. É por isso que a cruz não é o ponto culminante do plano redentor de Deus. Mas é o túmulo vazio. A cruz de Cristo foi apenas um passo em direção à sua ressurreição. A cruz, que parecia uma tragédia, é na verdade um triunfo perpétuo, no plano da eternidade. Vendo esse triunfo, Isaías declara a mensagem de 52:15: “de igual modo ele aspergirá muitas nações e reis calarão a boca por causa dele. Pois aquilo que não lhes foi dito verão e o que não ouviram compreenderão”.

c) O sangue deveria ser aplicado (Êx. 12:7).

Não bastava matar o cordeiro, era necessário recolher o sangue em uma bacia e enquanto se assava o cordeiro para ser comido por todos os moradores da casa, o chefe da família pegando num maço de hissopo, molhava-o na bacia de sangue e aplicava-o marcando os umbrais da porta e a verga, e tão logo isto fosse feito todos estavam seguros, bem seguros; nenhum anjo poderia tocá-los, nem os próprios demónios do inferno poderiam se aventurar por lá. Era preciso confiar que tal facto traria salvação, mas só para aqueles que aplicassem o sangue no lugar certo e da forma certa. Isto fala de apropriar-se da salvação pela fé pessoal e rejeita o universalismo da salvação que diz que a salvação é de todos, independente da fé. João 3.16 diz que só os que creem não perecem!

d) Só o sangue, protegia perfeitamente do juízo e nada mais (Êx. 12:13).

Não era preciso reformar a casa, mudar a pintura. Nada disso. Fosse ela bonita ou feia, se tivesse a marca do sangue, estaria fora do juízo. Nossa salvação não depende do que saibamos ou possamos fazer. No qual (Cristo) temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça” (Ef. 1:7).

Não é dando o meu modo na “casa” que serei salvo, mas crendo no Senhor Jesus como meu Senhor e Salvador e, pela fé, tomando posse do Seu sangue sobre a minha vida, para a remissão dos meus pecados e livramento do juízo eterno. Em Efésios 2:8-9 lemos: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie”. Tudo é dom do amor de Deus, que não merecemos. Por meio da graça fomos colocados nessa posição, e, pela graça, somos mantidos nela.

Se Cristo é o Senhor de sua vida, então o umbral de sua porta - seu coração - foi aspergido com Seu sangue. E esta aspersão não é somente para o perdão - mas também para proteção!

Quando é aspergido, você está totalmente sob a proteção do sangue de Cristo, contra todos os poderes destruidores de Satanás. Quando as tropas dele veem o sangue de Cristo no umbral de sua porta, elas passam por si. Elas não lhe tocam - porque não podem tocar alguém aspergido com o sangue de Cristo! Quando descansa totalmente no poder de purificação e justificação do sangue de Jesus - quando assume o controlo da sua consciência no Espírito - ela não é mais acusadora; antes, produz resultados adequados. Quando o diabo levanta uma má acusação, sua consciência proclama a vitória do sangue! “Aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza da fé, tendo o coração purificado de má consciência...” (Hb. 10:22)

e) Festa dentro da casa (Êx. 12:8-9).

Estavam comendo o cordeiro: celebração. Fala da Ceia Memorial e aponta para Cristo como o Pão da Vida, o alimento do céu que nos mantém vivos. Guardar a Festa era um dever e um privilégio, mas não a condição de salvação. O cristão é salvo pelo sangue de Cristo e é fortalecido pela apropriação ou ingestão diária do Cordeiro ou de Cristo (ou das Escrituras, ou da Palavra Viva), porque o Verbo se fez carne (Jo. 1:14b).

2. Nosso Senhor Jesus é a verdadeira Páscoa!

Jesus foi o nosso “Cordeiro Pascal”, enviado por Deus para tirar o pecado do mundo (Jo. 1:29). Não podemos, portanto, denegrir a importância de tão grande sacrifício, cujo sangue precioso foi aspergido, não nas portas de algumas casas, mas nos nossos corações, possibilitando-nos desfrutar de uma vida abundante, longe da escravidão do Egito (mundo) e da tirania de faraó (Satanás).

Sua morte expiatória caracteriza o cristianismo. É na cruz que está a chave do cristianismo. É lá que está a perfeita provisão para o problema do pecado: o resgate do poder e da culpa do pecado, porque lá foi consumada a obra redentora, libertadora, do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

Na Ceia Memorial, o próprio Senhor se identificou como o Cordeiro Pascal, sinalizando para o Seu sacrifício expiatório e para o significado da Sua carne e do Seu sangue como os elementos fundamentais da Páscoa e da Nova Aliança de salvação e vida eterna. A Ceia do Senhor, que é um mandamento de Jesus para a Sua Igreja, é o memorial da representação da Páscoa, porque ela é a representação da morte do Cordeiro de Deus, bem como da aplicação de sua carne e sangue.

Participar da Ceia do Senhor não deve ser um ritual religioso, vazio de revelação e conteúdo espirituais corretos. Ao comer do pão (símbolo da carne de Jesus) e beber do cálice (símbolo do sangue de Jesus), declaramos que estamos em aliança com Ele, que somos um com Ele, que a nossa vida está inseparavelmente ligada à dEle, que Ele participa da nossa vida e que nós participamos da vida dEle, que Ele é o nosso sustento (Jo. 6:48-58).

Participar da Ceia é realizar o memorial da libertação, porque fala da morte do Cordeiro de Deus pelos nossos pecados, mas também aponta para o porvir, porque a Igreja deverá realizá-la até que o Senhor Jesus volte para levar a Noiva para o grande banquete celestial (1 Co. 11:23-32). Por isso, nessa Páscoa, ao celebrarmos a Ceia do Senhor, converta-se aos fundamentos espiritualmente corretos e espere receber, exatamente, tudo aquilo que nos é dado por direito de herança e aliança: perdão, livramento do poder do pecado, libertação da morte, vida eterna e uma vida vitoriosa (cheia de paz, saúde, abundância e prosperidade).

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