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sábado, 7 de abril de 2012

A Vida Verdadeira em Cristo

Jesus mostrou há muito tempo que viera para dar vida abundante aos que o seguissem (Jo.10:10).

Todo o “Texto Grego” - isto é, o Novo Testamento - deixa claro que uma vida em Cristo é uma vida de compromisso com Deus através da nossa fé em Cristo. Para viver uma vida de fé em Cristo significa que cada aspeto de nossa vida é prova de que acreditamos e que não podemos deixar de viver uma vida de obediência e amor a Deus - por causa do quem Ele é e do que Ele se sacrificou para provar o seu amor por nós.

A virtude mais sublime de acordo com os filósofos é viver a vida de acordo com a natureza. Todavia, as Escrituras nos mostram Cristo como o nosso modelo e exemplo perfeitos.

Quando nós permanecemos em Cristo, a nossa própria vida testemunha o facto de que o Espírito de Deus de santidade vive em nós. Pois a meta da verdadeira vida em Cristo é que os filhos de Deus demonstrem a melodia e a harmonia de Deus em sua conduta. A canção do Deus de justiça. Deus deseja que sejamos com Ele por toda a eternidade, e a nossa vida em Cristo é o maior testemunho do maior amor que jamais poderá existir. Um amor que jamais irá decepcionar, vacilar e acabar.

Entendendo a amplitude do conceito de vida verdadeira, na Terra, e pensando na afirmativa de Jesus de que viera nos trazer vida, torna-se imperioso meditar na profundidade da questão.

Ele veio trazer vida para quem já estava na vida e vivo? Certamente que não. Ele veio trazer uma mensagem de vida espiritual para quem se encontrava num contexto de vida mortificada.

A vida espiritualizada corresponde a toda a atividade da alma que exprime fidelidade ao bem, à alegria, ao trabalho digno, à esperança, à confiança nas resoluções de Deus e confiança no progresso do ser humano. Essa vida interior também se nutre da convivência fraterna na sociedade, da exaltação das virtudes, da eliminação de tudo o que represente viciação, corrupção, defecção.

Em contrapartida, a morte será indicada por tudo o que insufle ou alimente a traição, a ignorância, a concupiscência, a exploração do homem pelo homem, a prostituição no seu sentido mais amplo, o desrespeito às bases da família, indicando descaso ou indiferença para com os valores das leis de Deus. Essa morte moral é fermentada pelos posicionamentos de descaso para com os movimentos do progresso de si mesmo, quando se prefere o nivelamento do ser pelas faixas inferiores da alma humana que, em situações assim, muito se assemelha aos níveis da selvageria, aos degraus da grosseria e brutalidade, quando não os ultrapassa.

A vida que Jesus veio trazer não é aquela que faz vicejar corpos esbeltos, mas aquela que faz brilhar almas formosas. É a própria glória de Deus que não pode ter nada a ver com a iniquidade e a impureza; portanto, se queremos prestar atenção à sua exortação, é imprescindível que tenhamos sempre presente esse princípio.

Por isso é que Ele se dirigia a quem se movia em corpos carnais, mas que padeciam de indescritíveis torturas da alma.

A verdadeira vida não é um mérito por meio do qual podemos obter a comunhão com Deus sem o dom de Cristo, pois é Ele quem nos capacita para estarmos unidos à Sua pessoa e a segui-lo. Daí ter Ele falado em vida abundante a quem se habituara a uma vivência mesquinha, empobrecida, apequenada.

Sua lição é, assim, para todos os tempos e povos, pois, quando encontramos sociedades ricas e homens pobres, medicinas desenvolvidas e homens enfermos, estados poderosos e homens escravos, religiões faiscantes de adereços e discursos pomposos e homens egoístas e materializados, à cata dos imediatismos perturbadores de um dia, sentimos a razão da mensagem do Mestre Nazareno: “Eu vim para que tenhais vida, e vida abundante”.

Permitamo-nos buscá-la, permitamo-nos vivê-la para que experimentemos a ventura dentro d’alma, desde aqui, das lidas terrenas, aclimatando-nos, pouco a pouco, à vivência ditosa junto às Escrituras, que refletem o pensamento de Cristo.

Exercitemos com diligência para alcançarmos uma norma mais alta de verdadeira vida, até que tenhamos chegado ao melhor de nossa qualidade espiritual, na qual devemos persistir ao longo da nossa vida. Somente chegaremos à perfeição absoluta quando, libertados deste corpo corruptível, formos admitidos por Deus em Sua presença.

Viver a verdadeira vida em Cristo é muito mais que meramente se tornar um cristão, unir-se a uma igreja ou ter uma religião. É a entrega diária da minha vida a Cristo, é permitir que Ele me ajude a enfrentar a barra pesada do dia-a-dia, os problemas, as alegrias, as tristezas e os sofrimentos.

Viver a verdadeira vida é confiar em Jesus como Salvador, é querer viver como Ele viveu, é obedecê-lo e seguir o Seu exemplo e os Seus ensinos escritos nas Santas Escrituras. E em outras palavras, é tornar-se um verdadeiro discípulo e seguidor de Cristo.

Em Atos 11:26 lemos: “Em Antioquia foram os discípulos pela primeira vez chamados cristãos”. Assim foram chamados porque o tema principal da sua conversa era Cristo, e pregavam Seus ensinos e viviam em função de Cristo.

Viver a verdadeira vida é mais do que falar. Como disse alguém: “Sua vida fala tão alto que não posso ouvir o que você está dizendo”.

As Escrituras indicam que a Palavra de Deus transmite o poder necessário para que a verdadeira vida em Cristo seja uma realidade, e que esteja sempre fortalecida para enfrentar as lutas diárias. Assim como a alimentação sustenta o físico, a Palavra do Senhor sustenta a vida espiritual.

Nem só de pão viverá o homem, disse Jesus mas de toda a palavra que procede da boca de Deus” (Mt. 4:4). O profeta Jeremias usa a mesma comparação: “Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado” (Jr. 15:16).

A nossa parte no desenvolvimento da verdadeira vida em Cristo, é ler, estudar, digerir, e assimilar a nutrição espiritual da Palavra de Deus e viver sob a direção do Espírito Santo, que nos aponta o único exemplo perfeito: Jesus Cristo.

Um homem estava escalando uma montanha alta, liderado por um guia experiente. Na manhã seguinte, quando olhou à distância e viu pegadas na neve, disse: “alguém passou por aqui esta noite”. O guia conferiu e disse: “Não foi apenas um homem, mas foram vinte”. É que cada alpinista pisou tão cuidadosamente em cima das marcas do seu líder, que parecia como se uma só pessoa havia dado aqueles passos. Assim também viver a verdadeira vida Cristo significa andar como Ele andou. “Aquele que diz que permanece nele, também deve andar como ele andou” (1 Jo. 2: 6).

Cristo disse: “Venham a mim todos os que estão cansados e oprimidos e eu vos aliviarei” (Mt. 11:28). Quem me segue não andará em trevas. Todos os que aprenderam a viver a verdadeira vida em Cristo, com certeza colocaram sempre o Senhor em primeiro lugar. Ele mesmo espera ter o primeiro lugar em nossa escala de valores. “Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim” (Mt. 10:37).

O Senhor espera uma dedicação total ao cumprimento da Sua vontade. Isso traz uma alegria profunda, uma satisfação que não se pode descrever, uma paz que está acima de todas as turbulências que ameaçam a nossa serenidade.

Mas você pergunta, é possível viver a verdadeira vida em Cristo neste mundo cheio de tantas injustiças e violência? Onde há tanta imoralidade, tantos vícios, crimes e maldades? Onde seria o melhor lugar para vivermos a verdadeira vida em Cristo? Não seria melhor num deserto, ou numa montanha, longe das pessoas?

O melhor lugar é onde você está. Mas quando? Quando ficarmos velhos ou aposentados? Não, o melhor momento é hoje, é agora. Deus escolheu-o para representar a superioridade da verdadeira vida em Cristo.

E isso não representa apenas um benefício pessoal, mas vai ajudar a revelar o amor de Cristo a outras pessoas, e anunciar o poder Salvador a todo o mundo. E mais, por onde for, um maravilhoso perfume de influência acompanhará os seus passos. O apóstolo Paulo descreveu essa bênção, chamando-a de cheiro de vida para vida.

Os perfumistas estão constantemente tentando desenvolver a fragrância permanente. Dizem que o jasmim é a que mais perdura. Ahmed (Arrmed) Soliman da cidade do Cairo, Egito, diz que para fabricar 28 gramas do perfume jasmim, ele enche uma sala de botões ainda florescendo, impecáveis, e quando são destilados, a fragrância é quase eterna.

Em Luxor, no sul do Egito, um arqueólogo achou um túmulo antigo no qual uma princesa foi sepultada há centenas de anos. Junto ao sarcófago estava um vaso cheio de jasmim. Embora o vaso já estivesse quebrado ainda se podia perceber o perfume no momento em que foi descoberto.

Porém, por mais perdurável que seja o jasmim, não há perfume que possa bater o aroma da Rosa de Saron, habitando em corações humanos.

Que neste momento possamos perguntar: Pode se ver Cristo em mim? A graça de Cristo habita em meu coração? Podem as outras pessoas perceber o aroma da Rosa de Saron em minha vida? Podem essas pessoas perceber no convívio diário comigo que estou vivendo uma verdadeira vida em Cristo? Aquele que sustenta os mundos no espaço e pôs perfume no veludo das pétalas, não se esquece de si. Que o Senhor tenha misericórdia de todos nós, que o Senhor sobre nós levante o Seu rosto e nos dê a paz.

O meu desejo é que Jesus viva em si, tornando a sua vida um suave perfume. Abra o seu coração e deixe Jesus viver em si. Ele é aquele que nos traz a vida verdadeira, vibrante, feliz, abundante, propondo-nos fazer nobre uso dela, a fim de que Nele possamos viver para sempre.

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