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terça-feira, 2 de julho de 2013

A Promessa da Salvação

Porei inimizade entre ti e a mulher, entre tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn. 3:15).
No meio das promessas que ampliavam o julgamento que sobreviera à humanidade, por causa da entrada do pecado, foi também revelado a gloriosa promessa da salvação à humanidade, é a maior e mais importante dentre todas as da Bíblia Sagrada, é a chave que abre a porta para a concretização de todas as demais promessas divinas. Foi proferida pela primeira vez pelo próprio Deus no livro de Génesis 3:15.
Ao pronunciar o juízo sobre o diabo, Deus predisse que sempre haveria inimizade entre ele e os descendentes da mulher. Ao referir-se a Jesus, o Senhor disse: “Este te ferirá a cabeça…”. Com respeito ao juízo sobre satanás, tornado certo pela cruz de Cristo, a profecia foi ainda ampliada: “…e tu lhe ferirás o calcanhar”. Isso se referia ao facto de que Jesus morreria, mas que, ao contrário do efeito sobre o diabo, sua morte seria derrotada pela ressurreição. Esta é a primeira profecia que temos na Bíblia. Todos nós devemos nos alegrar com esta profecia, porque temos aqui a primeira referência feita ao necessário Redentor, capaz de efetuar a purificação pelo pecado, bem como pagar a horrenda pena que este acarreta. Isso cumpriu-se literalmente (Rm. 3:24-25).
A vida de Jesus foi a mais intensa manifestação do amor de Deus. Através da experiência humana de Jesus, podemos conhecer ângulos incríveis da natureza de Deus. A espiritualidade que Jesus viveu precisa ser imitada por seus discípulos na atualidade. Como disse o apóstolo Paulo: “Tudo o que fizerdes por palavras ou por obras fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai” (Cl. 3.17).
Jesus consentiu em ser tentado, mas, para todos os que lhe obedecem, tornou-se espírito vivificante e autor da salvação (ler 1 Co. 15:45 e Hb. 5:9). Não existe mais o castigo, pois ele o levou em seu próprio corpo na cruz. Paulo afirma isso em Romanos 5:14ss. Nossa inclinação para o mal é neutralizada por sua presença em nós através do Espírito Santo; assim nos ensina a Bíblia em Romanos 8:1-4.
Jesus faz com que satanás seja pisoteado por aqueles que confiam no Senhor. Aqui está a força motriz para movimentar a nossa maquinaria! Aqui está o poder primaveril de gerar vida, que fará com que as sementes enterradas dentro de nós rebentem no jardim do Senhor. “Regozijar-me-ei muito no Senhor, a minha alma se alegra no meu Deus; porque me cobriu de vestes de salvação, e me envolveu com o manto de justiça, como noivo que se adorna de turbante, como noiva que se enfeita com as suas joias. Porque a terra produz os seus renovos, e como o jardim faz brotar o que nele se semeia, assim o Senhor Deus fará brotar a justiça e o louvor perante todas as nações” (Is. 61:10-11). Jesus é o verdadeiro noivo da alma; e nós podemos apropriar-nos da parte que nos cabe nessas palavras alegres. Notemos esse misto de justiça imputada e comunicada. Uma nos cobre, com vestes; o outro brota de dentro de nós. Ah, possa Deus fazer jorrar de nossa vida justiça e louvor!
Não há necessidade de viver em perpétua autocondenação. Como um passarinho obedecendo às leis do voo, é superior à força da gravidade que o atrai para baixo, assim também o coração, onde a vida de Jesus é aplicada e sustentada pelas incessantes comunicações do Espírito Santo, obtém a vitória sobre a perpétua degeneradora do pecado. Não podemos fazer outra coisa senão odiar o espírito que crucificou o Senhor. O crente se considera morto para ele, mas vivo para cada impulso do Espírito Santo de Deus. Vida, paz e justiça habitam dentro do templo. Assim produz-se em nós uma virtude mais perfeita que a que poderíamos ter conseguido com uma obediência externa no código do Sinai.
1.     Foi bom que tivéssemos sido expulsos do jardim do mundo.
A comodidade deprime. Nós saímos desse lar, dessa terra do nosso nascimento, para transformar desertos em jardins e tornarmo-nos peregrinos em demanda da permanente Cidade de Deus. O céu está diante de nós; a cidade esplende luz no horizonte longínquo. É prerrogativa do Espirito Santo derramar abundantemente o seu amor em nosso coração e ensinar-nos a amá-lo. Mas nenhum de nós pode adquirir esse amor sem alimentar-se perpetuamente da árvore da vida, que é símbolo do próprio Senhor (Gn. 2:9; Ap. 22:2, 14, 19).
O rio da vida que flui perenemente prova que a vida inteira dos bem-aventurados procede da vida de Deus, presente no cordeiro entronizado e comunicado a eles através do Espirito Santo. No Éden, existia uma árvore da vida; na nova Jerusalém há uma árvore em perene frutificação, não mais barrada por uma espada flamejante, mas sempre acessível a todos na praça principal, de modo que todos podem colher seus frutos.
A fé nos ajudará a fazer isso, porque faz com que o invisível se torne visível e Deus se torne real. Mantenhamos o ritmo dele. Falemos com ele, constantemente, em alta voz, como a um grande Companheiro.
Temos que nos destacar como varões preciosos à vista de Deus, no meio da corrupção e da violência universais. O Senhor espera que sejamos homens íntegros ou sem mácula para ele; que andemos na Sua companhia; que nossos ouvidos estejam prontos para detetar a vontade divina e a nossa mão apta para executá-la. É a estes que Deus revela seus segredos e com os quais ele faz suas alianças. Se vivermos assim, atravessaremos o mar da morte para a vida ressurecta (2 Pe. 2:5). Não somente seremos salvos, como salvaremos outros. Deus separa os seus e preserva-os e livra-os, e os conta entre joias (Ml. 3:17). Deus está com os olhos em nós e nos socorrerá.
2.     A Intrépida Confiança em Deus!
Os homens subiram ao andar mais elevado de suas torres, depois escalaram as montanhas, mas as gulosas águas os seguiram, até que o derradeiro alcantil ficou encoberto e todos os seres vivos, com exceção dos que estavam na arca de Cristo, pereceram. Mas, a mesma água que afoga outros homens apenas eleva o filho de Deus para mais perto do seu lar. As águas elevam a arca. Quando os mais altos refúgios de mentiras e orgulho são submersos e o panorama inteiro se mostra coberto de uma monótona extensão de perplexidade, Deus diz à alma: “Entre na arca”. É como se ele estivesse dentro, e quisesse que nós entrássemos para gozar de íntima comunhão com Ele (Ver Sl. 27:5). Quando Deus fecha uma porta atrás de nós, nenhum poder a consegue arrombar, nenhuma chave é capaz de abri-la, nenhum pé-de-cabra pode arrancá-la.
A casa de Deus para nós é a sua presença. Podemos viver todos os dias na Nova Jerusalém, que não necessitamos nem da luz do sol, nem de vela. Nós estamos nela, embora não o saibamos. Oh, se nossos olhos pudessem ser abertos para vermos onde estamos. Como Deus deve ser belo, pois fez o mundo tão lindo!
Nós não precisamos de mais auxílio além do que está ao nosso alcance, mas precisamos da graça para ver as coisas que Deus nos dá gratuitamente. “…Se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva” (Jo. 4:10).
A água viva não é a de um tanque ou poço estagnado, mas verte de uma fonte oculta. Só esta pode satisfazer-nos. Não a Palavra mas o Espírito que há na Palavra. Não o rito, mas a graça que ele simboliza.
3.     A janela dos nossos olhos deve apenas estar voltada para o alto.
Através da graça de Deus, nós entramos no novo mundo – o mundo da ressurreição. O que mais agrada a Deus é a submissão diária, a vontade sacrificada e rendida a ele, amarrada com cordas no seu altar. Essa é a única atitude razoável que alguém pode assumir. Se Deus é tudo o que nós confessamos crer, ele merece receber de nós tudo o que somos.
Deus desce para ver! Nenhum segredo está escondido dele. Todas as coisas estão descobertas e patentes aos seus olhos. Quando prevalece a desunião, segue-se a destruição. Mas o Pentecoste e o céu desfarão a confusão. Somos selados quando a semelhança divina é estampada em nosso caráter (Ef. 1:13). Os que têm a semelhança também gozam do penhor do céu em seu coração (2 Co. 1:21-22).
A fonte de tudo o que somos, temos e esperamos ser, no que diz respeito à salvação, é a vontade de Deus para nós; mas essa corrente flui para nós através do Senhor, e o fim para o qual se dirigem todas as coisas é a integração de tudo em Cristo. Assim como ele foi o Alfa, também será o Omega.
Muitas vezes temos que deixar a nossa terra antes que Deus nos mostre outra. Não existe outro caminho mais fácil por meio do qual possamos encontrar a rota para Canaã, Cristo Jesus. Acautelemo-nos para que os laços de afeições humanas não nos impeçam de dar plena obediência ao chamado de Deus.
Pode ser que alguém esteja vivendo do lado do mundo, ainda sem atravessar para o lado de Deus, pela cruz. Atravesse, mesmo que tenha de romper relacionamentos com pessoas muito queridas. Seja um dos que atravessaram, passando da morte para a ressurreição (Cl. 3:1-4).
Nós pertencemos ao mundo em cujo umbral Jesus disse: “Não me detenhas; porque ainda não subi…”. Devemos guardar-nos contra o poluidor contato do mundo, do pecado e do velho ego. Nós estamos colocados entre dois mundos; os dois nos chamam. Rendamo-nos às influências que nos conduzem para o alto, e não àquelas que nos prendem a este mundo pecaminoso e vão. A nossa bênção eterna já começou; andemos nela.
Os homens de fé e oração ainda são os mais capazes de libertar os que são facilmente levados cativos pelo diabo. A fé subjuga reinos.
4.     Que visão tem do futuro?
 Há boas razões para temer a vingança dos já derrotados, mas a Voz divina nos tranquiliza. Todos nós temos necessidade de uma proteção, porque o mundo nos rodeia. A nossa recompensa por todo o sacrifício que tivermos feito será o próprio Deus. Recusemo-nos a pegar até nas correias das sandálias da Sodoma dos nossos dias, e Deus será nosso grande galardão.
A inteligência humana muitas vezes sugere um roteiro que parece correto aos nossos próprios olhos, mas o desfecho é a morte. Como é admirável o conselho do anjo a Hagar: volta e humilha-te! Ah, se eu pudesse livrar-me dessa situação intolerável, clamamos. Mas Deus vem ao nosso encontro. Ele conhece a nossa tendência para nos desviarmos do rumo certo.
Sempre, sob diversas circunstâncias, a Voz eterna nos ordena a que andemos na sua presença e sejamos perfeitos. Nossa submissão tem que ser completa, nossa obediência absoluta, nossa fé inabalavelmente firme naquele que promete. Só assim Deus pode cumprir a sua parte na aliança, que inclui frutificação, a salvação de nossos familiares, a herança e a abundância da nossa reprodutividade espiritual.
O riso do mundo é o da incredulidade, mas o do crente é o riso da certeza tranquila daquele que confia em Deus, porque ele se volta para as promessas de Deus e não duvida, antes se fortalece, dando glória a Deus.
Recordemos, então, que a partir do momento em que confiamos em Cristo – quaisquer que tenham sido as nossas fraquezas e tentações – somos considerados justos à vista de Deus. E, mais ainda, podemos ser totalmente libertos do poder do pecado. Não olhemos para baixo remoendo nossas fraquezas! Não olhemos para trás, para o passado, juncado de falhas! Olhemos para cima, para o Cristo vivo! Todas as promessas de Deus são sim e amém em Cristo Jesus (2 Co. 1:20).
a)    A figura central da visão do futuro é o Filho de Deus.
Estejamos cientes de que o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, veio para estar connosco. Os outros poderão não o ver, mas nós reconhecemos o nosso amigo divino, e nos dirigimos a ele como “Senhor Meu, meu Deus”.
Que o Senhor possa achar satisfação e descanso no nosso amor. Mas lembremo-nos que ele ainda está à porta e bate, trazendo abundantes dádivas do céu. Deixe-o entrar, ou, ao menos, destrave a tranca da vontade, para que ele possa empurrar a porta e entrar. Não nos preocupemos com a pobreza da casa; ele cuidará disso, e a limpará, guardará e a enriquecerá. Assim que ele entra num coração purificado que o ama, ele o ouve dizer: “Este é para sempre o lugar do meu repouso; aqui habitarei, pois o preferi” (Sl. 132:14).
5.     Cristo conta seus segredos àqueles que ama
Cristo visita a nossa tenda, mas faz mais do que isso, confia-nos seus segredos, fazendo com que, quase inconscientemente, atinjamos um grau de fé e oração muito mais alto. O amor de Deus e a sua disposição de abençoar-nos excede em muito a fé que possuímos, e, assim que acharmos que temos ido até onde poderíamos ir, o amor divino vai mais longe.
Sempre que penetramos nos domínios do amor e da compaixão encontramos as pegadas do Redentor (ver Hb. 10:22). Somente os que estão vivos em Cristo podem trilhá-lo. No meio de todos os mistérios do governo moral de Deus devemos sempre crer que ele é justo e reto. Os que mais conhecem a Deus não se tornam presunçosos por causa desse conhecimento, ao contrário, se consideram os mais pequenos entre os santos.
Quantas vezes os anjos se apressaram em atender aos nossos queridos pelos quais oramos, àquele navio lutando na tempestade, àquela floresta densa e escura, àquele novo local de residência, aos bairros da cidade pecaminosa! Há nos Evangelhos, duas referências a essa cena, que mostram como o Filho do homem estava com seus olhos puros e santos atentamente fixos nela. Em Mateus 11:23-24, é como se ele conhecesse bem aquelas ruas e tivesse passado por elas alegremente, curando e salvando seu povo. Em lucas 17:28, ele acrescenta mais alguns pormenores mostrando a descuidada indiferença dos que não levavam em consideração as advertências contidas na história de Génesis 14.
Apressemos os mais lentos! É fatal olhar para trás. Todo o nosso passado está repleto das lembranças de nossos pecados e falhas. Resta apenas uma esperança. Fujamos para a cruz do Divino Redentor! Abriguemo-nos na Rocha dos Séculos! Corramos para os braços abertos do Pai!
6.  Deus em sua providência intervém para impedir as plenas consequências de nossos desacertos, desde que nosso coração seja realmente leal a Ele.
Por vezes, quando um filho de Deus se obstina em pecar, Deus o leva a uma condição de opróbrio mediante a revelação pública de seus erros. Em Génesis 20:1-18 temos o exemplo de alguém que andava com Deus havia tantos anos e fora liberto de tantas situações difíceis que seria de esperar que tivesse alcançado uma posição inexpugnável, no entanto mentiu. Mesmo os melhores homens são apenas homens; e, Deus, que nos conhece melhor do que nós mesmos nos conhecemos, lembra que nós somos pó.
Não podemos pensar somente em nós, no nosso bem-estar, na nossa segurança e esquecermo-nos de pensar nos outros. Algumas pessoas que estão fora dos nossos círculos cristãos exibem uma moral tão elevada que chega a envergonhar-nos. Deus tem comunicação direta com tais pessoas, mas elas precisam de nossa oração e de nosso auxílio.
Deus é fiel. O céu e a terra podem passar, mas a sua palavra não falhará. Talvez tenhamos que esperar até que tenham morrido todas as esperanças humanas, e então, no tempo determinado por Deus, a luz é semeada para o justo, e a alegria para o reto. Oh, você que está em aflição, ele assentará as suas “pedras com argamassa colorida” (Is. 54:11).
A Bíblia nos ensina que a nossa vida está sendo dirigida e os nossos passos preparados. Clamemos a Deus e ele abrirá fontes no meio de nossos desertos. Onde quer que o crente habite ele deve orar, deixando atrás de si sempre árvores e poços.
Só quando chegamos ao monte do sacrifício é que vemos o livramento de Deus. Só quando satanás está quase a nos alcançar, se abre um caminho através do mar Vermelho. Foi pela madrugada que Jesus veio andando sobre a água. O anjo libertou Pedro pouco antes da hora de execução. Deus nunca chega um instante mais cedo ou um instante mais tarde. Que profusão de bênção!
Quando tivermos obedecido a Deus ao máximo e o glorificado mesmo no meio do fogo, não haverá limites para a nossa frutificação nem para a prosperidade que teremos. Deus põe as suas chaves nas mãos da fé que confia inteiramente nele, dizendo; “Tire o que quiser”. Não esqueçamos que somos filhos de Abraão pela fé, somos herdeiros dele e podemos, reverentemente, exigir nossa participação nas gloriosas promessas (Gl. 3:9).
7.     O que fazer quando iniciamos um novo dia?
Quando iniciamos um novo dia, ou um novo empreendimento, é sempre sábio orar pedindo o auxílio divino. Orar não é perda de tempo. O segador ganha tempo quando pára para afiar sua foice.
Nós somos chamados a ser embaixadores de Deus. Se estivermos no caminho da vontade de Deus, podemos estar certos de que o Senhor não somente nos conduzirá, mas o fará “por um caminho direito”, e preparará para nós, onde quer que formos, uma receção carinhosa.
O antegozo de nossa herança espiritual aumenta nosso anseio de ver e estar com aquele que, não tendo visto, amamos. Tudo é nosso, e estamos certos da fidelidade de Deus e, decididamente buscamos a cidade, que tem fundamentos (ver Hb. 11:10). Cavemos nós, poços e façamos brotar ribeiros que serão bênçãos para outros muito depois de termos ido para o céu.
Tomemos posse das promessas de Deus. Ele fará mais do que prometeu. Chegaremos à casa de nosso Pai em paz. Os passos de um homem bom são ordenados pelo Senhor, e nós temos uma garantia especial de sua orientação em nossas alianças matrimoniais – o mais solene e importante de todos os passos humanos.
Quando o amor é soberano, o tempo é curtíssimo, o trabalho nunca é pesado, a distância nunca é longa; não há sacrifício impossível! Ah, se amassemos o Senhor assim de modo que os fardos da vida pudessem parecer leves e durar apenas um instante, tanto para um trabalho missionário que passasse longos anos no campo como para um inválido condenado a uma vida de dor!
Estejamos certos que antes de encontrarmos os nossos Esaús, certamente iremos encontrar os anjos de Deus. Se nossos olhos não se mantiverem fechados, nós os perceberemos. O mundo está cheio do ministério dos anjos! Existe mais a nosso favor que contra nós! O Capitão das hostes do Senhor está tão perto de nós como estava Josué, e seus esquadrões aguardam apenas nosso grito. “Acaso pensas que não posso rogar a meu Pai, e ele me mandaria neste momento mais de doze legiões de Anjos”? (Mt. 26:53).
Em tempos de provação, podemos correr para Deus e com toda a justiça clamar por sua proteção, desde que possamos demonstrar que estamos vivendo segundo o plano dele e fazendo a sua vontade.
Deus, como que para descobrir e revelar nossa fraqueza, e constranger-nos a desistir da nossa própria força e a aprender e agarrar-nos com a disposição de um homem como que não ousa largar aquilo em que se segura para não cair, toca-nos. Ah! Não faz mal ficar mutilado se, por meio da coxa aleijada, aprendemos a firmar-nos na força eterna de Deus e tomar conhecimento do seu Nome secreto!
Se os nossos caminhos agradam ao Senhor, ele fará com que os nossos inimigos se reconciliem connosco. Precisamos de obter o poder de Deus, submetendo-nos a ele, para que possamos ter poder frente aos nossos Isaús, e prevalecer.
Quando tivermos medo da ira de alguém, não corramos de lá para cá em busca de defesa; acalmemo-nos, sejamos pacientes e não tenhamos medo. Entreguemos nosso caminho ao Senhor e leiamos o Salmo 37. Vivamos em Deus; encontremos nossa alegria na contemplação de sua natureza e de suas obras; deixemos com ele as decisões de nossa vida; confiemos nele para suprir todas as nossas necessidades e agir em nosso benefício. Calemo-nos e descansemos! Quando o inimigo vier como uma corrente de águas, o Senhor arvorará contra ele a sua bandeira.
Deus tem prazer em nossa vida. Ele está executando um plano em cada um de nós. Nem mesmo as nossas falhas o afastam de nós, porque segura firme as nossas mãos.
Quando formos alvos de zombaria, perseguição, difamação, e estivermos desesperados, procuremos um lugar silencioso e levantemos para Deus nosso rosto marcado de lágrimas. Ele compreende a linguagem silenciosa dos suspiros e lágrimas; ele tem muito tempo para agir. Esperemos pacientemente e descansemos nele.
8.     Não se deixe tentar pelas lindas pastagens deste mundo.
Jacó foi tentado pelas ricas pastagens de Siquém, sem pensar muito nem se preocupar com o caráter do povo dali, e mais tarde deve ter-se arrependido amargamente de sua decisão (Gn. 33:18-34:37).
Quantos pais crentes cometem engano semelhante! Primeiro, acampam-se perto do mundo, armando suas tendas com as portas naquela direção; a seguir, compram um lote de terreno, e por fim seus filhos contraem alianças que terminam em vergonha e desastre. Aquele que descendia de uma raça peregrina, e a quem a terra inteira havia sido dada por promessa, comprou bens imobiliários bem junto a Siquém, uma das piores cidades da região.
Como Ló, Jacó quis obter riquezas e posição social, e sacrificou o melhor por algo inferior, sendo salvo como que pelo fogo.
Não é fácil dirigir a nossa família entre as rochas e areia movediças do mundanismo atual; mas não obteremos sucesso usando as armas do mundo, como o engano e a astúcia. O caminho certo é tornarmos o nosso lar tão atraente que nossos filhos não se sintam tentados a desejar as alianças que são oferecidas por aqueles cuja única riqueza está na presente vida. Nossas Rutes não deixarão nossos campos se, de propósito, deixarmos cair mais espigas para elas recolherem.
É bom voltar ao ponto mais alto da montanha e meditar na história da nossa vida, assim como nós podemos ver todo o curso do rio, da nascente à foz, ilhando-o do alto da montanha. A voz Divina está sempre nos conclamando a ser puros e a trocar nossas vestes, bem como nos livrar dos ídolos.
Tudo na vida é dirigido, superintendido e controlado pela presença divina. Reconheçamos isso constantemente. Podemos estar num poço de negra infelicidade, mas Deus sabe que estamos ali e cronometra os momentos. Continuemos a confiar e não tenhamos medo! Bem-aventurados os que creem; para eles haverá precisa providência. Uma caravana já partiu há meses e chegará aqui na hora exata em que a presença dela será mais proveitosa para nós.
Os dias de prosperidade são aqueles em que somos mais tentados. As serpentes mais venenosas encontram-se no calor húmido das florestas tropicais. Quando ocorre a tentação e ao mesmo tempo as circunstâncias são favoráveis ao pecado, então nossa situação fica realmente difícil. Em todas as ocasiões só a graça de Deus pode deter-nos.
Como a tentação se apresenta nitidamente, ela nos dá oportunidades para um contínuo crescimento em poder e graça. Aqueles que conseguem disciplinar-se receberão a missão de governar outros.
Devemos movimentar-nos entre os nossos semelhantes mostrando um rosto sorridente. Guardemos nossas tristezas para o Senhor e para nós mesmos, mas aprendamos, pelas nossas próprias experiências, a confortar os que sofrem com o mesmo consolo que temos recebido de Deus.
9.  Um coração puro, aberto para Deus, pode decifrar os mistérios da vida humana.
Muitas vezes aqueles que andam, com Deus podem resolver e explicar os escuros enigmas da vida humana para os menos esclarecidos. José, em Génesis 40:9-23, estava intensamente cônscio da presença de Deus. Ela enchia de glória a prisão. Ele sabia que dela devia proceder toda a sua esperança e expetativa; e Deus estava nas sombras, vigiando o que era seu. Ele estava planeando e superintendendo o curso dos acontecimentos que haviam de colocar seu jovem servo no trono. Os homens o haviam desprezado e rejeitado, mas Deus já havia preparado para ele uma posição de honra e de utilidade, para a qual a ajuda dada a esses homens era como degraus de uma escada ascendente.
Não negligenciemos pequenos actos do ministério, a fidelidade no pouco nos leva a uma vida de tronos. O esquecimento do mordomo-chefe lembra-nos de nosso vergonhoso esquecimento do Redentor, que nos tirou do fundo do poço e nos remiu com o seu precioso sangue. Mas ele disse: “Fazei isto em memória de mim” (Lc. 22:19).
Como José, o Senhor foi e pregou aos espíritos em prisão, e depois Deus altamente o exaltou e lhe deu um nome que está acima de todo o nome. Rejeitado por seus irmãos, recusado por aqueles aos quais fora enviado, falsamente acusado e condenado, contado entre os transgressores, lançado na prisão, resgatou um de seus infelizes companheiros, chamado para ocupar um trono.
Um dos traços mais belos é ser humilde. Não ser altivo, nem emproado, nem fazer pose como pessoa superior ou ofendida. Tenhamos visões de Deus, mas depois desçamos do telhado para atender àqueles que batem à nossa porta (ver At. 10). Nesse relato vemos refletidas as glórias do Senhor, que foi elevado ao trono para tornar-se um Príncipe e um Salvador, o Doador do pão da vida às almas famintas dos homens. Mas ele distribui sem dinheiro e sem preço!
Se vivermos para Deus, ele cuidará de nossos interesses. Teremos tantas alegrias que esqueceremos as tristezas e prosperaremos na terra da aflição. É assim que Deus faz connosco. O vento leste sopra amargamente em nosso rosto, a fome está atrás, e o severo governador à frente. Todas essas coisas são duras de suportar; mas, por detrás delas há um terno amor, que está segurando as lágrimas, ansioso para nos restaurar e confiar-se a nós.
Em todas essas coisas está a vida do Espírito e em todas essas coisas somos mais que vencedores (Rm. 8:37).
Confie sempre na graça do Senhor, e jamais o julgue descuidadamente, pois, por detrás da severa providência, ele esconde um rosto amigo, sorridente.
Muitas vezes avançamos rumo ao desconhecido com medo; mas esse medo é filho da ignorância. Se apenas percebêssemos que o que ali nos espera é o amor, que não pede balsamo e mel, aromas e mirra, mas nós, apenas nós, então como nos sentiríamos mais felizes! Ergamos nosso coração; um banquete está à nossa espera!
O nosso Salvador sabe tudo a nosso respeito. Embora possamos temê-lo grandemente, ele está cuidando de nós com solicita ternura para atender a cada necessidade nossa. Há água para os pés cansados da viagem; a bênção da paz para os corações aflitos; um banquete para as almas famintas. Ele espera para manifestar-se, e isso é algo que não faz em relação ao mundo. A única coisa que pode separar-nos dele é o pecado não confessado. Mas, assim que esse ponto é solucionado, abrem-se as comportas, e seu coração se une ao nosso.
A frutificação só é possível onde existe o muro de separação e o poço de comunhão. Quando esses estão presentes, os galhos se estendem sobre o muro com cachos de bênçãos para um mundo sedento. Busquemos a força divina e peçamos que as poderosas mãos de Deus sejam colocadas debaixo de nossas pobres e fracas mãos! (Ver Sl. 144:1). A vida separada é a vida coroada.
Aquilo que parece ser o fim de tudo é a semente da próxima colheita!



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