Leitura: Salmos 34:1-8
Bondade é ser benevolente,
amável e ela é exercida em favor dos outros. Esta bondade pode se definir como
“aquela perfeição de Deus que o mantém solícito para tratar generosa e
ternamente todas as suas criaturas”.
Quando Deus criou a terra e os céus, viu que tudo era bom (Gn. 1:10, 12, 18, 21, 25, 31). Tudo o que Deus faz é bom; tudo o que Ele aprova pode ser considerado bom.
Quando Deus criou a terra e os céus, viu que tudo era bom (Gn. 1:10, 12, 18, 21, 25, 31). Tudo o que Deus faz é bom; tudo o que Ele aprova pode ser considerado bom.
Deus não é somente o maior dos
seres, mas o melhor. Deus é originalmente bom em si mesmo. As criaturas podem
ser boas, mas a sua bondade é comunicada, não essencial. Em Deus a bondade é
parte da sua natureza. Não há Deus sem esse atributo. Ele é bom essencialmente.
Deus não depende de ninguém para ter bondade. Ele a tem em si mesmo. Sua
bondade não é derivada, é própria. A bondade que os homens possuem lhes é
comunicada, mas em Deus a bondade é essencialmente infinita. A sua bondade não
muda, mesmo que os homens mudem de atitude para com ele. Como Deus é imutável
na sua natureza, assim ele o é nos seus atributos. Deus não muda de atitude
para connosco em sua bondade, a menos que a manifestação de qualquer de suas
bênçãos seja condicional à obediência dos seus filhos. Mas, mesmo quando seus
filhos o desobedecem, a sua atitude de repreensão é cheia de bondade. Deus não
se mostra em ira com seus filhos. Na hora de ira, ele se lembra da sua bondade
(Hc. 3:2).
Tudo o que é bom vem de Deus (Tg. 1:17). Ele é a fonte de todo o bem.
Deus é bom para todos (Sl. 145:9). Dá a vida, a respiração, a chuva, etc (At. 17:25; Mt. 5:45; 1 Tm. 6:17).
Tudo o que é bom vem de Deus (Tg. 1:17). Ele é a fonte de todo o bem.
Deus é bom para todos (Sl. 145:9). Dá a vida, a respiração, a chuva, etc (At. 17:25; Mt. 5:45; 1 Tm. 6:17).
Até o homem pecaminoso, não
regenerado, recebe as bênçãos da bondade de Deus. O interesse bondoso de Deus
se revela no cuidado para o bem das suas criaturas. Naturalmente, a
manifestação de sua bondade tem uma variação de grau de acordo com a capacidade
das criaturas em receber essa bondade. Ainda que os crentes não sejam os únicos
a receber a bondade de Deus, eles são os únicos a reconhecer e a manifestar uma
apreciação adequada das suas bênçãos sendo agradecidos por elas, servindo ao
Senhor, o que resulta em mais bênçãos ainda.
Deus não nos deu
olhos somente para lermos a Sua palavra, mas também para vermos e provarmos sua
bondade.
Deus é bom (Sl. 34:8; 100:5;
145:9; Zc. 9:17), misericordioso (Ex. 34:6; Ne. 9:31; Sl. 103:8) e gracioso (Fp.
1:2; Cl. 1:6; 2 Ts. 2:16). Jesus declarou que só Deus é bom (Mt. 19:17).
A bondade de Deus é notória na
variedade de prazeres naturais providenciados para o deleite das Suas criaturas
– cores, perfumes, sabores - “porque a
terra está cheia da bondade do Senhor” (Sl. 33:5).
Expressões da bondade de Deus:
graça e misericórdia (Ex. 33:19; Sl. 23:6).
1.
A Graça de Deus
De acordo com C.S. Lewis, a
graça de Deus é um conceito peculiar do Cristianismo. Nenhuma outra tradição
religiosa tem qualquer equivalente à ideia de um Deus gracioso. A compreensão
da graça de Deus é, portanto, vital para a experiência e vivência da
espiritualidade cristã.
Graça: favor imerecido. A
graça de Deus é a boa vontade de Deus, a pré-disposição positiva de Deus, o
desejo de abençoar, a intenção constante de fazer o bem e agir com bondade em
relação ao universo criado e à humanidade (Êx. 33:19; Sl. 100:5; 2 Cr. 16:9; Jr.
29:11; 33:3; Hb. 4:16). A graça de Deus é o fluxo constante de amor e vida que
sustenta o universo e a humanidade (Is. 18:4; At. 17:28; Rm. 11:33-36; Hb.
1:3). Deus nos dá o que não merecemos (Rm. 11:6; Hb. 4:16). Graça é um acto de
amor para com o necessitado. Deus ama a Seu Filho unigénito. Mas não existe o
elemento graça nesse amor. Ninguém pode dizer que Deus trata Seu Filho com
graça. A graça divina atua quando as obras e os méritos humanos não resolvem
mais nada, quando não podemos comprar a salvação nem recompensar a bondade de
Deus. Afinal, nossas obras são “como
trapo da imundícia” (Is. 64:6). Não merecemos, mas a graça de Cristo nos
basta (2 Co. 12:9). Por isso, “acheguemo-nos…
confiadamente… ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos
graça” (Hb. 4:16).
Deus também ama os anjos, mas
isso tampouco pode ser considerado como graça. Por que não é graça o amor do
Pai para com o Filho e o amor de Deus para com os anjos? A razão é que não há
perdas ou faltas envolvidas. Há somente amor; não existe a ideia de graça.
Somente quando há perdas e faltas, quando não existe maneira para resolvermos
nossos problemas por nós mesmos, é que o amor torna-se real como graça. Visto que
somos pecadores, somos os que têm problemas, e não temos como solucioná-los.
Mas Deus é amor e Seu amor é manifestado a nós como graça.
Portanto, quando o amor flui
no mesmo nível, ele é simplesmente amor. Mas quando ele flui para baixo, é
graça. Paulo saudou a igreja em Corinto: “A
graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo
sejam com todos vós” (2 Co. 13:13). O amor de Deus tornou-se graça por meio
da obra do Senhor Jesus. Portanto, a Bíblia diz-nos que a lei foi dada por
intermédio de Moisés, mas a graça veio por meio de Jesus Cristo (Jo. 1:17).
2.
A Misericórdia de Deus
Nenhum homem merece a
misericórdia de Deus. Nenhum homem pode reclamar a misericórdia de Deus por
mérito. Ninguém merece ser perdoado. Perdão é um acto de amor, misericórdia e
graça. As Escrituras concluem: “... pois
todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm. 3:23).
Misericórdia: benignidade
manifesta aos que estão em aflição. Deus dá menos do que merecemos (Is. 60:10;
Hb. 3:2). A misericórdia sempre pressupõe culpa. A criação toda foi afetada
pela queda e está em estado de miséria e pecado, carente da misericórdia divina
(Sl 145.8-9).
Deus é eternamente
misericordioso, mas a manifestação da sua misericórdia só se entende após o
aparecimento do pecado na queda. Há a misericórdia especial e esta diz respeito
aos seres humanos caídos. Deus os ajuda e os socorre no meio de suas misérias
por causa dos seus pecados.
Podemos definir misericórdia como ‘a bondade de Deus ou amor de Deus para com os que se encontram em miséria e angústia espirituais, sem levar em conta o fato de que eles a merecem. Olhando de um outro prisma poderíamos dizer que misericórdia é o facto de Deus deixar de nos dar aquilo que nós merecíamos receber (Lm. 3:22).
Podemos definir misericórdia como ‘a bondade de Deus ou amor de Deus para com os que se encontram em miséria e angústia espirituais, sem levar em conta o fato de que eles a merecem. Olhando de um outro prisma poderíamos dizer que misericórdia é o facto de Deus deixar de nos dar aquilo que nós merecíamos receber (Lm. 3:22).
O que justamente merecíamos
Deus não nos dá, isto é, a punição. Quando dizemos que Deus é misericordioso,
estamos dizendo que ele não nos trata segundo os nossos pecados. Ao contrário,
ele nos perdoa, não colocando sobre nós a penalidade de nossas transgressões.
Misericórdia é para questões
negativas, enquanto graça é para questões positivas. Misericórdia está
relacionada com a condição presente, e graça está relacionada com a condição
futura. Misericórdia fala da pobreza da nossa condição presente, e graça fala
da condição radiante em que você será salvo no futuro.
O sentimento que Deus tem para
connosco quando somos pecadores é misericórdia. A obra que Deus realiza em nós
para fazer-nos Seus filhos é graça. Não ouso pedir a Deus que me ame nem ouso
pedir-Lhe que mostre graça. Mas posso pedir misericórdia a Deus.
Efésios 2:4-5 diz: “Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por
causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos”.
Paulo disse que Deus era rico em misericórdia por causa de algo. Esse algo é
Seu grande amor com que nos amou. Sem amor não haveria misericórdia. Em que
situação foi Ele misericordioso para connosco? Ele foi misericordioso para connosco
quando estávamos mortos em nossos delitos. Aquilo teve a ver com nossa infeliz
situação presente. Por estarmos mortos em pecados, Ele teve misericórdia de
nós. Ele teve misericórdia de nós, baseado em Seu amor por nós. Que acontece
após a misericórdia? O versículo 8 prossegue dizendo-nos que Ele nos salvou
pela graça. Portanto, a misericórdia foi-nos mostrada porque estávamos numa
situação de mortos em nossos delitos; então, a graça foi-nos dada para nossa
salvação, indicando que recebemos uma nova posição e entramos numa nova esfera.
Agradecemos a Deus porque não há somente amor e graça, mas também grandiosa
misericórdia.
Em 1 Timóteo 1:13 Paulo diz: “A mim que noutro tempo era blasfemo e
perseguidor e insolente. Mas obtive misericórdia, pois o fiz na ignorância, na
incredulidade”. Paulo explica aqui como obteve misericórdia. O fato de
obter misericórdia tinha muito a ver com a história de sua vida.
Tito 3:5 diz: “Não por obras de justiça praticadas por nós,
mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou”. Não há justiça em nós.
Enquanto estávamos sem justiça e numa situação de sofrimento e sem esperança,
Deus teve misericórdia de nós. Graças ao Senhor que existe a misericórdia!
Vimos anteriormente que a misericórdia origina-se no amor e termina na graça.
Quando a misericórdia se estende, sobre aqueles que o temem, somos salvos. Ele
teve misericórdia de nós na condição em que estávamos, e como resultado fomos
salvos. Como é bom saber que a cada manhã, a
cada novo dia, as suas misericórdias se renovam. Ele demonstra o seu amor para connosco,
dia após dia, não nos consumindo, devido à dureza de nosso coração, à nossa
incapacidade de compreender a sua obra, a sua graça e o seu operar em nós.
Romanos 11:32 diz: “Porque Deus a todos encerrou na
desobediência, a fim de usar de misericórdia para com todos”. Por que Deus
encerrou a todos na desobediência? Foi para que pudesse mostrar misericórdia a
todos. Deus permitiu que todos se tornassem desobedientes e encerrou a todos na
desobediência, não com o propósito de fazê-los desobedientes, mas a fim de
mostrar misericórdia para com todos. Após ter mostrado misericórdia, Seu
próximo passo foi salvá-los.
Existe um lugar na Bíblia que
nos mostra claramente que nossa regeneração é proveniente da misericórdia. A
Primeira Epístola de Pedro 1:3 diz: “Bendito
o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua muita
misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança mediante a ressurreição de
Jesus Cristo dentre os mortos”. Toda a obra de Deus na graça foi planeada
de acordo com Sua misericórdia em amor. Sua graça é dirigida por Sua
misericórdia, e Sua misericórdia é dirigida por Seu amor. É segundo a Sua
grande misericórdia que Deus nos regenerou para uma viva esperança mediante a
ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos.
Assim sendo, tanto a
regeneração como a viva esperança estão relacionadas com a misericórdia. Por
existir a misericórdia, existe a graça. Hebreus 4:16 exorta-nos a vir
constantemente ao Senhor a fim de orar. Ao virmos orar diante do Senhor,
recebemos misericórdia e achamos graça para socorro em ocasião oportuna.
3.
A Paciência ou longanimidade
A paciência de Deus: um
aspecto importante do seu amor. Sabemos que Deus é amor (1 Jo. 4:8) e que o
amor é paciente (1 Co. 13:4). Sem dúvida alguma, a paciência ou longanimidade é
um aspecto importante do amor de Deus. É uma qualidade divina mencionada várias
vezes no Antigo Testamento. Êxodo 34:6-7 descreve Deus nestes termos: “Senhor, Senhor Deus compassivo, clemente e
longânimo e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia por
mil gerações, que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado, ainda que não
inocenta o culpado, e visita a iniquidade dos pais nos filhos e nos filhos dos
filhos, até à terceira e quarta geração”! Em Naum 1:3, encontramos este
comentário sobre a paciência e a justiça de Deus: “O Senhor é tardio em irar-se, mas grande em poder e jamais inocenta o
culpado; o Senhor tem o seu caminho na tormenta e na tempestade, e as nuvens
são o pó dos seus pés”. A longanimidade de Deus nos deu todos os minutos da
nossa vida até o presente momento, mas não dá garantia de mais
nenhum. Se deixarmos nossa oportunidade passar, pode ser tarde demais.
Passagens como essas
esclarecem o sentido da paciência de Deus. Quando a Bíblia afirma que Deus é
longânimo, está dizendo que ele demora em se irar. A longanimidade não sugere
injustiça. Deus ainda exige o castigo merecido pelo pecado, mas nem sempre
castiga na hora da transgressão.
Há um sentido em que Deus é
misericordioso com todos, pelo menos temporariamente. Por algum tempo Deus
suporta os seus pecados e não os trata conforme eles merecem. Por esta razão,
eles conseguem ter uma vida até suportável, a despeito de todas as suas ofensas
ou indiferença para com Deus. Alguns teólogos chamam de paciência ou longanimidade
divina (Ex. 34:6; Nm. 14:18; Sl. 86:15; 103:8; 145:8; Jn. 4:2; Na. 1:3).
Na sua longanimidade, Deus
espera e leva os homens ao arrependimento (Rm. 2:4; 3:25; 9:22). Ele é tão
bondoso para connosco que nos suporta e não desiste de nós, mesmo quando
reiteradas vezes lhe desagradamos. Há, porém, um limite para isto.
Precisamos de ser fortalecidos
na fé por uma tal força ou poder e devemos buscar esta força e ater-nos a ela
por meio da palavra de Deus, e orar para que não haja apenas um começo, mas,
também, continuidade e fim e, assim, esse poder aumente mais e mais. Agora,
ser, assim, fortalecido e vencer, isso só pode dar-se por meio da muita
paciência. Sim, e só paciência não basta, é preciso também longanimidade.
Cristo crucificado é o
testemunho de Deus desta paciência e longanimidade. O sacrifício de Jesus
Cristo é a demonstração da justiça e da paciência de Deus para com os
pecadores: “sendo justificados
gratuitamente pela sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, ao
qual Deus propôs como propiciação, pela fé, no seu sangue, para demonstração da
sua justiça por ter ele na sua paciência, deixado de lado os delitos outrora
cometidos” (Rm. 3:25).
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